Buscar

Trabalho de Conclusão de Curso - Tamara (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
DA PARAÍBA 
 
 
 
 
 
 
 
 
TAMARA NAELY OLIVEIRA DANTAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEVANTAMENTO HISTÓRICO DOS ABALOS SÍSMICOS E 
SITUAÇÃO SÍSMICA DO MUNICÍPIO DE JOÃO CÂMARA, RIO 
GRANDE DO NORTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Picuí-PB 
2020 
TAMARA NAELY OLIVEIRA DANTAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEVANTAMENTO HISTÓRICO DOS ABALOS SÍSMICOS E 
SITUAÇÃO SÍSMICA DO MUNICÍPIO DE JOÃO CÂMARA, RIO 
GRANDE DO NORTE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Picuí - PB 
2020 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso 
Técnico Integrado em Geologia, como requisito para 
obtenção do Título de Técnico em Geologia do Instituto 
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba. 
 
 
Orientador: Dr. Vinícius Anselmo Carvalho Lisboa 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
O Brasil ocupa grande parte da estável plataforma sul-americana, mas a ideia de 
que o Brasil é um país assísmico não é correta (Perez Peña, 2012). A região nordeste 
oriental do Brasil, e em particular o estado do Rio Grande do Norte tem registros de 
atividade sísmica desde 1808 (Torres, 1994). 
O município de João Câmara situa-se na mesorregião Agreste Potiguar e na 
microrregião Baixa Verde, limitando-se com os municípios de Parazinho, Touros, Pureza, 
Poço Branco, Bento Fernandes, Jardim de Angicos, Jandaíra e Pedra Preta, abrangendo 
uma área de 795 km². 
O foco em terremotos na região de João Câmara não é recente, pois a atividade 
sísmica na região atrai a atenção das pessoas desde 1980. Até os dias de hoje os terremotos 
de João Câmara não causaram nenhuma grande catástrofe, mas, nesses casos é difícil 
saber como essa atividade sísmica irá avançar. 
Mesmo sendo considerada uma área de moderado risco sísmico, nenhum tipo de 
estudo sobre a atenuação sísmica tem sido desenvolvido na área (Carvalho & Souza, 
2003). Portanto, este trabalho tem como objetivo fornecer uma visão geral da situação 
sismotectônica de João Câmara (RN). 
2. JUSTIFICATIVA 
O Brasil é um país com pouca atividade sísmica, mas, a maior parte desse 
movimento ocorre no Nordeste. O município de João Câmara (RN) é uma das localidades 
do Brasil que apresentam atividade sísmica regular, e onde os tremores já chegaram a 
causar danos e fazer com que habitantes migrassem do município por medo de grandes 
catástrofes acontecerem. 
Atualmente pode ser encontrada uma extensa literatura com diferentes 
procedimentos, critérios, requisitos e sugestões para o enfrentamento de situações de risco 
causadas por este fenômeno. Não obstante, é notável a carência de estudos a respeito 
desse tema no município de João Câmara. Portanto, este trabalho se justifica pela 
necessidade de se conhecer os efeitos que abalos sísmicos causam/causaram na região. 
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
3.1 – Caracterização do Fenômeno 
O terremoto trata-se de um abalo ou tremor causado pela liberação repentina de 
energia, normalmente como resultado de uma falha, envolvendo deslocamento de rochas 
(Wincander, 2009). Em seguida a um terremoto, abalos secundários são capazes de 
acontecer, na maioria das vezes com menor intensidade que o tremor principal, mas 
podendo causar danos às estruturas já debilitadas. Ainda que ocorram, principalmente, 
nos limites de placas tectônicas, devido à energia gerada pelo movimento dessas, os 
terremotos podem anteceder atividades vulcânicas e também serem causados por diversos 
tipos de falhas, tal como as falhas neotectônicas (Preve et al. 2017). 
As rochas nas zonas de falhas são deformadas devido à ação de uma determinada 
tensão, que geralmente é causada pelo movimento das placas tectônicas. De acordo com 
sua resistência, a força da tensão acumulada na rocha atinge um determinado limite e 
quebra quando sua resistência é rompida. A partir de então, ocorre uma liberação de 
energia sob a forma de ondas sísmicas, produzidas a partir do ponto onde a ruptura se 
inicia. O hipocentro ou foco é a posição na qual ocorreu a ruptura, localizando-se sempre 
em profundidade, já o epicentro é a localização geográfica na superfície terrestre sobre o 
foco. A profundidade focal é a distância entre a superfície da Terra ao foco (Preve et al. 
2017). 
O fenômeno tectônico origina três tipos de ondas, segundo a proposta de Clough 
et al. (2003), elas podem ser identificadas como ondas de compressão ou longitudinais 
(ondas primárias, ondas P), ondas de corte ou transversais (ondas secundárias, ondas S) e 
as ondas superficiais (ondas Raleigh “R” e ondas Love “L”). 
As ondas P correspondem a um movimento vibratório em que as partículas dos 
materiais rochosos oscilam para frente e para trás induzindo uma alternância entre 
deformação de tensão e de compressão. São as primeiras que chegam à superfície. No 
caso das ondas S, as partículas se movem na direção perpendicular ao caminho da 
propagação, induzindo deformações por cisalhamento (Pérez Peña, 2012). 
Quando a energia de vibração da onda se propaga perto da superfície do solo, 
ocorre a formação de duas outras ondas: as ondas Rayleigh e Love. As ondas Rayleigh 
são ondas de tração e compressão, similares às ondas primárias P, e as ondas Love são 
ondas cisalhantes (Pérez Peña, 2012), são mais lentas que as ondas primárias e 
secundárias e amortecem rapidamente, além disso, podem ou não ocorrer durante o 
terremoto (Clough et al. 2003). 
A aceleração do solo produzido pelo sismo é registrada por um instrumento 
básico chamado sismógrafo e este registro é chamado de acelerograma. O conhecimento 
dos acelerogramas de um terremoto em três direções ortogonais do espaço permite a 
completa caracterização do mesmo em um local. Em cada componente do movimento, as 
grandezas mais importantes do ponto de vista estrutural são: a amplitude, o conteúdo de 
frequências e a duração (Pérez Peña, 2012). 
3.2 – Sismicidade do Nordeste 
A superfície da Terra é composta de placas litosféricas duras, incluindo crosta 
continental e crosta oceânica, chamadas placas tectônicas. Essas placas flutuam na 
camada viscosa mais externa do manto, denominada de astenosfera. As placas tectônicas 
são distribuídas na superfície da Terra como se fossem uma peça de quebra-cabeça. Se 
tal peça se mover, ela colidirá com suas vizinhas. Essa colisão pode causar dois tipos de 
terremotos: terremotos de borda (p. ex. terremotos do Chile) e terremotos internos, que 
são historicamente fracos, como os que ocorrem no Nordeste (Correia, 2010). 
O Brasil era considerado assísmico até pouco tempo atrás por ocupar uma grande 
parte da estável Plataforma sul-Americana e por não conhecer a ocorrência de sismos 
destrutivos (Assumpção & Neto, 2000). Mas, a ideia de que o Brasil é um país assísmico 
não é verdadeira, estações sismológicas distribuídas ao longo do território nacional 
registram diariamente abalos sísmicos de pequena e média magnitude. Portanto, apesar 
da baixa frequência, sismos com magnitudes importantes podem ocorrer no Brasil. (Pérez 
Peña, 2012). 
No Brasil ocorrem anualmente 20 sismos com magnitudes maiores que 3.0 
pontos na escala Richter. Sismos com magnitudes acima de 7.0 (considerados de grandes 
proporções) ocorrem, em média, uma vez a cada 500 anos. Em regiões de alta atividade 
sísmica como o Chile, por exemplo, sismos desta magnitude ocorrem uma vez a cada três 
anos (Assumpção & Neto, 2000). 
No Brasil, até o início da década de 80, 55% dos abalos sísmicos acima de 5.0 
na escala Richter ocorreram na região do Nordeste, especialmente nos estados do Ceará 
e Rio Grande do Norte. As regiões mais sísmicas, no estado do Rio Grande do Norte, 
situam-se próximas à Bacia Potiguar (Mata, 2018). 
Comparados com os terremotos que ocorrem na borda oeste da placa sul-
Americana, os abalos sísmicos do Nordeste são muito menos intensos. O fato dos 
tremores ocorrerem em grande quantidade acaba não permitindoo acúmulo de grande 
quantidade de energia (Correia, 2010). 
Os primeiros registros históricos de terremotos no Nordeste datam de 1724 em 
Salvador (BA). Desde essa época, muitos abalos sísmicos foram registrados em todos os 
estados do Nordeste brasileiro. As localidades mais atingidas destacam-se Caruaru e Belo 
Jardim, em Pernambuco, João Câmara e Parazinho, no Rio Grande do Norte, Pacajus e 
Sobral, no Ceará, e algumas cidades do recôncavo baiano (Correia, 2010). 
No site Rede Sismográfica Brasileira, é possível encontrar informações a 
respeito das estações que captam os tremores no Nordeste (Tabela 1). Os responsáveis 
por analisar e divulgar esses tremores são: Laboratório Sismológico da UFRN 
(LabSis/UFRN). 
Tabela 1. Estações que captam os tremores no Nordeste 
Rede.Estação Local Latitude Longitude Elevação (m) 
NB.ACJC João Camara-RN, Brazil -5.5843 -35.7861 123.00 
NB.NBAN Anadia- AL, Brazil -9.6687 -36.2745 261.00 
NB.NBBC Barreira do Corda - MA, Brazil -5.5221 -45.2843 100.00 
NB.NBBL Bica de Lurdes, Rio Formoso- PE, Brazil -8.6820 -35.1512 64.00 
NB.NBCA Caruaru-PE, Brazil -8.2256 -36.0130 615.00 
NB.NBCL Cascavel-CE, Brazil -4.2244 -38.2910 24.00 
NB.NBIT Itape-BA, Brazil -14.9307 -39.4346 188.00 
NB.NBLA Lagarto- SE, Brazil -10.9925 -37.7890 196.00 
NB.NBLV Livramento- PB, Brazil -7.3577 -36.9217 602.00 
NB.NBMA Mauriti- CE, Brazil -7.3654 -38.7640 436.00 
NB.NBMO Morrinhos- CE, Brazil -3.3107 -40.0414 104.00 
NB.NBPA Parau-RN, Brazil -5.7503 -37.1121 93.00 
NB.NBPB Pedra Branca-CE, Brazil -5.5460 -39.5837 256.00 
NB.NBPN Ponto Novo- BA, Brazil -10.8468 -40.1988 386.00 
NB.NBPS Pedro Segundo- PI, Brazil -4.3940 -41.4457 712.00 
NB.NBPV Pedro Velho- RN, Brazil -6.4175 -35.2905 89.00 
NB.NBTA Tacaratu- PE, Brazil -9.1219 -38.0632 346.00 
NB.PFBR Pau dos Ferros, RN -6.1216 -38.2708 230.00 
NB.SBBR Sobral, CE -3.7451 -40.3717 116.00 
Fonte: Dados obtidos do site Rede Sismográfica do Nordeste, 2020. 
3.3 - Aspectos Geológicos Gerais 
O município de João Câmara encontra-se inserido no contexto da Província 
Borborema, sendo possível se observar na área as rochas dos complexos, Santa Cruz e 
João Câmara e da Formação Seridó, além de corpos intrusivos pertencentes a Suíte 
Itaporanga e sedimentos das formações Açu, Jandaíra e do Grupo Barreiras (Beltrão et 
al. 2005). 
As deformações observadas na região envolvem os ciclos Transamazônico e 
Brasiliano. O Ciclo Transamazônico é responsável por uma tectônica de estilo 
recumbente (Jardim de Sá et al. 1979). Já o Ciclo Brasiliano é responsável pelo padrão 
estrutural plano-linear, onde na porção oeste apresenta uma direção N-NE e na parte 
oriental a tendência é N-NW (Carvalho & Souza, 2003). No Mesozoico, aconteceram 
processos de basculamento na região, originando fraturas. Esses processos estão 
relacionados à abertura do Oceano Atlântico. 
Os movimentos sísmicos da região, muito provavelmente são reflexos da deriva 
continental cujo efeito principal é o fraturamento das rochas e a reativação de antigas 
zonas de fraqueza (Amaral, 1990; Carvalho & Souza, 2003). A análise dos dados de 
micro-falhas permitiu estabelecer um campo de stress (na região de João Câmara), com 
característica transcorrente extensional, com falhas que apresentam setores ora com 
movimentação do tipo transcorrente, ora do tipo extensional (Torres et al. 1994). 
Os abalos, na região de João Câmara, geralmente ocorrem ao longo da Falha 
Sísmica Samambaia (FSS). Estudos das atividades sísmicas na região, feitos no final da 
década de 80, observaram que a FSS é definida por um enxame de sismos concentrados 
ao longo de uma estreita faixa de direção NE (Ferreira et al. 1987). A FSS é a 
representante que tem mais ênfase no cenário de estruturas tectonicamente ativas na 
Borda Bacia Potiguar. 
Esta falha neotectônica é mostrada pelo registro de sismos em uma faixa a leste 
da cidade de João Câmara (RN) e pela, a associação com estruturas observadas no litoral, 
ao longo da projeção FSS, entre os municípios de São Miguel do Gostoso e Touro. Os 
focos sísmicos se estendem desde o embasamento cristalino a sul, até as coberturas, 
cretáceo cenozoicas da Baia Potiguar (Cruz, 2001). A cronologia do faturamento dessa 
falha evidencia a reativação de estruturas e a formação de fraturas, tanto em marcadores 
quaternários (sedimentos do Grupo Barreiras, limonitizados) como o embasamento 
cristalino (Coriolano et al. 1997,1998). 
3.4 - Terremotos de João Câmara 
Os primeiros registros oficiais de terremotos em João Câmara datam do final da 
década de 1940. Entretanto, há indícios de que ocorreram terremotos na área pelo menos 
desde o período colonial. Alguns trabalhos (p. ex. Mata, 2018) fizeram levantamentos 
históricos (a partir de reportagens, depoimentos, poesias, etc) dos eventos sísmicos que 
ocorreram no município. 
Somente na década de 80, a partir da instalação de uma rede de sismógrafos pela 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), houve registros mais precisos 
dos abalos sísmicos que ocorreram na região. 
Entre 5 de agosto de 1986 e 11 de novembro de 1987, segundo o boletim 
sismográfico emitido pela UFRN, foram registrados uma média de 13.312 tremores de 
terra na região de João Câmara (Mata, 2018), alguns deles de alta intensidade, como o de 
30 de novembro de 1986, com magnitude de 5.1 graus na escala Richter, que ficou 
conhecido como “o grande abalo”. Esse evento gerou pânico, levando cerca de 12 mil 
moradores a deixar a cidade (Oliveira, 2012), mas esse terremoto não seria o único a ser 
sentido nesse dia, mais seis terremotos foram registrados (Tabela 2). 
Tabela 2. Terremotos que ocorreram em 30 de novembro de 1986 no município de João Câmara (RN). 
Hora Magnitude 
03:22 5.3 
03:26 3.7 
04:07 4.1 
04:10 4.2 
04:59 4.1 
05:02 4.5 
12:02 4.4 
Fonte: Extraído de Mata (2018). 
Foram registrados 25.000 abalos entre agosto de 1986 e março de 1989 (Sophia 
et al. 1989). Em decorrência destes fatos, inúmeras casas e edificações apresentaram 
rachaduras, algumas delas, sofrendo danos irrecuperáveis (Torres, 1994). 
Além dos danos materiais, esses sismos também trouxeram danos sociais, como 
desmaio em algumas mulheres, famílias que saiam gritando nas ruas por medo, pessoas 
que se negavam a entrar em qualquer edifício e preferiam ficar perambulando pelas ruas, 
e mudanças apressadas de diversas famílias da sede do município em busca de locais mais 
seguros para fixar residência (Mata, 2018). 
A atividade sísmica na região de João Câmara continua ativa e com alguns 
eventos que foram sentidos por moradores. De 2011 até novembro de 2020, um total de 
34 abalos foram registrados no município (Tabela 3). 
Tabela 3. Abalos sísmicos de 2011 a novembro de 2020 registrados no município de João Câmara (RN). 
Data Hora (LOCAL) Magnitude 
2011.10.12 14:22 1.9 
2011.10.12 14:31 2.3 
2011.10.19 08:48 2.1 
2011.10.21 20:12 2.3 
2011.10.22 21:23 2.2 
2011.10.22 21:39 2.1 
2011.10.23 07:17 2.6 
2011.10.23 07:29 2.6 
2011.10.23 16:18 2.2 
2011.10.24 09:38 2.8 
2011.12.05 12:50 1.8 
2012.02.26 00:08 1.5 
2012.06.13 07:14 1.6 
2012.11.17 21:41 2.8 
2015.03.09 21:22 2.0 
2015.09.20 08:49 3.6 
2015.09.20 10:18 2.8 
2015.09.23 01:30 2.0 
2015.09.23 09:49 2.5 
2016.12.11 11:29 2.1 
2016.12.11 03:31 1.7 
2017.06.18 08:33 2.1 
2017.09.18 15:53 1.5 
2017.09.18 19:09 1.4 
2018.07.06 00:36 2.8 
2018.07.06 02:06 2.6 
2018.07.07 00:34 2.4 
2018.07.08 01:02 2.1 
2018.07.13 08:24 2.4 
2019.09.15 11:14 1.5 
2020.03.10 01:11 1.7 
2020.03.16 02:29 1.5 
2020.03.30 00:30 1.6 
2020.04.06 00:21 2.0 
Fonte: Dados obtidos do site Sismos do Nordeste, 2020. 
4. OBJETIVO GERAL 
Este projeto tem por objetivo fazer um levantamento histórico dos abalos 
sísmicos e apresentar um panorama da situação sismotectônica do município de João 
Câmara (RN). 
4.1 - Objetivos Específicos 
• Realizar um levantamento dos terremotos ocorridos no município 
• Investigaras informações/direcionamentos que a Secretaria Municipal de Defesa 
Civil disponibiliza para a população em resposta a estes eventos 
• Estabelecer se os abalos podem ocasionar situações de risco para a população 
5. METODOLOGIA 
A pesquisa será dividida, então, em três etapas: 
1) Entender, caracterizar e explicar o fenômeno. 
2) Coletar informações dos abalos sísmicos que ocorrem na região estudada 
(frequência e intensidade). 
3) Conhecer as origens dos abalos sísmicos, em João Câmara, e quais são 
suas propriedades específicas. 
6. RESULTADOS ESPERADOS 
A partir da aplicação da metodologia descrita acima, espera-se a obtenção dos 
seguintes resultados: 
• Gerar um mapa que indique as áreas mais suscetíveis a terremotos. 
• Formular novos planos de emergência para cenários de riscos, com a 
Secretaria Nacional de Defesa Civil. 
• Divulgar e criar cartilhas que tenham como assunto principal a prevenção 
de desastres. 
• Elaborar palestras com a intenção de conscientizar a população sobre os 
riscos e os orientar sobre como proceder em caso de perigo. 
7. REFERÊNCIAS 
AMARAL, C. A. Correlação entre contexto morfoestrutural e sismicidade nas regiões de João 
Câmara e São Rafael (RN). 2000. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte. 
AMARAL, C. A. 1990. João Câmara: folha SB. 25-VC-IV. 
ASSUMPÇÃO, M. S., NETO, C. M. D. “Sismicidade e estrutura interna da terra”. In: TEIXEIRA, W., 
TOLEDO, M. C. M., FAIRCHILD, T. R., TAIOLI, F. Decifrando a Terra - 1 ed. São Paulo: Oficina de 
textos, 2000. 
BARROS, S. D. S. Aspectos morfo-tectônicos nos platôs de Portalegre, Martins e Santana/RN. 1998. 
Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 
BELTRÃO, B. A.; MORAIS, F. D.; MASCARENHAS, J. D. C.; MIRANDA, J. L. F. D.; SOUZA 
JUNIOR, L. C. D.; MENDES, V. A. 2005. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água 
subterrânea, estado do Rio Grande do Norte: diagnóstico do município de João Câmara. CPRM. 
CARVALHO, L. A., & SOUZA, J. L. Atenuação sísmica na região da falha de Samambaia (João Câmara, 
Rio Grande do Norte). In: 8th International Congress of the Brazilian Geophysical Society. European 
Association of Geoscientists & Engineers, 2003. p. cp-168-00192. 
CAVALCANTE, Gabriela. Mais de 50 tremores de terra são registrados em João Câmara, RN. G1 RN, 06 
de julho, 2018. Disponível em: https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/tremores-de-3-graus-
de-magnitude-sao-registrados-em-joao-camara-rn.ghtml. Acesso em: 10 de novembro de 2020. 
CLOUGH, R.W., PENZIEN, J. Dynamics of Structures, Third Edition. Computers & Structures, 
Inc. Berkeley, California, USA, 2003. 
Coriolano, A.C.F. 1998. Mapeamento geológico-estrutural ao longo da Falha de Samambaia- João 
Câmara (RN). Departamento de Geologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal/RN, 
Relatório de Graduação, 83p. 
Coriolano, A.C.F.; Jardim de Sá, E.F.; Cowie, P.A; Amaral,C. 1997. Estruturas Frágeis no Substrato da 
Região de João Câmara (RN): Correlação com a falha Sísmica de Samambaia? In: SGB/Nordeste, Simp. 
Geol. NE, 17, Fortaleza, Boletim 15: 325-329 
CORREIA, P. D. B. 2010. Origem dos terremotos no Nordeste. ComCiência, n. 117, p. 0-0. 
CRUZ, Liliane Rabêlo. Sá, Emanuel Ferraz Jardim de. LINS, Fernando Antonio Pessoa Lira. CARVALHO, 
Marcelo José de. Investigação Estrural-geofísica da Falha de Samambaia (RN): Implicações para o 
Contexto Neotectônico de Reservatórios e a Explotação de Petróleo na Bacia Potiguar. 1° Congresso 
Brasileiro de P&D em Petróleo e Gás UFRN- SBQ Regional RN. Natal, 2001. 
DA SILVA, F. C. M. Avaliação do risco sísmico nas regiões nordeste e sudeste do Brasil. 2009. Tese 
de Doutorado. Universidade Federal do Rio de Janeiro. 
DE LIMA, C. C. U. 2000. O neotectonismo na costa do Sudeste e do Nordeste brasileiro. 
Estações Instaladas. RSBR- Rede Sismográfica Brasileira, 2020. Disponível em: http://rsbr.gov.br/. Acesso 
em: 17 de novembro de 2020. 
FERREIRA, J.; MENEZES, E. Atividade sísmica na região de João Câmara-RN continua em 07/07/2018. 
Sismos do Nordeste, 7 de julho de 2018. Disponível em: http://sismosne.blogspot.com/2018/07/atividade-
sismica-na-regiao-de-joao.html. Acesso em: 17 de novembro de 2020. 
FERREIRA J.; MENEZES, E. Novos tremores em João Câmara-RN em 08/07/2018. Sismos do Nordeste, 
8 de julho de 2018. Disponível em: http://sismosne.blogspot.com/2018/07/novos-tremores-em-joao-
camara-rn-em.html. Acesso em: 17 de novembro de 2020. 
FERREIRA J.; MENEZES, E. Novo tremor na região de João Câmara-RN em 09/03/2015 (hora local). 
Sismos do Nordeste, 11 de março de 2015. Disponível em: http://sismosne.blogspot.com/2015/03/novo-
tremor-na-regiao-de-joao-camara-rn.html. Acesso em: 17 de novembro de 2020. 
FERREIRA J.; MENEZES, E. Novo tremor na região de João Câmara-RN em 16/03/2020 (hora local). 
Sismos do Nordeste, 17 de março de 2020. Disponível em: http://sismosne.blogspot.com/2020/03/novo-
tremor-na-regiao-de-joao-camara-rn_17.html. Acesso em: 17 de novembro de 2020. 
FERREIRA J.; MENEZES, E. Novo tremor na região de João Câmara em 06/04/2020. Sismos do Nordeste, 
6 de abril de 2020. Disponível em: http://sismosne.blogspot.com/2020/04/novo-tremor-na-regiao-de-joao-
camara-em.html. Acesso em: 17 de novembro de 2020. 
FERREIRA J.; MENEZES, E.; OLIVEIRA, M.; NASCIMENTO, A.; SILVA, A.; CARLOS, F. Intensa 
atividade sísmica na região de João Câmara-RN em 06/07/2018. Sismos do Nordeste, 6 de julho de 2018. 
Disponível em: http://sismosne.blogspot.com/2018/07/intensa-atividade-sismica-na-regiao-de.html. 
Acesso em: 17 de novembro de 2020. 
FERREIRA J.; MENEZES, E.; OLIVEIRA, M. Novo tremor na região de João Câmara em 30/03/2020. 
Sismos do Nordeste, 30 de março de 2020. Disponível em: http://sismosne.blogspot.com/2020/03/novo-
tremor-na-regiao-de-joao-camara-em.html. Acesso em: 17 de novembro de 2020. 
FERREIRA J.; MENEZES, E. Sequência de tremores na região de João Câmara em 15/09/2019. Sismos 
do Nordeste, 15 de setembro de 2019. Disponível em: http://sismosne.blogspot.com/2019/09/sequencia-de-
tremores-na-regiao-de-joao.html. Acesso em: 17 de novembro de 2020. 
FERREIRA J.; MENEZES, E.; SILVA, A. Novo tremor na região de João Câmara-RN em 10/03/2020 
(hora local). Sismos do Nordeste, 11 de março de 2020. Disponível em: 
http://sismosne.blogspot.com/2020/03/novo-tremor-na-regiao-de-joao-camara-rn.html. Acesso em: 17 de 
novembro de 2020. 
FERREIRA J.; NETO, H.; MENEZES, E. Novo tremor na região de João Câmara em 13/06/2012. Sismos 
do Nordeste, 13 de junho de 2012. Disponível em: sismosne.blogspot.com/2012/06/novo-tremor-na-regiao-
de-joao-camara-em.html. Acesso em: 17 de novembro de 2020. 
FERREIRA J. Novo tremor de terra na região de João Câmara em 26/02/2012. Sismos do Nordeste, 27 de 
fevereiro de 2012. Disponível em: http://sismosne.blogspot.com/2012/02/novo-tremor-de-terra-na-regiao-
de-joao.html. Acesso em: 17 de novembro de 2020. 
FERREIRA, J. Novo tremor de terra em João Câmara-RN em 17/11/2012. Sismos do Nordeste, 18 de 
novembro de 2012. Disponível em: sismosne.blogspot.com/2012/11/novo-tremor-de-terra-em-joao-
camara-rn.html. Acesso em: 17 de novembro de 2020. 
FERREIRA, J.; OLIVEIRA, M.; NASCIMENTO, A.; SILVA, A.; MENEZES, E.; CARLOS, F. Novo 
tremor de terra na região de João Câmara-RN em 13/07/2018. Sismos do Nordeste, 13 de julho de 2018. 
Disponível em: http://sismosne.blogspot.com/2018/07/novo-tremor-de-terra-na-regiao-de-joao.html. 
Acesso em: 17 de novembro de 2020. 
FERREIRA, J.; SAMPAIO, G. João Câmara: a atividade continua. Sismos do Nordeste, 20 de setembro de 
2015. Disponível em: http://sismosne.blogspot.com/2015/09/joao-camara-atividade-continua.html. Acesso 
em: 17 de novembro de 2020. 
FERREIRA, J.; SAMPAIO, G; MENEZES, E. Novo tremor de terra em João Câmara - RN em 18/06/2017. 
Sismos do Nordeste, 19 de junho de 2017. Disponível em: http://sismosne.blogspot.com/2017/06/novo-
tremor-de-terra-em-joao-camara-rn.html.Acesso em: 17 de novembro de 2020. 
FERREIRA, J.; SAMPAIO, G.; MENEZES, E. Novos tremores na região de João Câmara-RN em 
23/09/2015. Sismos do Nordeste, 23 de setembro de 2015. Disponível em: 
http://sismosne.blogspot.com/2015/09/novos-tremores-na-regiao-de-joao-camara.html. Acesso em: 17 de 
novembro de 2020. 
FERREIRA, J.; SAMPAIO, G. Novo tremor de terra na região de João Câmara - RN em 18/09/2017. 
Sismos do Nordeste, 18 de setembro de 2017. Disponível em: http://sismosne.blogspot.com/2017/09/novo-
tremor-de-terra-na-regiao-de-joao.html. Acesso em: 17 de novembro de 2020. 
Ferreira, J. M., Takeya, M. K., Costa, J. M., Moreira, J. A. M., Assumpção, M., Veloso, J. A. & Pearce, R. 
G., 1987. A continuing intraplate earthquake sequence near João Câmara - Northeastern Brazil - 
preliminary result, Geophys. Res. Lett., 14, 14021405. 
Jardim de Sá, E. F. & Salim, J., 1979. Reavaliação dos conceitos na região do Seridó (RN.PB). Natal, 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 15 p. 
João Câmara registra novo tremor de terra. Sismos do Nordeste, 13 de dezembro de 2016. Disponível em: 
http://sismosne.blogspot.com/2016/12/joao-camara-registra-novo-tremor-de.html. Acesso em: 17 de 
novembro de 2020. 
MATA, F. F. D. A. A terra tremeu, o povo chorou: uma história dos terremotos de 1986-1987 no 
município de João Câmara, Rio Grande do Norte. 2018. Dissertação de Mestrado. Brasil. 
Novo tremor de terra na região de João Câmara em 05/12/2011. Sismos do Nordeste, 5 de dezembro de 
2011. Disponível em: sismosne.blogspot.com/2011/12/novo-tremor-de-terra-na-regiao-de-joao.html. 
Acesso em: 17 de novembro de 2020. 
Novos tremores em João Câmara - 25/10/2011. Sismos do Nordeste, 24 de outubro de 2011. Disponível 
em: sismosne.blogspot.com/2011/10/novos-tremores-em-joao-camara-25102011.html. Acesso em: 17 de 
novembro de 2020. 
OLIVEIRA, A. L. P. Uma sequência didática a partir da temática terremotos com ênfase em CTS. 
2012. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 
PASSOS, L. H.; LEITE, J. B.; SENRA, A. S. 2013. LEVANTAMENTO HISTÓRICO DOS ABALOS 
SÍSMICOS OCORRIDOS NO ESTADO DE SERGIPE E A SITUAÇÃO DO MUNICÍPIO DE 
CAPELA. Cadernos de Geociências, v. 10, n. 1, p. 01-09, 2013. 
PÉREZ PEÑA, L. A. 2012. Análise dos efeitos provocados por abalos sísmicos em estruturas irregulares. 
PREVE, W. S.; D’ESPINDULA, G. P. C.; VALDATI, J. Abalos sísmicos moderados no Brasil: um 
levantamento dos eventos registrados nos séculos XX e XXI e a difusão de medidas preventivas. Os 
Desafios da Geografia Física na Fronteira do Conhecimento, v. 1, p. 3928-3940, 2017. 
TAKEYA, M. K.; FERREIRA, J. M.; PEARCE, R. G.; ASSUMPÇÃO, M.; COSTA, J. M.; SOPHIA, C. 
M. 1989. The 1986-1987 intraplate earthquake sequence near João Câmara, northeast Brazil - evolution of 
seismicity. Tectonophysics, 167: 117-131. 
TORRES, H. H. F. Metodologia para estudos neotectônicos regionais, o caso de João Câmara. Série 
Publicações Especiais da CPRM. v2, p. 7-45, 1994. 
WINCANDER. R.; MONROE, J. S. PETERS, K. Fundamentos de Geologia. Tradução e adaptação: 
CARNEIRO, M. A. São Paulo: Cengage Learning, 2009.

Continue navegando