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1
PESQUISA E PRÁTICA INTER-
DISCIPLINAR: CARTOGRA-
FIA, GEOGRAFIA URBANA E
DA POPULAÇÃO
Idelmar Medeiros do Amaral
Moises da Silva Almeida
FACULDADE ÚNICA
DE IPATINGA
2
Idelmar Medeiros do Amaral
Possui graduação em Geografia pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (2005)
e especialização em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Pitágoras (2007).
Moises da Silva Almeida
Doutor em Ciências no Instituto de Geociências da UNICAMP. Mestre em Ciências e En-
genharia Ambiental pela Universidade Federal de Alfenas. Graduado em Geografia e En-
genharia Ambiental. Possui experiência na área de Educação, com ênfase em Adminis-
tração Educacional e atua, principalmente, em cursos preparatórios para o ENEM. Atua
como Professor da carreira EBTT da rede federal de ensino.
PESQUISA E PRÁTICA INTERDISCIPLINAR:
CARTOGRAFIA, GEOGRAFIA URBANA E DA
POPULAÇÃO
3
Menu de Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo apli-
cado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dostextos.Elessão
para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com
uma função específica, mostradas a seguir:
São sugestões de links para vídeos, documentos cientí-
fico (artigos, monografias, dissertações e teses), sites ou
links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e Biblio-
teca Pearson) relacionados com o conteúdo abor-
dado.
Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações im-
portantes nas quais você deve ter um maior grau de
atenção!
São exercícios de fixação do conteúdo abordado em
cada unidade do livro.
São para o esclarecimento do significado de determi-
nados termos/palavras mostradas ao longo do livro.
Este espaço é destinado para a reflexão sobre ques-
tões citadas em cada unidade, associando-o a suas
ações, seja no ambiente profissional ou em seu cotidi-
ano.
1ª edição
Ipatinga – MG
2020
4
SUMÁRIO
HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DA CARTOGRAFIA.....................................7
1.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 7
1.2 HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA ........................................................................ 7
1.3 FORMA DA TERRA ..........................................................................................11
1.4 ORIENTAÇÃO .................................................................................................12
1.4.1 Pontos cardeais ...................................................................................... 14
1.4.2 Pontos colaterais ................................................................................ 14
1.4.3 Pontos subcolaterais.......................................................................... 14
FIXANDO O CONTEÚDO...............................................................................18
MOVIMENTOS DA TERRA E COORDENADAS GEOGRÁFICAS......23
2.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................23
2.2 MOVIMENTOS DA TERRA ..............................................................................23
2.3 SOLSTÍCIOS E EQUINÓCIOS .........................................................................26
2.4 COORDENADAS GEOGRÁFICAS ................................................................29
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................... 34
FUSOS HORÁRIOS ...........................................................................41
3.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................41
3.2 FUSOS HORÁRIOS ..........................................................................................42
3.3 LINHA INTERNACIONAL DE DATA (LID) ......................................................45
3.4 FUSOS HORÁRIOS BRASILEIROS...................................................................46
3.5 HORÁRIO DE VERÃO .....................................................................................48
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................... 51
ESCALA............................................................................................55
4.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................55
4.2 ESCALA ...........................................................................................................55
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................... 62
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS ......................................................66
5.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................66
5.2 CLASSIFICAÇÃO DAS PROJEÇÕES.............................................................67
5.2.1 Tipos de Projeções ............................................................................. 68
5.2.2 Projeção Cilíndrica ............................................................................ 69
5.2.3 Projeção Cônica............................................................................... 71
5.2.4 Projeção Plana, Azimutal ou Polar .................................................... 72
5.2.5 Anamorfose......................................................................................... 74
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................... 76
UNIDADE
02
UNIDADE
03
UNIDADE
04
UNIDADE
01
UNIDADE
05
5
CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS E SENSORIAMENTO REMOTO.83
6.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................83
6.2 CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS...............................................................83
6.3 SENSORIAMENTO REMOTO ..........................................................................86
6.4 SISTEMA DE POSICIONAMENTO GLOBAL - GPS .......................................91
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................... 94
O APARECIMENTO DA CIDADE NA SOCIEDADE OCIDENTAL ...101
7.1 A FORMAÇÃO DAS CIDADES MEDIEVAIS ...............................................101
7.2 O RENASCIMENTO URBANO E AS CARACTERÍSTICAS DAS CIDADES..104
FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................ 107
A INDUSTRIALIZAÇÃO E A FORMAÇÃO DA SOCIEDADE URBANA
.......................................................................................................112
8.1 AS INFLUÊNCIA DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NA FORMAÇÃO DAS
CIDADES........................................................................................................112
8.2 MUDANÇAS ESTRUTURAIS NO PAPEL DAS CIDADES ..............................114
FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................ 117
ANÁLISE DA CIDADE CONTEMPORÂNEA ...................................122
9.1 Dinâmicas de crescimento da cidade contemporânea ..................122
9.2 A cidade contemporânea e a rede urbana........................................124
9.3 Novas relações entre o espaço urbano e rural ..................................128
9.4 A gestão urbana e o estatuto da cidade .............................................130
FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................ 134
A QUESTÃO URBANA OBSERVANDO AS RELAÇÕES INTER E
INTRAURBANA, E OS DESDOBRAMENTOS DESTAS RELAÇÕES NA
PRODUÇÃO E REPRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO .................... 138
10.1O processo de expansão e especulação urbana, e as situações de
vulnerabilidade socioambiental .............................................................139
10.2A questão da periferização e as novas funcionalidades do espaço
urbano ..........................................................................................................142
FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................144
O DIREITO À CIDADE ....................................................................150
11.1 Os diferentes modos de vida e a cultura nas cidades ......................150
11.2 O espaço urbano e a cidadania............................................................151
FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................ 144
UNIDADE
06
UNIDADE
07
UNIDADE
08
UNIDADE
09
UNIDADE
10
UNIDADE
11
6
AS METRÓPOLES, AS CIDADES MÉDIAS E PEQUENAS.................162
12.1 ASPECTOS CONCEITUAIS E INTERDISCIPLINARES ...................................162
12.2 Uma análise da hierarquia e rede urbana do Brasil ...........................165
12.3 O espaço urbano de Minas Gerais ........................................................167
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 171
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO .........................................................177
REFERÊNCIAS .................................................................................................. 179
UNIDADE
12
7
HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DA
CARTOGRAFIA
1.1 INTRODUÇÃO
A Cartografia está presente em grande parte do dia a dia das pessoas. Sem
sua parte mais elementar, o ser humano não conseguiria se orientar no Planeta, esta-
ria restrito a uma pequena área ou vagaria perdido, sem conseguir retornar a sua
origem. Pense como seria durante as cruzadas ou nas grandes navegações, sem falar
em vários outros eventos históricos associados a longas movimentações populacio-
nais.
A popularização da cartografia chegou com o avanço da tecnologia e a era
digital, ocorridas principalmente nos últimos 20 anos. Além de ser usada em várias
áreas de conhecimento, como navegação (aérea, rodoviária, marítima), agricultura,
planejamento urbano, identificação de alvos militares, climatologia, hidrologia, ar-
quitetura, dentre outros, o uso chegou ao cidadão comum através do uso do GPS e,
posteriormente, de aplicativos de navegação como Waze ou o Google Maps, apli-
cativos de viagens e turismo como o Google Earth e outros como Uber.
A cartografia é ainda essencial para o Geógrafo, seja na investigação e com-
preensão do espaço geográfico, seja na sua representação.
Nesse livro você aprenderá a importância da cartografia, sua história, concei-
tos, orientação, coordenadas geográficas, como utilizar fusos horários e escala, tipos
de projeções, convenções cartográficas e sensoriamento remoto.
1.2 HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
A discussão sobre a origem de um tipo de conhecimento é sempre polêmica,
o que acontece também com a Cartografia, visto estar associado diretamente a
história da própria humanidade.
O homem, desde os tempos mais antigos, quando ainda era nômade, já pre-
cisa demarcar áreas por onde passava, caçava e coletava, além de definir territórios.
Esses registros, têm referências como árvores, rios, morros, animais e rochas, muitas
UNIDADE
01
8
vezes em forma de pinturas rupestres, permitia ao homem primitivo, não apenas de-
finir rotas e caminhos, mas marcá-los para, depois de longas jornadas, conseguir vol-
tar com segurança para seu grupo, ou seja, foi fundamental para a sobrevivência da
espécie humana. Esses registros datam de pelo menos 6.200 antes de Cristo.
Com o advento das explorações e do comércio, associados as grandes nave-
gações e as guerras, a necessidade de se localizar na superfície terrestre foi se tor-
nando cada vez maior, o que, em conjunto com o desenvolvimento das Ciências e
da Arte, com destaque principalmente para a Matemática, marca os primórdios da
Cartografia como Ciência.
Muitas dessas representações se perderam no tempo, sendo que a primeira a
ser considerada como mapa, pelos geógrafos, representando provavelmente a re-
gião do rio Eufrates, é o “Mapa de Ga-Sur”, feito em argila e datado de aproximada-
mente 3.000 anos a.C.
Figura 1: Mapa de Ga-Sur (Datado entre 3.800 e 2.500 AC )
Fonte: Schmitz, (2010, p. 121)
Muitos outros mapas primitivos foram encontrados em várias partes da Ásia,
contribuindo para a construção, posterior de uma linguagem cartográfica, que pode
se dizer, surgiu antes mesmo da linguagem escrita. Logicamente que, essas primeiras
representações eram a percepção do espaço daquelas pessoas que os fizeram, in-
fluenciadas pelo contexto social, cultural e histórico em viviam.
9
Se os primeiros fundamentos da ciência cartográfica foram lançados na Gré-
cia Antiga, quando Hiparco (160-120 a.C.) utilizou-se de métodos astronômicos em
seus cálculos e criou a projeção cônica, os gregos avançaram com as medidas ge-
ométricas, criando a noção de longitude e latitudes e os primeiros sistemas de proje-
ção, com destaque para Ptolomeu (90-168 d.C.), que apesar de criar os princípios
matemáticos da cartografia, foi ignorado durante toda a idade média pelo oci-
dente.
Com o final da idade média, todo conhecimento cartográfico esquecido no
ocidente, mas preservado pelos árabes, ressurge e se desenvolve com as necessida-
des náuticas ligadas as grandes navegações, no século XV, passando a ter um as-
pecto mais funcional, impulsionado pelo advento da agulha magnética, com a in-
venção da imprensa, que possibilitou a impressão acelerada de mapas e, finalmente,
com a fundação da Escola de Sagres, em Portugal, que criaram um aspecto carto-
gráfico mais científico.
No século XVI a produção cartográfica foi intensa, com destaque para os car-
tógrafos portugueses, espanhóis e italianos e, posteriormente, pelos holandeses, re-
presentada principalmente por Mercator. Em 1569 apareceu o primeiro mapa de
Mercator, que foi intensamente utilizado durante as grandes navegações. Apenas
um ano depois (1570) é publicado o primeiro atlas moderno do mundo, o Theatrum
Orbis Terrarum.
As cartas náuticas portuguesas, chamadas de Portulanas, foram as primeiras a
conter realmente referências geográficas, baseadas em astros e instrumentos como
o astrolábio, quadrantes, bússola, dentre outros.
O século XVII e XVIII foi dominado pela Escola Francesa que deu maior credi-
bilidade científica a cartografia através da associação a diversas outras ciências,
com destaque para a Matemática, a Geodésia e a Astronomia, acabando com as
improvisações e dando lhe um sentido mais objetivo.
O desenvolvimento de serviços geográficos e cartográficos nacionais se de-
senvolveram no século XIX, principalmente nos países europeus. A expansão do co-
mércio mundial, realizado através dos oceanos, contribuíram para a ampliação dos
levantamentos costeiros de todas as partes do mundo e o surgimento de projeções
importantes como a de Mollweide e da de Gauss. Nesse mesmo século também se
desenvolveu a cartografia náutica brasileira.
10
Na atualidade, a grande revolução tecnológica permitiu um avanço da car-
tografia através do uso da aerofotogrametria, dos satélites e da eletrônica. O desen-
volvimento de certas tecnologias expandiu as possibilidades da cartografia, possibili-
tando a criação de mapas mais precisos e detalhados, resultando na criação dos
Sistemas de Informações Geográficas – SIG, possibilitando sua popularização através
de celulares com o uso de aplicativos, smartphones e dispositivos móveis baseados
na navegação por satélite e definição de rotas, como, por exemplo, o Waze, levando
a cartografia definitivamente a era digital e colaborativa.
O conceito de Cartografia, para definir as representações cartográficas, foi
criada no século XIX, em 1839, pelo Visconde de Santarém. Posteriormente, em 1964,
a Associação Cartográfica Internacional (ACI), criou um conceito mais amplo, sem
grandes contestações, o que fez com que a própria UNESCO adotasse o conceito
em 1966.
A Cartografia apresenta-se como o conjunto de estudos e operações
científicas, técnicas e artísticas que, tendo por base os resultados de
observações diretas ou da análise de documentação, se voltam para
a elaboração de mapas, cartas e outras formas de expressão ou re-
presentaçãode objetos, elementos, fenômenos e ambientes físicos e
socioeconômicos, bem como a sua utilização (OLIVEIRA, 1993, p. 13).
 No século XXI, ainda na primeira década, a internet passa por importantes transforma-
ções, disponibilizando ferramentas para geração, busca e compartilhamento de con-
teúdo. Nesse contexto surgem as primeiras plataformas de cartografia colaborativa na
internet. Leia mais em: https://bit.ly/3n0nfsM. Acesso em: 15 fev. 2020;
 Leia o artigo “Cartografia inclusiva: reflexões e propostas” de Almeida, Sena e Carmo
(2018) e entenda um pouco mais da cartografia no cotidiano social. Disponível em:
https://bit.ly/32iFsdd. Acesso em: 15 fev. 2020;
 Leia também o artigo de Serradj (2014) “Cartografia, Informação Geográfica E Novas
Tecnologias. Trata da evolução da utilização da informação geográfica e sua carto-
grafia após três revoluções tecnológicas: a digital, a multimídia e a da comunicação.
Após breve apresentação da informação geográfica, veremos quais são as grandes
transformações ocorridas na Cartografia. Disponível em: https://bit.ly/38gMxhZ. Acesso
em: 15 fev. 2020.
11
1.3 FORMA DA TERRA
As dimensões e o formato do nosso Planeta sempre foram tema de especula-
ções, muitas vezes com roupagens místicas, gerando vários conceitos e interpreta-
ções de qual seria a verdadeira forma da Terra. Na antiguidade, alguns estudiosos
acreditavam ser a Terra plana, o que gerava debates acalorados, pois outros, como
Pitágoras (528 A.C.), afirmavam ser a Terra esférica. O desenvolvimento tecnológico
e o surgimento de novas técnicas cartográficas foram essenciais para resolver essa
questão.
A superfície da Terra é irregular, pois sofre constantes alterações, seja pela di-
nâmica interna do Planeta (terremotos, vulcões, placas tectônicas), pela dinâmica
externa (clima e erosão) ou pela ação antrópica.
A introdução da Matemática ajudou a simplificar os cálculos da superfície ter-
restre. O matemático alemão Carl Gauss (1777 – 1855), afirmou ser o formato da Terra
Geoide, ou seja, a forma da Terra subtraída das montanhas e vales, pois estes são
muito pequenos em relação ao diâmetro do planeta. Porém, não é possível calcular
matematicamente a forma geoide, pois ela é aproximadamente esférica, com sua-
ves ondulações e achatada nos polos.
Em busca de uma simplificação para representar o planeta, que fosse possível
de ser calculado matematicamente, facilitando a definição de coordenadas, ado-
tou se a figura geométrica ELIPSE ou ELIPSÓIDE (achatado nos polos), tornando-se a
referência na elaboração das representações cartográficas.
12
Figura 2: Forma geométrica da Terra
Fonte: Adaptado de Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísitca (2018)
A ciência responsável por estudar a forma e as dimensões da Terra chama-se
Geodesia. O nome foi usado pela primeira vez por Aristóteles e é, simultaneamente,
um ramo das geociências e um tipo de engenharia.
1.4 ORIENTAÇÃO
Os meios de orientação surgiram da necessidade de se posicionar correta-
mente, de posicionar localidades ou para traçar rotas. Durante a história da humani-
dade, essa orientação foi feita por meios e formas diferentes. Quando as distâncias
a serem percorridas não fossem longas, podia-se usar como referências recursos na-
turais como rios, lagos e montanhas. Para distâncias maiores, aprenderam a usar os
astros, como o sol, a lua e algumas estrelas.
13
O Sol se tornou a mais importante referência para o ser humano. O lugar onde
nasce passou a ser chamado de nascente, leste ou oriente, daí o surgimento do
termo orientação, ou seja, a busca do oriente ou onde o sol nasce. Onde o sol se põe
foi denominado de poente, oeste ou ocidente, possibilitando a criação da Rosa dos
Ventos com quatros pontos cardeais: Norte, Sul, Leste e Oeste.
Figura 3: Rosa dos Ventos
Fonte: Rocha (2016, online)
A partir da Rosa dos Ventos, com base no Leste, é possível encontrar também
os pontos cardeais Norte (também chamado de Boreal ou Setentrional) e o Sul (tam-
bém chamado de Austral ou Meridional).
A distância entre dois pontos cardeais subsequentes é de 90º, ou seja, formam
um ângulo reto. Entre dois pontos cardeais é possível encontrar o ponto colateral,
sendo eles Nordeste, Sudeste, Sudoeste e Noroeste. A distância entre um ponto car-
deal e seu ponto colateral subsequente é sempre de 45º.
Existe ainda os pontos subcolaterais, que no total são oito, situados entre cada
ponto cardeal e colateral. Apesar desse ponto ser citado em todos os livros didáticos
e materiais de cartografia, praticamente não é usado pelo aluno de Ensino Funda-
mental e Médio.
14
1.4.1 Pontos cardeais
Norte (N) – demonstra a direção exata em que o Polo Norte está localizado.
Assim, possui dois tipos de sinônimos: setentrional e boreal. A Estrela Polar é usada
para auxiliar na direção;
Sul (S) – demonstra a direção exata em que o Polo Sul está localizado. Dessa
forma, dois tipos de sinônimos são possíveis: meridional e austral. A estrela usada na
direção é o Cruzeiro do Sul.
Leste (L) – O “nascer do sol” é utilizado como referencial. Assim, o sinônimo
comum é a palavra oriente.
Oeste (O) – O “pôr do sol” é utilizado como o referencial. O sinônimo mais po-
pular é a palavra ocidente.
1.4.2 Pontos colaterais
NO/NW – entre o Oeste e o Norte, há o ponto colateral Noroeste.
SE/SW – entre o Oeste e o Sul, há o ponto colateral Sudoeste.
SE – entre o Leste e o Sul, há o ponto colateral Sudeste.
NE – entre o Leste e o Norte, há o ponto colateral Nordeste.
1.4.3 Pontos subcolaterais
ENE: Leste-nordeste
ESE: Leste-sudeste
SSE: Sul-sudeste
NNE: Norte-nordeste
NNO/NNW: Norte-noroeste
SSO/SSW: Sul -sudoeste
OSO/WSW: Oeste-sudoeste
ONO/WNW: Oeste-noroeste
Esses pontos facilitam a orientação de navios e aviões ou de qualquer pessoa
na superfície terrestre, principalmente em lugares onde não há estradas, como em
desertos e florestas. Na análise de mapas são usados como referências de lugares ou
elementos. Por exemplo, pode-se dizer que um navio afundou na Costa Oeste dos
15
Estados Unidos ou, ainda, citar como referência, que o Aquífero Guarani localiza-se
no Planalto Meridional Brasileiro.
Vale lembrar ainda que a rosa dos ventos é utilizada na bússola, instrumento
que possui uma agulha imantada que aponta sempre para o norte magnético, pos-
sibilitando ao usuário uma noção correta da direção a seguir.
16
Apesar de ter se destacado durante as grandes navegações, no século XVI, a
bússola foi criada na China, no século I, mas somente em 1302 o marinheiro e inventor
Flávio Gioia aperfeiçoou a bússola, colocando a agulha sobre um cartão com o de-
senho de uma rosa dos ventos, o que facilitou a orientação.
Figura 4: Componentes de uma bússola
Fonte: Nery (2009, online)
Além do Norte Magnético (NM), também existe o Norte Geográfico (NG) ou
verdadeiro (NV), assim chamado porque é o ponto onde passa o eixo de rotação da
Terra, sendo ainda a referência do sistema de coordenadas geográficas, que vere-
mos no próximo capítulo. O Norte Verdadeiro (90ºN) é o Polo Norte, onde se intercep-
tam todos os meridianos.
A diferença entre o Norte Magnético e o Norte Geográfico é medido em
graus, sendo chamada de declinação magnética. Essa declinação varia no tempo
geológico e de acordo com a localização da área no Planeta.
que você mais permanece em casa também deve ser levado em consideração.
Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/mercado-imobiliario-do-interior/noticia/orien-
tacao-solar-e-fator-importante-na-hora-de-escolher-o-imovel.ghtml. (adaptado). Acesso em: 15 fev. 2020
17
Figura 5: Declinação Magnética (+D)
Fonte: Magnetic declination (2020, online)
 Aprenda a encontrar os pontos cardeais sem a bússola. Disponível em:
https://bit.ly/3km2Z3b.

18
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (Enem) Leia o texto a seguir.
O JARDIM DE CAMINHOS QUE SE BIFURCAM
[...] Uma lâmpada aclarava a plataforma, mas os rostos dos meninos ficavam na sombra.
Um me perguntou: O senhorvai à casa do Dr. Stephen Albert? Sem aguardar resposta,
outro disse: A casa fica longe daqui, mas o senhor não se perderá se tomar esse caminho
à esquerda e se em cada encruzilhada do caminho dobrar à esquerda.
Borges, J. Ficções. Rio de Janeiro: Globo, 1997. p. 96 (adaptado).
Quanto à cena descrita, considere que:
I. o Sol nasce à direita dos meninos.
II. o senhor seguiu o conselho dos meninos, tendo encontrado duas encruzilhadas
até a casa.
Conclui-se que o senhor caminhou, respectivamente, nos sentidos:
a) Oeste, Sul e Leste.
b) Leste, Sul e Oeste.
c) Oeste, Norte e Leste.
d) Leste, Norte e Oeste.
e) Leste, Norte e Sul.
2. A figura simula um jogo de futebol, na qual o time A é composto pelos jogadores
de A a L e o time B pelos jogadores de 1 a 11. O narrador do jogo, ao observar o
movimento aparente do sol, pode descrever a seguinte jogada:
19
a) O goleiro do time A lança a bola na direção SO para o jogador E.
b) O jogador 9 chuta na direção NE para o jogador H, na porção meridional do
campo.
c) O jogador 10 finaliza a jogada chutando para o gol na direção NE.
d) O goleiro do time B, do lado oriental do campo, defende a bola do jogador I,
chutada na direção SE.
e) O jogador E, a oeste do jogador F, chuta a bola para o jogador J na direção SO.
3. (UFG-GO). Observe o mapa a seguir.
A leitura e a interpretação do mapa, por meio da análise da rede geográfica e
dos pontos de referência, indicam que o município de Sabará localiza-se:
a) ao norte de Belo Horizonte e ao sul de Caeté.
b) a oeste de Nova Lima e a leste de Santa Luzia.
c) a leste de Belo Horizonte e a oeste de Caeté.
d) a oeste de Raposos e a leste de Santa Luzia.
e) ao sul de Raposos e ao sul de Taquaraçu de Minas
20
4. Considere o esquema abaixo (pontos cardeais, colaterais e subcolaterais), que
posiciona algumas capitais brasileiras e as direções NOROESTE (NO), SUDESTE (SE),
ESTE-NORDESTE (ENE) e SUDOESTE (SO), respectivamente:
A alternativa que correlaciona a capital e a direção indicada é:
a) Teresina, Belo Horizonte, Fortaleza, São Paulo
b) Cuiabá, São Paulo, Manaus, Vitória
c) Manaus, Rio de Janeiro, Aracaju, Campo Grande
d) Fortaleza, Teresina, Campo Grande, Cuiabá
5. (PUC). Levando em consideração que, no dia em que esta foto foi tirada, o Sol se
pôs exatamente atrás da estátua do Cristo Redentor, podemos AFIRMAR que:
a) O Pão de Açúcar está situado ao norte da parte frontal da estátua do Cristo Re-
dentor.
b) O braço direito do Cristo Redentor está apontando para a direção sul.
c) O Leste está na direção da parte de trás da estátua do Cristo Redentor.
d) A enseada de Botafogo está ao sul da parte frontal da estátua do Cristo Redentor.
e) O braço esquerdo do Cristo Redentor está apontando para a direção oeste.
21
6. A Terra comporta-se como um imenso ímã, ou seja, tem magnetismo próprio. Ob-
serve as figuras, que são representações do campo magnético da Terra.
A partir da observação das figuras e de seus conhecimentos, pode-se afirmar que:
a) se buscamos as coordenadas geográficas do polo Norte Magnético para atingir o
polo Norte Geográfico, o provável é que não cheguemos lá, porque a localização
dos polos magnéticos da Terra não coincide com a dos polos geográficos.
b) o polo norte magnético encontra-se na costa norte do Alasca e o polo sul magné-
tico na costa oeste da Antártida.
c) se buscarmos as coordenadas geográficas do polo sul magnético para atingir o
polo sul geográfico, o provável é que alcancemos nosso intento, porque a locali-
zação dos polos magnéticos da Terra coincide com a dos polos geográficos.
d) o polo norte magnético encontra-se na Groenlândia, na América do Norte, e o
polo sul geográfico na costa norte da Antártida.
e) o polo norte magnético encontra-se na costa norte do Canadá, no oceano Atlân-
tico, portanto, junto à localização do polo norte geográfico.
7. Posicionando os estados brasileiros a partir de orientações em pontos cardeais e
22
colaterais pode ser considerado que:
a) o estado do Mato Grosso encontra-se em uma posição meridional em relação ao
Amazonas e Pará.
b) o Acre e o Amazonas possuem as terras mais orientais do território brasileiro.
c) os estados mais orientais do Nordeste são o Piauí e o Maranhão.
d) em Roraima encontra-se a extremidade mais meridional do país.
e) o estado de Goiás está ao sul de Tocantins e a leste de Minas Gerais.
8. A grande família do Alasca
“Nas profundezas do Alasca selvagem, vive a recém-descoberta família Brown. Billy, sua
esposa Ami e os sete filhos (cinco rapazes e duas garotas) vivem isolados do mundo, de-
senvolvendo dialetos e sotaque próprios. Em determinadas épocas do ano, os Brown che-
gam a passar até nove meses sem contato com forasteiros”.
Fonte: http://www.brasil.discovery.uol.com.br/aventura/a-grande-familia-do-alasca/a-grande-fami-
lia-do-alasca-sobre-a-serie/. Acesso em: 28/02/2020.
Assinale em quais hemisférios se encontra a família Brown:
a) setentrional e oriental.
b) austral e oriental.
c) austral e ocidental.
d) boreal e ocidental.
e) meridional e oriental.
23
MOVIMENTOS DA TERRA E
COORDENADAS GEOGRÁFICAS
2.1 INTRODUÇÃO
Neste capítulo você vai estudar sobre os principais movimentos da Terra
e compreender como influenciam na orientação do Planeta, na definição
dos dias e noites e das estações do ano. Aprenderá ainda sobre as coorde-
nadas geográficas, valores numéricos por meio dos quais se define, com pre-
cisão, um ponto na superfície terrestre, além de delimitar as zonas térmicas do
planeta e os fusos horários.
Esse capítulo é essencial em todo estudo de cartografia, uma vez que
seria impossível se orientar, localizar ou mesmo representar a Terra sem os co-
nhecimentos que envolvem os assuntos discutidos na unidade.
2.2 MOVIMENTOS DA TERRA
Desde os tempos mais remotos, o dia e a noite são os métodos mais eficazes
de medição do tempo. Outra forma muito usual de medir o tempo, mas durante pe-
ríodos mais longos, é a variação do clima durante as estações do ano, com a pre-
sença de longo período de calor, neve ou mesmo o florescer das plantas. Ambos
métodos estão relacionados com os movimentos da Terra, diferenciando apenas se
esse movimento é em torno do próprio eixo ou em torno do sol.
O movimento que o Planeta faz em torno do próprio eixo é chamado ROTA-
ÇÃO. O movimento ocorre de oeste para leste, em sentido anti-horário, e tem uma
duração de 23 horas, 56 minutos e 4 segundos, ou, aproximadamente 24 horas, com-
pletando o dia solar. Além de determinar os dias e as noites, esse movimento também
tem influência nos mecanismos de circulação atmosférica global e na dinâmica das
correntes marítimas.
A existência de dias e noites determina os índices de luminosidade, tempera-
UNIDADE
02
24
tura e umidade do ar, essenciais para o desenvolvimento dos ecossistemas do Pla-
neta. Vale lembrar que a iluminação do sol varia na superfície terrestre durante o ano,
pois o eixo imaginário, em torno do qual a terra faz sua rotação, tem uma inclinação
de 23º27’ em relação a órbita terrestre.
Figura 6: Movimento de Rotação
Fonte: Adaptado do Atlas Geográfico Escolar do
IBGE (2018)
Outro movimento essencial para a vida e dinâmica do planeta é o de TRANS-
LAÇÃO. Nesse movimento a Terra gira em torno do Sol, de oeste para leste, mesmo
sentido do movimento de rotação. Esse movimento tem duração de 365 dias, 5 horas,
49 minutos e dois segundos, ou seja, um ano solar, sendo responsável pela ocorrência
das estações do ano e, consequentemente, dos solstícios e equinócios.
Considerando, aproximadamente, uma duração de 365 dias e 6 horas, será
fácil perceber que a cada ano sobrará 6 horas, pois o ano civil adotado, por con-
venção, tem 365 dias. O ajuste será feito a cada 4 anos, quando o ano terá 366 dias
e o mês de fevereiro 29 dias, o que é chamado de ano bissexto.
25
É importante frisar que a determinação das estações do ano não está associ-
ada apenas ao movimento de translação da Terra, mas também a inclinação de seueixo de rotação, que faz com que o sol incida em ângulos diferentes na superfície
terrestre, provocando variações de fotoperíodo.
O movimento de translação ocorre em uma orbita elíptica, fazendo com que
a Terra se aproxime ou se afaste mais do Sol. O momento em que a Terra está mais
próxima do Sol é chamada de Periélio (do grego, peri = perto e hélio = sol), quando
a Terra fica a aproximadamente 147 milhões de Km do Sol, o que acontece próximo
ao dia 03 de janeiro. Por volta do dia 04 de julho ocorre o Afélio (do grego, ap =
longe, distante e hélio = sol), momento em que a Terra se encontra mais distante em
sua órbita de translação, a 152 milhões de km. Apesar das datas coincidirem com o
 O que é um ano? Uma pergunta simples, com uma resposta aparentemente simples:
um ano é a quantidade de tempo que a Terra demora a dar uma volta ao Sol. Mas
como sabemos quando a Terra completa uma volta ao Sol? Para responder a esta
questão é necessário escolher uma referência que nos permita realizar a medição. Leia
mais em: https://bit.ly/3kd2DMa. Acesso em: 11 fev. 2020;
 Os nascidos e os que vão nascer no dia 29 de fevereiro, devem ser registrados na data
exata do nascimento. Isso se faz por meio do Cadastro Nacional de Estabelecimentos
de Saúde, pelo médico ou profissional de saúde que acompanhou a gestação ou
parto do nascido. Não se trata da Certidão de Nascimento, mas da Declaração de
Nascido Vivo. Leia mais em: https://bit.ly/35avSee. Acesso em: 11 fev. 2020;
 Livro “Roteiro Cartográfico” de Menezes e Fernandes (2013) constrói o conhecimento
cartográfico com conceitos clássicos e modernos, até os dias atuais. Leia da pág. 85 a
113). Disponível em: https://bit.ly/3pjYtpB. Acesso em: 11 fev. 2020.
Fotoperíodo: É a duração do dia (24 horas) em relação à noite. O fotoperíodo é a resposta
das plantas a esse período.O fotoperíodo afeta a floração porque indica a estação. Plan-
tas neutras ou indiferentes são aquelas plantas que não dependem do fotoperíodo, mas
da disponibilidade de água e temperatura.
26
verão e inverno do hemisfério sul, o Periélio e o Afélio não são responsáveis pelas es-
tações no ano, apenas intensificando-as. Você estudará mais sobre o assunto em
física, pois o tema é explicado pela 2ª Lei de Kepler: Lei das Áreas.
Figura 7: Afélio, Periélio, Solstício e Equinócio
Fonte: Elaborado pelo Autor (2020)
2.3 SOLSTÍCIOS E EQUINÓCIOS
Ao longo do ano, quatro pontos durante o movimento de Translação são im-
portantes, pois registram o início das estações do ano em cada hemisfério, de acordo
com a incidência solar, definindo os Solstícios e Equinócios.
Os Solstícios, do latim solstare, significa sol distante. Esse é o momento em que
o sol fica perpendicular a um dos trópicos. Vale lembrar que os trópicos são o ponto
máximo em que o sol incide perpendicularmente, ou seja, quando o sol incide per-
pendicularmente sobre o trópico de Câncer, é o momento em que o Sol está mais
distante do hemisfério sul. Nesse momento inicia-se o verão no hemisfério norte e o
inverno no hemisfério sul, o que ocorre no dia 21 de junho. No dia 21 de dezembro o
Sol encontra-se perpendicular ao Trópico de Capricórnio, dando início ao Solstício de
Verão nesse hemisfério. As estações do ano são inversas de hemisfério para hemisfé-
rio.
Os responsáveis pela ocorrência das estações do ano são o movimento de Translação da
Terra e a inclinação do eixo terrestre em relação ao seu plano de órbita.
27
Durante os solstícios tem-se a maior variação do fotoperíodo (período do dia
de luminosidade). No verão, próximo ao trópico, tem-se o dia mais longo do ano e
próximo ao círculo polar, os chamados dias polares. No inverno isso se inverte, pois, a
noite será a mais longa do ano, chegando a noites polares nas altas latitudes.
Já os Equinócios, do latim aecnoquitium, significa “noites iguais”. É o momento
em que o Sol está perpendicular ao Equador, dividindo luminosidade e calor por igual
nos dois hemisférios e fazendo com que noites e dias tenham a mesma duração, ou
seja, 12 horas de dia e 12 horas de noite em todo o Planeta. Isso só ocorre em dois
dias do ano, com exceção do Equador, onde o Sol incide perpendicular todos os
dias do ano. Os Equinócios representam o início da Primavera e do Outono, ocor-
rendo sempre nos dias 20 ou 21 de março e 23 de setembro. Vale lembrar novamente
que as estações do ano são inversas de hemisfério para hemisfério.
Figura 8: Caracterisitcas dos Solstícios e Equinócios
Fonte: Adaptado de Oliveira Filho e Saraiva (2012)
Vale frisar ainda que, durante os solstícios, o Sol atinge o chamado Zênite,
ponto mais alta da esfera celeste, formando um ângulo perpendicular com o obser-
vador. Isso só ocorre entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio, pois são os pontos
máximos em que o sol incide de forma perpendicular. Nesse ponto, a dispersão de
energia solar é menor, fazendo com que as regiões entre os trópicos possuam tem-
peraturas médias mais elevadas. Essa diferença de distribuição de energia solar sobre
28
a superfície terrestre, devido a inclinação do eixo terrestre e do movimento de trans-
lação da Terra, além de definir os Solstícios Equinócios (estações do ano), também
define as zonas térmicas do Planeta.
Vídeo explicativo sobre Solstícios e Equinócio. A dinâmica do vídeo permite ao aluno uma
melhor visualização e compreensão do assunto. Assista em: https://bit.ly/38rOYhK. Acesso
em: 11 fev. 2020.
29
2.4 COORDENADAS GEOGRÁFICAS
A orientação terrestre, feita através do Sol, da Lua ou das estrelas ajudou muito
o ser humano a conseguir se locomover e se orientar no espaço, porém não definia
com precisão nenhum ponto sobre a superfície terrestre. Para isso, foi necessário
avançar, principalmente com ajuda da matemática, na construção de uma rede de
coordenadas cartesianas adaptadas a um plano, que ficou conhecida como Coor-
denadas Geográficas.
Acesso em: 11 fev.
2020.
30
Segundo o IBGE, Coordenadas Geográficas são “valores numéricos através
dos quais podemos definir a posição de um ponto na superfície da Terra, tendo como
ponto de origem para as latitudes o Equador e o Meridiano de Greenwich para a
origem das longitudes. ”
Figura 9: Latitude e Longitude
Fonte: Adaptado do Atlas Geográfico Escolar do IBGE (2018)
É importante frisar que as coordenadas são adaptações que buscam, através
de técnicas cartográficas, representar o Planeta Terra da forma mais correta e pre-
cisa possível, o que acaba não ocorrendo, pois toda representação da Terra acaba
apresentando deformações e distorções, por menores que sejam.
Através desse sistema, formado por paralelos e meridianos, que se cruzam,
torna-se possível localizar com precisão qualquer ponto ou objeto na superfície ter-
restre.
Os paralelos são círculos da superfície da Terra paralelos ao Equador, ou seja,
perpendiculares ao eixo terrestre. A referência para os paralelos é sempre o paralelo
0 graus ou inicial, ou seja, o Equador, que divide o Planeta em dois hemisférios, Norte
e Sul.
O Equador é o círculo máximo entre os paralelos, pois passa na parte mais
larga do Planeta. Os círculos dos paralelos vão diminuindo em direção aos pontos,
até chegar nos paralelos 90 graus Norte e Sul, representados apenas por um ponto.
A partir dos paralelos se definem as latitudes, ou seja, a distância em graus de
31
qualquer ponto da Terra em relação a linha do Equador, variando de 0º a 90º graus.
Além do Equador, outros quatro paralelos também recebem nome e são im-
portantes na definição das zonas térmicas da Terra. Os Trópicos de Câncer e de Ca-
pricórnio, respectivamente em 23º27’ norte e 23º27’ sul. Entre esses paralelos situa-se
a Zona Intertropical, região com as temperaturas médias anuais mais elevadas por
receber, pelo menos em dois dias do ano, os raios solares de forma perpendicular.
Nessa região não são percebidas as quatro estações do ano, mas apenas verão e
inverno.
Outros dois paralelos importantes são o Círculo Polar Ártico e o CírculoPolar
Antártico, situados em 66º33’ Norte e Sul, respectivamente, definindo o ponto máximo
do Planeta em que se tem insolação os 365 dias do ano. A partir dos círculos polares,
ter-se-á as chamadas noites e dias polares. Essa região é chamada de Zona Polar.
Figura 10: Principais Paralelos
Fonte: Adaptado do Atlas Geográfico Escolar do IBGE (2018)
32
Figura 11: Zonas Climáticas
Fonte: Adaptado do Atlas Geográfico Escolar do IBGE (2018)
A área entre um dos trópicos e um dos círculos polares é chamado de Região
Temperada (podendo ser do Norte ou do Sul). Essa região recebe os raios solares
sempre de forma oblíqua, nunca perpendicular, possuindo, por isso, temperaturas
médias mais amenas, além de ser perceptível as quatro estações do ano.
Figura 12: Incidência dos raios solares por zona térmica da Terra
Fonte: Adaptado de Universidade Federal do Paraná (1999)
Diferente dos paralelos, os meridianos são linhas imaginárias que cortam o Pla-
neta na vertical (longitudinalmente), de polo a polo. O Meridiano Zero, ou de origem,
é o Meridiano de Greenwich (Figura 12), que passa na cidade de Londres e divide o
planeta em dois hemisférios, Leste e Oeste.
33
Longitude é a distância em graus, de qualquer ponto da Terra em relação ao
Meridiano de Greenwich, apresentando uma variação entre 0º e 180º Leste e Oeste.
O cruzamento entre um paralelo e um meridiano forma a chamada coorde-
nada geográfica, que será dada em latitudes e longitudes e representada através
de graus e hemisférios. Por exemplo, o mapa a seguir fornece as Coordenadas Geo-
gráficas globais estabelecidas a partir da combinação das latitudes e das longitudes.
Figura 13: Latitude e longitude no globo terrestre
Fonte: Adaptado de Korjenioski (2014)
Acima, tem-se a representação de cinco pontos diferentes. Observando as
suas latitudes e longitudes, pode-se, então, descrever as coordenadas geográficas
de cada um deles, indicando os seus hemisférios (Norte: N. Sul: S. Leste: E. Oeste: W).
Ponto A:
20ºS 60ºW
Ponto B:
40ºS 0º
Ponto C:
20ºS 90ºE
Ponto D:
0º
Ponto E:
40ºN 120ºE
Observe que todos os pontos da superfície se localizam em pelo menos dois
hemisférios. O território brasileiro, nesse caso, encontra-se em três hemisférios: uma
pequena parte no Norte, uma grande parte no Sul e todo ele no Oeste.
No site do IBGE você encontrará vídeos e resumos sobre vários assuntos de cartografia,
ajudando na visualização e aprendizagem de alguns conteúdos. Disponível em:
https://bit.ly/3kac4fj. Acesso em: 11 fev. 2020.
34
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (UFPR) - “Se olharmos para o céu numa noite clara sem lua, os objetos mais brilhan-
tes que vemos são os planetas Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Também percebe-
mos um número muito grande de estrelas que são exatamente iguais ao nosso Sol,
35
embora muito distantes de nós. Algumas dessas estrelas parecem, de fato, mudar
sutilmente suas posições com relação umas às outras, à medida que a Terra gira
em torno do Sol.” (HAWKING, S. W. Uma breve história do tempo: do Big Bang aos
Buracos Negros. Trad. de Maria Helena Torres. Rio de Janeiro: Rocco, 1988. p. 61.)
A respeito do assunto, considere as seguintes afirmativas:
I. o movimento da Terra ao qual o autor se refere determina uma órbita elíptica
em que o planeta ora se afasta, ora se aproxima do Sol.
II. o movimento da Terra em torno do Sol é responsável pela sucessão dos dias e
das noites.
III. as posições relativas de planetas e estrelas permitem, há muitos séculos, a ori-
entação no espaço terrestre; a constelação do Cruzeiro do Sul, no hemisfério
Sul, e a Estrela Polar, no hemisfério Norte, são pontos de referência para esse
tipo de orientação.
IV.a distribuição desigual das temperaturas, determinante da vida em distintos
lugares da superfície terrestre, está relacionada, entre outros fatores, à forma
esférica da Terra e ao ângulo de incidência dos raios solares.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa I é verdadeira.
b) Somente a afirmativa II é verdadeira.
c) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
2. (UFG) Observe as figuras a seguir:
36
Os ângulos de incidência dos raios solares sobre a superfície da Terra, demonstra-
dos nas figuras, apresentam duas situações distintas, que caracterizam os solstícios
e os equinócios. Em ambas as figuras, o ponto A representa uma cidade sobre a
Linha do Equador, ao meio-dia. A Figura 2 mostra a incidência do Sol três meses
após a situação ilustrada na Figura 1.
A Figura 1 representa o:
a) Equinócio de primavera no Hemisfério Sul, quando a incidência dos raios solares é
oblíqua à superfície da Terra em A.
b) Equinócio de primavera no Hemisfério Sul, quando a incidência dos raios solares é
perpendicular à superfície da Terra em A.
c) Equinócio de outono no Hemisfério Sul, quando a incidência dos raios solares é
perpendicular à superfície da Terra em A.
d) Solstício de verão no Hemisfério Norte, quando a incidência dos raios solares é oblí-
qua à superfície da Terra em A.
e) Solstício de inverno no Hemisfério Sul, quando a incidência dos raios solares é oblí-
qua à superfície da Terra em A.
37
3. (UFPE - adaptada). Observe as proposições abaixo, tomando por referência o
mapa do Nordeste.
Mapa de localização da região do Nordeste brasileiro
I. em relação ao Meridiano de Greenwich, o Nordeste está situado no Hemisfério
Oriental.
II. as coordenadas geográficas do ponto A, situado na parte central da Bahia,
são: Lat. 12º S e Long. 42º W.
III. São Luís é a capital mais setentrional do Nordeste.
São corretas:
a) I.
b) II.
c) II e III.
d) I e II.
e) I, II, III.
38
4. (PUC-RS) Responder à questão com base no gráfico, que representa parte das
Coordenadas Geográficas
O ponto antípoda de B é:
a) 3o de latitude Norte e 2o de longitude Oeste.
b) 87o de latitude Sul e 2o de longitude Oeste.
c) 3o de latitude Norte e 178o de longitude Oeste.
d) 2o de latitude Sul e 177o de longitude Leste.
e) 3o de latitude Sul e 4o de longitude Leste.
5. Observe o mapa.
Suponha a realização de uma viagem de automóvel de Belo Horizonte a Luz, com
a partida marcada para às 15h de um dia ensolarado, na véspera do Natal. Nessa
viagem, com duração aproximada de duas horas e trinta minutos, o motorista irá
receber mais intensamente os raios solares:
39
a) De frente e à sua esquerda.
b) De frente e à sua direita.
c) Pelas costas e à sua esquerda.
d) Pelas costas e à sua direita.
e) Em cima do carro
6. Entre todos os movimentos realizados pela Terra, a Rotação e a Translação são
consideradas como os dois mais importantes, pois são os que exercem maior in-
fluência no cotidiano das sociedades. As consequências principais da Rotação e
da Translação da Terra são, respectivamente:
a) A intercalação das atividades solares e a variação cíclica dos climas.
b) A ocorrência das estações do ano e a sucessão dos dias e noites.
c) A sucessão dos dias e noites e a ocorrência das estações do ano.
d) A existência dos solstícios e equinócios e a duração do ano em 365 dias.
e) A duração dos ciclos solares e a diferenciação entre climas frios e quentes.
7. O deslocamento do periélio é registrado como um dos movimentos da Terra, mas
não é tão lembrado por dois motivos: não exerce uma influência tão grande sobre
a vida no Planeta e também por apresentar um ciclo muito longo, que totaliza os
21 mil anos. Mas, afinal, o que é o periélio?
a) É a forma com que a Terra se desloca em torno do seu próprio eixo.
b) É o movimento aparente da Terra ao longo do universo.
c) É o eixo da translação terrestre.
d) É a distância mínima da órbita terrestre em relação ao Sol.
e) É a distância máxima da órbita terrestre em relação ao Sol.
40
8. (UTFPR) Durante a Translação da Terra e em função da sua obliquidade e esferici-
dade, o ângulo de incidência dos raios solares se modifica durante o ano. Assinale
a única alternativa correta sobreos fenômenos observados quando ocorrem os
equinócios durante o ano.
a) A incidência do Sol é vertical sobre o Equador e mais oblíqua perto dos polos.
b) A incidência do Sol é perpendicular ao trópico de Câncer e oblíqua no Equador.
c) A incidência do Sol é perpendicular ao trópico de Capricórnio e oblíqua na lati-
tude 23ºS.
d) A duração do dia é maior que a duração da noite no Hemisfério Sul.
e) A duração do dia é menor que a duração da noite no Hemisfério Sul.
41
FUSOS HORÁRIOS
3.1 INTRODUÇÃO
O tema “fusos horários” é muito importante na atualidade, principalmente
com o avanço dos sistemas de transportes e comunicações que consolidaram o pro-
cesso de globalização.
Compreender que os países possuem fusos diferentes ajuda o aluno a enten-
der as variações de horários e, consequentemente, de funcionamento de bancos,
bolsas de valores, instituições públicas, comércios, dentre outros, mundo a fora.
Deve-se ainda levar em conta os crescimentos dos fluxos populacionais pelo
mundo, seja para turismo, trabalho ou fixar residência em outros territórios. Hoje em
dia, quase toda família possui um parente ou conhecido que ficou residência em
outros países, com os quais se comunicam.
Mas não foi sempre assim, pois, no passado, as pessoas raramente se desloca-
vam ou saiam das regiões em que tinham nascido, portanto, conhecer os fusos horá-
rios era quase que um desperdício de tempo, uma vez que esse conhecimento difi-
cilmente seria usado pela maioria da população. Prova disso é que a preocupação
em se criar um sistema oficial de variações de horas ao redor do mundo, com base
no movimento de rotação da Terra e de radiação solar, só surge pós 1ª revolução
industrial, pois o avanço das máquinas a vapor, com destaque para as locomotivas,
diminuiu o tempo gasto para cruzar grandes distâncias continentais.
Nesse capítulo você vai estudar sobre os fusos horários mundiais e também a
variação dos fusos brasileiros, aprender como calcular as diferenças e como essa
questão pode interferir no dia a dia do país. Aprenderá ainda sobre o horário de ve-
rão, que funcionou no Brasil desde a década de 1930 e que acabou em 2019, através
de decreto do presidente Jair Bolsonaro.
UNIDADE
03
42
3.2 FUSOS HORÁRIOS
O Sistema de Fusos horários internacionais percorreu um longo caminho até se
tornar oficial e ser adotado no mundo todo utilizando os mesmos parâmetros. Inicial-
mente não existia um referencial único e os viajantes tinham que acertar os relógios
todas as vezes que chegavam a uma cidade nova, baseando se no sol ao meio dia,
quando atingia o seu zênite (ponto mais alto do sol no céu, incidindo na superfície
da Terra de forma perpendicular – ângulo de 90º).
A Grã-Bretanha foi o primeiro país a adotar uma única hora legal para todo o
seu território, em 1883, através de um sistema que ficou conhecido como Greenwich
Mean Time (GMT) ou Tempo Médio de Greenwich.
Em 1878 foi sugerido por um senador Canadense um sistema internacional de
fusos, que dividiria a Terra em 24 faixas longitudinais, onde cada uma delas, com uma
largura de 15º, representaria 1 hora, ou 60 minutos. Se for considerada a circunferên-
cia da Terra, de 360º, divididas em 24 faixas (que representam, cada uma, uma hora
do dia), têm-se exatamente os 15º sugeridos no estudo. Em 1883 as linhas de trens
norte americanas adotaram esse sistema de fusos.
No ano seguinte, já em 1884, ocorria nos Estados Unidos, em Washington D.C.,
a Conferência Internacional do Primeiro Meridiano, que adotou a padronização
mundial da hora legal, considerando que o ponto de referência, a Longitude 0º, pas-
saria pelo Observatório Real de Greenwich, em Londres, na Inglaterra, e que as horas,
a partir daí, seriam contadas positivamente para leste e negativamente para oeste.
Ficou definido ainda que o Meridiano de 180º (antemeridiano de Greenwich), seria
considerado a Linha Internacional de Data (LID).
É essencial compreender que os fusos horários estão relacionados com o mo-
vimento de Rotação da Terra, que ocorre de oeste para leste, demorando 24 horas
para que o Planeta faça um giro completo em torno de seu próprio eixo. Esse movi-
mento faz com que o Sol, aparentemente, nasça sempre a leste e se ponha em
oeste. A verdade é que, pela manhã, quando o Sol parece subir no horizonte, é a
Terra que está girando na direção contrária (Oeste-Leste).
43
Figura 14: Fuso horário civil
Fonte: Adaptado do Atlas Geográfico Escolar do IBGE (2018)
44
Dentro desse contexto, quando maior for o território de um país de leste para
oeste, mais fusos horários diferentes ele possuirá, o que influenciará na integração
econômica e social do país. Observe que as horas apenas variam quando se mudam
as longitudes, ou seja, se duas cidades estão em mesmas longitudes, mas em latitudes
diferentes, mesmo que em hemisférios diferentes, a hora legal dessas cidades serão
as mesmas.
Na realidade existem três tipos de horas diferentes, a solar ou verdadeira, a
legal e a oficial. A hora solar ou verdadeira está relacionada ao movimento aparente
do Sol, definida pelo meio dia, quando o Sol está a zênite, sendo assim, cada lugar
terá uma hora diferente, mesmo que apenas por alguns milésimos de segundo.
A hora legal está relacionada ao Meridiano de Greenwich, que é o padrão
internacional definido em 1884, onde a cada faixa longitudinal de 15º têm-se uma
hora definida. Dentro desse conceito, todas as cidades e localidades situadas dentro
do mesmo intervalo terão a mesma hora legal.
A hora legal será dada pelo Meridiano Central de cada fuso, que será sempre
um múltiplo de 15º.
Finalmente têm-se a hora oficial, que é a hora adotada por cada país, o que
nem sempre respeita a hora legal. No século XXI, o Brasil, por exemplo, chegou a
mudar seu fuso oficial, quando entre 2008 e 2013 teve apenas 3 fusos, voltando a ter
4 fusos a partir de 2014, após plebiscito realizado pelo Estado do Acre.
Para se saber a hora oficial de um determinado lugar ou país é necessário
consultar um mapa para se descobrir a posição oficial determinada pelo governo e
congresso desse país.
Já quando se busca conhecer a hora legal ou de Greenwich, o aluno deverá
utilizar-se de cálculos matemáticos e de algumas regras pré-definidas. Primeiro de-
verá saber que cada 15º de longitude representa 1 hora ou 60 minutos, pois se o Pla-
neta tem 360º, divididos pela quantidade de fusos, que são 24 (representando 24 ho-
ras do dia), têm se como resultado 15º, ou seja:
Cada 15º = 60 minutos (1 hora)
Lembre-se que o Meridiano de Greenwich é o marco inicial, assim todos os
fusos que se encontram a Oeste são negativos e todos os que se encontram a Leste
são positivos.
45
3.3 LINHA INTERNACIONAL DE DATA (LID)
A linha internacional de data (LID, Vide Figura 16) é representada pelo meridi-
ano de 180º, que corta de norte a sul o Oceano Pacífico, entre a Ásia e as Américas.
Por convenção internacional, esse meridiano determina a mudança do dia, ou seja,
o dia no mundo pode mudar de duas formas diferentes, seja pela diferença do dia e
da noite, associada ao movimento de Rotação da Terra ou por que se atravessou a
LID.
Ao ultrapassar essa linha, exatamente no ponto em que ela se localiza, deve-
se alterar a data para o dia anterior (a leste) ou seguinte (a oeste) à partida.
46
A mudança de datas ocorre da seguinte maneira: ao se fazer uma viagem
no sentido Oeste-Leste (mesmo sentido da rotação da Terra) se ganha um dia no
calendário, ou seja, no momento em que se cruza a linha tem-se uma imediata mu-
dança de data. Na verdade, não se deixa de viver 24 horas, apenas, o viajante que
estava em um dia 30, por exemplo, ao cruzar a linha no sentido Leste passa imedia-
tamente para o dia 31. Em contraposição, quando se viaja no sentido Leste-Oeste e
ultrapassa-se a LID, há a mudança de um dia, ou seja, do 31 para um dia 30.
Texto extraído do livro “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, de Júlio Verne, é uma
ilustração clássica de como a mudança de datas pode interferirnas nossas vidas.
Afinal foram apenas 79 dias! “Aposto vinte mil libras, seja contra quem
for, que darei a volta à Terra em oitenta dias ou menos. ... sendo hoje
quarta-feira, 2 de outubro, tenho de estar de volta a Londres, a este
mesmo salão do Reform-Club, em 21 de dezembro, sábado, às oito e
quarenta e cinco da noite. ” ... houve, porém, demoras forçadas, e
quando o gentleman desembarcou, enfim, no seu destino, todos os
relógios de Londres marcavam dez minutos para as nove da noite.
Concluída a volta ao mundo, Phileas Fogg chegava com cinco minu-
tos de atraso! Em resumo: perdera a aposta! ... “O Sr. enganou-se num
dia! Nós chegamos 24 horas adiantados; mas só temos 10 minutos”.
“Sem dar por isso”, Phileas Fogg ganhara um dia no seu itinerário, uni-
camente porque dera a volta ao mundo caminhando para leste, dia
que, pelo contrário, perderia se fosse em sentido inverso, quer dizer,
marchando para oeste (VERNE, 1982).
3.4 FUSOS HORÁRIOS BRASILEIROS
O Brasil é um país situado totalmente no hemisfério ocidental do Planeta, o que
faz com que seus fusos horários sejam todos atrasados em relação ao Meridiano de
Greenwich. Além disso, possui grande extensão latitudinal, o que faz com que seja
cortado por várias longitudes, conferindo ao país 4 fusos horários diferentes.
47
Figura 15: Fusos horários do Brasil
Fonte: Adaptado de Pena (2014b, online)
Até julho de 2008, o Brasil possuía 4 fusos horários. Entretanto, a partir dessa
data, o país passou a ter 3 fusos por determinação do Presidente Luís Inácio Lula da
Silva, que justificou sua decisão em mudar a hora oficial do país alegando que facili-
taria a integração econômica do Brasil. Porém, o Acre, que teve o fuso (75ºO) inte-
grado do fuso da amazônica (60ºO) reivindicou o retorno do 4º fuso, alegando que
a mudança anterior provocava prejuízo aos alunos e crianças, que acordavam e iam
para a escola ainda com o dia escuro. Em novembro de 2013, o antigo fuso horário,
vigente no Acre e no sudoeste do Amazonas, foi restabelecido após um plebiscito, e
o país voltou a ter 4 fusos.
É importante observar que os fusos brasileiros não obedecem aos meridianos
limítrofes originais, pois são ajustados de acordo com as conveniências regionais.
1º Fuso, também conhecido como fuso –2h (menos duas horas) em relação à
hora de Greenwich ou 30ºO. Fazem parte deste fuso as ilhas oceânicas de Fernando
de Noronha, Martin Vaz e Trindade, o Atol das Rocas, os Penedos de São Pedro e São
Paulo. Por abarcar apenas as ilhas brasileiras, esse fuso é chamado de Fuso Oceânico
Brasileiro.
2º Fuso, também conhecido como fuso –3h (menos três horas) ou 45ºO. É o
principal fuso do país, conhecido também como fuso de Brasília, representando a
hora oficial do país. Todos os estados das regiões Nordeste, Sudeste e Sul, mais os
48
estados de Goiás e o Distrito Federal, além de Tocantins, Pará e Amapá na região
Norte.
3º Fuso, fuso –4h (menos quatro horas) ou 60ºO. Compreende os estados de
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul no Centro-Oeste, Roraima, Rondônia e quase todo
o estado do Amazonas na região Norte.
4º e último Fuso, conhecido também como –5h (menos cinco horas) ou 75ºO.
É o fuso do Acre e do sudoeste do estado do Amazonas, abolido em 2008 e reimplan-
tado em 2014, após plebiscito.
3.5 HORÁRIO DE VERÃO
A ideia moderna do horário de verão foi proposta pelo neozelandês George
Hudson em 1895. A Alemanha e a Áustria-Hungria organizaram a primeira implemen-
tação, começando em 30 de abril de 1916, durante a Primeira Guerra Mundial. Vá-
rios países usaram-no diversas vezes desde então, particularmente durante a crise da
energia em 1970.
O horário oficial utilizado como base para todo o território brasileiro é o de Bra-
sília, que se mantém atrasado três horas em relação ao Meridiano de Greenwich.
Durante o conhecido horário de verão, é acrescida uma hora às regiões que o utili-
zam como forma de diminuir o consumo de energia.
A ideia de adiantar em 1 hora os relógios no período de verão surgiu nos Esta-
dos Unidos, com a denominação daylight saving time. O objetivo era aproveitar ao
máximo os dias mais longos do ano. O horário de verão no Brasil foi instituído, pela
primeira vez, no verão de 1931-1932.
Até 1967 sua implantação foi feita de forma esporádica e sem um critério ci-
entífico mais apurado. Apenas a partir de 1985 a medida passou a vigorar todos os
anos.
O principal objetivo da implantação do horário de verão é o melhor aprovei-
tamento da luz natural ao entardecer, o que proporciona substancial redução no
consumo de energia elétrica, aproximadamente 4% a 5%.
Os estados do Nordeste e do Norte do Brasil não adotam o horário de verão
porque nessas regiões, que estão localizadas próximas ao Equador, a quantidade de
horas do dia com luminosidade natural varia muito pouco ao longo do ano.
Em julho de 2017, tramitava na Câmara dos Deputados um projeto de lei que
49
pretendia acabar com horário de verão. A aplicação do horário de verão resultava,
no passado, em maior economia de energia elétrica, quando mais pessoas tinham
um horário de trabalho tradicional, chegando em casa no início da noite, e ligando
a iluminação e aparelhos elétricos em seus lares, e criando um pico de demanda.
Hoje, o uso de equipamentos de ar condicionado durante o dia (em especial
nas tardes ensolaradas e quentes de verão) mudou a curva de consumo, colocando
o pico no período do meio da tarde. Em março de 2017, quando foi apresentado o
resultado de economia do horário de verão 2016/2017, o governo decidiu repensar
a aplicação da medida. Os órgãos que participam do Comitê de Monitoramento do
Setor Elétrico (CMSE) decidiram fazer uma pesquisa em outros países para saber se
há evidências sobre a efetividade do horário de verão nesse novo perfil de consumo.
A consulta a outros 15 países trouxe um resultado interessante: na maioria deles, não
há avaliação que justifique a efetividade do horário de verão do ponto de vista da
economia de energia. Segundo ata da reunião do CMSE de maio, a consulta apon-
tou que na maioria dos países a adoção da medida “está muito mais relacionada
ao costume da população”.
Em abril de 2019, o presidente Jair Bolsonaro assinou decreto onde encerra o
ciclo do horário de verão no Brasil, utilizando como justificativa os estudos realizados
em 2016 e 2017, além de alegar trazer males ao ciclo biológico da população.
50
51
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (UFPE) Observe:
I. 1 - Pelo sistema de fusos horários, o globo terrestre foi dividido em 24 fusos, cada
um equivalendo a 15º no sentido das longitudes.
II. 2 - O equador é o círculo máximo que marca o início da contagem das horas.
III. 3 - Quando o Meridiano de Greenwich marcar 19 horas, hora legal, num ponto
situado a uma longitude de 30º w, a hora legal será de 21 horas.
IV. 4 - O Brasil possui 4 fusos horários, todos situados ao oeste de Greenwich.
V. 5 - Um avião ao cruzar a linha internacional (da data), no sentido oeste-leste,
retrocede 1 (um) dia no calendário.
Estão corretos apenas os itens:
a) 2, 4 e 5.
b) 1, 3 e 4.
c) 3, 4 e 5.
d) 1, 4 e 5.
e) 1, 2 e 4.
2. (PUC-RS) Enquanto na cidade 1 são 18 horas, na cidade 2 são 8 horas do mesmo
dia. A indicação correta da longitude da cidade 2 em relação à cidade 1 é:
a) 120º Oeste.
b) 120º Leste.
c) 150º Leste.
d) 150º Oeste.
e) 180º Oeste.
3. (PUC-RS) Em 1884, 25 países reunidos em Washington estabeleceram uma divisão
do Globo em 24 fusos de uma hora, baseando-se no Movimento de Rotação da
Terra. A partir desta divisão, podemos concluir que o Meridiano Central do 4º fuso,
a Oeste de Greenwich, e do 4º fuso, a Leste de Greenwich, são, respectivamente:
a) 58°30’Oeste e 29°30’Leste.
52
b) 60°Oeste e 60°Leste.
c) 29°30’Oeste e 58°30’Leste.
d) 45°Oeste e 45°Leste.
e) 52°30’Oeste e 127°30’ Leste.
4. (PUC-RS)Que hora solar verdadeira e hora legal são correspondentes respectiva-
mente em uma cidade localizada a 48º de longitude Oeste e 30º de latitude Sul,
sabendo que, no centrodo fuso horário onde se localiza a cidade, os relógios mar-
cam 12h?
a) 12h e 12min - 11h.
b) 10h e 48min - 11h.
c) 12h - 12h e12min.
d) 11h e 48min - 12h.
e) 12h - 12h.
5. (UFAC) Localizadas a Oeste de Greenwich, duas cidades, “A” e “B”, encontram-
se, respectivamente, a 90° e 45°. Numa quarta-feira, um avião saiu de “A” às
14h30min e chegou a “B” depois de 5 horas de viagem. O horário de chegada em
“B” foi:
a) 18h30min da quarta-feira.
b) 19h30min da quarta-feira.
c) 22h30min da quarta-feira.
d) 00h30min da quinta-feira.
e) 02h30min da quinta-feira.
53
6. O Brasil possui uma relativa diversidade em termos de horas legais, ou seja, aqueles
horários oficialmente adotados para as diferentes localidades. Essa característica
pode ser explicada por um fator territorial brasileiro e um aspecto geofísico da
Terra, que são, respectivamente:
a) Ampla extensão longitudinal – movimento de rotação.
b) Posição territorial específica – formato Geoide do Planeta.
c) Longa distanciação norte-sul – movimento em torno do Sol.
d) Expansão colonial interna – transformações geomorfológicas.
e) Fragmentação sociopolítica – deslocamento aparente do Sol.
7. Por volta das 9 horas do dia 11 de setembro de 2001, o mundo assistiu atônito aos
ataques terroristas às Torres Gêmeas do “World Trade Center”, na cidade de Nova
York, localizada a 74° de longitude oeste de Greenwich. Tem-se apontado, como
o autor intelectual dos ataques, o saudita Osama Bin Laden, que se encontra es-
condido no Afeganistão. A diferença horária entre a cidade de Cabul, no Afega-
nistão, e a cidade de Nova York, nos EUA, é de +9h30min.
Com base nas informações acima, a longitude da capital afegã é:
a) 142°30’ longitude oeste de Greenwich.
b) 135°00’ longitude oeste de Nova York.
c) 216°30’ longitude leste de Nova York.
d) 83°30’ longitude leste de Greenwich.
e) 68°30’ longitude leste de Greenwich.
8. Um terremoto de 6,9 graus de magnitude abalou a costa leste do Japão nesta
quarta-feira, sem provocar alerta de tsunami, anunciou a agência sismológica ja-
ponesa. O tremor, às 9h19min no horário local, ocorreu a 400 km de profundidade
no Oceano Pacífico, a cerca de 600 km ao sul de Tóquio, onde os prédios balan-
çaram. Jornal Zero Hora, 03/09/2013.
54
Sabendo que a região afetada pelo terremoto citado na reportagem acima se
situa na longitude de 135º Leste, podemos dizer que, no horário de Brasília (45º
Oeste), o incidente ocorreu às:
a) 07h19min do dia seguinte.
b) 19h19min do dia anterior.
c) 09h19min do dia anterior.
d) 06h19min do dia seguinte.
e) 21h19min do dia anterior.
55
ESCALA
4.1 INTRODUÇÃO
A Escala é um importante atributo dos mapas, pois representa o quanto o es-
paço geográfico ou parte dele foi reduzido para caber no local onde foi represen-
tado. Isso é essencial para compreender o tamanho real dos elementos representa-
dos e poder compará-los. É um tema muito trabalhado em Geografia e Matemática,
com presença continua em provas de vestibulares e concursos.
Sem a escala é impossível interpretar com precisão os mapas e seus elemen-
tos, sendo, portanto, uma ferramenta essencial na compreensão e interpretação do
espaço lido através do olhar e das análises de outra pessoa. Nesse capítulo o aluno
trabalhará os conceitos básicos e tipos diferentes de escala, além de aprender como
calcular e aplicá-la a situações do dia a dia.
4.2 ESCALA
A escala é uma relação de entre o real e sua representação gráfica, ou seja,
quantas vezes real foi reduzido para poder ser representado. A escala pode ser usada
em mapas, fotografias, desenhos técnicos e até mesmo em brinquedos, como é o
caso dos carrinhos hot wheels. Nos carrinhos Hot Wheels vem representada a escala
da miniatura, ou seja, quantas vezes o modelo real foi reduzido para ficar no tamanho
do brinquedo.
Figura 16: Carrinho Hot Wheels
Fonte: Elaborado pelo Autor (2020)
UNIDADE
04
56
A definição da escala vai depender sempre do objetivo do cartógrafo, do ní-
vel de detalhamento que necessita e, principalmente, do espaço (normalmente fo-
lha de papel) que possui para representar o real. Normalmente a escala é represen-
tada de forma numérica ou gráfica. A escala numérica é representada por números
em forma de fração ou proporção (1:1.000.000), sendo muito utilizada para cálculos
matemáticos.
Figura 17: Escala numérica e seus termos
Fonte: Pena (2014a, online)
A escala gráfica, representada por uma régua graduada, facilita a ampliação
e redução dos mapas, pois a régua será ampliada ou reduzida juntamente com o
mapa. Nessa escala cada intervalo entre um número e outro representa uma distân-
cia específica apontada na régua.
57
Figura 18: Exemplos de escala gráfica
Fonte: Pena (2014a, online)
A grandeza da escala dos mapas define o tamanho da área a ser mapeada
e o nível de detalhamento desejado, classificando as escalas em
Quadro 1: Caracterização das Escalas
Quanto ao
tamanho Escala Características
Escala
Pequena
de
1:250.000
até
escalas
menores
Usada para representar países, áreas continentais ou
todo o Planeta, com baixo nível de detalhamento.
Quanto maior for o denominador de uma escala, menor
será a escala. Representa fenômenos mais gerais.
Escala Média
de
1:25.000
até
1:250.000
Usada para representar espaços com médio nível de de-
talhamento, como, por exemplo, partes de uma região
ou de um Estado, demostrando elementos gerais da pai-
sagem ou do espaço. São chamados de mapas ou car-
tas cartográficas
Escala
Grande
até
1:25.000
Usada para representar áreas pequenas que necessitam
de alto nível de detalhamento como, por exemplo, ca-
sas, bairros, ruas etc. Essencial em projetos de planeja-
mento urbano. São chamadas de plantas ou cartas ca-
dastrais.
Fonte: Elaborado pelo Autor (2020)
Para se definir o tamanho de uma escala, deve-se dividir o numerador (lem-
brando que escala é uma proporção e, por isso, pode ser representada em forma de
fração) pelo denominador. Quanto maior for o resultado, maior será a escala e, con-
sequentemente, o nível de detalhamento.
Exemplo:
1:10 = 0,1
1:100 = 0,01
A escala 1:10 é maior que a escala 1:100, pois o resultado da divisão é
maior, possuindo também um nível de detalhamento maior. O tamanho
do denominador é sempre inverso ao tamanho da escala e nível de de-
talhamento.
58
Figura 19: Mapas em Escala
Fonte: Adaptado de Lacerda (2018)
A figura maior (Figura 19) tem uma escala pequena, por isso, menor nível de
detalhamento e um denominador maior (escala 1:25.000.000), diferente do mapa
menor, que possui uma escala grande escala, maior nível de detalhamento e, con-
sequentemente, denominador menor que do outro mapa (escala 1:4.000.000).
A escala cartográfica pode ser representada pela fórmula (1):
Escala =
Distância no Mapa (d)
Distância Real (D) (1)
Sendo que a escala é dada sempre em centímetros, a distância gráfica ou no
mapa (d) em centímetros e a distância real (D) normalmente em quilômetros (km),
mas pode ser dada também em metros (m) e, em alguns casos, como em plantas
residenciais, até mesmo em centímetros (cm). Essa variação de unidades de medida
exige que se façam cálculos, ajustando as unidades de acordo com as necessida-
des.
Para se realizar o cálculo da escala cartográfica, a formula matemática foi
elevada a menos um (-1) e, a partir daí, criou-se uma formula cartográfica, represen-
tada pelo triângulo da Figura
59
Figura 20: triângulo nos cálculos de escala cartográfica
Fonte: Elaborado pelo Autor (2020)
Observe o uso do triângulo nos cálculos de escala cartográfica:
1. Em um mapa no qual a escala é de 1: 100 000, a distância em linha reta entre duas
cidades é de 8 cm. Qual a distância real entre essas cidades?
a) 8 km.
b) 80 km.
c) 800 km.
d) 8000 km.
A solução da questão está em encontrar a distância real.
D = ?
E = 1: 100.000cm
d = 8cm
Nesse caso, você coloca o dedo sobre o “D” e terá (D = E x d) isto é, uma
multiplicação entre a escala usada no mapa “E” e a distância representadano
mapa “d”.
D = E x d
D = 1: 100.000cm x 8 (cm)
D = 800.000 (cm)
60
Agora, é só convertermos 800.000 de centímetros em quilômetros.
É só cortar 5 zeros: Veja: 800 000 cm. Fica: 8km
A alternativa correta é a letra: “A”
2. Considerando que a distância real entre duas cidades é de 120km e que a sua
distância gráfica, num mapa, é de 6cm, podemos afirmar que esse mapa foi pro-
jetado na escala:
a)1: 1.200.000.
b)1: 2.000.000.
c) 1: 12.000.000.
d)1: 20.000.000.
e) 1: 48.000.000
A solução da questão está em encontrar a escala usada no mapa.
D = 120km
E = ?
d = 6cm
Nesse caso, você coloca o dedo sobre o “E” terá (E = D/d ) isto é, uma divisão
entre a distância real “D” e a distância representada no mapa “d”.
E = D/d
E = 120km /6(cm)
E = 20km
Agora, é só convertermos 20 km em centímetros.
É só acrescentar 5 zeros: Fica: 1: 2.000.000
A alternativa correta é a letra “b”
61
62
FIXANDO O CONTEÚDO
1. A escala é um dos atributos fundamentais de um mapa, pois estabelece a corres-
pondência entre as distâncias representadas e as distâncias reais da superfície car-
tografada. Dessa maneira:
I. na escala numérica, a correspondência é indicada por meio de uma fração.
II. em um mapa com escala 1:50000, cada centímetro no papel corresponde a 5
mil centímetros no terreno.
III. na escala gráfica, a relação entre as distâncias reais e a área cartografada é
indicada em uma linha graduada.
IV. em mapas urbanos representados em grande escala, as informações e os de-
talhes são mais precisos.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV.
2. (UECE). Considere dois mapas que representam a Região Metropolitana de Forta-
leza (RMF) com as seguintes escalas:
Mapa 01 (1:50.000).
Mapa 02 (1:500.000).
Pode-se afirmar verdadeiramente que:
a) Em ambos os mapas há uma representação cartográfica com grande riqueza de
detalhes.
b) Os dois mapas possuem o mesmo tamanho.
c) O mapa 02 apresenta riqueza de detalhes por ter escala grande.
63
d) O mapa 01 representa com maior riqueza de detalhes a área da RMF.
e) O mapa 02 é ideal para representar as ruas e quadras da RMF.
3. (UFRN). Um professor de Geografia solicitou aos alunos que representassem, por
meio de cartogramas, os resultados de um estudo sobre o bairro onde a escola
está localizada. Foram colocadas à disposição dos alunos duas bases cartográfi-
cas com as seguintes escalas: cartograma 1 - escala de 1:25.000; cartograma 2 -
escala de 1:500.000. Considerando que devem ser representados, no mapa, ruas,
avenidas e outros componentes do bairro, os alunos devem utilizar o:
a) Cartograma 1, porque a escala é maior e oferece a possibilidade de representa-
ção de mais detalhes.
b) Cartograma 2, porque a escala é menor, possibilitando trabalhar com mais deta-
lhes.
c) Cartograma 1, porque a escala é menor, sendo ideal para trabalhos com peque-
nas áreas.
d) Cartograma 2, porque a escala é maior, sendo ideal para representar mais deta-
lhes de uma determinada área.
e) Cartograma 1, pois apesar de ser de escala menor, possibilita um nível de detalha-
mento maior da área.
4. Considere as duas escalas a seguir representadas:
Assinale a alternativa correta.
a) A escala A é do tipo gráfica e a escala B é do tipo numérica.
b) As duas escalas possuem as mesmas propriedades.
c) A escala B contém erros, pois deveria estar em centímetros.
d) A escala A também poderia ser representada com 1: 1km.
e) A escala A é ideal para ser usada em ampliações de mapas.
64
5. (UFGRS). Observe as figuras a seguir, que correspondem a uma sequência de re-
presentações cartográficas de um prédio de uma escola em um bairro qualquer.
Com base nas figuras 1, 2 e 3 e nos fundamentos da Cartografia, são feitas as se-
guintes afirmações:
I. a projeção cartográfica utilizada nas três figuras informa o número de reduções
que a superfície real sofreu para ser representada.
II. as dimensões dos elementos representados nas figuras 1, 2 e 3 ficam, nessa or-
dem, cada vez menores, e a área de abrangência da representação cartográ-
fica é cada vez maior.
III. as três figuras possuem a mesma escala cartográfica, pois as dimensões das
quadrículas permanecem constantes.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II e III.
c) Apenas II.
d) I, II e III.
e) Apenas I e III.
6. (UCS-RS). Uma escala estabelece a correspondência entre as distâncias represen-
tadas no mapa e as distâncias reais da superfície cartografada. Sobre escalas é
CORRETO afirmar que:
65
a) A escala numérica é representada por uma fração, em que o numerador corres-
ponde à distância em relação à superfície real, e o denominador, à unidade de
distância no mapa.
b) Uma escala grande representa áreas grandes com menor grau de detalhes e é
chamada de planta.
c) Escala gráfica é uma linha graduada, representando apenas um mapa, em que
a unidade da escala corresponde a 1 km.
d) As cartas estão representadas em 'escalas médias, com alto grau de detalha-
mento.
e) Representações em uma escala pequena, geralmente chamadas de mapas,
mostram áreas muito extensas, com poucos detalhes.
7. Um mapa de escala 1:300.000 apresenta uma distância de 15 cm entre os pontos
A e B. Dessa forma, a correta distância entre esses dois pontos, na realidade, é:
a) 30 km.
b) 45 km.
c) 75 km.
d) 90 km.
e) 150 km.
8. (ENEM) - Sabe-se que a distância real, em linha reta, de uma cidade A, localizada
no estado de São Paulo, a uma cidade B, localizada no estado de Alagoas, é igual
a 2 000 km. Um estudante, ao analisar um mapa, verificou com sua régua que a
distância entre essas duas cidades, A e B, era 8 cm. Os dados nos indicam que o
mapa observado pelo estudante está na escala de:
a) 1: 250.
b) 1: 2 500.
c) 1: 25 000.
d) 1: 250 000.
e) 1: 25 000 000.
66
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS
5.1 INTRODUÇÃO
POLÊMICA
MERCATOR (1569)
- Usada nas grandes navegações;
- Eurocêntrica (valoriza a Europa, que está
no centro e na parte de cima do mapa);
- Preserva a forma (conforme) e distorce as
áreas e as distâncias lineares.
PETERS (1973) / GALL
- Questiona o Eurocentrismo;
- Destaque para os países mais pobres (Ter-
ceiro Mundista);
- Preserva a área (equivalente), mas dis-
torce a forma e as distâncias lineares;
- Demonstra que todo mapa possui viés ide-
ológico.
Fonte: Elaborado pelo Autor (2020)
Cada projeção representa com maior precisão uma latitude da Terra, porém
apresentando grandes deformações nas demais. O cartógrafo vai escolher qual uti-
lizará de acordo com suas necessidades e os objetivos que pretende atingir. Impor-
tante lembrar que toda representação do espaço tem um viés ideológico, mesmo
que este esteja implícito.
Todo mapa, planisfério ou representação da Terra apresenta deformações.
A Terra é um Planeta que possui forma geoide, como já discutido na primeira
unidade. Isso quer dizer que o planeta possui altura (h), largura (l) e profundidade (p),
ou seja, três dimensões.
UNIDADE
05
67
A forma mais usual de representar o Planeta é através de planisférios, ou seja,
representar uma superfície tridimensional em uma superfície plana, que só possui duas
dimensões. Essa diferença de dimensões faz com que nem todas as propriedades
(dimensões) da Terra possam ser representadas, principalmente a curvatura (p), ori-
ginando mapas com deformações e distorções.
O grande desafio da cartografia é representar a Terra em um plano com a
menor deformação possível, utilizando-se para isso de projeções cartográficas, que
nada mais são do que a representação dos paralelos e meridianos em uma superfície
plana.
Nessa unidade o aluno conhecerá os tipos de projeções cartográficas diferen-
tes e os pontos fortes e fracos de cada uma, pois não existe projeção perfeita, mas
sim a mais adequada para uma determinada realidade e objetivo, o que será defi-
nido pelo cartógrafo.
A representação da Terra que mais próximo chega da realidade não é um
planisfério, mas o globo terrestre. Porém

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