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Monografia - Paula Juliana Nascimento - Arquivo Final

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE 
FACULDADE DE EDUCAÇÃO 
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO 
CURSO DE PEDAGOGIA 
 
 
 
PAULA JULIANA DO NASCIMENTO CARLOS PEREIRA 
 
 
 
 
 
RELAÇÕES ENTRE A EDUCAÇÃO E A COVID-19: UM OLHAR SOBRE O 
ACESSO ÀS TECNOLOGIAS DIGITAIS EM PERÍODO PANDÊMICO NO 
CURSO DE PEDAGOGIA DA UERN/CAMPUS CENTRAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MOSSORÓ – RN 
2022 
 
 
PAULA JULIANA DO NASCIMENTO CARLOS PEREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELAÇÕES ENTRE A EDUCAÇÃO E A COVID-19: UM OLHAR SOBRE O 
ACESSO ÀS TECNOLOGIAS DIGITAIS EM PERÍODO PANDÊMICO NO 
CURSO DE PEDAGOGIA DA UERN/CAMPUS CENTRAL 
 
Monografia apresentada à Universidade do 
Estado do Rio Grande do Norte – UERN, 
Campus Central, como requisito para a 
conclusão da graduação no curso de 
licenciatura em Pedagogia, visando o título 
de pedagoga. 
Orientadora: Profa. Dra. Regina Santos 
Young 
Co-Orientador: Prof. Me Jônatas Andrade 
de Oliveira 
 
 
 
 
MOSSORÓ – RN 
2022 
RELAÇÕES ENTRE A EDUCAÇÃO E A COVID-19: UM OLHAR SOBRE O 
ACESSO ÀS TECNOLOGIAS DIGITAIS EM PERÍODO PANDÊMICO NO 
CURSO DE PEDAGOGIA DA UERN/CAMPUS CENTRAL 
 
 
Monografia apresentada à 
Universidade do Estado do Rio 
Grande do Norte – UERN, Campus 
Central, como requisito para a 
conclusão da graduação no curso de 
licenciatura em Pedagogia, visando 
o título de pedagoga. 
 
 
Aprovada em: / / . 
 
 
 
Banca examinadora 
 
 
 
 
Profª. Drª Regina Santos Young (ORIENTADORA) 
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) 
 
 
Prof. Me Jônatas Andrade de Oliveira (CO-ORIENTADOR) 
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) 
 
 
Prof.ª. Me. Helen Flávia de Lima 
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) 
 
 
Prof. Me Manoel Fábio Rodrigues 
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À minha avó, Estelita Ferreira de 
Lima (in memoriam). 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Creio que o processo de amadurecimento dos indivíduos passa por 
longas bifurcações durante a trajetória da vida. Nesse processo, cruzamos com 
pessoas que nos fazem atingir nosso potencial máximo, nos tornando capazes 
de realizar feitos inimagináveis. Desde cedo, escolhi por admiração à várias 
professoras as quais tive o prazer de ser auxiliada em meu processo formativo, 
aventurar-me nas estradas da área da educação. Assim, coloco minha fiel 
gratidão primeiramente às professoras Alcineide Rocha e Lucília Firmino, que 
em diversos momentos proferiram “Você vai ser professora!” e acompanharam 
meu percurso durante a educação básica. 
Não posso deixar de nomear o professor Davi Tintino e a professora Maria 
Luíza Lopes, que através de muitos ensinamentos no Instituto Federal de 
Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – Campus Mossoró, 
não me deixaram desistir de seguir a carreira pela qual nutri expectativas. Abro 
espaço ainda para agradecer à minha orientadora Regina Young, que com sua 
paciência e doçura abraçou todas as minhas ideias, por vezes repentinas, me 
incentivando a continuar traçando os meus objetivos da melhor forma. Agradeço 
também ao meu co-orientador, Jônatas Andrade que com seu comprometimento 
abriu-me os olhos e mente para enxergar possibilidades onde eu não via, me 
tirando do desespero e colocando-me nos trilhos dando alguns (talvez muitos) 
‘empurrões’ ao longo deste percurso. Em especial e não menos importante, a 
professora Helen Lima que com sua amorosidade e dedicação despertou em 
mim novamente a vontade de ensinar. 
Ademais, agradeço à minha equipe do coração, a Comissão de 
Comunicação da Faculdade de Educação - COMFE, bem como às minhas fieis 
confidentes e queridas amigas, Fernanda Sheila, Juana Terumi e Yasmin 
Stefany, por apoiar minhas decisões e contribuir de forma imensurável com meu 
crescimento pessoal e acadêmico. Cito também Elizabeth Alves e Sâmila 
Paloma, minhas almas gêmeas de ensino médio que o curso de Pedagogia 
proporcionou estreitamento, por todo apoio e compreensão nos momentos 
difíceis ao longo da caminhada. 
 
 
Agradeço à minha família, à minha avó Estelita (in memoriam), em 
especial minha mãe Francinaide que dedicou/dedica seu amor integral às três 
filhas e que abdicou de muitas oportunidades para me proporcionar a educação 
que tenho hoje. Meu pai Osman que não deixou faltar incentivo, por vezes 
determinante para a continuidade de minha caminhada. Minhas irmãs Vanessa 
e Victória pelas palavras e ações de suporte. Agradeço ao meu amigo e amor 
Lucas Agostinho pelas longas conversas sobre minhas angústias, frustrações, 
vitórias e derrotas, bem como incentivo e apoio durante esse percurso. 
Ainda, agradeço aos estudantes que participaram desta pesquisa, 
contribuindo grandemente com suas vivências. Agradeço a Universidade do 
Estado do Rio Grande do Norte – UERN e a Faculdade de Educação – 
FE/UERN, bem como todas(os) as(os) professoras(es) vinculadas(os) ao 
Departamento de Educação por fazer parte da minha vida e contribuir com o 
incentivo à educação pública, gratuita e de qualidade para todas e todos. 
Agradeço também a Deus que em sua completa mansidão me fez capaz 
de chegar até aqui e que colocou todas as pessoas citadas, e as que direta ou 
indiretamente contribuíram, em minha vida. Votos de gratidão! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Eu imagino ‘cansado’ como a 
sociedade pentecostal recebe o 
espírito, através do banco. A 
inspiração do cansaço diz menos o 
que se deve fazer do que aquilo que 
pode ser deixado de lado”. O 
‘cansado’ habilita o homem para uma 
serenidade e abandono especial, 
para um não fazer sereno.” (HAN, 
2015, p. 39). 
 
 
RESUMO 
A presente pesquisa busca abrir caminhos para o entendimento sobre os 
principais efeitos da pandemia da COVID-19 no processo de ensino-
aprendizagem evidenciados pelas(os) alunas(os) da FE/UERN durante o 
período do Ensino Remoto Emergencial (ERE). Nesse entendimento, nosso 
objetivo se concentra em compreender os efeitos da pandemia COVID-19 diante 
do contexto das aulas remotas nas e nos alunos da Faculdade de Educação da 
UERN. Assim, este escrito utilizou como referencial teórico obras que trazem a 
reflexão para o olhar crítico-reflexivo sobre a educação e que conversam com o 
uso de tecnologias e ferramentas tecnológicas. A metodologia se organiza em 
uma pesquisa bibliográfica e documental, de cunho qualitativo. Portanto, foram 
utilizados dois elementos estruturantes, a roda de conversa intitulada: ‘Efeitos da 
pandemia da COVID-19 diante do contexto das aulas remotas nas alunas e 
alunos da Faculdade de Educação da UERN.’ e o Relatório de Avaliação Interna 
– Semestral – 2020.1 do curso de Pedagogia – Campus Mossoró/RN (Semestre 
Remoto). Os sujeitos da pesquisa foram as e os estudantes do curso de 
Pedagogia da FE. Diante do contexto, os resultados demonstraram que a 
realidade acadêmica decorrente da pandemia da COVID-19 apresentou-se 
desafiadora em muitas perspectivas. Ao passo que as e os estudantes 
encontraram suporte no uso de tecnologias no ambiente acadêmico, 
enfrentaram situações de desgaste físico e emocional, provenientes da situação 
pandêmica. Em vista disso, identificamos em suas falas as expectativas para um 
possível futuro pós pandêmico regado à empatia e de uma educação voltada 
para o olhar crítico e libertador. 
Palavras-chave: pandemia da COVID-19; tecnologias digitais; Ensino Remoto 
Emergencial. 
 
 
ABSTRACT 
The present research seeks to open paths for understanding the main effects of 
the COVID-19 pandemic on the teaching-learning process evidenced by the 
students of FE/UERN during the period of Emergency Remote Learning (ERL). 
With this understanding, our objective focuses on understanding the effects of 
the COVID-19 pandemic in the context of remote classes and on the students of 
the Faculty ofEducation of UERN. Thus, this writing is used as theoretical 
reference works that bring reflection to the critical-reflective look at education and 
that talk about the use of technologies and technological tools. The methodology 
is organized in bibliographic and documental research of qualitative nature. 
Therefore, two structuring elements were used, the conversation circle entitled: 
‘Effects of the COVID-19 pandemic in the context of remote classes on the 
students of the Faculty of Education of UERN.’ and the Internal Evaluation Report 
- Semester - 2020.1 of the Pedagogy course - Mossoró/RN Campus (Remote 
Semester). The research subjects were the students of the Pedagogy course of 
the FE. In the face of the context, the results showed that the academic reality 
resulting from the pandemic of COVID-19 presented itself as challenging from 
many perspectives. While the students found support in the use of technologies 
in the academic environment, they faced situations of physical and emotional 
exhaustion, arising from the pandemic situation. In view of this, we identified in 
their speeches expectations for a possible post-pandemic future with empathy 
and education, focused on a critical and liberating look. 
Keywords: pandemic of COVID-19; digital technologies; Emergency Remote 
Learning. 
 
 
 
RESUMEN 
La presente investigación tiene por objeto abrir caminos para el entendimiento 
acerca de los principales efectos de la pandemia de COVID-19 en el proceso de 
enseñanza-aprendizaje evidenciado por los alumnos de la FE/UERN durante el 
periodo de la Enseñanza Remota de Emergencia (ERT). En este sentido, nuestro 
objetivo se centra en comprender los efectos de la pandemia COVID-19 en el 
contexto de las clases remotas en los estudiantes de la Facultad de Educación - 
UERN. Así, este documento has utilizado como referencial teórico obras que 
traen una reflexión para una visión crítica y reflexiva sobre la educación y suya 
relación con el uso de tecnologías y herramientas tecnológicas. La metodología 
organizase en una pesquisa bibliográfica y documental cualitativa. Luego, fueran 
utilizados dos elementos estructurantes, el circulo de conversación con el título: 
“Efectos de la pandemia de COVID-19 en el contexto de las clases remotas en 
los estudiantes de la Facultad de Educación - UERN.” y la Relatoría de 
Avaluación Interna – Semestral – 2021.1 del curso de Pedagogía – Campus 
Mossoró/RN (Semestre Remoto). Las personas de la pesquisa fueranlos 
estudiantes del curso de Pedagogía de la FE. En este ámbito, los resultados 
demostraron que la realidad académica debido la pandemia de COVID-19 ha 
presentado desafiadora en muchas perspectivas. Mientras los estudiantes 
encuentran suporte en el uso de tecnologías en el ambiente académico, 
enfrentaron situaciones de desgate físico y emocional oriundos de la situación 
pandémica. Así, identificamos en sus declaraciones las expectativas para un 
futuro tras la pandemia, construido con empatía y una educación dirigida para un 
mirar crítico y libertador. 
Palabras clave: pandemia de COVID-19; tecnologías digitales; Enseñanza 
Remota de Emergencia. 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
Figura 1 – Momento da roda de conversa.........................................................21 
Figura 2 – Momento da roda de conversa.........................................................21 
Quadro 1 – Perguntas realizadas aos estudantes do curso de pedagogia 
presente no relatório de Avaliação Interna (2020) ............................................24 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
COSE/FE Comissão Setorial de Avaliação da FE 
COVID-19 Corona Vírus Disease – 2019 
EAD Educação a Distância 
ERE Ensino Remoto Emergencial 
FE Faculdade de Educação 
MEC Ministério da Educação 
OMS Organização Mundial da Saúde 
PRAE Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis 
PRO-UERN Programa de Fomento às Ações de Assistência à 
Permanência Estudantil no Âmbito da Uern 
UERN Universidade do Estado do Rio Grande do Norte 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 13 
ETIMOLOGIAS E CONTEXTOS: PRIMEIROS ESCLARECIMENTOS ......................... 13 
2. CAMINHOS METODOLÓGICOS: UMA CONVERSA COM OS AUTORES DE 
SUAS HISTÓRIAS ................................................................................................................... 18 
2.1. Acesso às ferramentas tecnológicas na Faculdade de Educação ............... 18 
2.1.1. Contextualizando a Roda de Conversa ................................................................ 20 
2.1.2. Relatório de Avaliação Interna – Semestral – 2020.1 ....................................... 24 
2.2. Relações entre tecnologia e COVID-19: um olhar sobre a educação e o 
acesso à tecnologia em período pandêmico .................................................................. 28 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 32 
ENSINO REMOTO: ENCONTRO COM A ESCASSEZ ..................................................... 32 
3.1. Ensaio sobre o futuro pós pandêmico das tecnologias na educação ......... 33 
APÊNDICE ................................................................................................................................ 39 
 
 
 
13 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
ETIMOLOGIAS E CONTEXTOS: PRIMEIROS ESCLARECIMENTOS 
 
 Ler sobre a sociedade, ponderar sobre como ela se organiza e como as 
várias mentes que pensam (criticamente ou não) e se entrelaçam para chegar a 
um bem comum, sempre foi algo que me despertou curiosidade. As pessoas me 
avivaram o olhar curioso e vê-las interagindo umas com as outras, tonou-se algo 
a ser estudado. Diante do meu interesse como estudante e pesquisadora 
busquei me aprofundar em um olhar crítico-social voltado para o percurso 
metodológico dentro do curso de Pedagogia ao qual me dediquei nesses quatro 
anos. 
 Dessa forma, como peça principal da pesquisa colocam-se as e os 
estudantes do curso de pedagogia, buscando além de entender a visão delas e 
deles sobre o período pandêmico decorrente da doença provocada pelo novo 
Coronavírus – COVID-191, que envolveu delineamentos de enfrentamento físico 
e psicológico, bem como aproximar a pesquisa científica do olhar das e dos 
estudantes e suas batalhas internas. Antes de tudo gostaria de contextualizar 
aqui que a referente pesquisa partiu de inquietações trazidas pelas aulas da 
professora orientadora Regina Young que ministrou/ministra a disciplina 
Tecnologias e Mediação Pedagógica na Faculdade de Educação – FE/UERN, 
as quais me inspiraram/inspiram a manter o olhar crítico sobre as coisas e as 
pessoas que me circundam. Todavia não esqueço de citar as diversas conversas 
que tive com o professor orientador Jônatas Andrade, as quais me 
motivaram/motivam a viver conectada com as atualidades e sobreviver na 
cibercultura (LÉVY, 1999). 
 Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no site da 
Organização Pan-Americana, em 11 de março de 2020, a COVID-19 foi 
caracterizada como pandemia. Esse termo foi descrito pela mesma fonte 
 
1“coronavirus disease 2019” - doença por coronavírus 2019, em tradução livre – COVID-19 
(SECOM, Superintendência Estadual de Comunicação Social do Espírito Santo. 
CORONAVÍRUS. Acesso em: 06 set. 2022.) 
14 
 
como uma distribuição geográfica de uma doença independente de sua 
gravidade. Ou seja, a definição reconhece que, no momento, existem surtos da 
COVID-19 em vários países e regiões do mundo. Tendo em vista a situação 
citada, e diversos contextos como o confinamento ou do inglês “lockdown”, que 
caracterizou o período de esvaziamento das ruas, mantendo apenas as funções 
essenciais em funcionamento para evitar a disseminação do vírus em vigor, a 
educação sofreu mudanças drásticas emsua organização. 
 Em 17 de março de 2020, o Ministério da Educação (MEC) autorizou a 
implementação do ensino por meios virtuais (Portaria nº 343, de 17 de março de 
2020). Assim, foram pensadas e organizadas diversas estratégias para a 
realização do ensino em formato virtual, utilizando meios e tecnologias de 
informação. Ainda nesta perspectiva, o Ensino Remoto Emergencial - ERE de 
acordo com o MEC, em PARECER CNE/CP Nº 5/2020, que reorganiza o 
calendário escolar e reformula a educação brasileira dentro das normas 
estabelecidas pela OMS, substitui as aulas presenciais por aulas em meios 
digitais, enquanto durasse a situação de pandemia da COVID-19. A partir desse 
momento, a educação saiu das salas de aula físicas e passou às salas de aula 
virtuais, sofrendo diversos tipos de adaptações estruturais e intelectuais para 
adequar a rotina de trabalho e estudo ao meio totalmente remoto. 
 A Educação Brasileira em todos os níveis foi afetada e essa realidade se 
fez presente na vida das e dos estudantes da Faculdade de Educação da 
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), contribuindo para 
trazer à tona fatores condicionantes para que o processo de aprendizagem fosse 
realizado dentro dos objetivos propostos. O que pretendemos apresentar por 
meio da presente pesquisa, levando em consideração os aspectos já citados, 
são respostas para a pergunta: “Quais os principais efeitos da pandemia da 
COVID-19 no processo de ensino-aprendizagem evidenciados pelas(os) 
alunas(os) da FE/UERN durante o período do Ensino Remoto Emergencial 
(ERE)? 
 Faz-se necessário ressaltar que este escrito tratará de termos como “aula 
remota”, “trabalho remoto”, “Educação a Distância – EAD”, os quais abro espaço 
para devidas contextualizações. Portanto, diante do contexto das aulas em meio 
virtual, o termo aula remota foi bastante utilizado. Este, trata-se das aulas à 
15 
 
distância, mas por ferramentas e metodologias diferentes da EAD. Segundo 
Andes (2020), o trabalho remoto se refere a atividades que geralmente são 
realizadas no ambiente acadêmico, mas que também podem ser realizadas 
online. 
 Na mesma lógica o ensino remoto para o autor é um espécie de falso EaD, 
levando em consideração que esse tipo de ensino foi implementado sob 
interesses mercadológicos (ANDES-SN, 2020). Em última instância a EaD – 
Educação a Distância segundo Rocha et. Al (2017), pode ser definida como uma 
modalidade de educação em que os participantes desse processo estão 
separados fisicamente no tempo-espaço, porém conectados através de meios 
analógicos unidirecionais que separam emissão e recepção, [...] (ROCHA et. Al, 
2017). 
 Ultrapassando os primeiros esclarecimentos, podemos iniciar com mais 
tranquilidade na temática desta pesquisa, que como já citado, busca 
compreender as inquietações das e dos estudantes de Pedagogia dentro do 
contexto pandêmico decorrente da COVID-19. Nesse sentido, trago as palavras 
do filósofo Byung-Chul Han (2015), em seu livro “Sociedade do Cansaço”, no 
qual fala que o século XXI não se trata de uma época bacteriológica nem viral, e 
sim neuronal (Byung-Chul, 2015). De certo modo, o momento no qual vivíamos 
no final do ano de 2019 para o começo de 2020, não se cogitava a existência de 
um período pandêmico como o que viveríamos meses depois. 
Para Han, a sociedade do cansaço se trata de pessoas física e 
mentalmente cansadas de viver numa redoma da hiper-atividade, em que tudo 
deve ser feito de forma automatizada para ‘poupar tempo’, causando uma 
quantidade absurda de demandas que devem ser cumpridas a todo custo. Não 
devemos nem podemos descartar a sociedade do cansaço a qual o autor se 
refere, pois ela de certa forma persevera e as doenças neuronais que ele retrata, 
como depressão, hiperatividade, déficit de atenção, etc., certamente existem. 
Contudo, com a pandemia decorrente da COVID-19 notamos que a sociedade 
não está/estava preparada para enfrentar uma época viral, mesmo com os 
inúmeros avanços científicos e tecnológicos existentes. 
16 
 
Nesse contorno, retomo a ideia da cibercultura (LÉVY, 1999) onde 
vivemos em um entorno ligado direta e indiretamente às redes virtuais e sociais. 
A sociedade torna-se conectada intrinsicamente às tecnologias e aos diversos 
ambientes virtuais de interação proporcionados pela criação do ciberespaço 
(LÉVY, 1999). Este seria o lócus onde as informações de concentram, afetam e 
são afetadas pela sociedade interagindo com ele e para ele. Segundo Lévy, 
esses espaços onde as tecnologias e ferramentas tecnológicas se concentram 
são condicionantes para uma evolução geral da civilização, portanto, como 
esses aspectos interagem entre si, não se tornam determinantes para esta 
superação de eras anteriores. Em vista disso a sociedade em rede, segundo 
Young (2014), apud Castells (2005), se concentra em uma sociedade hiper-
conectada que tem sua base na microeletrônica, codificando e decodificando 
dados em tempo real, ampliando o conhecimento e acumulando informações em 
um esfera mundial. 
 Nesta perspectiva, e partindo do pressuposto que as e os estudantes da 
FE estão envoltos no universo da cibercultura, dentro do ciberespaço e vivendo 
na sociedade em rede, firmou-se a relevância de pensar em como essas e esses 
alunos experimentaram o período decorrente da pandemia da COVID-19. Para 
além disso, colocamos em pauta as diversas realidades apresentadas por elas 
e eles através do uso dessas tecnologias em meio virtual, proporcionado em 
evidência pelo ERE, bem como os impactos causados na vida das e dos 
estudantes da FE. Não obstante, é importante ressaltar que através das falas e 
experiências traçamos caminhos para compreender os efeitos da pandemia da 
COVID-19 diante do contexto das aulas remotas nas e nos alunos da Faculdade 
de Educação da UERN, mas entrar, em caráter embrionário, nas questões 
sociais que circundam a atmosfera pedagógica do nosso curso. Nesse sentido, 
caracterizar o ERE no contexto da pandemia da COVID-19, bem como 
contextualizar a mudança do caráter didático-pedagógico no contexto das aulas 
remotas e identificar as formas de acesso e uso de tecnologias digitais discentes 
na Faculdade de Educação da UERN, torna-se essencial para a compreensão 
da temática aqui abordada. 
 Além do escrito de Han (2015), a presente pesquisa foi inspirada nos(as) 
autores(as): Pierre Lévy (1999), Kenski (2013), Marcos T. Masetto (2000) e 
17 
 
Dantas e Linhares (2014) apud Paulo Freire (1991). Portanto, a pesquisa parte 
do caráter bibliográfico e documental, buscando dados qualitativos sobre a 
temática já citada e é organizada nas seguintes sessões: “Caminhos 
metodológicos: uma conversa com os autores de suas histórias”, dividida em 
dois subtópicos que caracterizam a pesquisa, apresentando o “Acesso às 
ferramentas tecnológicas na Faculdade de Educação” que tráz os dois principais 
percursos metodológicos “Contextualizando a Roda de Conversa” e “Relatório 
de Avaliação Interna – Semestral – 2020.1” que foram utilizados para embasar 
o viés científico aqui descrito, e o tópico “Relações entre tecnologia e COVID-19: 
um olhar sobre a educação e o acesso à tecnologia em período pandêmico.” No 
qual as relações são confrontadas e analisadas no viés dos autores já citados. 
Ademais o tópico “Ensino Remoto: Encontro com a escassez” que corrobora ao 
ponto “Ensaio sobre o futuro pós pandêmico das tecnologias na educação.” 
dissertando os principais desfechos da presente pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
18 
 
2. CAMINHOS METODOLÓGICOS: UMA CONVERSA COM OS AUTORES 
DE SUAS HISTÓRIAS 
2.1. Acesso às ferramentas tecnológicas na Faculdade de Educação 
 
Em um panejamento de aulas para qualquer nível escolar utiliza-se um 
tópico intitulado “Recursos”. Em um primeiro momento, conectamos a palavra ao 
fato de que, ao realizarmos uma ação, necessitamos de uma ferramenta para 
fazê-la com precisão e sucesso. Assim,trago este exemplo para contextualizar 
o tópico que abordará sobre o acesso aos principais recursos/ferramentas 
tecnológicas na ótica dos estudantes da FE/UERN. 
Para além da perspectiva da coleta de dados, a presente pesquisa trata-
se de um trabalho voltado para as subjetividades de cada indivíduo. Ou seja, 
partimos da ideia de que respostas prontas e acabadas não favorecem a 
construção do ser crítico e reflexivo o qual somos instigadas(os) a ser durante o 
percurso acadêmico. Desse modo, para executar a difícil missão de registrar em 
palavras as sensações, opiniões, percepções de alunas(os) da FE no presente 
texto, utilizamos de dois principais recursos metodológicos que serão abordados 
a seguir. 
O primeiro método ao qual gostaria de me referir trata-se da roda de 
conversa intitulada: ‘Efeitos da pandemia da COVID-19 diante do contexto das 
aulas remotas nas e nos alunos da Faculdade de Educação da UERN.’ com as 
e os estudantes matriculados no componente curricular Tecnologias e Mediação 
Pedagógica do 8º período – noturno, que ocorreu no dia 21 de junho de 2022, 
sob a orientação da professora orientadora Regina Young e realizou-se, dentro 
das limitações da FE/UERN, que relacionou temáticas envoltas no espectro 
desta pesquisa, as quais abordaremos no decorrer deste escrito. 
A inspiração pelo modelo da roda de conversa surgiu diante do contato 
dentro do curso de Pedagogia com diversos materiais sobre os Círculos de 
Cultura que segundo Dantas e Linhares (2014) apud Paulo Freire (1991) 
adentram a perspectiva do caráter libertador, propondo a aprendizagem integral 
dos indivíduos, cultivando seu olhar crítico sob os contextos vividos. Portanto, a 
roda de conversa foi utilizada como um suporte à coleta de dados sobre o acesso 
às tecnologias na FE/UERN. O momento foi organizado com a proposta de uma 
19 
 
conversa informal com temas sugeridos pela pesquisadora, buscando guiar as 
falas de modo a atingir os objetivos propostos, ou seja, identificar as formas de 
acesso e uso de tecnologias digitais discentes na FE/UERN. 
Todavia, este escrito baseia-se em segunda instância, no Relatório de 
Avaliação Interna – Semestral – 2020.1 do curso de Pedagogia – Campus 
Mossoró/RN (Semestre Remoto), inserido na política de Avaliação Interna da 
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN que tem como objetivo 
[...] acompanhar, monitorar e contribuir com ações que venham valorar 
os aspectos considerados significativos e melhorar os aspectos que 
ainda não alcançaram os resultados esperados no processo formativo 
dos graduandos. O processo de avaliação se dá por meio de 
disponibilização de questionários online para serem respondidos em 
cada semestre pelo corpo docente e discente da instituição, avaliando, 
de modo geral, às Dimensões Didático-Pedagógica e Infraestrutura. 
(2021, p.02) 
Isto posto, pretende-se enfatizar a importância do caráter qualitativo 
presente no relatório estudado, voltando o olhar para as subjetividades trazidas 
nesse estudo, bem como nas falas apresentadas na roda de conversa. Ademais 
é indispensável a reflexão levando em consideração os aspectos sociais e 
acadêmicos dos indivíduos que participaram dos instrumentos metodológicos da 
presente pesquisa. Em vista disso, a identidade dos sujeitos será mantida em 
sigilo no tocante ao exposto na Constituição da República Federativa do Brasil 
de 1988 que cita na sessão “Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos” em 
seu 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
[...] XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado 
o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; 
Nesse sentido, pretende-se alcançar nessa sessão a reflexão junto aos 
dados obtidos na pesquisa, o entendimento sobre como ocorre/ocorreu a relação 
das e dos estudantes da Faculdade de Educação e o acesso às ferramentas 
tecnológicas no período semestral já descrito, focando inclusive nos aspectos 
relacionados à subjetividade envolta nas vivências aqui mencionadas. 
Para guiar nosso pensamento sobre as perspectivas citadas acima, 
dividiremos este tópico em duas outras falas onde poderemos reunir informações 
relevantes sobre cada processo pesquisado. Busca-se esclarecer questões 
20 
 
específicas de cada momento da pesquisa e chegar a um canal comum ao final 
da explanação. 
2.1.1. Contextualizando a Roda de Conversa 
 
A iniciativa da roda de conversa – “Efeitos da pandemia da COVID-19 
diante do contexto das aulas remotas nas e nos alunos da Faculdade de 
Educação da UERN - FE/UERN.” como um dos métodos de suporte para coleta 
de dados com as e os estudantes do curso de Pedagogia da Faculdade de 
Educação – FE/UERN partiu dos conhecimentos adquiridos em sala de aula, 
juntamente aos contatos com materiais interdisciplinares, utilizados em 
componentes curriculares ao longo do curso de Pedagogia, os quais citavam os 
Círculos de Cultura. Nesse sentido, a vivência que foi elaborada por Freire, é 
contextualizada em uma perspectiva pedagógica democrática e libertadora, que 
através da aprendizagem integral quebra os paradigmas da educação 
tradicional, valorizando as experiências vividas pelos sujeitos (DANTAS E 
LINHARES, 2014) apud Paulo Freire (1991). A partir desta ideia, o momento da 
conversa foi elaborado com o intuito de tornar a etapa da pesquisa empírica leve 
e proveitosa para as e os estudantes, bem como para facilitar o processo de 
apropriação da escrita deste texto. 
Para viabilizar a construção do momento que ocorreu no dia 21 de junho 
de 2022, sob a orientação da professora orientadora Regina Young que se 
realizou, dentro das limitações da Faculdade de Educação – FE/UERN, tendo 
em média 1 hora e 30 minutos de duração, foi elaborado um material em slides 
(vide apêndice) para servir de inspiração e guiar a conversa com as e os 
estudantes ali presentes. O material em slides contava com os seguintes temas 
estruturantes: 
• Tecnologias no Ambiente Educacional; 
O primeiro ponto colocado na conversa tinha como objetivo principal 
contextualizar as tecnologias e o ambiente educacional a fim de perceber 
nas falas, comentários e indagações dos sujeitos ali presentes como elas 
e eles percebiam/percebem a tecnologia em suas vivências, dando 
enfoque ao processo educacional. 
• Tecnologias e Mediação Pedagógica; 
21 
 
Neste tópico buscava-se entender como as e os estudantes viam a 
perspectiva da mediação pedagógica junto às tecnologias e como elas e 
eles lidavam com o caráter docente, no que se refere às intervenções no 
processo de ensino através das ferramentas tecnológicas. 
• Ensino Remoto x Explosão do uso de tecnologias; 
A temática citada foi trabalhada no sentido de vislumbrar o aumento 
significativo do uso das tecnologias, bem como ferramentas tecnológicas 
dentro do que se caracterizava como ERE. 
• Escassez trazida pela pandemia; 
O contexto que foi trazido neste ponto da roda de conversa foi a 
perspectiva da falta em várias instâncias. Assim, colocamos a pandemia 
em uma visão de facilitadora da escassez de suporte ao discente e 
docente, escassez de processos formativos, escassez de interesse, 
escassez de fomento institucional, dentre outras. 
• Futuro pós-pandêmico para a educação. 
No tópico de fechamento da discussão, as e os estudantes foram 
instigados a refletirem sobre toda a conversa e elaborarem uma previsão 
de futuro para uma realidade onde o período de pandemia no qual 
vivíamos/vivemos estivesse em linhas temporais do passado. Nesse 
sentido, elas e eles foram convidados(as) a iniciar a discussão tornando-
os sujeitos ativos na troca de ideias e elaborações. 
Para cada tema estruturante, colocou-se em prática a intervenção guiada,utilizando-se ainda como inspiração os percursos metodológicos da 
problematização em Paulo Freire, que segundo Dantas e Linhares (2014) apud 
Freire (1991) “[...] representa um momento decisivo da proposta e busca superar 
a visão ingênua por uma perspectiva crítica, capaz de transformar o contexto 
vivido.” (Dantas e Linhares, 2014, p.75). Nesse formato, para além de comentar 
sobre os temas apresentados, colocou-se em prática o poder crítico dos sujeitos 
atuantes sobre si e no mundo. 
Cada temática tinha o objetivo de relacionar-se entre si para que ao final 
as e os estudantes pudessem fazer a ligação do tema central da roda de 
conversa. Contudo, diante das diversas falas e experiências trazidas por elas e 
eles, percebemos que aquele momento não seria o bastante para coletar todos 
22 
 
os dados necessários e analisarmos diante da temática da pesquisa o que 
estava proposto. Portanto, a roda de conversa se tornou um método de apoio à 
pesquisa de caráter bibliográfico e documental. 
Figura 1 – Momento da roda de conversa 
Fonte: Acervo da autora. 
Figura 2 – Momento da roda de conversa 
Fonte: Acervo da autora. 
 
 Como ilustrado acima, o momento aconteceu na sala de aula do 8º 
período de Pedagogia – noturno, na disciplina da professora orientadora Regina 
Young e envolveu 15 participantes, os quais concordaram em contribuir com a 
pesquisa em unanimidade. O momento foi mediado pela professora orientadora, 
juntamente à pesquisadora e as falas foram gravadas para tornar a memória da 
discussão um procedimento fiel ao que havia sido proferido. As e os estudantes 
23 
 
possuíram espaço de fala livre, com interações mediadas na fala da 
pesquisadora que conduziu a favorecer a participação de todas e todos. À vista 
disso, demonstraram interesse pela temática no momento primeiro por se tratar 
de um conteúdo relevante no tocante acadêmico, pessoal e social dos 
participantes. 
 Entre comentários e discussões pudemos entrar em locais de reflexão 
sobre como as e os estudantes veem a tecnologia, bem como o acesso às 
ferramentas tecnológicas se tornou condicionante à evolução, como uma 
estudante cita “Nós somos obrigados a evoluir”, concomitante com a visão que 
a autora Kenski (2013) enfatiza em seu texto “Tecnologias e ensino presencial e 
a distância”, no qual encontramos o estereótipo referido às tecnologias. Nesse 
raciocínio, vemos as criações tecnológicas apenas como realizações inusitadas 
que remetem aos filmes de ficção científica, em que máquinas se revoltam contra 
humanos culminando no fim da sociedade que conhecemos. Portanto, a fala da 
estudante colocada acima nos remete à lógica da evolução humana por meio do 
contato tecnológico e que este fato, na visão da mesma é algo inevitável. 
 Em contrapartida, foi apontado pela mesma estudante que o contato 
excessivo com as tecnologias, que estariam presentes no contexto vigente como 
um auxílio à evolução, pode tornar-se um vilão em diversos aspectos na vida dos 
indivíduos que as utilizam. Nesse sentido, recobro a visão do autor Pierre Lévy 
(1999) em sua obra intitulada “Cibercultura”, que coloca as tecnologias sob o 
olhar da cibercultura, em que viveríamos rodeados pela cultura da informação, 
construindo e sendo construídos por ela, portanto nos tornaríamos sujeitos de 
nossa desconstrução. De certo, o autor recobra para que possamos voltar à 
perspectiva de que 
A inovação técnica gera fenômenos de crescimento, de atualização 
das virtualidades latentes. Contribui também para a criação de novos 
planos de existência. Complexifica a estratificação dos espaços 
estéticos, práticos e sociais. O que não significa, contudo que não 
provoque desaparecimentos. [...] A mudança técnica gera, portanto, 
quase necessariamente um sofrimento. (LÉVY, 1999, p. 218) 
Em vista disso, faz-se necessário mencionar as experiências colocadas 
pelas(os) estudantes em relação ao adoecimento causado pelas tecnologias, 
bem como a dificuldade de adaptação ao contexto tecnológico inserido no 
tocante à pandemia da COVID-19. A este tópico foi comentada a dificuldade de 
24 
 
acompanhamento às atividades acadêmicas realizadas, a falta de criatividade 
no que se refere ao planejamento das atividades, tornando cansativo e saturante 
a participação nas aulas, a complexidade de compreensão nas falas devido à 
falta dos fortalecimentos dos laços construídos no ambiente educacional, pouco 
espaço de fala, o excesso de materiais teóricos para leitura, a falta de preparo 
por parte das e dos docentes, dentre outras questões que nortearam a conversa, 
que abordaremos na sessão 2.2. 
2.1.2. Relatório de Avaliação Interna – Semestral – 2020.1 
 
Para contribuir com a presente pesquisa, colocaremos a seguir a 
contextualização, bem como dados da pesquisa encontrada no Relatório de 
Avaliação Interna – Semestral – 2020.1 do curso de Pedagogia desenvolvida e 
analisada pela Comissão Setorial de Avaliação (COSE/FE), o qual foi organizado 
para entender como o semestre remoto vivenciado na Faculdade de Educação 
foi compreendido pelas(os) estudantes, colocando suas potencialidades, 
sensibilidades e aprendizados adquiridos. 
Nesta via, vale salientar que o período que foi analisado, constava a 
realidade da pandemia decorrente da COVID-19. Portanto, no tocante aos 
meses de setembro a dezembro de 2020, as atividades de graduação foram 
realizadas na modalidade remota. Assim, os dados foram coletados por meio de 
formulário eletrônico do Google Forms, contando com a participação de 234 
estudantes e 43 professoras(es). Segundo o Relatório de Avaliação Interna 
(2020), os dados coletados compreendem as respostas de docentes e discentes 
sobre alguns aspectos que dizem respeito ao: 
[...] que estavam vivenciando no ensino remoto, como, por exemplo, 
sobre disponibilidade de recursos tecnológicos e de acesso à rede de 
internet, uso destes recursos, participação em formações, vivências no 
processo de ensino, autoavaliação do processo etc. 
 
25 
 
Quadro 1 - Perguntas realizadas aos estudantes do curso de pedagogia presente no relatório de 
Avaliação Interna (2020) 
Fonte: Imagem elaborada pela autora (2022). 
Como mostra o quadro 1, trouxemos as perguntas que foram 
disponibilizadas aos estudantes da FE, para coleta de dados do relatório já 
citado. Tendo em vista o aspecto da compreensão discente sobre a temática da 
presente pesquisa, optamos pelos dados que correspondem apenas à 
participação das e dos estudantes da Faculdade de Educação nos dados 
coletados pelo Relatório de Avaliação Interna – Semestral – 2020.1. Não 
obstante, a relação das e dos docentes torna-se relevante no contexto estudado 
pelo relatório estudado, porém, ao objetivo traçado, optou-se por trabalhar com 
os dados sobre as e os estudantes regularmente matriculados no curso de 
pedagogia da Faculdade de Educação. 
As respostas consideradas levam em conta 234 discentes, de acordo com 
o relatório, representando 57,49% dos estudantes com matrículas ativas à época 
da realização da pesquisa (COSE/FE, 2020). O relato apresenta dados 
referentes a infraestrutura disponível para realização das atividades por meio 
remoto, incluindo acesso à internet, qualidade de conexão, recursos 
tecnológicos disponíveis e necessidade do Auxílio Inclusão Digital 
26 
 
disponibilizado por meio do Programa de Fomento às Ações de Assistência à 
Permanência Estudantil no Âmbito da Uern (Pro-Uern), conforme a Resolução 
nº 20/2020 – CD/FUERN, por intermédio da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis 
– PRAE. Nesta instância, apresenta-se que 53,8% das e dos estudantes 
respondentes não possuem, em sua moradia espaço adequado para estudo. 
Todavia 94,9% possuem acesso à internet, contudo 27,8% registrando a 
qualidade de conexão como suficiente para atender às demandas, 65,8% 
declarantes que a conexão atende parcialmente às necessidades e 6,4% 
indicantes que a conectividade da internet em sua residênciamostra-se 
insuficiente (COSE/FE, 2020). 
Já no que concerne ao equipamento (computador, celular e/ou tablet) 
necessário para acompanhamento do semestre remoto implementado nas 
instâncias da Faculdade de Educação – FE/UERN, que atendessem de forma 
satisfatória às demandas, 79,9% registrou posse, 20,1% apontou não possuir os 
equipamentos listados. Em vista disso, os dados correspondentes à demanda 
pelo Auxílio Inclusão Digital apontaram que 61,5% não necessitou do fomento 
(COSE/FE, 2020). 
Segundo o mesmo relatório, apesar do número de estudantes com acesso 
aos equipamentos tecnológicos serem maiores do que a quantidade de alunas 
e alunos sem acesso, as dificuldades encontradas foram além do alcance 
material, tendo em vista a subjetividade de cada um no que diz respeito ao ritmo 
de aprendizagem, significando que fatores externos aos recursos físicos 
influenciam de forma significativa o desempenho dessas(es) estudantes. 
Em relação aos aspectos didático-pedagógicos, os dados apresentados 
apontam que 34,2% avaliou as metodologias aplicadas pelos(as) docentes como 
excelente ou boa, 42,3% colocou como regular e 22,6% avaliou a experiência 
como ruim. Ainda apresenta que 0,9% não emitiu opinião. Em relação ao volume 
de atividades por tempo para execução, apenas 13,2% das alunas e alunos 
consideraram adequada, tendo 86,7% registros de inadequação na quantidade 
de tarefas, o que afetou o aspecto qualitativo destas. Assim, 61,5% apontou que 
conseguiu entregar as atividades dentro dos prazos estabelecidos, contudo 
25,2% apontou não ter tido sucesso na entrega (COSE/FE, 2020). 
27 
 
Entrando no aspecto do sujeito participativo e autônomo em seu processo 
de aprendizagem, o critério de autoavaliação da participação nas atividades 
remotas foi avaliado pelo relatório já citado, tendo como resultado 46,5% 
considerou excelente ou boa, já 38,9% atribuiu como regular, 14,1% como ruim 
e por fim 0,4% preferiu não opinar. Já o aspecto avaliativo no que concerne ao 
aprendizado dos componentes curriculares mostra que 25,6% considera sua 
aprendizagem ruim, 42,7% regular e somente 30,7% atribui como positiva na 
perspectiva excelente ou boa. Sendo 0,9% das e dos estudantes não opinativos 
(COSE/FE, 2020). 
Diante do contexto apresentado, o Relatório de Avaliação Interna – 
Semestral – 2020.1 explicita em linhas gerais a experiência com o ensino remoto, 
que culmina em 47,4% das e dos respondentes colocando como ruim, 31,2% 
como regular e somente 21,4% das e dos estudantes incitaram como boa ou 
excelente (COSE/FE, 2020). 
Consoante aos dados evidenciados, o relatório expressou que as e os 
estudantes respondentes dissertaram ainda sobre 
[...] ausência de diálogos, flexibilidade e sensibilidade quanto às 
dificuldades que estavam enfrentando, a sobrecarga de atividades 
devido às inúmeras outras atividades que desempenhavam em suas 
casas, com a família e no trabalho, que precisaram ser também 
adaptadas, em muitos casos, ao formato remoto, passando a exigir 
mais dos alunos também nesses outros contextos. (p.21) 
 Ainda neste ângulo, as e os estudantes expõem sobre a aflição emocional 
que experienciaram, devido às questões como o contexto da pandemia, perda 
de entes queridos, desgaste físico e/ou emocional, culminando em cansaço, 
estresse, depressão, ansiedade, etc. Para além disso, relatam que esses e 
outros motivos resultaram no trancamento da matrícula por parte de várias(os) 
estudantes (COSE/FE, 2020, p.21). Desta maneira, o relatório traz além dos 
dados quantitativos sobre as questões comuns a todas e todos, reflexões sobre 
as necessidades delas e deles dentro de suas particularidades, recobrando o 
viés socioemocional que existe nas relações educacionais. 
28 
 
2.2. Relações entre tecnologia e COVID-19: um olhar sobre a educação 
e o acesso à tecnologia em período pandêmico 
 
 Distanciar o olhar das nossas vivências como um indivíduo que assiste 
um espetáculo diante de si, se torna uma tarefa envolta em nuances instigantes. 
Acredito que embora ciente da noção desse afastamento, irei encontrar grande 
parte de mim como estudante e pesquisadora na tessitura deste escrito. 
Procurou-se acompanhar o raciocínio dos principais sujeitos participantes desta 
pesquisa e relatar minimamente minha visão sob as temáticas trabalhadas com 
elas e eles. Nessa instância essa sessão tem como principal ponto norteador 
relacionar o que foi descrito nos pontos 2.1.1 e 2.1.2, respectivamente. 
 A princípio, coloco a riqueza dos momentos construídos junto aos 
estudantes desta pesquisa. De certo podemos desenvolver vivências de reflexão 
crítica, optando pelo protagonismo e autonomia discente, participante ativo do 
processo de aprendizagem. Partindo do ponto de vista da ambientação com o 
universo da educação para a liberdade (FREIRE, 2015) que coloca 
A transitividade crítica,25 por outro lado, a que chegaríamos com uma 
educação dialogal e ativa, voltada para a responsabilidade social e 
política, se caracteriza pela profundidade na interpretação dos 
problemas. Pela substituição de explicações mágicas por princípios 
causais. Por procurar testar os “achados” e se dispor sempre a 
revisões. Por despir-se ao máximo de preconceitos na análise dos 
problemas e, na sua apreensão, esforçar-se por evitar deformações. 
Por negar a transferência da responsabilidade. Pela recusa a posições 
quietistas. Por segurança na argumentação. Pela prática do diálogo, e 
não da polêmica. Pela receptividade ao novo, não apenas porque novo, 
e pela não recusa ao velho, só porque velho, mas pela aceitação de 
ambos, enquanto válidos. Por se inclinar sempre a arguições. (p. 58) 
Em outros termos, prioriza-se a capacidade crítica dos indivíduos 
participantes, levando em consideração as particularidades vividas e a 
intensidade de cada experiência aprendida. Para além disso, compreendo que o 
contexto pandêmico decorrente da COVID-19 mostrou facetas distintas do 
percurso educacional no tocante à experiência vivida no semestre remoto de 
2020.1 no curso de Pedagogia da FE/UERN. 
Ao passo que tivemos acesso às vivências dessas e desses estudantes, 
adentramos em um universo antes composto por uma só visão, aquela levada 
por inquietações individuais e quando mergulhamos no mundo destes indivíduos 
notamos que as realidades externadas eram semelhantes e, por vezes distintas 
29 
 
a ponto de construirmos um novo cenário do que havia se passado no período 
do semestre de 2020.1, mudando por completo o sentido dos processos de 
aprendizagem vividos. 
Semelhantes pois, mesmo sendo uma turma de caráter misto, composta 
por pessoas com idades distintas, ocupações e motivações diárias diferentes, 
elas e eles participavam de um ambiente comum, este sendo a sala de aula. 
Assim, essas experiências atingiam a todas e todos de certa maneira em sua 
uniformidade, mas se moldava às realidades de forma diversa. Podemos 
encontrar relatos comprovados dessas semelhanças quando analisamos os 
dados apresentados no item 2.1.2 deste escrito, onde 47,4% (COSE/FE, 2020) 
das e dos estudantes respondentes colocam a experiência com o ensino remoto 
como ruim e 31,2% (COSE/FE, 2020) como regular. 
Isto significa que a maioria das e dos estudantes que tiveram de cursar 
algum componente curricular no período do semestre remoto dentro do curso de 
pedagogia da FE/UERN, não obteve sucesso nesta modalidade de ensino 
emergencial implementada. O que nos leva a reflexão dos motivos apresentados 
pelo Relatório de Avaliação Interna – Semestral – 2020.1, no qual colocam: 
espaço adequado para realização de estudo; possuir acesso à internet, bem 
como conexão qualitativa deste recurso; equipamento necessário para as 
demandas exigidas; as dificuldades encontradas com o percurso metodológico 
aplicado pelas(os) docentes; a quantidade de tarefas exigidas nesse processo 
das aulas remotas; e ainda a autoavaliação no que se refere à participação nasatividades e aprendizado dos componentes curriculares. 
Levando-nos ao que as e os estudantes participantes do momento da roda 
de conversa expuseram, que diante da situação vivida por elas e eles nesse 
processo, muitas eram as dificuldades além do fato de ‘não darem conta’ das 
demandas exigidas, o aspecto interpessoal na relação professor-aluno por vezes 
se tornou determinante para o desempenho daquela(e) aluna(o). Neste olhar, 
coloco a fala de uma estudante que ao se referir às tecnologias no ambiente 
educacional explana: “não basta existir, tem que saber usar a favor dos 
educandos e do próprio educador.” Esta afirmação corrobora ao fato de que a 
tecnologia, é um auxílio no processo educacional, contudo não elimina o fazer 
docente nas experiências educacionais. 
30 
 
Destarte, voltando o olhar para este aspecto agora citado, a tecnologia 
envolta em uma esfera do aproveitamento qualitativo para aprendizagem é um 
ponto frágil nas nossas salas de aula. O autor Marcos T. Masetto (2000) comenta 
que 
Nos próprios cursos do ensino superior, o uso de tecnologia adequada 
ao processo de aprendizagem e variada para motivar o aluno não é tão 
comum, o que faz com que os novos professores do ensino 
fundamental e médio, ao ministrarem suas aulas, praticamente copiem 
o modo de fazê-lo e o próprio comportamento de alguns de seus 
professores de faculdade, dando aula expositiva e, às vezes, sugerindo 
algum trabalho em grupo com pouca ou nenhuma orientação. (p. 135) 
 Nesse sentido, entendemos que a forma como as e os docentes usam da 
tecnologia em sala de aula, sendo ela virtual ou presencial, pode determinar o 
processo de aprendizagem das e dos discentes, culminando em metodologias 
condicionadas à repetição do que viveram em sala de aula. 
 Para além do que foi explanado, o aspecto pessoal no que se refere às 
diferentes realidades vividas pelas (os) estudantes foi um dos fatores que se 
colocaram influentes no processo de adaptação ao ensino remoto 
implementado. Dessa maneira, as e os alunos relataram dentro desse aspecto, 
a falta de motivação para tecer comentários durantes as aulas remotas, 
motivações relacionadas à família devido ao período sensível vivido, o aumento 
do custo de vida e até mesmo a falta de empatia causada pelas relações 
construídas em ambientes totalmente virtuais. 
 Em vista disso, procuramos diante de tudo que foi relatado chegar à um 
ponto em comum, vislumbrando dentro do olhar delas e deles um futuro em uma 
linha temporal em que o período decorrente da pandemia da COVID-19 fosse 
apenas vestígios de uma realidade passada. Então observa-se que para além 
das problemáticas apresentadas, o período vivido havia trazido experiências 
significativas que certamente as e os alunos iriam utilizar de alguma maneira em 
seu futuro como profissionais. 
 A fala de uma estudante sobre este tema coloca que “este futuro pós-
pandêmico conta com o nosso olhar criativo, com o nosso olhar otimista, de 
educador para que seja melhor.” Em outros termos, apesar das experiências 
vividas expressarem altos índices de fragilidades em suas construções, elas e 
eles veem em um futuro próximo uma realidade em que as adaptações ao novo 
31 
 
modo, que a implementação do ensino remoto corroborou, possam tornar a 
educação como conhecemos um cenário onde a educação crítica seja levada 
em consideração. Não apenas no formato presencial, mas, o que o ERE trouxe 
para a sala de aula, ou seja, a possibilidade do uso das tecnologias em 
abundância, reformulou o modo como vemos o ensino através dessas 
ferramentas tecnológicas. 
 Nesse sentido, elas e eles colocam em suas falas, grandes expectativas 
relacionadas ao trato dessas tecnologias, em um panorama geral relacionado ao 
desenvolvimento do ensino e aprendizagem, mas um avanço significativo por 
parte das instituições de ensino superior e educação básica, culminando em 
mais formações para as e os docentes, investimento para aquisição de 
equipamentos para as escolas e faculdades, bem como promover uma educação 
com o uso consciente das tecnologias digitais. 
32 
 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
ENSINO REMOTO: ENCONTRO COM A ESCASSEZ 
 
Quando nos propomos a estudar sobre a temática aqui tratada, partimos 
dos conceitos desenvolvidos pelo autor Pierre Lévy (1999) no qual apresenta a 
definição de ciberespaço e cibercultura. Ambos retratam um universo no qual a 
humanidade se vê rodeada por técnicas e ferramentas tecnológicas que diante 
de suas inúmeras funções determina como a vida passaria a ser traçada desde 
então. Neste aspecto, retratamos o quão se faz necessário o uso dessas 
tecnologias dentro do viés educacional que se constrói ao longo da jornada 
acadêmica. Assim como afirma Kenski (2013, p. 24), a velocidade com que as 
tecnologias se instauram na sociedade, apresentam novos modos de viver. 
Portanto, se faz necessário um período de adaptação para que as novidades se 
adequem aos novos estilos de vida. Mudar a perspectiva sobre o modo como 
aprendemos pode ser um processo árduo, porém as diferentes possibilidades 
que o uso de tecnologias apresenta, abre portas para que possamos nos formar 
para além do grau de escolarização. Assim, a autora enfatiza que os ambientes 
virtuais colocam vários tipos de aprendizagem on-line, além de nos proporcionar 
uma ambientação com todos os tipos de tecnologias. 
Nesse sentido, esta pesquisa trouxe à tona além de questões que se 
referem à experiência das e dos alunos da Faculdade de Educação – FE/UERN 
com o semestre remoto decorrente da pandemia da COVID-19, bem como as 
inúmeras queixas destes para com os fatores envoltos nas subjetividades de 
cada um. Faz-se necessário ressaltar a importância de levar em conta as 
vivências de delas e deles no processo educativo, pois como enfatiza Oliveira 
(2022, p. 25), as subjetividades se entrelaçam com a perspectiva de tornar-se 
co-autor de si, proporcionando um processo formativo autorizante, regado à 
multirreferencialidade. Levando em consideração essa perspectiva, é possível 
tomar posse de um olhar plural para a formação do indivíduo, lendo as 
entrelinhas do problema e vislumbrando o sujeito que problematiza, que, 
portanto, reflete sobre esse processo. 
 Partindo deste olhar do sujeito como fazedores de história, ou seja, os 
sujeitos como protagonistas do seu processo de crescimento no ambiente 
33 
 
acadêmico, pessoal e social, interagindo entre si para um olhar crítico sobre as 
coisas e as pessoas (COIMBRA, RICHTER e VALENTE, 2008). As e os 
estudantes participantes da roda de conversa, bem como os sujeitos 
respondentes do Relatório de Avaliação Interna – Semestral – 2020.1 
demonstraram terem sido afetados diretamente pelas consequências do período 
de aulas on-line durante seu percurso no curso de pedagogia da FE. 
Em sequência, recobro os aspectos os quais procuramos ressaltar como 
essenciais para considerar a experiência dessas(es) estudantes relevante para 
a busca de um futuro profissional com visão abrangente das necessidades 
adequadas para sua profissão. Seriam eles, para além dos recursos físicos 
adequados, tratando-se de aparelhos tecnológicos, bem como conectividade de 
internet banda larga de qualidade, recursos humanos compatíveis com as 
necessidades de cada um como: capacidade de se reinventar como profissional, 
criar estratégias diferenciadas, olhar empático e assistencial para com as 
necessidades do ambiente educacional, sensibilidade e coletividade. 
Em vista disso, a presente pesquisa retrata um encontro com a escassez. 
Esta representada pela grande lacuna que o período pandêmico decorrente da 
COVID-19 deixou na educação do nosso país, colocado aqui numa realidade 
próxima, documentada com dados quanti-qualitativos. Quantitativos, pois como 
demonstrado nas sessões anteriores a maioria das e dos estudantes da 
Faculdade de Educação afirmou ter tido dificuldades na aprendizagem quanto 
aosconteúdos referentes ao curso em questão. Contudo, este estudo não 
pretende colocar o ERE que foi implementado como um vilão, porém faz-se 
necessário colocar as questões ardentes no que diz respeito a vivências dessas 
e desses estudantes. 
3.1. Ensaio sobre o futuro pós pandêmico das tecnologias na educação 
 
No início deste escrito confessei receio ao escrever sobre uma temática 
latente em minha trajetória acadêmica, dissertando sobre manter o olhar curioso 
diante de tantas histórias conhecidas e buscando o comprometimento em 
enfrentar o desafio de registrar por meio de palavras o que pude compartilhar 
com as e os estudantes do componente curricular Tecnologias e Mediação 
Pedagógica do 8º período. 
34 
 
Portanto, as falas delas e deles evidenciaram ainda mais a ferida aberta 
no trato da nossa sociedade com a educação e com os sujeitos que se dedicam 
diariamente a participar desse processo de construção do conhecimento 
acadêmico. Este estudo, para além de apontar as fragilidades, colocou a 
responsabilidade de um futuro educacional, tendo em vista a nova realidade das 
tecnologias e ferramentas tecnológicas exploradas nesse espaço de tempo, 
como: aulas totalmente online pelos serviços de comunicação por vídeo, lives 
disponibilizadas em plataformas de streaming de vídeos, comunicação quase 
instantânea pelos aplicativos de envio de mensagens via internet, sem falar no 
acesso exponencialmente ampliado aos materiais disponibilizados em sites, 
armazenamento, fóruns na internet. 
Nesse panorama, notamos o uso consciente dos recursos tecnológicos, 
tornando o ambiente virtual das aulas na modalidade remota uma experiência 
que trouxe diferentes maneiras de enfrentamento. Ao passo que as e os 
discentes e docentes tiveram contato maior com as tecnologias, passaram a 
ampliar o olhar para uma nova realidade. Na qual a experiência educacional está 
cada vez mais inserida e torna a dinâmica em sala de aula, virtual ou presencial, 
diversificada. 
Diante disso, traçar uma linha temporal futura tendo por base uma 
educação pós pandêmica, recobra o olhar fixado em uma equipe de profissionais 
que sairão da sala de aula dos cursos de graduação com uma bagagem repleta 
de experiências distintas entre si. Estas e estes contaram com o suporte 
desenvolvido pela variedade de recursos apresentados pelos docentes em sala 
de aula e vivências com a nova forma de aprender, bem como as fragilidades 
deixadas pela visão quebradiça de aprendizagem deixada pela pandemia 
decorrente da COVID-19. 
Apesar dessa realidade, devemos manter a atenção no horizonte de uma 
educação voltada para o olhar crítico, baseada nas vivências dos sujeitos 
construtores de si, regados por empatia e sensibilidade, podendo levar em conta 
tudo que aprendemos nesses tempos extremos de saúde pública e relações 
descartáveis. Assim, como enfatiza Maia (2022, p.48) independentemente dos 
enfrentamentos e a falta de suporte, é preciso manter os aspectos qualitativos 
da nossa educação, cabendo aos profissionais da educação a realização de 
35 
 
suas atividades com empenho e persistência. Embora muitas situações possam 
nos levar a caminhos de desânimo e comodismo, as e os educadores devem 
manter o olhar na capacidade condicionante que podem ter sob suas alunas e 
alunos. Dessa forma, a luta para o cumprimento do direito à educação é dever 
de todas e todos e deve ser mantida diante das diferentes realidades, com apoio 
integral da sociedade, para proporcionarmos a experiência crítica-social dos 
sujeitos. 
 
36 
 
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de-cultura.pdf. Acesso em: 26 ago. 2022. 
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noticias/acoes-programas-e-projetos-637152388/86441-mec-autoriza-ensino-a-
distancia-em-cursos-presenciais. Acesso em: 26 ago. 2022. 
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v. 4, 2020. 
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE. EDITAL Nº 
56/2021 - PRAE/UERN/2021. EDITAL Nº 56/2021 - PRAE/UERN/2021, 
Mossoró: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, 15 jul. 
2021. Disponível em: http://portal.uern.br/wp-content/uploads/2021/07/EDITAL-
No-56-2021-PRAE-UERN.pdf. Acessoem: 26 ago. 2022. 
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ensino presencial superior: práticas educativas e formação docente no curso 
de pedagogia da UERN / Regina Santos Young. – 2014. 203 f.: il. color., enc.; 30 
cm. 
39 
 
APÊNDICE 
 
Material de slides utilizado na roda de conversa ‘Efeitos da pandemia da 
COVID-19 diante do contexto das aulas remotas nas alunas e alunos da 
Faculdade de Educação da UERN - FE/UERN.’ 
40 
 
41 
 
42 
 
43 
 
 
	0100298dfe75912f1d6417efd329514fe2d7a0153c64fcda997ee4eee4bf6b1c.pdf
	0100298dfe75912f1d6417efd329514fe2d7a0153c64fcda997ee4eee4bf6b1c.pdf
	RELAÇÕES ENTRE A EDUCAÇÃO E A COVID-19: UM OLHAR SOBRE O ACESSO ÀS TECNOLOGIAS DIGITAIS EM PERÍODO PANDÊMICO NO CURSO DE PEDAGOGIA DA UERN/CAMPUS CENTRAL
	Banca examinadora
	0100298dfe75912f1d6417efd329514fe2d7a0153c64fcda997ee4eee4bf6b1c.pdf

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