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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE FACULDADE DE EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA PAULA JULIANA DO NASCIMENTO CARLOS PEREIRA RELAÇÕES ENTRE A EDUCAÇÃO E A COVID-19: UM OLHAR SOBRE O ACESSO ÀS TECNOLOGIAS DIGITAIS EM PERÍODO PANDÊMICO NO CURSO DE PEDAGOGIA DA UERN/CAMPUS CENTRAL MOSSORÓ – RN 2022 PAULA JULIANA DO NASCIMENTO CARLOS PEREIRA RELAÇÕES ENTRE A EDUCAÇÃO E A COVID-19: UM OLHAR SOBRE O ACESSO ÀS TECNOLOGIAS DIGITAIS EM PERÍODO PANDÊMICO NO CURSO DE PEDAGOGIA DA UERN/CAMPUS CENTRAL Monografia apresentada à Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, Campus Central, como requisito para a conclusão da graduação no curso de licenciatura em Pedagogia, visando o título de pedagoga. Orientadora: Profa. Dra. Regina Santos Young Co-Orientador: Prof. Me Jônatas Andrade de Oliveira MOSSORÓ – RN 2022 RELAÇÕES ENTRE A EDUCAÇÃO E A COVID-19: UM OLHAR SOBRE O ACESSO ÀS TECNOLOGIAS DIGITAIS EM PERÍODO PANDÊMICO NO CURSO DE PEDAGOGIA DA UERN/CAMPUS CENTRAL Monografia apresentada à Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, Campus Central, como requisito para a conclusão da graduação no curso de licenciatura em Pedagogia, visando o título de pedagoga. Aprovada em: / / . Banca examinadora Profª. Drª Regina Santos Young (ORIENTADORA) Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) Prof. Me Jônatas Andrade de Oliveira (CO-ORIENTADOR) Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) Prof.ª. Me. Helen Flávia de Lima Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) Prof. Me Manoel Fábio Rodrigues Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) À minha avó, Estelita Ferreira de Lima (in memoriam). AGRADECIMENTOS Creio que o processo de amadurecimento dos indivíduos passa por longas bifurcações durante a trajetória da vida. Nesse processo, cruzamos com pessoas que nos fazem atingir nosso potencial máximo, nos tornando capazes de realizar feitos inimagináveis. Desde cedo, escolhi por admiração à várias professoras as quais tive o prazer de ser auxiliada em meu processo formativo, aventurar-me nas estradas da área da educação. Assim, coloco minha fiel gratidão primeiramente às professoras Alcineide Rocha e Lucília Firmino, que em diversos momentos proferiram “Você vai ser professora!” e acompanharam meu percurso durante a educação básica. Não posso deixar de nomear o professor Davi Tintino e a professora Maria Luíza Lopes, que através de muitos ensinamentos no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – Campus Mossoró, não me deixaram desistir de seguir a carreira pela qual nutri expectativas. Abro espaço ainda para agradecer à minha orientadora Regina Young, que com sua paciência e doçura abraçou todas as minhas ideias, por vezes repentinas, me incentivando a continuar traçando os meus objetivos da melhor forma. Agradeço também ao meu co-orientador, Jônatas Andrade que com seu comprometimento abriu-me os olhos e mente para enxergar possibilidades onde eu não via, me tirando do desespero e colocando-me nos trilhos dando alguns (talvez muitos) ‘empurrões’ ao longo deste percurso. Em especial e não menos importante, a professora Helen Lima que com sua amorosidade e dedicação despertou em mim novamente a vontade de ensinar. Ademais, agradeço à minha equipe do coração, a Comissão de Comunicação da Faculdade de Educação - COMFE, bem como às minhas fieis confidentes e queridas amigas, Fernanda Sheila, Juana Terumi e Yasmin Stefany, por apoiar minhas decisões e contribuir de forma imensurável com meu crescimento pessoal e acadêmico. Cito também Elizabeth Alves e Sâmila Paloma, minhas almas gêmeas de ensino médio que o curso de Pedagogia proporcionou estreitamento, por todo apoio e compreensão nos momentos difíceis ao longo da caminhada. Agradeço à minha família, à minha avó Estelita (in memoriam), em especial minha mãe Francinaide que dedicou/dedica seu amor integral às três filhas e que abdicou de muitas oportunidades para me proporcionar a educação que tenho hoje. Meu pai Osman que não deixou faltar incentivo, por vezes determinante para a continuidade de minha caminhada. Minhas irmãs Vanessa e Victória pelas palavras e ações de suporte. Agradeço ao meu amigo e amor Lucas Agostinho pelas longas conversas sobre minhas angústias, frustrações, vitórias e derrotas, bem como incentivo e apoio durante esse percurso. Ainda, agradeço aos estudantes que participaram desta pesquisa, contribuindo grandemente com suas vivências. Agradeço a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN e a Faculdade de Educação – FE/UERN, bem como todas(os) as(os) professoras(es) vinculadas(os) ao Departamento de Educação por fazer parte da minha vida e contribuir com o incentivo à educação pública, gratuita e de qualidade para todas e todos. Agradeço também a Deus que em sua completa mansidão me fez capaz de chegar até aqui e que colocou todas as pessoas citadas, e as que direta ou indiretamente contribuíram, em minha vida. Votos de gratidão! “Eu imagino ‘cansado’ como a sociedade pentecostal recebe o espírito, através do banco. A inspiração do cansaço diz menos o que se deve fazer do que aquilo que pode ser deixado de lado”. O ‘cansado’ habilita o homem para uma serenidade e abandono especial, para um não fazer sereno.” (HAN, 2015, p. 39). RESUMO A presente pesquisa busca abrir caminhos para o entendimento sobre os principais efeitos da pandemia da COVID-19 no processo de ensino- aprendizagem evidenciados pelas(os) alunas(os) da FE/UERN durante o período do Ensino Remoto Emergencial (ERE). Nesse entendimento, nosso objetivo se concentra em compreender os efeitos da pandemia COVID-19 diante do contexto das aulas remotas nas e nos alunos da Faculdade de Educação da UERN. Assim, este escrito utilizou como referencial teórico obras que trazem a reflexão para o olhar crítico-reflexivo sobre a educação e que conversam com o uso de tecnologias e ferramentas tecnológicas. A metodologia se organiza em uma pesquisa bibliográfica e documental, de cunho qualitativo. Portanto, foram utilizados dois elementos estruturantes, a roda de conversa intitulada: ‘Efeitos da pandemia da COVID-19 diante do contexto das aulas remotas nas alunas e alunos da Faculdade de Educação da UERN.’ e o Relatório de Avaliação Interna – Semestral – 2020.1 do curso de Pedagogia – Campus Mossoró/RN (Semestre Remoto). Os sujeitos da pesquisa foram as e os estudantes do curso de Pedagogia da FE. Diante do contexto, os resultados demonstraram que a realidade acadêmica decorrente da pandemia da COVID-19 apresentou-se desafiadora em muitas perspectivas. Ao passo que as e os estudantes encontraram suporte no uso de tecnologias no ambiente acadêmico, enfrentaram situações de desgaste físico e emocional, provenientes da situação pandêmica. Em vista disso, identificamos em suas falas as expectativas para um possível futuro pós pandêmico regado à empatia e de uma educação voltada para o olhar crítico e libertador. Palavras-chave: pandemia da COVID-19; tecnologias digitais; Ensino Remoto Emergencial. ABSTRACT The present research seeks to open paths for understanding the main effects of the COVID-19 pandemic on the teaching-learning process evidenced by the students of FE/UERN during the period of Emergency Remote Learning (ERL). With this understanding, our objective focuses on understanding the effects of the COVID-19 pandemic in the context of remote classes and on the students of the Faculty ofEducation of UERN. Thus, this writing is used as theoretical reference works that bring reflection to the critical-reflective look at education and that talk about the use of technologies and technological tools. The methodology is organized in bibliographic and documental research of qualitative nature. Therefore, two structuring elements were used, the conversation circle entitled: ‘Effects of the COVID-19 pandemic in the context of remote classes on the students of the Faculty of Education of UERN.’ and the Internal Evaluation Report - Semester - 2020.1 of the Pedagogy course - Mossoró/RN Campus (Remote Semester). The research subjects were the students of the Pedagogy course of the FE. In the face of the context, the results showed that the academic reality resulting from the pandemic of COVID-19 presented itself as challenging from many perspectives. While the students found support in the use of technologies in the academic environment, they faced situations of physical and emotional exhaustion, arising from the pandemic situation. In view of this, we identified in their speeches expectations for a possible post-pandemic future with empathy and education, focused on a critical and liberating look. Keywords: pandemic of COVID-19; digital technologies; Emergency Remote Learning. RESUMEN La presente investigación tiene por objeto abrir caminos para el entendimiento acerca de los principales efectos de la pandemia de COVID-19 en el proceso de enseñanza-aprendizaje evidenciado por los alumnos de la FE/UERN durante el periodo de la Enseñanza Remota de Emergencia (ERT). En este sentido, nuestro objetivo se centra en comprender los efectos de la pandemia COVID-19 en el contexto de las clases remotas en los estudiantes de la Facultad de Educación - UERN. Así, este documento has utilizado como referencial teórico obras que traen una reflexión para una visión crítica y reflexiva sobre la educación y suya relación con el uso de tecnologías y herramientas tecnológicas. La metodología organizase en una pesquisa bibliográfica y documental cualitativa. Luego, fueran utilizados dos elementos estructurantes, el circulo de conversación con el título: “Efectos de la pandemia de COVID-19 en el contexto de las clases remotas en los estudiantes de la Facultad de Educación - UERN.” y la Relatoría de Avaluación Interna – Semestral – 2021.1 del curso de Pedagogía – Campus Mossoró/RN (Semestre Remoto). Las personas de la pesquisa fueranlos estudiantes del curso de Pedagogía de la FE. En este ámbito, los resultados demostraron que la realidad académica debido la pandemia de COVID-19 ha presentado desafiadora en muchas perspectivas. Mientras los estudiantes encuentran suporte en el uso de tecnologías en el ambiente académico, enfrentaron situaciones de desgate físico y emocional oriundos de la situación pandémica. Así, identificamos en sus declaraciones las expectativas para un futuro tras la pandemia, construido con empatía y una educación dirigida para un mirar crítico y libertador. Palabras clave: pandemia de COVID-19; tecnologías digitales; Enseñanza Remota de Emergencia. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Momento da roda de conversa.........................................................21 Figura 2 – Momento da roda de conversa.........................................................21 Quadro 1 – Perguntas realizadas aos estudantes do curso de pedagogia presente no relatório de Avaliação Interna (2020) ............................................24 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS COSE/FE Comissão Setorial de Avaliação da FE COVID-19 Corona Vírus Disease – 2019 EAD Educação a Distância ERE Ensino Remoto Emergencial FE Faculdade de Educação MEC Ministério da Educação OMS Organização Mundial da Saúde PRAE Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis PRO-UERN Programa de Fomento às Ações de Assistência à Permanência Estudantil no Âmbito da Uern UERN Universidade do Estado do Rio Grande do Norte SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 13 ETIMOLOGIAS E CONTEXTOS: PRIMEIROS ESCLARECIMENTOS ......................... 13 2. CAMINHOS METODOLÓGICOS: UMA CONVERSA COM OS AUTORES DE SUAS HISTÓRIAS ................................................................................................................... 18 2.1. Acesso às ferramentas tecnológicas na Faculdade de Educação ............... 18 2.1.1. Contextualizando a Roda de Conversa ................................................................ 20 2.1.2. Relatório de Avaliação Interna – Semestral – 2020.1 ....................................... 24 2.2. Relações entre tecnologia e COVID-19: um olhar sobre a educação e o acesso à tecnologia em período pandêmico .................................................................. 28 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 32 ENSINO REMOTO: ENCONTRO COM A ESCASSEZ ..................................................... 32 3.1. Ensaio sobre o futuro pós pandêmico das tecnologias na educação ......... 33 APÊNDICE ................................................................................................................................ 39 13 1. INTRODUÇÃO ETIMOLOGIAS E CONTEXTOS: PRIMEIROS ESCLARECIMENTOS Ler sobre a sociedade, ponderar sobre como ela se organiza e como as várias mentes que pensam (criticamente ou não) e se entrelaçam para chegar a um bem comum, sempre foi algo que me despertou curiosidade. As pessoas me avivaram o olhar curioso e vê-las interagindo umas com as outras, tonou-se algo a ser estudado. Diante do meu interesse como estudante e pesquisadora busquei me aprofundar em um olhar crítico-social voltado para o percurso metodológico dentro do curso de Pedagogia ao qual me dediquei nesses quatro anos. Dessa forma, como peça principal da pesquisa colocam-se as e os estudantes do curso de pedagogia, buscando além de entender a visão delas e deles sobre o período pandêmico decorrente da doença provocada pelo novo Coronavírus – COVID-191, que envolveu delineamentos de enfrentamento físico e psicológico, bem como aproximar a pesquisa científica do olhar das e dos estudantes e suas batalhas internas. Antes de tudo gostaria de contextualizar aqui que a referente pesquisa partiu de inquietações trazidas pelas aulas da professora orientadora Regina Young que ministrou/ministra a disciplina Tecnologias e Mediação Pedagógica na Faculdade de Educação – FE/UERN, as quais me inspiraram/inspiram a manter o olhar crítico sobre as coisas e as pessoas que me circundam. Todavia não esqueço de citar as diversas conversas que tive com o professor orientador Jônatas Andrade, as quais me motivaram/motivam a viver conectada com as atualidades e sobreviver na cibercultura (LÉVY, 1999). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no site da Organização Pan-Americana, em 11 de março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada como pandemia. Esse termo foi descrito pela mesma fonte 1“coronavirus disease 2019” - doença por coronavírus 2019, em tradução livre – COVID-19 (SECOM, Superintendência Estadual de Comunicação Social do Espírito Santo. CORONAVÍRUS. Acesso em: 06 set. 2022.) 14 como uma distribuição geográfica de uma doença independente de sua gravidade. Ou seja, a definição reconhece que, no momento, existem surtos da COVID-19 em vários países e regiões do mundo. Tendo em vista a situação citada, e diversos contextos como o confinamento ou do inglês “lockdown”, que caracterizou o período de esvaziamento das ruas, mantendo apenas as funções essenciais em funcionamento para evitar a disseminação do vírus em vigor, a educação sofreu mudanças drásticas emsua organização. Em 17 de março de 2020, o Ministério da Educação (MEC) autorizou a implementação do ensino por meios virtuais (Portaria nº 343, de 17 de março de 2020). Assim, foram pensadas e organizadas diversas estratégias para a realização do ensino em formato virtual, utilizando meios e tecnologias de informação. Ainda nesta perspectiva, o Ensino Remoto Emergencial - ERE de acordo com o MEC, em PARECER CNE/CP Nº 5/2020, que reorganiza o calendário escolar e reformula a educação brasileira dentro das normas estabelecidas pela OMS, substitui as aulas presenciais por aulas em meios digitais, enquanto durasse a situação de pandemia da COVID-19. A partir desse momento, a educação saiu das salas de aula físicas e passou às salas de aula virtuais, sofrendo diversos tipos de adaptações estruturais e intelectuais para adequar a rotina de trabalho e estudo ao meio totalmente remoto. A Educação Brasileira em todos os níveis foi afetada e essa realidade se fez presente na vida das e dos estudantes da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), contribuindo para trazer à tona fatores condicionantes para que o processo de aprendizagem fosse realizado dentro dos objetivos propostos. O que pretendemos apresentar por meio da presente pesquisa, levando em consideração os aspectos já citados, são respostas para a pergunta: “Quais os principais efeitos da pandemia da COVID-19 no processo de ensino-aprendizagem evidenciados pelas(os) alunas(os) da FE/UERN durante o período do Ensino Remoto Emergencial (ERE)? Faz-se necessário ressaltar que este escrito tratará de termos como “aula remota”, “trabalho remoto”, “Educação a Distância – EAD”, os quais abro espaço para devidas contextualizações. Portanto, diante do contexto das aulas em meio virtual, o termo aula remota foi bastante utilizado. Este, trata-se das aulas à 15 distância, mas por ferramentas e metodologias diferentes da EAD. Segundo Andes (2020), o trabalho remoto se refere a atividades que geralmente são realizadas no ambiente acadêmico, mas que também podem ser realizadas online. Na mesma lógica o ensino remoto para o autor é um espécie de falso EaD, levando em consideração que esse tipo de ensino foi implementado sob interesses mercadológicos (ANDES-SN, 2020). Em última instância a EaD – Educação a Distância segundo Rocha et. Al (2017), pode ser definida como uma modalidade de educação em que os participantes desse processo estão separados fisicamente no tempo-espaço, porém conectados através de meios analógicos unidirecionais que separam emissão e recepção, [...] (ROCHA et. Al, 2017). Ultrapassando os primeiros esclarecimentos, podemos iniciar com mais tranquilidade na temática desta pesquisa, que como já citado, busca compreender as inquietações das e dos estudantes de Pedagogia dentro do contexto pandêmico decorrente da COVID-19. Nesse sentido, trago as palavras do filósofo Byung-Chul Han (2015), em seu livro “Sociedade do Cansaço”, no qual fala que o século XXI não se trata de uma época bacteriológica nem viral, e sim neuronal (Byung-Chul, 2015). De certo modo, o momento no qual vivíamos no final do ano de 2019 para o começo de 2020, não se cogitava a existência de um período pandêmico como o que viveríamos meses depois. Para Han, a sociedade do cansaço se trata de pessoas física e mentalmente cansadas de viver numa redoma da hiper-atividade, em que tudo deve ser feito de forma automatizada para ‘poupar tempo’, causando uma quantidade absurda de demandas que devem ser cumpridas a todo custo. Não devemos nem podemos descartar a sociedade do cansaço a qual o autor se refere, pois ela de certa forma persevera e as doenças neuronais que ele retrata, como depressão, hiperatividade, déficit de atenção, etc., certamente existem. Contudo, com a pandemia decorrente da COVID-19 notamos que a sociedade não está/estava preparada para enfrentar uma época viral, mesmo com os inúmeros avanços científicos e tecnológicos existentes. 16 Nesse contorno, retomo a ideia da cibercultura (LÉVY, 1999) onde vivemos em um entorno ligado direta e indiretamente às redes virtuais e sociais. A sociedade torna-se conectada intrinsicamente às tecnologias e aos diversos ambientes virtuais de interação proporcionados pela criação do ciberespaço (LÉVY, 1999). Este seria o lócus onde as informações de concentram, afetam e são afetadas pela sociedade interagindo com ele e para ele. Segundo Lévy, esses espaços onde as tecnologias e ferramentas tecnológicas se concentram são condicionantes para uma evolução geral da civilização, portanto, como esses aspectos interagem entre si, não se tornam determinantes para esta superação de eras anteriores. Em vista disso a sociedade em rede, segundo Young (2014), apud Castells (2005), se concentra em uma sociedade hiper- conectada que tem sua base na microeletrônica, codificando e decodificando dados em tempo real, ampliando o conhecimento e acumulando informações em um esfera mundial. Nesta perspectiva, e partindo do pressuposto que as e os estudantes da FE estão envoltos no universo da cibercultura, dentro do ciberespaço e vivendo na sociedade em rede, firmou-se a relevância de pensar em como essas e esses alunos experimentaram o período decorrente da pandemia da COVID-19. Para além disso, colocamos em pauta as diversas realidades apresentadas por elas e eles através do uso dessas tecnologias em meio virtual, proporcionado em evidência pelo ERE, bem como os impactos causados na vida das e dos estudantes da FE. Não obstante, é importante ressaltar que através das falas e experiências traçamos caminhos para compreender os efeitos da pandemia da COVID-19 diante do contexto das aulas remotas nas e nos alunos da Faculdade de Educação da UERN, mas entrar, em caráter embrionário, nas questões sociais que circundam a atmosfera pedagógica do nosso curso. Nesse sentido, caracterizar o ERE no contexto da pandemia da COVID-19, bem como contextualizar a mudança do caráter didático-pedagógico no contexto das aulas remotas e identificar as formas de acesso e uso de tecnologias digitais discentes na Faculdade de Educação da UERN, torna-se essencial para a compreensão da temática aqui abordada. Além do escrito de Han (2015), a presente pesquisa foi inspirada nos(as) autores(as): Pierre Lévy (1999), Kenski (2013), Marcos T. Masetto (2000) e 17 Dantas e Linhares (2014) apud Paulo Freire (1991). Portanto, a pesquisa parte do caráter bibliográfico e documental, buscando dados qualitativos sobre a temática já citada e é organizada nas seguintes sessões: “Caminhos metodológicos: uma conversa com os autores de suas histórias”, dividida em dois subtópicos que caracterizam a pesquisa, apresentando o “Acesso às ferramentas tecnológicas na Faculdade de Educação” que tráz os dois principais percursos metodológicos “Contextualizando a Roda de Conversa” e “Relatório de Avaliação Interna – Semestral – 2020.1” que foram utilizados para embasar o viés científico aqui descrito, e o tópico “Relações entre tecnologia e COVID-19: um olhar sobre a educação e o acesso à tecnologia em período pandêmico.” No qual as relações são confrontadas e analisadas no viés dos autores já citados. Ademais o tópico “Ensino Remoto: Encontro com a escassez” que corrobora ao ponto “Ensaio sobre o futuro pós pandêmico das tecnologias na educação.” dissertando os principais desfechos da presente pesquisa. 18 2. CAMINHOS METODOLÓGICOS: UMA CONVERSA COM OS AUTORES DE SUAS HISTÓRIAS 2.1. Acesso às ferramentas tecnológicas na Faculdade de Educação Em um panejamento de aulas para qualquer nível escolar utiliza-se um tópico intitulado “Recursos”. Em um primeiro momento, conectamos a palavra ao fato de que, ao realizarmos uma ação, necessitamos de uma ferramenta para fazê-la com precisão e sucesso. Assim,trago este exemplo para contextualizar o tópico que abordará sobre o acesso aos principais recursos/ferramentas tecnológicas na ótica dos estudantes da FE/UERN. Para além da perspectiva da coleta de dados, a presente pesquisa trata- se de um trabalho voltado para as subjetividades de cada indivíduo. Ou seja, partimos da ideia de que respostas prontas e acabadas não favorecem a construção do ser crítico e reflexivo o qual somos instigadas(os) a ser durante o percurso acadêmico. Desse modo, para executar a difícil missão de registrar em palavras as sensações, opiniões, percepções de alunas(os) da FE no presente texto, utilizamos de dois principais recursos metodológicos que serão abordados a seguir. O primeiro método ao qual gostaria de me referir trata-se da roda de conversa intitulada: ‘Efeitos da pandemia da COVID-19 diante do contexto das aulas remotas nas e nos alunos da Faculdade de Educação da UERN.’ com as e os estudantes matriculados no componente curricular Tecnologias e Mediação Pedagógica do 8º período – noturno, que ocorreu no dia 21 de junho de 2022, sob a orientação da professora orientadora Regina Young e realizou-se, dentro das limitações da FE/UERN, que relacionou temáticas envoltas no espectro desta pesquisa, as quais abordaremos no decorrer deste escrito. A inspiração pelo modelo da roda de conversa surgiu diante do contato dentro do curso de Pedagogia com diversos materiais sobre os Círculos de Cultura que segundo Dantas e Linhares (2014) apud Paulo Freire (1991) adentram a perspectiva do caráter libertador, propondo a aprendizagem integral dos indivíduos, cultivando seu olhar crítico sob os contextos vividos. Portanto, a roda de conversa foi utilizada como um suporte à coleta de dados sobre o acesso às tecnologias na FE/UERN. O momento foi organizado com a proposta de uma 19 conversa informal com temas sugeridos pela pesquisadora, buscando guiar as falas de modo a atingir os objetivos propostos, ou seja, identificar as formas de acesso e uso de tecnologias digitais discentes na FE/UERN. Todavia, este escrito baseia-se em segunda instância, no Relatório de Avaliação Interna – Semestral – 2020.1 do curso de Pedagogia – Campus Mossoró/RN (Semestre Remoto), inserido na política de Avaliação Interna da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN que tem como objetivo [...] acompanhar, monitorar e contribuir com ações que venham valorar os aspectos considerados significativos e melhorar os aspectos que ainda não alcançaram os resultados esperados no processo formativo dos graduandos. O processo de avaliação se dá por meio de disponibilização de questionários online para serem respondidos em cada semestre pelo corpo docente e discente da instituição, avaliando, de modo geral, às Dimensões Didático-Pedagógica e Infraestrutura. (2021, p.02) Isto posto, pretende-se enfatizar a importância do caráter qualitativo presente no relatório estudado, voltando o olhar para as subjetividades trazidas nesse estudo, bem como nas falas apresentadas na roda de conversa. Ademais é indispensável a reflexão levando em consideração os aspectos sociais e acadêmicos dos indivíduos que participaram dos instrumentos metodológicos da presente pesquisa. Em vista disso, a identidade dos sujeitos será mantida em sigilo no tocante ao exposto na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 que cita na sessão “Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos” em seu Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; Nesse sentido, pretende-se alcançar nessa sessão a reflexão junto aos dados obtidos na pesquisa, o entendimento sobre como ocorre/ocorreu a relação das e dos estudantes da Faculdade de Educação e o acesso às ferramentas tecnológicas no período semestral já descrito, focando inclusive nos aspectos relacionados à subjetividade envolta nas vivências aqui mencionadas. Para guiar nosso pensamento sobre as perspectivas citadas acima, dividiremos este tópico em duas outras falas onde poderemos reunir informações relevantes sobre cada processo pesquisado. Busca-se esclarecer questões 20 específicas de cada momento da pesquisa e chegar a um canal comum ao final da explanação. 2.1.1. Contextualizando a Roda de Conversa A iniciativa da roda de conversa – “Efeitos da pandemia da COVID-19 diante do contexto das aulas remotas nas e nos alunos da Faculdade de Educação da UERN - FE/UERN.” como um dos métodos de suporte para coleta de dados com as e os estudantes do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação – FE/UERN partiu dos conhecimentos adquiridos em sala de aula, juntamente aos contatos com materiais interdisciplinares, utilizados em componentes curriculares ao longo do curso de Pedagogia, os quais citavam os Círculos de Cultura. Nesse sentido, a vivência que foi elaborada por Freire, é contextualizada em uma perspectiva pedagógica democrática e libertadora, que através da aprendizagem integral quebra os paradigmas da educação tradicional, valorizando as experiências vividas pelos sujeitos (DANTAS E LINHARES, 2014) apud Paulo Freire (1991). A partir desta ideia, o momento da conversa foi elaborado com o intuito de tornar a etapa da pesquisa empírica leve e proveitosa para as e os estudantes, bem como para facilitar o processo de apropriação da escrita deste texto. Para viabilizar a construção do momento que ocorreu no dia 21 de junho de 2022, sob a orientação da professora orientadora Regina Young que se realizou, dentro das limitações da Faculdade de Educação – FE/UERN, tendo em média 1 hora e 30 minutos de duração, foi elaborado um material em slides (vide apêndice) para servir de inspiração e guiar a conversa com as e os estudantes ali presentes. O material em slides contava com os seguintes temas estruturantes: • Tecnologias no Ambiente Educacional; O primeiro ponto colocado na conversa tinha como objetivo principal contextualizar as tecnologias e o ambiente educacional a fim de perceber nas falas, comentários e indagações dos sujeitos ali presentes como elas e eles percebiam/percebem a tecnologia em suas vivências, dando enfoque ao processo educacional. • Tecnologias e Mediação Pedagógica; 21 Neste tópico buscava-se entender como as e os estudantes viam a perspectiva da mediação pedagógica junto às tecnologias e como elas e eles lidavam com o caráter docente, no que se refere às intervenções no processo de ensino através das ferramentas tecnológicas. • Ensino Remoto x Explosão do uso de tecnologias; A temática citada foi trabalhada no sentido de vislumbrar o aumento significativo do uso das tecnologias, bem como ferramentas tecnológicas dentro do que se caracterizava como ERE. • Escassez trazida pela pandemia; O contexto que foi trazido neste ponto da roda de conversa foi a perspectiva da falta em várias instâncias. Assim, colocamos a pandemia em uma visão de facilitadora da escassez de suporte ao discente e docente, escassez de processos formativos, escassez de interesse, escassez de fomento institucional, dentre outras. • Futuro pós-pandêmico para a educação. No tópico de fechamento da discussão, as e os estudantes foram instigados a refletirem sobre toda a conversa e elaborarem uma previsão de futuro para uma realidade onde o período de pandemia no qual vivíamos/vivemos estivesse em linhas temporais do passado. Nesse sentido, elas e eles foram convidados(as) a iniciar a discussão tornando- os sujeitos ativos na troca de ideias e elaborações. Para cada tema estruturante, colocou-se em prática a intervenção guiada,utilizando-se ainda como inspiração os percursos metodológicos da problematização em Paulo Freire, que segundo Dantas e Linhares (2014) apud Freire (1991) “[...] representa um momento decisivo da proposta e busca superar a visão ingênua por uma perspectiva crítica, capaz de transformar o contexto vivido.” (Dantas e Linhares, 2014, p.75). Nesse formato, para além de comentar sobre os temas apresentados, colocou-se em prática o poder crítico dos sujeitos atuantes sobre si e no mundo. Cada temática tinha o objetivo de relacionar-se entre si para que ao final as e os estudantes pudessem fazer a ligação do tema central da roda de conversa. Contudo, diante das diversas falas e experiências trazidas por elas e eles, percebemos que aquele momento não seria o bastante para coletar todos 22 os dados necessários e analisarmos diante da temática da pesquisa o que estava proposto. Portanto, a roda de conversa se tornou um método de apoio à pesquisa de caráter bibliográfico e documental. Figura 1 – Momento da roda de conversa Fonte: Acervo da autora. Figura 2 – Momento da roda de conversa Fonte: Acervo da autora. Como ilustrado acima, o momento aconteceu na sala de aula do 8º período de Pedagogia – noturno, na disciplina da professora orientadora Regina Young e envolveu 15 participantes, os quais concordaram em contribuir com a pesquisa em unanimidade. O momento foi mediado pela professora orientadora, juntamente à pesquisadora e as falas foram gravadas para tornar a memória da discussão um procedimento fiel ao que havia sido proferido. As e os estudantes 23 possuíram espaço de fala livre, com interações mediadas na fala da pesquisadora que conduziu a favorecer a participação de todas e todos. À vista disso, demonstraram interesse pela temática no momento primeiro por se tratar de um conteúdo relevante no tocante acadêmico, pessoal e social dos participantes. Entre comentários e discussões pudemos entrar em locais de reflexão sobre como as e os estudantes veem a tecnologia, bem como o acesso às ferramentas tecnológicas se tornou condicionante à evolução, como uma estudante cita “Nós somos obrigados a evoluir”, concomitante com a visão que a autora Kenski (2013) enfatiza em seu texto “Tecnologias e ensino presencial e a distância”, no qual encontramos o estereótipo referido às tecnologias. Nesse raciocínio, vemos as criações tecnológicas apenas como realizações inusitadas que remetem aos filmes de ficção científica, em que máquinas se revoltam contra humanos culminando no fim da sociedade que conhecemos. Portanto, a fala da estudante colocada acima nos remete à lógica da evolução humana por meio do contato tecnológico e que este fato, na visão da mesma é algo inevitável. Em contrapartida, foi apontado pela mesma estudante que o contato excessivo com as tecnologias, que estariam presentes no contexto vigente como um auxílio à evolução, pode tornar-se um vilão em diversos aspectos na vida dos indivíduos que as utilizam. Nesse sentido, recobro a visão do autor Pierre Lévy (1999) em sua obra intitulada “Cibercultura”, que coloca as tecnologias sob o olhar da cibercultura, em que viveríamos rodeados pela cultura da informação, construindo e sendo construídos por ela, portanto nos tornaríamos sujeitos de nossa desconstrução. De certo, o autor recobra para que possamos voltar à perspectiva de que A inovação técnica gera fenômenos de crescimento, de atualização das virtualidades latentes. Contribui também para a criação de novos planos de existência. Complexifica a estratificação dos espaços estéticos, práticos e sociais. O que não significa, contudo que não provoque desaparecimentos. [...] A mudança técnica gera, portanto, quase necessariamente um sofrimento. (LÉVY, 1999, p. 218) Em vista disso, faz-se necessário mencionar as experiências colocadas pelas(os) estudantes em relação ao adoecimento causado pelas tecnologias, bem como a dificuldade de adaptação ao contexto tecnológico inserido no tocante à pandemia da COVID-19. A este tópico foi comentada a dificuldade de 24 acompanhamento às atividades acadêmicas realizadas, a falta de criatividade no que se refere ao planejamento das atividades, tornando cansativo e saturante a participação nas aulas, a complexidade de compreensão nas falas devido à falta dos fortalecimentos dos laços construídos no ambiente educacional, pouco espaço de fala, o excesso de materiais teóricos para leitura, a falta de preparo por parte das e dos docentes, dentre outras questões que nortearam a conversa, que abordaremos na sessão 2.2. 2.1.2. Relatório de Avaliação Interna – Semestral – 2020.1 Para contribuir com a presente pesquisa, colocaremos a seguir a contextualização, bem como dados da pesquisa encontrada no Relatório de Avaliação Interna – Semestral – 2020.1 do curso de Pedagogia desenvolvida e analisada pela Comissão Setorial de Avaliação (COSE/FE), o qual foi organizado para entender como o semestre remoto vivenciado na Faculdade de Educação foi compreendido pelas(os) estudantes, colocando suas potencialidades, sensibilidades e aprendizados adquiridos. Nesta via, vale salientar que o período que foi analisado, constava a realidade da pandemia decorrente da COVID-19. Portanto, no tocante aos meses de setembro a dezembro de 2020, as atividades de graduação foram realizadas na modalidade remota. Assim, os dados foram coletados por meio de formulário eletrônico do Google Forms, contando com a participação de 234 estudantes e 43 professoras(es). Segundo o Relatório de Avaliação Interna (2020), os dados coletados compreendem as respostas de docentes e discentes sobre alguns aspectos que dizem respeito ao: [...] que estavam vivenciando no ensino remoto, como, por exemplo, sobre disponibilidade de recursos tecnológicos e de acesso à rede de internet, uso destes recursos, participação em formações, vivências no processo de ensino, autoavaliação do processo etc. 25 Quadro 1 - Perguntas realizadas aos estudantes do curso de pedagogia presente no relatório de Avaliação Interna (2020) Fonte: Imagem elaborada pela autora (2022). Como mostra o quadro 1, trouxemos as perguntas que foram disponibilizadas aos estudantes da FE, para coleta de dados do relatório já citado. Tendo em vista o aspecto da compreensão discente sobre a temática da presente pesquisa, optamos pelos dados que correspondem apenas à participação das e dos estudantes da Faculdade de Educação nos dados coletados pelo Relatório de Avaliação Interna – Semestral – 2020.1. Não obstante, a relação das e dos docentes torna-se relevante no contexto estudado pelo relatório estudado, porém, ao objetivo traçado, optou-se por trabalhar com os dados sobre as e os estudantes regularmente matriculados no curso de pedagogia da Faculdade de Educação. As respostas consideradas levam em conta 234 discentes, de acordo com o relatório, representando 57,49% dos estudantes com matrículas ativas à época da realização da pesquisa (COSE/FE, 2020). O relato apresenta dados referentes a infraestrutura disponível para realização das atividades por meio remoto, incluindo acesso à internet, qualidade de conexão, recursos tecnológicos disponíveis e necessidade do Auxílio Inclusão Digital 26 disponibilizado por meio do Programa de Fomento às Ações de Assistência à Permanência Estudantil no Âmbito da Uern (Pro-Uern), conforme a Resolução nº 20/2020 – CD/FUERN, por intermédio da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis – PRAE. Nesta instância, apresenta-se que 53,8% das e dos estudantes respondentes não possuem, em sua moradia espaço adequado para estudo. Todavia 94,9% possuem acesso à internet, contudo 27,8% registrando a qualidade de conexão como suficiente para atender às demandas, 65,8% declarantes que a conexão atende parcialmente às necessidades e 6,4% indicantes que a conectividade da internet em sua residênciamostra-se insuficiente (COSE/FE, 2020). Já no que concerne ao equipamento (computador, celular e/ou tablet) necessário para acompanhamento do semestre remoto implementado nas instâncias da Faculdade de Educação – FE/UERN, que atendessem de forma satisfatória às demandas, 79,9% registrou posse, 20,1% apontou não possuir os equipamentos listados. Em vista disso, os dados correspondentes à demanda pelo Auxílio Inclusão Digital apontaram que 61,5% não necessitou do fomento (COSE/FE, 2020). Segundo o mesmo relatório, apesar do número de estudantes com acesso aos equipamentos tecnológicos serem maiores do que a quantidade de alunas e alunos sem acesso, as dificuldades encontradas foram além do alcance material, tendo em vista a subjetividade de cada um no que diz respeito ao ritmo de aprendizagem, significando que fatores externos aos recursos físicos influenciam de forma significativa o desempenho dessas(es) estudantes. Em relação aos aspectos didático-pedagógicos, os dados apresentados apontam que 34,2% avaliou as metodologias aplicadas pelos(as) docentes como excelente ou boa, 42,3% colocou como regular e 22,6% avaliou a experiência como ruim. Ainda apresenta que 0,9% não emitiu opinião. Em relação ao volume de atividades por tempo para execução, apenas 13,2% das alunas e alunos consideraram adequada, tendo 86,7% registros de inadequação na quantidade de tarefas, o que afetou o aspecto qualitativo destas. Assim, 61,5% apontou que conseguiu entregar as atividades dentro dos prazos estabelecidos, contudo 25,2% apontou não ter tido sucesso na entrega (COSE/FE, 2020). 27 Entrando no aspecto do sujeito participativo e autônomo em seu processo de aprendizagem, o critério de autoavaliação da participação nas atividades remotas foi avaliado pelo relatório já citado, tendo como resultado 46,5% considerou excelente ou boa, já 38,9% atribuiu como regular, 14,1% como ruim e por fim 0,4% preferiu não opinar. Já o aspecto avaliativo no que concerne ao aprendizado dos componentes curriculares mostra que 25,6% considera sua aprendizagem ruim, 42,7% regular e somente 30,7% atribui como positiva na perspectiva excelente ou boa. Sendo 0,9% das e dos estudantes não opinativos (COSE/FE, 2020). Diante do contexto apresentado, o Relatório de Avaliação Interna – Semestral – 2020.1 explicita em linhas gerais a experiência com o ensino remoto, que culmina em 47,4% das e dos respondentes colocando como ruim, 31,2% como regular e somente 21,4% das e dos estudantes incitaram como boa ou excelente (COSE/FE, 2020). Consoante aos dados evidenciados, o relatório expressou que as e os estudantes respondentes dissertaram ainda sobre [...] ausência de diálogos, flexibilidade e sensibilidade quanto às dificuldades que estavam enfrentando, a sobrecarga de atividades devido às inúmeras outras atividades que desempenhavam em suas casas, com a família e no trabalho, que precisaram ser também adaptadas, em muitos casos, ao formato remoto, passando a exigir mais dos alunos também nesses outros contextos. (p.21) Ainda neste ângulo, as e os estudantes expõem sobre a aflição emocional que experienciaram, devido às questões como o contexto da pandemia, perda de entes queridos, desgaste físico e/ou emocional, culminando em cansaço, estresse, depressão, ansiedade, etc. Para além disso, relatam que esses e outros motivos resultaram no trancamento da matrícula por parte de várias(os) estudantes (COSE/FE, 2020, p.21). Desta maneira, o relatório traz além dos dados quantitativos sobre as questões comuns a todas e todos, reflexões sobre as necessidades delas e deles dentro de suas particularidades, recobrando o viés socioemocional que existe nas relações educacionais. 28 2.2. Relações entre tecnologia e COVID-19: um olhar sobre a educação e o acesso à tecnologia em período pandêmico Distanciar o olhar das nossas vivências como um indivíduo que assiste um espetáculo diante de si, se torna uma tarefa envolta em nuances instigantes. Acredito que embora ciente da noção desse afastamento, irei encontrar grande parte de mim como estudante e pesquisadora na tessitura deste escrito. Procurou-se acompanhar o raciocínio dos principais sujeitos participantes desta pesquisa e relatar minimamente minha visão sob as temáticas trabalhadas com elas e eles. Nessa instância essa sessão tem como principal ponto norteador relacionar o que foi descrito nos pontos 2.1.1 e 2.1.2, respectivamente. A princípio, coloco a riqueza dos momentos construídos junto aos estudantes desta pesquisa. De certo podemos desenvolver vivências de reflexão crítica, optando pelo protagonismo e autonomia discente, participante ativo do processo de aprendizagem. Partindo do ponto de vista da ambientação com o universo da educação para a liberdade (FREIRE, 2015) que coloca A transitividade crítica,25 por outro lado, a que chegaríamos com uma educação dialogal e ativa, voltada para a responsabilidade social e política, se caracteriza pela profundidade na interpretação dos problemas. Pela substituição de explicações mágicas por princípios causais. Por procurar testar os “achados” e se dispor sempre a revisões. Por despir-se ao máximo de preconceitos na análise dos problemas e, na sua apreensão, esforçar-se por evitar deformações. Por negar a transferência da responsabilidade. Pela recusa a posições quietistas. Por segurança na argumentação. Pela prática do diálogo, e não da polêmica. Pela receptividade ao novo, não apenas porque novo, e pela não recusa ao velho, só porque velho, mas pela aceitação de ambos, enquanto válidos. Por se inclinar sempre a arguições. (p. 58) Em outros termos, prioriza-se a capacidade crítica dos indivíduos participantes, levando em consideração as particularidades vividas e a intensidade de cada experiência aprendida. Para além disso, compreendo que o contexto pandêmico decorrente da COVID-19 mostrou facetas distintas do percurso educacional no tocante à experiência vivida no semestre remoto de 2020.1 no curso de Pedagogia da FE/UERN. Ao passo que tivemos acesso às vivências dessas e desses estudantes, adentramos em um universo antes composto por uma só visão, aquela levada por inquietações individuais e quando mergulhamos no mundo destes indivíduos notamos que as realidades externadas eram semelhantes e, por vezes distintas 29 a ponto de construirmos um novo cenário do que havia se passado no período do semestre de 2020.1, mudando por completo o sentido dos processos de aprendizagem vividos. Semelhantes pois, mesmo sendo uma turma de caráter misto, composta por pessoas com idades distintas, ocupações e motivações diárias diferentes, elas e eles participavam de um ambiente comum, este sendo a sala de aula. Assim, essas experiências atingiam a todas e todos de certa maneira em sua uniformidade, mas se moldava às realidades de forma diversa. Podemos encontrar relatos comprovados dessas semelhanças quando analisamos os dados apresentados no item 2.1.2 deste escrito, onde 47,4% (COSE/FE, 2020) das e dos estudantes respondentes colocam a experiência com o ensino remoto como ruim e 31,2% (COSE/FE, 2020) como regular. Isto significa que a maioria das e dos estudantes que tiveram de cursar algum componente curricular no período do semestre remoto dentro do curso de pedagogia da FE/UERN, não obteve sucesso nesta modalidade de ensino emergencial implementada. O que nos leva a reflexão dos motivos apresentados pelo Relatório de Avaliação Interna – Semestral – 2020.1, no qual colocam: espaço adequado para realização de estudo; possuir acesso à internet, bem como conexão qualitativa deste recurso; equipamento necessário para as demandas exigidas; as dificuldades encontradas com o percurso metodológico aplicado pelas(os) docentes; a quantidade de tarefas exigidas nesse processo das aulas remotas; e ainda a autoavaliação no que se refere à participação nasatividades e aprendizado dos componentes curriculares. Levando-nos ao que as e os estudantes participantes do momento da roda de conversa expuseram, que diante da situação vivida por elas e eles nesse processo, muitas eram as dificuldades além do fato de ‘não darem conta’ das demandas exigidas, o aspecto interpessoal na relação professor-aluno por vezes se tornou determinante para o desempenho daquela(e) aluna(o). Neste olhar, coloco a fala de uma estudante que ao se referir às tecnologias no ambiente educacional explana: “não basta existir, tem que saber usar a favor dos educandos e do próprio educador.” Esta afirmação corrobora ao fato de que a tecnologia, é um auxílio no processo educacional, contudo não elimina o fazer docente nas experiências educacionais. 30 Destarte, voltando o olhar para este aspecto agora citado, a tecnologia envolta em uma esfera do aproveitamento qualitativo para aprendizagem é um ponto frágil nas nossas salas de aula. O autor Marcos T. Masetto (2000) comenta que Nos próprios cursos do ensino superior, o uso de tecnologia adequada ao processo de aprendizagem e variada para motivar o aluno não é tão comum, o que faz com que os novos professores do ensino fundamental e médio, ao ministrarem suas aulas, praticamente copiem o modo de fazê-lo e o próprio comportamento de alguns de seus professores de faculdade, dando aula expositiva e, às vezes, sugerindo algum trabalho em grupo com pouca ou nenhuma orientação. (p. 135) Nesse sentido, entendemos que a forma como as e os docentes usam da tecnologia em sala de aula, sendo ela virtual ou presencial, pode determinar o processo de aprendizagem das e dos discentes, culminando em metodologias condicionadas à repetição do que viveram em sala de aula. Para além do que foi explanado, o aspecto pessoal no que se refere às diferentes realidades vividas pelas (os) estudantes foi um dos fatores que se colocaram influentes no processo de adaptação ao ensino remoto implementado. Dessa maneira, as e os alunos relataram dentro desse aspecto, a falta de motivação para tecer comentários durantes as aulas remotas, motivações relacionadas à família devido ao período sensível vivido, o aumento do custo de vida e até mesmo a falta de empatia causada pelas relações construídas em ambientes totalmente virtuais. Em vista disso, procuramos diante de tudo que foi relatado chegar à um ponto em comum, vislumbrando dentro do olhar delas e deles um futuro em uma linha temporal em que o período decorrente da pandemia da COVID-19 fosse apenas vestígios de uma realidade passada. Então observa-se que para além das problemáticas apresentadas, o período vivido havia trazido experiências significativas que certamente as e os alunos iriam utilizar de alguma maneira em seu futuro como profissionais. A fala de uma estudante sobre este tema coloca que “este futuro pós- pandêmico conta com o nosso olhar criativo, com o nosso olhar otimista, de educador para que seja melhor.” Em outros termos, apesar das experiências vividas expressarem altos índices de fragilidades em suas construções, elas e eles veem em um futuro próximo uma realidade em que as adaptações ao novo 31 modo, que a implementação do ensino remoto corroborou, possam tornar a educação como conhecemos um cenário onde a educação crítica seja levada em consideração. Não apenas no formato presencial, mas, o que o ERE trouxe para a sala de aula, ou seja, a possibilidade do uso das tecnologias em abundância, reformulou o modo como vemos o ensino através dessas ferramentas tecnológicas. Nesse sentido, elas e eles colocam em suas falas, grandes expectativas relacionadas ao trato dessas tecnologias, em um panorama geral relacionado ao desenvolvimento do ensino e aprendizagem, mas um avanço significativo por parte das instituições de ensino superior e educação básica, culminando em mais formações para as e os docentes, investimento para aquisição de equipamentos para as escolas e faculdades, bem como promover uma educação com o uso consciente das tecnologias digitais. 32 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ENSINO REMOTO: ENCONTRO COM A ESCASSEZ Quando nos propomos a estudar sobre a temática aqui tratada, partimos dos conceitos desenvolvidos pelo autor Pierre Lévy (1999) no qual apresenta a definição de ciberespaço e cibercultura. Ambos retratam um universo no qual a humanidade se vê rodeada por técnicas e ferramentas tecnológicas que diante de suas inúmeras funções determina como a vida passaria a ser traçada desde então. Neste aspecto, retratamos o quão se faz necessário o uso dessas tecnologias dentro do viés educacional que se constrói ao longo da jornada acadêmica. Assim como afirma Kenski (2013, p. 24), a velocidade com que as tecnologias se instauram na sociedade, apresentam novos modos de viver. Portanto, se faz necessário um período de adaptação para que as novidades se adequem aos novos estilos de vida. Mudar a perspectiva sobre o modo como aprendemos pode ser um processo árduo, porém as diferentes possibilidades que o uso de tecnologias apresenta, abre portas para que possamos nos formar para além do grau de escolarização. Assim, a autora enfatiza que os ambientes virtuais colocam vários tipos de aprendizagem on-line, além de nos proporcionar uma ambientação com todos os tipos de tecnologias. Nesse sentido, esta pesquisa trouxe à tona além de questões que se referem à experiência das e dos alunos da Faculdade de Educação – FE/UERN com o semestre remoto decorrente da pandemia da COVID-19, bem como as inúmeras queixas destes para com os fatores envoltos nas subjetividades de cada um. Faz-se necessário ressaltar a importância de levar em conta as vivências de delas e deles no processo educativo, pois como enfatiza Oliveira (2022, p. 25), as subjetividades se entrelaçam com a perspectiva de tornar-se co-autor de si, proporcionando um processo formativo autorizante, regado à multirreferencialidade. Levando em consideração essa perspectiva, é possível tomar posse de um olhar plural para a formação do indivíduo, lendo as entrelinhas do problema e vislumbrando o sujeito que problematiza, que, portanto, reflete sobre esse processo. Partindo deste olhar do sujeito como fazedores de história, ou seja, os sujeitos como protagonistas do seu processo de crescimento no ambiente 33 acadêmico, pessoal e social, interagindo entre si para um olhar crítico sobre as coisas e as pessoas (COIMBRA, RICHTER e VALENTE, 2008). As e os estudantes participantes da roda de conversa, bem como os sujeitos respondentes do Relatório de Avaliação Interna – Semestral – 2020.1 demonstraram terem sido afetados diretamente pelas consequências do período de aulas on-line durante seu percurso no curso de pedagogia da FE. Em sequência, recobro os aspectos os quais procuramos ressaltar como essenciais para considerar a experiência dessas(es) estudantes relevante para a busca de um futuro profissional com visão abrangente das necessidades adequadas para sua profissão. Seriam eles, para além dos recursos físicos adequados, tratando-se de aparelhos tecnológicos, bem como conectividade de internet banda larga de qualidade, recursos humanos compatíveis com as necessidades de cada um como: capacidade de se reinventar como profissional, criar estratégias diferenciadas, olhar empático e assistencial para com as necessidades do ambiente educacional, sensibilidade e coletividade. Em vista disso, a presente pesquisa retrata um encontro com a escassez. Esta representada pela grande lacuna que o período pandêmico decorrente da COVID-19 deixou na educação do nosso país, colocado aqui numa realidade próxima, documentada com dados quanti-qualitativos. Quantitativos, pois como demonstrado nas sessões anteriores a maioria das e dos estudantes da Faculdade de Educação afirmou ter tido dificuldades na aprendizagem quanto aosconteúdos referentes ao curso em questão. Contudo, este estudo não pretende colocar o ERE que foi implementado como um vilão, porém faz-se necessário colocar as questões ardentes no que diz respeito a vivências dessas e desses estudantes. 3.1. Ensaio sobre o futuro pós pandêmico das tecnologias na educação No início deste escrito confessei receio ao escrever sobre uma temática latente em minha trajetória acadêmica, dissertando sobre manter o olhar curioso diante de tantas histórias conhecidas e buscando o comprometimento em enfrentar o desafio de registrar por meio de palavras o que pude compartilhar com as e os estudantes do componente curricular Tecnologias e Mediação Pedagógica do 8º período. 34 Portanto, as falas delas e deles evidenciaram ainda mais a ferida aberta no trato da nossa sociedade com a educação e com os sujeitos que se dedicam diariamente a participar desse processo de construção do conhecimento acadêmico. Este estudo, para além de apontar as fragilidades, colocou a responsabilidade de um futuro educacional, tendo em vista a nova realidade das tecnologias e ferramentas tecnológicas exploradas nesse espaço de tempo, como: aulas totalmente online pelos serviços de comunicação por vídeo, lives disponibilizadas em plataformas de streaming de vídeos, comunicação quase instantânea pelos aplicativos de envio de mensagens via internet, sem falar no acesso exponencialmente ampliado aos materiais disponibilizados em sites, armazenamento, fóruns na internet. Nesse panorama, notamos o uso consciente dos recursos tecnológicos, tornando o ambiente virtual das aulas na modalidade remota uma experiência que trouxe diferentes maneiras de enfrentamento. Ao passo que as e os discentes e docentes tiveram contato maior com as tecnologias, passaram a ampliar o olhar para uma nova realidade. Na qual a experiência educacional está cada vez mais inserida e torna a dinâmica em sala de aula, virtual ou presencial, diversificada. Diante disso, traçar uma linha temporal futura tendo por base uma educação pós pandêmica, recobra o olhar fixado em uma equipe de profissionais que sairão da sala de aula dos cursos de graduação com uma bagagem repleta de experiências distintas entre si. Estas e estes contaram com o suporte desenvolvido pela variedade de recursos apresentados pelos docentes em sala de aula e vivências com a nova forma de aprender, bem como as fragilidades deixadas pela visão quebradiça de aprendizagem deixada pela pandemia decorrente da COVID-19. Apesar dessa realidade, devemos manter a atenção no horizonte de uma educação voltada para o olhar crítico, baseada nas vivências dos sujeitos construtores de si, regados por empatia e sensibilidade, podendo levar em conta tudo que aprendemos nesses tempos extremos de saúde pública e relações descartáveis. Assim, como enfatiza Maia (2022, p.48) independentemente dos enfrentamentos e a falta de suporte, é preciso manter os aspectos qualitativos da nossa educação, cabendo aos profissionais da educação a realização de 35 suas atividades com empenho e persistência. Embora muitas situações possam nos levar a caminhos de desânimo e comodismo, as e os educadores devem manter o olhar na capacidade condicionante que podem ter sob suas alunas e alunos. Dessa forma, a luta para o cumprimento do direito à educação é dever de todas e todos e deve ser mantida diante das diferentes realidades, com apoio integral da sociedade, para proporcionarmos a experiência crítica-social dos sujeitos. 36 REFERÊNCIAS ABE, Stephanie Kim. Círculos de cultura: mil e uma possibilidades. 2021. Disponível em: https://www.cenpec.org.br/tematicas/circulos-de-cultura- freirianos-mil-e-uma-possibilidades. Acesso em: 26 ago. 2022. AVALIAÇÃO, Comissão Setorial de. 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