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Estágio resumo 4

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Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Curso: Licenciatura em História
Docente: Prof.ª Dr.ª Luciana da Cruz Brito
Disciplina: Estágio Supervisionado em História III
Discentes: Camila Sena e Rosinete Gonçalves
Período: 2022.1
NASCIMENTO, Wanderson Flor do. As religiões de matrizes africanas, resistências e contexto escolar: Entre encruzilhadas.___In: Memórias de Baobá II. Fortaleza: Imprece,2015, p. 41-59.
O artigo tem o objetivo de evidenciar a espiritualidade dentro das escolas, atreladas à cultura de matriz africana, colocando o ambiente escolar não apenas como um lugar de aprendizagem, mas também, como um lugar que permite a criação da relação de resistência. É determinado que no Brasil, a escola seja laica, um espaço de pluralidade e diversidade de concepções religiosas, ou não. 
Não obstante há o interesse discriminatório na orientação religiosa dentro do ambiente escolar, onde a laicidade é usada para impedir a manifestação religiosa de crenças consideradas não majoritárias, como as religiões de matrizes africanas que são constantemente associadas a práticas demoníacas. Todavia, há crenças hegemônicas consideradas como únicas e verdadeiras, que podem ser manifestadas dentro da escola como um conjunto de valores sociais, ferindo assim a laicidade e o pluralismo religioso.
As religiões de matrizes africanas permitem aos brasileiros a construção de conhecimento de suas práticas, valores, crenças, cultura e organização através da oralidade. Suas múltiplas relações de integração e unicidade com a natureza, com a ancestralidade e com as comunidades, indo além de sua caracterização, constituem uma herança cultural para o Brasil. O caráter de cosmovisão das RMAs não é bem recebida dentro dos princípios da “laicidade” escolar. Pois, na filosofia ancestral não existe a binariedade entre bem e o mal, certo ou errado, sendo assim, as RMAs vivem na marginalização da sociedade, que vai na contramão do seu projeto de resistência e na construção de identidades. Nascimento, ainda acrescenta que a estrutura escolar vinculada a essas instituições “laicas” possuem um ambiente competitivo e de caráter capitalista, deste modo, criando uma atmosfera de despotismo religioso.
Em síntese, segundo o autor pode existir uma solução para evitar que novos espaços opressivos sejam criados, neste caso, dialogando com os orixás: Exu e Ogum. Ambos os orixás na cosmovisão yoruba significam respectivamente comunicação, caminho, inteligência e tecnologia. Logo, a partir dos princípios dos orixás, pode ser possível construir novos caminhos onde possa coexistir uma mesma comunidade com ideias divergentes, mas com condições de habitarem em conjunto no mesmo espaço.

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