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Momento de Inercia Andrei Vinícius Ferreira Batista, Lidia Eduarda Sousa Santos, Marcel Frank Amaral Silva, Luís Gustavo Dos Santos Professor: Fábio Lacerda Resende e Silva 26 de abril de 2022 Objetivos O objetivo dessa prática é analisar e determinar por experimentos o momento de inercia de alguns objetos, sendo eles um disco, uma vareta com massas pontuais e um anel acoplado ao disco. Fundamento teórico O momento de inércia expressa o grau de dificuldade em se alterar o estado de movimento de um corpo em rotação. Nesse sentido, quanto maior for o momento de inércia de um corpo, mais difícil é mudar seu estado de rotação. (Beer, 2012). Por definição temos que o momento de inercia de uma partícula é 𝐼 = 𝑚𝑟 onde m é a massa da partícula e r é a distância entre ela e o eixo de rotação. Como um corpo é um sistema composto por diversas partículas, seu momento de inercia é a soma dos momentos de cada partícula: 𝐼 = ∑ 𝑚 𝑟 , onde n é o número de partículas. Por fim, para um corpo que possui uma distribuição continua de massas, temos que a fórmula geral para o momento de inercia é a integral do somatório, sendo assim 𝐼 = ∫ 𝑟 𝑑𝑚 (1) Se tomarmos como exemplo um disco e o dividirmos em anéis infinitamente pequenos (como representado na figura 1) com massa dm, um raio r e espessura dr, podemos somar o momento de inercia de cada um. Figura 1: Divisão de um disco em anéis infinitesimais Sendo assim, a área do anel citado será: 𝑑𝐴 − 2𝜋𝑟 𝑑𝑟 (2) Temos que a massa do anel divida por sua área é igual a massa do disco dividida pela área do disco. 𝑑𝑚 𝑑𝐴 − 𝑀 𝐴 → 𝑑𝑚 − 𝑀 𝑑𝐴 𝐴 (3) Aplicando a equação 2 na equação 3: 𝑑𝑚 = 𝑀 × 2𝜋𝑟 𝑑𝑟 𝐴 𝑑𝑚 = 𝑀 × 2𝜋𝑟 𝑑𝑟 𝜋𝑅 𝑑𝑚 = 2𝑀𝑟 𝑑𝑟 𝑅 (4) Aplicando a equação 4 na equação 1, tem- se: 𝐼 = 𝑟 ∗ 2𝑀𝑟 𝑑𝑟 𝑅 → 𝐼 = 2𝑀 𝑅 𝑟 𝑑𝑟 𝐼 = 𝑀𝑅 2 E assim encontramos o momento de inércia de um disco que gira perpendicularmente a um eixo que passa pelo seu centro de massa. O mesmo raciocínio vale para um anel dividido em infinitos anéis, como mostrado na figura 2. Figura 2: Anel de raio interior 𝑅 e raio exterior 𝑅 dividido em infinitos anéis de raio r Logo, a área do anel infinitesimal pode ser calculada pela equação 2. Como estamos considerando que o objeto é homogéneo, a massa do anel infinitesimal dividida por sua área é igual a massa total do anel dividida pela área total do anel, como visto na equação 3. Substituindo 𝑑𝐴 da equação 2 na equação 3, tem-se: 𝑑𝑚 = 𝑀2𝜋𝑟 𝑑𝑟 𝐴 → 𝑑𝑚 = 𝑀2𝜋𝑟𝑑𝑟 𝜋(𝑅 − 𝑅 ) 𝑑𝑚 = 2𝑀𝑟 𝑑𝑟 𝑅 − 𝑅 (5) Substituindo 𝑑𝑚 da equação 5 na equação 3: 𝐼 = 𝑟 ∗ 2𝑀𝑟 𝑅 − 𝑅 𝑑𝑟 𝐼 = 2𝑀 𝑅 − 𝑅 𝑟 𝑑𝑟 𝐼 = 2𝑀 𝑅 − 𝑅 ∗ 𝑅 − 𝑅 4 𝐼 = 2𝑀 𝑅 − 𝑅 ∗ (𝑅 + 𝑅 )(𝑅 − 𝑅 ) 4 𝐼 = 𝑀(𝑅 + 𝑅 ) 2 E assim temos o momento de inercia para um anel de raio interno 𝑅 e externo 𝑅 que gira pelo mesmo eixo que passa pelo seu centro de massa. Para calcular o momento de inercia de uma barra de comprimento L e massa M, que gira em relação a um eixo perpendicular ao comprimento da barra e passa pelo seu centro de massa, podemos dividi-la em comprimentos infinitesimais 𝑑𝑥, cuja massa será 𝑑𝑚, como mostra a figura 3: Figura 3: divisão de uma barra em elementos de comprimento 𝑑𝑥. A massa da barra infinitesimal dividida pelo comprimento da barra infinitesimal é igual a massa total da barra dividida pelo seu comprimento total. 𝑑𝑚 𝑑𝑥 = 𝑀 𝐿 → 𝑑𝑚 = 𝑀𝑑𝑥 𝐿 (6) Substituindo 𝑑𝑚 da equação 6 na equação 1, tem-se: 𝐼 = 𝑥 𝑀 𝐿 𝑑𝑥 → 𝐼 = 𝑀 𝐿 𝑥 𝑑𝑥 𝐼 = 𝑀 𝐿 ∗ 𝐿 12 → 𝐼 = 𝑀𝐿 12 Dada a situação de termos um disco e um anel acoplados, de modo que seus centros de massa coincidam. Caso eles girem em torno de um eixo perpendicular ao plano que contem o disco e que passa pelo centro de massa do sistema o momento de inercia do sistema será o somatório dos momentos de inercia do disco com o do anel, portanto: 𝐼 = 𝐼 + 𝐼 → 𝐼 = 𝑀 𝑅 2 + 𝑀 (𝑅 + 𝑅 ) 2 → 𝐼 = 𝑀 𝑅 + 𝑀 (𝑅 + 𝑅 ) 2 (7) Onde 𝐼 é o momento de inercia total, 𝐼 o momento de inercia do disco, 𝑇 o momento de inercia do anel, 𝑀 a massa do disco, 𝑀 a massa do anel, 𝑅 o raio do disco, 𝑅 o raio interno do anel e 𝑅 o externo. Considerando um corpo de pontual em rotação, independente da angulação que a força �⃗� é aplicada, apenas 𝐹 (força tangencial) produz movimento pois a �⃗� (força resultante) é sempre perpendicular ao deslocamento. Sendo, o trabalho de uma força dado por 𝑊 = �⃗� 𝑑 𝑐𝑜𝑠𝜃 e o angulo entre o deslocamento e a força �⃗� igual a 90°, então o trabalho dessa força é W = 0. Logo �⃗� não altera o movimento. Portanto fazendo as substituições na equação �⃗� = 𝑚|�⃗�| e sabendo que a aceleração angular é dada por �⃗� = �⃗� ∗ 𝑟, tem-se: |�⃗� |= 𝑚|�⃗�| (8) Multiplicando a equação 8 pelo raio de rotação r, manteria a igualdade e se obteria a equação |�⃗� |𝑟 = |𝛼⃗|𝑚𝑟 (9) Tem-se que: |𝜏| = �⃗� |𝜏|𝑠𝑒𝑛𝜃 → |𝜏| = 𝐹 |𝜏| (10) Onde 𝜏 é o torque �⃗� a força aplicada, 𝑟 a distância entre o eixo de rotação e a partícula a qual a força é aplicada e 𝜃 o ângulo entre a força e o prolongamento do raio. Portanto, quando se relaciona as equações 1 e 10 á equação 9, obtém-se |𝜏 | = 𝐼|�⃗�| (11) Onde 𝜏 é o torque resultante, I o momento de inercia do corpo e �⃗� a aceleração angular da partícula. Metodologia Para a realização da prática foi-se utilizado: um sensor de rotação PASCO, tripé de aço, um disco e anel metálico, vareta, massas, uma polia com braçadeira, linha de nylon, polia de 3 passos e um Notebook. Primeiramente foi medido as massas da vareta, do disco, do anel e dos pesos acoplados. Como também, as dimensões do disco e do anel. Tabela 1: medidas pré experimentais Massa da vareta 𝟐𝟖. 𝟏𝒈 ± 𝟎. 𝟎𝟓𝒈 Massa do disco 𝟏𝟐𝟏. 𝟓𝒈 ± 𝟎. 𝟎𝟓𝒈 Massa do anel 𝟒𝟔𝟖. 𝟔𝒈 ± 𝟎. 𝟎𝟓𝒈 Massa dos pesos (2) do fio 𝟏𝟎𝟎. 𝟒𝒈 ± 𝟎. 𝟎𝟓𝒈 Massa dos pesos (2) acoplado 𝟏𝟓𝟒. 𝟑𝒈 ± 𝟎. 𝟎𝟓𝒈 Diâmetro interno do anel 𝟓𝟑. 𝟕𝟒𝒎𝒎 ± 𝟎. 𝟎𝟓𝒎𝒎 Diâmetro externo do anel 𝟕𝟔. 𝟓𝟖𝒎𝒎 ± 𝟎. 𝟎𝟓𝒎𝒎 Diâmetro do disco 𝟗𝟓. 𝟑𝟎𝒎𝒎 ± 𝟎. 𝟎𝟓𝒎𝒎 Diâmetro da polia 𝟐𝟖. 𝟕𝟒𝒎𝒎 ± 𝟎. 𝟎𝟓𝒎𝒎 Comprimento da vareta 𝟑𝟖𝟎𝒎𝒎 ± 𝟎. 𝟓𝒎𝒎 Em seguida foi conectado o sensor de rotação a um computador e junto ao tripé metálico foi enrolada uma linha em torno da polia de 3-passos e acoplada uma vareta pelo seu centro de massa, e os pesos foram liberados para descer, como demonstra a figura 4. Todos os dados foram coletados pelo computador através do programa capstone-pasco. Figura 4: primeiro procedimento Para o segundo procedimento, foi-se necessário retirar a vareta e acoplar o disco e para isso, a polia de 3-passos foi invertida. Em seguida, o experimento foi repetido com o anel sobre o disco, como demonstrado na figura 5. Figura 5: segundo procedimento Resultados e análise Ao realizar o primeiro experimento (rotação da vareta com pesos acoplados) o programa capstone-pasco plotou o gráfico que pode ser observado na figura 6. Sabe-se que a aceleração angular é igual a derivada da equação da velocidade angular, ou seja, o coeficiente angular. Logo, a aceleração angular do experimento 1 é |𝛼 ⃗| = 0,0170 𝑟𝑎𝑑/𝑠 ± 0,0244 𝑟𝑎𝑑/𝑠 , como é visto pelos dados obtidos do gráfico na figura 7. Figura 6: gráfico da velocidade angular vs tempo do experimento 1 Figura 7: analise do gráfico da figura 6 O mesmo procedimento foi feito para o experimento 2 (rotação do anel com disco). O gráfico e sua análise gerados a partir dos experimentos pelo mesmo aplicativo podem ser observados nas imagens 8 e 9 respetivamente. Figura 8: Gráfico da velocidade angular vs tempo do experimento 2Figura 9: analise do gráfico da figura 8 Seguindo o mesmo raciocínio do experimento 1, deduz-se que a aceleração angular no experimento 2 é |�⃗�| = 2,4194 𝑟𝑎𝑑/𝑠 ± 0,7064 𝑟𝑎𝑑/𝑠 Também é possível analisar a queda da massa livre na figura 10 e a analise de seus dados na figura 11. Figura 10: Gráfico da velocidade angular vs tempo da queda das massas Figura 11: analise do gráfico da figura 10 Ao observar a queda da massa acoplada, possui-se uma impressão de que ela cai com velocidade constante. Porém, após observar os gráficos presentes nas imagens, notamos que existe uma aceleração angular durante o teste. Então é possível afirmar que a massa não cai com velocidade constante. Isso se deve a vários fatores, como a ação da aceleração gravitacional, a foça de atrito do ar, do fio com a polia entre outras forças dissipativas. Outro resultado que podemos obter com os dados retidos é o torque na polia de 3 passos. Considerando-se que o fio é ideal, que toda força foi aplicada de forma tangencial, que a força resultante na polia é a força peso da massa acoplada, ou seja: �⃗� = 𝒎|𝒈|, sendo 𝒈 a aceleração gravitacional, com valor aproximado à 𝟗, 𝟕𝟖 𝒎/𝒔𝟐. Substituindo as variáveis da equação 10, tem-se que: |𝜏| = 𝑚|�⃗�||𝑟| → |𝜏| = 50,2 ∗ 10 ∗ 9,78 ∗ 28,74 ∗ 10 2 |𝜏| = 7,05 ∗ 10 𝑁 ∙ 𝑚 Como os cilindros possuem dimensões desprezíveis se comparadas às dimensões da vareta e o sistema do experimento de rotação foi composto pelas varetas e pelos cilindros, é razoável para o cálculo considerá-los como corpos pontuais posicionados no fim da vareta. O torque em todos os sistemas dos experimentos, como pode ser comprovado pela equação 10, permanecem constantes em todas as práticas. Assim tem-se: |𝜏 | = 𝐼|�⃗�| → 𝐼 = |𝜏 | |�⃗�| (12) Calculando o momento de inercia do sistema formado pela vareta-massas, usando-se da equação 12: 𝐼 = 7,05 ∗ 10 0,0170 = 0,4147 𝑘𝑔 ∙ 𝑚 (13) Partindo da resolução pela equação 𝐼 = combinada a equação 1, tem-se: 𝐼 = 𝑀 𝐿 12 + 𝑟 (𝑀 + 𝑀 ) (14) Onde M1 é a massa da vareta, M2 e M3 os pesos acoplados, L o comprimento da vareta e r a distância entre os pesos e o centro de rotação, ou seja, L/2. Aplicando a equação 14, tem-se: 𝐼 = 28,1 ∗ 10 ∗ (380 ∗ 10 ) 12 + (380 ∗ 10 ) 2 ∗ (154,3 ∗ 10 ) 𝐼 = 1,14 ∗ 10 𝑘𝑔 ∙ 𝑚 (15) Calculando o momento de inercia formado pelo disco-anel, usando-se da equação 12: 𝐼 = 7,05 ∗ 10 2,4194 = 2,9139 ∗ 10 𝑘𝑔 ∙ 𝑚 Partindo da resolução pela equação 7, tem- se: 𝐼 = 121,5 ∗ 10 ∗ (95,30 ∗ 10 ) 2 2 + 468,6 ∗ 10 53,74 ∗ 10 2 + 76,58 ∗ 10 2 2 𝐼 = 1,8 ∗ 10 𝑘𝑔 ∙ 𝑚 Utilizando a equação �⃗� = �⃗�𝑟 podemos determinar a aceleração da massa em cada um dos experimentos: Experimento vareta-massas: |�⃗�| = 0,0170 ∗ 28,74 ∙ 10 2 → |�⃗�| = 2,44 ∙ 10 𝑚/𝑠 Experimento disco-anel: |�⃗�| = 2,4194 ∗ 28,74 ∙ 10 2 → |�⃗�| = 3,47 ∙ 10 𝑚/𝑠 Com base nos experimentos feitos concluímos que o cálculo do erro cometido no momento de inercia da barra com as massas acopladas se dá pela seguinte propagação de incerteza usando- se da seguinte formula: Δ𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝜕𝑓 𝜕𝑥 (Δ𝑥) + 𝜕𝑓 𝜕𝑦 (Δ𝑦) + 𝜕𝑓 𝜕𝑧 (Δ𝑧) ΔI(𝑚, 𝑟, 𝛼) = 𝜕𝐼 𝜕𝑚 (Δ𝑚) + 𝜕𝐼 𝜕𝑟 (Δ𝑟) + 𝜕𝐼 𝜕𝛼 (Δ𝛼) Δ𝐼(𝑚, 𝑟, 𝛼) = 𝑔𝑟 𝛼 (Δ𝑚) + 𝑚𝑔 𝛼 (Δ𝑟) + (𝑚𝑔𝑟 ∙ 𝑙𝑛 𝛼) (Δ𝛼) Δ𝐼 = (𝑚, 𝑟, 𝛼) = 9,78 × 0,381 0,017 (0,0025) + 0,0502 × 9,78 0,017 (0,05) + (0,0502 ∗ 9,78 ∗ 0,381 ∗ ln(0,017)) (0,0015) Δ𝐼 = 1,54 ∙ 10 𝑘𝑔 ∙ 𝑚 Podemos tratar de incertezas sistemáticas, que se dão pela má calibração dos instrumentos, incertezas sistemáticas residuais, a incerteza que obtivemos com a utilização do dinamômetro para medição de massa (±2,5𝑔), e a incerteza aleatória tendo como fator a medição humana. Conclusão O experimento realizado teve o objetivo de determinar a aceleração angular de um sistema, utilizando-se dela para encontrar o momento de inércia de uma série de objetos: vareta-massas, disco e disco-anel. Nesse sentido, tivemos êxito na realização da prática e obtivemos resultados controversos. Podemos concluir que os resultados não foram extremamente precisos. Isso aconteceu porque eles estavam todos submetidos a condições diversas: temperatura, atrito, vento, erros humanos, umidade, resistência do ar, dentre outros fatores que são totalmente desconsiderados dos cálculos teóricos. Devido a isso, obtivemos erros em todas as medições Referencias Halliday, David (2012). Fundamentos de Física Volume 1 – Mecânica Resende, Fábio; Marcelino, Rafael (2019). Apostila de Laboratório de Física 1. Beer, Ferdinand P. et al. Mecânica vetorial para engenheiros-estática.
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