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TCC - MOTIVAÇÕES PSIQUICAS E SOCIAIS QUE DESENCADEIAM AS DISFUNÇÕES SEXUAIS FEMININAS

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CAMILA RODRIGUES DA SILVA
 
 
MOTIVAÇÕES PSIQUICAS E SOCIAIS QUE DESENCADEIAM AS DISFUNÇÕES SEXUAIS FEMININAS
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sinop/MT 
2022
 
 
 
CAMILA RODRIGUES DA SILVA 
 
 
 
 
 
MOTIVAÇÕES PSIQUICAS E SOCIAIS QUE DESENCADEIAM AS DISFUNÇÕES SEXUAIS FEMININAS
 
 
 
 
Projeto de Conclusão de Curso I apresentado à Banca Avaliadora do Departamento de Psicologia, do Centro Educacional Fasipe - UNIFASIPE, como obtenção de nota na disciplina de TCC I. 
Orientador: Adneides Lucas Nogueira
Professora da Disciplina: Stela Maris Hoffmam 
 
 
 
 
 
Sinop/MT 
2022 
CAMILA RODRIGUES DA SILVA 
 
MOTIVAÇÕES PSIQUICAS E SOCIAIS QUE DESENCADEIAM AS DISFUNÇÕES SEXUAIS FEMININAS 
Projeto de Conclusão de Curso I apresentado à Banca Avaliadora do Departamento de Psicologia, do Centro Educacional Fasipe - UNIFASIPE, como requisito obtenção de nota na disciplina de TCC I. 
Aprovado em ___/___/____ 
_________________________________________________ 
Adneides Lucas Nogueira 
Professora Orientadora 
		Departamento de Psicologia – UNIFASIPE 
 
_________________________________________________ 
Stela Maris Hoffmam
Professora da Disciplina
Departamento de Psicologia – UNIFASIPE 
 
_________________________________________________ 
Professor (a) Avaliador (a) 
Departamento de Psicologia – UNIFASIPE 
 
_________________________________________________ 
Ana Paula Pereira Cesar 
Coordenadora do Curso de Psicologia 
UNIFASIPE – Campus de Sinop 
 
Sinop-MT 
2022 
SILVA, Camila Rodrigues da. Motivações psíquicas e sociais que desencadeiam as disfunções sexuais femininas. 2022. 41 p. Trabalho de Conclusão de Curso – Centro Educacional Fasipe – UNIFASIPE. 
 
RESUMO 
	 
Sexualidade é um termo amplamente abrangente que engloba inúmeros fatores e dificilmente se encaixa em uma definição única e absoluta. O objetivo geral será identificar e analisar as principais motivações psíquica e social que desencadeia as disfunções sexuais nas mulheres. O Sofrimento psíquico feminino e as pressões sociais associadas aos tabus, a dor do desempenho e a tensão entre os parceiros pela falta de comunicação que limitam o prazer da mulher e dificultam o desenvolvimento saudável do desejo sexual. Muitas mulheres preferem um orgasmo simulado, reconhecendo sua falta de orgasmo por causa do medo de perder a posição de objeto de desejo de seu parceiro sexual. A falta de abertura ao debate sobre o orgasmo deixou as mulheres com muitos mistérios sobre seus corpos. Para Lacan, há o prazer de uma mulher que não sabe nada a não ser que o sinta. Os instintos de alto preservação induzem apenas cautela uma ação requer apenas uma limitação de satisfação sexual com as funções destrutivas. O resultado é mais radical. Se, como Freud propõe, a destruição primitiva é primeiro dirigida para o interior, a sexualidade como tal é atacada, isso é a função das funções não for consumada em graus suficiente uma certa quantidade de destrutividade é liberada além das combinações sadomasoquistas, levando a uma alteração profunda da sexualidade como nos sintomas observados, nas desordens fronteiriças, nas psicopatologias do narcisismo e em outras estruturas não neuróticas. Logo, questiona-se: Qual o maior problema em relação a sexualidade que traz cada vez mais disfunções sexuais para as mulheres? A metodologia desta pesquisa caracteriza-se em uma pesquisa de revisão bibliográfica, com abordagem qualitativa e descritiva para atingir os devidos objetivos. Para tanto, os dados utilizados neste trabalho serão buscados em livros e artigos científicos, estes podendo ser documentos nacionais ou internacionais, indexados a base científica de dados eletrônica: LILACS, SCIELO, Periódicos CAPES e PubMed. Estes foram escolhidos por serem os bancos de dados no período de 2001 a 2021.
Palavras-chave: Sexualidade Feminina. Disfunções Sexuais. Libido. 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS
CID - Classificação Internacional de Doenças
CS – Comportamento Sedentário
DSF – Disfunção Sexual Feminina
FSD - Female Sexual Dysfunction
TDSH - Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo 
SUMÁRIO
 
1. INTRODUÇÃO	7
1.1 Justificativa	 8
1.2 Problematização	8
1.3 Objetivos 	9
1.3.1 Objetivo Geral 	9
1.3.2 Objetivos Específicos	9
1.4 Procedimentos Metodológicos	9
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA	11
2.1 Teorias da Sexualidade	11
2.1.1 O conceito psicanalítico de sexualidade	13
2.1.2 A pulsão sexual	15
2.1.3 Origem Religiosa	19
2.1.4 A Ordem Médica	22
2.1.5 A Sexualidade na Perspectiva Freudiana	26
2.1.6 O conceito psicanalítico de sexualidade	29
2.1.7 A pulsão sexual: passagem do físico para o psíquico	30
2.1.8 Definições das Patologias	32
2.1.9 Conceito	 34
2.1.10 Conceito de disfunções	35
2.1.11 Depressão associada a disfunções sexuais	36
2.1.12 Importância da psicoterapia (análise) aliada a intervenção medicamentosa em todo o processo de disfunções sexuais 38
REFERÊNCIAS	40
1. INTRODUÇÃO 
Sexualidade é um termo amplamente abrangente que engloba inúmeros fatores e dificilmente se enquadra em uma definição única e absoluta. O termo “sexualidade” remete a um universo onde tudo é relativo, pessoal e muitas vezes paradoxal. Pode-se dizer que é o traço mais íntimo do ser humano e como tal, se manifesta diferentemente em cada indivíduo de acordo com a realidade e as experiências vivenciadas pelo mesmo.
Acredita-se que a sexualidade e o desejo sexual não necessariamente precisam vir acompanhados um do outro. Cabe, portanto, a cada indivíduo decidir qual o momento propício para que esta sexualidade se manifeste de forma física e seja compartilhada com outro indivíduo através do sexo, que é apenas umas das suas formas de se chegar à satisfação desejada.
A função sexual existe desde o princípio da vida logo após o nascimento do bebê e não somente a partir da puberdade, como afirmaram outros teóricos. Freud acreditava que o período da sexualidade é longo e complexo até chegar a Sexualidade adulta, em que as funções de reprodução e obtenção de prazer podem estar associadas tanto no homem quanto na mulher.
Segundo estudos desenvolvidos por Caponi (2014) o diagnóstico de disfunção sexual é baseado em três critérios: a) manifestações psicofisiológicas, ou seja, falta de orgasmo, falta de libido, dor durante a relação sexual. b) sofrimento significativo ou dificuldades interpessoais; c) quando o transtorno não é mais bem explicado por outro transtorno do eixo I (transtorno mental em si, como neurose e psicose), nem é apenas devido ao abuso de substâncias, medicação ou clínica geral, condições causadas por efeitos fisiológicos diretos.
1.1 Justificativa 
As disfunções sexuais femininas podem ser decorrentes de causas biológicas, físicas e psicológicas. Os fatores psicológicos podem estar relacionados com a dificuldade em se comunicar com o parceiro, histórico de abuso sexual, vergonha do ato sexual, medo, inseguranças. Fatores neurológicos, chegada da menopausa, cirurgia ou trauma, uso de substâncias químicas e as doenças sexualmente transmissíveis também podem estar diretamente ligadas as disfunções sexuais.
Esse interesse em discutir esse tema decorre do fato de que tanto nossas teorias quanto nossa prática clínica estão relacionadas à cultura. É improvável que alguém apresente teorias psicanalíticas, a menos que a moralidade sexual leve a doenças nervosas. Considerações sobre a cultura ocidental permeiam a visão de mundo do sujeito. Mesmo aqueles que não apreciam seus efeitos encontram suas ideias apoiadas por ele. A fé católica organiza três ideias relacionadas em uma distinção. 
Deve-se ter um casamento, monogamia e procriação para ser considerado legítimo em relação à sua expressão sexual. Qualquer um que combine com sucesso essas coisas é considerado legítimo em suas ações eaceito pela Igreja. O pecado geralmente se refere a qualquer coisa que não unifique os três elementos do comportamento. 
O sexo é uma parte inerente do assunto. O sexo passando do registro religioso ao médico, passando adiante suas respectivas competências sobre o assunto passando de especialistas religiosos a profissionais médicos. Diferenciando entre sexualidade saudável e perigosa. As diferenças sexuais são o resultado da criação de uma base biológica para a sexualidade.
A pesquisa se justifica em conscientizar sobre o quanto as disfunções sexuais femininas prejudicam a convivência, a socialização e as relações de modo em geral, como a sua autoestima, na vida das mulheres.
1.2 Problematização 
O sexo é um assunto difícil de debater mesmo nos tempos modernos. O tema é complexo, controverso e amplamente aceito como natural. As pessoas têm debatido historicamente o sexo como um mecanismo de reprodução sem restrições, associam a posição do cristianismo sobre a sexualidade como radical, extrema e pecaminosa. Isso porque a religião trata a atividade sexual como um grande pecado; não é um ato honroso. A sexualidade é um assunto complicado que afeta muitas áreas diferentes de estudo, incluindo antropologia, biologia, sociologia, psicanálise e medicina.
Inventaram muitas maneiras diferentes de abordar a sexualidade com base nas teorias desenvolvidas por cada um desses campos de estudo. No entanto, os filósofos tradicionalmente não têm focado muita atenção neste tópico. Os tabus em torno desse tema surgiram a partir do século XX. Seu escopo é muitas vezes confinado ao reino da genética e da sexualidade. Como resultado, muito do que cerca a realidade é vista como tabu. 
Logo, questiona-se: Qual o maior problema em relação a sexualidade que traz cada vez mais disfunções sexuais para as mulheres? 
1.3 Objetivos 
1.3.1 Objetivo Geral 
Identificar as principais motivações psíquica e social que desencadeia as disfunções sexuais nas mulheres.
 
1.3.2 Objetivos Específicos 
• Analisar se as disfunções sexuais de alguma forma segam um modelo familiar;
• Caracterizar quando surgiu a sexualidade que está diretamente relacionada as disfunções;
• Descrever tipos mais comuns de disfunções em mulheres, entre elas Anorgasmia, o Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo (TDSH), Vaginismo, Dispareunia;
• Identificar a melhor solução com base na abordagem psicanalítica para o tratamento, sendo equilíbrio do corpo e da mente com o autoconhecimento;
• Verificar se as disfunções sexuais femininas estão relacionadas consciente ou inconsciente com algum trauma ou carência afetiva que lhe faltou na infância.
1.4 Procedimentos Metodológicos
A metodologia desta pesquisa caracteriza-se em uma pesquisa de revisão bibliográfica, com abordagem qualitativa e descritiva para atingir os devidos objetivos com o intuito de analisar, investigar e estudar sobre o assunto proposto.
A pesquisa é abordada de forma qualitativa, na visão de Gil (2007) as pesquisas qualitativas estimulam os envolvidos a refletir e pensar, fazendo emergir aspectos subjetivos, atingindo motivações não explícitas ou mesmo não conscientes de forma espontânea. Já referente a pesquisa descritiva busca do pesquisador vário dado sobre o que ser escrito. De acordo com Rudio (2000), esta pesquisa é do tipo descritivo, pois procurou compreender e explicar a realidade, observando e descobrindo os acontecimentos, procurando relatá-los, classificá-los e explicá-los.
A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em materiais que já foram publicados, tais como, livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos (GIL, 2010). Pode ser feita a partir de levantamentos de teorias já analisadas e publicadas. “Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto” (FONSECA, 2002).
10
Para tanto, os dados utilizados neste trabalho serão buscados em livros e artigos científicos, estes podendo ser documentos nacionais ou internacionais, indexados a base científica de dados eletrônica: LILACS, SCIELO, Periódicos CAPES e PubMed. Estes foram escolhidos por serem os bancos de dados no período de 2001 a 2021, que mais contemplam artigos científicos e por ter fácil domínio pela pesquisadora. Palavras-chave: Sexualidade Feminina. Disfunções Sexuais. Libido.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
2.1 Teorias da Sexualidade 
A palavra sexualidade é relativamente nova; não existia antes do século XIX. Surgiu quando a ciência e a educação quebraram velhos paradigmas sobre religião, pedagogia, medicina e moralidade. Esse período histórico foi caracterizado por redescobertas sobre a sexualidade entre a humanidade. Tanto na biologia quanto na medicina, os estudos sobre sexualidade foram extremamente significativos e inovadores. Isso ocorre porque eles romperam com ideais de longa data sobre sexualidade que eram desaprovados. Eles também avançaram além do diagnóstico dos chamados casos patológicos. Em outras palavras, a sexualidade tornou-se um assunto estudado por disciplinas específicas da medicina e da biologia (LIMA, 2016).
As pessoas começaram a vê-lo como algo que poderia ser pesquisado por si só, e não por razões morais ou religiosas. Segundo as teorias de Freud, a natureza sexual das crianças se manifesta em objetos e propósitos específicos. Essas ideias abalaram os alicerces de sua época quando ele afirmou que as crianças têm uma natureza sexual. As conotações sexuais que as crianças associam a esses objetos são removidas de suas vidas adultas. Embora as crianças não tenham órgãos sexuais, elas desempenham funções semelhantes às dos adultos para ajudá-las a se tornarem genitais (FADIMAN, 2009).
Anteriormente, apenas as doenças biológicas relacionadas à sexualidade eram discutidas. No entanto, agora existe além do âmbito da reprodução e do corpo. Refere-se a experiências de prazer relacionadas à sexualidade humana e se estende a uma vasta gama de discussões. Isso estende o escopo das discussões de filósofos e médicos a antropólogos, psicólogos e outros acadêmicos interessados ​​na natureza complexa da vida humana. A criação da psicossexualidade indica que os fatores psicológicos são mais significativos do que os corporais na determinação da sexualidade. Isso sugere que o corpo não é uma forma física atômica, mas sim uma forma simbólica - um fantasma - que pode estar relacionada à mente inconsciente (LIMA, 2016).
Freud entendia que o impulso para reproduzir vem de uma necessidade instintiva. No entanto, sua crença de que a sexualidade masculina é instintiva diverge do fato de que homens e mulheres têm impulsos sexuais. Em vez disso, ele se concentrou nas diferenças entre eles. Na teoria psicanalítica, o desejo não se concentra no real, mas em um fantasma. Aparece como representação e não focaliza o real (SANTIAGO, 2005).
A obra de Freud é vital para compreender a centralidade da sexualidade na psicologia por causa da repressão histórica que a sociedade lhe impôs. Como fonte da vida instintiva, o sexo fornece energia essencial que outras atividades sociais canalizam para o crescimento cultural, artístico e ideológico. Isso vem através de um processo de sublimação chamado desenvolvimento cultural. A sublimação é um aspecto importante do avanço cultural porque permite o pensamento, a arte e a ideologia mais elevados. No entanto, o sexo em si permanece reprimido pela mente consciente da maioria das pessoas (FREUD, 2001).
O sofrimento psíquico feminino e as pressões sociais associadas aos tabus, a dor do desempenho e a tensão entre os parceiros pela falta de comunicação limitam o prazer da mulher e dificultam o desenvolvimento saudável do desejo sexual. Muitas mulheres preferem um orgasmo simulado, reconhecendo sua falta de orgasmo por causa do medo de perder a posição de objeto de desejo de seu parceiro sexual. A falta de abertura ao debate sobre o orgasmo deixou as mulheres com muitos mistérios sobre seus corpos. Para Lacan, há o prazer de uma mulher que não sabe nada a não ser que o sinta (LIMA,2016).
Em casos mais misteriosos, as pessoas não têm certeza sobre a natureza desse prazer, se o sentem ou já o sentiram em algum momento de suas vidas. Descreveu dois sistemas sexuais distintos nas mulheres, um clitóris que se desenvolve durante a infância e uma vagina que se desenvolve após a puberdade. Para ele, permanecer na infância pode levar ao desenvolvimento de neuroses. A menina, em resposta à castração, rejeita sua feminilidade, anseia por um pênis e se identifica com o pai, atitude que a ancora no estágio clitoriano e a faz sentir-se fria (FREUD, 2004).
Outra explicação para o desenvolvimento da disfunção sexual é o traurema, que na psicanálise é definido como uma reação a uma situação inesperada que provoca sentimentos de medo, dor, vergonha ou sofrimento mental. Ligações ao desamparo e ao estado de desamparo do sujeito. Segundo Freud (2001), estados afetivos como a dor são colocados como depósitos de experiências traumáticas muito antigas e, quando reexperimentadas em circunstâncias semelhantes, são lembradas como símbolo da memória. Nesses casos, os sintomas se manifestaram como soluções que cada sujeito construiu em resposta a encontros traumáticos com sexo e desejo.
O sexo é um dos elementos fundamentais na construção da identidade humana, vai além dos genitais, é a matriz para a compreensão dos conceitos de prazer, gozo, dor e felicidade. O sexo ocupa um lugar central na imaginação humana e está associado a um potencial de satisfação e prazer, cuja perda deixa o sujeito com uma sensação de abolição do poder (LIMA, 2016).
Nas mulheres, isso afeta seu potencial feminino, vida profissional e outras áreas relacionadas ao imaginário. No entanto, a busca pelo tratamento adequado vem crescendo, quebrando tabus e preconceitos sobre o assunto, e as mulheres tornaram-se mais curiosas sobre seus corpos e sua felicidade, buscando respostas para as questões que as acompanham há séculos. Mas esse avanço ainda está acontecendo gradativamente, por isso deve haver cada vez mais espaço, principalmente na educação, para investigar a educação sexual e a importância de a mulher ocupar espaço na sociedade e nas relações sexuais (FADIMAN, 2002).
2.1.1 O conceito psicanalítico de sexualidade
É no campo da subjetividade humana que surge o conceito psicanalítico de sexualidade, ou seja, a experiência intersubjetiva constitui a base desse conceito. O inconsciente foi o primeiro conceito proposto por Freud, e o autor destacou que não há descontinuidade na atividade mental e que seus processos não acontecem por acaso. Toda memória, todo pensamento, todo sentimento ou ação, ou seja, todo evento mental, é determinado por uma intenção consciente ou inconsciente, desencadeada pelos fatos que a precedem (LIMA, 2016).
Esse processo é chamado de determinismo freudiano; por meio dele, os autores identificam e descrevem algumas conexões entre um evento mental e outro que ocorrem de forma oculta. Fadiman (2002, p.86) explica o processo: Quando um pensamento ou sentimento parece não ter relação com pensamentos e sentimentos anteriores, a conexão é subconsciente. Uma vez que essas conexões inconscientes são descobertas, a aparente descontinuidade é resolvida. 
A prática clínica está no centro da pesquisa de Freud sobre as causas e atividades das neuroses, aqui você pode ver que a maioria dos desejos e pensamentos que são reprimidos subconscientemente estão relacionados a obstáculos e conflitos na esfera privada da experiência sexual. O mais surpreendente em seus estudos clínicos foi que essas repressões foram enquadradas em experiências difíceis e profundamente traumáticas, relacionadas a eventos na infância, ou seja, nos primeiros anos de vida de seus pacientes. Essa experiência da infância foi associada ao transtorno sintomático atual do paciente e contribuiu para esses transtornos (FADIMAN, 2002).
Esses achados colocam a sexualidade na base do processo mental que levou ao segundo e mais importante conceito de Freud: a sexualidade infantil. A sexualidade infantil implica a estrutura e a organização mental da vida adulta. Nele, as zonas erógenas do corpo são os pontos fixos de prazer em certas fases do desenvolvimento da criança. As experiências da infância, associadas à obtenção de prazer nesses pontos erógenos, registradas na mente, tanto positivas quanto negativas, podem contribuir decisivamente para a construção da realidade sexual e reprodutiva na vida adulta (FREUD, 2001).
Existem quatro estágios de desenvolvimento sexual, que Freud chamou: oral, anal, pênis (fálica) e genital. Na fase oral, entre os 0 e 2 anos, o ponto ou zona erógena é a boca, onde a realização do prazer está relacionada à ingestão de alimentos, e as mucosas dos lábios e da boca são o ponto de excitação. Nessa fase, Freud (2001, p. 179) provocou a constatação e observou que: [...] a teimosia teimosa do bebê em relação à sucção demonstra a necessidade de gratificação desde cedo, embora decorra da ingestão de nutrientes e seja instigada por ela, faz um esforço. No entanto, independe da nutrição por prazer e, como tal, pode e deve ser chamado de sexo. 
A fase anal ocorre entre o segundo e o quarto ano de vida e o ânus é o ponto ou zona erógena. Nesta fase, o padrão de relacionamento do objeto é ativo e passivo, e está associado ao controle do esfíncter como fonte de prazer. É nesse momento que a criança percebe que tem controle sobre suas fezes e que a forma como lida com essa realidade pode ser construtiva ou agressiva, dependendo da criança. No terceiro momento, no estágio fálico, segundo Freud (2004) a zona erógena é o próprio órgão genital, onde se apresenta o objeto sexual principal e para onde convergem os impulsos pulsionais. 
Os meninos estão interessados ​​no próprio pênis, e descobrindo que as meninas não têm pênis. Essa diferença entre pênis e castração substituirá o alvo ativo-passivo da etapa anterior. Há um intervalo entre as fases peniana e genital, seguido por um período de latência, uma diminuição da atividade sexual, que dura até a puberdade. A fase genital alcançada durante a puberdade é caracterizada pelo fato de que o objetivo sexual não reside mais no próprio corpo, mas em objetos externos fora do corpo (FREUD 2004).
Nesse estágio, as afirmações de consciência e identidade de gênero emergem em ambos os sexos para buscar satisfazer necessidades instintivas no reino erótico de prazer. Na concepção psicanalítica, a sexualidade tem uma função corporal mais plena, passando de uma associação estrita com os genitais (ainda um programa secundário) para uma visão do prazer como meta e propósito. Deste ponto de vista, a vida sexual inclui todas as atividades que envolvem sensação, das quais os impulsos sexuais instintivos são a fonte, mesmo que sejam inconscientemente reprimidos por seu propósito: a sexualidade (FREUD, 2004).
2.1.2 A pulsão sexual
É no campo da subjetividade humana que surge o conceito psicanalítico de sexualidade, ou seja, a experiência intersubjetiva constitui a base desse conceito. O inconsciente foi o primeiro conceito desenvolvido por Freud, e o autor afirma que não há descontinuidade na atividade. A necessidade biológica é um fato que Freud apresentou como força motriz, tanto em humanos quanto em animais (FREUD, 2004).
Nesse sentido, o desejo sexual não possui um objeto fixo, ou seja, não depende de um objeto para sua existência, pois é uma força biológica inata que possui uma existência anterior e é independente do objeto que buscará. Satisfaça-se sem sequer se importar com qual objeto será feliz. Esse objeto ao qual se dirige o desejo sexual não é determinado, mas variável; não está estritamente relacionado ao ato sexual em si (isto é, a relação sexual), mas também pode obter prazer nas coisas anteriores à relação sexual, ou seja, a contemplação do ato sexual objeto ou interação com ele, seus contatos, que serão chamados de alvos sexuais (FREUD, 2004).
Preliminares, Freud definiu as preliminares como uma motivação de reforço ou excitação para alcançar o objetivo sexual final. A pulsão sexual de Freud nãoé mais entendida como uma via biológica que orienta os indivíduos para seus objetivos reprodutivos, eles atingem um estado de prazer que pode desencadear um processo que atrasa ou altera os objetivos biológicos. Neste prazer pulsional inclui não só a cópula genital, mas também todas as atividades de prazer associadas a outras partes do corpo, geralmente substituindo o prazer total pela relação sexual, mesmo segundo Freud (2004).
A objeto (força motriz) de um instinto é o que ele alcança seu propósito. Um objeto não precisa ser algo estranho: ele também pode fazer parte do corpo de um indivíduo. Esse deslocamento do instinto (pulsão) desempenha um papel muito importante no processo de transição que o instinto (pulsão) passa em sua vida, podendo ser modificado quantas vezes forem necessárias (FREUD, 2004).
O conceito de pulsões de Freud (2004) estabeleceu uma importante distinção entre fisiologia e biologia, que antes eram vistas como semelhantes. Para a fisiologia, a libido é um estímulo externo, utilizado pelos órgãos mentais como ação puramente mecânica, constituindo assim o modelo canônico da ciência natural. Do ponto de vista biológico, a teoria da evolução de Darwin é usada para explicar a sexualidade como um problema relacionado à hereditariedade e à filogenia. 
Desse ponto de vista biológico, Freud introduziria o termo "psicometa" para apresentar e traduzir um engenho psicológico que superava a pesquisa clássica conhecida em sua época, uma inovação no campo da pesquisa psicológica. Termo cunhado por Freud para se referir à psicologia por ele fundada, considerada em sua dimensão mais teórica, a metapsicologia, que articula um conjunto de modelos conceituais mais ou menos distantes da experiência, como a divisão dos dispositivos mentais em instâncias da Ficção, impulsos, processos repressivos, etc. A metapsicologia considera três perspectivas: dinâmica, temática e econômica (SANTIAGO, 2005).
O objetivo da metapsicologia é especificar aspectos teóricos da psicanálise, definir novos parâmetros de investigação e conceituação no campo da psicologia, baseados em relações temáticas, dinâmicas e econômicas para definir questões sexualmente orientadas de forma e natureza. Freud estabeleceu a pulsão sexual como uma necessidade que pressupõe gratificação: "Esta gratificação só pode ser alcançada por meio direto e concreto, ou seja, por modificação suficiente do estímulo de disparo da fonte interna" (FREUD, 2004, p. 146). 
Portanto, o estímulo pulsional vem de dentro, exercendo uma força sobre ele. Dessa forma, a mente é movida e estressada por esses estímulos e tende a encontrar uma saída para se libertar. O sistema nervoso tende a trabalhar duro para se livrar da estimulação sexual e empurrá-la para fora. Na verdade, é o excesso de estimulação sexual que a mente tende a liberar, ou seja, é um canal da energia física para a energia espiritual, num processo puramente fisiológico (SILVA, 2016).
Para Freud, parece haver um momento inicial de transição antes disso, e a força motriz é esse "conceito de limite", que aponta para o momento em que o processo energético orgânico se transforma em processo energético psíquico. Não há dúvida de que esse é um dos grandes mistérios que sobraram dos escritos de Freud. Freud imaginou um processo cíclico de conversão da energia física como um todo em energia espiritual, para que a energia se estabeleça e comece a habitar o espírito (SANTIAGO, 2013). 
Para Freud (2001), uma pessoa pode ou não se afastar dos estímulos sexuais por meio de ações motoras, porém, essa pulsão continuará existindo como oposição do mundo interior a pressão é direcionada para o exterior. 
A visão freudiana afirma que a sexualidade é um processo biológico impulsionado pela energia. No entanto, também pode envolver a participação psicológica. Por exemplo, em perversões como homossexualidade e bissexualidade, a parte psicológica da sexualidade está envolvida. O impulso sexual requer gratificação e satisfação. O aspecto biológico também envolve uma ação que Freud chama de “transgressões”. São ações que se desviam das necessidades biológicas do sexo. Aqueles que participam desse processo geralmente nem percebem o que estão fazendo isso os leva a se envolver em comportamento homossexual ou outros atos sexuais considerados não naturais pela natureza ou pela sociedade (como o incesto) (FREUD, 2001).
A maioria das pessoas saudáveis ​​entende que essas transgressões são como qualquer outro relacionamento íntimo. Pessoas normais podem substituir por muito tempo o alvo sexual. Eles também podem substituir a perversão; e qualquer circunstância favorável a eles incluindo a criação de um alvo sexual alternativo – pode durar indefinidamente. Em relação à homossexualidade, é importante destacar que Freud afirmou que “não cabe à psicanálise resolver o problema da homossexualidade”. Em vez disso, ele afirmou que eles deveriam se concentrar na compreensão dos mecanismos psicológicos que levaram à escolha do objeto. Então eles devem seguir os caminhos que levam dessas decisões de volta às disposições instintivas inatas (SILVA, 2016).
Devido à sua universalidade, todos têm um desejo sexual saudável, sem tendências perversas. É por isso que a palavra perversão é tão inapropriada quando as pessoas desprezam os desejos sexuais doentios. As necessidades sexuais de todos são saudáveis ​​por padrão. Isso deixa claro porque Freud era contra o descritor perversão, achou esse conceito ofensivo porque implicava que todas as necessidades sexuais eram perversas, e acreditava que os impulsos sexuais deveriam estar livres de tensão psicológica não levados adiante pela incorporação de novos brinquedos à mistura (FREUD, 2013). 
Novas ideias sobre orientação sexual e sexualidade adulta surgiram quando essa confirmação se tornou popular. Essas novas perspectivas desafiam a ciência estabelecida e as convenções sociais em relação à sexualidade. Uma dessas convenções é que as crianças devem ignorar seus impulsos sexuais para desenvolver uma identidade sexual saudável. Na verdade, essas novas perspectivas sugerem que a sexualidade é um aspecto inato da natureza humana sobre o qual as crianças naturalmente fantasiam (SILVA, 2016).
Em vez de respeitar esse aspecto natural de nossas vidas, novas convenções sugerem o completo oposto – as crianças não devem fantasiar sobre sexo. Essas novas perspectivas argumentam que a masturbação infantil faz com que os adultos inconscientemente associem o sexo a outros aspectos de sua personalidade, como agressão ou autoconfiança. Portanto, é melhor que as crianças não pensem em sexo para evitar a formação de associações subconscientes (SILVA, 2016).
Os psicólogos não buscam apenas novas informações sobre sexualidade. Eles também encorajam os filósofos a investigar as muitas relações diferentes entre a sexualidade e os seres humanos. Isso porque nunca é lícito para os pesquisadores do século 21 reduzir a sexualidade apenas ao biológico. Como teoria original da psicanálise, a sexualidade humana cresce e evolui continuamente com novas perspectivas. Esse processo de evolução também é verdadeiro para as filosofias subjacentes do campo. Novas ideias relacionadas à vida instintiva, energia psíquica e sintomas perigosos são incorporadas à teoria à medida que continua a se desenvolver (SILVA, 2016).
Por causa disso, cada aspecto da sexualidade humana desde seus fundamentos filosóficos até seus conceitos íntimos parece diferente e novo com o passar do tempo. Freud utilizou a psicanálise para analisar a sexualidade a partir de sua perspectiva, que envolvia a compreensão da pulsão sexual. A teoria define várias maneiras de bloquear pensamentos e sentimentos inadequados por meio de técnicas como a sublimação (SILVA, 2016).
A declaração foi escrita por seus leitores, que acreditavam que as teorias de Freud estavam incorretas. Eles afirmaram que a teoria negligenciou os efeitos psicológicos do sexo no corpo. Freud envolve a questão dos impulsos sexuais através de três estágios ou destinos diferentes. A primeira é a repressão,na qual as pulsões são desviadas de seus alvos iniciais e tendências sublimadas. A segunda é a fantasia, na qual o desejo não realizado permanece no inconsciente e tenta obter satisfação com qualquer que seja o objeto desejado (FREUD, 2004).
E em terceiro lugar, o desejo é satisfeito com qualquer que seja o objeto desejado. Muitos sintomas podem surgir devido a ações sendo reprimidas. Estes indicam a relutância da mente inconsciente em acessar o consciente. Freud estudou esse assunto e determinou que os distúrbios psicossexuais, os distúrbios comportamentais e a histeria estão ligados a uma fase específica do desenvolvimento sexual. Inicialmente, isso parece contra intuitivo. No entanto, seus estudos provaram que isso era possível. Pesquisas futuras ainda são necessárias para explorar essa relação com maior profundidade. Compreender as várias relações de poder e conhecimento formadas entre sexualidade e moralidade auxiliará estudos futuros (SILVA, 2016).
2.1.3 Origem Religiosa
Devido à forte influência da Igreja Católica Romana em questões morais, incluindo a vida conjugal, muitos métodos foram usados ​​para encorajar o comportamento imoral. Estes incluíam culpa, medo e a ideia do Inferno, bem como legitimar o controle sobre a sexualidade através da coerção. A confissão pela igreja foi formada a partir das teorias de Michel Foucault sobre a formação da condição humana. Isso também levou a restrições de pensamentos, palavras e impulsos sexuais por parte do clero (REIS SANTOS & CECCARELLI, 2010).
O sexo foi oficialmente proibido pelo clero neste caso. O sexo neste período de tempo é poderoso e doloroso. Deve ser controlado pela igreja porque cria pecado e desejo. As pessoas pecavam quando se tornavam carne, o que a igreja controlava por meio de legislação repressiva. Devido à crescente veneração da fidelidade conjugal, monogamia e castidade, o sexo não conjugal perde popularidade. Durante o Renascimento, as pessoas começaram a apreciar seus corpos e o poder da atração sexual. Isso inspirou muitas obras artísticas e culturais (SILVA, 2016).
As origens médicas das antigas crenças sobre o corpo remontam aos primeiros séculos; estes incluem a crença de que a relação sexual não é saudável durante a estação mais fria e que a perda de sêmen é sempre prejudicial. Reis Santos & Ceccarelli (2010) discutiram em seus trabalhos anteriores, algumas teorias oriundas de valores judaico-cristãos incorporam conceitos de ascetismo e aceitação de abnegação. No entanto, essas ideias são principalmente derivadas do raciocínio médico. 
Os filósofos gregos durante o período de 300 aC a 250 dC deram pouca importância às atividades de prazer. No entanto, seus sucessores estoicos de 250 dC a 300 dC mudaram isso mudando radicalmente seu foco para o casamento. Essa nova filosofia fez com que as pessoas considerassem qualquer prazer sexual como necessário para alcançar a felicidade. Também levou as pessoas a questionar a importância do casamento e levou alguns ao celibato. Essa mudança de pensamento causou uma série de problemas em todo o mundo e levou a muitas novas ideias sobre a sexualidade. A influência dos estóicos pode ser vista na crença católica de que o sexo só é aceitável para a procriação. Isso levou a uma mudança de ênfase do sexo como uma atividade prazerosa para o sexo como um dever moral. Essa mudança pode ser atribuída ao trabalho de Jerônimo, Agostinho e Tomás de Aquino, que ajudaram a manter o negativismo sobre o prazer sexual (SILVA, 2016).
Em contraste com isso, a diferenciação sexual e o subsequente desejo de igualdade não foram a causa da queda. Em vez disso, a vontade das pessoas pela igualdade provocou sua queda. Santo Agostinho acreditava que o homem é fruto do pecado. Sua crença estabelece as bases para a ética cristã; desejo sexual, ele acreditava, é a fonte de todo mal. Isso criou um obstáculo para a espiritualidade cristã: a luxúria torna as pessoas fracas e miseráveis ​​e leva a um sentimento elevado de vergonha. Imune ao pecado é a virgindade; as crenças de Agostinho elevaram o celibato a um poder superior a qualquer outro estado da vida (LIMA, 2016).
O pecado original tem uma visão sexualizada, o que torna as pessoas vulneráveis ​​a adúlteros enganosos que as seduzem ao pecado; levando-os a praticar atos sexuais. Esse pecado, que é perene, inspira a imagem negativa da mulher presente na cultura ocidental. As mulheres são consideradas espiritualmente superiores aos homens em sua criação, mas são consideradas seres espirituais inferiores que tentam os homens ao pecado. O apóstolo Paulo desencorajou a virgindade porque acreditava que a excitação sexual corromperia a devoção espiritual. Ele também acreditava que o casamento era a melhor solução para a procriação se uma pessoa não pudesse restringir seu desejo sexual. No entanto, regular o casamento como local de procriação criava um paradoxo em seus ensinamentos, pois considerava o sexo no casamento pecaminoso (SILVA, 2016).
Consequentemente, ele encorajou as pessoas casadas a permanecerem castas para que não fossem expostas a sofrimentos desnecessários. Em sua opinião, o celibato era preferível a ser fervido. Como o casamento é uma das poucas coisas positivas da vida, era regulamentado e vigiado de perto. A razão era que o casamento representava a salvação da alma o que era muito mais importante do que quaisquer pequenas transgressões. A obra de Santo Agostinho, intitulada Matrimônio e Concupiscência, teve um grande impacto no dilema da virgindade e do casamento (VAINFAS, 1992).
O documento examina o aspecto sexual do casamento e da virgindade e seu pecado associado. Também explica que o casamento monogâmico era melhor do que a alternativa de relações casuais. Apesar disso, ambas as formas de casamento foram vistas como passos positivos para a procriação, compromisso e fidelidade conjugal. Em contraste, Agostinho sustentava que a abstinência sexual era melhor do que se casar em uma união arranjada. Essa opinião serviu de base para seu argumento contra o casamento (VAINFAS, 1992, p.13). Ainda segundo o autor, o casamento é inferior à virgindade e não é necessário para a reprodução. A melhor opção é ser assexual; mesmo assim, as pessoas casadas ficam presas a impulsos sexuais que não podem controlar. A única maneira de evitar esse dilema é abster-se completamente do sexo.
A partir do século XII, o conceito de "natureza humana" começou a se identificar com a vontade divina e tornou-se um paradigma para a reflexão moral: tudo o que é natural é bom e agradável a Deus. Assim nasceu o conceito de "relação natural" e, assim, o discurso que dividia a sexualidade em "normal" (equivalente à fertilidade) e "anormal" (referente à infertilidade). A sexualidade normal, de acordo com a inclinação natural das coisas, seus desvios, depravados (pravus), são definidos como “contrários à natureza”. Preservação da espécie enfrentamos um pecado contra a natureza: pedofilia, necrofilia, masturbação, separação heterossexual da fertilidade, homossexualidade, sodomia (LIMA, 2016).
Além do comportamento odioso, certas posições são proibidas e certas épocas do ano não são adequadas para relações sexuais. A única posição "natural" é a de um homem deitado de bruços de uma mulher. Uma mulher de costas para um homem é como um acasalamento animal; um homem abaixo de uma mulher é considerado uma inversão da natureza dos sexos porque significa passividade masculina e atividade feminina (SILVA, 2016).
No primeiro caso, a ideia é erradicar todo traço de animalidade do desejo humano e incluí-lo na razão natural. Segundo, reafirmando a submissão das mulheres aos homens. Outro exemplo de penetração religiosa no imaginário daquele século envolvia a sexualidade dos casais: a infertilidade era um indicador de alguma forma de impureza na vida conjugal. Pode manifestar-se especialmente em mulheres bonitas, como punição de Deus por sua vaidade; e nas feias, como punição por inveja da beleza. O interesse excessivo por sexo pode retardar a gravidez, se não a impedir (DEL PRIORE, 2001). 
A impotênciade um dos cônjuges ou do outro é vista como uma ameaça à santidade do casamento, podendo anulá-lo. A partir do século XII, a rejeição moral do desejo e do prazer começou a se suavizar à medida que o casamento foi aceito como um espaço legítimo de prazer. No entanto, a noção de que o sexo em si é um mal persiste na forma de um controle sistemático dos prazeres corporais e inclui outro grande pecado: a luxúria (SILVA, 2016).
Lésbicas são aquelas que buscam prazer principalmente no casamento e não observam a castidade fora do casamento. A sexualização sendo diretamente relacionada com o pecado e a criação do arrependimento permitiram que a igreja criasse um discurso sobre a sexualidade através do qual pudesse controlar e interferir profundamente na sexualidade dos crentes. Foi nesse espírito que se desenvolveu a moral cristã de "colocar no quarto os principais pecados da humanidade (RANKE-HEINEMANN, 1996, p.47).
2.1.4 A Ordem Médica
Segundo Foucault, desde o século XVIII, a sexualidade ocupa uma posição central, passando a definir sujeitos e populações. E no século 19, o sexo era escrutinado em todas as existências, nos mínimos detalhes. É cavado em tubos; perseguido em sonhos, suspeito por trás da menor loucura, perseguido até a primeira infância; tornou-se a chave da personalidade: ao mesmo tempo, o que permite analisá-lo e o que torna possível. A primeira grande ruptura nos mecanismos que controlam e inibem a libido começou a tomar forma no século XVII (DE SOUZA et al., 2011). 
O conceito de "pulsão sexual" inerente ao ser humano, em que a forma de satisfação pode ser boa, saudável ou, inversamente, errada ou mesmo anormal, remonta ao Iluminismo, ou seja, do final do século XVII ao início do século XVII. Nessa época, a sexualidade começou a influenciar cada vez mais a sociedade, principalmente o sexo legal dentro da família, para regular a fecundidade. Um fato curioso indica uma profunda mudança nos costumes: dois novos crimes surgiram nos tratados jurídicos da época (DE SOUZA et al., 2011).
Relações sexuais precoces, sem compromissos conjugais explícitos e gravidezes secretas, pois isso poderia resultar em aborto espontâneo ou assassinato do recém-nascido. Desde o final do século XVII, principalmente na França e na Alemanha, a questão de como administrar o controle da natalidade tem sido objeto de discussão social, pois a população tornou-se um recurso para a produção de riqueza no país (SARASIN, 2002). 
Isso significa que a sexualidade moderna as origens são vistas de um ponto de vista biopolítico. Em 1696, Nicolas Venette, professor de anatomia e cirurgia em La Rochelle, França, publicou o livro seminal do gênero, Tableaux de l'amour conjugal, que foi reimpresso e traduzido várias vezes para vários idiomas. Neste livro, Venette combina conhecimentos médicos com tradições populares para aconselhar sobre as melhores formas de ter sucesso em uma relação conjugal (i.e., fertilidade); traz relatos etnográficos da sexualidade do povo africano; revela segredos e fornece fórmulas farmacológicas para combater a impotência e reparar o hímen perdido. Graças à autópsia que realizou, Venette descreveu o interior do corpo, incluindo os genitais, de forma inédita (DE SOUZA et al., 2011).
Sem dúvida, o que torna esta obra revolucionária é a determinação de seu autor em explicá-la com clareza, permitindo o acesso a um conhecimento relativamente não contaminado pela religião. Para Veneter, o que a natureza humana mais deseja é conhecer suas origens, e ele sugere explicar isso em um livro. A partir do momento em que o homem é visto como uma existência natural, o sexo deixa de ser antitético à espiritualidade, como é o caso das visões religiosas, torna-se algo adequado ao homem, e a realização no casamento é saudável independentemente da fertilidade. A relação entre instinto e vontade, e entre desejo e virtude, de uma forma totalmente nova, sem o moralismo que antes marcava a experiência sexual (LAQUEUR, 2001).
O homem não é mais entendido como um ser guiado pelo instinto, mas como um ser civilizado, capaz de se controlar em qualquer circunstância necessária para alcançar um valor maior: a sociedade. A nova visão burguesa do casamento entende o instinto sexual como algo primitivo do sujeito que deve ser refreado para ser reaproveitado em benefício da sociedade (isso está muito próximo do conceito freudiano de sublimação). Assim, temos a base para o que se chamava "sexo" no final do século XIX: não é mais possível considerar sujeitos sem sexo (LAQUEUR, 2001).
Ao mesmo tempo, adotar a racionalidade como uma nova instância de determinação de sujeitos autônomos tem um preço: o cérebro masculino reina supremo sobre o sistema nervoso feminino centrado no útero. Por um lado, a biolização das diferenças de gênero centra-se no sistema nervoso feminino e no cérebro masculino, e não nas diferenças anatômicas dos órgãos sexuais; por outro lado, toda a discussão é sobre descobrir como um homem, dita sua sexualidade para de acordo com a moralidade racional, universal e as exigências higiênicas derivam dele prazer, este é um modelo de sexo único (LAQUEUR, 2001).
Observa-se mais adiante, que Freud se manteve conservador em relação a esse modelo, independentemente de sua postura revolucionária. Suas origens podem ser rastreadas até a antiguidade, com o maior expoente sendo Aristóteles. Para ele, haverá uma hierarquia entre os sexos, e os homens são os mais perfeitos. Depois de Aristóteles, Galeno construiu a versão final desse modelo, que durou séculos no Ocidente. Quando Galeno introduziu a teoria do humor, ele acreditava que o humor caloroso condensaria as virtudes dos homens. Sua ausência na circulação geral de fluidos corporais será característica das mulheres (BIRMAN, 2001). 
Galeno concluiu que a forma corporal é resultado da circulação de fluidos corporais, e o equilíbrio entre eles configurará a forma genital de ambos os sexos. Em outras palavras, não é a anatomia que determina o gênero, é a emoção: é o paradigma do sexo único. Esse paradigma não começou a mudar até o século XVII, quando surgiram os primeiros atlas anatômicos, que começaram a delinear as diferenças morfológicas entre os corpos masculino e feminino. Embora a formação natural das diferenças de gênero tenha se consolidado no século XVIII e início do século XIX, foi a igualdade de direitos dos cidadãos proclamada pela Revolução Francesa que acabou derrubando o modelo unissex (LAQUER, 2001). 
Mas a vitória ali não levou ao que foi reivindicado: que as mulheres não têm os mesmos direitos que os homens. Com o fracasso do modelo unissex, estabeleceram-se novas bases hierárquicas, apoiadas na natureza biológica, que ditaram as diferentes inserções sociais de machos e fêmeas, que essencialmente mantinham intacta a dominação masculina. É por isso que, para avaliar adequadamente o lugar da mulher na cultura ocidental, essa posição influenciou o discurso psicanalítico sobre a sexualidade feminina, por exemplo, não basta condená-la como excluída em determinadas esferas sociais, especialmente na época freudiana não só isso: é preciso compreender as tendências hierárquicas que envolvem as próprias mulheres na exclusão (BOURDIEU, 2002). 
Talvez seja no aspecto da maternidade que o peso dessa fala mostre toda a sua força. O "ser mãe" passou a ser incentivado, como se o instinto materno fosse uma construção natural e não ideológica que determinasse de forma pouco atraente a importância da mulher para o bem-estar da sociedade (BADINTER, 2011). 
Em outras palavras, a única maneira de manter vivo o novo paradigma da diferença de gênero e o instinto sexual inerente a cada pessoa é que as mulheres sejam destinadas a ter filhos, úteis à sociedade em seus papéis de maternidade e casamento. Quanto aos homens, que devem usar seus poderes mentais superiores para manter o sexo dentro dos limites da decência e do casamento, a masturbação é entendida como o oposto da autodisciplina esperada e o oposto dos instintos sexuais "naturais". Isso lançou as bases para a luta (médica, não religiosa,desta vez) contra a masturbação, que poderia levar à morte ou insanidade devido à perda excessiva e indesejada de esperma (SARACIN, 2002).
Até meados do século XIX, a masturbação era a única forma reconhecida de sexualidade "saudável" anormalmente pervertida. Algumas décadas depois, porém, as coisas começaram a mudar: a psiquiatria médica e forense se interessou por uma sexualidade incontrolável que se manifestava em muitas formas de criminalidade. Em 1857, Ambroise Tardieu, professor de medicina legal da Universidade de Paris, "o mais eminente representante da medicina legal na França" (SANTIAGO, 2005) publicou o famoso Étude doctor-légale sur les attentats aux moeurs (Medical - Estudos Jurídicos). Violação de leis alfandegárias), traduzido rapidamente para vários idiomas. 
Nos clássicos desta época, além dos excessos sexuais que podem chegar ao nível do crime sexual, mas não são classificados como perversões, há outra forma de sexualidade: o crime sem nome: o crime sem nome. Foram as prostitutas e a sodomia, hoje conhecida como homossexualidade e sexo anal. A teoria de Tardieu marcaria a transição do Iluminismo para o conceito pervertido de masturbação para a era da industrialização para a homossexualidade (SARASIN, 2002). 
Mais tarde, em 1886, o especialista forense Visconde Richard von Kraft-Ebbing escreveu sua famosa "Psicose Sexual", na qual fez uma longa lista de perversões sexuais humanas e revisitou a heterossexualidade. Este reexame do problema torna a sexualidade uma energia essencial que impulsiona todo o comportamento humano. No entanto, mesmo que essa pulsão não possa ser devidamente compreendida sem considerar os genitais, a psiquiatria deve garantir que ela seja pelo menos "benéfica" para o sujeito e a sociedade, distinguindo-se das tendências "perversas" (SARASIN, 2002).
A pulsão não é apenas responsável pela reprodução e felicidade, mas foi teorizado que ela também existe em todo comportamento humano. A própria pulsão é uma pulsão livre: ou consegue seguir o caminho moral, ou ela se engana. Psychopathia Sexualis traz algo completamente novo: a imagem do sexo se divide em "sexo normal" em sua essência e anormalidades genéticas devido a defeitos genéticos (SARASIN, 2002).
2.1.5 A Sexualidade na Perspectiva Freudiana
Para Freud (2001), a sexualidade feminina era ainda mais complexa do que a masculina. Há dois órgãos como regiões privilegiadas (a vagina, que Freud definiu como a área feminina e o clitóris, como a área masculina) de tal forma que a bissexualidade é comum em meninas (também devido à troca de objetos de mãe para mãe Pai). Segundo Freud, nesse sentido, a sexualidade feminina pode ser dividida em dois estágios compostos por essas duas zonas sexuais. As mulheres passam por isso, etapa para que a transição entre as duas regiões se torne o fator central do intercâmbio propósito. 
Uma maneira possível de entender essa troca de objetos pode ser encontrada em A causa da histeria. Traços de ambiguidade do tipo já mencionado podem ser observados aqui, no complexo de Édipo. Ou seja, existe tanto uma relação de dependência quanto uma relação de medo. O amor abre espaço para a repressão através da educação (DE SOUZA et al., 2011).
No entanto, apesar do fato de que as pessoas e nas mulheres, o primeiro objeto de amor é a mãe, e há um movimento oposto entre os dois outro. Ou seja, os meninos começam a se identificar com qualidades semelhantes a si mesmos e as mulheres tem a natureza oposta própria, o que torna o desenvolvimento sexual das meninas pegue a estrada mais longa. Deixe a garota continuar a escolher heterossexual com desejo, ela tem que passar pelo Édipo, o que a faz ter um Tem um forte vínculo de amor com sua mãe (FREUD, 2004).
A descoberta de Freud (2004), é perturbadora, embora tenha se mostrado bastante plausível na experiência clínica. Psicanálise: a sexualidade feminina deve se basear em bases sólidas para um objeto do mesmo sexo... o que exige que ela faça outro movimento na junção de Édipo Complete sua missão de ser esposa e mãe. Portanto, é necessário explorar como Freud pensava que essa transformação ocorria. Além disso, é necessário perguntar por que existe tal diferença entre as relações objetais de pessoas e pessoas mulheres; é por isso que, para Freud, a relação paradoxal entre amor e ódio o outro só se realiza no homem. 
Garoto rebaixa garota pensando que ela é, de acordo com Freud (2004), relata sobre a castração, um momento que Floyd descreveu anteriormente em seu ensaio sobre tecidos a genitália infantil, que pode inibir a seleção de objetos. O complexo de castração da mulher tem outro significado, desde autor, pode ter três efeitos diferentes, a mulher reconhece sua castração e sua baixa autoestima, mas ao mesmo tempo, ele está enojado com esse fato.
Isso pode levar a Inibição da atividade sexual, insatisfação com o clitóris por ser comparado aos meninos; abdicar de suas atividades e, assim, abdicar de sua masculinidade (em vista do clitóris equivalente aos genitais masculinos). Está intimamente relacionado com a ideia de um pênis tirar isso dele voltará, dando a si mesmo masculinidade e possivelmente levando a seleção de objetos homossexuais. Por fim, acaba seguindo o processo "normal" sua sexualidade, e seu pai foi escolhido como objeto, contraditório, complexo, isso pode ter sérias consequências para o desenvolvimento sexual da mulher (FREUD, 2004).
Um século de psicanálise teve muitas influências sobre neuroses e psicoses. No entanto, isso não é o mesmo que metamorfose, uma mudança, isso parece ser marginalizado na literatura psicanalítica. Baixa incidência de indivíduos clinicamente anormais, porque os psicanalistas evitam falar sobre perversões, onde existe algum "não quero saber disso" sobre perversões (AGAMBEN, 2002). 
Parafraseando a modulação temporal forjada de Lacan, pode-se dizer que o primeiro tempo é o momento do olhar, em que Freud viu algo diferente do que a comunidade científica da época afirmava estar relacionado à metamorfose (AULAGINIER-SPAIRANI, 2003). O primeiro período é claramente delineado no extraordinário texto "Três ensaios sobre a teoria do sexo" de 1905, no qual Freud distinguia claramente as perversões das perversões sexuais encontradas em cada indivíduo.
Neste artigo, Freud (2001) reconhece que “as tendências pervertidas são as tendências originais e universais da sexualidade humana” (p. 211). O segundo - o tempo da compreensão é marcado por um ponto de virada que leva a um ponto de virada no desenvolvimento de toda a teoria do pensamento analítico em termos de neurose e perversão. 
Desta vez foi demonstrado em um estudo de 1919 sobre as origens da perversão, intitulado "Uma criança sendo espancada: contribuições para o conhecimento da origem da perversão sexual", a partir do qual Freud aprendeu que a fantasia de espancamento e outros análogos do olhar de perversão são derivados de O Édipo complexo, as cicatrizes deixadas pelo processo de expiração (FREUD, 1927).
A terceira etapa o momento do fim introduz um novo desenvolvimento metapsicológico na obra de Freud. Nessa época, com base em novas observações clínicas, Freud expandiu seu conceito de fetichismo, publicando uma obra especial chamada Fetichismo (1927), na qual pela primeira vez articulava explicitamente a correlação entre perversão e autodefesa.
Nessa época, a metamorfose, ou seja, a mudança adquiriu o status de categoria clínica, formando uma série de neuroses e psicoses. A releitura de Lacan da obra de Freud nos ajuda a compreender os três tempos nos seguintes termos "Três Ensaios", é um divisor de águas, que enfatiza o que Freud encontrou na neurose os traços da perversão e só revelam a essência do prazer espiritual (FREUD, 1927).
No segundo livro, Beat the Child (1997), a fantasia postula para Freud a estrutura irredutível do discurso gramatical, cuja origem está relacionada à história do sujeito. Lacan acredita que é por meio da análise da fantasia de espancamento que Freud traz o anormal para sua verdadeira dialética analítica (FREUD, 1927).
No terceiro período,o Fetichismo, não só em sua relação mais particular com a perversão, mas, também, no que se refere aos destinos da sexualidade. Lacan isolou o termo Verleugnung nos escritos de Freud e, com base nas descobertas de Freud, pôde dar a Verleugnung seu próprio estatuto para definir o mecanismo da perversão. Pode-se confirmar que há uma convergência nos argumentos de Freud e Lacan sobre as inversões: o prazer da inversão não define a inversão estrutural, pois é o prazer de todo enunciado que existe (FREUD, 1927). 
Freud e Lacan nos dizem que diagnosticar um sujeito perverso é muito mais sutil do que simplesmente dizer que uma cena perversa é suficiente para confrontar um sujeito. Assim, o psicanalista não pode definir a estrutura no nível fenomenológico dos sintomas; ele deve determinar como a cena hedônica na fantasia se relaciona com o desejo inconsciente, pois o que separa a neurose da estrutura anormal é que o sujeito na fantasia, no jogo entre o sujeito e seu parceiro, a posição ocupada diante do outro (DOR, 1999).
Como Lacan (1958), escreveu a fantasia neurótica em seu diagrama do desejo, onde se lê um sujeito dividido pelo significado, que desaparece antes do objetivo. Digamos que, quando escreve nesta ordem, a pessoa da fantasia está desaparecendo, ou seja, o eclipse do sujeito, o momento de síncope do sujeito. Uma exposição dessa matemática nos permite perguntar, se na fantasia, no chamado comportamento anormal, que lugar ocupa o neurótico.
Lacan (1958), prova que o neurótico está sempre do lado do sujeito dividido, do sujeito do desejo. Se todo sujeito deseja a partir de sua referência ao pênis, por definição, a seta de $ (lado masculino) para a (lado feminino) descreve o fato de que, no momento do desejo, todo sujeito desejante, qualquer que seja sua criatura sexual, é do lado da humanidade. Ele tenta encontrar o objeto a no lugar de seu parceiro, a causa de seu desejo. Representado pela fórmula quântica do desejo sexual, o sujeito busca o objeto de sua fantasia na falta de um pênis. 
E o motivo do desejo, seu alvo é o sexo oposto. Só assim é possível que ele entre em contato com seu parceiro sexual, que é a causa de seus desejos (Lacan, 1972-1973, p. 108), porque para os homens (Lacan, 1972-1973, p. 98, sic), o objeto a desempenha “o papel do parceiro ausente [o que o constitui] o que normalmente vemos também aparece no lugar real, ou seja, a fantasia” (LACAN, 1972-1973, p. 85). 
Em outras palavras, na relação do sujeito com o parceiro do desejo, a fórmula quântica da sexualização reverte ao que Lacan (1966-1967) havia desenvolvido em seu workshop sobre a lógica da fantasia, que a fantasia consiste em tudo sujeitos e objetos a relação de Lacan dizia que um homem acredita que está se aproximando de uma mulher, mas está se aproximando pelo motivo de seu desejo. Existe o ato de amar. Fazer amor é poesia. Mas há um mundo entre poesia e ação. O ato de amar é uma perversão polimórfica masculina (LACAN, 1972-1973, p. 98).
2.1.6 O conceito psicanalítico de sexualidade
Para melhor compreender o conceito de sexualidade na psicanálise, é necessário explicar o conceito de libido. Em Três ensaios sobre a teoria do sexo, Freud resumiu o conceito nestas palavras: "O conceito que usamos para tentar compreender as manifestações psicológicas da sexualidade se encaixa bem com essas suposições sobre a base química da excitação sexual. Estabelecemos o conceito de desejo sexual como uma força quantitativamente variável que mede processos e processos atuais no campo da excitação sexual (SANTIAGO, 2005).
Distinguimos essa libido, em sua origem peculiar, da energia geralmente considerada a base dos processos psíquicos e, portanto, também lhe damos um caráter quantitativo. Ao separar a energia sexual de outras formas de energia espiritual, expressamos a premissa de que o processo sexual de um organismo é diferenciado do processo nutricional por uma química especial (DE SOUZA et al., 2011).
A análise das perversões psiconeuróticas nos leva a compreender que essa excitação sexual é proporcionada não apenas pelos chamados órgãos sexuais, mas por todos os órgãos do corpo”. Enquanto a pulsão é uma força constante, a libido é uma força que mantém a pulsão, ou seja, a libido é a energia da libido (BOCK, 2004).
Para a sexologia, tudo o que não tem nada a ver com a ligação entre masculino e feminino. Ou seja, se não apresentar um aspecto biológico, é considerado um viés. Ao tratar desse tema, Freud nos apresentou a ideia de inversão polimórfica. Para ele, a prática, por mais estranha que pareça, fornece muitas informações sobre o que está acontecendo sobre o assunto. Ao ouvir seus pacientes, ele constrói um panorama que envolve não apenas aspectos biológicos, mas também pulsionais (DE SOUZA et al., 2011).
Para Freud (2013), a pulsão é um conceito distinto do instinto. Para os criadores da psicanálise, uma força motriz é um conceito caracterizado por nenhum objetivo pré-formado, nenhum objeto específico. Como um instinto, manifesta-se como um desejo por um objeto específico. Pode ser visto a partir do comportamento padrão dos animais.
2.1.7 A pulsão sexual: passagem do físico para o psíquico
 Parece claro que o conceito de pulsão "como conceito de fronteira entre mente e corpo" serve para demarcar a fronteira entre mente e corpo. Mas parece importante usar um símbolo diferente para se referir à pulsão, pois em vez de simplesmente usar a palavra Begriff, conceito, Freud (2004), formou um neologismo, Grenzbegriff, conceito-limite, o conceito de limite ou fronteira. Nosso entendimento é que, além da função delimitadora, a atuação, como conceito limitante, tem também o papel de nomear o terreno delimitador. Ou seja, é claramente os limites do reino espiritual, mas não o entendemos como algo espiritual, permeado de incertezas específicas dos termos atuais da psicologia e manchado por dificuldades relacionadas ao material, mas entendemos. 
Em outras palavras, entendemos o conceito de pulsão como, por um lado, demarca e constrange o que tradicionalmente se considera a fronteira entre a mente e o corpo, ou seja, estabelece o que pode ser pensado como uma fronteira espiritual, portanto, por métodos psicológicos, por outro lado, e mais importante, para anunciar e informar sobre a natureza do espírito assim dividido e o tipo de relação que estabelece com o corpo. É o que podemos deduzir da terminologia sobre pulsão que Freud introduzirá no texto, a saber, "alguns termos relacionados ao conceito de pulsão, tais como: pressão [Drang], meta [Ziel], objeto pulsional [Objekt] e fonte [Quelle]” (REIS; SANTOS & CECCARELLI, 2010).
Embora a fonte de uma pulsão por ser somática esteja além do escopo dos métodos psicológicos, ela, como outros termos, especifica as propriedades ou propriedades constitutivas de um fenômeno mental considerado em termos de pulsões. Embora ainda não esteja claro, o primeiro significado do conceito de condução pode ser melhor esclarecido pelos outros dois acréscimos discutidos abaixo (REIS; SANTOS & CECCARELLI, 2010).
Costuma-se referir ao conceito de pulsão (Trieb) como um conceito que especifica o limite entre o somático e o psíquico, um conceito de limites ou limites semelhantes em alguns aspectos ao conceito de instinto (Instinkt), mas em outros fundamentalmente distingui-lo dele. A semelhança está na ideia de uma disposição ou impulso para agir, ou seja, em geral, ambos os termos ajudam a expressar uma necessidade de obrigar um organismo a realizar determinada ação na realidade. Para alguns, porém, as diferenças serão fundamentais (LIMA, 2016). 
Ao contrário da rigidez do comportamento caracterizado pelo comportamento instintivo, cujo modelo pode ser o comportamento sexual animal mais estritamente orientado para objetos sexuais específicos, uma vez que é realizado quase que exclusivamente para a reprodução, o comportamento instintivamente motivado pode passar por diferentes caminhos. A maior mudança ocorre antes de atingir seu objetivo, que no caso da libido, não necessariamente tem que ser a reprodução.No entanto, considerações etimológicas e análises detalhadas do uso desses termos por Freud sugerem que essa diferença não persiste (PARKER, 1991). 
De qualquer forma, como conceito composto, cada força motriz tem origem somática, manifesta-se psicologicamente como uma pressão ou restrição, e apresenta um objetivo específico, a satisfação, a ser alcançada por meio de algum objeto. É também por isso que se costuma dizer que o objeto da pulsão é um elemento intercambiável, substituível, ou seja, para atingir sua finalidade, para obter satisfação, a pulsão pode utilizar os objetos mais díspares (PARKER, 1991).
2.1.8 Definições das Patologias
O segundo significado transmitido pelo conceito é que a pulsão "age como o psychischer Repräsentant de estímulos de dentro do corpo". Dizer que os eventos mentais devem ser qualificados como eventos instintivos significa dizer que esses eventos representam outra coisa. Freud (2004), disse que essas outras coisas representadas eram a excitação de algum tipo de fonte corporal (Quelle) dentro do corpo. Também precisamos explicar um pouco sobre o uso que Freud faz do termo Repräsentant (representante), o paradigma canônico de alguém ser delegado para representar um grupo, uma classe, enfim, uma agência (PARKER, 1991).
Se, nesse sentido, as pulsões são entendidas como representações psicológicas de estímulos do corpo, então tudo acontece, então, como se, p. Por exemplo, a sede ou fome física tem sua “representação” no espírito, seu agente, como aquele que traduz e apresenta no plano vivo o que está relacionado à necessidade somática de fome ou sede, no espírito (SALLES; CECCARELLI, 2010).
Salles, Ceccarelli (2010) diria que essa apresentação, essa comissão (no sentido de Repräsentant) se realiza por meio da representação das pulsões (Triebrepräsentanz), o psychischen Repräsentanz. No entanto, a comissão ou apresentação mental da pulsão ocorre não por um único elemento, mas por um elemento composto, ou seja, por um pensamento ou grupo de pensamentos ([Vorstellung, Vorstellungsgruppe) sendo ocupado (besetzt) ​​ou cobrado por uma certa quantia de energia. Ou seja, as pulsões são representadas na mente por representações conceituais (Objekt) e representações emocionais, quantidades de energia, estressores que compelem a atividade mental (Drang), esta última considerada por Freud (2004) como a essência das pulsões. 
A hipótese de Freud (2004), extraída de observações clínicas no início do desenvolvimento da psicanálise, é que o recalque (Verdrängung) se concentra justamente nessa combinação entre Drang e Objekt, que é o resultado da representação psíquica (psychischen Repräsentanz des Triebes) da força motriz, dividi-lo, decompô-lo, leva aos diferentes destinos do componente de representação conceitual e do componente energético ou emocional confiado.
Assim, segundo a conceituação de Freud, a representação psicológica da sexualidade deve ser entendida como por meio da qual a sexualidade (zona erógena) produzida no corpo emerge na mente. Ou seja, para o conceito de pulsão sexual, é compreensível que no conceito de Freud a ideia de que o sexo - a sexualidade do corpo seja ocupada pela energia sexual ou a sexualidade seja confiada à mente, razão pela qual a mente inconsciente é compreensão instinto significa entendê-lo como sendo energético e sexy por natureza. Examinemos então a concepção de Freud (2004) do desejo sexual como propriedade do próprio corpo e de seus órgãos de gerar excitação sexual.
A sexualidade humana é uma questão diversa e multidimensional, composta por aspectos biológicos, psicológicos e socioculturais. As dificuldades do sexo não coercitivo podem ser compreendidas em todos os seus componentes. De acordo com a CID-11 (Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde), sua persistência está associada a sofrimento grave e é condição para consideração de disfunção sexual (THORSTENSEN, 2020).
Distúrbio da dor genitopélvica, é anteriormente conhecida como dispareunia, consiste em dificuldades recorrentes de penetração vaginal durante a relação sexual, caracterizada por dor vulvovaginal/pélvica intensa devido à contração significativa dos músculos do assoalho pélvico (THORSTENSEN, 2020).
O distúrbio pode estar associado a problemas psicológicos e ginecológicos, como vulvosestomatite, atrofia vulvovaginal e dor abdominal crônica. Disfunção erétil: Antigamente conhecida como impotência, é causada pela incapacidade do indivíduo de alcançar ou manter uma ereção até o final do sexo. As ereções reflexas são controladas pelo plexo sacro e pelos nervos pudendo e erétil, enquanto as ereções reflexas mediadas por mecanismos "psicogênicos" são influenciadas pelo córtex cerebral e pelos plexos simpáticos e parassimpáticos lombares sacrotorácicos (THORSTENSEN, 2020).
Assim, as causas da disfunção são o resultado da soma de componentes orgânicos e psicogênicos, resultando na intersecção de fatores psicológicos, neurológicos, vasculares, endócrinos e mecânicos. Além disso, também está associada a doenças como depressão, alcoolismo, pressão alta, diabetes, apneia do sono e insuficiência cardíaca e renal. Distúrbios da ejaculação: Eles se apresentam de duas maneiras. 
A primeira é a ejaculação precoce, que se caracteriza pela ejaculação muito rápida (geralmente menos de um minuto) antes que o sujeito queira ejacular. Na maioria dos casos, é principalmente de base psicológica e psicodinâmica, mas pode estar associada a condições como prostatite, epididimite e uretrite. A segunda é a ejaculação retardada, onde há um atraso desnecessário na ejaculação, ou frequência de ejaculação baixa/ausente. As causas comuns são o uso de antidepressivos serotoninérgicos, perda de nervos sensoriais periféricos de condução rápida, cirurgia da bexiga e diminuição da secreção de hormônios sexuais (geralmente relacionada à idade do indivíduo) (THORSTENSEN, 2020).
Hipersexualidade, ao longo da história da psicopatologia, essa condição foi referida como "pornática" para homens e "pornática" para mulheres. Consiste em excitação sexual excessiva e comportamento, disfunção e angústia. A doença pode ser idiopática ou um sintoma de outra condição. No segundo caso, a desinibição é comum na mania aguda do transtorno bipolar. Além disso, também pode ocorrer em casos de abuso de anfetaminas, uso de levodopa ou estimulação cirúrgica do núcleo subtalâmico em pacientes com doença de Parkinson, doenças orgânicas com hipotálamo (lesão na área frontal do cérebro) e demência (THORSTENSEN, 2020).
2.1.9 Conceito 
A pulsão também é entendida como "uma medida das exigências de trabalho impostas à mente por sua relação com o corpo" (FREUD, 2013). A análise dos dois primeiros significados já nos deu indícios de que o conceito freudiano de pulsão não pretendia designar um fenômeno psíquico único ou estático, mas sim que o conceito é, além de um conceito de limite, uma multiplicidade de significados, transitivos e dinâmico. Conceito, pelo qual Freud pretendia descrever certos aspectos da natureza dos fenômenos mentais. 
Do ponto de vista do dinamismo erógeno inerente ao conceito de pulsão, apresenta-se o corpo, representando (no sentido de Repräsentant) que no anímico é inconcebível sem o corpo, pois é a erogenidade do corpo pulsional da fonte. Quelle] faz parte da mente. Mas o terceiro significado do conceito de pulsão nos traz informações adicionais que nos ajudam a entender outra característica do fenômeno da pulsão mental.
A expressão "exigências do trabalho" indica uma certa intensidade e constrangimento na atividade mental. “Sob a pressão do instinto [Drang], entende-se seu fator dinâmico, a soma de forças ou a medida da demanda de trabalho [Arbeitsanforderung], que significa [repräsentiert]. A qualidade da urgência é o atributo geral do instinto, sua essência” (FREUD, 2013). 
Em outras palavras, por um lado, temos um aspecto quantitativo ou econômico em todo evento psíquico entendido como um instinto, a expressão psíquica da sexualidade corporal, a excitação sexual de fontes corporais (Quelle),atingindo o coração e chorando para gratificação sair. Por outro lado, acreditamos que, devido ao princípio que o regula, é o aumento do nível de excitabilidade no sistema mental que o empurra para fora de qualquer tensão aumentada e para um estado de atividade (FREUD, 2013).
Portanto, a expressão "medição das demandas de trabalho psicologicamente impostas" (FREUD, 2001) pode ser entendida como uma expressão do nível quantitativo, ou seja, uma expressão da intensidade das necessidades eróticas ativadoras e priming. Psique, pois no Projeto de Psicologia de 1895 a pulsão já era entendida como a "pulsão primária do mecanismo psíquico". 
O terceiro significado do conceito de força motriz e os aspectos econômicos e dinâmicos das exigências do trabalho contidos nos dois significados discutidos acima só ficam mais claros quando consideramos o contexto no qual a discussão da força motriz está inserida, ou seja, alguns flocos adjacentes. Premissas e conceitos utilizados pelo Ide para iniciar e limitar as discussões temáticas. Então, vamos analisar esses pressupostos em ordem de trabalho, o que pode nos ajudar a entender melhor a natureza da própria pulsão e o alcance do conceito (FREUD, 2001).
2.1.10 Conceito de disfunções 
A disfunção sexual, conhecida por afetar os homens, também afeta muitas mulheres ao redor do mundo. O distúrbio está diretamente associado à falta de libido da mulher, relações sexuais dolorosas, dificuldade de excitação, incapacidade de atingir o orgasmo ou lubrificação insuficiente. Mas muitas mulheres se culpam por não estarem satisfeitas sexualmente, sem saber que a causa pode ser um problema de saúde física ou mental, e acabam sofrendo mais por terem vergonha de procurar ajuda médica (SILVA, BRIGIDO, 2016).
Uma pesquisa recente realizada pelo Ministério da Saúde de São Paulo no Centro de Referência e Especialidades em Sexologia (Cresex) do Hospital Pérola Byington mostrou que a falta ou diminuição da libido feminina atinge 48,5% das mulheres pesquisadas. 18% dos pacientes pesquisados ​​disseram ter dificuldade em atingir orgasmos, 6,9% tinham níveis irregulares de libido, 9,2% sentiram dor durante a relação sexual e apenas 13% dos problemas foram causados ​​por causas orgânicas, como inflamação ou problemas relacionados a hormônios (THORSTENSEN, 2020). 
Os fatores que desencadeiam a disfunção sexual na mulher podem ter várias causas, como depressão, estresse, doença crônica, infecção vaginal, inflamação cervical, uso de drogas ou álcool, histórico de abuso sexual, insatisfação do parceiro com a ejaculação precoce, disfunção erétil em homens ou mesmo é também a falta de diálogo entre o casal sobre o que cada um mais gosta em fazer sexo (THORSTENSEN, 2020).
Disfunção sexual é uma condição que também afeta as mulheres existem curas para a disfunção sexual, mas para isso é necessária uma consulta multidisciplinar para tratar possíveis causas orgânicas e psicológicas. Claro que o apoio do parceiro também é indispensável nesse momento, afinal, a saúde sexual é condição necessária para a convivência (SILVA, BRIGIDO, 2016).
2.1.11 Depressão associada a disfunções sexuais 
A libido pode ser diretamente afetada pela depressão, fazendo com que as pessoas enfrentem dificuldades com sexo e relacionamentos. Isso acaba acontecendo porque a depressão causa alterações químicas no cérebro, mais precisamente nos neurotransmissores responsáveis ​​pela regulação do humor, concentração e prazer, como a serotonina e a dopamina. Um dos principais sintomas da depressão e necessário para o diagnóstico do transtorno é a anedonia (SILVA, BRIGIDO, 2016).
Anedonia é a incapacidade de sentir prazer em atividades consideradas prazerosas, que podem variar de pessoa para pessoa, mas normalmente incluem atividades ao ar livre, encontrar amigos, conhecer coisas novas e fazer sexo. Esse sintoma ocorre devido a uma falha na entrega de serotonina no cérebro, que, juntamente com outros neurotransmissores, é responsável por regular o humor, como mencionado anteriormente, libido e capacidade, regulação do sono, memória, concentração e aprendizado (THORSTENSEN, 2020). 
Dito isso, por causa dos níveis de neurotransmissores no corpo que são importantes para essas funções, uma gama de atividades e sua motivação para elas tende a ser baixa, afetando diretamente a libido. Vale ressaltar que homens e mulheres muitas vezes têm percepções ligeiramente diferentes da sexualidade, o que também é influenciado por casos de depressão. Nos homens, a resposta física ao desejo pode preceder os estímulos táteis, o que é necessário para as mulheres na maioria dos casos (SILVA, BRIGIDO, 2016).
No entanto, tanto em homens quanto em mulheres, a depressão pode atuar diretamente como desincentivo, prejudicando os pensamentos de desejo sexual e impedindo a criação de fantasias e estímulos. Além disso, nos homens, além da perda da libido, podem ocorrer problemas de disfunção sexual, como problemas de ereção e ejaculação retardada, o que pode aumentar a frustração e reduzir ainda mais o interesse sexual (THORSTENSEN, 2020).
Assim, a depressão atua na libido muito mais cedo do que a própria estimulação sexual. Considerando que a estimulação sexual faz parte de uma “cascata” onde são necessários pensamentos, desejos, fantasias, toques, seguidos de estimulação e ação física, a depressão impede que essa cadeia de eventos aconteça no corpo, prejudicando milhares de sexo de homem e mulher.
Em relação às condições comportamentais, a DSF está associada à inatividade física. No entanto, FSD e O comportamento sedentário (CS) permanece pouco descrito provou que CS (medido pelo tempo gasto assistindo TV) Comprometimento sexual (diminuição da libido, atividade sexual, insatisfação e disfunção sexual) (THORSTENSEN, 2020). 
No entanto, deve-se notar que o estudo foi apenas em mulheres mais velhas que são menos ativas sexualmente, geralmente devido a não ter um parceiro sexual e mudanças que ocorrem com a idade, como alterações hormonais que afetam a libido e diminuição da lubrificação vaginal. Além disso, vale a pena notar que CS (tempo mulheres adultas brasileiras com > 270 minutos de tempo sentado) superior a SC em mulheres idosas. 
Deve-se notar que o conceito de CS é diferente de pode-se observar a falta de atividade física, como perfil de comportamentos coexistentes, como os indivíduos podem ter CS e permanecer fisicamente ativos. No entanto, a atividade física pode atrasar, mas não compensar os efeitos nocivos do exercício. Relativamente à componente psicológica, é sabido que a ansiedade e a depressão são Fatores de risco para o desenvolvimento de FSD, como essas condições, como seu tratamento Interrupção Farmacológica de Processos Fisiológicos de Vasocongestão Vaginal e Clitoriana Respostas sexuais (THORSTENSEN, 2020). 
Embora ansiedade e sintomas depressivos estejam bem associados à DSF Definido pela literatura, uma vez que o Brasil tem as maiores taxas de ansiedade (9,3%) e depressão (5,8%) do mundo e a saúde sexual é um direito humano fundamental, o que facilita a atualização frequência de estudos sobre o tema, incluindo grandes amostras de mulheres e usuárias atenção primária (THORSTENSEN, 2020). 
Entenda a associação entre condições de ativação modificáveis, como os sintomas de SC e ansiedade, depressão e DSF tornam-se importantes porque são condições estão sujeitos a alterações e estão incluídos no FSD e os comportamentos clínicos que avalia fatores associados podem permitir a prevenção e intervenção precoce nessas situações (THORSTENSEN, 2020). 
Portanto, o objetivo deste estudo foi estimar a prevalência de DSF e verificar associação entre SC, sintomas ansiosos e depressivos e DSF. Acredita-se que, a prevalência de DSF será semelhante à observada na literatura, entre 30-50% e o da SC, sintomas de ansiedade e depressão associado ao DSF (THORSTENSEN, 2020). 
2.1.12 Importância da psicoterapia (análise) aliada a intervenção medicamentosa em todo o processo de disfunções sexuais
Alterações psicológicas são uma das principais causas de queixas

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