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PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR (PTS) - IESC III

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1 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
➢ Projeto: esforço temporário para criar um procedimento. 
➢ Terapêutico: tratamento, cuidado. 
➢ Singular: contexto único. 
↠ O PTS é um conjunto de propostas de condutas 
terapêuticas articuladas, para um sujeito individual ou 
coletivo, resultando da discussão coletiva de uma equipe 
interdisciplinar, com apoio matricial se necessário. 
↠ O PTS incorpora a noção interdisciplinar que recolhe 
a contribuição de várias especialidades e de distintas 
profissões. Assim, depois de uma avaliação compartilhada 
sobre as condições do usuário, são acordados 
procedimentos a cargo de diversos membros da equipe 
multiprofissional, denominada equipe de referência (SILVA 
et. al., 2013). 
Frisar que o projeto busca a singularidade (a diferença) como 
elemento central de articulação (SILVA et. al., 2013). 
↠ O projeto terapêutico deve ser um instrumento que 
responda às demandas objetivas e subjetivas dos usuários 
e tem como objetivo a produção de sua autonomia e 
apropriação de seu processo de cuidado (SILVA et. al., 
2013). 
CARACTERÍSTICAS DO PTS 
➢ Ferramenta ou dispositivo construído coletivamente; 
➢ Auxilia as equipes de saúde na definição e direcionamento 
de suas ações; 
➢ Garante ações coerentes com o contexto de cada pessoa; 
➢ Surge da escuta da pessoa: valores, desejos, vínculos; 
➢ Discussões em equipe + participação da pessoa; 
➢ Profissionais participantes: TODOS independente de 
formação; 
➢ Elaborado entre diversos níveis de atenção e setores; 
➢ Clínica ampliada e matriciamento. 
O QUE É NECESSÁRIO PARA O PTS? 
Reunião da equipe de saúde da família; 
Reuniões de matriciamento; 
Atendimento compartilhado; 
Reuniões intersetoriais. 
PARA A CONSTRUÇÃO DE UM PTS DEVE-SE: 
Conhecer a pessoa envolvida; 
Delinear ações coerentes ao seu contexto de vida; 
Envolver discussões em equipe. 
 
Fases do PTS 
↠ O projeto terapêutico pode ser elaborado também 
para grupos ou famílias e contempla as fases de 
diagnóstico, definição das metas, definição das 
responsabilidades e reavaliação (MS, 2013). 
• Diagnóstico: problema identificado, não precisa ser a 
patologia; 
• Definição de metas; 
• Divisão de responsabilidades: descrever o papel de cada 
indivíduo (enfermeiro, médico, paciente, familiares); 
• Reavaliação: possível modificação de metas, em casos que 
não consiga alcançar o objetivo. 
OBS.: O PTS é feito até o alcance do objetivo. 
DIAGNÓSTICO Avaliação/problematização dos aspectos 
orgânicos, psicológicos e sociais, buscando 
facilitar a conclusão, ainda que provisória, a 
respeito dos riscos e da vulnerabilidade do 
usuário. O conceito de vulnerabilidade 
psicológica, orgânica e social é muito útil e 
deve ser valorizado na discussão. A 
vulnerabilidade possibilita leitura mais singular 
da situação de cada sujeito individual ou 
coletivo, enfrentando, de certa forma, as 
insuficiências da generalização do conceito 
de risco (e grupos de risco). A equipe 
procura compreender como o sujeito 
singular se coproduz diante da vida e da 
situação de adoecimento, como opera os 
desejos e os interesses, assim como o 
trabalho, a cultura, a família e a rede social. 
Atenção especial deve estar voltada para as 
potencialidades, as vitalidades do sujeito. 
Uma função também importante nesse 
momento é produzir algum consenso 
operativo sobre, afinal, quais os problemas 
relevantes tanto do ponto de vista dos 
vários membros da equipe quanto do 
ponto de vista do(s) usuário(s) em questão. 
DEFINIÇÃO DE 
METAS 
Sobre os problemas, a equipe trabalha as 
propostas de curto, médio e longo prazos 
que serão negociadas com o sujeito 
“doente” e as pessoas envolvidas. A 
negociação deverá ser feita, 
preferencialmente, pelo membro da equipe 
que tiver um vínculo melhor com o usuário. 
DIVISÃO DE 
RESPONSABILIDADES 
É importante definir as tarefas de cada um 
com clareza. Escolher um profissional de 
referência, que, na atenção domiciliar, pode 
ser qualquer membro da Emad ou da 
Emap, e na atenção básica qualquer 
membro da equipe de Atenção Básica, 
independentemente da formação, é uma 
estratégia para favorecer a continuidade e a 
articulação entre formulação, ações e 
reavaliações. Ele se manterá informado do 
andamento de todas as ações planejadas no 
projeto terapêutico. Será aquele que a 
família procura quando sente necessidade e 
com o qual negocia as propostas 
terapêuticas. 
REAVALIAÇÃO Momento em que se discutirá a evolução e 
se farão as devidas correções dos rumos 
tomados. 
 
RESUMO DAS FASES DO PTS 
 DIAGNÓSTICO 
➢ Aspectos orgânicos, psíquicos e sociais; 
➢ Rede de apoio familiar e da comunidade; 
2 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
➢ Vulnerabilidades e potencialidades; 
 DEFINIÇÃO DE METAS 
➢ Traçar metas de curto, médio e longo prazo; 
➢ Negociar com a pessoa envolvida e com os quais o 
paciente possui vínculo. 
 DIVISÃO DE RESPONSABILIDADES 
➢ Definir o papel de cada profissional dentro do projeto; 
➢ Responsabilizar a pessoa pelo seu PTS; 
➢ Estabelecer a participação dos familiares e comunidades; 
➢ Definir o profissional de referência para acompanhar o 
andamento das ações: independente da formação; vínculo 
com o usuário; pode acionar profissionais de outras 
equipes quando necessário; realizar novas negociações 
com o usuário. 
 REAVALIAÇÃO 
➢ Identificar resultados alcançados; 
➢ Avaliar as estratégias utilizadas; 
➢ Definir novos rumos do projeto. 
OBS.: O PTS também é uma ferramenta útil quando se tratar de 
“prognóstico fechado”, ou seja, “de usuários para os quais existem 
poucas opções terapêuticas, como no caso dos usuários sem 
possibilidade de cura ou controle da doença” . Esses tipos de pacientes, 
muito comuns na atenção domiciliar, representam desafio não só por 
exigir grande esforço e conhecimento técnico, mas também porque 
fazem com que a equipe de Saúde tenha que lidar com questões 
delicadas como a morte e com um sentimento de impotência (MS, 
2013) 
Obstáculos para o desenvolvimento do PTS 
➢ Dificuldade da equipe em identificar a base 
teórica de sua prática; 
➢ Sobrecarga de responsabilidade assistencial 
ocasionando pela alta demanda; 
➢ Falta de qualificação da equipe e a dinâmica 
proposta para as reuniões; 
➢ Dificuldade da equipe em se dispor a 
compreender e atender às necessidades do 
usuário; 
➢ Fragmentação do desenvolvimento do PTS nas 
etapas de prevenção, tratamento e reabilitação 
ao invés de uma concepção contínua e 
integrada entre esses aspectos; 
➢ Falta ou insuficiência de registros em 
prontuários; 
➢ Formação profissional inadequada para as 
necessidades da nova política assistencial e a 
rotatividade da equipe. 
IMPORTANTE: Os pesquisadores descritos são unânimes ao afirmarem 
que o projeto terapêutico singular é uma estratégia inovadora do 
Sistema Único de Saúde que se insere no contexto interdisciplinar para 
a terapêutica de enfermidades, tomando como pressuposto o princípio 
da integralidade, buscando ampliar o olhar para o usuário a partir da 
multiprofissionalidade (SILVA et. al., 2013). 
Referências 
Ministério da Saúde. Caderno de atenção domiciliar. 
Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 
SILVA et. al. Projeto Terapêutico Singular como Estratégia 
de Prática da Multiprofissionalidade nas Ações de Saúde. 
Revista Brasileira de Ciências da Saúde, v. 17, n. 2, p. 197-
202, 2013.

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