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Psicologia Forense: História, Áreas e Carreiras

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Psicologia Forense 
no Sistema Penal 
 
 
 02 
 
 
1. Psicologia Forense 4 
História da Psicologia Forense 5 
Principais Áreas da Psicologia Forense 6 
Carreiras na Psicologia Forense 8 
Relação entre Direito e Psicologia 8 
 
2. Indivíduos Psicopatas 12 
 
3. Avaliação e Tratamento 19 
Resolve: Capítulo I Realização da Perícia 22 
Avaliação Psicológica 23 
 
4. Práticas Restaurativas 28 
Encontro entre Vítima e Infrator 32 
Conferência de Família ou Grupo Comunitário 33 
Tratado de Paz ou Círculos de Sentença 33 
Metodologia da Comunicação Não Violenta 34 
Reconciliação e Perdão 34 
 
5. Referências Bibliográficas 37 
 
 
 03 
 
 
 
 
 
 4 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
1. Psicologia Forense 
 
 
Fonte: ReMedia1 
 
psicologia forense é o campo da 
psicologia que, somada a co-
nhecimentos jurídicos, é usado no 
sistema judiciário e no campo da po-
lícia para ajudar na resolução de ca-
sos, além do conhecimento jurídico. 
A psicologia forense usa os conheci-
mentos e as técnicas da psicologia 
para traçar perfis das partes envolvi-
das no processo ou investigação, 
com o intuito de verificar seus moti-
vos, intenções ou outros elementos 
que possam contribuir para o caso. 
Por se tratar de uma subdivisão da 
psicologia, os profissionais precisam 
 
1 Retirado em https://remedia.es/ 
ter formação superior na área e pos-
terior especialização, pois a psicolo-
gia forense tem sua própria organi-
zação, treinamento e pesquisa 
(HUSS, 2011). 
De acordo com Martins, Cruz e 
Beiras (2012), é importante levar em 
conta que, assim como todas as pro-
fissões relacionadas ao Direito, suas 
atribuições, requisitos e característi-
cas podem variar de acordo com o 
sistema jurídico de cada país. Por 
exemplo, no Brasil, ainda não é co-
mum que os psicólogos sejam exclu-
A 
 
 
5 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
sivos da área, mas prestam esses ser-
viços quando necessário. A psicolo-
gia forense também pode ser chama-
da de psicologia jurídica. A incom-
preensão do público sobre a psicolo-
gia forense se deve em parte à falta 
de compreensão da origem do termo 
“forense”. Enquanto algumas pes-
soas pensam na ciência forense e na 
aplicação da lei quando se trata de 
psicologia forense, outras podem 
pensar em palestras e debates nas 
escolas. Focar na resolução de deba-
tes ou nos tornarmos oponentes lin-
guísticos em competições de debate 
realmente nos aproxima do verda-
deiro significado da psicologia fo-
rense. 
Conforme Brandão (2019), a 
palavra forense vem do latim foren-
sis, que vem de fórum e é usada para 
descrever um lugar na Roma antiga. 
O fórum era o lugar onde as pessoas 
resolviam disputas, como nos tribu-
nais modernos. Neste contexto, o 
significado da psicologia forense foi 
desenvolvido, e o papel dos psicólo-
gos forenses é na verdade muito 
simples e claro, os psicólogos foren-
ses auxiliam o sistema legal. 
Em consonância com os auto-
res Fiorelli e Mangini (2019), é cor-
reto afirmar que, não apenas o pú-
blico fica confuso sobre a psicologia 
forense, mas os psicólogos também 
debatem a respeito da natureza da 
psicologia forense. Em um sentido 
mais amplo, a psicologia forense se 
refere à aplicação da psicologia no 
sistema jurídico. No entanto, muitas 
pessoas se referem a este amplo 
campo como psicologia e lei ou estu-
dos psicolegais, e apontam que o 
foco da psicologia forense é a aplica-
ção da psicologia clínica ao sistema 
jurídico. Esta definição mais redu-
zida de psicologia forense se concen-
tra apenas na psicologia clínica, e 
não inclui coisas como reconheci-
mento de testemunhas oculares 
(psicologia cognitiva), polígrafo 
(psicologia fisiológica), comporta-
mento do júri (psicologia social) e 
testemunho de crianças em tribunal 
(psicologia do desenvolvimento). 
 
História da Psicologia Fo-
rense 
 
Segundo Antunes e Rocha 
(2018), a psicologia forense tem 
uma história profunda e extensa, e 
se desenvolveu muito antes que a 
cultura popular começasse a dar 
atenção a ela. Em seu livro On the 
Witness Stand (No banco das teste-
munhas), no ano de 1908, Hugo 
Munsterberg foi reconhecido como 
um dos primeiros psicólogos a apli-
car os princípios da psicologia ao di-
reito. O psicólogo alemão William 
Stern também se dedicou a aplicar 
os princípios da psicologia ao sis-
 
 
6 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
tema legal, estudando a identifica-
ção de testemunhas no início do sé-
culo XX. No entanto, a prática clíni-
ca relacionada à psicologia e ao sis-
tema jurídico começou quase simul-
taneamente. Quando a psicologia, 
especialmente a prática da psicolo-
gia forense clínica, começou a se de-
senvolver na América do Norte no 
século XX, os psicólogos foram cha-
mados para aplicar seus conheci-
mentos básicos ao sistema jurídico 
como testemunhas especializadas. A 
seguir temos um resumo da evolu-
ção da psicologia forense: 
 1908 - publicação de On the 
witness stand, de Hugo Muns-
terberg; 
 1908 - Lihtner Witmer minis-
tra cursos sobre a psicologia 
do crime; 
 1909 - Fundação do Instituto 
Psicopático Juvenil de Chi-
cago; 
 1921 - Psicólogo tem a permis-
são de testemunhar como pe-
rito em Estado vs. Motorista; 
 1962 - Psicólogos puderam 
testemunhar em casos de insa-
nidade em Jenkins vs. Estados 
Unidos; 
 1969 - Criação da Sociedade 
Americana de Psicologia Jurí-
dica; 
 Década de 1970 - Fundação de 
periódicos especializados que 
publicam artigos exclusivos de 
psicologia forense nos Estados 
Unidos. 
 
Para Serafim e Saffi (2018), 
hoje em dia, os psicólogos são cada 
vez mais utilizados pelo sistema ju-
rídico e existem outros sinais de de-
senvolvimento neste campo. A Soci-
edade Americana de Psicologia Jurí-
dica é a maior e mais destacada or-
ganização profissional no campo da 
psicologia forense, e foi fundada em 
1969 e atualmente conta com mais 
de 3.000 membros. Além disso, di-
versos periódicos de psicologia rela-
cionados ao tema forense começa-
ram a ser publicados na década de 
1970, como Law and Human Beha-
vior e Behavioral Science and the 
Law. Todos esses avanços mostram 
que uma profissão é dinâmica e em 
desenvolvimento. 
 
Principais Áreas da Psicologia 
Forense 
 
Geralmente, a psicologia fo-
rense pode ser dividida em aspectos 
criminais e civis, e esta divisão de 
papéis e tarefas em psicologia fo-
rense é baseada na separação legal 
entre direito civil e direito penal. O 
Direito Penal se concentra em com-
portamentos que colocam a socie-
dade em risco, e o governo é respon-
sável por lidar com os casos crimi-
nais por meio de policiais e promo-
tores. O foco do direito penal é punir 
os criminosos, a fim de manter o 
senso de justiça social e prevenir o 
 
 
7 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
crime. O homicídio ou o atentado 
que ocorreu na rua ontem à noite 
são considerados uma violação da lei 
penal, porque esse comportamento 
não é considerado adequado pela so-
ciedade, que acredita que a violação 
da lei penal é um crime contra qual-
quer cidadão. O estado, ou governo, 
atua como autor em nome da socie-
dade e processa o réu quando acre-
dita que alguém violou a lei criminal 
(PERES, 2018). 
De acordo com Huss (2011), 
muitas questões jurídicas peculiares 
ao direito penal geralmente desem-
penham um papel importante na 
prática da psicologia forense. Por 
exemplo, o mens rea é um princípio 
de responsabilidade criminal relaci-
onado ao estado psicológico de uma 
pessoa. Mens rea, ou mente culpada, 
significa que um indivíduo cometeu 
um ato ilegal intencionalmente ou 
propositalmente, e esse princípio 
sugere culpabilidade. Embora os 
psicólogos não sejam chamados a 
expressar suas opiniões em todos os 
casos criminais, para falar se o réu é 
culpado ou não, os psicólogos são 
solicitados a opinar em certas cir-
cunstâncias.Essas situações geral-
mente se concentram no tópico da 
inimputabilidade. Nos casos de 
inimputabilidade, os psicólogos fo-
renses têm a responsabilidade de 
ajudar o tribunal a descobrir se o réu 
tem uma doença mental, se isso o 
impediu de desenvolver mens rea e, 
portanto, cometeu um crime inten-
cionalmente. 
Conforme Martins, Cruz e Bei-
ras (2012), em contraste, qualquer 
violação da lei civil é considerada 
um crime contra os indivíduos. A lei 
civil se refere a direitos privados e 
indenizações, não necessariamente 
ao interesse público. Os atos ilegais 
pertencem ao direito civil e incluem 
atos injustos que causam danos a 
um indivíduo. Além disso, fica a cri-
tério da pessoa que foi prejudicada 
tomar ou não alguma atitude, não da 
sociedade. Os atos ilícitos são com-
postos por quatro requisitos legais 
diferentes para violar o direito civil. 
Para que um ato ilícito tenha acon-
tecido, é preciso que: 
 O indivíduo deve ter responsa-
bilidade; 
 Essa responsabilidade deve ter 
sido violada; 
 A violação daquela responsa-
bilidade deve ser a causa pró-
xima de um dano sofrido; 
 Deve ocorrer um dano e ele 
tem que envolver um direito 
legalmente protegido. 
 
Em consonância com o autor 
Brandão (2019), é correto afirmar 
que, o direito civil, em geral, entende 
que deve haver dano, porque um dos 
objetivos do direito civil é indenizar 
o dano sofrido pela vítima e restau-
rá-la ao estado anterior, seja física, 
 
 
8 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
psicológica ou economicamente. No 
direito civil, uma das partes, o autor, 
deve impetrar uma ação contra o réu 
que violou seus direitos. 
 
Carreiras na Psicologia Fo-
rense 
 
Segundo Fiorelli e Mangini 
(2019), quando o sistema legal co-
meçou a reconhecer os benefícios da 
psicologia, as oportunidades de car-
reira se expandiram. Os psicólogos 
forenses geralmente se envolvem em 
três atividades principais: avaliação, 
tratamento e consultoria. Um psicó-
logo forense pode: 
 Avaliar o réu para estabelecer 
a imputabilidade; 
 Tentar determinar o melhor 
interesse da criança numa si-
tuação de custódia; 
 Tentar restaurar a capacidade 
de um acusado para que ele 
possa se submeter a julga-
mento; 
 Avaliar psicopatia em um indi-
víduo que poderia ser liber-
tado da prisão como parte de 
uma avaliação de risco para 
determinar o seu potencial 
para violência futura. 
 
Para Antunes e Rocha (2018), 
os psicólogos forenses podem ter 
que testemunhar sobre suas desco-
bertas em uma audiência ou julga-
mento. No entanto, a maioria das 
questões legais são resolvidas sem o 
testemunho de um psicólogo fo-
rense. 
Com o advento da psicologia 
forense, surgiram mais opções de 
carreira. Os psicólogos forenses 
atuam em diversas situações, como 
prisões e presídios, hospitais estadu-
ais, delegacias de polícia, órgãos do 
governo estadual e federal e até uni-
versidades. Em qualquer uma des-
sas situações, psicólogos forenses 
podem servir como administrado-
res, terapeutas, pesquisadores ou 
avaliadores de políticas (GOMIDE e 
STAUT JÚNIOR, 2016). 
 
Relação entre Direito e Psico-
logia 
 
De acordo com Peres (2018), a 
psicologia forense é considerada a 
interseção da psicologia clínica e o 
direito, tem ocorrido muitas tentati-
vas de explicar as relações entre a 
psicologia e o direito. Uma conceitu-
alização teórica da relação entre a 
psicologia e o direito é chamada de 
jurisprudência terapêutica. A juris-
prudência terapêutica (JT) é defi-
nida como: “O uso das ciências soci-
ais para estudar até que ponto uma 
regra ou prática legal promove o 
bem-estar psicológico e físico das 
pessoas que ela afeta”. 
Conforme Huss (2011), a juris-
prudência terapêutica inclui não 
apenas a influência da lei codificada 
 
 
9 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
ou da jurisprudência, mas também 
procedimentos jurídicos menos for-
mais que podem concentrar as ações 
de juízes ou advogados. À medida 
que JT ganhou popularidade, tam-
bém foi usado mais amplamente 
para sugerir outras maneiras pelas 
quais a lei pode ser terapêutica, útil 
de alguma forma ou antiterapêutica 
(prejudicial de alguma forma). Além 
disso, a aplicação da JT não significa 
que ações específicas devam estar 
relacionadas à psicoterapia ou 
mesmo à psicologia clínica em geral. 
Isso significa que, em casos civis, a 
lei pode ter um impacto fora a rotina 
da culpa ou inocência do réu ou na 
negligência de um acusado em uma 
causa civil. A jurisprudência tera-
pêutica acredita que a importância 
da lei está além das salas de audiên-
cia e pode ter um impacto profundo 
na prática da psicologia forense. 
Em consonância com os auto-
res Martins, Cruz e Beiras (2012), é 
correto afirmar que, o sistema legal 
pode ter uma influência favorável ou 
desfavorável sobre as pessoas que 
afeta de várias maneiras. Por exem-
plo, se o juiz nunca força o perpetra-
dor de violência doméstica na sua 
frente a ser tratado, isso pode ter um 
impacto negativo na probabilidade 
do réu de cometer um crime no fu-
turo. Se o tribunal de apelação aceita 
que o psicólogo mantém o sigilo pa-
ciente, o paciente pode estar mais 
disposto a compartilhar informa-
ções com o terapeuta. A lei pode ser 
uma entidade viva que respira, e 
essa descoberta é muito importante 
para a psicologia forense. Quando 
psicólogos forenses auxiliam os tri-
bunais, eles devem estar cientes das 
consequências da lei e do sistema le-
gal. A jurisprudência terapêutica 
será usada como forma de enfatizar 
a influência da lei na prática da psi-
cologia forense. A ideia da jurispru-
dência terapêutica simplesmente 
enfatiza algumas maneiras impor-
tantes pelas quais o direito pode 
produzir consequências positivas e 
negativas na prática da psicologia 
forense, e as maneiras como a psico-
logia forense pode ajudar o sistema 
jurídico. 
Segundo Brandão (2019), psi-
cologia e direito são duas disciplinas 
muito diferentes que resolvem pro-
blemas de maneiras muito diferen-
tes. Existem vários conflitos entre a 
psicologia e o direito. De um modo 
geral, o direito tende a ser dogmá-
tico e a psicologia tende a se basear 
na experiência, essa dicotomia su-
gere que o direito está baseado nos 
precedentes. O princípio de stare de-
cisis, manter a decisão é o cerne da 
lei, que se baseia em decisões legais 
anteriores e é resistente a muda-las, 
pois, o sistema jurídico é organizado 
hierarquicamente de acordo com re-
gras e procedimentos específicos. 
 
 
10 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
Por outro lado, a psicologia se con-
centra na coleta de grandes quanti-
dades de informações e suas conclu-
sões podem mudar com o tempo, 
porque a pesquisa examina uma 
questão específica de ângulos dife-
rentes. A psicologia acredita que 
mudanças provavelmente ocorrerão 
na busca pela verdade. 
Para Fiorelli e Mangini (2019), 
os dois sistemas também diferem na 
maneira como entendem a verdade. 
O direito usa um sistema de adver-
sários, em que duas partes opostas 
devem fazer o possível para obter a 
vitória, e espera-se que, por meio 
dos esforços de ambos os lados, a 
verdade possa ser revelada. Essa 
abordagem frequentemente contra-
diz a psicologia, que usa experimen-
tos por meio de pesquisas objetivas, 
mesmo que as vezes é introduzida a 
parcialidade no processo empírico, a 
intenção é revelar uma verdade ob-
jetiva. 
O direito e a psicologia tam-
bém são diferentes, porque embora 
a psicologia seja descritiva, o direito 
é prescritivo. A psicologia descreve o 
comportamento humano, e o direito 
estipula ou prescreve a forma do 
comportamento humano. Outra di-
ferença fundamental entre os dois é 
que a psicologia é nomotética e o di-
reito é ideográfico. A psicologia foca-
liza o agregado ou as teorias amplas 
que podem ser generalizadas para 
inúmeros casos, já o direito focaliza 
umcaso individual ou um padrão es-
pecífico de fatos. Enfim, a psicologia 
é probabilística e o direito é defini-
tivo, a psicologia trata da possibili-
dade de um evento específico, ou a 
ocorrência de um evento específico 
não é um erro aleatório. Em vez 
disso, a lei tenta ser certa e direta, o 
réu é culpado ou inocente, e todas as 
evidências são aceitáveis ou inacei-
táveis (SANTANA, 2020). 
De acordo com Gomide e Staut 
Júnior (2016), certamente, todas es-
sas diferenças são artificiais até cer-
to ponto, porque são conceitualmen-
te vistas como dicotomia, e não co-
mo dimensões. Essas diferenças não 
se aplicam a todas as disciplinas em 
todos os casos, mas, em geral, são 
mais aplicáveis a uma disciplina do 
que a outra. Essas diferenças se tor-
nam o cerne do conflito entre essas 
duas disciplinas e frequentemente 
causam conflitos para psicólogos 
que optam por trabalhar dentro do 
sistema jurídico. 
 
 
 
 
 
 
 
 12 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
2. Indivíduos Psicopatas 
 
 
Fonte: Medium2 
 
onforme Peres (2018), a psico-
logia forense é um campo rela-
tivamente novo nos últimos anos e 
ganhou destaque devido às possibi-
lidades de atuação nos sistemas ju-
diciais e clínicos, especialmente no 
tratamento de transtornos de perso-
nalidade antissocial e psicopatias. A 
psicologia jurídica é uma das nome-
ações para a área da psicologia en-
volvendo questões relacionadas com 
o sistema judicial ou as práticas jurí-
dicas. De acordo com a Resolução nº 
14/00 de 20 de dezembro de 2000, 
por ser uma profissão recentemente 
reconhecida pela Conselho Federal 
de Psicologia, essa lei tem como ob-
jeto de pesquisa as consequências de 
 
2 Retirado em https://medium.com/ 
ações judiciais sobre os indivíduos. 
A história dos psicólogos jurídicos 
brasileiros começou com o reconhe-
cimento da profissão na década de 
1960. A inserção desses profissio-
nais é feita de forma gradativa e len-
ta, pois o trabalho geralmente tinha 
que ser voluntário para ser reali-
zado. 
Em consonância com o autor 
Huss (2011), é correto afirmar que, 
inicialmente, a psicologia era uma 
prática destinada a realizar exames e 
avaliações, e buscava as identifica-
ções por meio dos diagnósticos. Por-
tanto, os psicólogos da época só 
eram reconhecidos por meio de tes-
C 
 
 13 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
tes psicológicos aplicados. Na maio-
ria das vezes, os testes e diagnósticos 
psicológicos eram usados para auxi-
liar nos procedimentos de liberdade 
condicional, comutação de penas, 
perdão e até mesmo para avaliar se 
o detento pode ser libertado da pri-
são e participar da vida social nova-
mente, ou se deve continuar na pri-
são por mais tempo. Porém, na úl-
tima década, devido ao surgimento 
de novas pesquisas e novos campos 
de atuação, a demanda por psicólo-
gos na área jurídica vem crescendo. 
Algumas das práticas desenvolvidas 
se referem a: 
 Questões dos direitos da in-
fância, juventude e família 
(adoção, separação, crianças, 
adolescentes e demais mem-
bros familiares em situação de 
risco); 
 Relativas ao direito civil (inde-
nizações, danos psíquicos) e 
penal (perícia, crimes); 
 Campos de atuação que envol-
vam danos psíquicos, atendi-
mento de indivíduos ligados à 
justiça e atendimento à juízes 
e promotores. 
 
Segundo Martins, Cruz e Bei-
ras (2012), o psicólogo jurídico deve 
deixar o papel de perito ou técnico 
para buscar novas alternativas e, a 
partir daí, valorizar seu trabalho, au-
mentando assim a possibilidade de 
atuação na área jurídica. O termo 
psicologia jurídica é considerado 
mais abrangente, cobrindo mais 
possibilidades teóricas e técnicas de-
senvolvidas neste contexto. Os psi-
cólogos jurídicos trabalham princi-
palmente junto aos Juizados de Me-
nores, às Varas Cíveis e Criminais e 
às Penitenciárias, enquanto que o 
termo psicologia refere-se às ativi-
dades de especialistas, como o perfil 
psicológico de possíveis criminosos, 
a avaliação de testemunho e credibi-
lidade, a verificação de danos psico-
lógicos e outros. 
Para Brandão (2019), no Bra-
sil, o termo jurídico e forense é fre-
quentemente utilizado como um só 
conceito, este erro pode ter ocorrido 
devido à citada Resolução nº 14/00 
de 20 de dezembro de 2000, ter re-
conhecido apenas a especialidade de 
Psicologia Jurídica, como um todo. 
A psicologia forense pode ser vista 
como uma divisão ou um subcon-
junto de procedimentos forenses. 
De acordo com Santana 
(2020), em relação às áreas de atua-
ção próprias da Psicologia Forense, 
cabe ao profissional, de acordo com 
o direito criminal e civil: 
 Práticas de avaliação de risco 
no momento da sentença; 
 Inimputabilidade e responsa-
bilidade criminal; 
 Capacidade para alguém se 
submeter a julgamento; 
 Tratamento de agressores se-
xuais; 
 Guarda dos filhos; 
 
 14 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
 Responsabilidade civil; 
 Danos pessoais; 
 Indenização a trabalhadores; 
 Capacidade para tomar deci-
sões médicas. 
 
Conforme Gomide e Staut Jú-
nior (2016), sendo assim, as ativida-
des ligadas aos tribunais se resu-
mem em: 
 Exames psicológicos tanto dos 
autores do delito quanto das 
vítimas; 
 Avaliações dos períodos de de-
tenção, pós-detenção, da cre-
dibilidade do testemunho e 
dos danos psíquicos e neu-
ropsicológicos; 
 Exames das famílias em con-
flito e de menores, ou adultos, 
no caso de menores em risco; 
 Assistência às vítimas; 
 Aconselhamento; 
 Perícias e contra perícias; 
 Tratamento de delinquentes. 
 
Outra questão em psicologia 
forense envolve questões relaciona-
das aos criminosos considerados 
psicopatas. Trabalhar com essas 
pessoas é complicado porque seu re-
conhecimento e avaliação é um de-
safio no campo da psicologia. Isso 
ocorre pelo caráter manipulador dos 
psicopatas, que pode alterar os re-
sultados obtidos nas entrevistas, e 
pela falta de instrumentos para tais 
avaliações (ROVINSKI e CRUZ, 
2017). 
Em consonância com os auto-
res Peres (2018), é correto afirmar 
que, na psicopatia, como não há sin-
tomas como alucinações, delírios ou 
psicose, as pessoas não são caracte-
rizadas nem como doentes mentais, 
nem como psicóticos. Eles são co-
nhecidos por seu desprezo pelas 
obrigações sociais e pela falta de 
consideração pelos sentimentos dos 
outros. Em outras palavras, o com-
portamento do psicopata não é cau-
sado por uma mente perturbada, 
mas por uma racionalidade fria e 
calculista, são incapazes de conside-
rar os outros como seres humanos. 
Sendo assim, as principais caracte-
rísticas desses indivíduos, são: 
 Egocentrismo; 
 Frieza; 
 Insensibilidade; 
 Manipulação; 
 Transgressão de regras soci-
ais; 
 Apesar de saberem exata-
mente o que estão fazendo não 
aprendem com as experiên-
cias, por serem desprovidas de 
sentimento de empatia, culpa 
ou remorso. 
 
Segundo Huss (2011), de acor-
do com o Manual de Diagnóstico e 
Estatístico de Transtornos Mentais 
(DSM-5), a classificação de Psicopa-
tia se dá por Transtorno de Persona-
lidade Antissocial em que a caracte-
rística essencial é “um padrão global 
 
 15 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
de indiferença e violação dos direi-
tos dos outros, o qual surge na infân-
cia ou no início da adolescência e 
continua na idade adulta”. Em rela-
ção aos critérios diagnósticos, algu-
mas considerações referem-se à fal-
ta de remorso, irritabilidade e agres-
sividade psicopatas, em termos de 
comportamento legal apresentam 
fracasso em ajustar-se às normas so-
ciais, tendência a falsidade, impulsi-
vidade ou falha em fazer planos fu-
turos. Em relação às causas do 
Transtorno de Personalidade Antis-
social, fatores genéticos e ambien-
tais são apontados pelo DSM-5. 
Para Martins, Cruz e Beiras 
(2012), o escritor Hervey Cleckley, 
foium dos primeiros investigadores 
a propor um conceito claro e abran-
gente sobre a psicopatia, referindo 
que as características que definem o 
perfil clínico do psicopata são as se-
guintes: 
 Charme superficial e boa inte-
ligência; 
 Ausência de delírios e outros 
sinais de pensamento irracio-
nal; 
 Ausência de nervosismo; 
 Falsidade e falta de sinceri-
dade; 
 Ausência de remorso ou vergo-
nha; 
 Comportamento antissocial 
inadequadamente motivado; 
 Julgamento deficitário e falha 
em aprender com a experiên-
cia; 
 Egocentrismo patológico; 
 Deficiência geral nas reações 
afetivas principais; 
 Vida sexual e interpessoal tri-
vial e deficitariamente inte-
grada; 
 Fracasso em seguir um plano 
de vida. 
 
Essa série de características 
tornou-se a base para o prognóstico 
psicopatia em psicologia, por um 
longo período de tempo. Por meio 
desses conceitos, Robert Hare criou 
a primeira ferramenta para medir e 
diagnosticar psicopatia, o Psychopa-
thy Checklist (PCL), que fornece in-
formações ricas e detalhadas para 
esse transtorno de personalidade. 
No entanto, o autor da escala alertou 
que se trata de um instrumento 
complexo e que requer pesquisas ex-
tensas, acredita também que para 
fazer um diagnóstico é necessário 
um treinamento, pois a psicopatia é 
um grupo de sintomas relacionados 
e não deve ser estudada separada-
mente. Portanto, a escala PCL enu-
mera vinte características relaciona-
das aos psicopatas, e utiliza uma 
pontuação para cada sintoma listado 
para determinar um escore mínimo, 
que quando é atingido configura a 
psicopatia do indivíduo. Mais tarde, 
o próprio Hare aprimorou esse mé-
 
 16 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
todo e o tornou o PCL-R (Psychopa-
thy Checklist Revised), o método 
mais utilizado para diagnosticar psi-
copatias em todo o mundo (CAL-
ÇADA e MARQUES, 2019). 
De acordo com Rovinski e 
Cruz (2017), a avaliação dos trans-
tornos de personalidade sempre foi 
um desafio na psicologia forense, 
pela falta de ferramentas para tal 
avaliação, e também pela tendência 
à rejeição ou manipulação como 
uma das características do Trans-
torno de Personalidade Antissocial e 
dos traços psicopatas. Portanto, o 
foco está na relevância do uso de fer-
ramentas de avaliação psicológica 
para tratar pacientes com psicopa-
tias. 
Conforme Santana (2020), 
para alguns profissionais que se de-
dicam à investigação em psicologia 
forense, a psicopatia não é um trans-
torno psiquiátrico, mas um conjunto 
de padrões de comportamento, cu-
jos indicadores são chamados de 
psicopatia, originalmente defendido 
por profissionais da área como um 
termo exclusivo do campo da perí-
cia. Portanto, é um conjunto de com-
portamentos que quando presentes 
é denominado psicopatia, mas não é 
uma síndrome, não é um transtorno 
psiquiátrico, mas um padrão de 
comportamento. Para fechar o diag-
nóstico de Personalidade Antissocial 
ou psicopatia, todas as condições de-
vem ser atendidas, e pode haver al-
guns indivíduos que têm Personali-
dade Antissocial e não são psicopa-
tas, portanto a escala Hare será 
usada para fazer esta distinção. 
Em consonância com os auto-
res Gomide e Staut Júnior (2016), é 
correto afirmar que, no que se refere 
ao processo de avaliação ou reco-
nhecimento de indivíduos com ca-
racterísticas de psicopatia, é neces-
sária a realização de extensas pes-
quisas do psiquismo, utilizando tes-
tes validados e reconhecidos pelo 
Conselho Federal de Psicologia 
(CFP), incluindo testes objetivos e 
projetivos, além de técnicas de en-
trevista, com questões envolvendo 
todo o aspecto do exame psíquico, 
afirmando ainda que essa técnica é 
de fundamental importância para 
qualquer área da Psicologia. O pro-
cesso de avaliação, não pode come-
çar apenas com a avaliação direta de 
um indivíduo e a obtenção de dados, 
é um trabalho amplo, de pesquisa e 
de trabalho, onde é necessário en-
contrar outras fontes que convive-
ram ou convivem com a pessoa, e re-
alizar a análise de documentos. Por-
tanto, é uma responsabilidade que 
os padrões sejam usados exata-
mente como as pesquisas que cons-
truiu esses padrões relatam. Sempre 
tomando cuidado para não rotular 
 
 17 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
indivíduos porque esse não é o obje-
tivo. 
Segundo Peres (2018), além de 
pesquisas mais abrangentes, como 
trabalhar com pessoas que convi-
vem com essas pessoas, também é 
necessário ter um amplo conheci-
mento das ferramentas utilizadas. O 
psicólogo forense também deve ter 
muita responsabilidade e cautela, 
para que não haja julgamento sobre 
o comportamento dessas pessoas, e 
a subjetividade dos profissionais 
não prejudique todo o desenvolvi-
mento da avaliação. Para trabalhar 
com essas pessoas, além de dominar 
o conhecimento das ferramentas de 
avaliação, é necessário realizar pes-
quisas extensas e aprender as habili-
dades dos profissionais da área. Es-
ses profissionais devem deixar claro 
que essas pessoas não podem ter 
apenas uma categoria e não devem 
ser rotuladas, mas é preciso priori-
zar aqueles que são avaliados como 
psicopatas e tratá-los com respeito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 19 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
3. Avaliação e Tratamento 
 
 
Fonte: Psiqueasy3 
 
ara Huss (2011), a prática fo-
rense pode ser dividida em três 
áreas específicas: avaliação, trata-
mento e consultoria. Os primeiros 
dois campos não são exclusivos da 
psicologia forense, mas são centrais 
da prática da psicologia clínica. A 
avaliação forense envolve a avalia-
ção de indivíduos para auxiliar o tri-
bunal na solução de questões jurídi-
cas. É baseado em métodos e meios 
semelhantes à avaliação terapêutica 
geral, mas também usa alguns méto-
dos forenses específicos. A terceira 
área, de consultoria, tem mais pro-
 
3 Retirado em https://blog.psiqueasy.com.br 
babilidade de ocorrer na prática fo-
rense do que na prática clínica regu-
lar, portanto, pode não ser familiar. 
A consultoria desempenha um papel 
importante para psicólogos foren-
ses. Os psicólogos forenses geral-
mente auxiliam advogados ou tribu-
nais na compreensão de aspectos do 
comportamento humano e da saúde 
mental, que não estão diretamente 
relacionados à avaliação ou trata-
mento do indivíduo. 
Na avaliação forense, além de 
coletar dados para considerar a saú-
de mental do indivíduo, como na 
P 
 
 20 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
avaliação clínica, o foco também 
está em atender aos requisitos da 
autoridade solicitante. O método de 
avaliação forense tem perspectivas 
clínicas, na perspectiva da saúde 
mental, por meio de entrevistas, es-
truturadas, semiestruturadas e não 
estruturadas, observação, testagem, 
coleta de informações e outras técni-
cas. A diferença é que, no contexto 
forense, esses métodos são de maior 
importância porque seu significado 
está além do escopo de um diagnós-
tico preciso e pode até definir a liber-
dade humana e o bem-estar social 
(HARE, 2013). 
De acordo com Calçada e Mar-
ques (2019), o tratamento forense 
visa tratar e recuperar criminosos, 
com ou sem transtornos mentais. 
Geralmente consiste em procedi-
mentos concebidos para tratar, 
manter e monitorar pacientes exter-
nos ou para tratar de questões espe-
cíficas relacionadas aos infratores. 
Conforme Rovinski e Cruz 
(2017), a prática da psicologia foren-
se faz com que os psicólogos foren-
ses desempenhem o papel de peri-
tos. Como peritos, os psicólogos po-
dem ajudar diretamente o tribunal a 
relatar os resultados das investiga-
ções psicológicas e sua aplicação a 
questões jurídicas específicas. Mas é 
importante lembrar que os psicólo-
gos forenses prestam assessoria ao 
sistema legal, portanto, eles não vão 
substituir a autoridade no processo 
de tomadade decisão, mas sim auxi-
liá-los, atuando como se fossem con-
sultores técnicos em psicologia. 
Em consonância com o autor 
Santana (2020), é correto afirmar 
que, a Resolução CFP nº 008/2010 
estipula as responsabilidades do psi-
cólogo como especialista e assistente 
técnico no Poder Judiciário. É im-
portante que o psicólogo forense 
siga essas disposições da Resolução 
na íntegra, portanto a seguir, tem-se 
o texto na Integra da Resolução. 
“O CONSELHO FEDERAL DE 
PSICOLOGIA, no uso de suas atri-
buições legais e regimentais, que lhe 
são conferidas pela Lei no 5.766, de 
20 de dezembro de 1971; pelo Có-
digo de Ética Profissional e pela Re-
solução CFP nº 07/2003: 
 Considerando a necessidade 
de estabelecimento de parâ-
metros e diretrizes que delimi-
tem o trabalho cooperativo pa-
ra exercício profissional de 
qualidade, especificamente no 
que diz respeito à interação 
profissional entre os psicólo-
gos que atuam como peritos e 
assistentes técnicos em pro-
cessos que tratam de conflitos 
e que geram uma lide; 
 Considerando o número cres-
cente de representações refe-
rentes ao trabalho realizado 
pelo psicólogo no contexto do 
Poder Judiciário, especial-
mente na atuação enquanto 
 
 21 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
perito e assistente técnico 
frente a demandas advindas 
das questões atinentes à famí-
lia; 
 Considerando que, quando a 
prova do fato depender de co-
nhecimento técnico ou cientí-
fico, o juiz será assistido por 
perito, por ele nomeado; 
 Considerando que o psicólogo 
perito é profissional designado 
para assessorar a Justiça no li-
mite de suas atribuições e, 
portanto, deve exercer tal fun-
ção com isenção em relação às 
partes envolvidas e compro-
metimento ético para emitir 
posicionamento de sua com-
petência teórico-técnica, a 
qual subsidiará a decisão judi-
cial; 
 Considerando que os assisten-
tes técnicos são de confiança 
da parte para assessorá-la e 
garantir o direito ao contradi-
tório, não sujeitos a impedi-
mento ou suspeição legais; 
 Considerando que o psicólogo 
atuará com responsabilidade 
social, analisando crítica e his-
toricamente a realidade polí-
tica, econômica, social e cultu-
ral, conforme disposto no 
princípio fundamental III, do 
Código de Ética Profissional; 
 Considerando que o psicólogo 
considerará as relações de po-
der nos contextos em que atua 
e os impactos dessas relações 
sobre suas atividades profissi-
onais, posicionando-se de for-
ma crítica e em consonância 
com os demais princípios do 
Código de Ética Profissional, 
conforme disposto no princí-
pio fundamental VII, do Có-
digo de Ética Profissional; 
 Considerando que é dever fun-
damental do psicólogo ter, 
para com o trabalho dos psicó-
logos e de outros profissionais, 
respeito, consideração e soli-
dariedade, colaborando, quan-
do solicitado por aqueles, sal-
vo impedimento por motivo 
relevante; 
 Considerando que o psicólogo, 
no relacionamento com profis-
sionais não psicólogos com-
partilhará somente informa-
ções relevantes para qualificar 
o serviço prestado, resguar-
dando o caráter confidencial 
das comunicações, assina-
lando a responsabilidade, de 
quem as receber, de preservar 
o sigilo; CONSIDERANDO 
que a utilização de quaisquer 
meios de registro e observação 
da prática psicológica obede-
cerá às normas do Código de 
Ética do psicólogo e à legisla-
ção profissional vigente, de-
vendo o periciando ou benefi-
ciário, desde o início, ser infor-
mado; 
 Considerando que os psicólo-
gos peritos e assistentes técni-
cos deverão fundamentar sua 
intervenção em referencial 
teórico, técnico e metodológi-
co respaldados na ciência Psi-
cológica, na ética e na legisla-
ção profissional, garantindo 
 
 22 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
como princípio fundamental o 
bem-estar de todos os sujeitos 
envolvidos; 
 Considerando que é vedado ao 
psicólogo estabelecer com a 
pessoa atendida, familiar ou 
terceiro que tenha vínculo com 
o atendido, relação que possa 
interferir negativamente nos 
objetivos do serviço prestado; 
 Considerando que é vedado ao 
psicólogo ser perito, avaliador 
ou parecerista em situações 
nas quais seus vínculos pesso-
ais ou profissionais, atuais ou 
anteriores, possam afetar a 
qualidade do trabalho a ser re-
alizado ou a fidelidade aos re-
sultados da avaliação; 
 Considerando que o psicólogo 
poderá intervir na prestação 
de serviços psicológicos que 
estejam sendo efetuados por 
outro profissional, a pedido 
deste último; 
 Considerando decisão deste 
Plenário em reunião realizada 
no dia 18 de junho de 2010. 
 
Resolve: Capítulo I Realiza-
ção da Perícia 
 
Art. 1º - O Psicólogo Perito e o 
psicólogo assistente técnico devem 
evitar qualquer tipo de interferência 
durante a avaliação que possa preju-
dicar o princípio da autonomia teó-
rico-técnica e ético-profissional, e 
que possa constranger o periciando 
durante o atendimento. 
Art. 2º - O psicólogo assistente 
técnico não deve estar presente du-
rante a realização dos procedimen-
tos metodológicos que norteiam o 
atendimento do psicólogo perito e 
vice-versa, para que não haja inter-
ferência na dinâmica e qualidade do 
serviço realizado. Parágrafo Único - 
A relação entre os profissionais deve 
se pautar no respeito e colaboração, 
cada qual exercendo suas competên-
cias, podendo o assistente técnico 
formular quesitos ao psicólogo pe-
rito. 
Art. 3º - Conforme a especifi-
cidade de cada situação, o trabalho 
pericial poderá contemplar observa-
ções, entrevistas, visitas domicilia-
res e institucionais, aplicação de tes-
tes psicológicos, utilização de recur-
sos lúdicos e outros instrumentos, 
métodos e técnicas reconhecidas 
pelo Conselho Federal de Psicologia. 
Art. 4º - A realização da perícia 
exige espaço físico apropriado que 
zele pela privacidade do atendido, 
bem como pela qualidade dos recur-
sos técnicos utilizados. 
Art. 5º - O psicólogo perito po-
derá atuar em equipe multiprofissi-
onal desde que preserve sua especi-
ficidade e limite de intervenção, não 
se subordinando técnica e profissio-
nalmente a outras áreas. 
O psicólogo perito é aquele no-
meado pelo juiz para atuar no caso. 
 
 23 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
O psicólogo assistente técnico é con-
tratado pelas partes (contratação 
não obrigatória) para direcionar o 
trabalho do perito (elaborando os 
quesitos, que são “perguntas” im-
portantes para o processo) e para 
contestar (se houver necessidade) o 
laudo do perito.” 
 
Avaliação Psicológica 
 
Segundo Gomide e Staut Jú-
nior (2016), os desafios da avaliação 
psicológica forense começam com a 
disposição do indivíduo em fazê-la, 
pois normalmente, ele é forçado ju-
dicialmente a realizá-la. Os pericia-
dos distorcem e questionam delibe-
radamente a avaliação, o que coloca 
em dúvida a validade psicológica dos 
resultados obtidos. Portanto, outras 
fontes de informações são relevantes 
e que a avaliação não deve ficar res-
trita ao discurso do avaliado. 
Para Peres (2018), encontrar a 
singularidade do periciado é, sem 
dúvida, um grande desafio. A singu-
laridade de cada pessoa deve ser 
avaliada, buscando a pesquisa idio-
gráfica, um estudo aprofundado do 
ser humano com o objetivo de en-
tender mais as pessoas. Uma suges-
tão é aplicar a mesma escala para to-
dos, mas comparar os resultados 
desta escala com os resultados do 
próprio indivíduo em outras escalas. 
A este respeito, a avaliação idiográ-
fica, em oposição à comparativa, le-
vará à ênfase nas características in-
ternas de uma pessoa e no padrão e 
organização de seu comportamento 
em comparação com outras (PAU-
LINO e ALHO, 2018). 
De acordo com Hare (2013), o 
psicólogo Eysenck, no ano de 1976, 
apresenta uma visão que contradiz 
essa ideia da avaliação idiográfica, 
ele acredita que a personalidade não 
é única como indicam psicólogos 
ideográficos e, como outros autores 
já disseram, também nãoé univer-
sal. Ele propõe que a personalidade 
estaria em dimensões nas quais as 
pessoas estariam ordenadas como 
numa escala. Portanto, em termos 
de certos atributos relacionados e 
relativamente constantes, é possível 
dividir a população em grupos rela-
tivamente homogêneos. Para ele, é 
impossível ter generalizações uni-
versais, e a atenção à personalidade 
como uma variável intermediária 
pode não apenas prever o comporta-
mento com mais precisão, mas tam-
bém reduzir muito a faixa de erro 
permitida. Para o autor, há evidên-
cias confiáveis de que existem certas 
características constantes no com-
portamento humano, que podem 
então ser medidas. Mesmo assim, 
mostra claramente que a singulari-
dade da personalidade é inegável. 
 
 24 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
Conforme Calçada e Marques 
(2019), em relação a esta avaliação 
pessoal e a busca da verdade psico-
lógica, um questionamento rele-
vante é o papel das ferramentas psi-
cométricas no uso forense. Por um 
lado, é fácil para o avaliado falsificar 
os inventários, por outro lado, a va-
lidade dos Testes Projetivos de Per-
sonalidade é questionada. O uso de 
ferramentas é uma diferença posi-
tiva entre a psicologia e a avaliação 
psiquiátrica. A perícia psiquiátrica, 
constituída essencialmente por en-
trevistas no modelo clássico, pode 
deixar escapar informações necessá-
rias para uma compreensão mais 
ampla do caso, o que muitas vezes 
altera o resultado dos laudos perici-
ais. 
Em consonância com o autor 
Rovinski e Cruz (2017), é correto 
afirmar que, os Testes Projetivos ba-
seiam-se basicamente na teoria psi-
canalítica e no conceito de projeção, 
não apenas no sentido estrito de me-
canismo de defesa, mas também no 
sentido mais amplo, expressando o 
próprio comportamento por meio de 
determinadas tarefas sugeridas. 
Portanto, é necessário verificar cien-
tificamente as inferências derivadas 
dos resultados nessas tarefas, o que 
mostra que os métodos de projeção 
envolvem informações sobre o con-
junto dinâmico das funções mentais, 
embora seu contexto tenha avan-
çado em cientificidade, isso não pro-
va sua baixa confiabilidade. Os tes-
tes projetivos não exploram uma 
única variável, mas descreve um in-
divíduo com base em um esquema 
dinâmico de variáveis inter-relacio-
nadas. Sua validação, portanto, se 
refere mais a um processo científico 
de validação de hipóteses. Sendo as-
sim. O uso das técnicas de projeção 
é baseado nos dados obtidos em pes-
quisas, não apenas na impressão cri-
ada pela resposta do entrevistado ao 
teste. 
Segundo Santana (2020), du-
rante a fase de investigação policial, 
são realizadas diversas avaliações 
psicológicas forenses, principalmen-
te na avaliação de crianças e adoles-
centes, com o objetivo de verificar 
abusos físicos, psicológicos ou sexu-
ais. No campo do direito penal, o 
exame médico-legal são delimitados 
no contexto da determinação da res-
ponsabilidade penal. Por decisão do 
juiz, o psicólogo pode utilizar seu 
trabalho como avaliação comple-
mentar, principalmente nas Casas 
de Custódia e Tratamento. Na legis-
lação do Brasil, a presença de um pe-
rito é adequada para as situações em 
que os fatos demonstraram depen-
der do conhecimento técnico-cientí-
fico de profissionais de nível supe-
rior e integram o conselho de classe, 
 
 25 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
portanto, o exercício profissional do 
psicólogo está legalizado. 
Para autores como Gomide e 
Staut Júnior (2016), a questão ini-
cial da interface entre o direito e a ci-
ência será como interpretar os fatos 
e reconstruir a verdade. Porém, se o 
profissional não conseguir se distan-
ciar do sujeito periciado e de seu 
contexto, tenderá a estabelecer uma 
tendência para suas próprias verda-
des, e seguirá o processo para buscar 
a confirmação de suas crenças. Por-
tanto, o chamado viés confirmató-
rio, surge devido a uma tendência 
dos entrevistadores de apenas bus-
car e estimar informações que sejam 
consistentes com suas hipóteses, ao 
invés de investigar todos os fatos ob-
jetivamente. O viés confirmatório 
existe em quase todas as situações 
em que se busca informações e, na 
maioria dos casos, a hipótese apre-
sentada é suficiente. O problema é 
quando esse viés é baseado em cren-
ças ou suposições, porque tendem a 
sugerir informações falsas. O viés 
confirmatório opera automatica-
mente e o indivíduo não se dá conta 
do que aconteceu. 
A maioria das pessoas não está 
acostumada a descrever em detalhes 
as situações que vivenciam. Portan-
to, o uso indevido de técnicas na co-
leta de informações, contidas na me-
mória de testemunhas pode causar 
problemas com a qualidade do de-
poimento. Há evidências científicas 
de que a postura do entrevistador, e 
suas crenças e suposições sobre o 
evento sob investigação, afetaram 
muito o comportamento da teste-
munha, o que pode levar a distor-
ções no depoimento. Na maioria dos 
casos, crianças que testemunham 
estão envolvidas em situações de vi-
olência, e seus relatos versaram so-
bre situações traumáticas. Na au-
sência de outras evidências, o relato 
de uma criança geralmente se torna 
a única evidência em um processo 
criminal. O impacto do estresse nas 
crianças vítimas de abuso sexual 
nem sempre é perceptível na infân-
cia, e só pode ser observado na idade 
adulta. Sendo assim, embora certos 
sintomas tenham sido encontrados 
em crianças, embora isso possa indi-
car uma relação com uma condição 
traumática, ainda é insuficiente para 
fornecer evidências de uma situação 
específica de emergência em relação 
a uma situação de violência estabe-
lecida (SERAFIM e SAFFI, 2018). 
De acordo com Paulino e Alho 
(2018), infelizmente, outro fenôme-
no muito comum que ocorre nas va-
ras de família, são os Laudos Psico-
lógicos que indicam que existe abuso 
sexual de crianças e adolescentes. 
Normalmente, eles aparecem repen-
tinamente no contexto de separação 
 
 26 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
do casamento, onde há disputas ou 
mudanças na guarda, regulamenta-
ção de visitas e até mesmo no caso 
de revisão de pensão alimentícia. 
Geralmente, são emitidos documen-
tos sem qualquer cientificidade, com 
base na fala de uma das partes, sem 
que o outro lado da história seja ou-
vido e avaliado. Em muitos casos, ju-
ízes ou o Ministério Público se pro-
nunciam pelo afastamento liminar 
do suposto agressor, há relatos de 
pais que ficam sem ver os seus filhos 
por anos, isso quando não tramita 
em julgado a perda do Poder Fami-
liar sem qualquer prova técnica vá-
lida. 
Conforme Hare (2013), por 
muito tempo, a avaliação psicológica 
tem sido fonte de críticas ao seu pro-
cedimento e resultados. Em qual-
quer caso, haverá consequências 
para os envolvidos, direta ou indire-
tamente, na avaliação propriamente 
dita, sendo assim, é importante ob-
servar que não há hierarquia entre 
os diferentes propósitos de avalia-
ção. Seja qual for o contexto, a res-
ponsabilidade é grande, e certa-
mente tem sido subestimada por 
quem avalia. Embora muitos cursos 
de psicologia estejam investindo 
cada vez mais na formação dos alu-
nos, ainda há formação insuficiente 
de professores para avaliação psico-
lógica na área forense. 
Em consonância com os auto-
res Calçada e Marques (2019), é cor-
reto afirmar que, a memória não é 
um produto cognitivo puro, inde-
pendentemente do contexto em que 
a pessoa é chamada a lembrar de al-
gum evento. Além do ambiente físi-
co, a maneira como a criança é ques-
tionada e a forma como a entrevista 
é conduzida, também podem ser de-
terminantes para a qualidade da me-
mória seu relato. Pesquisas sobre 
denúncias de abuso sexual e violên-
cia podem indicar uma boa memória 
para esses eventos, mas com o tem-
po, as informações relacionadas às 
entrevistas investigativas podem fi-
car comprometidas.Pois, crianças 
pequenas são muito sugestionáveis, 
e essas sugestões podem ser provo-
cadas pelo entrevistador, intencio-
nalmente ou não. Daí decorre Lau-
dos Psicológicos que poderão gerar 
as falsas acusações e consequências 
desastrosas. 
Segundo Rovinski e Cruz 
(2017), muitas vezes, as avaliações 
psicológicas no contexto da Perícia 
Psicológica são repletas de conteúdo 
moral e com duvidosas doses de ci-
entificidade. Posto isto, parece que 
ainda há um bom caminho a percor-
rer para sensibilizar os profissionais 
envolvidos no processo de avaliação 
psicológica, incluindo alunos e pro-
fessores. 
 
27 
 
 
 
 28 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
4. Práticas Restaurativas 
 
 
Fonte: Medium4 
 
ara Santana (2020), há um no-
vo movimento jurídico deno-
minado justiça restaurativa, que co-
meçou na década de 1970, e ocupa 
uma posição vital no monopólio es-
tatal da justiça criminal, no qual o 
poder de decisão está concentrado 
nos operadores legais, juízes, pro-
motor e ministério público e/ou re-
presentantes do Estado. Em 1977, o 
pesquisador e psicólogo americano 
Albert Eglash usou o termo “justiça 
restaurativa” pela primeira vez em 
 
4 Retirado em https://medium.com/ 
seu livro intitulado Beyond Return: 
Creative Return. Embora “Justiça 
Restaurativa” seja predominante, 
outros títulos também são usados: 
“Justiça Transformadora “ou 
“Transformativa”, “Justiça Relacio-
nal”, “Justiça Restaurativa Comu-
nal”, “Justiça Restauradora”, “Justi-
ça Recuperativa” ou “Justiça Partici-
pativa”. 
Em um contexto mais apro-
fundado, no que diz respeito às raí-
zes das práticas restaurativas, al-
P 
 
 29 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
guns estudos têm apontado que elas 
se tornaram atuações sociais nos 
povos coloniais da África, Nova 
Zelândia, Áustria, América do Norte 
e do Sul e sociedades pré-estatais na 
Europa. A justiça restaurativa tem 
suas raízes nas tribos indígenas 
norte-americanas, que originalmen-
te imigraram das regiões do norte no 
século XVI e mais tarde se tornaram 
pastores e caçadores. Os membros 
Navajo explicavam que algumas 
pessoas não percebiam um grau de 
parentesco nos seus semelhantes, o 
que causava danos a outros, isso por 
estarem desengajadas socialmente 
como uma desumanização do outro. 
Para corrigir esta situação devasta-
dora e ajudar as pessoas afetadas a 
encontrar uma maneira de se curar e 
se recuperar, o povo Navajo chama-
va os parentes responsáveis pelo cri-
minoso, para ajudá-lo a se conectar 
com sua comunidade pela primeira 
vez. Portanto, esses procedimentos 
permitiam que os responsáveis pelo 
dano, trabalharem seus pensamen-
tos confusos ou fazer “fuzzy thin-
king”, uma expressão usada pelo ex-
chefe de Justiça da corte da Navajo 
Nation, para reconhecer os danos à 
comunidade e às pessoas afetadas, e 
os meios de repará-los levando em 
conta as necessidades da vítima da 
forma mais ampla possível. O pro-
cesso de apaziguamento do povo 
Navajo é uma conquista notável da 
justiça restaurativa porque envolve a 
comunidade na restauração do bem-
estar e no atendimento das necessi-
dades de todas as pessoas e grupos 
(ANTUNES e ROCHA, 2018). 
De acordo com Serafim e Saffi 
(2018), em muitas comunidades, 
punir os culpados é uma verdadeira 
obsessão social, e para isso, a justiça 
deve se basear na intimidação de 
culpados ou candidatos em poten-
cial, saciando assim o desejo de vin-
gança. Embora a aplicação das san-
ções seja muito rígida, a realidade 
mostra que a taxa de reincidência de 
crimes ainda é elevada, mesmo 
quando são impostas punições seve-
ras, o que permite que as pessoas 
entendam que esta não é a forma 
mais eficaz de evitar novos crimes. 
Os modelos punitivos da justiça 
tradicional apenas cumprem com o 
controle, e tem se mostrado uma 
prática ultrapassada, pois hoje a 
punição deve ser adaptada aos no-
vos tempos. Há um grande descré-
dito na esperança depositada em 
cumprir pena na prisão, como a úni-
ca forma de controle social formal, e 
o sistema punitivo atual está falido 
em termos de medidas retributivas e 
preventivas. 
Conforme Paulino e Alho 
(2018), o sistema de penalidades 
atual não ajuda a eliminar atos cri-
minosos ou reincidentes. Na prática, 
apenas a lei pode ser usada como 
 
 30 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
forma de prevenção geral, pois a 
pena representa apenas a atuação do 
poder do Estado, comportamento 
que não só causa dor e sofrimento 
físico e mental aos presidiários, mas 
também prejudica a socialização e a 
afetividade. Hoje, a punição não po-
de ser vista como uma resposta pura 
e simples ao comportamento crimi-
noso. Da mesma forma, não se pode 
ignorar que os presos voltarão à 
comunidade um dia, e talvez estejam 
piores do que antes. 
Em consonância com o autor 
Hare (2013), é correto afirmar que, 
quando as pessoas são excluídas da 
comunidade, elas não têm motivo 
para se preocupar sobre como suas 
ações afetarão a si mesmas e aos 
outros. A sentença penal condenató-
ria tem o direito de produzir efeitos 
sobre terceiros, que entendem que a 
revisão e o julgamento de casos 
específicos são normativos. Ainda 
assim, nem sempre é uma sentença 
justa, e apesar de cumprir a sua efe-
tividade promovendo inclusive uma 
sensação de controle da impunida-
de, o que é utópico. 
Segundo Calçada e Marques 
(2019), a justiça restaurativa enfati-
za as relações sociais e a reposição 
da vida em comunidade, e levanta 
algumas questões sobre a eficácia de 
tais intervenções que são focadas 
apenas no indivíduo. Críticas ao sis-
tema tradicional de Justiça Penal 
não faltam, pois é um sistema que 
dificilmente estimula o ofensor a 
compreender as consequências de 
seus atos ou desenvolver empatia 
em relação à vítima. Além disso, 
nesse mesmo sistema tradicional, o 
réu não está disposto a assumir suas 
responsabilidades, o que o faz se 
sentir mais alienado da sociedade ao 
passar por todo o processo penal e 
experiência prisional. 
Para Rovinski e Cruz (2017), a 
diferença está na abordagem entre a 
Justiça Restaurativa e a tradicional, 
pois esta última centraliza-se na 
punição e nas consideradas questões 
legais. Já para a Justiça Restaurativa 
a preocupação se estende às ques-
tões psicológicas e comportamen-
tais. Portanto, pode-se perceber que 
a justiça restaurativa se destaca por 
ser um sistema de reintegração que 
se preocupa com os envolvidos e os 
relacionamentos. Portanto, a res-
ponsabilidade reside na análise das 
violações, de forma a inspirar o cri-
minoso a compreender o impacto de 
seu comportamento e os danos cau-
sados, ajudando-o a estabelecer um 
mecanismo para que ele tome me-
didas para corrigir o comportamen-
to criminoso, no que for possível. 
De acordo com a Resolução 
12/2002 do Conselho Social e Eco-
nômico da Organização das Nações 
Unidas, a justiça restaurativa busca 
reintegrar o agressor à sociedade, ao 
 
 31 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
invés de simplesmente impor penas 
punitivas. De acordo com este do-
cumento, processos restaurativos 
devem ser entendidos como quais-
quer procedimentos que envolvam a 
vítima, o agressor ou membros da 
comunidade afetados pelo crime, 
para decidir ativamente e resolver 
questões que o conflito causou, é 
com a ajuda de um facilitador (FIO-
RELLI e MANGINI, 2019). 
De acordo com Antunes e 
Rocha (2018), a Justiça Restaurativa 
pode ser definida a partir de três 
referenciais distintos: 
 A definição funcional que des-
creve o processo restaurativo 
em si; 
 Conjunto de crenças e valores 
sobre a resolução de situações 
de conflito e violência e, conse-
quentemente, a reparação de 
danos decorrentes do conflito; 
 A base no caráter transforma-
tivo que se desenvolve tanto 
em nível pessoal como insti-
tucional.Conforme Serafim e Saffi 
(2018), a justiça restaurativa reco-
menda o fortalecimento do papel da 
comunidade na promoção da segu-
rança, políticas de compensação e 
aumento do senso coletivo de força, 
e recomenda o estabelecimento da 
paz por meio de ações específicas de 
compensação pelas consequências 
do crime. Com base nesta realidade, 
a aplicação da justiça restaurativa 
foi ajustada como forma alternativa 
de resolução de conflitos, fortalecen-
do a cultura de paz e buscando a 
igualdade nos chamados atos ilícitos 
envolvendo a participação de todas 
as partes e comunidades. 
Em consonância com os auto-
res Paulino e Alho (2018), é correto 
afirmar que, as orientações da justi-
ça restaurativa têm a justiça como o 
maior valor e apontam as dimensões 
que podem criar ações de reequilí-
brio social nas quais as necessidades 
de todos os envolvidos sejam atendi-
das. Os princípios básicos que regem 
a justiça restaurativa alcançam os 
seguintes objetivos: suprimir dispu-
tas conflitantes, promover o diálogo, 
respeito, empatia, tolerância, inclu-
são, integração, responsabilidade 
coletiva e restaurar os laços. 
Segundo Hare (2013), a volun-
tariedade é um dos princípios que 
regem a justiça restaurativa e depen-
de da comunidade e se as partes 
envolvidas no conflito estão dispos-
tas a participar na resolução do 
conflito. A verdade, a justiça e a 
reparação são os pré-requisitos bási-
cos para a justiça restaurativa, des-
tacando a necessidade de tratar a 
vítima como protagonista do crime. 
Para Calçada e Marques 
(2019), a justiça criminal deve se 
tornar humanitária, mediadora, re-
paradora e compensatória, para 
 
 32 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
conseguir um diálogo de reconcilia-
ção entre o agressor e a vítima. A 
justiça restaurativa é um processo 
que busca reunir os envolvidos em 
um crime, vítimas, criminosos e ou-
tras pessoas ou membros da comu-
nidade para participarem ativamen-
te do processo de mitigação de 
conflitos. 
Existem várias práticas restau-
rativas, como mediação, reuniões 
familiares, círculos restaurativos e 
outras práticas destinadas a se adap-
tar ao tipo de realidade e às neces-
sidades do local de aplicação. A apli-
cação da justiça restaurativa deve 
ser formalmente reconhecida no sis-
tema judicial nacional e ter normas 
e regras aplicáveis a ela. A Resolução 
12/2002 do Conselho Social e Eco-
nômico da ONU aponta a mediação, 
conciliação, a celebração de conver-
sas (conferencing) e as reuniões pa-
ra decidir a sanção (sentencing cir-
cles), como procedimentos restaura-
tivos (BRANDÃO, 2019). 
De acordo com Fiorelli e Man-
gini (2019), a característica essencial 
da prática da justiça restaurativa é 
que o infrator deve admitir que é o 
responsável pelo crime, além disso, 
esses métodos são limitados às par-
tes que participam voluntariamente 
do processo restaurativo. O método 
que envolve a vítima e o agressor, 
permite ao agressor compreender o 
impacto do crime para a vítima, e 
responsabilizá-lo pelos danos causa-
dos pela situação. Esse encontro dá 
a vítima e ao agressor a oportuni-
dade de desenvolver um plano para 
lidar com os conflitos e os danos. 
 
Encontro entre Vítima e 
Infrator 
 
Conforme Antunes e Rocha 
(2018), antes do encontro entre a 
"vítima e o agressor", as duas partes 
são trabalhadas separadamente e, 
havendo consentimento, depois se 
prossegue para o processo restau-
rativo. Depois disso, a vítima e o 
agressor são colocados cara a cara, 
para participar de uma reunião ou 
diálogo promovido por um facilita-
dor treinado que pode orientar o 
momento de forma equilibrada. As 
pessoas envolvidas são incentivadas 
a explorar fatos, sentimentos e solu-
ções, e a contar suas histórias, fazer 
perguntas, expressar seus sentimen-
tos e se esforçar para chegar a uma 
decisão consensual. 
Em consonância com os auto-
res Serafim e Saffi (2018), é correto 
afirmar que, em todos os modelos e 
métodos, a participação da vítima 
deve ser totalmente voluntária. No 
entanto, nesta reunião, é necessário 
que o infrator reconheça a sua res-
ponsabilidade em certa medida para 
que seja possível chegar finalmente 
a um acordo para a devolução dos 
 
 33 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
bens. Além de compensação e res-
posta, as vítimas também precisam 
da oportunidade de expressar e vali-
dar suas emoções, como raiva, medo 
e sofrimento. O sofrimento da víti-
ma faz parte do delito, porque é uma 
resposta natural do ser humano ao 
crime, a vítima precisa ter a oportu-
nidade de falar sobre os seus senti-
mentos para permitir que o ofensor 
confirme e reconheça esses senti-
mentos. 
 
Conferência de Família ou 
Grupo Comunitário 
 
Segundo Paulino e Alho 
(2018), a forma de diálogo desse 
processo envolve diretamente a pre-
sença de um coordenador, do agres-
sor, da família do agressor, da víti-
ma, de seus apoiadores e de mem-
bros da comunidade, e geralmente 
envolve também o sistema de justiça 
juvenil. O objetivo da conferência é 
dar à vítima a chance de ter uma 
resposta, falando sobre o impacto do 
dano que sofreu, de modo que o 
agressor esteja ciente do impacto de 
suas ações como uma oportunidade 
de assumir a responsabilidade. Por-
tanto, espera-se que o agressor se 
comprometa com o sistema de apoio 
da conferência de família ou do 
grupo comunitário. A conferência é 
uma adaptação do costume tradicio-
nal da comunidade Maori na Nova 
Zelândia, ou seja, reuniões de gru-
pos familiares, que fazem parte do 
sistema oficial de justiça juvenil. 
 
Tratado de Paz ou Círculos de 
Sentença 
 
Para Hare (2013), nos círculos 
da construção da paz e da justiça 
restaurativa, as pessoas tendem a 
compartilhar suas histórias de dor e 
erro, com o intuito de deixar para 
trás a camada protetora e se expor 
como seres humanos frágeis. Os 
mandamentos básicos que gover-
nam a justiça restaurativa alcançam 
o objetivo de resolver litígios confli-
tuosos promovendo o diálogo, res-
peito, empatia, tolerância, inclusão, 
integração, um senso de responsa-
bilidade para com todos e restaura-
ção dos laços. Os círculos restaura-
tivos podem atingir esse objetivo e 
permitir um maior grau de intera-
ção, pois pode revelar a identidade 
dos participantes por meio de dis-
cursos que revelam suas identidades 
pessoais e únicas. 
O círculo restaurativo é defini-
do como um método diferenciado de 
resolução de situações divergentes, 
que prioriza a autonomia das partes 
em conflito. O processo restaurativo 
consiste em reuniões interconecta-
das e organizadas, na perspectiva do 
aprendizado e da convivência futu-
ra, para ajudar os envolvidos a tro-
 
 34 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
car experiências negativas de confli-
to por uma experiência com possibi-
lidade de transformação, com pers-
pectiva de aprendizado e convivên-
cia futura (MARTINS, CRUZ e BEI-
RAS, 2012). 
De acordo com Brandão 
(2019), as metas de círculos restau-
rativos incluem: 
 Promover a cura de todas as 
partes afetadas; 
 Dar a oportunidade para o 
ofensor de assumir o impacto 
do seu ato; 
 Dar às vítimas, aos infratores, 
aos familiares e às comunida-
des uma voz e responsabili-
dade compartilhada na busca 
de resoluções construtivas, 
abordando causas do compor-
tamento criminoso e cons-
truindo um senso de comuni-
dade em torno de valores co-
munitários compartilhados. 
 
Metodologia da Comunicação 
Não Violenta 
 
Conforme Fiorelli e Mangini 
(2019), em princípio, a abordagem 
da justiça restaurativa da comuni-
cação não violenta deve ser baseada 
na escuta empática, na ausência de 
julgamento para legitimar, e promo-
ver a autonomia dos envolvidos. Seu 
principal objetivo é levar todos os 
envolvidos na transição da violência 
para a paz, ou seja, chegar a uma 
solução possível e desejada por to-
dos. Para a aplicaçãodesse método, 
em primeiro lugar, os círculos res-
taurativos são definidos como uma 
forma diferenciada de resolver si-
tuações divergentes, que prioriza a 
autonomia das partes em conflito. 
Na prática, os círculos restaurativos 
promovem a união de todos com o 
foco se chegar a um consenso, repa-
rando perdas, atendendo às necessi-
dades identificadas e responsabili-
zação coletiva. 
Em consonância com os 
autores Antunes e Rocha (2018), é 
correto afirmar que, é importante 
ressaltar que todos os participantes 
são convidados a participar e sem-
pre enfatizar que o ato é facultativo 
e voluntário. O processo visa a 
mudança, geralmente a resposta 
inicial dos envolvidos é a descon-
fiança e resistência às mudanças de 
paradigma, pois o sistema judiciá-
rio, as escolas e as redes de apoio 
ainda estão enraizadas no sistema 
que julga, culpa e segrega. 
 
Reconciliação e Perdão 
 
Segundo Serafim e Saffi 
(2018), o perdão não envolve neces-
sariamente a reconciliação, pois está 
intimamente relacionado com emo-
ções de raiva e ressentimento. O per-
dão é mais do que apenas aceitar ou 
tolerar a injustiça, porque ele exige 
cessar a raiva e a insatisfação dire-
 
 35 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
cionada para o ofensor, para o bem 
de si mesmo e dos outros. Perdoar 
não é um ato fácil, pois esse senti-
mento está relacionado à saúde do 
indivíduo, pois as emoções negati-
vas associadas ao alívio positivo da 
raiva e da vingança irão se alternar. 
Para Paulino e Alho (2018), a 
prática da justiça restaurativa não 
tem como objetivo principal o per-
dão ou a reconciliação. Algumas víti-
mas e seus defensores reagem nega-
tivamente à justiça restaurativa por-
que acreditam que o propósito dessa 
técnica é inspirar ou mesmo forçar a 
vítima a perdoar ou se reconciliar 
com o agressor. Embora perdão e 
reconciliação não sejam os objetivos 
principais da justiça restaurativa, no 
contexto desta técnica, um ou ambos 
podem ocorrer. No entanto, a per-
sonalidade de todos deve ser respei-
tada e o perdão ou a reconciliação 
não devem ser forçados ou pressio-
nados. 
 
36 
 
 36 
37 
 
 
PSICOLOGIA FORENSE NO SISTEMA PENAL 
37 
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