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Geografia - Teórico_VOLUME1

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Prévia do material em texto

VIVENCIANDO
APLICAÇÃO DO CONTEÚDO 
INCIDÊNCIA DO TEMA 
NAS PRINCIPAIS PROVAS
ÁREAS DE 
CONHECiMENTO DO ENEM
TEORIA
MULTiMÍDiA
CONEXÃO ENTRE DiSCiPLiNAS
DiAGRAMA DE iDEiAS
HERLAN FELLiNi
Caro aluno 
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclu-
siva metodologia em período integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. 
O material didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. 
O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de 
forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo 
complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. 
A seguir, apresentamos cada seção:
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidado-
sa seleção de conteúdos multimídia para complementar o reper-
tório do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreen-
são, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc. 
Tudo isso é encontrado em subcategorias que facilitam o apro-
fundamento nos temas estudados – há obras de arte, poemas, 
imagens, artigos e até sugestões de aplicativos que facilitam os 
estudos, com conteúdos essenciais para ampliar as habilidades 
de análise e reflexão crítica, em uma seleção realizada com finos 
critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso aluno.
Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu 
distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreen-
são de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos 
temas para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. 
Para evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvol-
vida a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há 
uma preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações 
entre aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato 
em seu dia a dia.
Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao 
fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o 
aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas 
na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm, 
a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de 
Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são 
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva 
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia. 
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a 
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resol-
vê-las com tranquilidade.
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria-
mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los em 
suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aqueles 
que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio de 
esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas.
Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo da 
aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos princi-
pais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organização dos 
estudos e até a resolução dos exercícios.
Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela-
borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata 
de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não 
exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos 
conteúdos de cada área, de cada disciplina.
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abran-
gem conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, 
como Biologia e Química, História e Geografia, Biologia e Mate-
mática, entre outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com 
essa realidade por meio de explicações que relacionam a aula do 
dia com aulas de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, 
sempre utilizando temas da atualidade. Assim, o aluno consegue 
entender que cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz 
parte de uma grande engrenagem no mundo em que ele vive.
De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol-
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos 
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo 
o território nacional.
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção 
tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques-
tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com-
pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas 
que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua-
dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados 
e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno 
que vai se dedicar à rotina intensa de estudos.
Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem 
parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compila-
dos, deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e co-
mentados, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difí-
cil compreensão torne-se mais acessível e de bom entendimento 
aos olhos do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever, 
a qualquer momento, as explicações dadas em sala de aula.
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2021
Todos os direitos reservados.
Autores
Alessandra Alves
Vinicius Gruppo Hilário
Diretor-geral
Herlan Fellini
Diretor editorial
Pedro Tadeu Vader Batista 
Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta
Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa 
iconográfica
Hexag Sistema de Ensino
Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva
Projeto gráfico e capa
Raphael Campos Silva
Imagens
Freepik (https://www.freepik.com)
Shutterstock (https://www.shutterstock.com)
ISBN: 978-65-88825-29-7
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com 
a legislação, tendo por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum 
texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, 
ficamos à disposição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos 
todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre as 
imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de 
crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado 
apenas para fins didáticos, não representando qualquer tipo de recomenda-
ção de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
2021
Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino.
Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP
CEP: 04043-300
Telefone: (11) 3259-5005
www.hexag.com.br
contato@hexag.com.br
GEOGRAFIA
GEOGRAFIA 1
GEOGRAFIA 2
Aulas 1 e 2: Movimentos da Terra 6
Aulas 3 e 4: Coordenadas geográficas e fuso horário 14
Aulas 5 e 6: Noções de cartografia 22
Aulas 7 e 8: Elementos do clima e fatores climáticos 34
Aulas 1 e 2: Introdução à história do pensamento geográfico 46
Aulas 3 e 4: Geologia 56
Aulas 5 e 6: Geologia do Brasil e exploração mineral 66
Aulas 7 e 8: Geomorfologia: forças estruturais e esculturais 76
SUMÁRIO
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
UFMG
Pede em seus exercícios os principais con-
ceitos, utilizando, muitas vezes, textos-base 
para sua resolução. É vital que o aluno não 
saio do texto, pois a Unesp quer saber se 
o candidato compreendeu por que aquele 
texto foi escolhido.
A Unicamp costuma abordar esses temas em 
seus vestibulares com o auxílio de mapas e 
esquemas, para que o aluno raciocine para 
além do enunciado.
Embora as provas versem sobre assuntos da 
atualidade, os temas desta frente aparecem 
vez por outra, apresentando um nível médio 
de dificuldade, e sempre com material de 
apoio, como mapas e gráficos.As questões não apresentam surpresas, 
principalmente quando se trata de geografia 
física, como climatologia, que aparece em 
quase todas as provas.
Essa prova presa sempre pela objetividade com 
relação aos temas desta frente, na qual carto-
grafia e clima merecem destaque especial.
As últimas provas mostraram um domínio de 
conteúdo relacionado, principalmente, a fuso 
horário e noções de cartografia, além de trazer 
elementos do clima e fatores climáticos.
Esses são temas que o Enem adora explorar, 
e nessas questões podem aparecer de tudo: 
textos-base, mapas e gráficos, principalmente 
aqueles que chamam atenção para situações 
do cotidiano.
A UERJ é um vestibular que utiliza muitos ma-
pas, para a maioria dos temas deste caderno, 
principalmente em questões discursivas. Para 
um bom desempenho nas provas, o aluno não 
pode deixar de exercitar leituras e exercícios 
com mapas.
Essa prova é bastante tradicional e conteu-
dista, orientada para todos os temas desta 
frente, ou seja, astronomia, cartografia e clima 
estão sempre presentes.
O vestibular Souza Marques apresentou, 
nos últimos anos, uma tendência a inserir 
questões relacionadas à geografia física, 
de forma bem equilibrada. Observa-se uma 
concentração de temas sobre os elementos 
do clima e fatores climáticos.
Este vestibular não apresenta em seu edital 
mais recente e nem exige nas provas dos 
últimos vestibulares questões relacionadas à 
disciplina de Geografia.
Clima é um tema certeiro nas provas da 
Federal do Paraná. Estudar bem os conceitos 
e aplicá-los em escala local é a chave para um 
bom resultado.
Os candidatos precisam explorar os temas 
desta frente e relacioná-los às questões 
regionais, pois é assim que os exercícios 
costumam aparecer.
Os temas abordados neste caderno são 
pedidos com frequência nas provas da 
FUVEST. É muito importante que o aluno 
compreenda bem os conceitos de localização 
e cartografia.
Este vestibular explora os temas desta frente 
de maneira bastante tradicional, principalmente 
no que tange a cartografia, onde as projeções 
cartográficas são recorrentes nas provas.
GEOGRAFIA 1
 6
1. Introdução
É notável o fascínio que as pessoas sentem pelo céu. Quem 
nunca admirou um pôr do sol ou ficou impressionado com 
uma tempestade? Contudo, ainda hoje, os fenômenos ce-
lestes que fazem parte do cotidiano não são compreendi-
dos por grande parte da humanidade. O interesse pelos 
mistérios do Universo faz parte da natureza humana desde 
o começo da civilização. Ao mesmo tempo em que a exten-
são e beleza do Universo é admirada, o desafio de conhe-
cê-lo é instigante, pois, ao investigar o Cosmos, a humani-
dade está indagando também sobre a sua própria origem.
A luz e o calor do Sol durante o dia, o luar e as estrelas à 
noite, o ciclo das estações, a necessidade de se orientar nos 
percursos de um lugar a outro e de estabelecer uma cro-
nologia para os acontecimentos foram motivos suficientes 
para o homem tentar equacionar o Universo.
2. Movimentos da Terra
Do ponto de vista da ciência, a Terra possui um único mo-
vimento, que pode, dependendo de suas causas, ser divi-
dido nos seguintes componentes:
 movimento de rotação em torno de seu eixo;
 movimento de translação em torno do Sol;
 movimentos de precessão e de nutação;
 movimento dos polos;
 movimento em torno do centro de nossa galáxia.
Os dois primeiros são os principais, pois suas influências 
podem ser sentidas diariamente.
FONTE: YOUTUBE
Série “Cosmos”. Produzida pelo 
astrônomo Carl Sagan Productions
O segredo dessa série de treze horas foi o talento de 
comunicador de Sagan, capaz de desmistificar o que até 
então fora informação científica inacessível. A versão 
escrita desse programa continua a ser o livro de divul-
gação científica mais vendido da história.
F Y
multimídia: vídeo
2.1. Movimento de rotação
O movimento de rotação ocorre quando a Terra gira em torno 
de si mesma, de oeste para leste, isto é, em torno de um eixo 
imaginário que passa por seus polos. A duração do chamado 
dia sideral, ou seja, o tempo necessário para a Terra comple-
tar uma volta em torno de seu eixo (360º exatos), é de 23 
horas, 56 minutos, 4 segundos e 9 décimos. Em relação ao 
Sol, o tempo de rotação médio, o chamado dia solar médio, é 
de 24 horas. O dia solar é compreendido como o período en-
tre duas passagens sucessivas do Sol sobre o meridiano local 
e varia ao longo do ano, sendo sempre superior ao dia sideral.
É devido a isso que existe a sucessão de dias e noites, fa-
tor que desempenha um papel fundamental no equilíbrio da 
temperatura e da composição química da atmosfera. A rota-
ção provoca a sensação de que o Sol se movimenta em rela-
ção à Terra, de leste (nascente – levante) para oeste (poente); 
entretanto, é a Terra que se movimenta em relação ao Sol.
A velocidade desse movimento é de aproximadamente 
1.666 km/h, ou 465 m/s, que é bastante elevada, porém 
muito inferior à de outros astros do Universo. É interessan-
te notar que a velocidade aumenta nas áreas próximas à 
linha do equador, região em que o raio terrestre é maior. 
Na cidade de Porto Alegre, por exemplo, a velocidade da 
rotação terrestre cai para 1.450 km/h.
AULAS 1 E 2
HABILIDADE: 6
COMPETÊNCIA: 2
MOVIMENTOS DA TERRA
 7
Outros efeitos do movimento de rotação são: o formato 
geoide da Terra, isto é, ela é achatada nos polos e expan-
dida no equador, não formando uma esfera perfeita; as 
correntes marinhas; a circulação atmosférica e o desnível 
entre os oceanos.
Na verdade, a Terra, assim como os demais planetas sola-
res, gira em torno do próprio eixo porque não existe ne-
nhum tipo de força ou resistência capaz de parar a sua 
rotação, que se perpetua. Acredita-se que, depois do sur-
gimento do Universo, os corpos celestes colidiram-se (e 
ainda colidem-se) por várias vezes, o que fez com que os 
elementos constituintes dos planetas se mantivessem em 
movimentos giratórios. É importante considerar que nem 
sempre a rotação dos planetas é no sentido anti-horário, a 
exemplo de Urano e Vênus, que giram no sentido horário.
O ABCD da Astronomia e Astrofísica - J. E. Horvath
A Astronomia constitui um “ponto de encontro” da 
Física com a Matemática e com outras disciplinas. O 
presente trabalho oferece uma visão breve e atualiza-
da de praticamente todas as áreas da Astronomia, com 
especial ênfase na Astrofísica Estelar, Cosmologia e a 
nascente Astrobiologia.
multimídia: livro
2.2. Movimento de translação
A Terra, ao mesmo tempo em que gira em torno do seu eixo, 
também realiza o movimento de translação, que consiste em 
dar uma volta completa em torno do Sol. Para realizar esse 
movimento, ela utiliza cerca de 365 dias – ou precisamente 
365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. O trajeto per-
corrido com esse movimento é denominado órbita terrestre.
A órbita terrestre é elíptica, onde o Sol está ligeiramente des-
locado em relação ao centro do movimento. 
A Terra está mais próxima do Sol entre 4 a 7 de janeiro e 
mais distante entre 4 e 7 de julho.
FONTE: YOUTUBE
A ciência em si – Gilberto Gil
F Y
multimídia: música
2.3. Periélio e afélio
O periélio é o ponto da órbita de um corpo, seja ele 
planeta, asteroide ou cometa, que está mais perto do 
Sol. Quando um corpo está no periélio, ele tem a maior 
velocidade de translação de toda a sua órbita. A distân-
cia entre a Terra e o Sol no periélio é de cerca de 147,1 
milhões de quilômetros. 
O afélio, por sua vez, é o ponto da órbita em que um plane-
ta ou um corpo está mais distante do Sol. Quando se trata 
de um objeto que orbita uma estrela que não o Sol, esse 
ponto é denominado apoastro. A distância entre a Terra e 
o Sol no afélio é de cerca de 152,1 milhões de quilômetros. 
Quando um astro está no afélio, ele tem a menor veloci-
dade de translação de toda a sua órbita, proporcionando 
invernos mais longos no HS e verões mais longos no HN.
MOVIMENTO RETARDADO
PERIÉLIO
MOVIMENTO ACELERADO
SOL
TERRA
AFÉLIO
É comum que esses pontos sejam confundidoscomo a 
causa das estações do ano, com o verão sendo relacionado 
ao periélio e o inverno ao afélio. No entanto, as estações do 
ano ocorrem em função do movimento de translação as-
sociado à inclinação do eixo de rotação, gerando variações 
na luminosidade.
O plano formado pela órbita terrestre é denominado pla-
no da elíptica. O eixo de rotação da Terra tem inclinação 
de, aproximadamente, 23º em relação à perpendicular 
desse plano. Esse fato faz com que a luz do Sol atinja o 
planeta de forma desigual, iluminando e aquecendo he-
misférios e regiões em épocas diferentes, o que causa, 
 8
por sua vez, a ocorrência das estações do ano: primavera, 
verão, outono e inverno.
É também o movimento de translação da Terra o responsá-
vel pelo ano bissexto, que tem a duração de 366 dias. Isso 
ocorre porque a duração do ano é sempre arredondada para 
365 dias, excluindo as 5 horas, 48 minutos e 46 segundos 
que restam. A diferença é acertada a cada quatro anos com 
o ano bissexto, incluindo o dia 29 de fevereiro no calendário.
2.4. A influência da Lua na Terra
Até onde se sabe, a Terra é o único planeta do Sistema 
Solar em condições de abrigar vida da forma como ela 
é conhecida. A Terra está a uma distância adequada do 
Sol, possui uma atmosfera rica em oxigênio e tem gran-
des quantidades de água. A partir do Sol, é o primeiro 
planeta que tem um satélite natural, a Lua.
Quando se fala sobre esse satélite, logo é lembrada sua 
influência no movimento de subida e descida das águas 
do mar, que é explicado pela lei da gravidade de Isaac 
Newton. A Lua não exerce sozinha essa influencia na 
maré. O Sol também tem um papel importante nesse 
movimento, embora sua influência seja menor do que a 
da Lua, pois ele está mais distante da Terra.
Assim como o Sol e a Terra, a Lua não está em repou-
so. Ela gira ao redor da Terra, que, por sua vez, gira 
ao redor do Sol. E, da mesma forma que a Terra atrai 
a Lua, a Lua atrai a Terra, mas com menos intensida-
de. O efeito da atração da Lua não exerce nenhuma 
influência nos continentes, mas afeta os oceanos. A 
influência da Lua provoca correntes marítimas que 
geram duas marés altas e duas baixas diariamente. 
A diferença entre marés pode ser quase impercep-
tível ou muito notável, dependendo principalmente 
da posição dos astros em relação à Terra, isto é, das 
fases da Lua, que são as seguintes:
 Lua nova: Sol, Lua e Terra estão alinhados, o Sol 
e a Lua estão na mesma direção. A força de atra-
ção é somada e causa elevação máxima da maré 
(maré de sizígia).
 Lua minguante: a Lua está a oeste do Sol, quase 
formando um ângulo de 90° entre eles. A atração 
é quase nula e causa a menor elevação da maré 
(maré de quadratura).
 Lua cheia: o Sol, a Lua e a Terra estão alinhados 
novamente, só que agora a Terra está entre o Sol 
e a Lua. A atração causa novamente grandes ele-
vações das marés (maré de sizígia).
 Lua crescente: a Lua está a leste do Sol, quase 
formando um ângulo de 90°. Nessa fase, a gravi-
tação da Lua se opõe à gravitação do Sol. Como a 
Lua está mais próxima da Terra, o Sol não consegue 
anular totalmente a força gravitacional da Lua, e a 
maré ainda apresenta uma ligeira elevação (maré 
de quadratura).
 Entretanto, esse jogo de forças não é igual em toda 
parte, pois o contorno da costa e as dimensões do 
fundo do mar também alteram a dimensão das 
marés. Em certas regiões abertas, a água se espalha 
por uma grande área e sobe só alguns centímetros 
nas marés máximas. Em outras, como um braço de 
mar estreito, o nível pode se elevar vários metros.
Não raro, é possível ver a Lua durante o dia. Em algu-
mas vezes pela manhã, em outras pela tarde. É impor-
tante esclarecer que a Lua está sempre presente no 
céu, tanto durante o dia quanto durante a noite. O que 
ocorre é que, devido ao fato de a Lua não apresentar 
luz própria, só é possível vê-la quando ela, de algum 
modo, reflete a luz emitida pelo Sol.
Durante a fase da lua nova, como o Sol está iluminan-
do o lado oculto do satélite natural, a Lua não pode 
ser vista nem durante o dia e nem durante a noite. 
Na fase da lua cheia, ela só aparece no horizonte ce-
leste quando já está anoitecendo. Isso significa que a 
Lua pode ser vista de dia durante as fases minguan-
te e crescente. A primeira só aparece pela manhã, e 
a segunda, depois do meio-dia, porque a minguan-
te nasce imediatamente após o período da cheia, à 
meia-noite, permanecendo nos céus durante 12 horas. 
 9
Já a Lua em sua fase crescente, mais comum, só pode 
ser vista durante as tardes porque ela só nasce na 
metade do dia, quando fica iluminada em cerca de 
50% de sua superfície durante as mesmas 12 horas. A 
iluminação, além da reflexão da luz do Sol, depende, 
sobretudo, do grau de inclinação dos raios solares.
As diferenças dos horários de surgimento da Lua no 
céu são explicadas pelo fato de, a cada dia, ela nascer 
48 minutos mais tarde. Assim, à medida que a posição 
da Lua em relação aos raios do Sol vai se alterando, 
mudam também as suas fases e o horário de seu apa-
recimento no horizonte.
www.iag.usp.br
multimídia: sites
3. Equinócio, solstício 
e estações do ano
As estações do ano têm duração aproximada de três me-
ses. A Terra recebe variadas quantidades de radiação solar 
por conta da sua inclinação e da sua órbita ao redor do Sol. 
Assim, existem diferentes estações ao longo do ano, o que 
influencia diretamente o tipo de vegetação e o clima de 
todas as regiões da Terra.
FONTE: YOUTUBE
Linha do Equador – Djavan
F Y
multimídia: música
Quatro pontos do trajeto de translação são significativos ao 
longo do ano: dois solstícios e dois equinócios. Os dois equi-
nócios são os momentos nos quais os raios solares incidem 
perpendicularmente no equador. Dias 21 ou 22 de março e 
23 de setembro são datas que marcam, respectivamente, o 
início do outono e da primavera no Hemisfério sul e o início 
da primavera e do outono no Hemisfério norte.
Já os solstícios são os momentos nos quais os raios sola-
res incidem perpendicularmente sobre um dos trópicos. Eles 
ocorrem em 22 de junho, no Trópico de Câncer (no hemisfé-
rio norte), e em 21 de dezembro, no Trópico de Capricórnio 
(hemisfério sul). Essas duas datas marcam, respectivamente, 
o início do inverno e do verão no hemisfério sul, e o início do 
verão e do inverno no hemisfério norte. No dia de solstício, 
os raios solares tangenciam um dos polos, fazendo com que 
este tenha 24 horas de luz, e o outro, 24 horas de escuridão.
Decifrando a Terra - Wilson Teixeira, Thomas Rich, 
Maria Cristina Motta de Toledo, Fabio Taioli
O novo Decifrando a Terra interessa não só aos estudan-
tes universitários de diversas especialidades científicas, 
mas também a todos que desejam compreender os in-
trincados processos geológicos que ocorrem no planeta 
há 4,56 bilhões de anos.
multimídia: livro
O fenômeno do sol da meia-noite
O “sol da meia-noite” é um fenômeno natural obser-
vável ao norte do Círculo Polar Ártico (hemisfério nor-
te) e ao sul do Círculo Polar Antártico (hemisfério sul), 
regiões onde o Sol é visível por 24 horas do dia, nas da-
tas próximas ao solstício de verão. A rotação da Terra, 
sua inclinação e a órbita solar fazem com que uma das 
extremidades do planeta permaneça constantemente
 10
iluminada. Enquanto no Círculo Polar Ártico o Sol não 
se põe durante seis meses, no Círculo Polar Antártico é 
a noite que dura mais tempo: de 20 de março a 23 de 
setembro. Nesse período, o polo norte está totalmente 
voltado para a luz. Quanto mais próximo dos polos, 
maior é o número de dias em que o Sol não se põe. 
Durante esse fenômeno, o Sol se aproxima da linha 
do horizonte como se fosse o pôr ou o nascer do Sol, 
mas não desaparece totalmente. O fenômeno opos-
to é chamado de noite polar, em que o Sol não se 
encontra visível durante 24 horas. Quando o “sol da 
meia-noite” ocorre no polo norte, a noite polar ocorre 
no polo sul e vice-versa.
A noite civil polar, ou seja, quando é necessário man-
ter por mais de 24 horas consecutivasa iluminação 
artificial para atividades no exterior, não ocorre em 
nenhum local da Europa continental ou do estado 
norte-americano do Alasca, pois não existe qualquer 
parte dessas regiões com latitude superior a 72° 33’ 
N. A noite polar astronômica, ou seja, com escuridão 
total, não ocorre em qualquer terra do hemisfério 
norte, limitando-se ao oceano Ártico central.
Uma vez que no hemisfério sul não há assentamentos 
permanentes suficientemente próximos do polo (salvo 
as bases antárticas, habitadas por uns poucos cientistas 
e militares), apenas Estados Unidos, Canadá, Groen-
lândia, Noruega, Suécia, Finlândia, Rússia e o extremo 
norte da Islândia podem desfrutar desse fenômeno.
No norte da Noruega, por exemplo, nunca anoitece 
completamente no verão. Apesar de o Sol não estar ao 
alto no céu, ele nunca chega a desaparecer total-
mente e se mantém acima da linha do horizonte.
“SOL DA MEIA-NOITE” EM ALTA, NORUEGA
A natureza criou suas estratégias para sobreviver à noi-
te e ao dia prolongado. Em diversas regiões habitadas, 
quando o Sol aparece, os pássaros e peixes se reprodu-
zem, o gelo formado no inverno evapora e a vegetação 
aproveita a luz e o calor, frutificando. No inverno, os ani-
mais migram ou hibernam, o gelo volta a cobrir uma 
ampla área e somente as espécies adaptadas permane-
cem. Apesar de ser dia durante meses, nos extremos da 
Terra, porém, o gelo nunca some.
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
A Astronomia é o segmento da ciência que estuda os corpos celestes utilizando os conhecimentos científicos 
disponíveis. Com exceção da Lua e de alguns planetas do Sistema Solar, todos os demais astros só podem ser 
estudados por meio da luz que enviam para a Terra. Pelo estudo dessa luz é que que os Astrônomos conseguem 
obter informações e elaborar os modelos e as teorias que procuram explicar os comportamentos, as estruturas 
físicas e as composições químicas dos astros no Universo.
O estudo e a análise da luz recebida dos astros na forma de micro-ondas, ondas de rádio, radiação infraver-
melha, luz visível, luz ultravioleta, raios X e raios Gama são feitos por meio da aplicação dos conhecimentos 
de Física, Matemática, Química, etc.
 11
Glossário:
 Geoide: concebido idealmente como a forma da Terra, que não é esférica e sim achatada nos polos e bojuda no equador.
 Meridional ou austral: localizado ao sul.
 Setentrional ou boreal: localizado ao norte.
 Movimento de precessão: fenômeno físico que consiste na mudança do eixo de rotação, causando um efeito giros-
cópico, observado nos movimento dos ponto de referência celeste.
 Movimento de nutação: pequena oscilação periódica do eixo de rotação da Terra, com um ciclo de 18,6, anos cau-
sada pela força gravitacional da Lua sobre a Terra.
 Zênite: ponto imaginário interceptado pelo eixo vertical imaginário, traçado a partir da cabeça de um observador 
(localizado sobre a superfície terrestre), que se prolonga até a esfera celeste.
VIVENCIANDO
O Planetário Professor Aristóteles Orsini, também conhecido 
como Planetário do Ibirapuera, está localizado no Parque do 
Ibirapuera, na cidade de São Paulo. Primeiro planetário do Bra-
sil, foi inaugurado em 26 de janeiro de 1957. O observatório do 
Ibirapuera é uma grande atração para os fãs do espaço side-
ral, pois todas as imagens de estrelas, planetas, constelações e 
nebulosas são captadas por telescópios; trata-se, portanto, de 
imagens com brilho e cores reais. É um excelente passeio para 
aqueles que desejam ter uma noção melhor de astronomia.
O Museu Cósmico, também conhecido como 
Planetário de Santa Cruz, é um museu brasilei-
ro dedicado à Astronomia. Foi inaugurado em 
2008 no bairro de Santa Cruz, na zona oeste 
da cidade do Rio de Janeiro. Abriga uma cúpula 
equipada com um planetário moderno que si-
mula fielmente imagens em movimento de um 
céu semelhante ao que podemos observar du-
rante uma noite clara, em local livre de poluição 
atmosférica, auxiliado por dezenas de equipa-
mentos periféricos. Depois de sua inauguração, 
o Rio de Janeiro tornou-se a “Capital Nacional 
de Cultura Planetária”, por possuir três museus administrados pela Fundação Planetários do Rio de Janeiro. 
Localizado na Estrada do Guandu, 4278-4282, é um ótimo passeio para os amantes da Astronomia.
 12
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 6
Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.
As representações gráficas, especialmente mapas e gráficos, são elementos importantes na aplicação de conteú-
dos geográficos; no entanto, às vezes podem se tornar entraves à aprendizagem devido às dificuldades que os 
alunos enfrentam em manipular esses instrumentos. O contexto mundial que ora se apresenta é caracterizado por 
uma intensa gama de tecnologias que tem provocado transformações na economia, na política e na educação. 
Essas mudanças trazem novas formas de ver e sentir o espaço geográfico, influenciando o ensino da Geografia, 
uma vez que essa disciplina tem a preocupação de fornecer ao aluno subsídios para que ele possa “entender” o 
mundo e fazer uma leitura crítica ou mais atenta dessa “reorganização espacial e social”.
Considerando o espaço geográfico como objeto de estudo da Geografia, é interessante destacar alguns pontos 
relevantes na aplicação dessa linguagem. Seu papel não é de ilustrar uma aula e não se deve usar o gráfico pelo 
gráfico ou o mapa como passatempo para os alunos. Ela deve ser um recurso de mediação para o melhor enten-
dimento dos conteúdos geográficos e, consequentemente, para a aquisição desses conhecimentos.
MODELO 1
(Enem) Um leitor encontra o seguinte anúncio entre os classificados de um jornal:
VILA DAS FLORES
Vende-se terreno plano medindo 
200 m2. Frente voltada para
o sol no período da manhã.
Fácil acesso.
(443)0677-0032
Interessado no terreno, o leitor vai ao endereço indicado e, lá chegando, observa um painel com a planta 
a seguir, onde estavam destacados os terrenos ainda não vendidos, numerados de I a V:
Considerando as informações do jornal, é possível afirmar que o terreno anunciado é o
 13
a) I.
b) II.
c) III.
d) IV.
e) V.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Esse exercício é um bom exemplo de como o Enem explora e mescla conceitos cartográficos e físicos, 
colocando-os em situações do cotidiano.
Dadas as condições geográficas do loteamento e observando a escala da planta, entre os terrenos vol-
tados para o leste, II, IV e V estão fazendo frente para o sol nascente, apenas o terreno IV possui 200 m2 
(10 m × 20 m).
RESPOSTA Alternativa D
DIAGRAMA DE IDEIAS
MOVIMENTO 
DA TERRA
ROTAÇÃO TRANSLAÇÃO
• DIAS E NOITES
• FORMATO GEOIDE
• CORRENTES MARINHAS
• CIRCULAÇÃO ATMOSFÉRICA
• SOLSTÍCIO
• EQUINÓCIO
• ZONAS DE ILUMINAÇÃO
 14
1. Coordenadas geográficas
Ao longo da história, o ser humano sempre sentiu a neces-
sidade de se orientar e se localizar. Foi a partir do advento 
da escrita e dos mapeamentos que os recursos para orien-
tação se desenvolveram com maior precisão.
Esses recursos são indicados por números que represen-
tam graus de circunferência, resultado do “fatiamento” 
do globo terrestre, segundo a divisão sexagesimal. É im-
portante lembrar que uma circunferência apresenta 360°; 
além disso, cada grau tem sessenta minutos (60’), e cada 
minuto, sessenta segundos (60”).
As coordenadas geográficas baseiam-se em diversas linhas 
imaginárias horizontais e verticais traçadas sobre o globo 
terrestre: os paralelos e os meridianos.
Cartografia básica – Paulo Roberto Fitzi
O uso de mapas e imagens de satélite é cada vez mais 
frequente no nosso dia a dia. A sua correta interpreta-
ção, no entanto, exige o domínio de conceitos básicos 
nem sempre acessíveis na literatura disponível em lín-
gua portuguesa.
multimídia: livro
1.1. Meridianos
Os meridianos são linhas imaginárias que ligam os polos 
norte e sul, formando “meias circunferências” na Terra. 
Também se fez necessária a escolha do meridiano de zero 
grau (0°), por isso convencionou-se, para início da conta-
gem, o meridiano que passapela torre do observatório 
astronômico de Greenwinch, que é uma localidade na 
área metropolitana de Londres, capital da Inglaterra. 
O meridiano de Greenwich divide a Terra em dois hemis-
férios: ocidental e oriental. A partir dele, é possível traçar 
diversos meridianos, até o limite de 180°, tanto para oeste 
quanto para leste, o que totaliza os 360° da “circunferência” 
da Terra. Ao lado do número do meridiano, deve-se indicar 
leste (E ou L) ou oeste (W ou O). No ponto de 180º (seja leste 
ou oeste), tem-se a linha internacional de data (ou Linha In-
ternacional de Mudança de Data). É o meridiano oposto ao 
meridiano de Greenwich, atravessando o Pacífico.
1.2. Paralelos
A linha imaginária traçada na parte mais larga da Terra é o 
paralelo de zero grau (0°), cujos pontos são equidistantes 
dos polos. Ele foi denominado equador, o principal paralelo, 
e divide o planeta em dois hemisférios, norte e sul. 
Os outros paralelos são traçados seguindo a linha do equa-
dor, tanto para o norte quanto para o sul. A cada um deles é 
atribuído o número correspondente ao ângulo formado com 
a linha do Equador, considerando o centro da Terra como 
centro da “circunferência”. Assim, os polos estão a 90° do 
equador. Indica-se norte (N) ou sul (S) ao lado do número do 
paralelo. Além do equador, existem quatro paralelos notáveis: 
no hemisfério norte, há o Círculo Polar Ártico (90° N) e o 
Trópico de Câncer (23° N); no hemisfério sul, há o Círculo 
Polar Antártico (90° S) e o Trópico de Capricórnio (23° S).
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 C
és
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Ed
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Equador
Latitudes
norte
Latitudes
sul
Polo norte 90º N
0º
G
re
en
w
ic
h
180º
Longitudes
oeste
Longitudes
leste
antimeridiano
de Greenwich
0º
MERIDIANOS PARALELOS
1.3. Latitude e longitude
É necessário usar duas indicações para localizar qualquer 
lugar na superfície terrestre de forma exata: as latitudes e 
as longitudes.
Fornecer as coordenadas geográficas de uma cidade sig-
nifica informar sua latitude e sua longitude.
AULAS 3 E 4
HABILIDADE: 6
COMPETÊNCIA: 2
COORDENADAS 
GEOGRÁFICAS E 
FUSO HORÁRIO
 15
 Latitude é a distância, medida em graus, que separa 
a linha do equador de um ponto qualquer da superfície 
terrestre. Ela varia de 0° a 90° ao norte e ao sul.
 Longitude é a distância, medida em graus, do meridi-
ano de Greenwich a um ponto qualquer da superfície 
da Terra. Ela varia de 0° a 180° a leste ou a oeste.
LONGITUDES LATITUDES
2. Zonas de iluminação
É usual substituir essa denominação por zonas climáticas, o 
que é um equívoco, pois o clima não é o simples resultado de 
maior ou menor exposição aos raios solares. A denominação 
“zonas de iluminação” é preferida por geógrafos mais rigo-
rosos. A diferença de temperatura que se verifica do equador 
aos polos é resultante da inclinação dos raios solares.
Mapas da Geografia e Cartografia 
Temática – Marcelo Martinelli
O livro introduz o leitor no domínio das representações 
gráficas e apresenta os fundamentos metodológicos da 
cartografia temática e da Geografia em bases ligadas 
à comunicação visual. É uma proposta inovadora que 
considera o mapa da Geografia não apenas como uma 
ilustração de texto, mas um meio capaz de revelar o 
conteúdo da informação.
multimídia: livro
Nas áreas próximas aos polos, onde a curvatura da Terra é 
mais acentuada, os raios do sol se distribuem por uma su-
perfície menor, determinando menor concentração de calor.
Nas baixas latitudes (próximas ao Equador), os raios solares 
tocam perpendicularmente a superfície do planeta, deter-
minando maior concentração e, consequentemente, maior 
aquecimento. Temperaturas médias ocorrem nas latitudes 
médias (entre os trópicos e os círculos polares).
1. Zona Tropical ou Tórrida (ou de baixas latitudes) – 
situada entre os trópicos.
2. Zona Temperada do Norte (ou de médias latitudes) – 
situada entre o Trópico de Câncer e o Círculo Glacial Ártico.
3. Zona Temperada do Sul (ou de médias latitudes) – 
situada entre o Trópico de Capricórnio e o Círculo Glacial 
Antártico. 
4. Zona Glacial Ártica (ou de altas altitudes) – situada 
ao Norte do Círculo Glacial Ártico. 
5. Zona Glacial Antártica (ou de altas latitudes) – situ-
ada ao Sul do Círculo Glacial Antártico. 
3. Fuso horário
No passado, a hora era uma característica extremamen-
te local. Os antigos viajantes precisavam acertar o relógio 
toda vez que chegavam a uma cidade nova. O acerto de 
horas era feito através do Sol: o meio-dia representava o 
ponto mais alto que a estrela alcançava. A partir da Re-
volução Industrial, com o barco e a locomotiva à vapor, as 
distâncias se encurtaram, causando dificuldades para a de-
terminação da hora.
Em 1884, representantes de 25 países se reuniram, em 
Washington, para determinar um sistema padronizado de 
horas, e, assim, foram criados os fusos horários.
Dividindo-se os 360º da “esfera” terrestre pelo número de 
horas que a Terra leva para completar seu movimento de 
rotação, tem-se 15º (quinze graus), ou seja, a cada hora, a 
Terra gira 15º. Partindo desse raciocínio, o planeta foi divi-
dido em 24 fusos horários, correspondentes às 24 horas do 
dia e limitados por meridianos, distantes 15º uns dos outros. 
O meridiano 0º tem como referência o observatório de Gre-
enwich, localizado no subúrbio de Londres, que passou a 
 16
simbolizar o primeiro meridiano internacional, base para a 
determinação do horário legal, adotado em todo o mundo. 
Como a Terra gira de oeste para leste, os fusos à leste de 
Greenwich têm as horas adiantadas em relação ao fuso 
inicial. Os fusos situados à oeste, por sua vez, têm as horas 
atrasadas em relação à hora de Greenwich.
MERIDIANO 0, MARCADO NO OBSERVATÓRIO REAL 
DE GREENWICH, A LESTE DE LONDRES
Outra questão abordada na Conferência do Meridiano foi 
estabelecer um marco para a mudança do dia no planeta. 
A partir de então, definiu-se o antimeridiano de Greenwich, 
ou seja, a linha de longitude 180º, oposta ao meridiano 
inicial, chamada Linha Internacional de Mudança de 
Data. Esse meridiano divide um fuso em que todos os lu-
gares têm a mesma hora, mas, a oeste da linha, a data está 
um dia na frente da data a leste.
3.1. Fuso horário legal
No mapa-múndi é possível observar que os limites dos me-
ridianos não são respeitados estritamente. Existem variações 
de acordo com cada país. Ou seja, o horário de determinadas 
áreas em alguns países não corresponde ao horário do fuso 
ao qual pertencem. Há um limite prático entre os fusos, que 
seguem o contorno e os limites entre países ou entre as uni-
dades administrativas em que alguns países se dividem, os 
chamados fusos legais.
DIA
NOITE
Polo Sul
Polo Norte
Leste
Oeste
©
 R
afa
el 
Sc
hä
ffe
r G
im
en
es
/S
ch
äff
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Ed
ito
ria
l
3.2. Calculando os fusos: a lei de Aldrin
É possível calcular a hora em certas localidades sem a uti-
lização de um mapa, desde que se saiba sua longitude e o 
horário e a longitude de outro local, que será tomado como 
referência. O calculo é feito da seguinte maneira:
 determina-se a diferença entre as longitudes dos 
dois lugares;
 somam-se as duas longitudes caso estejam em hemis-
férios diferentes;
 subtraem-se as longitudes caso estejam no mesmo he-
misfério;
 o resultado deve ser dividido por 15º;
 o resultado dessa divisão será a diferença entre os ho-
rários de dois lugares. Esta deverá ser subtraída se o 
local estiver à oeste, ou somada, para leste.
O método conhecido como lei de Aldrin determina a dife-
rença de fusos horários entre dois locais.
Principais siglas
Sigla Significado Tradução Descrição
GMT Greenwich Mean Time
Tempo 
Médio de 
Greenwich
Refere-se a 
Greenwich, onde 
ficou definida por 
convenção a base 
para cálculo inter-
nacional de horário.
ST Standard Time Tempo Padrão
Hora oficial em 
cada fuso horário.
DST
Daylight 
Saving Time ou 
Summer Time
Horário de 
Verão
Alteração do 
horário de uma 
região, designado 
apenas durante 
uma porção do 
ano, adiantando-se 
em geral uma hora 
no fuso horáriooficial local.
 17
Principais siglas
Sigla Significado Tradução Descrição
UTC Coordinated Universal Time
Tempo 
Universal 
Coordenado, 
tempo civil
Os fusos horários 
são relativos a ele.
UT Universal Time Tempo Universal
Usado em astrono-
mia, tem por base 
a rotação da Terra.
IAT International Atomic Time
Tempo 
Atômico 
Internacional
Sua base são os 
relógios atômicos.
A . M . /
P.M.
Ante Meridiem/
Post Meridiem 
(do latim)
Antes do 
meio-dia/
Depois do 
meio-dia
Usados por povos 
que consideram 
um ciclo de 
12 horas.
HL — Hora Legal Hora oficial do país.
FONTE: YOUTUBE
Mapas do acaso – Engenheiros do Hawaí
F Y
multimídia: música
3.3. Fusos horários do Brasil
O Brasil possui quatro fusos horários devido à sua grande 
extensão longitudinal. A maior parte do território fica no se-
gundo fuso (atrasado em 3 horas em relação a Greenwich), 
que corresponde à hora oficial do Brasil – ou horário de 
Brasília. Nesse fuso, estão incluídas as regiões Sul, Sudeste, 
Nordeste e parte das regiões Norte e Centro-Oeste. Para 
evitar a existência de dois fusos dentro do mesmo estado, 
o limite prático dos fusos acompanha a divisão política do 
país. Os fusos do Brasil são:
 primeiro fuso (UTC-2): Atol das Rocas, Fernando 
de Noronha, Arquipélago de São Pedro e São Paulo, 
Trindade e Martim Vaz;
 segundo fuso – horário de Brasília (UTC-3): regi-
ões Sul, Sudeste e Nordeste; estados de Goiás, Tocan-
tins, Pará e Amapá; e o Distrito Federal;
 terceiro fuso (UTC-4): estados do Mato Grosso, 
Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima e a parte do 
Amazonas que fica a leste da linha que interliga Taba-
tinga e Porto Acre;
 quarto fuso (UTC-5): estado do Acre e a porção do 
Amazonas que fica a oeste da linha. Durante os anos 
de 2008 a 2013 esse fuso horário foi excluído, passan-
do a ser incorporado pelo terceiro fuso (UTC 4).
Brasil: fuso horário
Jet lag
O jet lag (também conhecido como doença do fuso 
horário) é a perda de ritmo e concentração ao se 
passar por fusos horários diferentes em pouco tem-
po. Seus sintomas consistem em irritabilidade, cefa-
leia, taquicardia e alteração dos padrões de sono e 
fome. Esse tipo de alteração ocorre devido às mu-
danças de hábitos (hora de comer e de dormir, por 
exemplo). Quando a diferença de horário entre o 
ponto de saída e o destino é superior a quatro horas, 
os efeitos do jet lag se tornam mais evidentes.
FONTE: IBGE. DISPONÍVEL EM: <HTTP://MAPAS.IBGE.GOV.BR/
POLITICO-ADMINISTRATIVO>. ACESSO EM: NOV. 2014.
3.4. Horário de verão
O chamado horário de verão foi criado para aproveitar os dias 
mais longos do verão nas regiões de média e alta latitudes. 
Cerca de 50 dias antes do solstício de verão, adianta-se o 
relógio em 1 hora. Com essa mudança, as pessoas passam a 
acordar mais cedo do que fariam normalmente. Uma pessoa 
que acorda às 8 horas, por exemplo, passa a acordar, no ho-
rário de verão, o equivalente às 7 horas sem essa mudança.
Como os dias são mais longos, já há iluminação natural 
nesse horário. Dessa forma, a claridade do dia é aprovei-
tada desde seu início. No final da tarde, o Sol, que se poria 
normalmente às 19 horas, passa a se pôr às 20 horas. 
A Alemanha, em 1916, foi o primeiro país a adotar o ho-
rário de verão. A partir daí, devido à Primeira Guerra Mun-
 18
dial, diversos países na Europa o adotaram. A economia de 
energia elétrica foi vista como um esforço de guerra, pro-
piciando a economia de carvão, principal fonte de energia 
da época. Nos Estados Unidos foi mais difícil implementar 
o horário de verão devido à coincidência com a implanta-
ção do sistema de fusos horários em 1918 (por ocasião da 
Primeira Guerra Mundial). No Brasil, ele foi adotado pela 
primeira vez em 1931, também com o objetivo de econo-
mizar energia elétrica.
Em abril de 2019, o presidente Jair Bolsonaro assinou o 
decreto que acabou com o horário de verão no Brasil.
FONTE: YOUTUBE
Documentário - “Todo mapa tem um discurso”
Levanta as principais questões simbólicas e práticas 
sobre as regiões marginalizadas que não pertecem ao 
mapa oficial da cidade.
F Y
multimídia: vídeo
Internacionalmente os estudos apontam três benefícios do 
horário de verão: economia de energia, redução de aciden-
tes nos horários de pico do trânsito (que durante esse perí-
odo possuem mais iluminação natural) e redução de assal-
tos e crimes. No caso brasileiro, é possível acrescentar um 
importante benefício: a possibilidade de armazenamento 
de água nos reservatórios das hidrelétricas durante o verão 
para que essa água seja utilizada mais tarde, durante os 
meses secos do inverno.
FONTE: YOUTUBE
Terra – Caetano Veloso
F Y
multimídia: música
No Brasil, a economia chegou a R$ 160 milhões, resultados 
verificados durante o horário de verão 2011/2012, uma redu-
ção da demanda de ponta da ordem de 2.555 MW – sendo 
1.840 MW no subsistema Sudeste/Centro-Oeste e 610 MW 
no subsistema Sul. O horário de verão aumenta a segurança 
e diminui os custos de operação do sistema, possibilitando a 
redução da tarifa de energia elétrica para o consumidor.
No entanto, a prática recebeu tanto aplausos quanto críticas. 
Adiantar os relógios traz benefícios para o varejo, os esportes 
e outras atividades que exploram a luz do Sol depois da jor-
nada de trabalho, mas pode trazer problemas para o entendi-
mento da tarde e para outras atividades ligadas diretamente 
à luz solar, como a agricultura, por exemplo. Embora alguns 
dos primeiros proponentes do horário de verão tenham pen-
sado que ele reduziria o uso de lâmpadas incandescentes 
durante a tarde – uma vez que a iluminação era o principal 
uso da eletricidade –, o clima moderno e os padrões de uso 
de aparelhos para refrigeração diferem bastante. As pesqui-
sas em relação a como o horário de verão atualmente afeta 
o uso de energia têm sido limitadas e contraditórias.
Às vezes, as mudanças causadas pela medida complicam 
a cronometragem e podem atrapalhar viagens, faturamen-
tos, manutenção de registros, dispositivos médicos, equi-
pamentos pesados e padrões de sono. Os softwares dos 
dispositivos contemporâneos podem frequentemente alte-
rar o horário automaticamente, mas as mudanças de po-
líticas por várias jurisdições de datas e horários do horário 
de verão podem ser confusas. No ano de 2019, o Governo 
Federal extinguiu o horário de verão no Brasil.
www.inpe.br
multimídia: sites
3.5. Horário de verão no mundo
As sociedades industrializadas geralmente seguem um cro-
nograma baseado em relógios nas atividades do dia a dia 
que não mudam no decorrer do ano. A coordenação do 
transporte público e os horários de início do trabalho e da 
escola, por exemplo, mantêm-se constantes durante o ano. 
Por outro lado, as rotinas de trabalho e conduta pessoal 
dos agricultores são geralmente governadas pelo tempo 
em que a luz solar está visível e pelo horário solar aparente, 
que pode mudar sazonalmente devido à inclinação axial 
da Terra. A luz do dia dos trópicos norte e sul dura mais no 
verão e menos no inverno, com o efeito tornando-se maior 
à medida que nos afastamos dos trópicos.
 19
 REGIÕES QUE ADOTAM O HORÁRIO DE VERÃO
 REGIÕES QUE JÁ ADOTARAM HORÁRIO DE VERÃO, MAS NÃO USAM ATUALMENTE
 REGIÕES QUE NUNCA ADOTARAM HORÁRIO DE VERÃO
Ao redefinir simultaneamente todos os relógios de uma região para uma hora adiante ao horário padrão, os indivíduos que 
seguem essa rotina vão acordar uma hora antes do que acordariam de outro modo; eles vão iniciar e completar as rotinas de 
trabalho uma hora antes e terão sessenta minutos extras da luz do dia depois da jornada de trabalho. No começo de cada dia, 
entretanto, haverá uma hora de luz a menos, o que torna a política menos prática.
 20
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 6
Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.
As representações gráficas há muito tempo são usadas pela disciplina geográfica, mas nem sempre propor-
cionam resultados satisfatórios. Isso é decorrente, entre diversas razões,do uso de metodologias inadequadas 
para o ensino-aprendizagem. Às vezes, os mapas são usados para pintura ou até mesmo como meras ilus-
trações de um texto, deixando de ser um material pedagógico. No caso dos gráficos, são pouco explorados 
por serem vistos como um material de difícil compreensão pelos alunos. A Geografia é uma ciência que utiliza 
mapas e gráficos para o estudo do espaço, assim, quanto melhor esse espaço for representado, melhor será en-
tendido. De acordo com Passini, os ensinos de Geografia e de Cartografia são indissociáveis e complementares: 
a primeira é conteúdo e a outra é forma. Não há possibilidade de se estudar o espaço sem representá-lo, assim 
como não podemos representar um espaço vazio de informações (2007, p.148).
As representações gráficas são significativas para entender textos, ideias e dados de forma eficaz e sintetizada. As-
sim, elas devem comunicar as informações instantaneamente, através de imagens visuais de forma monossêmica, 
isto é, sem ambiguidade, permitindo uma única leitura.
MODELO 1
1. (Enem 2019) Os moradores de Utqiagvik passaram dois meses quase totalmente na escuridão
Os habitantes desta pequena cidade no Alasca – o estado dos Estados Unidos mais ao norte – já estão 
acostumados a longas noites sem ver a luz do dia. Em 18 de novembro de 2018, seus pouco mais de 4 
mil habitantes viram o último pôr do sol do ano. A oportunidade seguinte para ver a luz do dia ocorreu 
no dia 23 de janeiro de 2019, às 13h04 min (horário local).
DISPONÍVEL EM: WWW.BBC.COM. ACESSO EM: 16 MAIO 2019 (ADAPTADO).
O fenômeno descrito está relacionado ao fato de a cidade citada ter uma posição geográfica condicionada pela 
a) continentalidade; 
b) maritimidade; 
c) longitude; 
d) latitude; 
e) altitude.
ANÁLISE EXPOSITIVA
A alternativa correta é [D], porque em razão da inclinação do eixo da Terra, as áreas de altas latitudes 
sofrem máxima variação de luminosidade nos solstícios de verão e inverno, resultando, dessa forma, em 
longas noites no inverno. As alternativas incorretas são: [A] e [B], porque maritimidade e continentalidade 
são reguladores térmicos e não de variação da incidência solar; [C], porque longitude é usada para cálculo 
de fuso horário; [E], porque altitude é um fator que não define a variação da incidência solar. 
RESPOSTA Alternativa D
 21
DIAGRAMA DE IDEIAS
FUSO HORÁRIO
PADRONIZAÇÃO DO
HORÁRIO MUNDIAL
GREENWICH 0º
(MERIDIANO CENTRAL)
A HORA
AUMENTA
LESTE
A HORA
DIMINUI
OESTE
BRASIL
1º FUSO: -2 HORAS
2º FUSO: -3 HORAS
3º FUSO: -4 HORAS
4º FUSO: -5 HORAS
• EQUADOR
• TRÓPICO DE CÂNCER
• TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
• CÍRCULO POLAR ÁRTICO
• CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO
• GREENWICH
• LINHA INTERNACIONAL 
DE MUDANÇA DE DATA
• FUSO HORÁRIO
MERIDIANOSPARALELOS
LONGITUDELATITUDE
COORDENADAS 
GEOGRÁFICAS
 22
1. Cartografia
A cartografia é a ciência da representação gráfica da super-
fície terrestre e tem como produto final o mapa. Entretan-
to, os mapas e outros produtos realizados pela cartografia 
não são cópias fiéis da realidade. Eles só seriam a reprodu-
ção fiel da realidade caso fossem exatamente do tamanho 
real da área mapeada, o que os tornaria inúteis e inviáveis. 
Com efeito, os mapas são sempre a representação de parte 
da realidade. É sempre necessário se perguntar o que um 
mapa quer representar e qual é o seu objetivo. Com isso, 
os cartógrafos utilizam alguns recursos que visam facilitar 
o entendimento e a interpretação das cartas.
Mapa-múndi babilônico
O primeiro mapa de que se tem registro foi feito numa 
tábua redonda de argila por volta de 2300 a.C. na re-
gião da Mesopotâmia (atual Iraque). Era apenas uma 
representação de um rio, provavelmente o rio Eufra-
tes, circundando montanhas. Outros registros, datan-
do de 1000 a.C., foram encontrados em tumbas no 
Egito e representavam paisagens locais, trilhas e rios.
A representação feita pelos 
babilônios é considerada o 
primeiro mapa-múndi da his-
tória, por representar o mun-
do na concepção de seus au-
tores, mesmo que, na verdade, 
a Terra seja bem diferente do 
que foi registrado.
É possível distinguir dois ramos dentro da cartografia: a 
sistemática e a temática. A cartografia sistemática tem 
como objetivo produzir mapas com o máximo de precisão 
possível, ou, ao menos, com distorções controladas. Os ma-
pas topográficos, por exemplo, são produzidos pela carto-
grafia sistemática. A cartografia temática, por sua vez, tem 
como objetivo a utilização de mapas de base, geralmente 
produzidos pela cartografia sistemática, para a representa-
ção de temas variados da geografia física ou humana. Para 
expressar os dados são utilizados símbolos, cores, gráficos 
e as próprias formas e tamanhos das áreas representadas.
1.1. Histórico
MAPA-MÚNDI DE PTOLOMEU, 1486
Desde épocas remotas até os dias atuais, o desenvolvimento 
da cartografia acompanhou o próprio progresso da civilização.
AULAS 5 E 6
HABILIDADE: 6
COMPETÊNCIA: 2
NOÇÕES DE 
CARTOGRAFIA
 23
As guerras, as descobertas científicas, o desenvolvimento 
das artes e ciências e os movimentos históricos que exi-
giam maior precisão na representação gráfica da superfície 
da Terra impulsionaram a evolução da cartografia. Mas foi 
na Grécia Antiga que se lançaram os primeiros fundamen-
tos da ciência cartográfica, quando Hiparco (160-120 a.C.) 
utilizou, pela primeira vez, métodos astronômicos para 
determinar a superfície da Terra e deu a primeira solução 
do problema relativo ao desenvolvimento da superfície da 
Terra sobre um plano, idealizando a projeção cônica.
Todo o conhecimento geográfico e cartográfico da Grécia 
Antiga se condensa nos escritos do geógrafo e cartógrafo 
grego Cláudio Ptolomeu de Alexandria (90-168 d.C.). 
Sua extraordinária obra em seis volumes apresenta os 
princípios da cartografia matemática, das projeções e dos 
métodos de observação astronômica.
Mais tarde, com o advento da agulha magnética, tornou-se 
possível a exploração dos mares e se intensificou o comér-
cio para o Leste. Deu-se início, então, à epopeia portuguesa 
dos descobrimentos. Além disso, Gutenberg inventou a im-
prensa e foi fundada a Escola de Sagres.
No século XIX, iniciou-se o levantamento hidrográfico do 
litoral brasileiro, um dos maiores destaques da história da 
cartografia náutica do Brasil. Já no século XX, o emprego 
da aerofotogrametria e a introdução da eletrônica no ins-
trumental necessário para os levantamentos determinaram 
uma grande revolução na cartografia.
A cartografia contemporânea busca acompanhar o progres-
so em todos os ramos da atividade humana. Uma das princi-
pais características do século XXI é uma produção em massa, 
no menor tempo possível e com precisão cada vez maior.
1.2. Definições de mapas e cartas
MAPA DO BRASIL – REGIÕES
Não existe uma diferença rígida entre os conceitos de mapa 
e carta, o que torna difícil estabelecer uma separação defini-
tiva entre o significado dessas designações.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís-
tica (IBGE), “carta é a representação no plano, em escala 
média ou grande, dos aspectos artificiais e naturais de uma 
área tomada de uma superfície planetária, subdividida em 
folhas delimitadas por linhas convencionais – paralelos e 
meridianos – com a finalidade de possibilitar a avaliação 
de pormenores, com grau de precisão compatível com a 
escala”. Ainda segundo o IBGE, “mapa é a representação 
no plano, normalmente em escala pequena, dos aspectos 
geográficos, naturais, culturais e artificiais de uma área to-
mada na superfície de uma figura planetária, delimitada 
por elementos físicos, político-administrativos, destinadas 
aos mais variados usos, temáticos, culturais e ilustrativos”.
A distinção entre mapa e carta é um tanto convencional e 
subordinada à ideia de escala. Nota-se, contudo, certa pre-
ferência pelo uso da palavra carta. Na verdade, o mapa é 
apenas uma representação ilustrativa e pode perfeitamen-
te ser considerado um caso particular de carta.
Dessa forma, o mapa é a representaçãoda Terra, nos seus 
aspectos geográficos, naturais ou artificiais, que se destina 
a fins culturais ou ilustrativos. Assim, ele não tem caráter 
científico especializado e é geralmente construído em esca-
la pequena, cobrindo um território mais ou menos extenso. 
Carta, por sua vez, é a representação dos aspectos naturais 
ou artificiais da Terra, destinada a fins práticos da atividade 
humana, permitindo a avaliação precisa de distâncias, dire-
ções e localizações geográficas de pontos, áreas e detalhes. 
É, portanto, uma representação similar ao mapa, mas de 
caráter especializado, construída com uma finalidade espe-
cífica e geralmente em escalas maiores.
O mapeamento é o conjunto de operações de levantamen-
to, construção e reprodução das cartas de determinado 
projeto. De acordo com a escala, é possível classificar os 
mapas e as cartas em:
 cadastrais – escalas de 1:500 a 1:10.000;
 topográficos – escalas de 1:25.000 a 1:250.000;
 geográficos – escalas de 1:500.000 a 1:1.000.000.
1.3. Escala
Uma enorme literatura discorre sobre a questão da es-
cala em geografia e, amiúde, converge para alimentar 
um debate circular e tautológico. Atônitos, debruçamo-
-nos sobre esse problema – será um problema? – e 
descobrimos a recorrência de três premissas centrais: 
a crítica à analogia da escala geográfica com a carto-
gráfica e, com frequência, a ausência ou recusa à ela-
 24
boração de uma proposta metodológica alternativa; a 
afirmação de que o valor da variável muda com a esca-
la e, por fim, a aceitação da escala como uma definição 
a priori na pesquisa geográfica.
SILVEIRA, MARIA LAURA. ESCALA GEOGRÁFICA: DA AÇÃO AO 
IMPÉRIO? REVISTA TERRA LIVRE, GOIÂNIA, ANO 20.
Pode-se definir escala como a relação entre o tamanho do fato 
geográfico representado no mapa e o seu tamanho real na 
superfície da Terra. Os mapas apresentam dois tipos de escala: 
 Escala numérica: representada por uma fração, na 
qual o numerador indica a distância no mapa, e o deno-
minador indica a distância na superfície real. Uma escala 
1:100.000 (um por cem mil) significa que a superfície re-
presentada foi reduzida 100 mil vezes. Nesse caso, 1 cm 
no mapa = 100.000 cm = 1.000 m = 1 km na realidade.
 Escala gráfica: é uma linha reta graduada, por meio da 
qual se indica a relação da distância real com as distâncias 
representadas no mapa. Por exemplo: 1 cm = 100 km.
km
2 1 0 2 4
© César da Mata/ 
Schäffer Editorial
A fórmula para calcular a distância real entre dois pontos 
em um mapa é D = E × d, em que D é distância real, d é 
a distância no mapa e E é a escala.
Assim, em um mapa de escala 1:200.000, se a distância em 
linha reta entre dois pontos é de 20 cm (pode ser medida 
com a régua), qual a distância real entre esses pontos?
D = 200.000 × 20 = 4.000.000 cm ou 40 km 
Para saber a distância no mapa, aplica-se a fórmula d = D : E.
d = 4.000.000 ÷ 200.000 = 20 cm
Quanto maior a escala, menor a área representada, o que 
possibilita a visualização de uma quantidade maior de 
detalhes. Veja alguns exemplos utilizados em mapas com 
suas escalas correspondentes:
 Mapas de plantas cadastrais, usadas para 
identificação de lotes no espaço urbano: 
1:1.000 a 1:2.000.
 Mapas topográficos municipais: 
1:5.000 a 1:20.000.
 Mapas topográficos regionais: 
1:50.000 a 1:250.000. 
 Mapas de grandes regiões brasileiras: 
1:500.000 a 1:2.000.000. 
 Mapas de grandes países como o Brasil: 
escalas menores que 1:5.000.000.
Comparação entre escalas
APLICAÇÃO
ÁREA 
REPRESENTADA
TAMANHO 
DA ESCALA
NÍVEL DE ANÁLISE 
(NÚMERO E 
QUANTIDADE DOS 
PORMENORES)
ÁREA DE TERRITÓRIO 
REPRESENTADO
plantas de casas
1:100
grande escala 
(igual ou superior 
a 1:100.000)
grande (muitos pormenores)
pequena (menor 
área representada) 
escala descritiva
1:200
plantas de arruamentos
1:500
1:1.000
plantas de bairros, 
cidades ou aldeias
1:1.000
1:2.000
1:5.000
mapas de grandes 
propriedades (rurais 
ou industriais), 
províncias ou regiões
1:10.000
1:25.000
1:50.000
1:75.000
1:100.000
mapas de estados, países, 
continentes ou do mundo
1:800.000
pequena escala 
(inferior a 
1/100000)
pequena (poucos pormenores)
grande (maior área 
representada) escala 
explicativa
1:10.000.000
1:90.000.000
1:600.000.000
 25
2. Construção e 
interpretação dos mapas
2.1. Orientação no mapa
A maioria dos mapas traz uma rosa dos ventos ou uma seta 
indicando o norte. Quando não há essa indicação, conven-
cionou-se que o norte está na parte superior do mapa.
N
2.2. Elementos de um mapa
Um mapa representa o espaço a partir da visão vertical. Os 
mapas do tipo topográfico representam todos os elementos 
visíveis do espaço, como área urbana, agricultura, vias de 
transporte, hidrografia, tipos de vegetação, etc. Eles são ela-
borados a partir de levantamentos topográficos realizados 
por empresas privadas ou órgãos governamentais, como o 
IBGE, e servem de base para outro tipo de mapa, o temático. 
Os mapas temáticos são representações de fenômenos na-
turais (clima, relevo, rochas, etc.) ou socioeconômicos (popu-
lação, indústria, urbanização, etc.) mostrando seus aspectos 
quantitativos e/ou qualitativos. Um mapa deve conter:
 Título: informa o tema que está sendo representado.
 Legenda: mostra o significado dos símbolos e é impor-
tante para explicar o que o mapa comunicou visualmente.
 Escala: indica quantas vezes o mapa foi reduzido, 
possibilitando o cálculo das distâncias e das dimensões 
reais do espaço representado.
2.3. Representação do relevo
Tanto o relevo terrestre quanto o submarino podem ser 
representados de várias formas – por cores (altitudes), ha-
churas, blocos-diagramas, etc. No entanto, as formas mais 
usuais são as curvas de nível e o perfil topográfico.
As cores convencionadas pela Carta Internacional do Mundo 
(CIM) para mostrar as altitudes são as hipsométricas (verde, 
amarelo, marrom, violeta, violeta-escuro e branco), que indi-
cam as cotas acima do nível do mar, e as batimétricas (tom 
azul), que indicam as cotas abaixo do nível do mar.
Alagoas: mapa hipsométrico
 
FONTE: GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS. ACESSO: NOV. 2014.
2.4. Topografia e curvas de nível
Em cartografia, curvas de nível, também denominadas 
isoípsas, são linhas que unem pontos de igual altitude na 
superfície representada. Os intervalos existentes entre es-
sas linhas são equidistantes, ou seja, sempre possuem a 
mesma medida.
EXEMPLO DE CURVA DE NÍVEL E PERFIL TOPOGRÁFICO
A interpretação das curvas de nível exige o conhecimento 
de algumas noções básicas: 
 Quanto maior a declividade do terreno representado, 
mais próximas são as curvas de nível; elas são mais afas-
tadas na representação de terrenos pouco íngremes. 
 26
 Há sempre a mesma diferença de altitude entre duas 
curvas de nível. 
 Pontos situados na mesma curva de nível têm a mesma 
altitude. 
 Os rios nascem nas áreas mais altas e correm para as 
áreas mais baixas.
As curvas de nível raramente se cruzam e tendem a ser pa-
ralelas entre si. O cruzamento só ocorre quando há algum 
tipo de acidente geográfico incomum, como um barranco, 
ou seja, quando elas se tocam, é porque uma determinada 
altitude encontra-se sobre a outra.
Além dessas características, é possível notar que as curvas 
de nível jamais se bifurcam. Observe no exemplo abaixo:
EXEMPLO DE UMA ÁREA MAIOR REPRESENTADA EM CURVAS DE NÍVEL
Produzir mapas topográficos em curvas de nível, principal-
mente de áreas extensas, requer muito trabalho na coleta de 
dados, como o das altitudes, envolvendo uma rigorosa pre-
cisão matemática. Entretanto, com os avanços tecnológicos no 
campo da cartografia, tanto com a aerofotogrametria quanto 
com as projeções de satélites, muitas vezes esse tipo de mapa 
é produzido quase que automaticamente, o que facilita estu-
dos geológicos e geomorfológicos da superfície terrestre.
2.5. Geomática: a cartografia 
computadorizada
O século XXI traz consigo o uso generalizado da geomá-
tica, definida pelaInternational Standards Organization 
como “o campo de atividade que integra todos os meios 
utilizados para a aquisição e o gerenciamento de dados 
espaciais necessários às operações científicas, administrati-
vas, legais e técnicas envolvidas no processo de produção 
e gerenciamento da informação espacial”. 
Em outras palavras, é possível definir a geomática como a 
ciência e a tecnologia de coletar, interpretar e utilizar infor-
mações geográficas.
Embora não seja um campo novo, a geomática representa 
uma evolução das técnicas cartográficas, abrangendo ou-
tros recursos utilizados também pela cartografia, como a 
topografia, a geodésia e a aerofotogrametria, juntamente 
com novas técnicas de sensoriamento remoto, o GPS e o 
Sistema de Informação Geográfica (SIG). Ou seja, a geomá-
tica utiliza dados coletados por satélites e por trabalho de 
campo que são reunidos e processados em computadores, 
gerando produtos como mapas digitais ou bases de dados.
O resultado mais completo obtido com o uso das técnicas 
da geomática é o geoprocessamento ou SIG, que permite a 
superposição e o cruzamento de informações. Sua principal 
característica é integrar, em uma base única, informações 
diversas – imagens, dados cartográficos, populacionais, etc. 
– de forma que seja possível consultar, comparar e analisar 
essas informações, além de produzir mapas. 
2.6. Aerofotogrametria
Também denominada fotogrametria, é a técnica de ela-
boração de cartas com base em fotografias aéreas e com 
a utilização de aparelhos e métodos estereoscópicos, que 
permitem a representação de objetos em um plano e sua 
visão em três dimensões.
Alguns detalhes são essenciais para a representação de 
fotografias aéreas, como o tamanho e a forma da área es-
tudada ou a tonalidade e as sombras existentes nas fotos.
Os tipos de fotografias aéreas mais usados são os mosai-
cos cartográficos, as montagens de fotografias aéreas e as 
ortofotocartas, imagens com escala precisa em que podem 
estar representadas curvas de nível, ruas, limites, etc.
TÉCNICA DE AEROFOTOGRAMETRIA
Embora muito utilizado para fins de mapeamento, esse mé-
todo, assim como qualquer outro método de representação 
da superfície terrestre, oferece algumas limitações. Nesse 
caso, as limitações se referem à interpretação das imagens 
obtidas, que exigem perícia do intérprete para reconhecer 
e diferenciar objetos, principalmente porque a forma dos 
objetos (meio pelo qual se faz o reconhecimento) pode ser 
alterada de acordo com a perspectiva da máquina na hora 
do registro da imagem (fotografia) ou mesmo devido às 
 27
características de interação da radiação eletromagnética 
com o alvo ou o conjunto observador-sensor.
Outra dificuldade dessa técnica está na instabilidade do voo, 
principalmente quando feito em uma região onde venta 
constantemente. Quando a aerofotogrametria é feita com o 
objetivo de mapear o local, é traçado um plano de voo, de for-
ma que as fotos sejam tiradas “em faixas” que cubram, para-
lelamente, todo o terreno. Para isso, o ideal seria manter o voo 
em linha reta e a uma altura constante, mas isso nem sempre 
é possível, o que causa pequenas distorções nas fotos.
No Brasil, o levantamento aerofotogramétrico deve ser pre-
viamente autorizado pelo Ministério da Defesa. Além disso, 
ele só pode ser realizado por empresas especializadas em tal 
finalidade ou por entidades do governo, devendo ser informa-
das a localização e a área de abrangência do levantamento.
2.7. Sensoriamento remoto
O sensoriamento remoto é uma tecnologia de obtenção de 
imagens e dados da superfície terrestre por meio da capta-
ção e registro da energia refletida/emitida pela superfície, 
sem que haja contato físico entre o sensor e a superfície 
estudada (por isso é denominado remoto).
Os sensores óptico-eletrônicos usados para a captura dessa 
energia funcionam como se fossem uma câmera fotográfi-
ca (captam e registram a radiação – luz – emitida/refletida 
pelo objeto) que tirasse fotos da superfície terrestre, só que 
os sensores são um pouco mais sofisticados.
As câmeras fotográficas convencionais captam apenas o 
espectro de luz visível (de ondas longas), já os sensores uti-
lizados no sensoriamento remoto costumam captar outras 
bandas (uma delas é o infravermelho, que é muito impor-
tante para o estudo das vegetações, por exemplo).
Quando a imagem for capturada, ela será analisada, 
transformada em mapas ou constituirá um banco de da-
dos georreferenciados, caracterizando o que é chamado 
de geoprocessamento.
O satélite é o veículo mais utilizado para captura de ima-
gens em sensoriamento remoto. Isso ocorre devido a sua 
melhor relação de custo-benefício, uma vez que ele pode 
passar anos em órbita da Terra.
Satélites artificiais
Sensores remotos podem ser colocados em aero-
naves, foguetes e balões para obter imagens da 
superfície da Terra; contudo, essas plataformas são 
operacionalmente caras e limitadas. Uma solução 
para esse caso é utilizar satélites artificiais para 
instalar esses sistemas. Um satélite pode girar em 
órbita da Terra por um longo tempo e não preci-
sa de combustível para isso; alem do mais, a sua 
altitude permite que sejam obtidas imagens de 
grandes extensões da superfície terrestre de forma 
repetitiva e a um custo relativamente baixo. Os sa-
télites artificiais são plataformas estruturadas para 
suportar o funcionamento de instrumentos de di-
versos tipos, e, por essa razão, elas são equipadas 
com sistemas de suprimento de energia (painéis 
solares que convertem a energia radiante do Sol 
em energia elétrica e a armazena em baterias), 
de controle de temperatura, de estabilização, de 
transmissão de dados, etc.
2.8. Tecnologia de posicionamento 
global (GPS)
GPS é a abreviatura de Global Positioning System, em 
português, Sistema de Posicionamento Global. Trata-se 
de um sofisticado sistema de navegação e posiciona-
mento global que informa com precisão a latitude, a 
longitude e a altitude de um local, permitindo o ma-
peamento de rotas marítimas e terrestres, redes de 
transmissão de energia elétrica, correntes marítimas, 
ecossistemas, bem como o monitoramento de desastres 
ambientais em qualquer ponto.
O GPS é constituído por três segmentos: espacial, de 
controle e utilizador. O espacial é composto por 24 saté-
lites distribuídos em seis planos orbitais. O segmento de 
controle é responsável pelo monitoramento das órbitas 
dos satélites. Por fim, o segmento do utilizador é o recep-
tor GPS, responsável pela captação dos sinais fornecidos 
pelos satélites. Esse sistema de navegação possibilita, 
por meio de satélites artificiais, a obtenção de informa-
ções sobre a localização geográfica em qualquer lugar 
da superfície terrestre e em qualquer hora do dia. Atu-
almente existem dois sistemas de posicionamento por 
satélite em pleno funcionamento: o GPS, desenvolvido 
e mantido pelos Estados Unidos, e o Glonass, desenvol-
vido na Rússia. A China está desenvolvendo um sistema 
denominado Compass. O Galileo europeu é outro siste-
ma em fase de implantação.
 28
2.9. Sistema de Informações Geográficas (SIG)
Trata-se de sistemas destinados ao tratamento de dados re-
ferenciados espacialmente. Esses sistemas manipulam diver-
sas fontes, como mapas, imagens de satélites, cadastros, etc., 
permitindo a recuperação e a combinação de informações, 
além da realização dos mais diversos tipos de análises.
A sobreposição de mapas é uma maneira de se obter in-
formações comparadas colocando um mapa sobre o outro. 
A sobreposição de um ou mais mapas é um recurso inte-
ressante quando se busca apresentar e comparar diferen-
tes dados e informações referentes a uma mesma região, 
em um único mapa. A representação de informações em 
mapas diferentes não impede a comparação entre elas; 
entretanto, a vantagem de sobrepô-las em um só mapa se 
deve à possibilidade de verificar exatamente os pontos ou 
as áreas de ocorrência de cada informação, facilitando a 
comparação visual entre elas.
Fontes de Dados Camadas de DadosArruamento
Edificações
Cobertura Vegetal
Dados Integrados
Fonte: Governo dos EUA, 2015.
ESQUEMA DE UM SIG
3. A representação da Terra 
sobre uma superfície plana 
e sua problemática
Ainda hoje, a cartografia se depara com um grande de-
safio: mesmo considerando todos os processos científicos 
e tecnológicos de representações espaciais da Terra, a 
problemática é a representação com exatidão do planeta 
sobre uma superfície plana.
A Terra é “esférica”, mas os papéis são planos. Com isso, 
representar em um desenho a superfície do planeta obri-
ga a fazer ajustes para que um objeto tridimensional seja 
representado de forma bidimensional. Em outras palavras, 
toda e qualquer tentativa de representar uma geoide em 
uma superfície plana causa algum tipo de deformação.
De modo geral, é possível afirmar que a única forma rigorosa 
de representar a superfície da Terra é por meio de globos, 
nos quais se conservam exatamente as posições relativas 
de todos os pontos, e as dimensões são apresentadas em 
uma escala única. Contudo, a representação “perfeita” da 
Terra e os detalhes que o mundo moderno exige obrigariam 
a construção de um globo de proporções gigantescas, tendo 
praticamente o mesmo tamanho da Terra, o que impossibili-
ta o processo de tal representação.
Os cartógrafos, buscando solucionar ou amenizar as mais 
diversas deformidades nas representações cartográficas 
da Terra, criaram as projeções cartográficas, que consis-
tem em um conjunto de linhas que forma uma rede de 
coordenadas, sobre a qual são representados os elementos 
do mapa: terras, cidades, mares, rios, etc. Os sistemas de 
projeções cartográficas são classificados quanto ao tipo de 
superfície adotada e ao grau de deformação da superfície.
Entretanto, é importante ressaltar que nenhum tipo de 
projeção escolhida para representar a Terra evitará deforma-
ções. Elas valorizarão alguns aspectos da superfície represen-
tada e farão com que as distorções sejam conhecidas.
4. Principais projeções 
cartográficas
4.1. Quanto à superfície
4.1.1. Projeção cônica
A superfície terrestre é representada num cone envolvendo 
o globo terrestre. Os paralelos formam círculos concêntri-
cos, e os meridianos são linhas retas que convergem para 
os polos. As deformações ocorrem à medida que se afas-
tam do paralelo padrão (paralelo de contato com o cone). 
A projeção é utilizada para representar áreas continentais 
(como regiões e continentes).
 29
©
 César da Mata/Schäffer Editorial
4.1.2. Projeção cilíndrica
©
 Pearson Prentice Hall, Inc.
A superfície terrestre é representada num cilindro envolven-
do o globo terrestre. Os paralelos e os meridianos são linhas 
retas que convergem entre si. As deformações ocorrem à 
medida que se aumentam as latitudes. É geralmente utiliza-
da para representações do globo, como mapas-múndi.
4.1.3. Projeção azimutal, plana ou polar
Também denominada projeção plana, é uma projeção 
usada geralmente para a representação das áreas pola-
res, pois parte sempre de um ponto para a representação 
da(s) área(s) – por isso é usada para pequenas áreas. 
Pode ser de três tipos: polar, equatorial e oblíqua (chama-
da também de horizontal).
Equador
Equador
4.2. Quanto às propriedades
E possível minimizar as deformações ocorridas pela planifi-
cação da superfície terrestre no que se refere às áreas, às dis-
tâncias e aos ângulos, mas nunca aos três ao mesmo tempo.
 Projeção conforme: preserva os ângulos e deforma 
as áreas.
 Projeção equivalente: preserva as áreas e altera os 
ângulos.
 Projeção afilática: não conserva propriedades, mas 
minimiza as deformações em conjunto (ângulos, áreas 
e distâncias).
 Projeção equidistante: as distâncias se preservam, 
e as áreas e os ângulos (consequentemente, a forma) 
são deformados.
4.2.1. Projeção de Mercator ou cilíndrica conforme
Conserva a forma dos continentes, direções e ângulos, mas 
altera a proporção das superfícies, principalmente as regiões 
de alta latitude. Essa projeção é a mais apropriada à navega-
ção marítima. É denominada eurocêntrica (imperialista), uma 
vez que exagera de modo estratégico as latitudes de 60º N/S, 
causando, assim, uma deformidade de quase 100%.
PROJEÇÃO DE MECATOR
4.2.2. Projeção de Peters ou cilíndrica equivalente
Conserva as áreas das superfícies representadas, apesar de 
distorcer suas formas. O alemão Arno Peters (1916-2002) 
considerava que os mapas eram uma das manifestações 
simbólicas da submissão dos países do Terceiro Mundo. 
Peters combateu a imagem de superioridade dos países do 
Norte representada nos planisférios derivados da projeção 
de Mercator. A sua argumentação era a de que todos os 
países deveriam ser retratados no mapa-múndi de forma 
fiel à sua área, isto é, de forma equivalente.
PROJEÇÃO DE PETERS
 30
www.inpe.br
multimídia: sites
4.2.3. Projeção de Robinson ou afilática
Com o intuito de aperfeiçoar as características da projeção 
de Mercator nas superfícies das regiões de alta latitude, Ar-
thur H. Robinson (1915-2004) criou, em 1963, a sua pro-
jeção. Trata-se uma projeção afilática, que não preserva as 
áreas, as formas ou as distâncias. No entanto, as distorções 
não são muito extremas, produzindo assim um planisfério 
bem equilibrado em termos visuais. Observe que os me-
ridianos são linhas curvas e os paralelos são linhas retas.
©
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PROJEÇÃO DE ROBINSON
Gráficos e mapas – Marcelo Martinelli
A proposta básica dessa obra volta-se para o ensino-
-aprendizagem de gráficos e mapas. Destina-se, fun-
damentalmente, aos estudantes de graduação interes-
sados nessa temática.
multimídia: livro
4.2.4. Projeção de Mollweide
A projeção elaborada por Karl Mollweide (1774-1825) é do 
tipo equivalente, ou seja, conserva o tamanho das áreas, mas 
altera as suas formas. Nessa projeção, os paralelos são linhas 
retas, e os meridianos, linhas curvas. Sua área é proporcional 
à da esfera terrestre, tendo a forma elíptica. As zonas cen-
trais apresentam grande exatidão, tanto em área quanto 
em configuração, mas as extremidades apresentam grandes 
distorções. Karl Mollweide, muito conhecido não somente 
pela projeção que elaborou, mas também pelas grandes rea-
lizações no campo das equações matemáticas, buscava uma 
forma de corrigir a projeção de Mercator, uma vez que essa 
era muito útil para navegações, porém pouco recomendada 
para análises sobre os continentes por alterar as suas escalas.
PROJEÇÃO DE MOLLWEIDE
4.2.5. Projeção de Goode, que altera 
a de Mollweide
Trata-se de uma projeção descontínua, uma vez que ten-
ta eliminar várias áreas oceânicas. Goode (1862-1932) 
coloca os meridianos centrais da projeção corresponden-
do aos meridianos quase centrais dos continentes para 
alcançar maior exatidão.
PROJEÇÃO DE GOODE
4.2.6. Projeção de Holzel
Projeção equivalente, seu contorno elipsoidal faz referência 
à forma aproximada da Terra, que tem um ligeiro achata-
mento nos polos.
PROJEÇÃO DE HOLZEL
 31
VIVENCIANDO
Mapoteca – Biblioteca Mário de Andrade
A Mapoteca é formada por uma coleção especial com cerca de sete mil cartas geográficas e mapas políticos, histó-
ricos, físicos e geológicos e ainda por cerca de 4.300 volumes de atlas históricos e geográficos. 
Vale destacar a coleção de 34 mapas e planos manuscritos do final do século XVIII, de várias partes do Brasil. Tam-
bém estão disponíveis as plantas da cidade de São Paulo do período de 1810 a 1870, que constituem importante 
fonte de pesquisa para estudos históricos. 
O atendimento ou visitação voltado a essa coleção está localizado em sala do 1.º andar da Biblioteca Mário de 
Andrade, localizada na Rua da Consolação, número 94, no centro de São Paulo.
SALA DE CONSULTA DE MAPAS. ACERVO DA BIBLIOTECA MÁRIO DE ANDRADE
A Mapoteca do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro é formada por um acervo em que o foco é a cartografia 
histórica, principalmente do Brasil. Ela retrata os traços geográficos que foram se delineando e definindo pelos 
grandes geógrafos,

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