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Estrutura funcional do córtex cerebral

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Estrutura funcional do córtex cerebral 
Acd. Paulo Roberto T30 
❖ Aspectos Gerais: 
➢ O córtex cerebral é organizado de maneira 
somatotópica, isto é, cada parte do corpo é 
representada por certa área cortical; 
➢ Classificação funcional do córtex: 
1. Áreas de projeção (áreas primárias): 
✓ Recebem ou dão origem a fibras relacionadas 
diretamente com a sensibilidade e com a 
motricidade; 
2. Áreas de associação: 
✓ Não se relacionam diretamente com a motricidade 
ou com a sensibilidade; 
✓ Podem ser: 
2.1 Áreas secundárias (áreas unimodais): 
✓ Indiretamente relacionadas com uma determinada 
modalidade sensorial ou com a motricidade; 
✓ Conectam-se com as áreas primárias de mesma 
função; 
✓ No caso das áreas sensoriais secundárias ocorre a 
percepção de características do estímulo; 
2.2 Áreas terciárias (áreas supramodais): 
✓ Não se ocupam do processamento motor ou 
sensitivo; 
✓ Estão relacionadas com as atividades psíquicas 
superiores, como memória, processos simbólicos, 
pensamento abstrato, etc; 
✓ Se conectam com áreas unimodais ou com outras 
áreas supramodais (multimodais); 
(Hemisfério cerebral esquerdo) 
(Face interna do hemisfério direito) 
 (Face dorsolateral do hemisfério esquerdo) 
 
❖ Áreas Sensitivas Primárias: 
• Área somestésica primária: 
➢ Sensibilidade somática geral: 
✓ Temperatura, dor, pressão, tato e propriocepção 
consciente (hemicorpo contralateral); 
➢ Localização: 
✓ Giro pós-central, que corresponde às áreas 1,2 e 3 
de Brodmann; 
✓ A área 3 localiza-se no fundo do sulco central; 
✓ As áreas 1 e 2 aparecem na superfície do giro pós-
central; 
➢ Conexões aferentes: 
✓ Radiações talâmicas que se originam nos núcleos 
ventral posterolateral e ventral posteromedial do 
tálamo; 
➢ Somatotopia (homúnculo sensitivo de 
Penfield e Rasmussen): 
➢ Lesões da área somestésica: 
✓ Podem ocorrer como consequência de AVEs que 
comprometem as artérias cerebral média ou 
cerebral anterior; 
✓ Há perda da sensibilidade discriminativa do lado 
oposto à lesão; 
✓ O indivíduo acometido perde a capacidade de 
discriminar dois pontos, de perceber movimentos 
de partes do corpo ou de reconhecer diferentes 
intensidades de estímulo; 
✓ Nesse sentido, ele é incapaz de perceber a parte 
do corpo tocada ou de distinguir graus de 
temperatura, peso e textura dos objetos tocados. 
Em consequência disso, perde a estereognosia; 
✓ Vale salientar que as modalidades mais grosseiras 
(tato protopático, dor e temperatura) não são 
perdidas, pois tornam-se conscientes em nível 
talâmico; 
 
• Área visual primária: 
➢ Função: 
✓ Distingue a intensidade da luz, a forma, o tamanho 
e a localização dos objetos; 
➢ Localização: 
✓ Lábios do sulco calcarino, que corresponde à área 
17 de Brodmann; 
➢ Conexões aferentes: 
✓ Trato geniculo-calcarino (originado no corpo 
geniculado lateral); 
✓ Recebe fibras da metade temporal da retina 
ipsilateral e da metade nasal da retina contralateral; 
 OBS: Existe uma correspondência entre a retina e o 
córtex visual (retinotopia); 
➢ Lesão da área visual primária: 
✓ A ablação bilateral dessa área causa cegueira 
completa na espécie humana; 
 
• Área auditiva primária: 
➢ Função: 
✓ Discriminar conscientemente a altura (grave ou 
agudo) e o timbre dos sons; 
➢ Localização: 
✓ Giro temporal transverso anterior (giro de Heschl), 
que corresponde à área 41 e 42 de Brodmann; 
 
➢ Conexões aferentes: 
✓ Radiação auditiva, oriundas do corpo geniculado 
medial; 
 OBS: Existe uma correspondência entre as partes 
da cóclea, em que cada parte capta determinada 
frequência, e o córtex auditivo (tonotopia); 
➢ Lesões da área auditiva primária: 
✓ Lesão bilateral do giro temporal transverso anterior 
causa surdez completa; 
✓ Lesão unilateral desse giro causa um déficit 
auditivo pequeno (surdez parcial nas duas orelhas, 
sendo a perda maior na orelha contralateral), uma 
vez que a via auditiva não é totalmente cruzada. 
Assim, cada cóclea está representada no córtex dos 
dois hemisférios; 
 
 
 
(Representação do tálamo e suas conexões com o 
córtex) 
• Área vestibular primária: 
➢ Função: 
✓ Informa sobre a posição e o movimento da cabeça; 
✓ Importante para a apreciação consciente da 
orientação no espaço; 
✓ Influencia nos movimentos dos olhos e nos 
músculos do tronco e dos membros para a 
manutenção da postura; 
➢ Localização: 
✓ Lobo parietal, em uma pequena região próxima à 
área somestésica da face; 
• Área olfatória primária: 
➢ Localização: 
✓ Pequena área na parte anterior do úncus e do giro 
para-hipocampal, rinencéfalo (córtex piriforme); 
➢ Conexões aferentes: 
✓ Recebem fibras que se originam no bulbo olfatório; 
 OBS: Certos casos de epilepsia local do úncus 
causam alucinações olfatórias, nas quais os 
doentes se queixam de cheiros, em geral 
desagradáveis, que na realidade não existem; 
 
• Área gustativa primária: 
➢ Função: 
✓ Interpretação dos impulsos gustativos; 
➢ Localização: 
✓ Região inferior do giro pós-central, próximo à área 
somestésica da língua, na parede do sulco lateral e 
na área contígua da ínsula (em sua parte posterior), 
que correspondem à área 43 de Brodmann; 
➢ Conexões aferentes: 
✓ Recebe fibras ascendentes do núcleo solitário; 
 OBS: A simples visão ou mesmo o pensamento em 
um alimento ativa a área gustativa da ínsula. Além 
disso, nota-se que nessa área existem neurônios 
sensíveis não só ao paladar, mas também ao olfato 
e à sensibilidade somestésica da boca; 
 
❖ Área Motora Primária: 
➢ Função: 
✓ Controle da motricidade voluntária contralateral, 
sobretudo da musculatura distal dos membros; 
➢ Localização: 
✓ Giro pré-central, onde ocupa a sua parte posterior, 
correspondendo à área 4 de Brodmann; 
➢ Conexões aferentes: 
✓ Tálamo, de onde recebe informações oriundas do 
cerebelo e dos núcleos da base; 
✓ Área somestésica; 
✓ Áreas pré-motora e motora suplementar; 
➢ Fibras eferentes: 
✓ Trato corticoespinhal e corticonuclear; 
 OBS: Possui a mesma organização somatotópica 
da área somestésica, sendo que essa conformação 
pode sofrer modificações decorrentes do 
aprendizado ou de lesões; 
 
❖ Áreas Sensitivas 
Secundárias: 
➢ São áreas gnósicas, responsáveis pela 
interpretação dos impulsos sensitivos; 
➢ Recebem aferências das áreas primárias 
correspondentes; 
➢ Se conectam com áreas supramodais; 
➢ Do ponto de vista funcional essas áreas não são 
simétricas, isto é, uma lesão desencadeia 
sintomatologia diferente dependendo do 
hemisfério que atinge; 
 
• Área somestésica secundária: 
➢ Função: 
✓ Responsável pela estereognosia e pela memória do 
ambiente tátil e espacial; 
➢ Localização: 
✓ Lobo parietal superior, logo atrás da área 
somestésica primária, e corresponde à área 5 e à 
parte da área 7 de Brodmann; 
➢ Lesão dessa área: 
✓ Causa agnosia tátil, isto é, incapacidade de 
reconhecer objetos pelo tato; 
 
• Área visual secundária: 
➢ Função: 
✓ Responsáveis pela percepção de cores, pelo 
reconhecimento de faces (via ventral); 
✓ Percepção de movimento, de velocidade e 
representação espacial dos objetos (via dorsal); 
➢ Localização: 
✓ Acreditava-se que se limitava ao lobo occipital, 
situando-se adiante da área visual primária, 
correspondendo às áreas 18 e 19 de Brodmann; 
✓ No entanto, sabe-se que, hoje, essa área, que na 
verdade são várias, se estende a quase todo o lobo 
temporal, correspondendo às áreas 20, 21 e 37 de 
Brodmann e a uma pequena parte do lobo parietal; 
➢ Lesões dessas áreas: 
✓ São inúmeras agnosias visuais em caso de lesões 
restritas ao lobo temporal envolvendo a via cortical 
ventral. Já foram identificadas agnosias em 
pacientes que perderam a capacidade de 
identificar objetos e desenhos, a cor dos objetos e 
até mesmo a face de pessoas conhecidas 
(prosopagnosia); 
✓ Em caso de lesões na via dorsal (V5), há situações 
em que a pessoa perde a capacidadede perceber, 
visualmente, o movimento das coisas (acinetopsia). 
Assim, o paciente tem dificuldade para atravessar 
uma rua movimentada e, para ele, as águas de uma 
cachoeira estão sempre paradas; 
• Área auditiva secundária: 
➢ Função: 
✓ Classificação dos sons em música ou em uma fala, 
por exemplo; 
➢ Localização: 
✓ Lobo temporal, adjacente à área auditiva primária, 
correspondendo à área 22 de Brodmann; 
• Área gustativa secundária: 
➢ Localização: 
✓ Recentemente identificada na região orbitofrontal 
da área pré-frontal, recebendo aferências da ínsula; 
 
❖ Percepção da Sensação: 
➢ Ex: Identificação de um objeto; 
1. Etapa da sensação: 
✓ Consciência das características sensoriais do objeto 
(forma, dureza, cor, tamanho, etc); 
✓ Área sensitiva primária; 
2. Etapa de interpretação ou gnosia: 
✓ Ocorre uma percepção mais específica do objeto; 
✓ Área sensitiva secundária; 
 
❖ Áreas Motoras Secundárias: 
➢ Adjacentes à área motora primária; 
➢ Responsáveis pelo planejamento de sequências de 
movimentos; 
• Área pré-motora: 
➢ Função: 
✓ Controla a musculatura axial e proximal dos 
membros, fazendo ajustes posturais 
antecipatórios; 
✓ Relacionada com o planejamento motor, 
principalmente de movimentos guiados por 
estímulos externos; 
 
➢ Localização: 
✓ Lobo frontal, adiante da área motora primária, e 
ocupa toda a extensão da área 6 de Brodmann, 
situada na face lateral do hemisfério; 
➢ Conexões aferentes: 
✓ Recebe aferências do cerebelo, através do tálamo, 
e de várias áreas de áreas de associação do córtex; 
➢ Fibras eferentes: 
✓ Origina a via córtico-retículo-espinhal, através da 
qual exerce sua função de ajustar a postura 
antecipatória de movimentos; 
➢ Lesões dessa área: 
✓ Ocorre diminuição da força desses músculos 
(paresia), o que impede o paciente de elevar 
completamente o braço ou a perna; 
• Área motora suplementar: 
➢ Função: 
✓ Iniciação dos movimentos; 
✓ Planejamento da orientação; 
✓ Movimentos bimanuais e sequenciais complexos 
(ex. movimentos dos dedos); 
➢ Localização: 
✓ Ocupa parte da área 6 de Brodmann, situada na 
face medial do giro frontal superior; 
➢ Principais conexões: 
✓ Corpo estriado (via tálamo), do qual recebe fibras 
aferentes; 
✓ Área motora primária e área pré-frontal; 
➢ Lesões dessa área: 
✓ Frequentemente causam apraxias, em que há a 
incapacidade de executar determinados atos 
voluntários, como escovar os dentes e abotoar 
uma camisa, sem que exista qualquer déficit motor; 
• Campo ocular frontal: 
➢ Função: 
✓ Controla os movimentos voluntários de busca 
(scanning movements) do olho, disparando 
sacadas contralaterais intencionais para alvos 
visíveis no ambiente visual; 
 
➢ Conexões: 
✓ Suas conexões com a área visual primária e com os 
núcleos pré-tectais do mesencéfalo (que se ligam, 
por sua vez, aos núcleos motores e 
parassimpáticos do N. oculomotor dos dois lados) 
o responsabiliza, em parte, pelo reflexo da 
acomodação do cristalino; 
➢ Localização: 
✓ Se estende para frente, a partir da área da face no 
giro pré-central para o giro frontal médio, 
correspondendo à área 8 de Brodmann; 
❖ Motricidade Voluntária: 
❖ Planejamento Motor: 
• Particularidades: 
➢ O planejamento motor fica a cargo das áreas 
motoras secundárias, enquanto a execução é por 
conta da área motora primária (M1); 
➢ Esse planejamento envolve a escolha dos grupos 
musculares a serem contraídos em função da 
trajetória, da velocidade e da distância a ser 
percorrida pelo ato motor; 
➢ Essas áreas são: 
1. Área motora suplementar: 
✓ É ativada quando a decisão de realizar 
determinado movimento parte do próprio córtex 
pré-frontal. No entanto. quando o gesto decorre 
de uma influência externa, como o comando de 
alguém para que o gesto seja feito, a ativação será 
do córtex pré-frontal; 
2. Área pré-motora; 
 OBS: Vale salientar que o cerebelo, cujo núcleo 
denteado também é ativado antes de M1, e a alça 
esqueletomotora estriado-tálamo-cortical também 
participam do planejamento motor; 
 OBS: A iniciativa de fazer o planejamento, visando 
realizar determinado gesto, fica a cargo da área 
pré-frontal; 
 OBS: As duas áreas motoras secundárias nunca são 
ativadas conjuntamente; 
➢ Lesões dessas áreas causam apraxias, em que há 
perda da capacidade de fazer atividades simples. 
Isso ocorre porque, apesar da área motora está 
intacta, essa não sabe como realizar tal movimento; 
• Como funciona na prática? 
➢ Quando alguém oferece uma taça de vinho, por 
exemplo, a área pré-frontal é ativada para tomar a 
decisão; 
➢ Essa decisão, por sua vez, é passada à área motora 
suplementar, onde é elaborado o plano motor. 
Para que esse plano seja efetivo, essa área recebe 
informações do núcleo denteado (cerebelo) e dos 
núcleos da base; 
➢ Desse modo, esse planejamento é repassado para 
o córtex motor primário, o qual o executará; 
➢ Com isso, o braço e o antebraço se deslocam em 
direção à garrafa de vinho (via córtico-retículo-
espinhal), que será agarrada pelos dedos (trato 
corticoespinhal); 
 
❖ Sistema de Neurônios-
espelhos: 
➢ É um tipo de neurônio que é ativado não só 
quando um indivíduo faz um ato motor específico, 
mas também quando ele vê outro indivíduo 
fazendo a mesma coisa; 
➢ Esse sistema é frontoparietal, ocupando parte da 
área pré-motora e estendendo-se também à parte 
inferior do lobo parietal; 
➢ Possui distribuição somatotópica; 
➢ Estão na base do aprendizado motor por imitação. 
Devido a isso é muito mais fácil realizar 
determinado movimento após observar alguém 
fazendo; 
➢ Esses neurônios têm papel importante na 
aprendizagem motora de crianças pequenas que 
imitam os seus responsáveis; 
 
 
❖ Áreas de Associação 
Terciárias: 
➢ São supramodais, isto é, não se relacionam 
isoladamente com nenhuma modalidade sensorial; 
➢ Recebem e integram as informações sensoriais já 
elaboradas pelas áreas secundárias; 
➢ São responsáveis pela elaboração de diversas 
estratégias comportamentais; 
• Área pré-frontal: 
➢ Compreende a parte anterior não motora do lobo 
frontal; 
➢ Ocupa cerca de ¼ da superfície do córtex cerebral; 
➢ Conexões: 
✓ Quase todas as áreas corticais; 
✓ Vários núcleos talâmicos, em especial o núcleo 
dorsomedial; 
✓ Sistema límbico, como amígdala e hipocampo; 
✓ Núcleos da base; 
✓ Cerebelo; 
✓ Tronco encefálico; 
✓ Projeções monoaminérgicas dos sistemas de 
modulatórios de projeção difusa; 
➢ É subdividida em duas subáreas pelo ponto de 
vista funcional, sendo essas: 
➢ Área pré-frontal dorsolateral: 
✓ Ocupa a superfície anterior e dorsolateral do lobo 
frontal; 
✓ Liga-se ao corpo estriado (Putâmen), integrando o 
circuito cortiço-estriado-talâmico-cortical; 
✓ Esse, por sua vez, tem papel importante nas 
funções executivas que envolvem o planejamento 
e as escolhas das estratégias comportamentais 
mais adequadas à cada situação física e social do 
indivíduo, assim como a capacidade de alterá-las 
quando tais situações se modificam; 
✓ Essa área é responsável, também, pela avaliação 
das consequências dessas ações, planejamento e 
organização, com inteligência, de ações e de 
soluções de problemas novos; 
✓ Além disso, é encarregada pela memória 
operacional, que é um tipo de memória de curto 
prazo, temporária e suficiente para manter na 
mente as informações relevantes para a conclusão 
de uma atividade que está em andamento; 
➢ Área pré-frontal orbitofrontal: 
✓ Ocupa a parte ventral do lobo frontal adjacente às 
órbitas compreendendo os giros orbitários; 
✓ Integra um circuito que envolve o núcleo caudado, 
o globo pálido e o núcleo dorsomedial do tálamo; 
✓ Está envolvido no processamento das emoções, na 
supressão de comportamentos indesejáveis e na 
manutenção da atenção, como a capacidade de 
seguir sequências ordenadas de pensamento; 
✓ Caso essa área seja lesionada, o indivíduo 
acometido deixa de reagiràs situações que, 
normalmente, reagiria com alegria ou com tristeza, 
além do déficit de atenção e comportamentos 
inadequados; 
• Área parietal posterior 
(temporoparietal): 
➢ Compreende todo o lóbulo parietal inferior, ou 
seja, os giros supramarginal (área 40) e angular 
(área 39), estendendo-se também às margens do 
sulco temporal superior e parte do lóbulo parietal 
superior; 
➢ Situa-se, portanto, entre as áreas secundárias 
auditiva, visual e somestésica, integrando todas as 
informações recebidas dessas áreas; 
➢ Tem algumas funções sendo essas: 
✓ Geração de uma imagem mental completa do 
objeto (aparência, cheiro, som, tato e seu nome); 
✓ Esquema corporal (imagem das partes do próprio 
corpo); 
✓ Percepção espacial, permitindo ao indivíduo 
determinar as relações entre os objetos no espaço 
extrapessoal; 
✓ Participação no planejamento de movimentos e na 
atenção seletiva; 
 OBS: Em lesões bilaterais, o doente fica incapaz de 
explorar o ambiente e alcançar objetos de 
interesse; 
 OBS: Lesões que compreendem o lóbulo parietal 
inferior do hemisfério direito (não dominante na 
maioria dos casos) provocam a síndrome de 
negligência ou síndrome de inatenção. Essa, por 
sua vez, faz que: 
✓ Ocorra uma negligência sensorial do mundo 
contralateral; 
✓ Pode ser em relação ao próprio corpo (paciente 
perde a noção do seu esquema corporal do lado 
esquerdo); 
✓ Pode ser, também, em relação ao espaço peri e 
extrapessoal, em que o paciente ignora o mundo a 
sua esquerda; 
✓ Ainda pode ser as duas anteriores concomitantes; 
❖ Córtex Insular Anterior: 
• Particularidades: 
➢ A ínsula tem duas partes, anterior e posterior; 
separadas pelo sulco central; 
➢ O córtex insular posterior é isocórtex heterotípico 
granular, característico das áreas de projeção 
primárias (áreas gustativas e sensoriais viscerais); 
➢ O córtex insular anterior, por sua vez, é isocórtex 
homotípico, característico das áreas de associação; 
• Funções: da parte cortical 
anterior: 
➢ Empatia, ou seja, capacidade de se identificar com 
outras pessoas e perceber e se sensibilizar com seu 
estado emocional (ativado, por exemplo, ao ver 
uma situação dolorosa); 
➢ Conhecimento da própria fisionomia como 
diferente da dos outros (ativada ao se observar no 
espelho ou ver uma foto, mas não é ativada em 
fotos de outras pessoas); 
➢ Sensação de nojo na presença ou simplesmente 
com imagens de uma situação considerada nojenta 
(ativada também com a visão de pessoas com a 
expressão de nojo). Vale salientar que essa 
sensação tem valor adaptativo; 
➢ Percepção dos componentes subjetivos das 
emoções (também ativada por outras áreas 
corticais e subcorticais do sistema límbico); 
• Lesões dessa região: 
➢ Perda da empatia, podendo estar na base de 
muitas psicopatias; 
➢ Perda do senso de nojo; 
❖ Áreas Límbicas: 
• Componentes: 
➢ Áreas de alocórtex: 
✓ Hipocampo; 
✓ Giro denteado; 
✓ Giro para-hipocampal; 
➢ Áreas de mesocórtex: 
✓ Giro do cíngulo; 
➢ Áreas de isocórtex: 
✓ Ínsula anterior; 
➢ Área pré-frontal orbitofrontal; 
• Funções: 
➢ Todas essas áreas fazem parte do sistema límbico, 
relacionado com a memória e com as emoções; 
 OBS: O 1/3 anterior do giro do cíngulo (cíngulo 
anterior) é relacionado com as emoções, enquanto 
os 2/3 posteriores (cíngulo posterior) estão 
relacionados com a memória; 
 
❖ Áreas Relacionadas Com a 
Linguagem: 
• Particularidades: 
➢ A linguagem verbal é um fenômeno complexo do 
qual participam áreas corticais e subcorticais, 
sendo o córtex a mais importante; 
➢ As áreas corticais relacionadas à linguagem são 
duas, sendo uma anterior e uma posterior; 
• Área de Broca (área anterior da 
linguagem): 
➢ Situa-se nas partes opercular e triangular do giro 
frontal inferior (área 44 e parte da área 45 de 
Brodmann), à frente da parte da área motora 
primária que controla os músculos relacionados 
com a vocalização; 
➢ Responsável pela programação motora 
relacionada com a expressão da linguagem; 
• Área de Wernicke (área posterior 
da linguagem): 
➢ Situa-se na junção entre os lobos temporal e 
parietal (parte mais posterior da área 22 de 
Brodmann); 
➢ Responsável pela percepção e pela compreensão 
da linguagem; 
 OBS: O giro angular coordena, por sua vez, a 
entrada no córtex visual, auditivo e somestésico 
para influenciar a região de Wernicke; 
• Fascículo longitudinal superior 
ou fascículo arqueado: 
➢ Liga a área de Broca à área de Wernicke; 
➢ Leva informações relevantes para a correta 
expressão da linguagem, as quais passam dá área 
de Wernicke para a de Broca; 
 OBS: A leitura e a escrita também dependem 
dessas duas áreas, uma vez que a Área de 
Wernicke, por exemplo, recebe informações do 
córtex visual; 
 
• Lesões dessas áreas (afasias): 
➢ Enfraquecimento ou perda do poder de captação, 
de manipulação e, por vezes, de expressão de 
palavras como símbolos de pensamento; 
➢ Essas perturbações da linguagem que não podem 
ser atribuídas a lesões das vias sensitivas ou 
motoras envolvidas na fonação, mas apenas a 
lesões das áreas corticais de associação, 
responsáveis pela linguagem; 
1. Afasia de Broca: 
✓ Também denominada como afasia motora ou de 
expressão; 
✓ Ocorre por lesão da área de Broca; 
✓ Nesse tipo o indivíduo é capaz de compreender a 
linguagem falada ou escrita, mas tem dificuldade 
de se expressar adequadamente, seja falando seja 
escrevendo (agrafia e disgrafia); 
✓ Nos casos mais comuns ele consegue dizer poucas 
palavras com dificuldade, e tende a produzir frases, 
falando ou escrevendo, de maneira telegráfica; 
✓ Pode incluir anomia (incapacidade de nomear 
objetos) e prejudicar a prosódia e repetição; 
2. Afasia de Wernicke: 
✓ Também denominada como afasia sensitiva ou de 
percepção; 
✓ Ocorre por lesão da área de Wernicke; 
✓ Nesse tipo a compreensão da linguagem, tanto 
falada quanto escrita, é muito deficiente; 
✓ O indivíduo acometido fala fluentemente, mas essa 
é sem sentido, sendo que ele não é ciente de que 
sua fala é incompreensível para outros; 
✓ Pacientes cometem erros de leitura (alexia). A 
escrita é fluente, mas contém muitos erros e tende 
a não ter palavras substantivas (agrafia fluente); 
 
 
3. Afasia de condução: 
✓ Ocorre por lesão do fascículo arqueado; 
✓ Nesse tipo a compreensão está relativamente 
preservada e a fala é fluente e espontânea. 
Entretanto, existe incapacidade de repetir palavras 
corretamente; 
✓ Nomeação é prejudicada 
4. Afasia global: 
✓ É a perda de todas as capacidades de linguagem 
(compreensão, fala(disfasia), leitura e escrita 
(agrafia ou disgrafia)); 
✓ Acompanha-se de fraqueza no lado direito da face 
e paralisia dos membros à direita; 
✓ Lesão extensa que, na maioria dos casos, é causada 
por grande infarto da região irrigada pela artéria 
cerebral média; 
 OBS: Hoje, sabe-se que as duas primeiras 
perturbações acima só ocorrem em casos de lesões 
que ultrapassem os limites dessas áreas. Quando 
são exclusivas dessas, o déficit de linguagem é bem 
menor; 
 OBS: Existem outras áreas cerebrais relacionadas 
com aspectos específicos da linguagem. Dessa 
forma, por exemplo, no lobo temporal existem 
áreas diferentes para a capacidade de nomear 
pessoas, animais e objetos; 
 Lesão no giro angular pode causar um tipo de 
afasia denominada de dislexia, dificuldade de ler, 
que pode estar acompanhada de disgrafia, ou 
dificuldade de escrever; 
 Na maioria dos indivíduos, as áreas corticais da 
linguagem se localizam apenas no hemisfério 
esquerdo; 
❖ Assimetria das Funções 
Corticais: 
➢ Se manifesta apenas nas áreas de associação; 
1. Hemisfério dominante: 
✓ Hemisfério esquerdo em 96% dos destros e em 
70% dos canhotos e dos ambidestros; 
✓ Onde se localiza as áreas da linguagem; 
✓ Mais importante na linguagem e no raciocínio 
matemático; 
2. Hemisfério não-dominante: 
✓ Relacionado com as habilidades artísticas,as 
percepções de relações espaciais, a atenção viso 
espaciais e o reconhecimento de fisionomias; 
 OBS: Mesmo a linguagem, enquanto a maioria dos 
indivíduos o esquerdo está relacionado ao 
significado das palavras, o direito está relacionado 
à prosódia, ou seja, entonação, gestos e expressões 
faciais associadas à fala;

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