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Análise do filme A ONDA sob a psicologia das massas - FREUD

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www.institutoinvest.edu.br 
 
Curso: Psicologia – 2º Semestre 
Discentes: 
 Fabiana Freitas 
Prof°.: Vinícius Data: 22/11/2022 
DISCIPLINA: Psicologia Social 
 
 
ANÁLISE DO FILME 
A Onda / Die Welle (2008) 
 
 SEGUNDO AS TEORIAS DA PSICOLOGIA DAS MASSAS E ANÁLISE DO EU - FREUD 
 
 
 
Relato do Filme: 
 
O filme começa com o professor Rainer Wenger chegando na escola em que leciona para 
adolescentes do ensino médio, com a camiseta da banda Ramones, ao som da música Roch’n’Roll 
High Scholl que em sua tradução diz “Eu não me importo com a História, porque não é lá que eu 
quero estar, odeio os professores e diretor e não quero que me ensinem a ser nenhum otário...” - 
entra no ambiente de trabalho caçoando de seus colegas (professores) que estão fumando próximo a 
janela, sem se importarem com os alunos observando o mau exemplo, e reclama ao ver sua esposa 
(que trabalha na mesma escola) que parecia estar fazendo algum favor para seus colegas de trabalho. 
Ao chegar na sala da diretora, onde é solicitada a sua presença, reclama ao receber a notícia 
de que trabalharia, o tema AUTOCRACIA (regime em que o governo exerce um poder absoluto e 
ilimitado) no projeto da escola, que duraria uma semana – ele queria ter feito sobre anarquia, pois 
alegava conhecer bem o tema, uma vez que já havia participado de movimentos quando mais novo, 
porém, como não preparou seu planejamento, o outro professor ficou com o tema que tanto queria. 
Certo de que havia sofrido uma injustiça, foi pedir para que seu colega trocasse de tema com 
ele, e ouviu a explicação do mesmo que o projeto era para ensinar sobre democracia – deixando a 
entender que ele iria incitar os alunos a fabricarem coquetel molotov. 
Muitos alunos se interessam e se inscrevem para participar na classe do referido tema, onde o 
professor começa conversando com os alunos sobre essa forma de governo e, a fim de provar aos 
alunos que pensam não ser mais possível a volta do mesmo, inicia um ‘tratamento’ com mais 
imposição na turma. 
Alguns estranham, outros recebem isso como um gesto de cuidado e carinho. 
A medida em que os dias da semana vão passando, o professor vai adotando normas e regras 
com a turma. 
http://www.institutoinvest.edu.br/
http://www.institutoinvest.edu.br/
Ele combina com os alunos uma forma de lhes dirigirem a palavra e um tipo de cumprimento 
(gesto simbolizando o cumprimento que devem fazer entre eles). Sugere adotarem um uniforme para 
que os que fazem parte sejam identificados quando estiverem fora da sala. 
Um nome para o grupo é sugerido pelo professor para que a turma escolha - o nome escolhido 
foi ONDA. Com isso, por conta própria, os alunos criam uma marca para sinalizarem o grupo. 
Essas atitudes causam grande alvoroço entre esses adolescentes. 
Muitos alunos que participavam do outro projeto, migram para a turma do professor Rainer, 
ao verem tamanho impacto no comportamento de seus colegas. Com isso, a sala começa a se encher 
e o trabalho professor com a turma ganha visibilidade em toda a escola. 
Motivados pela ideia de que há um “bem maior” por parte do professor, seus alunos deixam 
de lado o aprendizado em questão, e começam a adotar comportamentos fora da sala de aula, e isso 
chama a atenção dos outros professores, tendo a admiração de alguns e a reprovação de outros. 
Sem perceber e sem se preocupar com o fato de que seus alunos estavam se comportando com 
certo exagero, já tomados pela maneira ditadora de agir e pensar, o professor segue em sala de aula 
com explicações sobre o tema, porém vendo a sala com o sentimento de admiração e certeza de que 
suas atitudes eram o início de uma grande revolução e filosofia de vida. 
Mesmo com sua esposa lhe advertindo e alguns alunos indo contra esse sistema, o professor 
não via mal algum na maneira em que conduzia aquele grupo. Até que um dia antes de terminar a 
semana, ele recebe um aluno em sua casa. 
Esse aluno conta ao professor, com muita tristeza e decepção, os comportamentos, tido por 
ele como anormais, pois eram irresponsáveis e violentos. Comportamentos esses que começou a ter, 
após participar do grupo com mais frequência, fora dos horários das aulas. 
O adolescente se referiu a disciplina que o professor estava aplicando como fascista e lhe fez 
enxergar o quão mal seus alunos estavam conduzindo seus comportamentos - alguns de seus alunos 
picharam locais importantes na cidade com a marca do grupo que ele havia ajudado a criar, 
acreditando que era dever “marcar” a cidade com essa autoridade. 
Percebendo que tudo havia fugido de seu controle, Rainer envia uma mensagem de 
convocação aos seus alunos, para se reunirem em um ginásio para o último dia dessa aula. 
A maioria recebe a mensagem como uma confirmação de que estavam no caminho certo, e 
com entusiasmo, pois iriam ouvir o seu líder, acreditando que dali dariam continuidade. 
Ao entrar no ginásio e ver a quantidade de “membros” que a ONDA havia adquirido, o 
professor sentiu certo orgulho do que havia conseguido fazer, porém, logo recobrou seu juízo ao 
entender que aquilo não fazia parte do projeto escolar. 
Então, começa seu discurso enaltecendo tudo o que haviam conquistado, e os adolescentes 
ficam em êxtase. Quando, por fim, ele acalma a multidão e explica que todo aquele comportamento 
em sala de aula era para que entendessem sobre fascismo e comunismo, e que todos estavam errados 
em adotarem tal conduta, alguns dos alunos se revoltam por terem entendido o contrário. 
O professor percebe que a situação era muito grave quando um aluno, num ato de desespero 
por ver que o que tanto admirava e acreditava, não passava de uma maneira equivocada de 
ensinamento, saca uma arma ameaçando a todos no local, atira em outro aluno, e em seguida tira a 
própria vida na frente de todos. 
Com essa tragédia, finda a ONDA, onde termina com o professor Rainer sendo preso por 
coagir seus alunos a tal movimento, o que provavelmente causou muitos danos, tantos para aqueles 
alunos, quanto para o próprio professor. 
 
 
 
Noções teóricas, segundo Freud - livro Psicologia das Massas e Análise do Eu: 
 
Através da análise das características do comportamento dos indivíduos dentro das multidões, 
onde a preocupação é entender, ou ao menos tentar entender, a distância/diferença entre uma 
psicologia individual e uma psicologia social, Freud, vivendo em um período entre guerras, busca o 
que elabora na psicanálise, e cita explicações que alguns estudiosos escreviam sobre o que entendiam 
dos movimentos de massa que levaram as guerras daquele tempo. 
Observando para o que ocorre no filme, baseado em uma história real (lançado em 2008), os 
alunos conheciam os fatores que contribuem para a instauração de um governo autoritário, 
acreditando que esse tipo de governo jamais voltaria a existir naquele país. Conforme o que Freud 
fala da psicologia individual, notei que inicialmente, cada um tinha seu modo de conduta e opinião, 
ou seja, a influência que tinham eram de poucas pessoas, as quais tinham significado para cada um 
individualmente. – “Nas mencionadas relações com os pais e irmãos, com a amada, o amigo, o 
professor e o médico, o indivíduo sempre sofre a influência de apenas uma pessoa, ou um número 
mínimo delas, cada uma das quais adquiriu para ele significação extraordinária” (pag 10). 
Ao criar uma situação artificial para provar aos alunos que pensavam o contrário de que o 
nazismo poderia sim, voltar a ser restabelecido naquele país, o professor cria regras e condutas para 
serem seguidas. Percebo, que os alunos que tinham problemas sérios de relacionamentos em casa, 
receberam essas imposições do professor com facilidade e certa admiração, trazendo um pouco para 
o que acredito ser falta de pertencimento, o que me faz lembrar que Freud fala – “Portanto, a 
psicologia de massas trata oser individual como membro de uma tribo, um povo, uma casta, uma 
classe, uma instituição, ou como parte de uma aglomeração que se organiza como massa em 
determinado momento, para um certo fim. Após essa ruptura de um laço natural, o passo seguinte é 
considerar os fenômenos que surgem nessas condições especiais como manifestações de um instinto 
especial irredutível a outra coisa, o instinto social.” (pg 11). 
Esses fenômenos começaram a se tornar mais evidentes nos alunos, quando o grupo cria a sua 
própria identidade, onde tem atitudes que sozinhos jamais teriam, começam a agir com autoritarismo, 
vandalismo e violência quando reunidos fora da escola. Fenômenos estes que são citados por Freud, 
diante do que Gustave Le Bon escreveu - “Na massa, acredita Le Bon, as aquisições próprias dos 
indivíduos se desvanecem, e com isso desaparece sua particularidade... eles mostram também 
características novas, que não possuíam antes...” (pag 14 e 15). 
Os alunos, vivendo sob o ‘comando’ do professor, provaram do que Le Bon descreveu da 
mente grupal (diante do que um grupo promove), através das colocações de Freud: 
1. “Um sentimento de poder invencível: lhe permite ceder a instintos” (pg 15) que 
sozinho, o indivíduo teria forçosamente refreado. 
2. “Contágio mental: intervém igualmente para determinar a manifestação de 
características especiais nas massas e a sua orientação...numa massa todo 
sentimento, todo ato é contagioso, e isso a ponto de o indivíduo sacrificar facilmente 
o seu interesse pessoal ao interesse coletivo.” (pg 15) efeito que os membros da massa 
exercem uns sobre os outros. 
3. “Sugestionabilidade: determina nos indivíduos da massa características especiais, às 
vezes bastante contrárias às do indivíduo isolado.” (pg 16) equiparado ao fenômeno 
de influência hipnótica. 
 Contudo, no decorrer da história narrada no filme, também ficou claro que com o professor 
aconteceu o fenômeno, quando ele enfatiza o que promove no grupo, percebendo as mudanças em 
seus alunos e o quão grande sua turma ficou, trazendo aqui a explicação de Freud, diante do que Le 
Bon diz sobre os líderes das massas: “Ele próprio tem de estar fascinado por uma forte crença (numa 
ideia), para despertar crença na massa; ele tem de possuir uma vontade forte, imponente, que a 
massa sem vontade vai aceitar.” (pg 21) . 
 Quando o professor informa ao grupo que aquilo era apenas um experimento e que chegara 
ao fim, onde os alunos ficam indignados com a conduta do ‘líder’ e sentem-se traídos, aflora a 
descrição da alma da massa, explicada por Le Bon, onde compara a maneira de agir dos participantes 
com povos primitivos e com as crianças: “A massa é impulsiva, volúvel e excitável. É guiada quase 
exclusivamente pelo inconsciente.4 Os impulsos a que obedece podem ser, conforme as 
circunstâncias, nobres ou cruéis, heroicos ou covardes, mas, de todo modo, são tão imperiosos que 
nenhum interesse pessoal, nem mesmo o da autopreservação, se faz valer.” (pg 18) 
 Com a morte de um aluno e ferimento do outro, por conta do descontrole de sua turma, o 
professor acaba sendo preso, dando a entender que aquela massa se desfizera. Assim como Le Bon 
destaca que apesar do grupo ter o sentimento de onipotência e ser muito crédulo a influência do outro, 
não são capazes de serem perseverantes, não continuam: “A massa psicológica é um ser provisório” 
(pg 13)

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