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VIVENCIANDO APLICAÇÃO DO CONTEÚDO INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS ÁREAS DE CONHECiMENTO DO ENEM TEORIA MULTiMÍDiA CONEXÃO ENTRE DiSCiPLiNAS DiAGRAMA DE iDEiAS HERLAN FELLiNi Caro aluno Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclu- siva metodologia em período integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A seguir, apresentamos cada seção: No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidado- sa seleção de conteúdos multimídia para complementar o reper- tório do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreen- são, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc. Tudo isso é encontrado em subcategorias que facilitam o apro- fundamento nos temas estudados – há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até sugestões de aplicativos que facilitam os estudos, com conteúdos essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica, em uma seleção realizada com finos critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso aluno. Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreen- são de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos temas para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. Para evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvol- vida a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações entre aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato em seu dia a dia. Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm, a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia. Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resol- vê-las com tranquilidade. Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria- mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los em suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aqueles que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio de esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas. Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos princi- pais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organização dos estudos e até a resolução dos exercícios. Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela- borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos conteúdos de cada área, de cada disciplina. Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abran- gem conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como Biologia e Química, História e Geografia, Biologia e Mate- mática, entre outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com essa realidade por meio de explicações que relacionam a aula do dia com aulas de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizando temas da atualidade. Assim, o aluno consegue entender que cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz parte de uma grande engrenagem no mundo em que ele vive. De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol- vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo o território nacional. Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques- tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com- pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua- dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno que vai se dedicar à rotina intensa de estudos. Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compila- dos, deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e co- mentados, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difí- cil compreensão torne-se mais acessível e de bom entendimento aos olhos do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever, a qualquer momento, as explicações dadas em sala de aula. © Hexag Sistema de Ensino, 2018 Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2021 Todos os direitos reservados. Autores Alessandra Alves Vinicius Gruppo Hilário Diretor-geral Herlan Fellini Diretor editorial Pedro Tadeu Vader Batista Coordenador-geral Raphael de Souza Motta Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica Hexag Sistema de Ensino Editoração eletrônica Arthur Tahan Miguel Torres Matheus Franco da Silveira Raphael de Souza Motta Raphael Campos Silva Projeto gráfico e capa Raphael Campos Silva Imagens Freepik (https://www.freepik.com) Shutterstock (https://www.shutterstock.com) ISBN: 978-65-88825-29-7 Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições. O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não representando qualquer tipo de recomenda- ção de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora. 2021 Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino. Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP CEP: 04043-300 Telefone: (11) 3259-5005 www.hexag.com.br contato@hexag.com.br GEOGRAFIA GEOGRAFIA 1 GEOGRAFIA 2 Aulas 1 e 2: Movimentos da Terra 6 Aulas 3 e 4: Coordenadas geográficas e fuso horário 14 Aulas 5 e 6: Noções de cartografia 22 Aulas 7 e 8: Elementos do clima e fatores climáticos 34 Aulas 1 e 2: Introdução à história do pensamento geográfico 46 Aulas 3 e 4: Geologia 56 Aulas 5 e 6: Geologia do Brasil e exploração mineral 66 Aulas 7 e 8: Geomorfologia: forças estruturais e esculturais 76 SUMÁRIO INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS UFMG Pede em seus exercícios os principais con- ceitos, utilizando, muitas vezes, textos-base para sua resolução. É vital que o aluno não saio do texto, pois a Unesp quer saber se o candidato compreendeu por que aquele texto foi escolhido. A Unicamp costuma abordar esses temas em seus vestibulares com o auxílio de mapas e esquemas, para que o aluno raciocine para além do enunciado. Embora as provas versem sobre assuntos da atualidade, os temas desta frente aparecem vez por outra, apresentando um nível médio de dificuldade, e sempre com material de apoio, como mapas e gráficos.As questões não apresentam surpresas, principalmente quando se trata de geografia física, como climatologia, que aparece em quase todas as provas. Essa prova presa sempre pela objetividade com relação aos temas desta frente, na qual carto- grafia e clima merecem destaque especial. As últimas provas mostraram um domínio de conteúdo relacionado, principalmente, a fuso horário e noções de cartografia, além de trazer elementos do clima e fatores climáticos. Esses são temas que o Enem adora explorar, e nessas questões podem aparecer de tudo: textos-base, mapas e gráficos, principalmente aqueles que chamam atenção para situações do cotidiano. A UERJ é um vestibular que utiliza muitos ma- pas, para a maioria dos temas deste caderno, principalmente em questões discursivas. Para um bom desempenho nas provas, o aluno não pode deixar de exercitar leituras e exercícios com mapas. Essa prova é bastante tradicional e conteu- dista, orientada para todos os temas desta frente, ou seja, astronomia, cartografia e clima estão sempre presentes. O vestibular Souza Marques apresentou, nos últimos anos, uma tendência a inserir questões relacionadas à geografia física, de forma bem equilibrada. Observa-se uma concentração de temas sobre os elementos do clima e fatores climáticos. Este vestibular não apresenta em seu edital mais recente e nem exige nas provas dos últimos vestibulares questões relacionadas à disciplina de Geografia. Clima é um tema certeiro nas provas da Federal do Paraná. Estudar bem os conceitos e aplicá-los em escala local é a chave para um bom resultado. Os candidatos precisam explorar os temas desta frente e relacioná-los às questões regionais, pois é assim que os exercícios costumam aparecer. Os temas abordados neste caderno são pedidos com frequência nas provas da FUVEST. É muito importante que o aluno compreenda bem os conceitos de localização e cartografia. Este vestibular explora os temas desta frente de maneira bastante tradicional, principalmente no que tange a cartografia, onde as projeções cartográficas são recorrentes nas provas. GEOGRAFIA 1 6 1. Introdução É notável o fascínio que as pessoas sentem pelo céu. Quem nunca admirou um pôr do sol ou ficou impressionado com uma tempestade? Contudo, ainda hoje, os fenômenos ce- lestes que fazem parte do cotidiano não são compreendi- dos por grande parte da humanidade. O interesse pelos mistérios do Universo faz parte da natureza humana desde o começo da civilização. Ao mesmo tempo em que a exten- são e beleza do Universo é admirada, o desafio de conhe- cê-lo é instigante, pois, ao investigar o Cosmos, a humani- dade está indagando também sobre a sua própria origem. A luz e o calor do Sol durante o dia, o luar e as estrelas à noite, o ciclo das estações, a necessidade de se orientar nos percursos de um lugar a outro e de estabelecer uma cro- nologia para os acontecimentos foram motivos suficientes para o homem tentar equacionar o Universo. 2. Movimentos da Terra Do ponto de vista da ciência, a Terra possui um único mo- vimento, que pode, dependendo de suas causas, ser divi- dido nos seguintes componentes: movimento de rotação em torno de seu eixo; movimento de translação em torno do Sol; movimentos de precessão e de nutação; movimento dos polos; movimento em torno do centro de nossa galáxia. Os dois primeiros são os principais, pois suas influências podem ser sentidas diariamente. FONTE: YOUTUBE Série “Cosmos”. Produzida pelo astrônomo Carl Sagan Productions O segredo dessa série de treze horas foi o talento de comunicador de Sagan, capaz de desmistificar o que até então fora informação científica inacessível. A versão escrita desse programa continua a ser o livro de divul- gação científica mais vendido da história. F Y multimídia: vídeo 2.1. Movimento de rotação O movimento de rotação ocorre quando a Terra gira em torno de si mesma, de oeste para leste, isto é, em torno de um eixo imaginário que passa por seus polos. A duração do chamado dia sideral, ou seja, o tempo necessário para a Terra comple- tar uma volta em torno de seu eixo (360º exatos), é de 23 horas, 56 minutos, 4 segundos e 9 décimos. Em relação ao Sol, o tempo de rotação médio, o chamado dia solar médio, é de 24 horas. O dia solar é compreendido como o período en- tre duas passagens sucessivas do Sol sobre o meridiano local e varia ao longo do ano, sendo sempre superior ao dia sideral. É devido a isso que existe a sucessão de dias e noites, fa- tor que desempenha um papel fundamental no equilíbrio da temperatura e da composição química da atmosfera. A rota- ção provoca a sensação de que o Sol se movimenta em rela- ção à Terra, de leste (nascente – levante) para oeste (poente); entretanto, é a Terra que se movimenta em relação ao Sol. A velocidade desse movimento é de aproximadamente 1.666 km/h, ou 465 m/s, que é bastante elevada, porém muito inferior à de outros astros do Universo. É interessan- te notar que a velocidade aumenta nas áreas próximas à linha do equador, região em que o raio terrestre é maior. Na cidade de Porto Alegre, por exemplo, a velocidade da rotação terrestre cai para 1.450 km/h. AULAS 1 E 2 HABILIDADE: 6 COMPETÊNCIA: 2 MOVIMENTOS DA TERRA 7 Outros efeitos do movimento de rotação são: o formato geoide da Terra, isto é, ela é achatada nos polos e expan- dida no equador, não formando uma esfera perfeita; as correntes marinhas; a circulação atmosférica e o desnível entre os oceanos. Na verdade, a Terra, assim como os demais planetas sola- res, gira em torno do próprio eixo porque não existe ne- nhum tipo de força ou resistência capaz de parar a sua rotação, que se perpetua. Acredita-se que, depois do sur- gimento do Universo, os corpos celestes colidiram-se (e ainda colidem-se) por várias vezes, o que fez com que os elementos constituintes dos planetas se mantivessem em movimentos giratórios. É importante considerar que nem sempre a rotação dos planetas é no sentido anti-horário, a exemplo de Urano e Vênus, que giram no sentido horário. O ABCD da Astronomia e Astrofísica - J. E. Horvath A Astronomia constitui um “ponto de encontro” da Física com a Matemática e com outras disciplinas. O presente trabalho oferece uma visão breve e atualiza- da de praticamente todas as áreas da Astronomia, com especial ênfase na Astrofísica Estelar, Cosmologia e a nascente Astrobiologia. multimídia: livro 2.2. Movimento de translação A Terra, ao mesmo tempo em que gira em torno do seu eixo, também realiza o movimento de translação, que consiste em dar uma volta completa em torno do Sol. Para realizar esse movimento, ela utiliza cerca de 365 dias – ou precisamente 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. O trajeto per- corrido com esse movimento é denominado órbita terrestre. A órbita terrestre é elíptica, onde o Sol está ligeiramente des- locado em relação ao centro do movimento. A Terra está mais próxima do Sol entre 4 a 7 de janeiro e mais distante entre 4 e 7 de julho. FONTE: YOUTUBE A ciência em si – Gilberto Gil F Y multimídia: música 2.3. Periélio e afélio O periélio é o ponto da órbita de um corpo, seja ele planeta, asteroide ou cometa, que está mais perto do Sol. Quando um corpo está no periélio, ele tem a maior velocidade de translação de toda a sua órbita. A distân- cia entre a Terra e o Sol no periélio é de cerca de 147,1 milhões de quilômetros. O afélio, por sua vez, é o ponto da órbita em que um plane- ta ou um corpo está mais distante do Sol. Quando se trata de um objeto que orbita uma estrela que não o Sol, esse ponto é denominado apoastro. A distância entre a Terra e o Sol no afélio é de cerca de 152,1 milhões de quilômetros. Quando um astro está no afélio, ele tem a menor veloci- dade de translação de toda a sua órbita, proporcionando invernos mais longos no HS e verões mais longos no HN. MOVIMENTO RETARDADO PERIÉLIO MOVIMENTO ACELERADO SOL TERRA AFÉLIO É comum que esses pontos sejam confundidoscomo a causa das estações do ano, com o verão sendo relacionado ao periélio e o inverno ao afélio. No entanto, as estações do ano ocorrem em função do movimento de translação as- sociado à inclinação do eixo de rotação, gerando variações na luminosidade. O plano formado pela órbita terrestre é denominado pla- no da elíptica. O eixo de rotação da Terra tem inclinação de, aproximadamente, 23º em relação à perpendicular desse plano. Esse fato faz com que a luz do Sol atinja o planeta de forma desigual, iluminando e aquecendo he- misférios e regiões em épocas diferentes, o que causa, 8 por sua vez, a ocorrência das estações do ano: primavera, verão, outono e inverno. É também o movimento de translação da Terra o responsá- vel pelo ano bissexto, que tem a duração de 366 dias. Isso ocorre porque a duração do ano é sempre arredondada para 365 dias, excluindo as 5 horas, 48 minutos e 46 segundos que restam. A diferença é acertada a cada quatro anos com o ano bissexto, incluindo o dia 29 de fevereiro no calendário. 2.4. A influência da Lua na Terra Até onde se sabe, a Terra é o único planeta do Sistema Solar em condições de abrigar vida da forma como ela é conhecida. A Terra está a uma distância adequada do Sol, possui uma atmosfera rica em oxigênio e tem gran- des quantidades de água. A partir do Sol, é o primeiro planeta que tem um satélite natural, a Lua. Quando se fala sobre esse satélite, logo é lembrada sua influência no movimento de subida e descida das águas do mar, que é explicado pela lei da gravidade de Isaac Newton. A Lua não exerce sozinha essa influencia na maré. O Sol também tem um papel importante nesse movimento, embora sua influência seja menor do que a da Lua, pois ele está mais distante da Terra. Assim como o Sol e a Terra, a Lua não está em repou- so. Ela gira ao redor da Terra, que, por sua vez, gira ao redor do Sol. E, da mesma forma que a Terra atrai a Lua, a Lua atrai a Terra, mas com menos intensida- de. O efeito da atração da Lua não exerce nenhuma influência nos continentes, mas afeta os oceanos. A influência da Lua provoca correntes marítimas que geram duas marés altas e duas baixas diariamente. A diferença entre marés pode ser quase impercep- tível ou muito notável, dependendo principalmente da posição dos astros em relação à Terra, isto é, das fases da Lua, que são as seguintes: Lua nova: Sol, Lua e Terra estão alinhados, o Sol e a Lua estão na mesma direção. A força de atra- ção é somada e causa elevação máxima da maré (maré de sizígia). Lua minguante: a Lua está a oeste do Sol, quase formando um ângulo de 90° entre eles. A atração é quase nula e causa a menor elevação da maré (maré de quadratura). Lua cheia: o Sol, a Lua e a Terra estão alinhados novamente, só que agora a Terra está entre o Sol e a Lua. A atração causa novamente grandes ele- vações das marés (maré de sizígia). Lua crescente: a Lua está a leste do Sol, quase formando um ângulo de 90°. Nessa fase, a gravi- tação da Lua se opõe à gravitação do Sol. Como a Lua está mais próxima da Terra, o Sol não consegue anular totalmente a força gravitacional da Lua, e a maré ainda apresenta uma ligeira elevação (maré de quadratura). Entretanto, esse jogo de forças não é igual em toda parte, pois o contorno da costa e as dimensões do fundo do mar também alteram a dimensão das marés. Em certas regiões abertas, a água se espalha por uma grande área e sobe só alguns centímetros nas marés máximas. Em outras, como um braço de mar estreito, o nível pode se elevar vários metros. Não raro, é possível ver a Lua durante o dia. Em algu- mas vezes pela manhã, em outras pela tarde. É impor- tante esclarecer que a Lua está sempre presente no céu, tanto durante o dia quanto durante a noite. O que ocorre é que, devido ao fato de a Lua não apresentar luz própria, só é possível vê-la quando ela, de algum modo, reflete a luz emitida pelo Sol. Durante a fase da lua nova, como o Sol está iluminan- do o lado oculto do satélite natural, a Lua não pode ser vista nem durante o dia e nem durante a noite. Na fase da lua cheia, ela só aparece no horizonte ce- leste quando já está anoitecendo. Isso significa que a Lua pode ser vista de dia durante as fases minguan- te e crescente. A primeira só aparece pela manhã, e a segunda, depois do meio-dia, porque a minguan- te nasce imediatamente após o período da cheia, à meia-noite, permanecendo nos céus durante 12 horas. 9 Já a Lua em sua fase crescente, mais comum, só pode ser vista durante as tardes porque ela só nasce na metade do dia, quando fica iluminada em cerca de 50% de sua superfície durante as mesmas 12 horas. A iluminação, além da reflexão da luz do Sol, depende, sobretudo, do grau de inclinação dos raios solares. As diferenças dos horários de surgimento da Lua no céu são explicadas pelo fato de, a cada dia, ela nascer 48 minutos mais tarde. Assim, à medida que a posição da Lua em relação aos raios do Sol vai se alterando, mudam também as suas fases e o horário de seu apa- recimento no horizonte. www.iag.usp.br multimídia: sites 3. Equinócio, solstício e estações do ano As estações do ano têm duração aproximada de três me- ses. A Terra recebe variadas quantidades de radiação solar por conta da sua inclinação e da sua órbita ao redor do Sol. Assim, existem diferentes estações ao longo do ano, o que influencia diretamente o tipo de vegetação e o clima de todas as regiões da Terra. FONTE: YOUTUBE Linha do Equador – Djavan F Y multimídia: música Quatro pontos do trajeto de translação são significativos ao longo do ano: dois solstícios e dois equinócios. Os dois equi- nócios são os momentos nos quais os raios solares incidem perpendicularmente no equador. Dias 21 ou 22 de março e 23 de setembro são datas que marcam, respectivamente, o início do outono e da primavera no Hemisfério sul e o início da primavera e do outono no Hemisfério norte. Já os solstícios são os momentos nos quais os raios sola- res incidem perpendicularmente sobre um dos trópicos. Eles ocorrem em 22 de junho, no Trópico de Câncer (no hemisfé- rio norte), e em 21 de dezembro, no Trópico de Capricórnio (hemisfério sul). Essas duas datas marcam, respectivamente, o início do inverno e do verão no hemisfério sul, e o início do verão e do inverno no hemisfério norte. No dia de solstício, os raios solares tangenciam um dos polos, fazendo com que este tenha 24 horas de luz, e o outro, 24 horas de escuridão. Decifrando a Terra - Wilson Teixeira, Thomas Rich, Maria Cristina Motta de Toledo, Fabio Taioli O novo Decifrando a Terra interessa não só aos estudan- tes universitários de diversas especialidades científicas, mas também a todos que desejam compreender os in- trincados processos geológicos que ocorrem no planeta há 4,56 bilhões de anos. multimídia: livro O fenômeno do sol da meia-noite O “sol da meia-noite” é um fenômeno natural obser- vável ao norte do Círculo Polar Ártico (hemisfério nor- te) e ao sul do Círculo Polar Antártico (hemisfério sul), regiões onde o Sol é visível por 24 horas do dia, nas da- tas próximas ao solstício de verão. A rotação da Terra, sua inclinação e a órbita solar fazem com que uma das extremidades do planeta permaneça constantemente 10 iluminada. Enquanto no Círculo Polar Ártico o Sol não se põe durante seis meses, no Círculo Polar Antártico é a noite que dura mais tempo: de 20 de março a 23 de setembro. Nesse período, o polo norte está totalmente voltado para a luz. Quanto mais próximo dos polos, maior é o número de dias em que o Sol não se põe. Durante esse fenômeno, o Sol se aproxima da linha do horizonte como se fosse o pôr ou o nascer do Sol, mas não desaparece totalmente. O fenômeno opos- to é chamado de noite polar, em que o Sol não se encontra visível durante 24 horas. Quando o “sol da meia-noite” ocorre no polo norte, a noite polar ocorre no polo sul e vice-versa. A noite civil polar, ou seja, quando é necessário man- ter por mais de 24 horas consecutivasa iluminação artificial para atividades no exterior, não ocorre em nenhum local da Europa continental ou do estado norte-americano do Alasca, pois não existe qualquer parte dessas regiões com latitude superior a 72° 33’ N. A noite polar astronômica, ou seja, com escuridão total, não ocorre em qualquer terra do hemisfério norte, limitando-se ao oceano Ártico central. Uma vez que no hemisfério sul não há assentamentos permanentes suficientemente próximos do polo (salvo as bases antárticas, habitadas por uns poucos cientistas e militares), apenas Estados Unidos, Canadá, Groen- lândia, Noruega, Suécia, Finlândia, Rússia e o extremo norte da Islândia podem desfrutar desse fenômeno. No norte da Noruega, por exemplo, nunca anoitece completamente no verão. Apesar de o Sol não estar ao alto no céu, ele nunca chega a desaparecer total- mente e se mantém acima da linha do horizonte. “SOL DA MEIA-NOITE” EM ALTA, NORUEGA A natureza criou suas estratégias para sobreviver à noi- te e ao dia prolongado. Em diversas regiões habitadas, quando o Sol aparece, os pássaros e peixes se reprodu- zem, o gelo formado no inverno evapora e a vegetação aproveita a luz e o calor, frutificando. No inverno, os ani- mais migram ou hibernam, o gelo volta a cobrir uma ampla área e somente as espécies adaptadas permane- cem. Apesar de ser dia durante meses, nos extremos da Terra, porém, o gelo nunca some. CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS A Astronomia é o segmento da ciência que estuda os corpos celestes utilizando os conhecimentos científicos disponíveis. Com exceção da Lua e de alguns planetas do Sistema Solar, todos os demais astros só podem ser estudados por meio da luz que enviam para a Terra. Pelo estudo dessa luz é que que os Astrônomos conseguem obter informações e elaborar os modelos e as teorias que procuram explicar os comportamentos, as estruturas físicas e as composições químicas dos astros no Universo. O estudo e a análise da luz recebida dos astros na forma de micro-ondas, ondas de rádio, radiação infraver- melha, luz visível, luz ultravioleta, raios X e raios Gama são feitos por meio da aplicação dos conhecimentos de Física, Matemática, Química, etc. 11 Glossário: Geoide: concebido idealmente como a forma da Terra, que não é esférica e sim achatada nos polos e bojuda no equador. Meridional ou austral: localizado ao sul. Setentrional ou boreal: localizado ao norte. Movimento de precessão: fenômeno físico que consiste na mudança do eixo de rotação, causando um efeito giros- cópico, observado nos movimento dos ponto de referência celeste. Movimento de nutação: pequena oscilação periódica do eixo de rotação da Terra, com um ciclo de 18,6, anos cau- sada pela força gravitacional da Lua sobre a Terra. Zênite: ponto imaginário interceptado pelo eixo vertical imaginário, traçado a partir da cabeça de um observador (localizado sobre a superfície terrestre), que se prolonga até a esfera celeste. VIVENCIANDO O Planetário Professor Aristóteles Orsini, também conhecido como Planetário do Ibirapuera, está localizado no Parque do Ibirapuera, na cidade de São Paulo. Primeiro planetário do Bra- sil, foi inaugurado em 26 de janeiro de 1957. O observatório do Ibirapuera é uma grande atração para os fãs do espaço side- ral, pois todas as imagens de estrelas, planetas, constelações e nebulosas são captadas por telescópios; trata-se, portanto, de imagens com brilho e cores reais. É um excelente passeio para aqueles que desejam ter uma noção melhor de astronomia. O Museu Cósmico, também conhecido como Planetário de Santa Cruz, é um museu brasilei- ro dedicado à Astronomia. Foi inaugurado em 2008 no bairro de Santa Cruz, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. Abriga uma cúpula equipada com um planetário moderno que si- mula fielmente imagens em movimento de um céu semelhante ao que podemos observar du- rante uma noite clara, em local livre de poluição atmosférica, auxiliado por dezenas de equipa- mentos periféricos. Depois de sua inauguração, o Rio de Janeiro tornou-se a “Capital Nacional de Cultura Planetária”, por possuir três museus administrados pela Fundação Planetários do Rio de Janeiro. Localizado na Estrada do Guandu, 4278-4282, é um ótimo passeio para os amantes da Astronomia. 12 ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM HABILIDADE 6 Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos. As representações gráficas, especialmente mapas e gráficos, são elementos importantes na aplicação de conteú- dos geográficos; no entanto, às vezes podem se tornar entraves à aprendizagem devido às dificuldades que os alunos enfrentam em manipular esses instrumentos. O contexto mundial que ora se apresenta é caracterizado por uma intensa gama de tecnologias que tem provocado transformações na economia, na política e na educação. Essas mudanças trazem novas formas de ver e sentir o espaço geográfico, influenciando o ensino da Geografia, uma vez que essa disciplina tem a preocupação de fornecer ao aluno subsídios para que ele possa “entender” o mundo e fazer uma leitura crítica ou mais atenta dessa “reorganização espacial e social”. Considerando o espaço geográfico como objeto de estudo da Geografia, é interessante destacar alguns pontos relevantes na aplicação dessa linguagem. Seu papel não é de ilustrar uma aula e não se deve usar o gráfico pelo gráfico ou o mapa como passatempo para os alunos. Ela deve ser um recurso de mediação para o melhor enten- dimento dos conteúdos geográficos e, consequentemente, para a aquisição desses conhecimentos. MODELO 1 (Enem) Um leitor encontra o seguinte anúncio entre os classificados de um jornal: VILA DAS FLORES Vende-se terreno plano medindo 200 m2. Frente voltada para o sol no período da manhã. Fácil acesso. (443)0677-0032 Interessado no terreno, o leitor vai ao endereço indicado e, lá chegando, observa um painel com a planta a seguir, onde estavam destacados os terrenos ainda não vendidos, numerados de I a V: Considerando as informações do jornal, é possível afirmar que o terreno anunciado é o 13 a) I. b) II. c) III. d) IV. e) V. ANÁLISE EXPOSITIVA Esse exercício é um bom exemplo de como o Enem explora e mescla conceitos cartográficos e físicos, colocando-os em situações do cotidiano. Dadas as condições geográficas do loteamento e observando a escala da planta, entre os terrenos vol- tados para o leste, II, IV e V estão fazendo frente para o sol nascente, apenas o terreno IV possui 200 m2 (10 m × 20 m). RESPOSTA Alternativa D DIAGRAMA DE IDEIAS MOVIMENTO DA TERRA ROTAÇÃO TRANSLAÇÃO • DIAS E NOITES • FORMATO GEOIDE • CORRENTES MARINHAS • CIRCULAÇÃO ATMOSFÉRICA • SOLSTÍCIO • EQUINÓCIO • ZONAS DE ILUMINAÇÃO 14 1. Coordenadas geográficas Ao longo da história, o ser humano sempre sentiu a neces- sidade de se orientar e se localizar. Foi a partir do advento da escrita e dos mapeamentos que os recursos para orien- tação se desenvolveram com maior precisão. Esses recursos são indicados por números que represen- tam graus de circunferência, resultado do “fatiamento” do globo terrestre, segundo a divisão sexagesimal. É im- portante lembrar que uma circunferência apresenta 360°; além disso, cada grau tem sessenta minutos (60’), e cada minuto, sessenta segundos (60”). As coordenadas geográficas baseiam-se em diversas linhas imaginárias horizontais e verticais traçadas sobre o globo terrestre: os paralelos e os meridianos. Cartografia básica – Paulo Roberto Fitzi O uso de mapas e imagens de satélite é cada vez mais frequente no nosso dia a dia. A sua correta interpreta- ção, no entanto, exige o domínio de conceitos básicos nem sempre acessíveis na literatura disponível em lín- gua portuguesa. multimídia: livro 1.1. Meridianos Os meridianos são linhas imaginárias que ligam os polos norte e sul, formando “meias circunferências” na Terra. Também se fez necessária a escolha do meridiano de zero grau (0°), por isso convencionou-se, para início da conta- gem, o meridiano que passapela torre do observatório astronômico de Greenwinch, que é uma localidade na área metropolitana de Londres, capital da Inglaterra. O meridiano de Greenwich divide a Terra em dois hemis- férios: ocidental e oriental. A partir dele, é possível traçar diversos meridianos, até o limite de 180°, tanto para oeste quanto para leste, o que totaliza os 360° da “circunferência” da Terra. Ao lado do número do meridiano, deve-se indicar leste (E ou L) ou oeste (W ou O). No ponto de 180º (seja leste ou oeste), tem-se a linha internacional de data (ou Linha In- ternacional de Mudança de Data). É o meridiano oposto ao meridiano de Greenwich, atravessando o Pacífico. 1.2. Paralelos A linha imaginária traçada na parte mais larga da Terra é o paralelo de zero grau (0°), cujos pontos são equidistantes dos polos. Ele foi denominado equador, o principal paralelo, e divide o planeta em dois hemisférios, norte e sul. Os outros paralelos são traçados seguindo a linha do equa- dor, tanto para o norte quanto para o sul. A cada um deles é atribuído o número correspondente ao ângulo formado com a linha do Equador, considerando o centro da Terra como centro da “circunferência”. Assim, os polos estão a 90° do equador. Indica-se norte (N) ou sul (S) ao lado do número do paralelo. Além do equador, existem quatro paralelos notáveis: no hemisfério norte, há o Círculo Polar Ártico (90° N) e o Trópico de Câncer (23° N); no hemisfério sul, há o Círculo Polar Antártico (90° S) e o Trópico de Capricórnio (23° S). © C és ar da M ata /S ch äff er Ed ito ria l Equador Latitudes norte Latitudes sul Polo norte 90º N 0º G re en w ic h 180º Longitudes oeste Longitudes leste antimeridiano de Greenwich 0º MERIDIANOS PARALELOS 1.3. Latitude e longitude É necessário usar duas indicações para localizar qualquer lugar na superfície terrestre de forma exata: as latitudes e as longitudes. Fornecer as coordenadas geográficas de uma cidade sig- nifica informar sua latitude e sua longitude. AULAS 3 E 4 HABILIDADE: 6 COMPETÊNCIA: 2 COORDENADAS GEOGRÁFICAS E FUSO HORÁRIO 15 Latitude é a distância, medida em graus, que separa a linha do equador de um ponto qualquer da superfície terrestre. Ela varia de 0° a 90° ao norte e ao sul. Longitude é a distância, medida em graus, do meridi- ano de Greenwich a um ponto qualquer da superfície da Terra. Ela varia de 0° a 180° a leste ou a oeste. LONGITUDES LATITUDES 2. Zonas de iluminação É usual substituir essa denominação por zonas climáticas, o que é um equívoco, pois o clima não é o simples resultado de maior ou menor exposição aos raios solares. A denominação “zonas de iluminação” é preferida por geógrafos mais rigo- rosos. A diferença de temperatura que se verifica do equador aos polos é resultante da inclinação dos raios solares. Mapas da Geografia e Cartografia Temática – Marcelo Martinelli O livro introduz o leitor no domínio das representações gráficas e apresenta os fundamentos metodológicos da cartografia temática e da Geografia em bases ligadas à comunicação visual. É uma proposta inovadora que considera o mapa da Geografia não apenas como uma ilustração de texto, mas um meio capaz de revelar o conteúdo da informação. multimídia: livro Nas áreas próximas aos polos, onde a curvatura da Terra é mais acentuada, os raios do sol se distribuem por uma su- perfície menor, determinando menor concentração de calor. Nas baixas latitudes (próximas ao Equador), os raios solares tocam perpendicularmente a superfície do planeta, deter- minando maior concentração e, consequentemente, maior aquecimento. Temperaturas médias ocorrem nas latitudes médias (entre os trópicos e os círculos polares). 1. Zona Tropical ou Tórrida (ou de baixas latitudes) – situada entre os trópicos. 2. Zona Temperada do Norte (ou de médias latitudes) – situada entre o Trópico de Câncer e o Círculo Glacial Ártico. 3. Zona Temperada do Sul (ou de médias latitudes) – situada entre o Trópico de Capricórnio e o Círculo Glacial Antártico. 4. Zona Glacial Ártica (ou de altas altitudes) – situada ao Norte do Círculo Glacial Ártico. 5. Zona Glacial Antártica (ou de altas latitudes) – situ- ada ao Sul do Círculo Glacial Antártico. 3. Fuso horário No passado, a hora era uma característica extremamen- te local. Os antigos viajantes precisavam acertar o relógio toda vez que chegavam a uma cidade nova. O acerto de horas era feito através do Sol: o meio-dia representava o ponto mais alto que a estrela alcançava. A partir da Re- volução Industrial, com o barco e a locomotiva à vapor, as distâncias se encurtaram, causando dificuldades para a de- terminação da hora. Em 1884, representantes de 25 países se reuniram, em Washington, para determinar um sistema padronizado de horas, e, assim, foram criados os fusos horários. Dividindo-se os 360º da “esfera” terrestre pelo número de horas que a Terra leva para completar seu movimento de rotação, tem-se 15º (quinze graus), ou seja, a cada hora, a Terra gira 15º. Partindo desse raciocínio, o planeta foi divi- dido em 24 fusos horários, correspondentes às 24 horas do dia e limitados por meridianos, distantes 15º uns dos outros. O meridiano 0º tem como referência o observatório de Gre- enwich, localizado no subúrbio de Londres, que passou a 16 simbolizar o primeiro meridiano internacional, base para a determinação do horário legal, adotado em todo o mundo. Como a Terra gira de oeste para leste, os fusos à leste de Greenwich têm as horas adiantadas em relação ao fuso inicial. Os fusos situados à oeste, por sua vez, têm as horas atrasadas em relação à hora de Greenwich. MERIDIANO 0, MARCADO NO OBSERVATÓRIO REAL DE GREENWICH, A LESTE DE LONDRES Outra questão abordada na Conferência do Meridiano foi estabelecer um marco para a mudança do dia no planeta. A partir de então, definiu-se o antimeridiano de Greenwich, ou seja, a linha de longitude 180º, oposta ao meridiano inicial, chamada Linha Internacional de Mudança de Data. Esse meridiano divide um fuso em que todos os lu- gares têm a mesma hora, mas, a oeste da linha, a data está um dia na frente da data a leste. 3.1. Fuso horário legal No mapa-múndi é possível observar que os limites dos me- ridianos não são respeitados estritamente. Existem variações de acordo com cada país. Ou seja, o horário de determinadas áreas em alguns países não corresponde ao horário do fuso ao qual pertencem. Há um limite prático entre os fusos, que seguem o contorno e os limites entre países ou entre as uni- dades administrativas em que alguns países se dividem, os chamados fusos legais. DIA NOITE Polo Sul Polo Norte Leste Oeste © R afa el Sc hä ffe r G im en es /S ch äff er Ed ito ria l 3.2. Calculando os fusos: a lei de Aldrin É possível calcular a hora em certas localidades sem a uti- lização de um mapa, desde que se saiba sua longitude e o horário e a longitude de outro local, que será tomado como referência. O calculo é feito da seguinte maneira: determina-se a diferença entre as longitudes dos dois lugares; somam-se as duas longitudes caso estejam em hemis- férios diferentes; subtraem-se as longitudes caso estejam no mesmo he- misfério; o resultado deve ser dividido por 15º; o resultado dessa divisão será a diferença entre os ho- rários de dois lugares. Esta deverá ser subtraída se o local estiver à oeste, ou somada, para leste. O método conhecido como lei de Aldrin determina a dife- rença de fusos horários entre dois locais. Principais siglas Sigla Significado Tradução Descrição GMT Greenwich Mean Time Tempo Médio de Greenwich Refere-se a Greenwich, onde ficou definida por convenção a base para cálculo inter- nacional de horário. ST Standard Time Tempo Padrão Hora oficial em cada fuso horário. DST Daylight Saving Time ou Summer Time Horário de Verão Alteração do horário de uma região, designado apenas durante uma porção do ano, adiantando-se em geral uma hora no fuso horáriooficial local. 17 Principais siglas Sigla Significado Tradução Descrição UTC Coordinated Universal Time Tempo Universal Coordenado, tempo civil Os fusos horários são relativos a ele. UT Universal Time Tempo Universal Usado em astrono- mia, tem por base a rotação da Terra. IAT International Atomic Time Tempo Atômico Internacional Sua base são os relógios atômicos. A . M . / P.M. Ante Meridiem/ Post Meridiem (do latim) Antes do meio-dia/ Depois do meio-dia Usados por povos que consideram um ciclo de 12 horas. HL — Hora Legal Hora oficial do país. FONTE: YOUTUBE Mapas do acaso – Engenheiros do Hawaí F Y multimídia: música 3.3. Fusos horários do Brasil O Brasil possui quatro fusos horários devido à sua grande extensão longitudinal. A maior parte do território fica no se- gundo fuso (atrasado em 3 horas em relação a Greenwich), que corresponde à hora oficial do Brasil – ou horário de Brasília. Nesse fuso, estão incluídas as regiões Sul, Sudeste, Nordeste e parte das regiões Norte e Centro-Oeste. Para evitar a existência de dois fusos dentro do mesmo estado, o limite prático dos fusos acompanha a divisão política do país. Os fusos do Brasil são: primeiro fuso (UTC-2): Atol das Rocas, Fernando de Noronha, Arquipélago de São Pedro e São Paulo, Trindade e Martim Vaz; segundo fuso – horário de Brasília (UTC-3): regi- ões Sul, Sudeste e Nordeste; estados de Goiás, Tocan- tins, Pará e Amapá; e o Distrito Federal; terceiro fuso (UTC-4): estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima e a parte do Amazonas que fica a leste da linha que interliga Taba- tinga e Porto Acre; quarto fuso (UTC-5): estado do Acre e a porção do Amazonas que fica a oeste da linha. Durante os anos de 2008 a 2013 esse fuso horário foi excluído, passan- do a ser incorporado pelo terceiro fuso (UTC 4). Brasil: fuso horário Jet lag O jet lag (também conhecido como doença do fuso horário) é a perda de ritmo e concentração ao se passar por fusos horários diferentes em pouco tem- po. Seus sintomas consistem em irritabilidade, cefa- leia, taquicardia e alteração dos padrões de sono e fome. Esse tipo de alteração ocorre devido às mu- danças de hábitos (hora de comer e de dormir, por exemplo). Quando a diferença de horário entre o ponto de saída e o destino é superior a quatro horas, os efeitos do jet lag se tornam mais evidentes. FONTE: IBGE. DISPONÍVEL EM: <HTTP://MAPAS.IBGE.GOV.BR/ POLITICO-ADMINISTRATIVO>. ACESSO EM: NOV. 2014. 3.4. Horário de verão O chamado horário de verão foi criado para aproveitar os dias mais longos do verão nas regiões de média e alta latitudes. Cerca de 50 dias antes do solstício de verão, adianta-se o relógio em 1 hora. Com essa mudança, as pessoas passam a acordar mais cedo do que fariam normalmente. Uma pessoa que acorda às 8 horas, por exemplo, passa a acordar, no ho- rário de verão, o equivalente às 7 horas sem essa mudança. Como os dias são mais longos, já há iluminação natural nesse horário. Dessa forma, a claridade do dia é aprovei- tada desde seu início. No final da tarde, o Sol, que se poria normalmente às 19 horas, passa a se pôr às 20 horas. A Alemanha, em 1916, foi o primeiro país a adotar o ho- rário de verão. A partir daí, devido à Primeira Guerra Mun- 18 dial, diversos países na Europa o adotaram. A economia de energia elétrica foi vista como um esforço de guerra, pro- piciando a economia de carvão, principal fonte de energia da época. Nos Estados Unidos foi mais difícil implementar o horário de verão devido à coincidência com a implanta- ção do sistema de fusos horários em 1918 (por ocasião da Primeira Guerra Mundial). No Brasil, ele foi adotado pela primeira vez em 1931, também com o objetivo de econo- mizar energia elétrica. Em abril de 2019, o presidente Jair Bolsonaro assinou o decreto que acabou com o horário de verão no Brasil. FONTE: YOUTUBE Documentário - “Todo mapa tem um discurso” Levanta as principais questões simbólicas e práticas sobre as regiões marginalizadas que não pertecem ao mapa oficial da cidade. F Y multimídia: vídeo Internacionalmente os estudos apontam três benefícios do horário de verão: economia de energia, redução de aciden- tes nos horários de pico do trânsito (que durante esse perí- odo possuem mais iluminação natural) e redução de assal- tos e crimes. No caso brasileiro, é possível acrescentar um importante benefício: a possibilidade de armazenamento de água nos reservatórios das hidrelétricas durante o verão para que essa água seja utilizada mais tarde, durante os meses secos do inverno. FONTE: YOUTUBE Terra – Caetano Veloso F Y multimídia: música No Brasil, a economia chegou a R$ 160 milhões, resultados verificados durante o horário de verão 2011/2012, uma redu- ção da demanda de ponta da ordem de 2.555 MW – sendo 1.840 MW no subsistema Sudeste/Centro-Oeste e 610 MW no subsistema Sul. O horário de verão aumenta a segurança e diminui os custos de operação do sistema, possibilitando a redução da tarifa de energia elétrica para o consumidor. No entanto, a prática recebeu tanto aplausos quanto críticas. Adiantar os relógios traz benefícios para o varejo, os esportes e outras atividades que exploram a luz do Sol depois da jor- nada de trabalho, mas pode trazer problemas para o entendi- mento da tarde e para outras atividades ligadas diretamente à luz solar, como a agricultura, por exemplo. Embora alguns dos primeiros proponentes do horário de verão tenham pen- sado que ele reduziria o uso de lâmpadas incandescentes durante a tarde – uma vez que a iluminação era o principal uso da eletricidade –, o clima moderno e os padrões de uso de aparelhos para refrigeração diferem bastante. As pesqui- sas em relação a como o horário de verão atualmente afeta o uso de energia têm sido limitadas e contraditórias. Às vezes, as mudanças causadas pela medida complicam a cronometragem e podem atrapalhar viagens, faturamen- tos, manutenção de registros, dispositivos médicos, equi- pamentos pesados e padrões de sono. Os softwares dos dispositivos contemporâneos podem frequentemente alte- rar o horário automaticamente, mas as mudanças de po- líticas por várias jurisdições de datas e horários do horário de verão podem ser confusas. No ano de 2019, o Governo Federal extinguiu o horário de verão no Brasil. www.inpe.br multimídia: sites 3.5. Horário de verão no mundo As sociedades industrializadas geralmente seguem um cro- nograma baseado em relógios nas atividades do dia a dia que não mudam no decorrer do ano. A coordenação do transporte público e os horários de início do trabalho e da escola, por exemplo, mantêm-se constantes durante o ano. Por outro lado, as rotinas de trabalho e conduta pessoal dos agricultores são geralmente governadas pelo tempo em que a luz solar está visível e pelo horário solar aparente, que pode mudar sazonalmente devido à inclinação axial da Terra. A luz do dia dos trópicos norte e sul dura mais no verão e menos no inverno, com o efeito tornando-se maior à medida que nos afastamos dos trópicos. 19 REGIÕES QUE ADOTAM O HORÁRIO DE VERÃO REGIÕES QUE JÁ ADOTARAM HORÁRIO DE VERÃO, MAS NÃO USAM ATUALMENTE REGIÕES QUE NUNCA ADOTARAM HORÁRIO DE VERÃO Ao redefinir simultaneamente todos os relógios de uma região para uma hora adiante ao horário padrão, os indivíduos que seguem essa rotina vão acordar uma hora antes do que acordariam de outro modo; eles vão iniciar e completar as rotinas de trabalho uma hora antes e terão sessenta minutos extras da luz do dia depois da jornada de trabalho. No começo de cada dia, entretanto, haverá uma hora de luz a menos, o que torna a política menos prática. 20 ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM HABILIDADE 6 Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos. As representações gráficas há muito tempo são usadas pela disciplina geográfica, mas nem sempre propor- cionam resultados satisfatórios. Isso é decorrente, entre diversas razões,do uso de metodologias inadequadas para o ensino-aprendizagem. Às vezes, os mapas são usados para pintura ou até mesmo como meras ilus- trações de um texto, deixando de ser um material pedagógico. No caso dos gráficos, são pouco explorados por serem vistos como um material de difícil compreensão pelos alunos. A Geografia é uma ciência que utiliza mapas e gráficos para o estudo do espaço, assim, quanto melhor esse espaço for representado, melhor será en- tendido. De acordo com Passini, os ensinos de Geografia e de Cartografia são indissociáveis e complementares: a primeira é conteúdo e a outra é forma. Não há possibilidade de se estudar o espaço sem representá-lo, assim como não podemos representar um espaço vazio de informações (2007, p.148). As representações gráficas são significativas para entender textos, ideias e dados de forma eficaz e sintetizada. As- sim, elas devem comunicar as informações instantaneamente, através de imagens visuais de forma monossêmica, isto é, sem ambiguidade, permitindo uma única leitura. MODELO 1 1. (Enem 2019) Os moradores de Utqiagvik passaram dois meses quase totalmente na escuridão Os habitantes desta pequena cidade no Alasca – o estado dos Estados Unidos mais ao norte – já estão acostumados a longas noites sem ver a luz do dia. Em 18 de novembro de 2018, seus pouco mais de 4 mil habitantes viram o último pôr do sol do ano. A oportunidade seguinte para ver a luz do dia ocorreu no dia 23 de janeiro de 2019, às 13h04 min (horário local). DISPONÍVEL EM: WWW.BBC.COM. ACESSO EM: 16 MAIO 2019 (ADAPTADO). O fenômeno descrito está relacionado ao fato de a cidade citada ter uma posição geográfica condicionada pela a) continentalidade; b) maritimidade; c) longitude; d) latitude; e) altitude. ANÁLISE EXPOSITIVA A alternativa correta é [D], porque em razão da inclinação do eixo da Terra, as áreas de altas latitudes sofrem máxima variação de luminosidade nos solstícios de verão e inverno, resultando, dessa forma, em longas noites no inverno. As alternativas incorretas são: [A] e [B], porque maritimidade e continentalidade são reguladores térmicos e não de variação da incidência solar; [C], porque longitude é usada para cálculo de fuso horário; [E], porque altitude é um fator que não define a variação da incidência solar. RESPOSTA Alternativa D 21 DIAGRAMA DE IDEIAS FUSO HORÁRIO PADRONIZAÇÃO DO HORÁRIO MUNDIAL GREENWICH 0º (MERIDIANO CENTRAL) A HORA AUMENTA LESTE A HORA DIMINUI OESTE BRASIL 1º FUSO: -2 HORAS 2º FUSO: -3 HORAS 3º FUSO: -4 HORAS 4º FUSO: -5 HORAS • EQUADOR • TRÓPICO DE CÂNCER • TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO • CÍRCULO POLAR ÁRTICO • CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO • GREENWICH • LINHA INTERNACIONAL DE MUDANÇA DE DATA • FUSO HORÁRIO MERIDIANOSPARALELOS LONGITUDELATITUDE COORDENADAS GEOGRÁFICAS 22 1. Cartografia A cartografia é a ciência da representação gráfica da super- fície terrestre e tem como produto final o mapa. Entretan- to, os mapas e outros produtos realizados pela cartografia não são cópias fiéis da realidade. Eles só seriam a reprodu- ção fiel da realidade caso fossem exatamente do tamanho real da área mapeada, o que os tornaria inúteis e inviáveis. Com efeito, os mapas são sempre a representação de parte da realidade. É sempre necessário se perguntar o que um mapa quer representar e qual é o seu objetivo. Com isso, os cartógrafos utilizam alguns recursos que visam facilitar o entendimento e a interpretação das cartas. Mapa-múndi babilônico O primeiro mapa de que se tem registro foi feito numa tábua redonda de argila por volta de 2300 a.C. na re- gião da Mesopotâmia (atual Iraque). Era apenas uma representação de um rio, provavelmente o rio Eufra- tes, circundando montanhas. Outros registros, datan- do de 1000 a.C., foram encontrados em tumbas no Egito e representavam paisagens locais, trilhas e rios. A representação feita pelos babilônios é considerada o primeiro mapa-múndi da his- tória, por representar o mun- do na concepção de seus au- tores, mesmo que, na verdade, a Terra seja bem diferente do que foi registrado. É possível distinguir dois ramos dentro da cartografia: a sistemática e a temática. A cartografia sistemática tem como objetivo produzir mapas com o máximo de precisão possível, ou, ao menos, com distorções controladas. Os ma- pas topográficos, por exemplo, são produzidos pela carto- grafia sistemática. A cartografia temática, por sua vez, tem como objetivo a utilização de mapas de base, geralmente produzidos pela cartografia sistemática, para a representa- ção de temas variados da geografia física ou humana. Para expressar os dados são utilizados símbolos, cores, gráficos e as próprias formas e tamanhos das áreas representadas. 1.1. Histórico MAPA-MÚNDI DE PTOLOMEU, 1486 Desde épocas remotas até os dias atuais, o desenvolvimento da cartografia acompanhou o próprio progresso da civilização. AULAS 5 E 6 HABILIDADE: 6 COMPETÊNCIA: 2 NOÇÕES DE CARTOGRAFIA 23 As guerras, as descobertas científicas, o desenvolvimento das artes e ciências e os movimentos históricos que exi- giam maior precisão na representação gráfica da superfície da Terra impulsionaram a evolução da cartografia. Mas foi na Grécia Antiga que se lançaram os primeiros fundamen- tos da ciência cartográfica, quando Hiparco (160-120 a.C.) utilizou, pela primeira vez, métodos astronômicos para determinar a superfície da Terra e deu a primeira solução do problema relativo ao desenvolvimento da superfície da Terra sobre um plano, idealizando a projeção cônica. Todo o conhecimento geográfico e cartográfico da Grécia Antiga se condensa nos escritos do geógrafo e cartógrafo grego Cláudio Ptolomeu de Alexandria (90-168 d.C.). Sua extraordinária obra em seis volumes apresenta os princípios da cartografia matemática, das projeções e dos métodos de observação astronômica. Mais tarde, com o advento da agulha magnética, tornou-se possível a exploração dos mares e se intensificou o comér- cio para o Leste. Deu-se início, então, à epopeia portuguesa dos descobrimentos. Além disso, Gutenberg inventou a im- prensa e foi fundada a Escola de Sagres. No século XIX, iniciou-se o levantamento hidrográfico do litoral brasileiro, um dos maiores destaques da história da cartografia náutica do Brasil. Já no século XX, o emprego da aerofotogrametria e a introdução da eletrônica no ins- trumental necessário para os levantamentos determinaram uma grande revolução na cartografia. A cartografia contemporânea busca acompanhar o progres- so em todos os ramos da atividade humana. Uma das princi- pais características do século XXI é uma produção em massa, no menor tempo possível e com precisão cada vez maior. 1.2. Definições de mapas e cartas MAPA DO BRASIL – REGIÕES Não existe uma diferença rígida entre os conceitos de mapa e carta, o que torna difícil estabelecer uma separação defini- tiva entre o significado dessas designações. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís- tica (IBGE), “carta é a representação no plano, em escala média ou grande, dos aspectos artificiais e naturais de uma área tomada de uma superfície planetária, subdividida em folhas delimitadas por linhas convencionais – paralelos e meridianos – com a finalidade de possibilitar a avaliação de pormenores, com grau de precisão compatível com a escala”. Ainda segundo o IBGE, “mapa é a representação no plano, normalmente em escala pequena, dos aspectos geográficos, naturais, culturais e artificiais de uma área to- mada na superfície de uma figura planetária, delimitada por elementos físicos, político-administrativos, destinadas aos mais variados usos, temáticos, culturais e ilustrativos”. A distinção entre mapa e carta é um tanto convencional e subordinada à ideia de escala. Nota-se, contudo, certa pre- ferência pelo uso da palavra carta. Na verdade, o mapa é apenas uma representação ilustrativa e pode perfeitamen- te ser considerado um caso particular de carta. Dessa forma, o mapa é a representaçãoda Terra, nos seus aspectos geográficos, naturais ou artificiais, que se destina a fins culturais ou ilustrativos. Assim, ele não tem caráter científico especializado e é geralmente construído em esca- la pequena, cobrindo um território mais ou menos extenso. Carta, por sua vez, é a representação dos aspectos naturais ou artificiais da Terra, destinada a fins práticos da atividade humana, permitindo a avaliação precisa de distâncias, dire- ções e localizações geográficas de pontos, áreas e detalhes. É, portanto, uma representação similar ao mapa, mas de caráter especializado, construída com uma finalidade espe- cífica e geralmente em escalas maiores. O mapeamento é o conjunto de operações de levantamen- to, construção e reprodução das cartas de determinado projeto. De acordo com a escala, é possível classificar os mapas e as cartas em: cadastrais – escalas de 1:500 a 1:10.000; topográficos – escalas de 1:25.000 a 1:250.000; geográficos – escalas de 1:500.000 a 1:1.000.000. 1.3. Escala Uma enorme literatura discorre sobre a questão da es- cala em geografia e, amiúde, converge para alimentar um debate circular e tautológico. Atônitos, debruçamo- -nos sobre esse problema – será um problema? – e descobrimos a recorrência de três premissas centrais: a crítica à analogia da escala geográfica com a carto- gráfica e, com frequência, a ausência ou recusa à ela- 24 boração de uma proposta metodológica alternativa; a afirmação de que o valor da variável muda com a esca- la e, por fim, a aceitação da escala como uma definição a priori na pesquisa geográfica. SILVEIRA, MARIA LAURA. ESCALA GEOGRÁFICA: DA AÇÃO AO IMPÉRIO? REVISTA TERRA LIVRE, GOIÂNIA, ANO 20. Pode-se definir escala como a relação entre o tamanho do fato geográfico representado no mapa e o seu tamanho real na superfície da Terra. Os mapas apresentam dois tipos de escala: Escala numérica: representada por uma fração, na qual o numerador indica a distância no mapa, e o deno- minador indica a distância na superfície real. Uma escala 1:100.000 (um por cem mil) significa que a superfície re- presentada foi reduzida 100 mil vezes. Nesse caso, 1 cm no mapa = 100.000 cm = 1.000 m = 1 km na realidade. Escala gráfica: é uma linha reta graduada, por meio da qual se indica a relação da distância real com as distâncias representadas no mapa. Por exemplo: 1 cm = 100 km. km 2 1 0 2 4 © César da Mata/ Schäffer Editorial A fórmula para calcular a distância real entre dois pontos em um mapa é D = E × d, em que D é distância real, d é a distância no mapa e E é a escala. Assim, em um mapa de escala 1:200.000, se a distância em linha reta entre dois pontos é de 20 cm (pode ser medida com a régua), qual a distância real entre esses pontos? D = 200.000 × 20 = 4.000.000 cm ou 40 km Para saber a distância no mapa, aplica-se a fórmula d = D : E. d = 4.000.000 ÷ 200.000 = 20 cm Quanto maior a escala, menor a área representada, o que possibilita a visualização de uma quantidade maior de detalhes. Veja alguns exemplos utilizados em mapas com suas escalas correspondentes: Mapas de plantas cadastrais, usadas para identificação de lotes no espaço urbano: 1:1.000 a 1:2.000. Mapas topográficos municipais: 1:5.000 a 1:20.000. Mapas topográficos regionais: 1:50.000 a 1:250.000. Mapas de grandes regiões brasileiras: 1:500.000 a 1:2.000.000. Mapas de grandes países como o Brasil: escalas menores que 1:5.000.000. Comparação entre escalas APLICAÇÃO ÁREA REPRESENTADA TAMANHO DA ESCALA NÍVEL DE ANÁLISE (NÚMERO E QUANTIDADE DOS PORMENORES) ÁREA DE TERRITÓRIO REPRESENTADO plantas de casas 1:100 grande escala (igual ou superior a 1:100.000) grande (muitos pormenores) pequena (menor área representada) escala descritiva 1:200 plantas de arruamentos 1:500 1:1.000 plantas de bairros, cidades ou aldeias 1:1.000 1:2.000 1:5.000 mapas de grandes propriedades (rurais ou industriais), províncias ou regiões 1:10.000 1:25.000 1:50.000 1:75.000 1:100.000 mapas de estados, países, continentes ou do mundo 1:800.000 pequena escala (inferior a 1/100000) pequena (poucos pormenores) grande (maior área representada) escala explicativa 1:10.000.000 1:90.000.000 1:600.000.000 25 2. Construção e interpretação dos mapas 2.1. Orientação no mapa A maioria dos mapas traz uma rosa dos ventos ou uma seta indicando o norte. Quando não há essa indicação, conven- cionou-se que o norte está na parte superior do mapa. N 2.2. Elementos de um mapa Um mapa representa o espaço a partir da visão vertical. Os mapas do tipo topográfico representam todos os elementos visíveis do espaço, como área urbana, agricultura, vias de transporte, hidrografia, tipos de vegetação, etc. Eles são ela- borados a partir de levantamentos topográficos realizados por empresas privadas ou órgãos governamentais, como o IBGE, e servem de base para outro tipo de mapa, o temático. Os mapas temáticos são representações de fenômenos na- turais (clima, relevo, rochas, etc.) ou socioeconômicos (popu- lação, indústria, urbanização, etc.) mostrando seus aspectos quantitativos e/ou qualitativos. Um mapa deve conter: Título: informa o tema que está sendo representado. Legenda: mostra o significado dos símbolos e é impor- tante para explicar o que o mapa comunicou visualmente. Escala: indica quantas vezes o mapa foi reduzido, possibilitando o cálculo das distâncias e das dimensões reais do espaço representado. 2.3. Representação do relevo Tanto o relevo terrestre quanto o submarino podem ser representados de várias formas – por cores (altitudes), ha- churas, blocos-diagramas, etc. No entanto, as formas mais usuais são as curvas de nível e o perfil topográfico. As cores convencionadas pela Carta Internacional do Mundo (CIM) para mostrar as altitudes são as hipsométricas (verde, amarelo, marrom, violeta, violeta-escuro e branco), que indi- cam as cotas acima do nível do mar, e as batimétricas (tom azul), que indicam as cotas abaixo do nível do mar. Alagoas: mapa hipsométrico FONTE: GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS. ACESSO: NOV. 2014. 2.4. Topografia e curvas de nível Em cartografia, curvas de nível, também denominadas isoípsas, são linhas que unem pontos de igual altitude na superfície representada. Os intervalos existentes entre es- sas linhas são equidistantes, ou seja, sempre possuem a mesma medida. EXEMPLO DE CURVA DE NÍVEL E PERFIL TOPOGRÁFICO A interpretação das curvas de nível exige o conhecimento de algumas noções básicas: Quanto maior a declividade do terreno representado, mais próximas são as curvas de nível; elas são mais afas- tadas na representação de terrenos pouco íngremes. 26 Há sempre a mesma diferença de altitude entre duas curvas de nível. Pontos situados na mesma curva de nível têm a mesma altitude. Os rios nascem nas áreas mais altas e correm para as áreas mais baixas. As curvas de nível raramente se cruzam e tendem a ser pa- ralelas entre si. O cruzamento só ocorre quando há algum tipo de acidente geográfico incomum, como um barranco, ou seja, quando elas se tocam, é porque uma determinada altitude encontra-se sobre a outra. Além dessas características, é possível notar que as curvas de nível jamais se bifurcam. Observe no exemplo abaixo: EXEMPLO DE UMA ÁREA MAIOR REPRESENTADA EM CURVAS DE NÍVEL Produzir mapas topográficos em curvas de nível, principal- mente de áreas extensas, requer muito trabalho na coleta de dados, como o das altitudes, envolvendo uma rigorosa pre- cisão matemática. Entretanto, com os avanços tecnológicos no campo da cartografia, tanto com a aerofotogrametria quanto com as projeções de satélites, muitas vezes esse tipo de mapa é produzido quase que automaticamente, o que facilita estu- dos geológicos e geomorfológicos da superfície terrestre. 2.5. Geomática: a cartografia computadorizada O século XXI traz consigo o uso generalizado da geomá- tica, definida pelaInternational Standards Organization como “o campo de atividade que integra todos os meios utilizados para a aquisição e o gerenciamento de dados espaciais necessários às operações científicas, administrati- vas, legais e técnicas envolvidas no processo de produção e gerenciamento da informação espacial”. Em outras palavras, é possível definir a geomática como a ciência e a tecnologia de coletar, interpretar e utilizar infor- mações geográficas. Embora não seja um campo novo, a geomática representa uma evolução das técnicas cartográficas, abrangendo ou- tros recursos utilizados também pela cartografia, como a topografia, a geodésia e a aerofotogrametria, juntamente com novas técnicas de sensoriamento remoto, o GPS e o Sistema de Informação Geográfica (SIG). Ou seja, a geomá- tica utiliza dados coletados por satélites e por trabalho de campo que são reunidos e processados em computadores, gerando produtos como mapas digitais ou bases de dados. O resultado mais completo obtido com o uso das técnicas da geomática é o geoprocessamento ou SIG, que permite a superposição e o cruzamento de informações. Sua principal característica é integrar, em uma base única, informações diversas – imagens, dados cartográficos, populacionais, etc. – de forma que seja possível consultar, comparar e analisar essas informações, além de produzir mapas. 2.6. Aerofotogrametria Também denominada fotogrametria, é a técnica de ela- boração de cartas com base em fotografias aéreas e com a utilização de aparelhos e métodos estereoscópicos, que permitem a representação de objetos em um plano e sua visão em três dimensões. Alguns detalhes são essenciais para a representação de fotografias aéreas, como o tamanho e a forma da área es- tudada ou a tonalidade e as sombras existentes nas fotos. Os tipos de fotografias aéreas mais usados são os mosai- cos cartográficos, as montagens de fotografias aéreas e as ortofotocartas, imagens com escala precisa em que podem estar representadas curvas de nível, ruas, limites, etc. TÉCNICA DE AEROFOTOGRAMETRIA Embora muito utilizado para fins de mapeamento, esse mé- todo, assim como qualquer outro método de representação da superfície terrestre, oferece algumas limitações. Nesse caso, as limitações se referem à interpretação das imagens obtidas, que exigem perícia do intérprete para reconhecer e diferenciar objetos, principalmente porque a forma dos objetos (meio pelo qual se faz o reconhecimento) pode ser alterada de acordo com a perspectiva da máquina na hora do registro da imagem (fotografia) ou mesmo devido às 27 características de interação da radiação eletromagnética com o alvo ou o conjunto observador-sensor. Outra dificuldade dessa técnica está na instabilidade do voo, principalmente quando feito em uma região onde venta constantemente. Quando a aerofotogrametria é feita com o objetivo de mapear o local, é traçado um plano de voo, de for- ma que as fotos sejam tiradas “em faixas” que cubram, para- lelamente, todo o terreno. Para isso, o ideal seria manter o voo em linha reta e a uma altura constante, mas isso nem sempre é possível, o que causa pequenas distorções nas fotos. No Brasil, o levantamento aerofotogramétrico deve ser pre- viamente autorizado pelo Ministério da Defesa. Além disso, ele só pode ser realizado por empresas especializadas em tal finalidade ou por entidades do governo, devendo ser informa- das a localização e a área de abrangência do levantamento. 2.7. Sensoriamento remoto O sensoriamento remoto é uma tecnologia de obtenção de imagens e dados da superfície terrestre por meio da capta- ção e registro da energia refletida/emitida pela superfície, sem que haja contato físico entre o sensor e a superfície estudada (por isso é denominado remoto). Os sensores óptico-eletrônicos usados para a captura dessa energia funcionam como se fossem uma câmera fotográfi- ca (captam e registram a radiação – luz – emitida/refletida pelo objeto) que tirasse fotos da superfície terrestre, só que os sensores são um pouco mais sofisticados. As câmeras fotográficas convencionais captam apenas o espectro de luz visível (de ondas longas), já os sensores uti- lizados no sensoriamento remoto costumam captar outras bandas (uma delas é o infravermelho, que é muito impor- tante para o estudo das vegetações, por exemplo). Quando a imagem for capturada, ela será analisada, transformada em mapas ou constituirá um banco de da- dos georreferenciados, caracterizando o que é chamado de geoprocessamento. O satélite é o veículo mais utilizado para captura de ima- gens em sensoriamento remoto. Isso ocorre devido a sua melhor relação de custo-benefício, uma vez que ele pode passar anos em órbita da Terra. Satélites artificiais Sensores remotos podem ser colocados em aero- naves, foguetes e balões para obter imagens da superfície da Terra; contudo, essas plataformas são operacionalmente caras e limitadas. Uma solução para esse caso é utilizar satélites artificiais para instalar esses sistemas. Um satélite pode girar em órbita da Terra por um longo tempo e não preci- sa de combustível para isso; alem do mais, a sua altitude permite que sejam obtidas imagens de grandes extensões da superfície terrestre de forma repetitiva e a um custo relativamente baixo. Os sa- télites artificiais são plataformas estruturadas para suportar o funcionamento de instrumentos de di- versos tipos, e, por essa razão, elas são equipadas com sistemas de suprimento de energia (painéis solares que convertem a energia radiante do Sol em energia elétrica e a armazena em baterias), de controle de temperatura, de estabilização, de transmissão de dados, etc. 2.8. Tecnologia de posicionamento global (GPS) GPS é a abreviatura de Global Positioning System, em português, Sistema de Posicionamento Global. Trata-se de um sofisticado sistema de navegação e posiciona- mento global que informa com precisão a latitude, a longitude e a altitude de um local, permitindo o ma- peamento de rotas marítimas e terrestres, redes de transmissão de energia elétrica, correntes marítimas, ecossistemas, bem como o monitoramento de desastres ambientais em qualquer ponto. O GPS é constituído por três segmentos: espacial, de controle e utilizador. O espacial é composto por 24 saté- lites distribuídos em seis planos orbitais. O segmento de controle é responsável pelo monitoramento das órbitas dos satélites. Por fim, o segmento do utilizador é o recep- tor GPS, responsável pela captação dos sinais fornecidos pelos satélites. Esse sistema de navegação possibilita, por meio de satélites artificiais, a obtenção de informa- ções sobre a localização geográfica em qualquer lugar da superfície terrestre e em qualquer hora do dia. Atu- almente existem dois sistemas de posicionamento por satélite em pleno funcionamento: o GPS, desenvolvido e mantido pelos Estados Unidos, e o Glonass, desenvol- vido na Rússia. A China está desenvolvendo um sistema denominado Compass. O Galileo europeu é outro siste- ma em fase de implantação. 28 2.9. Sistema de Informações Geográficas (SIG) Trata-se de sistemas destinados ao tratamento de dados re- ferenciados espacialmente. Esses sistemas manipulam diver- sas fontes, como mapas, imagens de satélites, cadastros, etc., permitindo a recuperação e a combinação de informações, além da realização dos mais diversos tipos de análises. A sobreposição de mapas é uma maneira de se obter in- formações comparadas colocando um mapa sobre o outro. A sobreposição de um ou mais mapas é um recurso inte- ressante quando se busca apresentar e comparar diferen- tes dados e informações referentes a uma mesma região, em um único mapa. A representação de informações em mapas diferentes não impede a comparação entre elas; entretanto, a vantagem de sobrepô-las em um só mapa se deve à possibilidade de verificar exatamente os pontos ou as áreas de ocorrência de cada informação, facilitando a comparação visual entre elas. Fontes de Dados Camadas de DadosArruamento Edificações Cobertura Vegetal Dados Integrados Fonte: Governo dos EUA, 2015. ESQUEMA DE UM SIG 3. A representação da Terra sobre uma superfície plana e sua problemática Ainda hoje, a cartografia se depara com um grande de- safio: mesmo considerando todos os processos científicos e tecnológicos de representações espaciais da Terra, a problemática é a representação com exatidão do planeta sobre uma superfície plana. A Terra é “esférica”, mas os papéis são planos. Com isso, representar em um desenho a superfície do planeta obri- ga a fazer ajustes para que um objeto tridimensional seja representado de forma bidimensional. Em outras palavras, toda e qualquer tentativa de representar uma geoide em uma superfície plana causa algum tipo de deformação. De modo geral, é possível afirmar que a única forma rigorosa de representar a superfície da Terra é por meio de globos, nos quais se conservam exatamente as posições relativas de todos os pontos, e as dimensões são apresentadas em uma escala única. Contudo, a representação “perfeita” da Terra e os detalhes que o mundo moderno exige obrigariam a construção de um globo de proporções gigantescas, tendo praticamente o mesmo tamanho da Terra, o que impossibili- ta o processo de tal representação. Os cartógrafos, buscando solucionar ou amenizar as mais diversas deformidades nas representações cartográficas da Terra, criaram as projeções cartográficas, que consis- tem em um conjunto de linhas que forma uma rede de coordenadas, sobre a qual são representados os elementos do mapa: terras, cidades, mares, rios, etc. Os sistemas de projeções cartográficas são classificados quanto ao tipo de superfície adotada e ao grau de deformação da superfície. Entretanto, é importante ressaltar que nenhum tipo de projeção escolhida para representar a Terra evitará deforma- ções. Elas valorizarão alguns aspectos da superfície represen- tada e farão com que as distorções sejam conhecidas. 4. Principais projeções cartográficas 4.1. Quanto à superfície 4.1.1. Projeção cônica A superfície terrestre é representada num cone envolvendo o globo terrestre. Os paralelos formam círculos concêntri- cos, e os meridianos são linhas retas que convergem para os polos. As deformações ocorrem à medida que se afas- tam do paralelo padrão (paralelo de contato com o cone). A projeção é utilizada para representar áreas continentais (como regiões e continentes). 29 © César da Mata/Schäffer Editorial 4.1.2. Projeção cilíndrica © Pearson Prentice Hall, Inc. A superfície terrestre é representada num cilindro envolven- do o globo terrestre. Os paralelos e os meridianos são linhas retas que convergem entre si. As deformações ocorrem à medida que se aumentam as latitudes. É geralmente utiliza- da para representações do globo, como mapas-múndi. 4.1.3. Projeção azimutal, plana ou polar Também denominada projeção plana, é uma projeção usada geralmente para a representação das áreas pola- res, pois parte sempre de um ponto para a representação da(s) área(s) – por isso é usada para pequenas áreas. Pode ser de três tipos: polar, equatorial e oblíqua (chama- da também de horizontal). Equador Equador 4.2. Quanto às propriedades E possível minimizar as deformações ocorridas pela planifi- cação da superfície terrestre no que se refere às áreas, às dis- tâncias e aos ângulos, mas nunca aos três ao mesmo tempo. Projeção conforme: preserva os ângulos e deforma as áreas. Projeção equivalente: preserva as áreas e altera os ângulos. Projeção afilática: não conserva propriedades, mas minimiza as deformações em conjunto (ângulos, áreas e distâncias). Projeção equidistante: as distâncias se preservam, e as áreas e os ângulos (consequentemente, a forma) são deformados. 4.2.1. Projeção de Mercator ou cilíndrica conforme Conserva a forma dos continentes, direções e ângulos, mas altera a proporção das superfícies, principalmente as regiões de alta latitude. Essa projeção é a mais apropriada à navega- ção marítima. É denominada eurocêntrica (imperialista), uma vez que exagera de modo estratégico as latitudes de 60º N/S, causando, assim, uma deformidade de quase 100%. PROJEÇÃO DE MECATOR 4.2.2. Projeção de Peters ou cilíndrica equivalente Conserva as áreas das superfícies representadas, apesar de distorcer suas formas. O alemão Arno Peters (1916-2002) considerava que os mapas eram uma das manifestações simbólicas da submissão dos países do Terceiro Mundo. Peters combateu a imagem de superioridade dos países do Norte representada nos planisférios derivados da projeção de Mercator. A sua argumentação era a de que todos os países deveriam ser retratados no mapa-múndi de forma fiel à sua área, isto é, de forma equivalente. PROJEÇÃO DE PETERS 30 www.inpe.br multimídia: sites 4.2.3. Projeção de Robinson ou afilática Com o intuito de aperfeiçoar as características da projeção de Mercator nas superfícies das regiões de alta latitude, Ar- thur H. Robinson (1915-2004) criou, em 1963, a sua pro- jeção. Trata-se uma projeção afilática, que não preserva as áreas, as formas ou as distâncias. No entanto, as distorções não são muito extremas, produzindo assim um planisfério bem equilibrado em termos visuais. Observe que os me- ridianos são linhas curvas e os paralelos são linhas retas. © C és ar da M at a/ Sc hä ffe r E dit or ial PROJEÇÃO DE ROBINSON Gráficos e mapas – Marcelo Martinelli A proposta básica dessa obra volta-se para o ensino- -aprendizagem de gráficos e mapas. Destina-se, fun- damentalmente, aos estudantes de graduação interes- sados nessa temática. multimídia: livro 4.2.4. Projeção de Mollweide A projeção elaborada por Karl Mollweide (1774-1825) é do tipo equivalente, ou seja, conserva o tamanho das áreas, mas altera as suas formas. Nessa projeção, os paralelos são linhas retas, e os meridianos, linhas curvas. Sua área é proporcional à da esfera terrestre, tendo a forma elíptica. As zonas cen- trais apresentam grande exatidão, tanto em área quanto em configuração, mas as extremidades apresentam grandes distorções. Karl Mollweide, muito conhecido não somente pela projeção que elaborou, mas também pelas grandes rea- lizações no campo das equações matemáticas, buscava uma forma de corrigir a projeção de Mercator, uma vez que essa era muito útil para navegações, porém pouco recomendada para análises sobre os continentes por alterar as suas escalas. PROJEÇÃO DE MOLLWEIDE 4.2.5. Projeção de Goode, que altera a de Mollweide Trata-se de uma projeção descontínua, uma vez que ten- ta eliminar várias áreas oceânicas. Goode (1862-1932) coloca os meridianos centrais da projeção corresponden- do aos meridianos quase centrais dos continentes para alcançar maior exatidão. PROJEÇÃO DE GOODE 4.2.6. Projeção de Holzel Projeção equivalente, seu contorno elipsoidal faz referência à forma aproximada da Terra, que tem um ligeiro achata- mento nos polos. PROJEÇÃO DE HOLZEL 31 VIVENCIANDO Mapoteca – Biblioteca Mário de Andrade A Mapoteca é formada por uma coleção especial com cerca de sete mil cartas geográficas e mapas políticos, histó- ricos, físicos e geológicos e ainda por cerca de 4.300 volumes de atlas históricos e geográficos. Vale destacar a coleção de 34 mapas e planos manuscritos do final do século XVIII, de várias partes do Brasil. Tam- bém estão disponíveis as plantas da cidade de São Paulo do período de 1810 a 1870, que constituem importante fonte de pesquisa para estudos históricos. O atendimento ou visitação voltado a essa coleção está localizado em sala do 1.º andar da Biblioteca Mário de Andrade, localizada na Rua da Consolação, número 94, no centro de São Paulo. SALA DE CONSULTA DE MAPAS. ACERVO DA BIBLIOTECA MÁRIO DE ANDRADE A Mapoteca do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro é formada por um acervo em que o foco é a cartografia histórica, principalmente do Brasil. Ela retrata os traços geográficos que foram se delineando e definindo pelos grandes geógrafos,
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