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DESENHO TÉCNICO ARQUITETÔNICO Fabiana Galves Mahlmann Concepções arquitetônicas Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer o processo projetual como um ato criativo. � Avaliar a importância da relação entre projeto e cliente. � Contrastar as formas clássicas de expressão e a introdução de novas tecnologias na produção de projetos arquitetônicos. Introdução Hoje em dia, encontra-se diferentes formas de concepções arquitetônicas. Em muitos lugares, percebe-se a mistura de várias linguagens e estilos que fazem parte do dia a dia, apresentando desde simples soluções até projetos bem complexos os quais atendam às necessidades dos usuários a que se propõe. A concepção arquitetônica antecede a um projeto arquitetônico, e nela existem várias etapas. Neste capítulo, você verá cada uma delas, que vão desde um estudo da região, a sua criação, as técnicas a serem desen- volvidas até a sua viabilidade legal, para depois ser executada uma obra. Processo projetual, um ato criativo O projeto arquitetônico é um processo de criação do profissional, no qual ele deve apresentar uma solução para um desafio que lhe foi proposto, a qual pro- porcione o resultado desejado pelo seu cliente. Esse projeto visa buscar a melhor utilização dos espaços, a qualidade de vida e a funcionalidade dos ambientes. Uma construção é concebida por meio do projeto arquitetônico, em que é realizada uma análise com as informações disponíveis, verificando o programa de necessidades, os condicionantes físicos e a viabilidade econômica. Após U N I D A D E 1 joliveira Rectangle joliveira Rectangle esse levantamento e o estudo da região, serão desenvolvidos a criação, a compatibilização e a coordenação dos projetos; o conjunto de plantas, cortes, fachadas e detalhamentos; e todos os desenhos técnicos necessários para a execução desse empreendimento. O projeto arquitetônico é a materialização da ideia para a resolução de um problema com o processo de criação do profissional, sempre baseado na solicitação do cliente e na legislação vigente do local onde ele será edificado. Muitas vezes, cabe ao profissional orientar ao cliente a viabilidade do que ele almeja com a realidade, pois existem situações em que a solicitação se torna inviável, seja pela legislação ou por questões técnicas. Para Betina Conte Cornetet, Daniela Giovanni e Manuel Pires (2016) o conceito de projeto arquitetônico é: O projeto arquitetônico consiste no conjunto de documentos necessários para representar previamente, através de desenhos e textos, a configuração arquitetônica do edifício ou ambiente que se pretende construir. Essa docu- mentação deve ser elaborada com base nas condições levantadas do terreno (ou edificação existente, se for o caso), no programa de necessidades elaborado para atender às demandas do cliente, nas condicionantes legais e em outros itens que possam ser particularmente importantes em cada caso (CORNETET; GIOVANNI; PIRES, 2016, p. 43). A representação formal de uma ideia, até a sua materialização, gera um longo caminho a ser percorrido, chamado de projetual. A concepção formal do projeto é a solução de um problema, mas podem surgir os seguintes ques- tionamentos: por onde começar? Como fazer? Qual linha seguir? Alguns profissionais seguem linhas e conceitos pré-definidos de arquitetura de deter- minados arquitetos, estilos e épocas, porém, isso não é uma regra, pois tudo muda de acordo com as solicitações dos clientes. O projeto arquitetônico é o conjunto de documentos e desenhos, que após aprovado dará a condição de materializações de um empreendimento; seu desenvolvimento trata-se de um longo processo que elabora um sistema com várias etapas. Concepções arquitetônicas2 O ponto de partida de um projeto é uma consequência de diversos fatores, por exemplo, as condições topográficas da região, em que será realizada uma avaliação do terreno, o clima do local determinado para a sua execução; o programa de necessidade, observando qual a exigência dos futuros usuários; um estudo da região onde esse empreendimento será edificado e a sua neces- sidade, essa etapa também é conhecida como briefing e pode ser realizada por meio de conversas, pesquisas ou com a aplicação de questionários já focados nas possibilidades a serem desenvolvidas na região. Após a etapa do briefing, o profissional responsável irá desenvolver alguns croquis com as ideias iniciais e, em seguida, começará a elaboração do ante- projeto, atendendo às solicitações pesquisadas sem esquecer as necessidades do usuário (cliente) e do empreendedor (construtor), no qual serão desenvol- vidos todos os projetos obedecendo os condicionantes necessários para o seu progresso e o que o plano diretor da cidade prevê para aquele endereço, pois as construções devem ser realizadas de acordo com a legislação vigente do município em que se situam. A identificação do local e o seu entorno auxiliam e contribuem na criação desse novo espaço, pois apresentam as viabilidades e limitações do endereço, induzindo, assim, ao tipo e uso do projeto. A criação de um projeto arquitetônico é um processo longo e bem complexo, pois envolve uma junção de questões técnicas com criatividade, proporcio- nado a satisfação do cliente. Entre os condicionantes que devem atender às necessidades e exigências dos usuários nas questões qualitativas, encontra-se os físicos, os técnicos, os legais e os econômicos. � Condicionantes físicos: há a localização geográfica, a planimetria, a altimetria, a orientação solar e as dimensões. � Condicionantes técnicos: são analisados o conforto ambiental (orien- tação solar, ventilação, acústica e visual) e a acessibilidade. � Condicionantes legais: deve-se observar tudo o que é previsto no plano diretor do município onde situa-se o empreendimento, verificando as possibilidades construtivas, as normas e as restrições da região. � Condicionantes econômicos: deve atender à relação custo-benefício. Você conhecerá a seguir as etapas que devem ser seguidas neste processo de criação. � Levantamento de dados: são as pesquisas e investigações do terreno e da região onde se pretende executar o empreendimento. 3Concepções arquitetônicas � Estudos preliminares: são os esboços iniciais do projeto e o lançamento de croquis para o desenvolvimento do anteprojeto. � Anteprojeto: são as primeiras concepções, nas quais as dimensões e características do empreendimento serão definidas. Nessa etapa, é elaborado o projeto com o desenvolvimento das plantas baixas de cada pavimento, a volumetria, a planta de cobertura e as instalações gerais. � Projeto legal: é a delimitação do problema por meio das exigências da prefeitura local. � Projeto executivo: contempla todas as informações necessárias à im- plementação do projeto na obra. É o desenvolvimento detalhado do anteprojeto e dos projetos complementares (elétrico, hidráulico, estru- tural, telefônico, TV a cabo, ar-condicionado, etc.) que são necessários para a sua elaboração. Após essas definições, o projeto arquitetônico poderá ser desenvolvido com todos os projetos, plantas, cortes, fachadas e detalhamentos necessários para sua execução, atendendo às necessidades e aos desejos do cliente. Relação entre projeto e cliente A relação entre o cliente e o projeto arquitetônico é de extrema importância, pois muitas vezes pode ser o que definirá o sucesso ou não do projeto. Saber ouvir esse cliente e os seus desejos, o que ele busca e imagina, bem como o que a legislação permite, é um grande desafio a ser enfrentado pelo profissional ao criar o espaço solicitado, pois existem casos em que a pessoa imagina algo inviável ou sem permissão de acordo com o plano diretor para aquele endereço. Portanto, caberá ao profissional argumentar com o cliente que, tecnica- mente, não é viável a criação do espaço desejado de acordo com a legislação vigente e apresentar outras soluções queatendam às suas necessidades, de maneira tranquila e segura para ele. Ambos devem ter uma relação bem trans- parente para o perfeito desenvolvimento do projeto e da sua materialização. O ponto de partida de uma obra é o projeto arquitetônico, no qual o profis- sional deve buscar todas as informações que envolvem o local da construção, as permissões e as limitações do plano diretor; verificar as necessidades e os desejos do cliente; e cruzar esses pontos para o seu desenvolvimento, mostrando a ele o embasamento para esse projeto ser seguido. O arquiteto deve observar que, hoje, as construções se baseiam em sus- tentabilidade, acessibilidade, funcionalidade, orientação solar, racionalização Concepções arquitetônicas4 do espaço, entre outros. A preocupação com esses fatores mostra que o pro- fissional está atualizado e poderá proporcionar um projeto diferenciado de acordo com as novas tecnologias. Ele precisa sempre mostrar ao cliente o seu conhecimento e as características que lhe diferenciam dos demais colegas de profissão, gerando uma grande satisfação. Porém, cada um possui as suas características e particularidades próprias, que são a sua marca profissional, então, o cliente também deve ter noção do que ele busca ao contata-lo. O cliente deve passar ao profissional todas as suas solicitações, ideias e desejos, gerando um programa de necessidades que será o ponto inicial para o desenvolvimento do projeto; por isso, a comunicação entre ambos é fundamental para um relacionamento tranquilo e o progresso do trabalho. Já o profissional, ao informa-lo, precisa saber se comunicar utilizando termos e palavras que sejam de fácil entendimento, pois o cliente pode não ter o conhecimento técnico, então, ele deve explicar os procedimentos e as ideias para depois apresentar os termos técnicos que forem necessários. Na ordem inversa, nem sempre o cliente terá o entendimento que se deseja. Para o perfeito desenvolvimento de um projeto, deve-se considerar a es- colha de um bom profissional e um bom cliente, pois o primeiro precisa ter a capacidade técnica e o segundo, saber o que espera e deseja desse serviço. Existem situações em que poderão ser encontrados excelentes arquitetos, porém, como eles ainda não têm muita experiência, não terão as mesmas oportunidades dos que já estão há muito tempo no mercado, mas que deixam a desejar. Portanto, todo cuidado é importante nessa relação para que ela tenha 100% de sucesso, pois um cliente satisfeito será um cartão de visitas para o profissional. Ser acessível ao seu cliente, saber se comunicar, ouvi-lo e cumprir prazos são alguns pontos que o arquiteto deve sempre estar atento na hora do atendimento. Após o primeiro contato entre cliente e arquiteto, no qual acontece a en- trevista inicial, o profissional definirá as etapas, os condicionantes e as fases do projeto arquitetônico, os quais são bem importantes para o sucesso do trabalho e para que a sua materialização seja da maneira idealizada pelos dois. Formas clássicas de expressão e novas tecnologias Hoje em dia, é muito comum encontrar diferentes estilos arquitetônicos em um mesmo projeto e, partir disso, surgem as perguntas: qual a melhor opção e o melhor estilo? A arquitetura Clássica ou a Moderna? A Clássica 5Concepções arquitetônicas é sempre muito marcada na arquitetura grega, com os templos e palácios dos governantes, em que as estruturas mais nobres eram construídas na Acrópole das cidades. A arquitetura Clássica é considerada imponente, sendo que, na Grécia, ela mostrava força e poder com os grandes pilares presentes nas edificações. Hoje em dia, alguns clientes desejam esse tipo de arquitetura no seu projeto, buscando o tradicional com os traços marcantes, mas é importante que o arquiteto, ao cria-lo, pense muito bem na sua solução interna para atender às solicitações e novas tecnologias. Para Simon Unwin, o conceito de arquitetura é: A Arquitetura é uma aventura mais bem explorada pelo desafio de praticá-la. Porém, como em qualquer disciplina criativa, a aventura da arquitetura pode se inspirar na análise daquilo que outros fizeram e, por meio dessa análise, tentar entender as maneiras que eles encontraram para alcançar os desafios (UNWIN, 2009, p. 3). O uso de novas tecnologias nos projetos tem desempenhado um papel fundamental na arquitetura contemporânea, porque hoje, existem diferentes tipos de arquitetura, sendo possível encontrar edificações clássicas, antigas, contrastando com o moderno, contemporâneo. Em alguns lugares, já se uti- liza dois ou mais tipos em um mesmo projeto, no qual alguns construtores mantêm edificações antigas, fazendo a sua revitalização, e constroem junto as novas, supermodernas, criando uma bela composição arquitetônica. As novas tecnologias nas construções atuais têm justificativa em fatores importantes, como a exigência do próprio mercado e a redução do tempo de construção, visando ao enxugamento dos cronogramas físicos financeiros, à demanda por materiais que proporcionem eficiência energética e conforto térmico e, principalmente, à valorização do valor agregado dos imóveis. Dessa forma, o estilo arquitetônico foi mudando, bem como a maneira de se projetar e desenhar esses projetos. No começo, as graficações aconteciam com pranchas de papel, grafite (lápis) ou nanquim; e com o avanço das tec- nologias e dos softwares, o desenho realizado por meio do computador, com programas específicos para essa finalidade, foi se aprimorando. Hoje em dia, os projetos são realizados de maneira muito mais rápida e dinâmica com os diversos programas de computação gráfica, nos quais visualiza-se o projeto completo, todas as plantas, detalhes, perspectivas e, inclusive, a imagem em realidade virtual, em que o cliente conseguirá ver o espaço como se estivesse dentro dele, mostrando como ele será depois de pronto. Na Figura 1, você verá um exemplo de desenho à mão livre. Concepções arquitetônicas6 Figura 1. Desenho à mão livre e novas tecnologias. Fonte: Paixão (2018, documento on-line). O planejamento e a utilização de materiais inovadores têm sido o diferencial para obtenção de melhores resultados nos novos projetos, os quais exigem que o profissional realize um estudo bem detalhado do que é possível ser edificado e do que o cliente deseja, pois existem condicionantes que devem ser conhecidos com o intuito de seu projeto ser o mais eficiente possível. Entre esses fatores, pode-se citar: � adensamento urbano; � aumento da circulação de veículos e do tempo de deslocamento; � ação de fatores climáticos; � projeto do plano de prevenção e proteção contra incêndios (PPCI); � conforto acústico; � conforto térmico. Considerando estes fatores, as tipologias construtivas, atualmente, mostram uma preocupação muito grande com as questões de sustentabilidade, acessibi- lidade, infraestruturas, segurança e conforto dos futuros usuários do projeto. Ao longo dos anos, percebe-se uma mudança bem visível na arquitetura, por exemplo, antigamente, as residências eram enormes, pois a vida das pes- 7Concepções arquitetônicas soas acontecia dentro desses espaços, no qual elas passavam mais tempo, e os eventos sociais eram realizados lá, o que não ocorre nos dias atuais. Hoje, é comum as pessoas utilizarem suas casas como dormitórios apenas; já os eventos sociais acontecem na infraestrutura dos condomínios ou em locais públicos. Esse estilo de vida e os condicionantes econômicos e sociais con- tribuíram muito para as alterações dos aspectos construtivos e arquitetônicos das construções. Portanto, conclui-se que o projeto arquitetônico é quando cliente e pro- fissional conseguem desenvolver um trabalho, trocar informações corretas e materializar uma ideia ou concepção em algo real. Trata-se de um processo de criação profissional, baseado no que o cliente deseja e no que a legislação permite para aquele endereço. Saber ouvir o cliente e entender as suas neces- sidades e desejos é também extremamenteimportante para o desenvolvimento do projeto que ele deseja. 1. Quais os condicionantes que devem atender às necessidades e exigências dos usuários nas questões qualitativas para a realização de um projeto arquitetônico? a) Condicionantes físicos, condicionantes técnicos, condicionantes legais e condicionantes ergonômicos. b) Condicionantes físicos, condicionantes técnicos, condicionantes legais e condicionantes econômicos. c) Condicionantes ergonômicos, condicionantes técnicos, condicionantes legais e condicionantes econômicos. d) Condicionantes físicos, condicionantes técnicos, condicionantes ergonômicos e condicionantes econômicos. e) Condicionantes físicos, condicionantes ergonômicos, condicionantes legais e condicionantes econômicos. 2. Nos condicionantes físicos, quais os pontos que serão analisados para o desenvolvimento de um projeto? a) A localização geográfica, a planimetria, a altimetria e as dimensões. b) A localização geográfica, a planimetria, a altimetria, a orientação solar e as dimensões. c) A legislação, a planimetria, a altimetria, a orientação solar e as dimensões. d) A localização geográfica, a legislação, a orientação solar e as dimensões. e) A planimetria, a altimetria, a ventilação e as dimensões. 3. As etapas que devem ser seguidas no processo de criação de um projeto, conforme a ordem prevista para o seu desenvolvimento, são: Concepções arquitetônicas8 a) anteprojeto, levantamento de dados, estudos preliminares, projeto legal e projeto executivo. b) estudos preliminares, anteprojeto, projeto legal, levantamento de dados e projeto executivo. c) anteprojeto, estudos preliminares, levantamento de dados, projeto legal e projeto executivo. d) estudos preliminares, anteprojeto, levantamento de dados e projeto executivo. e) levantamento de dados, estudos preliminares, anteprojeto, projeto legal e projeto executivo. 4. Os projetos atualmente exigem que o profissional realize um estudo bem detalhado do que é possível ser edificado e do que o cliente deseja, pois existem condicionantes que devem ser conhecidos com o intuito de ele ser o mais eficiente possível. Entre estes fatores, pode-se citar: a) adensamento urbano; aumento da circulação de veículos e do tempo de deslocamento; ação de fatores climáticos; projeto do plano de prevenção e proteção contra incêndios (PPCI); conforto acústico; e conforto térmico. b) adensamento urbano; aumento da circulação de veículos e do tempo de deslocamento; projeto do PPCI; conforto acústico; e conforto térmico. c) adensamento urbano; aumento da circulação de veículos e do tempo de deslocamento; ação de fatores climáticos; conforto acústico; e conforto térmico. d) adensamento urbano; aumento da circulação de veículos e do tempo de deslocamento; ação de fatores climáticos; projeto do PPCI; e conforto acústico. e) adensamento urbano; ação de fatores climáticos; projeto do PPCI; conforto acústico; e conforto térmico. 5. Uma construção é concebida, inicialmente, por meio do projeto arquitetônico, em que é realizada uma análise com as informações disponíveis, verificando: a) o programa de necessidades, os condicionantes físicos, a viabilidade econômica, o levantamento e o estudo da região. b) os condicionantes físicos, a viabilidade econômica, o levantamento e o estudo da região. c) o programa de necessidades, os condicionantes físicos, o levantamento e o estudo da região. d) o programa de necessidades, os condicionantes físicos, a viabilidade econômica e o levantamento. e) o programa de necessidades, a viabilidade econômica, o levantamento e o estudo da região. 9Concepções arquitetônicas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 6492. Representação de Projetos de Arquitetura. Rio de Janeiro: ABNT,1994. BORGES, A. C. Prática das Pequenas Construções. 6. ed. São Paulo: Blucher, 2010. v. 2. BORGES, A. C. Prática das Pequenas Construções. 9. ed. São Paulo: Blucher, 2009. v. 1. CAROL, F. J.; GOMES, A. R.; CAROL, F. J. R. Noções de Arquitetura e Representação Gráfica. São Paulo: UNIP, 2012. CORNETET, B.C.; GIOVANINI, D.; PIRES, M. (Org.). Arquitetura. Porto Alegre: SAGAH, 2016. CORONA, E.; LEMOS, C. A. C. Dicionário da arquitetura brasileira. 2. ed. São Paulo: Companhia das Artes, 1998. FREIRE, W. J.; BERALDO, A. L. Tecnologias e Materiais Alternativos de Construção. Cam- pinas: Unicamp, 2013.MONTENEGRO, G. A. Desenho arquitetônico. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1978. PAIXÃO, L. Curso de perspectiva a mão livre para arquitetos. 2018. Disponível em: <ht- tps://www.aarquiteta.com.br/curso-perspectiva-a-mao-livre-arquitetos/>. Acesso em: 25 abr. 2018. THOMAZ, E. Tecnologia, Gerenciamento e Qualidade na Construção. São Paulo: Pini, 2001. UNWIN, S. Analysing Architecture. 3. ed. Abingdon: Routledge, 2009. Leitura recomendada VAN LENGEN, J. Manual do Arquiteto Descalço. Jandira: B4, 2014. Concepções arquitetônicas10 tps://www.aarquiteta.com.br/curso-perspectiva-a-mao-livre-arquitetos/ Materiais e instrumentos de desenho Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer os materiais e os instrumentos para realização de dese- nhos técnicos. � Identificar a utilização de materiais e instrumentos adequados para o desenho técnico. � Avaliar a importância da utilização dos materiais e instrumentos na realização de desenho técnico. Introdução Na arquitetura, a figura humana e a utilização de elementos textuais são pontos importantes na concepção dos projetos. Esses fatores proporcio- nam uma real compreensão das proporções e das dimensões do projeto. A elaboração de um projeto arquitetônico envolve muitas etapas e maneiras de expressar a sua concepção, seja pelo modo manual, com os equipamentos e materiais técnicos ou pelos métodos modernos, com os equipamentos eletrônicos e softwares de última geração. O processo de criação é desenvolvido a partir de uma solicitação para um problema ou um desafio, por meio de desenhos, plantas e detalhamentos em pranchas, que serão utilizadas depois para a sua materialização. Neste capítulo, você verá as etapas nas quais irá reconhecer, identificar a utilização e avaliar a importância dos materiais no desenvolvimento do desenho técnico. Características do desenho técnico O desenvolvimento de um projeto arquitetônico ocorre por meio de diversas etapas, desde suas primeiras ideias, seguindo para o desenvolvimento dos problemas e até chegar ao projeto, que será a referência na construção. Para que o profissional desenvolva um projeto, são necessários instrumentos técnicos, materiais específicos que irão fornecer as informações necessárias e auxiliar nessa criação. O projeto arquitetônico é um documento, com informações técnicas relativas a uma obra. O método tradicional do desenho técnico utiliza lápis (grafite); caneta nanquim; réguas; esquadros; compassos; escalímetros; papel (pranchas) em diferentes tamanhos, tipos e gramaturas (espessuras); entre outros. O profissional deve ter o conhecimento sobre os materiais e as técnicas de desenho necessárias para o processo de criação manual. Embora, atualmente, todo o processo seja realizado com o uso de softwares próprios para esse segmento da arquitetura, esse conhecimento é necessário também para a aplicação virtual. Os croquis servem como um estudo, uma avaliação do que o profissional começou a pensar para atingir o seu objetivo, atendendo ao que foi solicitado pelo seu cliente. Mesmo com as mudanças tecnológicas que vem ocorrendo, em que os instrumentos manuais foram alterados para softwares, não podemos esquecer que os elementos do desenho técnico mantêm as mesmas caracte- rísticas e a representação gráfica realizada por meio dos softwares deverá transmitir todas as informações necessárias para a materialização do projeto. Para que todos os profissionais consigam entender e ler o desenho técnico, desde a sua criaçãoaté a materialização, eles devem “falar” a mesma lingua- gem, portanto, existem as normas técnicas, cuja função é determinar as regras e os conceitos da representação gráfica do projeto. O projeto arquitetônico é o conjunto de documentos e desenhos que, após aprovado, dará a condição de materializações de um empreendimento. O desenvolvimento do projeto arquitetônico é um longo processo, envolvendo várias etapas. Podemos definir as etapas de um projeto da seguinte maneira: 1. definição do programa de necessidades do projeto; 2. levantamento/visita ao local; 3. estudo preliminar; 4. anteprojeto; 5. projeto legal; 6. projeto executivo. Materiais e instrumentos de desenho2 Essa é a estruturação simplificada de um projeto arquitetônico, mas é ne- cessário sempre entender que cada projeto é único e individual, podendo haver variações nesse processo de criação. A criação de um projeto arquitetônico envolve uma junção de questões técnicas com criatividade, proporcionado a satisfação do cliente. Materiais e instrumentos adequados para o desenho técnico O desenho é uma forma de comunicação utilizado desde o início das ci- vilizações. Em sua evolução, os desenhos foram mudando, por meio deles foram sendo traduzidas as características das pessoas, as ideias que queriam transmitir e as sensações. Isso possibilitou o surgimento do desenho técnico, com a intenção de representar objetos e construções, o mais fiel possível ao que foi materializado. Segundo Francis Ching (2012), os materiais e equipamentos proporcionam que o trabalho seja prazeroso. Embora a mão e a mente controlem o desenho acabado, materiais e equipamentos de qualidade tornam o ato de desenhar agradável, facilitando, em longo prazo, a obtenção de um trabalho de qualidade (CHING, 2012). O desenho técnico segue normas internacionais, sob a supervisão da In- ternational Organization for Standardization (ISO), para a sua representação, mas cada país também tem as suas próprias normas adaptadas e regidas pela ISO. No Brasil, as normas são editadas pela Associação Brasileiras de Normas Técnicas (ABNT), e a norma brasileira (NBR) que regulamenta a representação de projetos de arquitetura é a NBR nº 6.492. Nessa norma, estão todas as determinações para esses desenhos, sua criação e execução (ASSOCIAÇÃO..., 1994). Segundo Schuler e Mukay (2018), a normatização do desenho por meio da NBR é essencial, pois: A normatização para desenhos de arquitetura tem a função de estabelecer regras e conceitos únicos de representação gráfica, assim como uma simbologia específica e pré-determinada, possibilitando ao desenho técnico atingir o ob- jetivo de representar o se quer tornar real (SCHULER; MUKAY, 2018, p. 03). Para o desenvolvimento das etapas de um projeto, precisamos de alguns materiais específicos. A seguir, você verá a descrição de cada um desses materiais. 3Materiais e instrumentos de desenho Os lápis ou lapiseiras permitem o lançamento de ideias e concepções, proporcionando a colocação de diferentes tipos de traços e espessuras, cada um com um significado. O desenho a lápis pode apresentar diferentes espessuras e tons de traço (Figura 1), e é classificado por letras, números, ou ambos, de acordo com o grau de dureza do grafite (também chamado de “mina”). O grafite apropriado para cada uso varia conforme a combinação de números e letras. � Grau do grafite: varia de 9H (extremamente duro) a 6B (extremamente macio). � Tipo e acabamento do papel (grau de aspereza): quanto mais áspero for um papel, mais duro deverá ser o grafite utilizado. � Superfície de desenho: quanto mais dura for a superfície, mais macio deverá ser o grafite. � Umidade: condições de alta umidade tendem a aumentar a dureza aparente do grafite. Figura 1. Lápis para desenho realista. Fonte: Desenho e Pintura (2018a, documento on-line). Atualmente, as lapiseiras são mais utilizadas do que os lápis pela sua praticidade, também devem ser observados a espessura (normalmente de 0,5 mm e a de 0,9 mm) e o grau de dureza do grafite. Tanto os lápis como as lapiseiras podem gerar desenhos com uma excelente qualidade. A borracha deve ser macia, limpa e de boa qualidade para evitar danificar a superfície do desenho. O esquadro, como você pode observar na Figura 2, é um conjunto de duas peças de formato triangular-retangular, com ângulos de 30°, 45°, 60° e 90°. São utilizados para o traçado de linhas verticais e outros ângulos, combinados também com a régua paralela, para a execução dos desenhos. Materiais e instrumentos de desenho4 Figura 2. Esquadro para desenho técnico. Fonte: Desenho e Pintura (2018b, documento on-line). O escalímetro é o instrumento de forma triangular usado para a marcação de medidas na escala do desenho. Não deve ser utilizado para o traçado de linhas, como a régua. Veja exemplos de escalímetros e régua na Figura 3. Figura 3. Réguas e escalímetros. Fonte: Brito (2013, documento on-line); Ching (2017, p. 12) 5Materiais e instrumentos de desenho O compasso é o instrumento utilizado para traçar circunferências ou arcos. Tem um formato triangular, uma ponta uma agulha (também conhecida como a ponta seca) e um grafite na outra extremidade. Segurando o compasso pela parte superior com os dedos indicador e polegar, imprime-se um movimento de rotação até completar a circunferência. Os gabaritos, representados na Figura 4, são peças com elementos vazados, que permitem a reprodução desses nos desenhos. Para curvas de raio variável usa-se a “curva francesa”. Figura 4. Exemplo de gabarito. Fonte: Ching (2017, p. 9). A régua paralela tem como objetivo o traçado de linhas horizontais paralelas entre si no sentido do comprimento da prancheta, e serve de base para o apoio dos esquadros para traçar linhas verticais ou com determinadas inclinações. A régua paralela deve ser um pouco menor do que o tamanho da prancheta. A prancheta, demonstrada na Figura 5, é uma mesa, normalmente em ma- deira, com inclinação do seu tampo, onde se fixam os papéis para os desenhos. Materiais e instrumentos de desenho6 Figura 5. Mesa para desenho técnico com régua paralela. Fonte: Desenho e Pintura (2018c, documento on-line). O desenho técnico é apresentado dentro de prancha/papel padronizadas, com margens e selos, em que constam todas as informações do que está contido na prancha. A folha na qual o projeto arquitetônico será apresentado chama-se prancha. Essas pranchas devem seguir os tamanhos determinados pela ABNT nº 10.068, conforme apresentado na Figura 6 (ASSOCIAÇÃO..., 1987). Figura 6. Norma ABNT nº 10.068. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (1987, p. 02). 7Materiais e instrumentos de desenho A partir da prancha A0, obtém-se múltiplos e submúltiplos (a folha A1 corresponde à metade da A0). Qualquer prancha é apresentada dobrada no formato A4, e pode ser en- caixada em uma pasta neste tamanho, normalmente exigida para os arquivos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1994). As escalas são um recurso de representação gráfica que permite reprodu- zir, proporcionalmente, objetos em diferentes tamanhos em relação as suas dimensões reais. No desenho técnico, as dimensões dos objetos ou constru- ções podem ser mantidas, reduzidas ou aumentadas, sempre mantendo a sua proporção original. A escala natural é aquela em que as dimensões representadas no desenho técnico são exatamente as mesmas do objeto real. É indicada por uma abre- viatura da palavra escala (ESC) seguida por 1:1 (lê-se um para um). Na escala de redução, as dimensões representadas no desenho técnico são menores que as do objeto real, por exemplo, ESC 1:20, o que significa que as dimensões no desenho técnico são 20 vezes menores que as dimensões reais do objeto. A escala de ampliação é a escala em que as dimensões representadas no desenho técnico são maiores que as do objeto real, por exemplo, ESC 2:1, em que as dimensões no desenho técnico são duas vezes maiores que as dimensões reais do objeto. Umacota pode indicar: comprimentos, larguras, alturas e profundidades; raios e diâmetros; ângulos; coordenadas; etc. Uma cota indica as medidas de um projeto. Ao cotar um projeto, deve-se observar para que sejam marcadas as cotas parciais e as cotas totais do projeto, as medidas que são realmente necessárias para deixar a comunicação mais clara e rápida. No desenho arquitetônico, são gerados os documentos necessários para as construções, obedecendo as normas técnicas. Ler e interpretar um projeto arquitetônico não é difícil, aquelas grandes folhas de papel, conhecidas como pranchas, expressam a representação gráfica de uma edificação, por meio de símbolos e representações que indicam a presença de vários elementos construtivos. Importância da utilização dos materiais e instrumentos na realização de desenho técnico O mais importante é entender a filosofia das tendências modernas que acom- panham não só a indústria da construção, mas também os demais setores econômicos ou sociais nos dias atuais, como o consumo consciente, a economia Materiais e instrumentos de desenho8 e a otimização dos recursos naturais, a sustentabilidade, a saúde e a segurança aos trabalhadores e usuários de bens e serviços, a humanização dos processos, entre outras. Segundo Firmino (2000), os avanços tecnológicos trouxeram muitas mudanças em vários segmentos: Os profundos e continuados avanços tecnológicos, em todas as esferas da sociedade contemporânea vêm proporcionando novas formas de produção, novos padrões de vida, isto é, uma profunda transformação na reprodução da própria sociedade, denunciando urgentes necessidades para a compreensão de diversos fenômenos trazidos por estas transformações, e em especial os responsáveis por novas características na configuração espacial (FIRMINO, 2000, p. ix). Lembre-se que, se tratando de tecnologia de materiais e processos, o estudo e a atualização constantes são requisitos fundamentais para o aprimoramento do conhecimento necessário ao exercício de qualquer profissão. A importância da utilização dos materiais e instrumentos disponíveis para a realização do desenho técnico é imprescindível, pois um projeto ar- quitetônico é um desenho de precisão, devendo ser fiel ao que será executado quando o projeto se materializar. O uso de novas tecnologias nos projetos tem desempenhado um papel fundamental na arquitetura contemporânea. Com a redução do tempo de execução do processo manual para o processo com o uso de computadores (softwares gráficos), o profissional consegue apresentar ao seu cliente um projeto em um período de tempo muito menor. O projeto arquitetônico é considerado complexo, pois envolve muitos fatores no seu desenvolvimento, criando situações em que decisões devem ser tomadas de maneira rápida, proporcionando uma continuidade no seu processo. Segundo SILVA (1998), a definição para projeto arquitetônico é a seguinte: “Projeto arquitetônico é uma proposta de solução para um particular problema de organização do entorno humano, através de uma determinada forma construível, bem como a descrição desta forma e as prescrições para sua execução” (SILVA, 1998, p. 39). Sabemos que um projeto arquitetônico visa buscar uma melhor utilização dos espaços, qualidade de vida e funcionalidades dos ambientes, ou seja, é a materialização da ideia para a resolução de um problema com o processo de criação do profissional. A linguagem gráfica exige o conhecimento do profissional para que seja representado de maneira correta para o perfeito desenvolvimento e mate- rialização do projeto. Utiliza-se o conjunto de linhas, números, símbolos e indicações normalizadas internacionalmente, ou seja, em qualquer lugar é 9Materiais e instrumentos de desenho possível realizar a leitura de qualquer projeto. O desenho técnico é definido como uma linguagem gráfica universal, de acordo com normas que servem para padronizar os projetos. Veja um exemplo de representação gráfica de um projeto na Figura 7. Figura 7. Representação gráfica digital de um objeto arquitetônico, caracterizando o tipo de superfície dos materiais e simulando o desempenho frente à luz. Fonte: Payssé (2006) apud Vecchia e Silva (2007, documento on-line). Podemos concluir, então, que o uso dos materiais e instrumentos para a realização dos projetos arquitetônicos é extremamente importante e necessário, pois somente com esses recursos é que o projeto poderá ser desenvolvido de maneira técnica e precisa. Seja com o uso dos materiais e instrumentos manuais ou por meio de computação gráfica, o profissional deverá ter o entendimento dos instrumentos utilizados para desenvolver seu projeto da melhor maneira e atendendo às solicitações do seu cliente. Materiais e instrumentos de desenho10 1. O desenvolvimento de um projeto é um processo de várias etapas. Quais das seguintes alternativas apresenta as etapas de uma estrutura simplificada de um projeto arquitetônico? a) Definição do programa de necessidades do projeto; levantamento/visita ao local; estudo preliminar; projeto legal; projeto executivo. b) Levantamento/visita ao local; estudo preliminar; anteprojeto; projeto legal; projeto executivo. c) Definição do programa de necessidades do projeto; levantamento/visita ao local; estudo preliminar; anteprojeto; projeto legal; projeto executivo. d) Definição do programa de necessidades do projeto; levantamento/visita ao local; estudo preliminar; anteprojeto; projeto executivo. e) Definição do programa de necessidades do projeto; levantamento da região por meio de sistemas de GPS, sem a visita no local; estudo preliminar; anteprojeto; projeto legal; projeto executivo. 2. O desenho técnico segue normas, que no Brasil são editadas pela ABNT. Qual é a norma que regulamenta a representação projetos de arquitetura? a) Representação Projetos de Arquitetura NBR nº 16.280:2015. b) Representação Projetos de Arquitetura NBR nº 9050:2015. c) Representação Projetos de Arquitetura NBR nº 15575:2013. d) Representação Projetos de Arquitetura NBR nº 13532:1995. e) Representação Projetos de Arquitetura NBR nº 6492:1994. 3. A correta utilização das lapiseiras proporciona clareza na demonstração das ideias e no traçado das representações técnicas. Sobre essa questão, assinale a alternativa correta. a) Os grafites da série B conferem um traço mais fino e limpo para o desenho técnico. b) Os desenhos a grafite não são de boa qualidade, por isso, os projetos devem ser entregues com representações feitas em computador. c) Quanto mais áspero for um papel, mais macio deverá ser o grafite utilizado. d) O desenho a lápis ou lapiseira permite o lançamento de ideias e concepções, mas não proporciona a colocação de diferentes representações de materiais, tipos de traços e espessuras, todos tem o mesmo significado. e) O desenho a lápis é classificado por meio de letras, números, ou ambos, de acordo com o grau de dureza do grafite (também chamado de “mina”). 4. Na escala de ampliação, as dimensões representadas no desenho técnico são maiores que as do objeto real, e ela serve quando o profissional deseja mostrar 11Materiais e instrumentos de desenho algum detalhe importante do projeto que a ampliação irá auxiliar. Para representarmos um objeto 15 vezes maior do que as suas dimensões reais, qual a descrição utilizada para esse desenho? a) ESC 1:15. b) ESC 15:1. c) ESC 1:15. d) ESC 1,5:1. e) ESC 1:150. 5. Ao apresentar um projeto arquitetônico as pranchas deverão ser padronizadas de acordo com as normas e com todas as informações necessárias para sua compreensão. Entre as informações técnicas que devem estar presentes nessas pranchas podemos citar: a) conjunto de plantas, cortes, fachadas, detalhamentos, orientação geográfica, cotas e áreas. b) conjunto de plantas, cortes, fachadas, detalhamentos, orientação geográfica, cotas, áreas e representação carros. c) conjunto de plantas, cortes, fachadas, detalhamentos,orientação geográfica, cotas, áreas e representação de figura humana. d) conjunto de plantas, cortes, fachadas, detalhamentos, orientação geográfica, cotas, áreas e vegetação prevista e existente. e) conjunto de plantas, cortes, fachadas, detalhamentos, orientação geográfica e representação de figura humana. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6492. Representação de projetos de arquitetura. Rio de Janeiro: ABNT,1994. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10068. Folha de desenho - Leiaute e dimensões - Padronização. Rio de Janeiro: ABNT,1987. BRITO, N. Materiais que todo estudante de arquitetura deve ter. 02 ago. 2013. Disponível em: <http://welovearq.blogspot.com.br/2013/08/materiais-que-todo-estudante-de. html>. Acesso em: 14 maio 2018. CHING, F. Desenho técnico para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre, 2012. CHING, F. D. K. Representação gráfica em arquitetura. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2017. DESENHO E PINTURA. Esquadro para desenho técnico. 2018b. Disponível em: <https:// www.desenhoepintura.com.br/esquadro-para-desenho-tecnico/>. Acesso em: 14 maio 2018. Materiais e instrumentos de desenho12 http://welovearq.blogspot.com.br/2013/08/materiais-que-todo-estudante-de. http://www.desenhoepintura.com.br/esquadro-para-desenho-tecnico/ DESENHO E PINTURA. Lápis para desenho realista. 2018a. Disponível em: <https://www. desenhoepintura.com.br/lapis-para-desenho-realista/>. Acesso em: 14 maio 2018. DESENHO E PINTURA. Mesa para desenho técnico com régua paralela. 2018c. Disponível em: <https://www.desenhoepintura.com.br/mesa-para-desenho-tecnico-com-regua - paralela/#comment-4404>. Acesso em: 14 maio 2018. FIRMINO, R. J. Espaços inteligentes: o meio técnico-científico-informacional e a cidade de São Carlos (SP). 2000. 267 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade de São Paulo, São Carlos, 2000. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/ teses/disponiveis/18/18131/tde-26022002-093520/pt-br.php>. Acesso em: 14 maio 2018. SCHULER, D.; MUKAY, H. Noções gerais de desenho técnico. Cascavel: FAG, 2018. SILVA, E. Uma introdução ao projeto arquitetônico. 2. ed. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 1998. VECCHIA, L. R. F.; SILVA, A. B. A. Representação gráfica digital durante o desenvolvimento do projeto arquitetônico. Curitiba: Graphica, 2007. Disponível em: <http://www.exatas. ufpr.br/portal/docs_degraf/artigos_graphica/REPRESENTACAOGRAFICADIGITAL. pdf>. Acesso em: 14 maio 2018. Leituras recomendadas BRAIDA, F.; FIGUEIREDO, J. Proporções, escalas e medidas. 2013. Disponível em: <http://www.ufjf.br/estudodaforma/files/2013/05/UFJF_DISCIPLINAS_ESTUDOda- FORMA_20122_AULA08a_Propor%C3%A7%C3%B5es-escalas-e-medidas_v00.pdf>. Acesso em: 14 maio 2018. CORNETET, B. C.; PIRES, D. G. M. (Org.). Arquitetura. Porto Alegre: SAGAH, 2016. FREIRE, W. J.; BERALDO, A. L. (Coord.) Tecnologias e materiais alternativos de construção. 3. ed. Campinas: Unicamp, 2013. MONTENEGRO, G. A. Desenho arquitetônico. 4. ed. São Paulo: Blücher, 2001. STOTT, R. A escala humana no desenho de arquitetura: do Modulor à desconstrução do corpo. 228 mar. 2016. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/784336/a- escala-humana-no-desenho-de-arquitetura-do-modulor-a-desconstrucao-do- corpo>. Acesso em: 14 maio 2018. UNWIN, S. Analysing architecture. 3. ed. Abingdon: Routledge, 2009. XAVIER, S. Apostila de desenho arquitetônico: desenho arquitetônico. Rio Grande: FURG, 2011. Disponível em: <http://www.vidjaya.com.br/unicapital/Cad-EngCivil- Apostila_DA_V2-2012.pdf>. Acesso em: 14 maio 2018. 13Materiais e instrumentos de desenho http://desenhoepintura.com.br/lapis-para-desenho-realista/ https://www.desenhoepintura.com.br/mesa-para-desenho-tecnico-com-regua- http://www.teses.usp.br/ http://www.exatas/ http://ufpr.br/portal/docs_degraf/artigos_graphica/REPRESENTACAOGRAFICADIGITAL. http://www.ufjf.br/estudodaforma/files/2013/05/UFJF_DISCIPLINAS_ESTUDOda- https://www.archdaily.com.br/br/784336/a- http://www.vidjaya.com.br/unicapital/Cad-EngCivil- Símbolos e convenções gráficas Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer a tipologia de traços/linhas dos desenhos técnicos. � Usar a letra técnica. � Explicar a importância de símbolos e convenções gráficas no desenho técnico. Introdução O uso de símbolos e convenções gráficas em arquitetura tem a função de padronizar as representações dos elementos arquitetônicos, a fim de que a leitura de um desenho técnico seja clara para todos os envolvi- dos — desde o projetista até o mestre de obras. Nesse tipo de desenho, existem normas que regulamentam a maneira de representar as partes de um projeto, bem como a especificação de quais tipos de linhas e espessuras se deve utilizar. Neste capítulo, você estudará os diferentes tipos de traços dos dese- nhos técnicos e compreenderá como o uso da escrita é essencial para a inserção de informações adicionais no projeto. Por fim, você será capaz de reconhecer os principais símbolos e convenções gráficas utilizados em arquitetura, além da sua importância no desenho técnico. Desenho técnico: tipologia das linhas Para representar graficamente seus projetos arquitetônicos, alguns arquitetos podem realizar os desenhos à mão, embora esse método esteja quase em desuso, ou utilizar os programas computacionais (como AutoCAD, Revit ou ArchiCAD). Independentemente da ferramenta escolhida, o projetista deverá usar metodologias e procedimentos do desenho técnico. Para garantir a compreensão universal dos elementos arquitetônicos representados, serão aplicados conceitos e indicações escritas normalizados internacionalmente. Segundo Kubba (2015) e Ching (2017), nesses desenhos, utiliza-se linhas de diversos tipos e espessuras. � Linhas de contorno: servem para delimitar a forma dos objetos, as mudanças de plano e elemento arquitetônico. A espessura da linha, também chamada de peso da linha, possui variação conforme o objeto representado e a profundidade. Por exemplo, as paredes têm espessura mais grossa; as esquadrias e divisórias apresentam espessura média; já as cotas e os objetos em vista, espessura mais fina. � Linhas tracejadas ou pontilhadas: compostas de traços curtos (ou pontos) próximos uns dos outros, indicam elementos que não estão visíveis no desenho. Por exemplo, as projeções de telhados e cobertu- ras, os reservatórios enterrados ou a continuação dos degraus de uma escada acima de 1,20 m. � Linhas de eixo: indicam, literalmente, o eixo geométrico de uma composição arquitetônica, ou uma fachada que apresenta simetria. Por exemplo, no projeto estrutural, podem ser indicados os eixos dos pilares; e em uma planta de locação do edifício, localizam-se os eixos das paredes ou o eixo de uma escada. � Linhas de grade: indicam um sistema regular ou radial de linhas com espessura fina. Por exemplo, a malha de um projeto arquitetônico; a indicação dos módulos utilizados para um projeto, em uma planta de forro; a localização em grade das luminárias etc. � Linhas de divisa: compostas de traço e ponto, indicam os limites do terreno e suas divisas. � Linhas de interrupção: trata-se de “[...] segmentos relativamente longos unidos por traços curtos em zigue-zague, são usadas para cortar uma parte de um desenho”, de acordo com Ching (2017, p. 19). Podem ser utilizadas em todas as representações arquitetônicas, como plantas baixas, cortes, fachadas e detalhamentos. � Linhas de instalação: indicam a infraestrutura existente que abastece o terreno ou incide sobre ele. Consiste em segmentos de reta longos separados pela letra correspondente à instalação, geralmente, abasteci- mento de água “A”, instalações elétricas “E” e instalações de gás “G”. Símbolos e convenções gráficas2 O peso das linhas, ou a espessura, é dado pelo elemento arquitetônico representado e pela sua posição em relação ao plano. Por exemplo, quando se visualiza um corte (Figura 1), alguns elementosestão mais próximos do observador e outros mais distantes; e quanto maior for essa distância, mais fina será a representação da linha — inclusive, poderão ser utilizados tons de cinza para objetos mais distantes. A Figura 2 apresenta um resumo das espessuras utilizadas na representação arquitetônica. Figura 1. Exemplo de corte. Figura 2. Espessuras aplicadas na representação arquitetônica. (a) Linhas grossas: elementos estruturais e alvenaria; (b) linhas médias: elementos leves, como esquadrias ou divisórias; (c) linhas finas ou muito finas: linhas auxiliares, contornos observados em vista. 3Símbolos e convenções gráficas Qualidade do traçado A qualidade das linhas envolve os aspectos referentes à definição, nitidez e consistência do que é representado. Quando se trata de desenhos técnicos feitos à mão, eles devem receber especial atenção do projetista, pois desenhos manuais podem ter variações no traçado, encontro das linhas e sobreposição. Já nos desenhos digitais, esses aspectos são equacionados devido à precisão proporcionada pelo programa computacional. Nem sempre o que é observado na tela corresponde ao resultado na impressão, por isso, o arquiteto deve verificar a qualidade do desenho após a sua impressão. No desenho técnico, observam-se as normas técnicas sempre antes de iniciar a graficação, para que o projeto arquitetônico siga os padrões estabelecidos e seja compreendido integralmente por todos. Acesse o site do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), em que estão indicadas as principais normas que todo projetista deve conhecer. https://goo.gl/Nj9b7v Utilização de letras no desenho técnico O uso de letras em desenhos técnicos serve para informar algo que não consta nele, como nome dos ambientes, alguma especificação, discriminação de área, tipos de materiais, entre outros. Dificilmente esse desenho apresentará uma boa comunicação visual se não estiverem presentes as tipologias gráficas, porque é necessário incluir informações como adicionais (KUBBA, 2015). Mesmo que, atualmente, boa parte deles sejam elaborados pelo computador, o projetista capaz de traçar letras à mão livre valoriza seus croquis e estudos, os quais em geral são desenvolvidos desse modo, agregando valor estético e estilo aos desenhos (KUBBA, 2015; CHING, 2017). Além disso, deve-se observar a uniformidade entre as letras (sua altura, proporção, espessura das linhas e espaçamento) e, em geral, o uso dessas letras em caixa alta para identificação dos ambientes nos desenhos arquitetônicos, com dimensões apropriadas conforme a escala utilizada. Símbolos e convenções gráficas4 https://goo.gl/Nj9b7v Norma Brasileira nº 8.402/1994: escrita técnica A norma técnica que formaliza as condições para as letras utilizadas nos desenhos é a Norma Brasileira (NBR) nº 8.402/1994, execução de caractere para escrita em desenho técnico. Entre as suas exigências estabelecidas para escrita estão legibilidade, uniformidade e adequação à reprodução. De acordo com ela, o projetista poderá utilizar letras verticais e inclinadas, do estilo representado na Figura 3, é recomendável sem serifa — do tipo bastão, como as fontes Arial e Helvética. As letras devem ser claramente distintas entre si, observando o espaçamento adequado entre os caracteres para permitir maior legibilidade (ASSOCIAÇÃO..., 1994a). Figura 3. Forma de escrita vertical e inclinada. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas, 1994a, p. 3–4). Símbolos e convenções gráficas Os símbolos no desenho técnico servem para identificar determinado elemento geométrico (diâmetro Ø e raio R), representar cota de nível e elementos ar- quitetônicos (como portas, janelas, orientação do prédio — posição do norte, etc.). Veja a representação na Figura 4. Figura 4. (a) Cota de nível em planta baixa; (b) Cota de nível em corte. 5Símbolos e convenções gráficas Eles também podem indicar algum trecho do desenho que será detalhado, por exemplo, quando há um círculo identificando uma área específica, signi- fica que ela será apresentada posteriormente em uma escala maior, com mais informações (KUBBA, 2015). Sem a utilização de símbolos e convenções gráficas, o desenvolvimento e a interpretação de projetos arquitetônicos seriam muito complicados, por- que eles auxiliam na síntese das informações apresentadas, conferindo uma maior clareza ao desenho técnico. É comum o uso de normas técnicas que padronizam essa utilização, facilitando a comunicação dos elementos que se pretende representar. Alguns arquitetos e engenheiros costumam realizar alterações nos símbolos utilizados, por isso, colocam junto aos desenhos as legendas com o significado de cada um deles. Entre os símbolos mais utilizados em arquitetura, pode-se citar a indicação do norte nas pranchas, que serve para indicar a orientação solar e os ventos predominantes, veja a Figura 5. Os símbolos de materiais representam o ma- terial do qual é constituído determinado elemento arquitetônico, por exemplo, alvenaria, madeira, aço, concreto etc. Para entender os símbolos e as convenções gráficas mais importantes para o projeto arquitetônico, observe as Figuras 6, 7 e 8, que facilitam a visualização de elementos-chave da construção, como portas, janelas e paredes. Existe também uma ampla variedade de símbolos dos projetos complementares, os quais incluem instalações elétricas, hidros- sanitárias e climatização, regulamentados por normas técnicas específicas. Figura 5. Símbolo de indicação do norte. Fonte: Kubba (2015, p. 170). Símbolos e convenções gráficas6 Figura 6. Tipos de portas representadas em planta baixa. Figura 7. Tipos de janelas representadas em planta baixa. Figura 8. Tipos de paredes representadas em planta baixa. Fonte: Kubba (2015, p. 172). 7Símbolos e convenções gráficas O artigo teórico “Arquitetura e representação gráfica: considerações históricas e aspectos práticos”, do professor Airton Cattani, trata do projeto arquitetônico graficado como documento de trabalho e compreensão por parte dos trabalhadores no canteiro de obras. Acesse o link a seguir para ler o artigo completo. https://goo.gl/V5d8VP Norma Brasileira nº 10.126/1998: cotagem em desenho técnico Esta norma estabelece regras para a cotagem, que corresponde à representação gráfica no desenho da característica do elemento, por meio de linhas, símbolos, notas e valor numérico em determinada unidade de medida. As cotas são compostas de linhas de cota, linhas auxiliares, limites e valor de cota, como você pode visualizar na Figura 9. O projetista deve realizar a cotagem correta dos elementos arquitetônicos quando estiver desenhando, para que todas as dimensões importantes sejam graficadas. Figura 9. Componentes da cota. Símbolos e convenções gráficas8 https://goo.gl/V5d8VP Norma Brasileira nº 6.492/1994: representação gráfica em projetos de arquitetura Esta norma trata da representação de projetos de arquitetura, cujos elementos básicos são gráficos (plantas de situação, implantação, cortes ou seções, fachadas ou elevações, detalhes ou ampliações, escala) e escritos (memoriais, especificações, planilha de áreas, lista de materiais etc.). No Quadro 1, você pode ver os símbolos mais importantes que constam nessa norma. Símbolo Significado Símbolo Significado Linha de indicação e chamadas Linha de silhueta Linha de interrupção Tipos de letras e números Escala gráfica Indicação do norte Indicação de chamadas Indicação do acesso Indicação do sentido de rampas ou escadas Inclinação de caimentos de pisos Inclinação de telhados em planta baixa Quadro 1. Símbolos arquitetônicos (Continua) 9Símbolos e convenções gráficas (Continuação) Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (1994b). Símbolo Significado Símbolo Significado Cota de nível em planta baixa Cota de nível em corte Marcação de coordenadas (modulação em planta baixa) Marcação do corte em planta baixa Numeração e título dos desenhos Designação de esquadriasQuadro 1. Símbolos arquitetônicos A NBR nº 6.492/1994 padroniza as formas de representação arquitetônica, o que faz todos os materiais produzidos nesta área apresentarem a mesma linguagem gráfica, facilitando a compreensão de todos e a legibilidade do desenho arquitetônico (ASSOCIAÇÃO..., 1994b). Um exemplo do que acontece, muitas vezes, em escritórios de arquitetura é a impressão de plantas baixas para a obra indicando as cotas das paredes prontas (tijolo, chapisco, emboço e reboco), o que dificulta a leitura de quem estiver executando, pois a pessoa deverá descontar o valor dos revestimentos e considerar somente a distância de tijolo a tijolo (também chamada de medida osso). Para que isso não ocorra, é importante considerar qual o propósito do desenho apresentado (aprovação na prefeitura, refe- rência para o canteiro de obras, etc.) e verificar quais dimensões devem ser mostradas no desenho a fim de atender seu objetivo. Símbolos e convenções gráficas10 1. Sobre a utilização de símbolos e convenções gráficas no desenho técnico, é possível afirmar que: a) as diferenças na representação de símbolos e convenções gráficas em desenhos à mão e digitais existem. b) as normas que estabelecem uma padronização de como deverão ser representados os elementos arquitetônicos não existem. c) a escolha da tipologia de letra para acrescentar informações no projeto arquitetônico é facultativa. d) as espessuras das linhas, também chamadas de peso das linhas, variam conforme o objeto que se pretende representar. e) os tipos de linhas mais utilizados são as de eixo geométrico e as de grade. 2. Você recebeu o seguinte projeto de um escritório para avaliar os símbolos e as convenções gráficas utilizados. Entre os números 1 e 5, escolha o que apresenta a representação gráfica correta para o símbolo utilizado. a) 1. b) 2. c) 3. d) 4. e) 5. 3. A espessura, ou peso das linhas, em um desenho técnico depende do elemento arquitetônico que está sendo representado graficamente. A seguir, estão identificados alguns elementos e a espessura da linha utilizada para desenhá-los. De acordo com a padronização utilizada, qual alternativa apresenta a relação correta entre espessura e elemento? a) Linha fina: esquadria. b) Linha fina: parede. c) Linha média: parede. d) Linha média: projeção do telhado. e) Linha grossa: estrutura ou paredes. 4. A letra técnica é utilizada no desenho para informar e descrever elementos arquitetônicos no projeto. Sobre ela, é possível afirmar que: a) deve-se observar a uniformidade no traçado das letras, utilizando proporções adequadas entre caracteres e espaçamentos. b) é possível utilizar quaisquer tipologias de letra para pranchas de projeto; e no desenho técnico de plantas, cortes, fachadas e detalhes, somente a letra tipo bastão. c) é dispensável em alguns casos, porque determinadas graficações apresentam todas as informações representadas por meio de plantas, cortes, fachadas e detalhes. d) a Norma Brasileira (NBR) nº 8.402/1994 trata somente do uso de letras verticais. e) é recomendado o uso de letras com serifa. 11Símbolos e convenções gráficas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6492. Representação de projetos de arquitetura. Rio de Janeiro: ABNT, 1994b. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8402. Execução de caracter para escrita em desenho técnico – Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1994a. CHING, F. D. K. Representação gráfica em arquitetura. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2017. KUBBA, S. A. A. Desenho técnico para construção. Porto Alegre: Bookman, 2015. (Série Tekne). Leituras recomendadas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10126. Cotagem em desenho técnico - Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1998. CATTANI, A. Arquitetura e representação gráfica: considerações históricas e aspectos práticos. Arqtexto, n. 09, p. 110-123, 2006. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/ handle/10183/22249>. Acesso em: 21 maio 2018. CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO BRASIL. Disponível em: <http:// www.caubr.gov.br/>. Acesso em: 21 maio 2018. 5. Sobre os símbolos e as convenções gráficas utilizados na representação gráfica em arquitetura, é possível afirmar que: a) a indicação da posição do norte pode ser dispensada em alguns tipos de projeto de arquitetura. b) a ausência de normas técnicas referentes aos símbolos de instalações complementares gera dificuldade de leitura destes projetos. c) a norma que trata da representação gráfica em arquitetura corresponde a NBR nº 10.126/1998. d) os símbolos das cotas de nível variam conforme sua representação gráfica em planta baixa ou corte. e) os materiais diferentes podem ser representados com a mesma hachura no mesmo desenho, desde que indicado em legenda. Símbolos e convenções gráficas12 http://www.lume.ufrgs.br/ http://www.caubr.gov.br/ Normas técnicas e convenções gráficas Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Nomear as principais normas técnicas necessárias ao desenvolvimento de projetos de arquitetura. � Identificar a NBR nº 6.492 como a norma responsável pela represen- tação de projetos de arquitetura. � Avaliar a aplicabilidade das normas e das convenções gráficas perti- nentes ao desenho técnico. Introdução Existem normas técnicas que regulamentam os aspectos pertinentes aos projetos de arquitetura, desde a representação gráfica até a construção das edificações, a fim de garantir sua qualidade, segurança, acessibilidade e normalidade. A boa execução de um edifício garante sua durabilidade e estabilidade, para garantir isso existem normas específicas que tratam de todos os elementos que compõem um projeto, regulamentando, por exemplo, as construções e os materiais. Como a linguagem da arquitetura é gráfica, é necessário que todos envolvidos consigam compreender integralmente os projetos. Com essa finalidade, a norma brasileira (NBR) nº 6.492, trata da representação gráfica de projetos de arquitetura, sendo essencial para os profissionais da área (ASSOCIAÇÃO..., 1994). Neste capítulo, você estudará as principais normas técnicas que regu- lamentam os projetos de arquitetura, compreenderá a importância e os aspectos tratados na NBR nº 6.492 — norma responsável pela represen- tação gráfica de projetos — e acompanhará a aplicação dessas normas no desenho técnico por meio de exemplos práticos. Projeto de arquitetura: normas técnicas A regulamentação dos projetos de arquitetura por meio de normas técnicas é realizada com o propósito de oferecer ao profissional as condições exigidas para garantir a qualidade dos projetos. Segundo o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), as principais normas técnicas tratam dos parâmetros de qualidade, segurança, acessibilidade e normalidade que todos os arquitetos e urbanistas devem conhecer. A seguir você verá algumas das normas brasileiras e suas aplicações. NBR nº 16.280:2015 — reforma em edificações Trata dos aspectos que regulamentam as reformas de edificações, conside- rando as áreas privativas dos edifícios. O desenvolvimento desta norma é decorrente da má gestão de obras nas edificações que, muitas vezes, oferecem risco aos seus usuários, devido às intervenções que podem levar ao colapso das edificações. Em outras palavras, o mau planejamento e execução de reformas oferece perigo às pessoas e deve ser regulamentado. A NBR nº 16.280:2015 exige o aval de um arquiteto ou engenheiro em reformas que alterem o projeto original de arquitetura, como troca de piso, revestimentos, troca de esqua- drias ou fachada-cortina, instalações elétricas, de gás ou de ar-condicionado (ASSOCIAÇÃO..., 2015). NBR nº 9.050:2015 — acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos As condições de acessibilidade a todas as pessoas, no que se refere aos projetos de arquitetura, são estabelecidas nesta norma técnica (desde o mobiliário até a edificação,conforme Figura 1). A norma considera os diversos tipos de condições de mobilidade das pessoas e as necessidades individuais no desenvolvimento dos parâmetros indicados. Esses parâmetros discorrem sobre alturas de equipamentos, acesso às edificações (rampas, desníveis e dimensionamento de ambientes), sanitários, sinalização dos espaços, entre outros (ASSOCIAÇÃO..., 2015). Normas técnicas e convenções gráficas2 Figura 1. Exemplo de representação gráfica de uma escada. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015, p. 15). NBR nº 15.575:2013 — edificações habitacionais (desempenho) Esta norma está organizada em seis partes, as quais correspondem aos ele- mentos construtivos de uma edificação, apresentando exigências quanto à segurança, habitabilidade e sustentabilidade aplicadas à construção. Assim, assuntos como desempenho mecânico, conforto térmico, desempenho lumí- nico, manutenção, funcionalidade, durabilidade, entre outros fundamentais à construção civil, são abordados detalhadamente. A NBR nº 15.575 está dividida da seguinte forma: 1. Parte 1: requisitos gerais; 2. Parte 2: requisitos para os sistemas estruturais; 3. Parte 3: requisitos para os sistemas de pisos; 4. Parte 4: requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas; 5. Parte 5: requisitos para os sistemas de coberturas; 6. Parte 6: requisitos para os sistemas hidrossanitários (ASSOCIAÇÃO..., 2013). 3Normas técnicas e convenções gráficas ABNT NBR 16636-1:2017 — elaboração e desenvolvimento de serviços técnicos especializados de projetos arquitetônicos e urbanísticos Estabelece parâmetros para a construção de edificações novas e existentes (ampliação, modificação), discorre sobre as etapas do projeto de arquitetura e sobre as informações necessárias para compreensão do projeto e seus elementos. Ainda, especifica os elementos que fazem parte da edificação, bem como seus componentes, por exemplo, fundações, estruturas, coberturas, forros, vedações, paredes, esquadrias e proteções, revestimentos e acabamentos (ASSOCIAÇÃO..., 2017). NBR nº 6.492:1994 — representação de projetos de arquitetura O objetivo desta norma é regulamentar o desenho técnico de arquitetura, ou seja, a representação gráfica dos símbolos utilizados no projeto. Ainda, discorre sobre os tipos de papéis, seus formatos e os dobramentos das folhas, as escalas mais utilizadas em projeto, a letra técnica, os tipos de linhas e as indicações de fachadas. Neste capítulo, será tratado em detalhes os aspectos que envolvem a NBR nº 6.492, em razão da sua importância nos projetos arquitetônicos (ASSOCIAÇÃO..., 1994). Além das normas técnicas mencionadas, existem outras que tratam de aspectos específicos da representação gráfica de projetos de arquitetura, como a NBR nº 8.402:1994 – Escrita técnica; e a NBR nº 10.126:1998 – Cotagem em desenho técnico. O arquiteto deve manter-se informado sobre essas regulamentações para que seus projetos apresentam a qualidade técnica necessária para uma boa compreensão. Normas em projetos de arquitetura A NBR nº 6.492 consiste na norma técnica responsável pelo estabelecimento de regras na representação gráfica de projetos de arquitetura. Está organizada Normas técnicas e convenções gráficas4 de forma a tratar sobre dos seguintes aspectos: condições gerais do papel a ser utilizado para projetos; técnicas utilizadas para representação gráfica; fases do projeto de arquitetura; e tipos de linhas, letras, números, símbolos e convenções gráficas utilizadas em projetos de arquitetura. Cabe destacar que a norma não regulamenta o projeto legal, pois este critério compete às legislações municipais ou estaduais onde o arquiteto irá aprovar o projeto. No Quadro 1 você pode ver um resumo da NBR nº 6.492 Fonte: Adaptado de Associação Brasileira de Normas Técnicas (1994). Condições gerais Técnicas Fases do projeto Representação gráfica - Papel - Formatos - Selo - Dobramento de cópias de desenho - Sistema de reprodução gráfica - Desenho à mão livre - Desenho por instrumento - Estudo preliminar - Anteprojeto - Projeto executivo - Projeto as built (como construído) - Tipos de linha - Tipos de letras e números - Escalas - Símbolos e convenções gráficas Quadro 1. Quadro síntese da NBR 6492 Em seu livro “Exercícios de Arquitetura: aprendendo a pensar como um arquiteto”, o autor Simon Unwin apresenta uma série de exercícios práticos para mostrar como ocorre o processo criativo em arquitetura, é um livro excelente para aqueles que estão começando a compreender o que é projetar, suas bases e procedimentos. Normas técnicas: aplicabilidade Os motivos para você considerar e seguir as normas técnicas no projeto de arquitetura são inúmeros e relevantes, por exemplo, a valorização do projeto 5Normas técnicas e convenções gráficas arquitetônico por considerar aspectos testados e padronizados pela Associa- ção Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Ainda, podemos mencionar as questões contratuais entre projetista e incorporadores, os quais estabelecem que as construções serão feitas dentro da boa técnica, garantida por meio da observância das normas técnicas. Atualmente, a lei que instituiu o CAU con- sidera infração ao Código de Ética profissional a não observância às normas técnicas. A importância do uso das convenções gráficas estabelecidas pela NBR nº 6.492:1994 — Representação de projetos de arquitetura é fundamental para o projeto arquitetônico, desde a concepção até a execução. Imagine que o arquiteto desenhou uma linha contínua (representando uma mudança de nível ou limite de um espaço) para representar um beiral de um telhado, no qual utilizamos a linha tracejada. Esse erro pode incorrer em problemas durante a construção, portanto, é fundamental estar atento à graficação e, sempre que possível, revisar o material desenvolvido para garantir sua adequação à NBR nº 6.492 (ASSOCIAÇÃO..., 1994). Na profissão de arquiteto, a correta representação dos projetos em dese- nhos 2D é de fundamental importância para todo o processo de concepção, detalhamento e execução. Uma simples linha tracejada — que representa algo que está em projeção — que apareça contínua no desenho, passa a representar algum elemento que esteja em vista ou mesmo cortado, o que faz uma grande diferença na interpretação. A aplicabilidade das normas técnicas e convenções gráficas pertinentes ao desenho arquitetônico garante uma série de vantagens para o arquiteto. A uniformidade do desenho por meio das regras estabelecidas pelas normas técnicas contribui para a facilidade de execução da obra, por promover uma melhor leitura do que está graficado. A padronização beneficia a replicação dos desenhos, com menor possibilidade de erros. Existem várias instituições no âmbito nacional e internacional que desenvolvem normas sobre os mais variados temas, entre elas a organização europeia International Organization for Standardization (ISO), a americana American National Standards Institute (ANSI) e a brasileira ABNT. Normas técnicas e convenções gráficas6 No site do CAU, você poderá se informar sobre as cinco normas mais relevantes de Arquitetura. Acesse o link ou o código a seguir. https://goo.gl/Nj9b7v Pense na importância de um escritório de arquitetura apresentar uma padronização na representação dos seus projetos. Uma das vantagens disso é a melhora da rotina do escritório, pois, mesmo que entre um novo funcionário, rapidamente ele poderá incorporar o padrão utilizado pelos seus colegas. Além disso, a padronização facilita a leitura dos projetos para outros colaboradores externos, como os responsáveis pelo projeto estrutural e execução da obra, por meio do uso de uma linguagem compreendida por todos envolvidos na construção civil. 1. Considerando as principais normas técnicas em arquitetura e urbanismo, selecione a alternativa que apresenta todos os parâmetros abordados nessas regulamentações. a) Parâmetros de qualidade da representação gráficados projetos arquitetônicos. b) Parâmetros de segurança e acessibilidade dos projetos arquitetônicos. c) Parâmetros de qualidade dos aspectos construtivos dos projetos de arquitetura. d) Parâmetros de normalidade (aspectos recorrentes à profissão do arquiteto) e acessibilidade dos projetos arquitetônicos. e) Parâmetros de qualidade (representação gráfica e aspectos construtivos), segurança, acessibilidade e normalidade (aspectos recorrentes à profissão do arquiteto). 2. As normas técnicas servem para garantir a qualidade dos projetos de arquitetura em diversos âmbitos da construção, desde o desenho 7Normas técnicas e convenções gráficas https://goo.gl/Nj9b7v técnico, até a segurança dos usuários das edificações. Qual das normas a seguir regulamenta a acessibilidade a edificações, mobiliário e equipamentos urbanos? a) NBR nº 9.050:2015. b) NBR nº 16.280:2015. c) NBR nº 6.492:1994. d) NBR nº 15.575:2013. e) NBR nº 8.196:2000. 3. A NBR nº 6.492:1994 trata da representação gráfica de projetos de arquitetura e discorre sobre vários aspectos pertinentes ao desenho. Sobre essa norma, é correto afirmar que: a) possui um item específico para aprovação de projeto legal. b) estabelece como as fases do projeto arquitetônico anteprojeto e projeto executivo. c) além de regulamentar a representação gráfica dos projetos de arquitetura, trata das condições gerais do desenho, técnicas utilizadas e fases do projeto. d) possui um item específico quanto ao uso de escalas, o qual trata dos tamanhos de folhas a serem utilizados para desenvolver o projeto de arquitetura. e) apresenta um item específico para indicar como se devem dobrar as folhas de desenho, porém não trata dos formatos das folhas. 4. Padronizar e normalizar o desenho técnico em arquitetura tem como propósito a aplicação de um conjunto de regras que garantem a boa qualidade da graficação, bem como a execução do projeto arquitetônico e a legibilidade do que foi projetado, permitindo sua reprodução inúmeras vezes com poucos erros. Sobre a padronização da representação dos projetos, é correto afirmar que: a) confere poucas melhorias na comunicação entre arquiteto e responsável pela execução da obra. b) a ABNT é a responsável por padronização e desenvolvimento das normas técnicas no país, fornecendo as diretrizes para o progresso tecnológico brasileiro. c) não existe obrigatoriedade para o arquitetos no cumprimento das exigências estabelecidas pelas NBRs. d) o CAU não considera infração o descumprimento dos parâmetros estabelecidos pelas NBRs pertinentes à arquitetura. e) o conjunto de normas brasileiras que tratam do desenho técnico abrange apenas questões referentes à representação de desenho. 5. Considerando a NBR nº 6.492, sobre a representação de projetos de arquitetura, qual das alternativas a seguir apresenta parâmetros existentes e regulamentado pela norma? a) Símbolos e convenções gráficas. b) Especificação dos elementos da edificação e seus componentes. c) Condições de acessibilidade às edificações. d) Parâmetros de desempenho da edificação habitacional. e) Requisitos para a gestão da reforma. Normas técnicas e convenções gráficas8 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6492. Representação de projetos de arquitetura. Rio de Janeiro: ABNT, 1994. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050. Acessibilidade a edi- ficações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: ABNT, 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575. Edificações habitacio- nais — Desempenho. Rio de Janeiro: ABNT, 2013. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16280. Reforma em edifica- ções — Sistema de gestão de reformas — Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16636-1. Elaboração e desenvol- vimento de serviços técnicos especializados de projetos arquitetônicos e urbanísticos. Parte 1: Diretrizes e terminologia. Rio de Janeiro: ABNT, 2017. Leituras recomendadas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8402. Execução de caracter para escrita em desenho técnico – Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1994. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10126. Cotagem em desenho técnico – Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1998. CHING, F. D. K. Representação gráfica em arquitetura. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2017. UNWIN, S. Exercícios de arquitetura: aprendendo a pensar como um arquiteto. Porto Alegre: Bookman, 2013. 9Normas técnicas e convenções gráficas Atividades à mão livre Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Identificar os desenhos à mão livre como ferramentas do processo criativo. � Reconhecer os princípios do desenho à mão livre. � Reproduzir desenhos de linhas à mão livre. Introdução Neste capítulo, você vai estudar como o desenho à mão livre pode auxiliar na prática de representação gráfica, além de compreender que o desenho não é apenas uma expressão artística, mas também uma ferramenta que permite explorar e desenvolver ideias e projetos. Relação entre desenho e processo criativo Considerando todos os avanços constantes das tecnologias de representação gráfica, o desenho à mão livre ainda é a forma mais intuitiva de registrar algo que observamos, ideias ou experiências. O desenho não é apenas uma expressão artística, é também uma ferramenta que permite explorar e desenvolver suas ideias e projetos. Dessa forma, você pode perceber que existe uma relação direta entre o desenho e o processo de criação (CHING, 2017). Segundo Ching (2012), o desenho é um processo de ver, imaginar e re- presentar imagens. Por meio do canal sensorial da visão, que é o sentido no qual nos apoiamos para as atividades cotidianas, temos contato com o mundo. O ver colabora na habilidade de desenhar, assim como o desenhar fortalece nossa visão. Todos os dados que percebemos através dos olhos são processados na nossa mente até encontrar um significado, criando, assim, as imagens que representamos ao desenhar. Portanto, o desenhar é mais que uma habilidade, é a construção das imagens que estimulam nossa imaginação, assim como o imaginar alimenta nosso desejo de desenhar. Por fim, o representar, no caso, o desenho, é a forma gráfica que vemos a nossa frente ou imaginamos, um meio natural de expressão. Sendo assim, podemos concluir que o desenhar é um processo dinâmico e criativo capaz de exteriorizar as percepções do mundo visual que nos cerca. Na arquitetura e na engenharia, o desenho à mão livre, croqui ou esboço é um dos mais importantes instrumentos para a habilidade de visualização, pois permite, de maneira rápida, a troca ideias com outros membros da equipe de projeto (GIESECKE et al., 2002). Durante o projeto, o desenho pode ser utilizado tanto para mostrar algo que já existe como para apresentar ou desenvolver uma ideia, desde o início até a proposta final (CHING, 2012). Fundamentos do desenho à mão livre Para você aprender a desenhar e utilizar o desenho de forma eficiente em seus projetos, são necessários alguns conhecimentos e habilidades fundamentais, como traçar linhas de espessuras diferentes e desenhar formatos diversos. Uma das informações que você precisa saber refere-se aos materiais exis- tentes para desenho. A principal vantagem do desenho à mão livre é que ele requer apenas lápis, papel e borracha, ou seja, folhas normais ou quadriculadas, cadernos ou blocos são úteis para tarefas de campo. Existem também diversos tipos de canetas esferográficas, hidrográficas e marcadores. É preciso que você escolha o tipo ideal, que melhor se adapte ao seu objetivo. As lapiseiras são as mais utilizadas, e são fabricadas para grafites de 0,3 mm, 0,5 mm, 0,7 mm e 0,9 mm. Cada espessura é utilizada para o tipo de linha que você desejar fazer. Lápis comuns também são eficientes, baratos e facilitam o traçado de linhas espessas ou finas, de acordo com o modo como
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