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Microbiologia Letícia Iglesias Jejesky Med 106 1 Interação entre homem e os microrganismos Na aula anterior vimos que as bactérias estão presentes no corpo em concentração dez vezes maior do que a concentração de células. Mas quais são os tipos de interações que esses microrganismos fazem com os seres humanos? Estamos constantemente expostos a diferentes microrganismos e alguns fazem parte da nossa microbiota; Mutualismo – bactérias da microbiota intestinal são importantes no processo de digestão e fazem parte das barreiras fisiológicas do corpo. A maioria causa pequena ou nenhum dano; Alguns causam infecções severas promovendo uma potencial destruição de tecidos e funções corporais. Quando falamos de interação entre microrganismos e seres humanos, a primeira coisa em mente é que estamos constantemente expostos aos microrganismos, mas nem sempre estamos doentes. Isso demonstra que a maioria causa pequeno ou nenhum dano ao corpo. Sendo assim, dentro da dinâmica populacional, a minoria possui característica patogênica. Organismos que crescem na superfície ou no interior de um hospedeiro causando danos são denominados parasitas. Parasitas microbianos são denominados patógenos. O resultado da interação hospedeiro X parasita depende da patogenicidade, ou seja, a capacidade de um patógeno provocar danos em um hospedeiro depende da resistência ou suscetibilidade do hospedeiro em relação ao patógeno. A interação vai ser benéfica ou prejudicial dependência da patogenicidade (da capacidade que o patógeno tem de causar de provocar danos ao hospedeiro). Além disso, outro fator relacionado com o desencadeamento de processo infeccioso está relacionado a resistência ou suscetibilidade do hospedeiro. Parasitas são organismos que causam danos ao nosso corpo; quando os parasitas são microscópicos eles chamam-se patógenos. Patogenicidade é a capacidade desses agentes provocarem algum dano ao hospedeiro, sendo ela variável. Para que a doença ocorra ou não depende da resistência e da suscetibilidade do hospedeiro em relação ao patógeno. Patogenicidade varia de acordo com os patógenos. A medida quantitativa da patogenicidade é a virulência – que é o número de células capaz de desencadear uma resposta patogênica no hospedeiro dentro de um período de tempo. A virulência dá o maior potencial patogênico aos agentes e é ela que quantifica a patogenicidade; quando a bactéria é mais virulenta ela tende a ser mais agressiva. Exemplo: uma cepa mais virulenta da Covid- 19 é mais patogênica, apresenta maior danos às células e tecidos do hospedeiro. Bactéria muito patogênica não precisa de carga tão alta para iniciar processo infeccioso. Bactéria pouco patogênica precisa de carga maior para iniciar processo infeccioso. Se sou muito virulento, não preciso de muitos agentes para provocar o problema. A interação hospedeiro parasita corresponde uma relação dinâmica entre os dois organismos, a virulência do patógeno e a resistência do hospedeiro que estão em constante alteração. Para que de fato ocorra doença, existe uma relação dinâmica que é dependente da característica do hospedeiro e do patógeno. Fatores inerentes ao hospedeiro (ou seja, que minimizam a possibilidade de estabelecimento do processo infeccioso): Imunidade Nutrição Estilo de vida – hábitos e costumes (alcoolismo, tabagismo – no processo infeccioso o corpo está mais debilitado para responder) Idade (crianças e idosos) Medicamentos (uso de corticoides, por exemplo, atua em sistema imune; antimicrobiano lesiona e diminui concentração de microbiota, deixando mais susceptível a processos infecciosos). Microbiologia Letícia Iglesias Jejesky Med 106 2 Fatores inerentes ao patógeno: Virulência: capacidade de trazer dano (alguns são mais agressivos ou não – quem determina isso é matéria genético). Número (maior virulência não precisa de população grande; menor virulência precisa de população maior). Exemplo: Em relação ao Covid, os profissionais de saúde da linha de frente no início da pandemia principalmente estavam submetidos à uma carga viral maior, o que facilitava a promoção de processos infecciosos mais graves e uma evolução mais severa, nos hospitais estavam os casos mais virulentos. Resistência antimicrobiana Localização – modo de transmissão; se um microrganismo é transmitido pelo ar; é mais fácil do que pela água. Tamanho – tamanho da partícula, se o patógeno for pequeno ele ultrapassa todas as barreiras (isso é muito importante em relação ao trato respiratório). Nem toda interação será maléfica e vai gerar um processo infeccioso. Constantemente somos expostos e nem sempre ficamos doentes. Se o hospedeiro estiver responsivo e a infecção for de agente de baixa patogenicidade, a doença mal se manifesta. Interações entre homem e os microrganismos O corpo animal não corresponde a um ambiente microbiano uniforme; Cada região ou órgão difere química e fisicamente, correspondendo a um ambiente seletivo, que favorece o crescimento de determinados microrganismos; A pele, trato respiratório, trato gastrointestinal, fornecem uma grande variedade de ambientes físico-químicos nos quais diferentes microrganismos podem crescer seletivamente – ou seja, cada região apresenta uma característica e ambiente diferenciado permitindo a presença de determinados microrganismos. Os microrganismos que conseguem colonizar um hospedeiro com sucesso (de modo que façam parte da microbiota), conseguem sobrepor os mecanismos de defesa que as células hospedeiras apresentam – as características de cada trato estão relacionadas com fatores que permitem que esse sítio seja protegido de agentes infecciosos. Então, se há naquele local microrganismos colonizando, significa que eles conseguiram sobrepor os mecanismos de defesa naquele ambiente de forma que eles possam colonizam e se multiplicar de forma benéfica. O corpo animal não é ambiente uniforme – isso permite adaptação de alguns microrganismos e de outros não; favorece o crescimento de determinados microrganismos. O corpo tem sítios com características físico- químicas diferentes. Ex.: pH estomacal é ácido, diferente da boca; não é qualquer microrganismo que coloniza ali. Os microrganismos que colonizam esses sítios são adaptados a essas situações. Interação entre microrganismos e o homem Microbiota humana Vias de regra os microrganismos são encontrados nas regiões corporais expostas ao ambiente, como pele, cavidade oral, trato respiratório, trato intestinal e trato urogenital; Normalmente não são encontrados em órgãos, sangue, linfa e sistema nervoso – presença de microrganismos indício de infecção grave. Esses sãos alguns ambientes que tendem a ser estéreis e a não ter população microbiana colonizando esses lugares. A presença de microrganismos nesses lugares caracteriza infecção grave. Microrganismos que habitam, em circunstâncias normais, o corpo humano adulto saudável; Centenas de espécies e bilhões de microrganismos individuais, que coletivamente referidos como microbiota normal, crescem na superfície ou no interior do corpo humano. Microbiota Considerando os cinco sítios do nosso corpo, serão discutidas as características de cada sítio e quais microrganismos compõe cada sítio. Microbiologia Letícia Iglesias Jejesky Med 106 3 Microbiota normal da pele A pele é formada de três camadas: epiderme, derme e hipoderme. Na epiderme temos uma superfície não vascularizada e queratinizada. Na derme, encontram-se vasos sanguíneos, glândulas e irrigação nervosa. Na hipoderme também há vasos e irrigação nervosa, bem como o centro dessas glândulas. Cada extrato possui uma característica, baseado nessa característica há uma diferença na composição do extrato. A superfície da pele (epiderme) não é um local favorável devido a intensa desidratação – o extrato córneo queratinizado é pouco abundando em quantidade de água. A maioria dos microrganismos da pele está associado as glândulas sudoríparas; Glândulas principalmente localizadas nas axilas, regiões genitais, mamilos e umbigo, inativas na infância e ativas na puberdade – superfícies mornas e úmidas. Os hormônios ditam as atividades que estão acontecendo em nosso corpo. Além disso, a microbiota não é algo estático, estando em processo de formação e é alterada de acordo com a atividade hormonal. Sendo assim, as características relacionadas com a microbiota podem varias de acordo com a idade e de indivíduo para indivíduo. Secreção inodora – odor axilar resultado da atividade bacteriana. Folículo piloso associado a glândulas sebáceas - secreção lubrificante - ambiente favorável para a presença de microrganismos. Regiões de nuca, couro cabeludo, etc. Secreções das glândulas da pele ricas em ureia, aminoácidos, sais, ácido lático, lipídeos, e pH= 4 a 6. A presença dessas secreções permite uma maior variedade da microbiota que reside na pele. Microbiota composta por populações de microrganismos transitórios e residentes – a microbiota da pele é formada por microrganismos ali já estabelecidos que estão adaptados e convivem em equilíbrio. Contudo, nossa pele é a camada mais externa e está constantemente exposta então, alguns microrganismos podem entrar em contato com nossa pele, mas não conseguem se manter, eles são os microrganismos transitórios, pois não conseguem colonizar. Nossa pele apresenta três zonas específicas: pele sebácea, pele úmida e pele seca. De acordo com regiões, encontram-se essas características que, baseado nelas, os microrganismos que compõe a microbiota variam. A disponibilidade de alguns componentes favorece a presença de microrganismos em detrimento de outros, sendo assim, a pele não é um sítio estático. Fatores que podem afetar a microbiota da pele Clima, aumento de temperatura e de umidade – esses fatores podem promover maior ou menos umidade, maior ou menor temperatura; favorecem ou não um grupo de determinados microrganismos. Idade – crianças apresentam uma microbiota mais variada e não definida; Higiene pessoal – favorece acumulo de matéria orgânica Microbiota oral Habitat microbiano complexo e heterogêneo do corpo; Saliva não corresponde a um meio de cultura adequado – presença de enzimas que lisam as células bacterianas (lisozima); Apesar da presença de enzimas que inibem o crescimento de algumas bactérias, a presença de partículas de alimentos e fragmentos celulares, tornam a cavidade oral um habitat microbiano muito favorável. A abundância de nutrientes na cavidade oral favorece a presença de microrganismos variados e heterogêneos quando comparados com outros sítios. Microbiota em bebês com até um ano de vida – anaeróbios aerotolerantes (Streptococcus e Lactobacillus) e alguns aeróbios; Microbiologia Letícia Iglesias Jejesky Med 106 4 Surgimento dos dentes – predominantemente composta por microrganismos anaeróbios adaptados a crescer na superfície dos dentes e sulcos gengivais. Placa dental – bactérias que podem começar a crescer de forma indiscriminada e desenvolver processo infeccioso. A microbiota oral está relacionada com o tipo de alimentação. Os bebês têm até os 6 meses alimentação exclusivamente de aleitamento. Após isso, a alimentação muda, aumentam os nutrientes e aumenta a diversidade de microrganismos. Microbiota normal do trato gastrointestinal Três compartimentos distintos: estômago, intestino delgado e grosso Estômago – pH= 2,0 O estomago é uma barreira química para a entrada de agentes exógenos no intestino; Contagem bacteriana baixa no estômago Algumas das bactérias que colonizam o estômago correspondem a organismos encontrados na cavidade oral, os quais são introduzidos pela passagem dos alimentos. Helicobacter pylori – podem colonizar a parede estomacal, formando úlceras. O pH estomacal é uma forma de proteção, pois nem todas as bactérias tem a capacidade de sobreviver em alto nível de acidez. Intestino delgado - duodeno e íleo conectados pelo jejuno Duodeno adjacente ao estômago – pH relativamente ácido, ou seja, possui microbiota semelhante a encontrada no estômago; Duodeno ao íleo – pH torna-se gradativamente menos ácido – aumento no número de bactérias; Porção final do íleo – milhões de células por grama de conteúdo intestinal. Quando pensamos nos compartimentos do trato gastrointestinal, precisamos levar em consideração que partimos de um ambiente de menor concentração de microrganismos para maior concentração de bactérias. Intestino Grosso Cólon – enorme quantidade de bactérias – câmara de fermentação in vivo. As bactérias atuam de forma simbiótica, ou seja, de forma benéfica para as células do corpo. Elas têm contato com diferentes nutrientes, atuam fermentando esses constituintes e liberam outros compostos que são utilizados e absorvidos a nível de intestino grosso, sendo essa relação benéfica para as células do nosso corpo. Grande presença de aeróbios facultativos – Escherichia coli. Muitos autores podem chamar de anaeróbios facultativos, mas é a mesma coisa. Quando falamos de anaeróbios facultativos, é uma bactéria aeróbia, mas que faculta em ambiente de anaerobiose. Os aeróbios facultativos crescem tanto na presença quanto na ausência de oxigênio. Atividades dos aeróbios facultativos criam um ambiente de anaerobiose favorecendo o crescimento de Clostridium spp (anaeróbio obrigatório). Ou seja, a ação dos aeróbios facultativos consome o oxigênio presente no ambiente, promovendo anaerobiose que favorece o crescimento de bactérias anaeróbias obrigatórias, como é o caso do Clostridium spp. Curiosidade: 1/3 da matéria fecal é formado por bactérias. A microbiota intestinal de humanos pode variar qualitativamente de acordo com a dieta. Por exemplo: uma dieta rica em carne apresenta maior quantidade de Bacterioides e menor de coliformes e bactérias láticas, quando comparados com dieta vegetariana – ou seja, de acordo com a alimentação há a seleção e o favorecimento de determinados grupos bacterianos em detrimento de outros. A microbiota influencia profundamente as funções do hospedeiro, realizando uma ampla variedade de funções metabólicas. Produção de vitamina B12 e K. Microbiologia Letícia Iglesias Jejesky Med 106 5 Terapia antimicrobiana – transplante fecal A terapia antimicrobiana pode levar ao quadro de colite causada por Clostridium que já estava no intestino ante do uso dessas antimicrobianos, mas antes estava vivendo em harmonia. Uso de antimicrobiano morte indiscriminada de microbiota nativa Clostridium é bactéria que produz esporo esporo resiste aos antimicrobianos germina cólon dominado por Clostridium diarreia profusa. Desiquilíbrio por utilização do antimicrobiano favorece disseminação dos esporos, consequentemente, acontece a colite severa. Opções terapêuticas: o transplante fecal consiste em utilizar a microbiota de indivíduo saudável e inserir em paciente acometido por tubo nasogástrico (tem que ser protegida do suco gástrico) ou por colonoscopia. Microbiota normal do trato respiratório Trato respiratório superior – nasofaringe, cavidade oral laringe e faringe Presença de microrganismos nas áreas banhadas pelas secreções das membranas mucosas. Esse ambiente úmido favorece a presença de microrganismos. As bactérias penetram por inalação, embora a maioria seja capturada nas vias nasais e oral sendo expelidas ou deglutidas. Os microrganismos, ao serem inalados, penetram, sendo que a maioria são capturados, impedindo que cheguem aospulmões, sendo expelidos ou deglutidos. Estafilococos, estreptococos, bacilos e cocos Gram-negativos – são grupos bactérias que conseguiram superar as defesas e colonizam de forma equilibrada esse trato. Trato respiratório inferior – traqueia, brônquios e pulmões – essencialmente estéreis A maioria dos microrganismos ficam retidos na parte superior deste trato, durante o processo de respiração. A medida que o ar passa para a porção inferior o fluxo diminui acentuadamente, havendo deposição dos microrganismos nas paredes da via respiratória; Epitélio ciliado – movimento ciliar ascendente – eliminação na saliva e secreções nasais. Além do muco que retém os microrganismos, o movimento ciliar ascendente carreia esses microrganismos até as porções mais superiores, permitindo que eles sejam eliminados na saliva ou nas secreções nasais. Partículas menores que 10µm alcançam os pulmões. Microbiologia Letícia Iglesias Jejesky Med 106 6 Diferente do que foi observado no trato gastrointestinal, no trato respiratório saímos de uma maior concentração de bactérias (trato superior) para uma menor concentração de bactérias (trato inferior). Conforme o ar passa pelas vias áreas, elas se estreitam e fazem com que os microrganismos tenham mais contato com o epitélio. O epitélio tem células caliciformes que produzem muco e cílios que filtram e tem movimentação ascendente. Muco: prendem componentes. Movimentos ciliares ascendentes: expulsam microrganismos. O tamanho é importante, sendo assim, se a particular for pequena, ela consegue passar com mais facilidade, isso desencadeia processos infecciosos respiratórios. Microbiota normal de trato urogenital Rins e Bexiga – normalmente estéreis Células epiteliais que revestem a uretra são colonizadas por bacilos Gram negativos aeróbios facultativos. Exemplo: E. coli, Proteus mirabilis – compõem microbiota mas são patógenos oportunistas. É muito comum o desenvolvimento de processos infecciosos do trato urinário por esses patógenos. Infecção ascendente – da uretra para bexiga ou rins. Alterações corpóreas como pH, permitem que estes microrganismos se multipliquem e desenvolvam o processo de infecção. Qualquer alteração na composição do sítio, como na urina, por exemplo, pode alterar a microbiota na uretra e favorecer processo infeccioso. Alguns órgãos apresentam esterilidade, sendo assim, a presença de microrganismos nesses órgãos indica processo infeccioso. Vagina Mulheres adultas – pH ligeiramente ácido por conta da presença de glicogênio – fermentado por Lactobacillus que reduzem o pH. A partir da fermentação do glicogênio por Lactobacillus, o pH é reduzido. Podem estar presentes leveduras (Candida), estreptococos e E. coli. Antes da puberdade e na menopausa Ausência de glicogênio – pH se eleva (alcalino). Não há hormônios atuando de forma específica, sem glicogênio não há Lactobacillus (tanto na puberdade quanto na menopausa). Ausência de Lactobacillus. Quais fatores determinam a composição da microbiota? Cada sítio possui características que determina a sua microbiota. Os fatores que determinam isso é a temperatura, exigência atmosférica, acidez, disponibilidade de água, pressão osmótica. Casa sítio tem o seu parâmetro. Interações prejudiciais entre microrganismos e o homem Diversas interações microbianas são prejudiciais ao hospedeiro – potencial de causar doenças; A patogenicidade, ou capacidade de um microrganismo causar uma doença é iniciada pela exposição e aderência do organismo a célula do hospedeiro, seguida pela invasão, infecção, resultando na doença (dano ou lesão tecidual). Para que a doença de fato ocorra, os microrganismos patogênicos precisam superar cada uma das seguintes etapas: 1. Exposição ao patógeno no hospedeiro 2. Adesão: interações específicas entre moléculas do patógeno e molécula presentes nos tecidos do hospedeiro. Macromoléculas importantes: Cápsula e glicocálix: adesão as células hospedeiras e outros microrganismos, além de proteção contra respostas do sistema imune; Fímbrias e pilli: estruturas proteicas da superfície celular de bactérias envolvidas no processo de adesão. Se o microrganismo possui componentes estruturais que facilitam a adesão, ele tem fatores de virulência. Microbiologia Letícia Iglesias Jejesky Med 106 7 3. Invasão Capacidade de um patógeno entrar nas células ou tecidos hospedeiros, propagar- se e causar doença. A maioria das infecções microbianas se iniciam em rupturas ou ferimentos na pele ou membranas mucosas do trato respiratório, digestório ou genitourinário – esse processo facilita a invasão. Após a entrada o microrganismo se mantém a princípio naquela região, infecção localizada; Alternativamente podem alcançar o sangue (ou a corrente linfática) – distribuição sistêmica – septicemias – infecção generalizada. 4. Fatores de Virulência Aprimoram a capacidade de invasão promovendo uma infecção patogênica. Os microrganismos podem produzir componentes que facilitam a dispersão dele no organismo do hospedeiro. Enzimas – promove a disseminação dos organismos pelos tecidos; Exotoxinas – proteínas tóxicas liberadas pela célula do patógeno na medida que ele cresce; as toxinas levam os danos celulares, promovendo maior disseminação desse agente. Endotoxinas – componentes estruturais da membrana externa Gram negativa. Ou seja, o grau de infecção que vai determinar se a bactéria vai desenvolver infecção mais localizada ou mais abrangente está relacionada aos fatores de virulência. É preciso lembrar que quando se trata de interações prejudicais, temos que ter em mente que há fatores inerentes ao hospedeiro e fatores inerentes ao patógeno. Dentro de um equilíbrio, existe a relação de proteção com a nossa imunidade, a microbiota, etc.
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