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2ª. LICENCIATURA – HISTORIA ALUNO : CLAUDIO J. E. DE ANDRADE DISCIPLINA : Historia e Consciência Historica Exercicios 1. Ao definir uma tipologia da consciência histórica, Jörn Rüsen organizou-a em quatro tipos distintos: tradicional, exemplar, crítica e genética. De acordo com seu pensamento, é a partir delas que o ser humano irá desenvolver argumentações para sua vida prática. Considerando os pressupostos teóricos, assinale a alternativa abaixo que corresponde à teoria de Rüssen sobre a consciência histórica e sua compreensão acerca da experiência do tempo e do raciocínio moral. Você acertou! E. A Consciência Genética, em relação à experiência do tempo, admite transformações dos modelos culturais e de vida alheios em outros próprios e aceitáveis. Já em relação com o raciocínio moral, a mudança temporal se converte em um elemento decisivo para a validade dos valores morais. Jörn Rüsen admite a existência de quatro formas de consciência: tradicional, exemplar, crítica e genética. São elas: A Consciência Tradicional, em relação à experiência do tempo, admite uma origem e repetição de um modelo cultural e de vida obrigatório. Já em relação ao raciocínio moral, a razão subjacente aos valores é um suposto efetivo que permite o consenso sobre questões morais. A Consciência Exemplar, em relação à experiência do tempo, percebe uma variedade de casos representativos que servem de regras gerais de conduta ou sistemas de valores. Já em relação ao raciocínio moral, a moralidade é a generalidadeda obrigação dos valores e sistemas de valores. A Consciência Crítica, em relação à experiência do tempo, admite desvios problematizadores dos modelos culturais e de vida atuais. Já em relação ao raciocínio moral, existe uma critica aos valores dominantes e da idelogia como estratégia do discurso moral. A Consciência Genética, em relação à experiência do tempo, admite transformações dos modelos culturais e de vida alheios em outros próprios e aceitáveis. Já em relação com o raciocínio moral, a mudança temporal se converte em um elemento decisivo para a validade dos valores morais. 2. A noção de patrimônio pode ser percebida como uma forma de compreender como as sociedades relacionam-se com o seu passado, sendo possível entender esses aspectos por meio da sua preservação ou destruição. Atualmente, o conceito de patrimônio engloba desde a preservação de bens materiais até os patrimônios intangíveis. Entretanto, sua concepção foi cunhada dentro de um contexto específico. Em relação à conjuntura sociopolítica em que esse termo surgiu, podemos afirmar que: Você acertou! B. O surgimento de um modelo burguês de Estado-Nação após a Revolução Francesa, além de provocar transformações políticas e sociais, contribuiu também para a ampliação do entendimento do “patrimônio", trazendo para a discussão a necessidade de preservação do bem público. A noção de patrimônio desenvolvida durante a Revolução Francesa não restringiu-se apenas à concepção dos bens materiais, os quais eram uma forma de representação do poder do Antigo Regime. Após o surgimento de um modelo burguês de Estado-Nação após a Revolução Francesa, além de provocar transformações políticas e sociais, contribuiu também para a ampliação do entendimento do “patrimônio", trazendo para a discussão a necessidade de preservação do bem público. Nesse sentido, o conceito de patrimônio foi criado para atender aos ensejos políticos e sociais da época, ampliando a ideia de que o “bem público” pertence não apenas ao poder público, ficando a cargo da sociedade civil a sua perservação. Durante os ocorridos, após os eventos iniciados em 1789 na França, a destruição patrimonial material e simbólica provocada foi entendida como algo natural ao decurso momentâneo, uma vez que o Antigo Regime, e todos os aspectos que o representavam, deveriam ser substituidos por um outro modelo, ampliando os debates em torno da ideia de patrimônio. Atualmente, a noção de patrimônio engloba desde elementos materiais até a cultura imaterial, como formas de saber/fazer. 3. A educação patrimonial e suas manifestações no espaço escolar podem refletir os embates e debates na sociedade em relação ao passado, perpassando elementos que articulam o saber histórico, o saber histórico escolar e a cultura histórica de uma sociedade. Nesse sentido, a discussão em torno da questão patrimonial no Brasil se deu por volta da primeira metade do século XX. Sobre os fatores que contribuíram para acentuar esses debates, pode-se inferir que: Você acertou! A. O movimento modernista propôs a criação de vários projetos em relação ao patrimônio e influenciou o novo modelo de política nacional proposto pelo Estado Novo, durante o governo do presidente Getúlio Vargas. Historicamente a noção de patrimônio é associada ao período histórico do Estado Novo, na Era Vargas, quando o movimento modernista propôs a criação de vários projetos em relação ao patrimônio e o novo modelo de política nacional. Mário de Andrade propôs um modelo denominado de missões de pesquisas folclóricas e viajou pelo Brasil registrando manifestações da cultura popular e mostrando um Brasil que era desconhecido. Juntamente com à criação do IPHAN, o movimento modernista e as missões folclóricas foram eventos que refletiram os debates sociais do período, ancorados na necessidade de preservação do patrimônio brasileiro. 4. O revisionismo histórico é uma ferramente utilizada para (re)escrever e alterar visões consideradas consagradas pela historiografia e pela memória coletiva. Seu uso faz parte do ofício do historiador, tornando-se necessário quando o aparato teórico e metodológico é revisto pelos historiadores. Entretanto, seu uso é amplamente debatido e criticado no meio acadêmico quando é associado a formas de expressão do negacionismo histórico. Qual alternativa abaixo reflete o debate e problemáticas atuais desse contexto? Você acertou! E. O revisionismo é aliado do negacionismo, correndo risco de silenciar e falsificar o conhecimento sobre o passado, servindo a propósitos políticos e ideológicos que geralmente refletem o posicionamento de grupos dominantes. A prática historiográfica demonstra que não existe um conhecimemento "pronto e acabado". O conhecimento sobre o passado reflete os anseios e dúvidas vividas no presente e não pode ser realizado de maneira anacrônica. Os usos do passado devem ser feitos dentro de uma prática historiográfica que compreenda a dinâmica social do período histórico estudado. Da mesma forma, o conteúdo das fontes deve ser analisado criticamente, levando em consideração o lugar social do autor e qual sua intencionalidade ao produzir o documento. Essas especificidades singularizam os eventos e relativizam o ocorrido. O papel social dos historiadores e da História demonstra uma atitude crítica sobre o passado, que não deve estar sujeita a interesses políticos e ideológicos sobre a sociedade. Portanto, a crítica das fontes, autores e propósitos é o que torna possível um conhecimento histórico sobre o passado, que desvenda os interesses dos lugares de produção das fontes. 5. O espaço escolar é um local privilegiado para o contato de grupos sociais com interesses distintos, organizados por meio de uma prática inclusiva e democrática. O saber histórico escolar revela as relações de forças presentes nessa sociedade e materializa as disputas de memórias. Dessa forma, como o conhecimento histórico relaciona-se com essa questão? Você acertou! A. O conhecimento histórico, produzido no âmbito acadêmico e apropriado pelo conhecimento histórico escolar, deve demonstrar as formas de consciência histórica na qual os indivíduos estão inseridos e refletir a representatividade dos grupos sociais e políticos. O conhecimento histórico, produzido no âmbito acadêmico e apropriado pelo conhecimento histórico escolar, deve demonstrar as formas de consciência histórica na qual os indivíduos estão inseridos e refletir a representatividade dos grupos sociais e políticos. Em uma sociedade que deseja ser democrática, adiversidade étnica e cultural deve ser refletida no ensino da história do país, questionando e demonstrando os elementos que tornaram possível a configuração atual dos papéis sociais desempenhados pelos indivíduos e seus respectivos grupos. Apesar de historicamente a formação do Brasil ter sido ancorada em três segmentos étnicos (europeu-português; o africano-negro e o índigena-americano), a história do país não deve ser resumida aos três segmentos, sendo necessário incluir, também, a contribuição de outros grupos, como aqueles que se inseriram no tecido social no final do século XIX e início do século XX, com a presença de imigrantes europeus, árabes e asiáticos. Esse ensino deve demonstrar os embates, antagonismos e contradições dos grupos que compõem a sociedade, não refletindo mitos como um suposto caráter benéfico da colonização ou uma história pacífica.