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Roteiro de atenção ao pré-natal – Enfermagem no Processo de cuidar em Saúde da Mulher UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI – URCA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS CAMPUS AVANÇADO DE IGUATU CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM ENFERMAGEM NO PROCESSO DE CUIDAR EM SAÚDE DA MULHER ROTINA DE ATENÇÃO AO PRÉ-NATAL CALENDÁRIO DE CONSULTAS Semanas Mês Trimestre Mínimo de 6 consultas Cronograma 1 a 4 1 1º Trimestre Uma no primeiro trimestre; Até 28ª semana – mensalmente; 5 a 8 2 9 a 13 3 14 a 17 4 2º Trimestre Duas no segundo; 18 a 22 5 23 a 27 6 28 a 31 7 3º Trimestre Três no terceiro trimestre. 28ª até a 36ª semana – quinzenalmente; 32 a 35 8 36 a 40 9 36ª até a 41ª semana – semanalmente. • Havendo sinal de trabalho de parto e/ou 41 semanas, encaminhar à maternidade - Lembrar que não existe alta do pré-natal. • A gestante deverá ser atendida sempre que houver uma intercorrência, independente do calendário estabelecido; • Gestantes cujo trabalho de parto não se inicie até 41ª semana, devem ser encaminhadas à maternidade/hospital de referência para avaliação da necessidade de indução do parto; • Não existe alta do Pré-natal, esse se encerra apenas com a realização da consulta puerperal; • Recomenda-se busca ativa para gestantes faltosas e para as puérperas na 1ª semana pós- parto, caso não retornem ao serviço. • O controle do comparecimento das gestantes às consultas é de responsabilidade dos serviços. ENTREVISTA E IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS Roteiro para Anamnese Aspecto O que avaliar Identificação: - Nome; - Número do Cartão Nacional de Saúde; - Idade; - Cor; - Naturalidade; - Procedência; - Endereço atual; - Unidade de referência; Dados socioeconômicos - Grau de instrução; - Profissão/ocupação (deve-se identificar fatores de risco); - Estado civil/união; - Número e idade de dependentes (deve-se avaliar a sobrecarga de trabalho doméstico); - Renda familiar; - Pessoas da família com renda; - Condições de moradia (tipo, nº de cômodos); - Condições de saneamento (água, esgoto, coleta de lixo); - Distância da residência até a Roteiro de atenção ao pré-natal – Enfermagem no Processo de cuidar em Saúde da Mulher unidade de saúde; - Beneficiário de programa social; - Exposição a agentes nocivos. Antecedentes familiares: - Doenças hereditárias; - Hipertensão, Diabetes; - Gemelaridade; - Malformações congênitas e anomalias genéticas; - Câncer de mama e/ou do colo uterino; - Hanseníase; - Tuberculose e outros contatos domiciliares (deve- se anotar a doença e o grau de parentesco); - Doença de Chagas; - Parceiro sexual com ISTs. Antecedentes clínicos: - Hipertensão, Diabetes, Cardiopatias; - Trombose venosa; - Alergias, transfusão de sangue, cirurgias, medicamentos de uso eventual ou contínuo; - Doenças autoimunes, doenças respiratórias, doenças hepáticas, tireoidopatias, doença renal e infecção urinária; - ISTs, tuberculose, hanseníase, malária, rubéola e outras doenças infecciosas; - Anemias e deficiências de nutrientes específicos; - Desvios nutricionais (baixo peso, desnutrição, sobrepeso, obesidade); - Doenças neurológicas e psiquiátricas, epilepsia; - Cirurgia (tipo e data); - Transfusões de sangue; - Doenças neoplásicas; - Vacinação (Estado vacinal: dT/dTpa, hepatite B e influenza); - Uso de medicamentos; - Uso de drogas, tabagismo e alcoolismo; Antecedentes ginecológicos: - Ciclos menstruais; - Métodos anticoncepcionais prévios; - História de infertilidade; - Última colpocitologia oncótica; - Malformações uterinas, cirurgias ginecológicas, mamária, implantes e antecedente de doença inflamatória pélvica. Sexualidade: - Início da atividade sexual; - Dispareunia; - Prática sexual na gestação atual ou em gestações anteriores; - Uso de preservativos. Antecedentes obstétricos: - Nº de gestações anteriores, partos (termo, pré e pós-termo; tipo e intervalo), abortamentos e perdas fetais; - Nº de filhos vivos (peso ao nascimento, recém- nascidos com história de icterícia, hipoglicemia ou óbito neonatal e pós- neonatal); - Malformações e Intercorrências em gestações anteriores; - Intercorrências no puerpério; - Experiência em partos anteriores e história de amamentação. Saúde bucal: - Antecedentes ou história atual de sangramento gengival, mobilidade dentária, dor, lesões na boca, infecções, cáries, doença periodontal ou outras queixas; - Hábitos de higiene bucal como rotina de escovação e uso de fio dental; - Data da última avaliação de saúde bucal. TODAS AS GESTANTES DEVEM SER ENCAMINH ADAS PARA AVALIAÇÃO ODONTOLÓGICA Idade gestacional: - Data da Última Menstruação (A datação pela DUM pode ser considerada confiável se o primeiro dia da última menstruação for conhecido e os ciclos forem regulares); - Definir Idade Gestacional (IG) utilizando um gestograma ou por meio do seguinte cálculo: somar todos os dias decorridos desde a DUM até a data do atendimento, dividir o total por 7; - Quando a data da última menstruação é desconhecida, mas se conhece o período do mês em que ela ocorreu: Se o período foi no início, meio ou fim do mês, considere como data da última menstruação os dias 5, 15 e 25. Roteiro de atenção ao pré-natal – Enfermagem no Processo de cuidar em Saúde da Mulher - Caso a DUM seja desconhecida, a mulher tenha ciclos irregulares, ou haja incompatibilidade entre a IG estimada pela DUM e os achados do exame físico, deve-se solicitar USG para definição da idade gestacional; - Definição da Data Provável do Parto: (somar 7 dias ao primeiro dia da DUM e subtrair 3 meses ao mês da DUM (se DUM entre abril e dezembro) ou somar 9 meses (se DUM entre janeiro e março). Nos casos em que o número de dias encontrado for maior do que o número de dias do mês, passar os dias excedentes para o mês seguinte, adicionando 1 ao final do cálculo do mês). - Com o disco (gestograma), coloque a seta sobre o dia e o mês correspondentes ao primeiro dia e mês da última menstruação e observe a seta na data (dia e mês) indicada como data provável do parto. Presença de sinais, sintomas e queixas: - Náuseas e vômitos; - Prisão de ventre e/ou flatulência; - Queixas urinárias; - Salivação excessiva; - Pirose; - Corrimento vaginal; - Tontura; -Dor mamária; Dor lombar; Dor pélvica; - Alterações no padrão de sono. Nas consultas seguintes, devem ser abordados aspectos do bem-estar materno e fetal, com atenção para as alterações de risco e das informações coletadas inicialmente. Deverão ser escutadas dúvidas e preocupações da mulher, ser observada a evolução dos seus sentimentos, das suas rotinas de vida, alterações alimentares e fisiológicas, surgimento de atividade uterina, movimentação fetal, além de ser estimulada a fala livre e apresentações de eventuais dúvidas e queixas clínicas diretamente relacionada ou não à gravidez. Faz-se necessário o destaque para a atenção aos aspectos emocionais da gravidez, assim como no parto e puerpério, considerados períodos de grandes transformações psíquicas na mulher. EXAME FÍSICO NO PRÉ-NATAL DE BAIXO RISCO ▪ Lavar as mãos; ▪ Explicar sobre os procedimentos realizados; ▪ Pedir para a gestante esvaziar a bexiga, ao iniciar o exame, fazê-lo no sentido cefalocaudal e não se centrar apenas no abdome, olhar no olho da mulher quando se dirigir a ela; ▪ Diminuir o número de intervenções desnecessárias; manter a privacidade dela ao tocar as mamas e ao realizar exame ginecológico; ao palpar o abdome, fazê-lo com delicadeza; ▪ Chamar o companheiro para participar da consulta, se for do desejo da mulher; ▪ Informar sobre os seus achados e tranquilizar a gestante, após a realização de cada procedimento; ▪ Evitar a posição dorsal durante longo tempo; em caso de anormalidades, não demonstrar espanto, no entanto, não omitir, informar de uma maneira clara e objetiva o problema e encaminhar, quandonecessário. Exame físico e obstétrico Etapa Ações realizadas Dados vitais: - Avaliar sentada ou em decúbito lateral esquerdo: pulso; frequência respiratória; pressão arterial* (PA); frequência cardíaca; temperatura axilar; Palpação de tireoide; - Ausculta cardiopulmonar. Roteiro de atenção ao pré-natal – Enfermagem no Processo de cuidar em Saúde da Mulher Pele e mucosas: - Avaliar coloração, integridade, hidratação, turgor, cloasma, tumorações, manchas, sensibilidade, lesões. Mamas: - Tipo de mamilo (hipertrófico, protuso, semi-protuso, plano e invertido); - Sinal de Hunter (aumento da pigmentação e tamanho da aréola); - Rede de Haller (veias visíveis através da pele em forma de rede); - Presença de Tubérculos de Montgomery (glândulas sebáceas no mamilo); - Excreção de colostro (a partir da 16ª semana); - Avaliar pele (integridade, turgor, lesões, fissuras, estrias etc.). Ganho de peso: - Medida de peso em todas as avaliações e medida inicial de altura (a cada trimestre, em gestantes com menos de 20 anos). - Cálculo do IMC e classificação do estado nutricional baseado na semana gestacional, de acordo com a tabela específica. - IMC: Peso (kg) / altura (m) x altura (m). Edema: - Inspeção na face e membros superiores. - Palpação da região sacra, com a gestante sentada ou em decúbito lateral. - Palpação de membros inferiores (MMII), região perimaleolar e pré- tibial, com a gestante em decúbito dorsal ou sentada, sem meias. - Observar varizes e sinais flogísticos. - Classifica-se o edema em graus de escala ascendente. • *Diante da observação de níveis tensionais iguais ou maiores que 140 mmHg de pressão sistólica, e iguais ou maiores que 90 mmHg de pressão diastólica, aferir novamente, com intervalo de, pelo menos, 4 horas entre as medidas. • Elevação ≥ 30 mmHg da PA sistólica e/ou ≥ 15 mmHg de diastólica em relação à PA anterior à gestação ou até a 16a semana, controlar com maior frequência para identificar HA. Se assintomática e PA < 140/90 mmHg, reavaliar frequentemente e orientar medidas alimentares. OU • A presença de pressão arterial sistólica ≥ 160 e/ou diastólica ≥ 110 mmHg em uma única oportunidade ou aferição configura-se como CRISE HIPERTENSIVA. Exame obstétrico Ação Técnica Altura uterina (Todas as consultas a partir da 12°) - Indica o crescimento fetal e a medida deve ficar dentro da faixa que delimita os percentis 10 e 90 do gráfico de crescimento uterino de acordo com a idade gestacional. - Posicione a gestante em decúbito dorsal, com o abdome descoberto; - Delimite a borda superior da sínfise púbica e o fundo uterino; - Por meio da palpação, procure corrigir a comum dextroversão uterina; - Fixe a extremidade inicial (0cm) da fita métrica, flexível e não extensível, na borda superior da sínfise púbica com uma das mãos, passando-a entre os dedos indicador e médio. - Deslize a fita métrica entre os dedos indicador e médio da outra mão até alcançar o fundo do útero com a margem cubital da mesma mão; - Proceda à leitura quando a borda cubital da mão atingir o fundo uterino; - Anote a medida (em centímetros) na ficha e no cartão e marque o ponto na curva da altura uterina. Roteiro de atenção ao pré-natal – Enfermagem no Processo de cuidar em Saúde da Mulher Determinação aproximada da idade gestacional por exame obstétrico pela medida da altura do fundo do útero: Palpação obstétrica: - Por meio da Manobra de Leopold identificar a situação e a apresentação fetal; Em torno da 36ª semana, recomenda-se a determinação da apresentação fetal (cefálica e pélvica) e da situação fetal (longitudinal, transversa e oblíqua). - Manobras de Leopold (método palpatório em 4 tempo)s: • 1º tempo: delimite o fundo uterino com a borda cubital de ambas as mãos e reconheça a parte fetal que a ocupa; • 2º tempo: deslize as mãos do fundo uterino até o polo inferior do útero, procurando sentir o dorso e as pequenas partes do feto; • 3º tempo: explore a mobilidade do polo, que se apresenta no estreito superior pélvico; • 4 º tempo: determine a situação fetal, colocando as mãos sobre as fossas ilíacas, deslizando-as em direção à escava pélvica e abarcando o polo fetal, que se apresenta. Situação: Apresentação: Roteiro de atenção ao pré-natal – Enfermagem no Processo de cuidar em Saúde da Mulher BCF (Todas as consultas, a partir da 10ª a 12ª semana de gestação): - Constatar a cada consulta a presença, o ritmo, a frequência e a normalidade dos BCF durante um minuto. - Conforme o Protocolo de Atenção Básica: Saúde das Mulheres (BRASIL, 2016), a FC fetal normal é de 110 a 160 bpm. O manual de Pré- natal de Baixo Risco do MS (2013) descreve o valor e 120 a 160 bpm. - Nas gestações múltiplas, ouvem-se dois (ou mais) focos separados entre si por 10 cm (diferem 10 ou 15 bpm); - Caso haja dúvida de que o batimento auscultado seja cardíaco fetal, palpar o pulso da gestante para verificar se a frequência é diferente, ou se trata de ausculta de atividade do coração materno. - Utilizar estetoscópio de Pinard (a partir da 20ª ou 24ª semana) ou Sonar Doppler (a partir da 10º ou 12ª semana). - Posicionar a gestante em decúbito dorsal com abdome descoberto. - Identificar o dorso fetal e realizar a palpação, além disso, deve-se perguntar a gestante em qual lado ela sente mais movimentos fetais; o dorso estará no lado oposto. - Utilizar detector fetal (sonar); Procurar o ponto de melhor auculta; contar os batimentos por um minuto, observando frequência e ritmo. - Nas gestações até a 16ª semana, o ponto de ausculta é próximo do púbis. - Localizar o foco, que nas apresentações cefálicas é infra umbilical e nas pélvicas é supra umbilical; - Nas apresentações cefálicas, o foco coincide com a posição (Dorso fetal); Nas situações tranversas, o foco coincide com a linha abdominal mediana, junto a cicatriz umbilical. Registro dos movimentos fetais: - Caso seja necessário e de acordo com as queixas da gestante, avaliar a frequência e intensidade das contrações de uma gestante, posicionar a paciente em decúbito lateral esquerdo por 10 minutos, colocar a mão no fundo do útero da mesma a fim de avaliar o início de uma contração anotar frequência e duração. - Caso em 10 minutos ela tenha mais de 3 contrações com duração maior que 20 segundos cada uma das contrações, encaminhar paciente para avaliação na maternidade. - De outra forma, a intensidade ou frequência forem menores, são contrações de treinamento ou Braxton Hicks. Exame ginecológico - Caso seja necessário e de acordo com as queixas da gestante é necessário avaliar a pelve, por vezes o exame pode ter o uso do especulo, outras não: inspeção dos genitais externos e internos; - Região anal: atenção para hemorroidas e varizes; - Coleta de material para exame citopatológico, se necessário: a partir de 25 anos em todas as mulheres que têm ou já tiveram atividade sexual, a cada três anos, se os dois primeiros exames anuais forem normais. - O toque vaginal não deve ser usado rotineiramente na avaliação de uma gestante. EXAMES Trimestre Exames 1º Trimestre (1ª consulta) - Hemograma (Hemoglobina e hematócrito); - Tipagem sanguínea e fator Rh; Coombs indireto (se Rh -); - Glicemia de jejum; Roteiro de atenção ao pré-natal – Enfermagem no Processo de cuidar em Saúde da Mulher - TR ou sorologia sífilis (VDRL); TR para HIV ou sorologia (anti-HIV I e II); TR ou sorologia para Hepatite B (HbsAg); TR ou sorologia para Hepatite C (anti-HCV); - Toxoplasmose IgM e IgG; - Urina tipo I (EAS) e Urocultura + antibiograma; - USG obstétrica; - Citopatológico (S/N); Parasitológico (S/N); - Eletroforese de hemoglobina (Se a gestantefor negra, tiver antecedentes familiares de anemia falciforme ou apresentar história de anemia crônica). 2º Trimestre - Coombs indireto (se Rh -); - Teste de tolerância para glicose (TOTG) com 75g, se glicemia no 1º trimestre inferior a 92 mg/dL (preferencialmente entre 24ª e 28ª semanas). 3º Trimestre - Hemograma (Hemoglobina e hematócrito); - Coombs indireto (se Rh -); - Glicemia de jejum; - TR ou sorologia sífilis (VDRL); TR para HIV ou sorologia (anti-HIV I e II); TR ou sorologia para Hepatite B (HbsAg); TR ou sorologia para Hepatite C (anti-HCV); - Toxoplasmose (se IgG não for reagente); - Urina tipo I (EAS) e Urocultura + antibiograma; - USG obstétrica; Atualmente, não existe consenso na literatura sobre os benefícios da realização de ultrassonografia como exame de rotina em mulheres com gestações de risco habitual. No entanto, a portaria do Ministério da saúde que instituiu a Rede Cegonha (BRASIL, 2011) preconiza que todas as gestantes realizem, no mínimo, 1 ultrassonografia obstétrica. Dessa forma, os profissionais da Atenção Básica devem avaliar, conjuntamente com a gestante, o momento mais apropriado de realizar o exame, considerando os recursos disponíveis em cada município. Abaixo as possíveis indicações para a realização de exame ultrassonográfico em cada período da gestação: ULTRASSONOGRAFIA Trimestre Exames 1° trimestre: Solicitação na primeira consulta com a função de verificar a idade gestacional quando não for possível determinar clinicamente a idade gestacional (gestante desconhece a DUM ou refere ciclo irregular), solicitar o mais precocemente possível a ultrassonografia obstétrica. Idealmente, o exame deve ser realizado entre 10 e 13 semanas. Quanto maior o tempo de gestação, maior a margem de erro no cálculo da IG pelo USG em comparação com a DUM confiável. 2° Trimestre: Se for realizado US para detecção do sexo fetal, este deve ser solicitado a partir da 18ª semana. Roteiro de atenção ao pré-natal – Enfermagem no Processo de cuidar em Saúde da Mulher - O momento mais adequado para fazer o rastreamento de malformações é entre 18 e 22 semanas, através do USG Morfológico. 3° trimestre: A literatura não aponta para benefícios da ultrassonografia de rotina em gestações de baixo risco após a 24ª semana de gravidez (Bricker, Medley, Pratt, 2015). Algumas alterações identificadas ao longo da gestação que sugerem a realização de USG com fins diagnósticos: - Alterações no ponto ou traçado da curva de crescimento da altura uterina (Acima da curva superior ou abaixo da curva superior): Suspeita de polidramnia ou oligodramnia, crescimento intrauterino restrito (CIUR). Suspeita clínica de gestação múltipla; IMUNIZAÇÃO NA GESTAÇÃO Vacinas Histórico Vacinal Conduta na Gestação Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (difteria, tétano e coqueluche) – dTpa ou dTpa- VIP Dupla adulto (difteria e tétano) – dT. Três doses de vacina contendo o componente tetânico. Uma dose de dTpa a partir da 20ª semana de gestação, o mais precocemente possível. Uma dose de vacina contendo o componente tetânico. Uma dose de dT e uma dose de dTpa, sendo que a dTpa deve ser aplicada a partir da 20ª semana de gestação, o mais precocemente possível. *Respeitar intervalo mínimo de um mês entre as doses Duas doses de vacina contendo o componente tetânico Uma dose de dTpa a partir da 20ª semana de gestação, o mais precocemente possível.* Não vacinadas e/ou histórico vacinal desconhecido. Duas doses de dT e uma dose de dTpa, sendo que a dTpa deve ser aplicada a partir da 20ª semana de gestação.* Respeitar intervalo mínimo de 1 mês entre elas. Hepatite B Não vacinadas e/ou histórico vacinal desconhecido. Aplicação de três doses (0, 1 e 6 meses). Esquema vacinal anterior não finalizado. Atualizar com as doses necessárias. Influenza Dose única anual. Recomendada nos meses da sazonalidade do vírus, mesmo no primeiro trimestre de gestação. Covid-19 CoronaVac ou Pfizer. Seguir o calendário de vacinação. Para as gestantes que receberam a primeira dose da AstraZeneca, a continuação do esquema vacinal com a Pfizer. Contraindicadas na gestação Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola): Não vacinar na gestação. Após a vacinação com tríplice viral, recomenda-se evitar a gravidez Roteiro de atenção ao pré-natal – Enfermagem no Processo de cuidar em Saúde da Mulher durante um mês (30 dias), apenas por precaução Febre-amarela: Na rotina do serviço de vacinação, a gestante não deve receber a vacina contra febre amarela. Entretanto, em situações de surto, se a gestante reside ou vai se deslocar para área com recomendação de vacinação para febre amarela, ela deve ser vacinada se o risco de adoecer for maior do que o risco de receber a vacina. HPV Não vacinar na gestação. Se a mulher tiver iniciado esquema antes da gestação, suspendê-lo até puerpério. Pode ser aplicada no puerpério e durante a amamentação. SUPLEMENTOS ALIMENTARES Suplemento Prescrição Ácido fólico Na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), está disponível a apresentação de ácido fólico 5mg, ou solução oral de 0,2 mg/ml (40 gotas). Idealmente, iniciar, no mínimo, 30 dias antes da concepção e manter até o primeiro trimestre Ácido fólico 5mg ------------------------------ 30 comp. Tomar 1 comp., VO, 1x dia, antes do almoço. Sulfato ferroso A prescrição de sulfato ferroso deve começar a partir do conhecimento da gravidez até o terceiro mês após parto. Na dosagem de uma drágea de sulfato ferroso/dia (200mg), que corresponde a 40 mg de ferro elementar/dia. Sulfato ferroso 40mg ------------------------------ 30 comp. Tomar 1 comp., VO, 1x dia, antes do almoço. Referências: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2012. 318 p. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf. BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolos da Atenção Básica: Saúde das Mulheres / Ministério da Saúde, Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa – Brasília: Ministério da Saúde, 2016. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_saude_mulheres.pdf
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