Buscar

Como_Fazer_Projetos_Relatorios_Monografi

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 191 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 191 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 191 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ProjetosProjetos
RelatóriosRelatórios
MonografiasMonografias
DissertaçõesDissertações
TesesTeses
 C
 O
 M
 O
 F
 A
 Z
 E
 R
 
MARIA MARIA MARLMARLY DE Y DE OLIVEIOLIVEIRARA
ProjetosProjetos
RelatóriosRelatórios
MonografiasMonografias
DissertaçõesDissertações
TesesTeses
 C
 O
 M
 O
 F
 A
 Z
 E
 R
55aa Edição Ampliada e Edição Ampliada e AtualizadaAtualizada
segundo Nova Ortografia e Normas da ABNTsegundo Nova Ortografia e Normas da ABNT
 
 © 2011, Elsevier Editora Ltda.
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/02/1998.
Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da Editora, poderá ser reprodu-
zida ou transmitida, sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos,
gravação ou quaisquer outros.
Revisão: Bruno Barrio
Editoração Eletrônica: Abreu’s System Ltda.
Elsevier Editora Ltda
Conhecimento sem Fronteiras
Rua Sete de Setembro, 111 – 16º andar
20050-006 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Brasil
Rua Quintana, 753 – 8º andar
04569-011 – Brooklin – São Paulo – SP
Serviço de Atendimento ao Cliente
0800-0265340
sac@elsevier.com.br
ISBN 978-85-352-3942-3
Nota:Nota: Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer
erros de digitação, impressão ou dúvida conceitual. Em qualquer das hipóteses, solicitamos a
comunicação ao nosso Serviço de Atendimento ao Cliente, para que possamos esclarecer ou
encaminhar a questão.
Nem a editora nem o autor assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou
perdas a pessoas ou bens, srcinados do uso desta publicação.
CIP-Brasil. Catalogação-na-Fonte
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ
O45c
5.ed.
Oliveira, Maria Marly de
Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses / 
Maria Marly de Oliveira. - 5.ed. [rev.] - Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
Apêndices
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-352-3942-3
1. Redação técnica. I. Título.
10-3880. CDD: 808.066
CDU: 001.818
 
Com carinho e sensibilidade freireana, dedico esta obra
em sua 5ª edição aos leitores em geral, colegas, estudantes e
pessoas interessadas na produção de novos conhecimentos. Em
especial, aos que se encontram estudando e/ou pretendem in-
gressar em cursos de graduação e pós-graduaçãolato e stricto
sensu nas universidades/faculdades, em busca de uma formação
acadêmica de qualidade, para melhor competir no mercado de
trabalho. Desejamos a todos muito sucesso, e que juntos possa-
mos contribuir para o avanço do conhecimento e para uma edu-
cação de maior qualidade, visando uma melhor humanização de
nossa população jovem e maior responsabilidade social.
Dedicatória
 
Agradecimentos
Aos leitores desta obra, que nos permitiram chegar a esta
nova edição. Aos meus alunos e ex-alunos que muito contribuem
e me incentivam a publicar livros e textos que sejam didáticos e
de fácil leitura.
Aos estudantes universitários e aos colegas professoresque venham a utilizar esta obra como instrumento de referên-
cia, na construção e reconstrução de novos conhecimentos.
 
Quanto mais me capacito como profissional, quanto
mais sistematizo minhas experiências, quanto mais
me utilizo do patrimônio cultural, que é patrimônio
de todos e ao qual todos devem servir, mais aumen-
ta minha responsabilidade com os homens.
Paulo Freire, 1983, p. 20
 
Prefácio
Os universitários, em sua maioria, deparam-se com difi-
culdades no momento em que lhes são exigidos relatórios de
disciplinas ou resultados de pesquisas.
As dificuldades aumentam quando eles tentam a obtenção
de bolsas de estudos, sendo-lhes exigida a confecção de projetos.
Além do mais, em alguns cursos de graduação, há exigência de
elaboração de monografia, obrigatória para a conclusão do cur-
so. Essas dificuldades geralmente estão associadas à ausência de
roteiro predeterminado. Nesse caso, o aluno busca copiar algo
preexistente, nem sempre dentro das normas científicas.
No caso dos cursos de pós-graduação, em nível de
mestrado ou doutorado, os pós-graduandos já apresentam maior
experiência na produção de relatórios e, portanto, maior facili-
dade com a escrita. Mas nem sempre os programas de pós-gra-duação seguem um mesmo modelo, embora a maioria das
sequências de informações seja semelhante.
Desse modo, é importante ressaltar que este livro vem aten-
der tanto ao estudante de graduação como ao de pós-graduação.
Nesse aspecto, o livro Como fazer projetos, relatórios,
monografias, dissertações e teses visa a preencher uma lacuna nes-
te campo. Elaborado e desenvolvido pela professora Maria Marly
 
de Oliveira, este trabalho se deve em grande parte à sua experiên-
cia construída, sobretudo, ao longo do tempo em que leciona as
disciplinas “Metodologia da Pesquisa Científica” e “Metodologia
do Ensino Superior”, em diferentes programas de pós-graduação.
Portanto, é com inusitado prazer que felicito a autora deste
livro, o qual preenche uma lacuna, agora sanada pela educadora
Prof ª Drª Maria Marly de Oliveira, ex-diretora do Departamen-
to de Educação da Universidade Federal Rural de Pernambuco
(UFRPE).
Professor Valmar Corrêa de Andrade
Reitor da UFRPE
 
Apresentação
Ao apresentar esta 5ª edição revista e ampliada segundo
as atuais normas da ABNT (NBR 14724, 2005), agradecemos
aos leitores das edições anteriores. Informamos aos novos leito-
res que o diferencial desta obra está na forma didática e na leve-
za como abordamos normas e técnicas para construção de tra-
balhos científicos, cujo objetivo é oferecer pistas para a produ-
ção de novos conhecimentos.
Esta obra visa a oferecer subsídios aos estudantes de gra-
duação e de programas de pós-graduação, para a construção de
projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses. Elabora-
mos este livro de forma didática, apresentando os principais
referenciais de base na produção desses trabalhos científicos.
 O que justifica nossa proposta é o fato de lecionarmos as
disciplinas Metodologia da Pesquisa Científica e Metodologia do
Ensino Superior em diferentes programas de pós-graduação, e de
termos acatado as constantes solicitações dos nossos alunos quan-
to à elaboração de um “manual” para facilitar a padronização de
trabalhos acadêmicos. Portanto, este livro foi criado com apoio
de mestrandos e doutorandos que participaram ativamente das
discussões em sala de aula, apresentando sugestões para uma
possível unificação da forma de construção de projetos e apre-
sentação de relatórios, monografias, dissertações e teses.
 
Esta obra consta de seis capítulos. No primeiro deles, apre-
sentamos, noções básicas, que vão desde a escolha do papel até
os critérios de apresentação de tabelas, gráficos, quadros e ilus-
trações. No segundo capítulo, abordamos a metodologia do tra-
balho científico. No terceiro capítulo, há uma abordagem no
que diz respeito aos elementos essenciais no processo de
estruturação de um projeto de pesquisa e de relatórios. No quarto
capítulo, trabalhamos os referenciais básicos para a redação de
monografias, TCC, TGI, dissertações e teses, para, logo a se-
guir, no quinto capítulo, apresentarmos as diretrizes gerais para
elaboração e apresentação de trabalhos científicos, técnicos e
didáticos.
Finalmente, atendendo a inúmeras sugestões de nossos
leitores(as), apresentamos, no sexto capítulo, as normas da
ABNT com comentários, objetivando a utilização correta da ci-
tação dos autores(as), de documentos e de todo material
pesquisado e citado na elaboração dos trabalhos acadêmicos.
Professora Maria Marly de Oliveira, Ph.D.
marly@academiadeprojetos.com.br
 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Capítulo
1
Noções básicas
1.1 Estrutura de trabalhos acadêmicos.1 Estrutura de trabalhos acadêmicos
Segundo as normas da ABNT (NBR 14724, 2005), a estru-
tura para elaboração de um trabalho acadêmico(monografia,
dissertação e tese) compreende elementos: pré-textuais, tex-
tuais e pós-textuais. Entendam-se comoelementos pré-textuais to-
dos aqueles que antecedem o texto com informações que aju-
dam na identificação e utilização do trabalho; oselementos tex-
tuais compreendem a parte do trabalho em que é exposta a ma-
téria de estudo; e oselementos pós-textuais significam os elemen-
tos que complementam o trabalho (Quadro 1).
1.1.1 Elementos textuais1.1.1 Elementos textuais
Os elementos textuais são constituídos de três partes fun-
damentais: introdução, desenvolvimento e conclusão.
1.1.1.1 Introdução1.1.1.1 Introdução
Esta é a parte inicial do texto, em que deve constar a deli-
mitação do assunto tratado, objetivos da pesquisa e outros ele-
 
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses
2
mentos necessários para bem situar o tema que será estudado.
Recomendamos observar atentamente o terceiro capítulo deste
livro, no qual apresentamos os elementos essenciais para elabo-
ração de projetos, cuja estrutura é apresentada no Apêndice L.
1.1.1.2 Desenvolvimento1.1.1.2 Desenvolvimento
É a principal parte do texto, na qual deve constar a expo-
sição minuciosa do assunto tratado, fazendo-se uma contex-
tualização e uma fundamentação teórica, cuja estruturação di-
vide-se em seções e subseções que sofrem variações, segundo a
forma de abordagem de cada autor(a).
1.1.1.3 Conclusão1.1.1.3 Conclusão
É a parte final do texto, na qual se apresentam as conclu-
sões do estudo realizado, segundo os objetivos propostos no
início do trabalho. É recomendável a apresentação de suges-
tões, com os desdobramentos que o estudo permitiu, e possí-
veis encaminhamentos para os atores sociais que foram envolvi-
dos no processo da pesquisa.
Outros trabalhos acadêmicos similares para conclusão de
curso (TCC), trabalho de graduação interdisciplinar (TGI), tra-
balhos de conclusão de cursos de especialização e/ou aperfeiçoa-
mento, sob a coordenação de um(a) orientador(a), poderão se-
guir também essas recomendações.
Assim, para facilitar a compreensão, apresentamos, no
Quadro 1, a disposição dos elementos essenciais a um trabalho
acadêmico.
 
Capítulo 1: Noções básicas
3
em
1.1.2. Papel e formato1.1.2. Papel e formato
O papel utilizado, tanto para a elaboração de projetos e
relatórios, como para monografias, dissertações e teses, deve
ser de cor branca, opaco e de boa qualidade e ter formato A4
(21 cm x 29,7 cm). Para os trabalhos acadêmicos que exigem
cópias, o papel deve ser idêntico ao do texto srcinal.
Todos os textos, quadros, tabelas, legendas e figuras de-
vem ser apresentados em posição vertical. Excetuam-se crono-
gramas e, em casos excepcionais, quadros e tabelas com várias
 
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses
4
colunas, ou, ainda, apêndices com ilustrações que necessitem
de uma apresentação em sentido horizontal (configuração da
página em paisagem). Um trabalho científico requer sobriedade,
por isso, o texto digitado deve ser impresso em tinta preta, sem
moldura ou linhas nas bordas laterais.
1.1.3. Folha-guia para digitação1.1.3. Folha-guia para digitação
A recomendação da ABNT (ibid., p. 5) para digitação é a
seguinte: fonte de tamanho 12 para o texto e de tamanho menor
(em regra geral, tamanho 10) para citações de mais de três linhas,
notas de rodapé, paginação e legendas de ilustrações e tabelas.
Para citações de mais de três linhas, deve-se observar também o
recuo de 4 cm da margem esquerda.
1.1.3.1 Margem1.1.3.1 Margem
A configuração das folhas deve apresentar margem esquer-
da e superior de 3 cm; direita e inferior de 2 cm.
1.1.3.2 Espacejamento1.1.3.2 Espacejamento
A ABNT, no já citado documento, recomenda que todo
texto seja digitado com espaço 1,5, informando que:
As citações de mais de três linhas, as notas, as referên-
cias, as legendas das ilustrações e tabelas, a ficha cata-
lográfica, a natureza do trabalho, o objetivo, o nome da
instituição a que é submetida e a área de concentração
devem ser digitados ou datilografados em espaço sim-
ples (NBR 14724, 2005, p. 8).
1.1.3.3 Títulos e subseções1.1.3.3 Títulos e subseções
Os títulos das subseções devem ser separados do texto
que os precede ou que os sucede por dois espaços com entre-
 
Capítulo 1: Noções básicas
5
linhamento 1,5. Na folha de rosto e na folha de aprovação, a
natureza do trabalho, o objetivo, o nome da instituição a que é
submetida e a área de concentração devem estar alinhados do
meio da mancha para a margem direita (ibidem, p. 8).
Os títulos ou itens devem ser digitados em letras maiús-
culas e somente os subtítulos devem estar em negrito com le-
tras minúsculas. Após a numeração de cada título ou item, deve-
se colocar um ponto no final. Na numeração dos subtítulos,
não se usa ponto final, como se pode observar na construção
deste livro.
1.1.3.4 Alinhamento do texto1.1.3.4 Alinhamento do texto
O texto deve ser digitado em alinhamento justificado. O
início da primeira linha do parágrafo deve ter o deslocamento
de um centímetro (1 cm).
1.1.3.5 Linhas solitárias1.1.3.5 Linhas solitárias
Na digitação de um texto, não é recomendável deixar um
título, uma frase ou um subitem isolado no final de uma página.
Essas frases ou linhas solitárias devem ser transferidas para a
página seguinte, dando-se continuidade ao texto.
1.1.4 Paginação1.1.4 Paginação
A capa e as páginas em branco, que são colocadas no iní-
cio e no final do trabalho, não são numeradas. A recomendação
é de que todas as folhas do trabalho, a partir da folha de rosto,
devem ser contadas sequencialmente, mas não numeradas. A
numeração é colocada a partir da parte textual, em algarismo
arábico, no canto superior direito da folha, a 2 cm de sua borda
superior. No caso de o trabalho ser constituído de mais de um
volume, deve ser mantida uma única sequência de numeração
 
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses
6
de folhas, do primeiro ao último volume. Havendo apêndice e
anexo, suas folhas devem ser numeradas de maneira contínua e
sua paginação deve dar seguimento à do texto principal (ibidem,
p. 6).
As páginas que dão início aos capítulos e itens próprios
são contadas, mas não aparecem com o numeral que figura nas
demais páginas.
1.1.5 Elementos obrigatórios1.1.5 Elementos obrigatórios
Para os trabalhos acadêmicos (monografias, dissertações
e teses), são elementos obrigatórios: capa, folha de rosto, folha
de aprovação, resumo na língua vernácula, resumo em língua
estrangeira e sumário.
1.1.5.1 Capa1.1.5.1 Capa
Os elementos essenciais para identificação de um traba-
lho acadêmico devem constar na capa, começando pelo nome
da instituição, seguida pela identificação do departamento e/ou
centro, programa, título, subtítulo, se houver, número de volu-
me (se houver mais de um), autor(a), local e ano de entrega ou
depósito.
Esses trabalhos devem ser encadernados, com uma capa
em plástico transparente, para proteção da folha digitada, no
caso de projetos e monografias. No caso de dissertações e teses,
usa-se capa dura de papelão, na cor determinada pela coorde-
nação do programa de pós-graduação. Todas as informações de-
vem ser formatadas com parágrafo centralizado, sendo a identi-
ficação da entidade do programa e o título do trabalho digitados
em fonte 14, com espaço simples e em negrito (Apêndice A).
 
Capítulo 1: Noções básicas
7
1.1.5.2 Folha de guarda1.1.5.2 Folha de guarda
A folha de guarda refere-se à folha em branco, que é
inserida logo após a capa e ao final do texto. Excetuando-se a
apresentação de projetos, as folhas de guarda devem constar
em monografias, dissertações e teses.
1.1.5.3 Folha de rosto1.1.5.3 Folha de rosto
É um elemento obrigatório. Deve constar, na borda supe-
rior, o nome do autor e, no centro da página, o título da obra e
subtítulo, se houver, evidenciando a sua subordinação ao título
principal. O subtítulo deve virprecedido de dois-pontos. Na bor-
da inferior, colocar local e data da entrega ou depósito do traba-
lho (Apêndice B).
1.1.5.3.1 Verso da folha de rosto1.1.5.3.1 Verso da folha de rosto
O verso da folha de rosto deve conter a ficha catalográfica,
conforme o código de catalogação anglo-americano vigente. Na
Academia, essa ficha é elaborada com o apoio da Biblioteca Cen-
tral (Apêndice C).
1.1.5.4 Folha de aprovação1.1.5.4 Folha de aprovação
Nesta folha, deve ser digitado, no alto, o nome por exten-
so da instituição e, logo abaixo, a identificação do Centro/De-
partamento e Programa. Sendo elemento obrigatório, a folha de
aprovação é colocada logo após a folha de rosto. Na referida
folha, devem constar: nome do(a) autor(a), título do trabalho e
subtítulo (se houver), natureza, objetivo, nome da instituição a
que é submetido, área de concentração, data de aprovação e
assinaturas dos membros componentes da banca examinadora
(Apêndice D).
 
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses
8
1.1.5.5 Resumo na língua vernácula1.1.5.5 Resumo na língua vernácula
Trata-se da apresentação concisa do texto, em que se des-
tacam os elementos de maior importância, tais como: proble-
ma, objetivos, hipótese(s), metodologia, amostra, resultados
alcançados, conclusões e recomendações.
É constituído de uma sequência de frases concisas e obje-
tivas — e não de uma simples enumeração de tópicos —não
ultrapassando 500 palavras, seguida, logo abaixo, das palavras
representativas do conteúdo do trabalho, isto é,palavras-chave
e/ou descritores, conforme a NBR 6028.
O resumo/ abstract deve ser digitado em um só parágrafo,
com espaço simples, sendo aconselhável a utilização de uma só
página. É uma parte extremamente útil para que o leitor possa
rapidamente tomar conhecimento do conteúdo da obra.
1.1.5.6 Resumo em língua estrangeira (1.1.5.6 Resumo em língua estrangeira (abstract ))
Tendo as mesmas características do resumo em língua
vernácula, este elemento é digitado ou datilografado em folha
separada (em inglês,abstract; em espanhol, resumen; em francês,
résumé, por exemplo). Deve ser seguido das palavras represen-
tativas do conteúdo do trabalho, isto é, palavras-chave e/ou
descritores.
1.1.5.7 Sumário1.1.5.7 Sumário
Contém a numeração de todas as divisões, seções e outras
partes do trabalho, na mesma ordem em que aparecem no tex-
to, indicando o número inicial da página de cada divisão, seção
ou outras partes. Após a numeração de cada item, coloca-se um
ponto e, nos subitens com dois ou mais dígitos, um ponto após
o primeiro e o segundo (ou terceiro) números, mas não se colo-
ca ponto no final da numeração desses subitens.
 
Capítulo 1: Noções básicas
9
É elemento obrigatório, cujas partes são acompanhadas do(s)
respectivo(s) número(s) da(s) página(s). Havendo mais de um vo-
lume, em cada um deve constar o sumário completo do trabalho,
conforme a NBR 6027. O sumário deve ser digitado logo após o
abstract ou, no caso de se optar pelas folhas liminares facultativas,
vir logo após a lista de abreviaturas e siglas e/ou lista de símbolos.
Ainda conforme a NBR 6027 (2003), o sumário, sendo a enumera-
ção das divisões, seções e outras partes de uma publicação, deve ser digitado
segundo a ordem dos itens e dos subitens do trabalho acadêmico.
As principais regras para construção de um sumário são:
a) A palavra “sumário” deve ser centralizada em letra ta-
manho 14, em negrito, seguindo o mesmo tipo de letra
que se optou para o texto (Arial ou Times New Roman).
b) Os indicativos das seções que compõem o sumário de-
vem ser alinhados à esquerda, conforme a NBR 6024.
c) Os títulos e os subtítulos sucedem os indicativos das seções.
d) Se o documento for apresentado em mais de um idioma,
recomenda-se um sumário separado para cada idioma.
Para construção do sumário, sugerimos ao leitor observar
os apêndices L, M e N que são apresentados nesta obra.
1.1.6 Páginas liminares facultativas1.1.6 Páginas liminares facultativas
As páginas liminares sãoopcionaise, quando utilizadas, de-vem ser concisas, evitando-se as imensas listagens de pessoas, gru-
pos ou santos(as) de devoção do(a) autor(a). A sobriedade é sempre
bem-vinda em qualquer trabalho científico, técnico ou didático.
1.1.6.1 Errata1.1.6.1 Errata
Elemento opcional que deve ser inserido logo após a folha
de rosto, constituído por referência do trabalho e texto da errata,
disposto conforme exemplo a seguir:
 
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses
10
ERRATA
Folha Linha Onde se lê Leia-se
48 4 Desenvovimento Desenvolvimento
1.1.6.2 Dedicatória1.1.6.2 Dedicatória
A dedicatória é uma homenagem que o(a) autor(a) presta a
uma ou várias pessoas do convívio familiar, amigos(as), colegas ou
pessoas ilustres, cuja contribuição científica esteja relacionada ao
texto. Aparece logo depois da folha de aprovação, nas dissertações
e teses; em outros trabalhos, vem logo depois da folha de rosto.
1.1.6.3 Agradecimentos1.1.6.3 Agradecimentos
Os agradecimentos também devem ser concisos e discre-
tos. Trata-se de um reconhecimento para com o(a) orientador(a),
os professores e as pessoas que, de forma direta ou indireta,
contribuíram para a realização e concretização do trabalho ci-
entífico. Elemento opcional, colocado após a dedicatória.
1.1.6.4 Epígrafe1.1.6.4 Epígrafe
Diz respeito à escolha de frase ou pensamento de cunho
filosófico, poético ou socioeducacional, que esteja relacionado
à construção do trabalho científico ou, ainda, que tenha um for-
te significado pessoal para o(a) autor(a). Elemento opcional,
colocado após os agradecimentos (Apêndice E).
1.1.6.5 Lista de ilustrações1.1.6.5 Lista de ilustrações
Elemento opcional, elaborado de acordo com a ordem apre-
sentada no texto, com cada item designado por seu nome específi-
co, acompanhado do respectivo número da página. Quando neces-
sário, recomenda-se a elaboração de lista própria para cada tipo de
 
Capítulo 1: Noções básicas
11
ilustração (desenhos, esquemas, fluxogramas, fotografias, gráficos,
mapas, organogramas, plantas, quadros, retratos e outros).
1.1.6.6 Lista de tabelas1.1.6.6 Lista de tabelas
Elemento opcional, elaborado de acordo com a ordem
apresentada no texto, com cada item designado por seu nome
específico, acompanhado do respectivo número da página.
1.1.6.7 Lista de abreviaturas e siglas1.1.6.7 Lista de abreviaturas e siglas
Elemento opcional, que consiste na relação alfabética das
abreviaturas e siglas utilizadas no texto, seguidas das palavras
ou expressões correspondentes, grafadas por extenso. Recomen-
da-se a elaboração de lista própria para cada tipo.
1.1.6.8 Lista de símbolos1.1.6.8 Lista de símbolos
Elemento opcional, que deve ser elaborado de acordo com
a ordem apresentada no texto, com o devido significado.
1.1.7. Lista de tabelas, quadros, gráficos e figuras1.1.7. Lista de tabelas, quadros, gráficos e figuras
Quando um texto apresenta mais de três tabelas, quadros, grá-
ficos e ilustrações, deve-se elaborar folhas com os títulos: Lista de
Tabelas, Lista de Quadros, Lista de Gráficos e Lista de Ilustrações.
Essas listas devem ser colocadas logo após o sumário, especificando-
se os títulos e as páginas em que se encontram os dados de tais listas.
As tabelas devem ser bem construídas para apresentação
rápida de dados, mas não dispensam a construção do texto. Nas
tabelas, trabalhamos uma combinação de palavras e números. Tan-
to as tabelas como os quadros e as figuras devem apresentar títu-
los e ser numerados em ordem crescente ao longo do texto, com
algarismos arábicos. Emtabelase cronogramas, as laterais são aber-
tas; enquanto nos quadros, todos os lados são fechados.
 
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses
12
A inserção desses elementos tem como principal finalidade o
esclarecimento da apresentação dos dados de uma pesquisa. Em
regra geral, a inserção de tabelas, quadros, gráficos e figuras é apre-
sentada no interior do texto e não deveultrapassar uma página.
As siglas e abreviaturas devem ser digitadas primeiramen-
te por extenso (significado completo), por exemplo, Instituição
de Ensino Superior, e, logo a seguir, deve ser colocada entre
parênteses a sigla ou abreviatura (IES). Quando se explica uma
primeira vez o significado das siglas ou abreviações, pode-se, a
partir de então, apenas utilizá-las.
Ao se transcrever tabelas, quadros e gráficos, deve-se
mencionar, logo abaixo, a fonte, com indicação de autor(a),
ano e página. As tabelas devem ser apresentadas logo abaixo
do texto, evitando-se as expressões “na tabela abaixo” ou “na
tabela acima”, devendo-se usar de forma explícita as expres-
sões “os dados da tabela 2” ou “da tabela 3”. Recomenda-se a
digitação das categorias em negrito, conservando-se a fonte ta-
manho 12; para as unidades de análise, a fonte deve ser tama-
nho 10. Também a indicação da fonte de tabelas, quadros, grá-
ficos e ilustrações deve ser digitada em fonte de tamanho 10.
Gráfico 1
Nível de escolaridade da Comunidade Bom Clima
22,4122,41
18,9618,96
45,9745,97
9,599,59
8,048,04
AnalfabetoAnalfabeto
Ensino fundamental completoEnsino fundamental completo
Ensino fundamental incompletoEnsino fundamental incompleto
Ensino médio completoEnsino médio completo
Ensino médio incompletoEnsino médio incompleto
Fonte: OLIVEIRA, 2001, p. 9.
 
Capítulo 1: Noções básicas
13
Os gráficos trabalham palavras e números com represen-
tações de figuras e, necessariamente, devem trazer os percentuais
dos números trabalhados graficamente.
As tabelas, por sua vez, também trabalham números e
palavras. Quando representam os dados a respeito de uma úni-
ca variável são chamadas de tabelas univariadas.
Vejamos outro exemplo de tabela que faz alguns cruza-
mentos entre variáveis, para complementar aspectos de inter-
pretação que, no exemplo a seguir, tem a denominação de tabe-
la bivariada.
RESPOSTAS
100,00
Quando se trabalha com mais de duas variáveis, temos a
tabela multivariada.
 
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses
14
Tabela 2
Grupos familiares de migrantes carentes
Situação
de
Trabalho
Registro de
Nascimento
dos Filhos
Sim Não TOTAL
Respostas % Respostas % Respostas %
Regular 78 78,79 21 21,21 99 100,00
Irregular 12 26,09 34 74,91 46 100,00
TOTAL 90 62,07 55 37,93 145 100,00
Fonte: LEHFELD, N. Tese de Mestrado, 1999, p. 68.
Os quadros devem apresentar apenas palavras, fazendo
uma síntese das informações de determinado conteúdo. Veja-
mos alguns exemplos:
 
Capítulo 1: Noções básicas
15
Quando as tabelas e os quadros não são construídos
pelo(a) autor(a) de monografias, dissertações e teses, utilizam-
se encimados os títulos e, logo abaixo, a fonte. Para os gráficos, a
própria legenda já explica todo o conteúdo dos dados. Como
figuras, entenda-se o agrupamento de fotografias, fotos, mapas
geográficos e diferentes imagens que facilitam a compreensãodo texto.
1.1.8 Lista de abreviaturas e siglas1.1.8 Lista de abreviaturas e siglas
A utilização de abreviaturas e siglas tem a finalidade de
tornar o texto mais leve, eliminando-se algumas notas de
rodapé. Entenda-se por abreviatura o conceito encontrado no
Dicionário Aurélio (1988, p. 599): “representação de uma pa-
lavra por meio de alguma(s) de suas sílabas ou letras: art.
por artigo; Dr. por doutor”. Os estados do Brasil e outrospaíses também são apresentados em forma de abreviaturas:
PE, BA, CE, RJ.
A sigla, também conhecida como acrônimo, é definida na
mesma obra como sendo a reunião das letras iniciais dos vocá-
bulos fundamentais de uma denominação ou título, sem arti-
culação prosódica. Ex: EFCB = Estrada de Ferro Central do
Brasil.
O critério para utilização de abreviaturas e siglas é
apresentar, em um primeiro momento, o título completo
do que se pretende abreviar e, a seguir, colocar entre pa-
rênteses a sigla. Ex: Universidade Federal Rural de
Pernambuco (UFRPE). Nas demais citações no corpo do
texto, utiliza-se simplesmente a sigla, sem especificar o tí-
tulo completo. No caso da utilização de várias abreviatu-
ras e siglas, deve-se apresentar uma lista completa, em
ordem alfabética, dando-se-lhes o significado.
 
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses
16
FPE
1.1.9 Índice1.1.9 Índice
Segundo a norma NBR 6034 (2004), o índice é a relação
de palavras ou frases, ordenadas segundo um determinado cri-
tério que permite ao leitor uma fácil localização de assuntos de
seu interesse que estão contidos no texto. É importante obser-
var que existe uma diferença entreíndice e sumário, visto que o
índice deve constar no final do texto, e o sumário antecede o
texto, ressaltando-se que aquele éopcional, enquanto este é um
elemento obrigatório na construção de trabalhos acadêmicos.
Enquanto o sumário apresenta toda estrutura do texto
em divisões por meio de itens e subitens, o índice detalha
determinado conteúdo com frases curtas, que facilita o aces-
so do leitor à informação com indicação precisa ao longo do
texto. Para melhor entendimento desta diferença, remetemos
o leitor ao subitem 1.1.5.7 deste capítulo, que trata especifi-
camente do significado e da importância do sumário.
1.1.10 Lombada ou dorso1.1.10 Lombada ou dorso
É a parte lateral da encadernação onde fica a costura das
folhas. Deve conter o nome do autor e o título da obra impresso
em sentido horizontal. Caso exista mais de um volume, fazer a
 
Capítulo 1: Noções básicas
17
identificação na parte inferior da lombada colocando apenas V.1;
V.2... Para mais informações, recomenda-se a leitura da norma
da ABNT/CB-14–NBR 12225 Informação e Documentação-Lom-
bada-Apresentação, que foi publicada em 30/06/2004.
1.1.11 Glossário1.1.11 Glossário
É uma lista, em ordem alfabética, de palavras ou termos
técnicos que não são utilizados com frequência, e, por isso, cada
termo é acompanhado de explicações. Sendo elemento opcional,
o glossário é pouco utilizado.
 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Capítulo
2
Metodologia, métodos
e técnicas
Entenda-se por “metodologia” o processo que implica na
utilização de métodos e técnicas. Portanto, desde a fase inicial
em que se escolhe o tema de pesquisa até a fase final com a
análise dos dados coletados e as considerações finais, com possí-
veis recomendações, é o que se pode denominar de metodologia.
Evidentemente, este processo requer a opção por ummétodo
para operacionalização da pesquisa que se pretende realizar e a
utilização de técnicas para coleta e análise de dados.
Tomando como referencial Maren (1995), podemos afir-
mar que a metodologia trata de estudos e pesquisas através da
utilização de métodos, técnicas e discursos, sendo um conjunto
de operações sistematizadas e racionalmente encadeadas.
2.1 Método (s)2.1 Método (s)
Dentre as diversas definições de métodos, vamos considerar
o que existe de mais objetivo para se entender que o método é o
caminho que se deve percorrer para atingir os objetivos predeter-
minados e a busca de possíveis respostas para os questionamentos
iniciais ao se delinear a problematização e/ou objeto de estudo.
 
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses
20
Assim, vamos encontrar em Turato (2003, p. 149) a se-
guinte definição:
O método científico é o modo pelo qual os estudiosos cons-
troem seus conhecimentos no campo da ciência, sendo com-
preensível que, na realidade, o método seja basicamente
(filosoficamente) único para todos os saberes (idem, p. 149).
Em se tratando de construção do conhecimento, é bom lem-
brar que a opção por um método qualitativo não invalida a utili-
zação de alguns dados quantitativos, uma vez que, dependendo
do objeto de estudo, é importante que se reforce a análise dos
dados em termos comparativos por meio de números que repre-
sentem com clareza a realidade estudada.
Desta forma, com base em Oliveira (2007, p.49-59) no
capítulo 2 da obra Como fazer pesquisa qualitativa, passamos a
transcrever com pequenos acréscimos o que já trabalhamos de
forma sistematizada na obra citada, que é uma referencia reco-
mendável ao leitor(a).
Assim, vamos encontrar em Chauí (1994, p. 354) uma defi-
nição bem mais precisa: “o método significa uma investigação que
segue um modo ou uma maneira planejada e determinada para
conhecer alguma coisa; procedimento racional para o conhecimento
seguindo um percurso fixado”. Nesse sentido, o método pressupõe
um planejamento, com a utilização de instrumentos adequados (téc-
nicas), para consecução dos objetivos predeterminados.
Em pesquisa, é possível a aplicação de um ou mais méto-
dos para facilitar a compreensão da realidade. Isto, porque a
metodologia de pesquisa necessita analisar de diferentes formas
os dados pesquisados. Logo, é possível a utilização de mais de
um método, bem como a aplicação de vários instrumentos ou
técnicas para realização de um determinado estudo e/ou levan-
tamento de dados na pesquisa de campo.
 
21
Capítulo 2: Metodologia, métodos e técnicas
Para melhor entendimento do que venha a ser método, é
importante entender que tanto adedução como a indução são for-
mas de raciocinar, argumentar e refletir (CRUZ; RIBEIRO, 2003).
2.2.1 Método dedutivo2.2.1 Método dedutivo
De acordo com os estudos clássicos, o método dedutivo é
sempre definido como sendo o procedimento de estudo que vai do
geral para o particular ou, melhor dizendo, parte-se dos princípios
 já reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis para se chegar a
determinadas conclusões. Tomemos como exemplo a premissa:
Todo homem é mortal. Antônio é homem. Logo, Antônio é mortal.
Esse tipo de raciocínio é meramente formal, tendo sido
utilizado pelos racionalistas Descartes, Spinoza e Leibniz, que
afirmavam ser a razão a única forma de se chegar ao conheci-
mento verdadeiro. Para esses filósofos, o conhecimento decorre
de princípios a priori, evidentes e irrefutáveis.
A utilização do método dedutivo nos leva a partir do que
 já é conhecido para o desconhecido. Pode-se afirmar que, nesse
caso, a margem de erro é quase nula, uma vez que a conclusão
do estudo não deve extrapolar as premissas.
O método dedutivo é bastante utilizado na Física e na
Matemática, cujos princípios são anunciados como leis. Tome-
mos como exemplo o que nos diz Gil (1999, p. 28) ao falar da
lei da gravitação universal: “a matéria atrai matéria na razão pro-
porcional às massas e ao quadrado da distância”. Logo, a partir
dessa afirmativa, podemos chegar a inúmeras conclusões e difi-
cilmente levantaremos alguma dúvida.
A maior crítica que se faz ao método dedutivo se refere ao
caráter apriorístico do seu raciocínio, cuja aplicabilidade no
domínio das ciências sociais é de uso bastante restrito.
 
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses
22
2.2.2 Método indutivo2.2.2 Método indutivo
A aplicação sistematizada do método indutivo é atribuída a Francis
Bacon (1596 -1680); o método compreende a observação e a experi-
mentação dos fenômenos estudados. Mas, segundo Izequias Santos (2003,
p. 179), o método indutivo é um processo que ocorre em três fases:
A observação dos fenômenos, a descoberta da relação e a
generalização da relação. Na primeira fase é feita a obser-
vação dos fatos ou fenômenos, a análise para descoberta e
explicação das causas de sua ocorrência. A fase seguinte a
da descoberta da relação é feita entre conhecer a relação
entre fatos ou fenômenos. Na terceira fase, generaliza-se o
que existe de comum entre fenômenos iguais, inclusive
daqueles que não foram observados.
Nesse sentido, pode-se verificar que a indução vai do parti-
cular para o geral para se tirar conclusões. Levando-se em conside-
ração que a ciência está em constante evolução, o método indutivo
é muito importante, visto que seu ponto de partida é a observação
dos fatos e dos fenômenos da realidade objetiva. Nessa perspecti-
va, Silvio Oliveira (2000, p. 61) afirma que o indutivo é o método
fundamental das ciências naturais e sociais: “A indução não é um
raciocínio único: ela compreende um conjunto de procedimentos,
uns empíricos, outros lógicos e outros indutivos”.
Portanto, o método indutivo é uma ferramenta que con-
duz o pesquisador(a) a observar a realidade para fazer seus ex-
perimentos e tirar suas conclusões, sendo por isso um método
bastante usado nas ciências em geral.
2.2.3 Método hipotético-dedutivo2.2.3 Método hipotético-dedutivo
Esse método foi desenvolvido por Karl Popper (1975, p.
307-308) a partir da crítica que ele fez ao método indutivo, por
acreditar que a indução não se justifica, visto que as observa-
 
23
Capítulo 2: Metodologia, métodos e técnicas
ções de fatos isolados devem levar ao infinito, o que não é pos-
sível. Segundo esse autor, todo problema deve ser investigado
de maneira crítica e racional através de conjecturas e hipóteses.
Daí se explica o método hipotético-dedutivo, para cuja utiliza-
ção, segundo Kaplan (1972, p.12), é necessário que:
[...] o cientista através de uma combinação de observa-
ção cuidadosa, hábil, antecipações e intuição científica,
alcança um conjunto de postulados que governam os
fenômenos pelos quais está interessado, daí deduz ele as
consequências por meio da experimentação e, dessa
maneira, refuta os postulados, substituindo-os, quando
necessário, por outros e assim prossegue.
Isso significa que o método hipotético-dedutivo parte de
um problema da realidade empírica e levanta hipótese(s) ou
conjecturas que, por sua vez, são testadas pela experimentação,
para chegar a determinadas conclusões.
2.2.4 Método dialético2.2.4 Método dialético
A dialética entendida como movimento, processo, diálo-
go existe desde os primórdios da civilização nas colônias gre-
gas, a partir dos filósofos pré-socráticos nos séculos VI e V a. C.
Merece destaque Heráclito, ao afirmar que ninguém se banha
na mesma água após sair e entrar no mesmo rio. Portanto, a
dialética é um processo em constante movimento e transforma-
ção, em que nenhum caso está “acabado”, mas encontra-se sem-
pre em vias de se transformar e de se desenvolver; é sempre
começo e não há nada de definido, de absoluto, nada existe além
do processo ininterrupto do devir, do vir a ser.
Mas, em se tratando de pesquisa, a dialética nos fornece
os fundamentos para realização de um estudo em profundidade,
visto que o método dialético requer o estudo da realidade em seu
 
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses
24
movimento, analisando as partes em constante relação com a totali-
dade. Nessa perspectiva, queremos dizer que, em pesquisa qua-
litativa, além de ser recomendável a utilização dos fundamentos
da dialética, é preciso ter uma visão holística e sistêmica da re-
alidade em estudo.
Também é interessante entender que, ao optar pela utili-
zação do método dialético, é preciso levar em consideração a
característica essencial a que se refere Richardson (1999, p. 46-
47) quando afirma que “o materialismo dialético é a corrente de
interpretação dos fenômenos sociais que apresenta princípios,
leis e categorias de análise”. Assim, na aplicação do método
dialético, temos como principais fundamentos:
 Princípio da conexão universal dos objetos e fenômenos
Nenhum objeto existe isolado, o homem não se basta a si
mesmo, tudo está conectado, visto que os fenômenos da nature-
za estão interligados e se determinam mutuamente. O surgimento
de um fenômeno, o seu desenvolvimento e a sua mudança, só
são possíveis através das interações e conexões com outros fa-
tos e fenômenos.
 Princípio de movimento permanente e do desenvolvimento
Tudo que existe no universo está em movimento. São as
contradições internas que determinam o movimento de obje-
tos e fenômenos. O desenvolvimento se dá na luta dos contrá-rios, sendo resultado de acumulação de mudanças, tanto qua-
litativas como quantitativas,que ocasionam as transformações
qualitativas.
Para melhor aprofundamento desses pressupostos,
recomendamos uma leitura cuidadosa da obra: Ideologia
 Alemã de Engels e Marx, que consta nas referências deste
livro.
 
25
Capítulo 2: Metodologia, métodos e técnicas
2.2.5 Método do estudo de caso2.2.5 Método do estudo de caso
Segundo Huberman (1991); Yin (2005); Mucchielli (1996),
o estudo de caso é uma estratégia metodológica do tipo
exploratório, descritivo e interpretativo. Como bem nos asse-
gura Maren (1995, p. 239), o método de estudo de caso é eclético.
Por essa razão, ele pode ser trabalhado através das mais varia-
das técnicas e de métodos que facilitam a compreensão do fenô-
meno a ser estudado.
Para Yin (2005, p. 20), o método de estudo de caso facili-
ta a compreensão de fenômenos sociais complexos e em geral
se aplica com mais frequência às áreas das Ciências Humanas e
Sociais, destacando-se a psicologia, a sociologia, a ciência polí-
tica, a economia e a administração. Para esse autor:
O método de estudo de caso permite uma investigaçãopara se preservar as características holísticas e significati-
vas dos acontecimentos da vida real, tais como: ciclos de
vida individuais, processos organizacionais e administra-
tivos, mudanças ocorridas em regiões urbanas, relações
internacionais e a maturação de setores econômicos.
Como se pode verificar nessa citação, o estudo de caso é um
método eclético e se aplica em diferentes áreas de conhecimentos,
incluindo-se também as Ciências Naturais. Evidentemente a apli-
cação do método de estudo de caso deve ser utilizada para atender
aos objetivos preestabelecidos pelos pesquisadores(as), como for-
ma de estudo aprofundado a fim de buscar fundamentos e explica-
ções para determinado fato ou fenômeno da realidade empírica.
É preciso distinguir estudo de caso comométodo de pesquisa e
estudo de caso comoestratégia didático-pedagógica, ou ainda como sim-
ples registro de casos na medicina, no direito e no trabalho social.
Como método de pesquisa acadêmica, o estudo de caso deve ser
aplicado dentro do rigor científico através do estabelecimento de objeti-
 
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses
26
vos, levantamento de hipóteses e delineamento do procedimento
metodológico, com a utilização de técnicas para coleta e análise de dados.
Segundo Mucchielli (1996, p. 79-80), existem três diferentes
tipos para se utilizar o método de estudo de caso: estudo de caso
intrínseco ou estudo de caso único (fato, objeto, fenômeno),estudo de
caso instrumental (definido dentro de um modelo teórico) e oestudo
de caso múltiplo (estudo entre duas ou mais realidades ou situações).
O estudo de caso intrínseco ou único trata de uma única reali-
dade que pode ser estudada exaustivamente, na tentativa de se
buscar novos elementos que possam explicar o objeto de estudo. O
estudo de caso instrumental fundamenta-se em um determinado
modelo teórico, no qual se pretende analisar diferentes fenômenos
que possam corroborar ou não o modelo preestabelecido.
Para o estudo de caso múltiplo, a pesquisa utiliza mais deuma realidade para confrontar dados, visando buscar explica-
ções e fundamentos para os fenômenos que caracterizam o ob-
 jeto de estudo. Cita-se, como exemplo, o estudo de caso entre
duas ou mais empresas de informática, ou um estudo entre es-
colas situadas em áreas urbanas e rurais.
Ainda para Yin (2005, p. 33), “o estudo de caso como estratégia de
pesquisa compreende um método que abrange tudo – tratando da lógica
de planejamento, das técnicas de coleta de dados, e das abordagens espe-
cíficas à análise dos mesmos”. Nesse sentido, o estudo de caso é um méto-
do abrangente que permite chegar a generalizações amplas baseadas em
evidências e que facilita a compreensão da realidade.
Logo, é importante compreender que o método de estudo
de caso é eclético, pois, além de ser uma estratégia de pesquisa,
também é utilizado como prática pedagógica. Nesse sentido,
vamos exemplificar o estudo de caso comoestratégia didático-
 pedagógica para realização de um trabalho interdisciplinar.
 
27
Capítulo 2: Metodologia, métodos e técnicas
Citamos como exemplo, o fenômeno das pirâmides do
Egito, a partir das quais se pretende trabalhar matemática, quí-
mica e história. Os referenciais para a integração dessas disci-
plinas são: altura, lateralidade, utilização de máscaras (cosmé-
ticos), preservação dos corpos (múmias) e civilizações. Deixa-
mos à imaginação dos leitores(as) o que seria possível realizarem termos de estudos e atividades escolares. Outro exemplo,
seria na área do Direito, no qual é frequente a utilização da
técnica de júri simulado através da análise de casos.
2.2.6 Tipos de abordagens2.2.6 Tipos de abordagens
Partimos do pressuposto de que o discurso sobre a dicotomia
entre abordagem e/ou pesquisa quantitativa e qualitativa já está
superado, uma vez que ambas não são excludentes. Em pesquisas
que privilegiam a abordagem qualitativa, a análise de dados ficará
mais consistente se houver a apresentação de gráficos e tabelas, em
que os percentuais de alguns dados são analisados de forma com-
parativa, tendo como parâmetro a amostra do universo pesquisado.
2.2.6.1 Abordagem quantitativa2.2.6.1 Abordagem quantitativa
O método quantitativo significa quantificar dados obtidos atra-
vés de informações coletadas por meio de questionários, entrevis-
tas, observações, assim como “o emprego de recursos e técnicas es-
tatísticas desde as mais simples como porcentagem média, moda,
mediana e desvio padrão, até as de usos mais complexo como coefi-
ciente de correlação, análise de regressão” (OLIVEIRA, 1997, p. 115).
Apesar de essa abordagem permitir maior precisão quan-
to à explicação quantitativa dos fenômenos e correlação de va-
riáveis, a principal crítica que se faz a esse tipo de abordagem,
segundo Richardson (1999, p. 79), diz respeito à separação en-
tre fatos e seus contextos, característica básica do positivismo.
 
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses
28
2.2.6.2 Abordagem qualitativa2.2.6.2 Abordagem qualitativa
São muitas as interpretações que se tem dado à expressão
 pesquisa qualitativa e atualmente se dá preferência à expressãoabor-
dagem qualitativa. Entre os mais diversos significados, conceituamos
abordagem qualitativa ou pesquisa qualitativa como sendo um pro-
cesso de reflexão e análise da realidade através da utilização de
métodos e técnicas para compreensão detalhada do objeto de estu-
do em seu contexto histórico e/ou segundo sua estruturação. Esse
processo implica em estudos segundo a literatura pertinente ao
tema, observações, aplicação de questionários, entrevistas e análi-
se de dados, que deve ser apresentada de forma descritiva.
Para uma abordagem qualitativa, recomenda-se, aos
iniciantes em pesquisa, reflexão quanto à necessidade de se
adentrar em estudos que permitam diagnosticar em profun-
didade a realidade a ser pesquisada. Para realizar esse estu-
do, é importante que já se tenha clareza quanto ao objeto de
pesquisa, ou seja, quanto ao tema a ser estudado. Para isso,
apresentamos um quadro conceit ual (veja a figura 2), no qual
se pode verificar que é importante conhecer o contexto his-
tórico através da análise de documentos, seguindo-se de ob-
servações sistemáticas, seguida de entrevistas e aplicação de
questionários.
Figura 2.Quadro conceitual para abordagem qualitativa
 
29
Capítulo 2: Metodologia, métodos e técnicas
Em pesquisas de abordagem qualitativa, todos os fatos e fenô-
menos são significativos e relevantes, e são trabalhados através das
principais técnicas: entrevistas, observações, análise de conteúdo,
estudo de caso e estudos etnográficos1 (MARTINELLI, 1999, p. 24).
2.2.6.2.1 Principais características2.2.6.2.1 Principais características
Segundo Godoy (1996, p. 62), a pesquisa qualitativa apre-
senta quatro principais características:
1. Ambiente natural como fontedireta de dados, e o pes-
quisador como instrumento fundamental;
2. caráter descritivo;
3. significado que as pessoas dão às coisas e à sua vida,
que deve ser uma preocupação do investigador;
4. enfoque indutivo.
Por isso, para se fazer uma pesquisa dentro de uma aborda-
gem qualitativa, é preciso delimitar espaço e tempo ou, mais preci-
samente, faz-se necessário ocorte epistemológico para realização do
estudo segundo um corte temporal-espacial (período, data e lu-
gar). A análise descritiva é recomendável desde a definição do ob-
 jeto de estudo, passando pela delimitação do lugar, tempo, revisão
de literatura e coleta de dados. Para melhor entendimento da abor-
dagem qualitativa, no Capítulo 6 fazemos um detalhamento atra-
vés de exemplificações, em que tratamos especificamente da
metodologia interativa como uma nova proposta metodológica.
2.2.6.3 Interatividade entre dados qualitativos e2.2.6.3 Interatividade entre dados qualitativos e
quantitativosquantitativos
Adotar a prática de combinar técnicas de análise quanti-
tativa com técnicas de análise qualitativa proporciona maior ní-
1 Entenda-se etnografia como estudo descritivo de grupos de pessoas quanto as
suas características antropológicas, sociais, políticas, econômicas e educacionais.
 
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses
30
vel de credibilidade e validade aos resultados da pesquisa evitan-
do-se, assim, o reducionismo por uma só opção de análise. Por
isso Duffy (1987, p. 59) apresenta os seguintes benefícios quan-
to ao emprego conjunto de técnicas quantitativas e qualitativas:
“esses dados são considerados mais ricos, completos, globais e
reais”.
 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Capítulo
3
Projetos e relatórios
3.1 Projetos acadêmicos – estrutura3.1 Projetos acadêmicos – estrutura
O projeto de pesquisa pode ser considerado o planejamen-
to, ou melhor, a estruturação de A a Z de todo processo para
construção de uma monografia, dissertação e/ou tese. Seguramente
podemos afirmar que um projeto de pesquisa bem estruturado
(em que se observe um encadeamento lógico entre os objetivos,
problematização e/ou hipóteses, questionamentos à realidade que
se pretende pesquisar, uma consistente fundamentação teórica
do tema e boa delimitação do procedimento metodológico) asse-
gura entre 20 a 50% do trabalho acadêmico.
Isso se dá porque a versão final de uma monografia, dis-
sertação ou tese representa o relatório da pesquisa realizada,
em que se apresenta o resultado da análise dos dados, infor-
mando se os objetivos foram atingidos ou não, e se foram en-
contradas ou não as respostas aos questionamentos e/ou hipó-
teses pertinentes ao planejamento do projeto inicial. A seguir,
apresentamos a estrutura básica de projeto acadêmico (cursos
de graduação e pós-graduação) e/ou projetos de pesquisa para
produção de artigos científicos.
 
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses
32
O projeto acadêmico, mais conhecido como projeto de
pesquisa, de acordo com a norma NBR 15287 (2005), tem a
seguinte estrutura:
a) Elementos pré-textuais: capa, lombada (opcional), folha
de rosto, lista de ilustração (opcional), lista de tabelas
(opcional), lista de símbolos (opcional) e sumário.
b) Elementos textuais: segundo a norma da ABNT-15287
(2005, p. 3):
Esses elementos devem ser constituídos de uma parte
introdutória, na qual devem ser expostos o tema do pro-
 jeto, o problema a ser abordado, a(s) hipótese(s), se hou-
ver, bem como o(s) objetivo(s) a ser(em) atingido(s) e
a(s) justificativa(s). É necessário que sejam indicados o
referencial teórico que o embasa, a metodologia a ser
utilizada, assim como os recursos e o cronograma neces-
sários à sua execução.
c) Elementos pós-textuais: compreendem referências, glos-
sário (opcional), apêndice (opcional), anexo (opcional)
e índice (opcional).
Vamos então ao detalhamento desses elementos aponta-
dos pela norma supracitada para construção de um projeto aca-
dêmico/projeto de pesquisa, cuja estrutura geral é:
Introdução
1. Objetivo geral
1.1 Objetivos específicos
2. Hipótese (s) e/ou questão central da pesquisa
3. Fundamentação teórica
4. Metodologia
4.1 Método(s), materiais e técnicas
4.2 Instrumentos de pesquisa
4.2.1 Observação
4.2.2 Questionário
 
Capítulo 3: Projetos e relatórios
33
4.2.3 Entrevista
4.2.4 Formulários e planilhas
5. Universo e amostra
6. Orçamento
7. Cronograma de atividades
ReferênciasApêndices
Anexos
O projeto acadêmico requer a realização de pesquisa, vi-
sando à construção de trabalhos científicos. Para isso, é neces-
sário muita disciplina, reflexões sistemáticas sobre a realidade
empírica a ser pesquisada, fazendo-se frequentes anotações
sobre a evolução do pensamento, as leituras realizadas e as
observações do fenômeno, relativamente ao objeto de estudo.
Antes de formular o projeto de pesquisa, é importante tentar
responder mentalmente as questões: O QUE FAZER? POR 
QUÊ? PARA QUEM? ONDE? COMO? QUANDO?
Assim, após mencionar os itens e subitens da estrutura de
um projeto acadêmico e/ou projeto de pesquisa, passamos a des-
crever, de forma concisa, o significado e a forma de como deve
ser trabalhado cada um dos itens e subitens desse tipo de projeto.
3.1.1 Introdução3.1.1 Introdução
Todo projeto de pesquisa deve começar situando, no tem-
po e no espaço (contextualização), o problema ou a questão
central do estudo. O problema de pesquisa é uma questão que
envolve intrinsecamente uma dificuldade teórica e prática, para
a qual se busca resposta ou solução do problema que se esco-
lheu como tema de estudo.
 
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses
34
É recomendável que, logo na introdução , o(a) autor(a)
comece pela fundamentação do seu objeto de estudo, fa-
lando da escolha e importância do tema, objetivos,
hipótese(s), uma rápida menção sobre a(s) teoria(s), au-
tores mais importantes que estudam o tema, metodologia,
amostra e a possível contribuição que possa ser dada aoavanço do conhecimento.
Um problema de pesquisa está ligado a um problema de
conhecimento, e pressupõe a elaboração de um projeto para nor-
tear a construção de uma monografia, dissertação ou tese. A
elaboração cuidadosa de um projeto de pesquisa facilita a apre-
sentação final dos resultados obtidos na pesquisa de campo ou
laboratório.
Enfim, monografia, dissertação e tese nada mais são do
que o relatório detalhado da execução do projeto inicial. A fun-
damentação e a importância de um problema de pesquisa têm
como objetivo principal responder ao questionamento: por que é
importante estudar este problema?
Entenda-se que um problema de pesquisa ou um proble-
ma em ciência requer um questionamento da realidade; é algo
que nos inspira a buscar uma resposta para aprofundar nossa
própria prática e contribuir para o avanço do conhecimento.
Na introdução do projeto acadêmico, após a
contextualização do problema de pesquisa no tempo e no es-
paço, é importante que se coloque este problema em termos
de questionamento. Daí porque se recomenda levantar uma
questão central de pesquisa ou questão de partida, e construir
entre duas a três questões suplementares que estejam
visceralmente relacionada s com a questão central de pesqui-
sa em temos de ação.
 
Capítulo 3: Projetos e relatórios
35
Assim procedendo, seguramente essas questões, quando
bem focadas no problema de estudo e consequentemente bem
formuladas, facilitam a construção dos objetivos do estudo que se
pretende realizar. Em síntese, a introdução do projeto acadêmico
pressupõe:
• Análise e delimitação da situação inicial em que se apre-
senta o problema a ser pesquisado (contextualização).
• Delineamento do problema de pesquisa segundo sua im-
portância e motivação do pesquisador para realizar o
estudo.
• Levantamento do problema de pesquisa em termos dequestionamentos.1
É importante lembrar que um projeto acadêmico, ou sim-
plesmente um projeto de pesquisa, requer o tempo todo um
cuidado especial para que, na construção de cada item e subitem,
exista um encadeamento lógico, em que todo texto esteja per-
feitamente conectado. Dessa forma, um projeto bem elaborado
se constitui um referencial seguro para a construção de traba-
lhos acadêmicos.
Por tudo isso, é possível afirmar que esses trabalhos aca-
dêmicos nada mais são do que aoperacionalização do projeto de
pesquisa pré-elaborado, ou seja, um projeto de pesquisa bem
construído significa um grande avanço para a apresentação do
relatório final, em termos de monografia, dissertação ou tese de
boa qualidade.
11Dependendo da opção do autor da pesquisa e do orientador, e, mais precisamente,
para estudos que privilegiam a abordagem quantitativa em vez de questões de
pesquisa, são construídas hipóteses e variáveis.
 
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses
36
Quando dizemosoperacionalização, estamos nos referindo
à pesquisa de campo com posterior apresentação da análise dos
dados coletados e considerações finais.
Finalmente, definir um problema de pesquisa significa
especificá-lo com detalhes precisos e exatos, demonstrando cla-
reza, concisão e objetividade.
3.1.2 Objetivo geral3.1.2 Objetivo geral
A construção de um objetivo de pesquisa precisa ser efe-
tuada de forma clara e concisa, expressando apenas uma ideia.
Em termos gramaticais, deve incluir apenas um sujeito e um
complemento. O objetivo geral precisa dar conta da totalidade
do problema da pesquisa, devendo ser elaborado com um verbo
de precisão, evitando ao máximo uma possível distorção na in-terpretação do que se pretende pesquisar.
Tanto os objetivos gerais como os específicos devem ser
construídos com o verbo no infinitivo (diagnosticar, analisar,
estudar, identificar). A elaboração do objetivo geral deve ser
direcionada à pesquisa que se vai realizar e jamais deve envol-
ver explicações teóricas, discussões ou análise do que se pre-
tende alcançar como resultado final do estudo. Os objetivos es-
pecíficos detalham o enunciado do objetivo geral, definindo o
que se pretende pesquisar.
Vejamos um exemplo deobjetivo geral, cujo problema de
pesquisa está centrado nos fatores que ocasionam o alto índice
de evasão escolar nas séries iniciais do Ensino Fundamental, na
Zona da Mata, em Pernambuco:
 
Capítulo 3: Projetos e relatórios
37
• identificar os fatores que determinam o alto índice de
evasão nas escolas rurais do município de Surubim, lo-
calizado no Estado de Pernambuco.
3.1.2.1 Objetivos específicos3.1.2.1 Objetivos específicos2
Os objetivos específicos fazem o detalhamento do obje-
tivo geral e devem ser iniciados com o verbo no infinitivo. É
recomendável a utilização de, no máximo, quatro objetivos
específicos.
Retomando o exemplo dado para construção do objetivo
geral, apresentamos dois exemplos deobjetivos específicos:
• diagnosticar o perfil socioeconômico das famílias situa-
das na zona rural de Surubim, que têm filhos matricu-
lados nas séries iniciais do Ensino Fundamental;
• analisar os fatores que contribuem para o alto índice
de evasão escolar.
Ainda para facilitar a elaboração de objetivos, apresenta-
remos a seguir uma pequena lista de alguns verbos que são mais
utilizados para elaboração de objetivos gerais. Os verbos apre-
sentados no quadro 5 oferecem uma noção mais contundente
em termos de dimensão macro (geral).
22 Chamamos a atenção para não se confundirem objetivos específicos com metas ,
visto que estas dizem respeito ao que se pretende estudar em termos de números ,
que são imbricados com a determinação de tempo . Por exemplo: selecionar, em
cinco municípios da zona rural de Petrolina, 25 vacas leiteiras, verificando-se a
produção durante os meses de maio a julho de 2003.
 
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses
38
Para os objetivos específicos que requerem ação, os ver-
bos mais comuns são apresentados no quadro 6.
A título de sugestão, apresentamos uma lista mais com-
pleta de verbos no Apêndice H, lembrando que muitos outrospoderão ser utilizados, desde que sejam mais precisos para a
elaboração dos objetivos gerais e específicos.
3.1.3 Hipótese(s) e/ou questão central da3.1.3 Hipótese(s) e/ou questão central da
pesquisapesquisa
Qualquer investigação pressupõe o levantamento de
hipótese(s), muito embora, nos estudos de caráter meramente
 
Capítulo 3: Projetos e relatórios
39
exploratório ou descritivo, seja opcional sua explicitação for-
mal. Como bem assinala Oliveira (2000, p. 156), “a utilização
de uma hipótese é necessária para que a pesquisa apresente re-
sultados úteis, atinja níveis de interpretação mais altos, princi-
palmente nas dissertações e teses”.
Entenda-se como hipótese de um trabalho científico a su-
posição que se faz na tentativa de explicar o que se desconhece
e o que se pretende demonstrar, testando variáveis que poderão
legitimar ou não o que se quer explicar ou descobrir. A princi-
pal função de uma hipótese é sugerir explicações para os fatos.
Sendo uma suposta resposta ao problema que se vai estudar, a
hipótese conduz a uma verificação empírica. Essa antecipação
do conhecimento, que é provisória, após a realização da pesqui-
sa, poderá ser confirmada ou rejeitada.
Em um trabalho científico, trabalhar com mais de qua-
tro hipóteses é bastante complicado, daí por que é recomen-
dável trabalhar com uma, duas ou, no máximo, três hipóteses.
Segundo Tukan (1972, p. 24) e Kerlinger (1980, p. 38), as hi-
póteses apresentam características importantes e são classifi-
cadas em três níveis: 1) deve ser um enunciado de redação
clara, sem ambiguidade e em forma de sentença declarativa;
2) deve estabelecer relações entre duas ou mais variáveis; 3)
deve ser testável.
Toda hipótese deve ser testada para chegar-se a uma verdade
factual. Portanto, se não for possível testar uma hipótese, não é
possível desenvolver uma pesquisa, construir um conhecimento.
Levando-se em consideração que nas últimas décadas as
pesquisas em Ciências Sociais e Humanas vêm demonstrando
inúmeras mudanças, é possível observar novas tendências quanto
às análises interativas entre dados qualitativos e quantitativos.
 
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses
40
Dessa forma, novos formatos estão surgindo quanto à constru-
ção de questões de pesquisa em substituição ao levantamento
de hipóteses.
Assim, a elaboração de uma questão central de pesquisa,
também chamada de questão de partida, pode facilitar o traba-
lho do pesquisador na busca de explicações de fatos, objetos e
fenômenos, ou, melhor dizendo, pode ajudá-lo a encontrar res-
postas para o objeto de estudo. É importante ressaltar que a
construção de uma questão central de pesquisa demanda a ela-
boração de questões subsidiárias que visam direcionar a elabo-
ração dos objetivos de pesquisa.
3.1.4 Fundamentação teórica3.1.4 Fundamentação teórica
Também chamada de marco teórico, quadro teórico, qua-
dro referencial ou, ainda, revisão de literatura, a fundamenta-
ção teórica trata da literatura pertinente ao tema da pesquisa
(objeto de estudo). É um trabalho criterioso e crítico que re-
quer muita leitura para fazer uma construção ou reconstrução
teórica, que servirá de fundamentação para a análise dos dados
coletados na realidade pesquisada.
Recomenda-se boa articulação ou conexão entre os parágra-
fos, evitando-se a fragmentação. O referencial teórico, bem como
toda construção de monografia, dissertação ou tese, exige uma
“construção lógica do pensamento ou síntese, que é a coordenação
inteligente das ideias, conforme as exigências racionais da sistema-
tização própria do trabalho” (SEVERINO, 2000, p. 81-82).
Também é recomendável utilizar palavras ou pequenas
frases que facilitem as conexões entre os parágrafos, como, por
exemplo: portanto, daí por que, nestesentido, entretanto, ain-
da que, estudando, além disso, encontramos no autor etc.
 
Capítulo 3: Projetos e relatórios
41
3.1.5 Metodologia3.1.5 Metodologia
Entenda-se metodologia como processo no qual se aplicam
diferentes métodos, técnicas e materiais, tanto laboratoriais como
instrumentos e equipamentos para coleta de dados no campo.
A metodologia engloba todos os passos realizados para a cons-
trução do trabalho científico, que vai da escolha do procedimento
para obtenção de dados, perpassando a identificação de método(s),
técnica(s), materiais, instrumentos de pesquisa e definição de amos-
tra/universo, à categorização e análise dos dados coletados.
É fundamental que o(a) pesquisador(a) mencione qual o
tipo de pesquisa que pretende desenvolver, explicando se a op-
ção é por uma pesquisa empírica com trabalho de campo ou de
laboratório; se vai realizar uma pesquisa de análise teórica, uma
pesquisa teórico-empírica, uma pesquisa histórica, um estudode caso ou, ainda, uma combinação de dois tipos de pesquisa.
Para o levantamento dos dados, podem ser empregados
os seguintes procedimentos: pesquisa documental, pesquisa bi-
bliográfica, contatos diretos e observações de fatos e fenôme-
nos, mediante a utilização de planilhas ou equipamentos especí-
ficos para coleta e análise de dados do objeto de pesquisa.
A escolha da metodologia ou do procedimento meto-
dológico de pesquisa deve estar adequada aos objetivos e à justi-
ficativa, além de coerente com a formulação do problema que vai
ser investigado. Nessa direção, Denker (1998, p. 85) enfatiza que:
O detalhamento dos procedimentos metodológicos in-
clui a indicação e a justificação do paradigma que orien-
ta o estudo, etapas de desenvolvimento da pesquisa,
descrição do contexto, processo de seleção dos partici-
pantes, os procedimentos e o instrumental de coleta e
análise dos dados e os recursos utilizados para maxi-
mizar a precisão de resultados.
 
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses
42
Daí por que o procedimento metodológico de um projeto
de pesquisa pressupõe descrever com precisão os seguintes ele-
mentos:
• estudos exploratórios já realizados ou que serão reali-
zados e que justifiquem a escolha do tema;
• construção dos objetivos e/ou hipóteses;
• delimitação da amostra;
• procedimentos que serão adotados para levantamento
dos dados;
• definição das técnicas que serão utilizadas para trata-
mento e análise dos dados coletados;
• limitações e delimitações das variáveis a serem contro-
ladas;
• estratégias para análise dos dados coletados e divulga-
ção dos resultados.
3.1.5.1 Método(s), materiais e técnicas3.1.5.1 Método(s), materiais e técnicas
A escolha de métodos e técnicas está relacionada à defini-
ção precisa de um problema de pesquisa que, sendo uma difi-
culdade teórica ou prática, requer a busca de explicações para
encontrar-se uma resposta. Em regra geral, não se aplica apenas
um método ou uma técnica na realização de uma pesquisa; é
possível fazer-se uma combinação entre dois ou mais métodos e
técnicas, desde que sejam adequados ao problema, ao objeto de
estudo, conforme nos informa Sílvio (2000, p. 163):
A seleção do instrumental metodológico está diretamen-
te relacionada com o problema a ser pesquisado; a esco-
lha dependerá dos vários fatores relacionados com a pes-
quisa, ou seja, a natureza dos fenômenos, o objetivo da
pesquisa, os recursos financeiros, a equipe humana e
outros elementos que possam surgir no campo da inves-
tigação.
 
Capítulo 3: Projetos e relatórios
43
Assim, é importante entender que “osmétodos são proce-
dimentos mais amplos de raciocínio, enquantotécnicas são pro-
cedimentos mais restritos que operacionalizam os métodos, me-
diante emprego de instrumentos adequados” (SEVERINO, 2000,
p. 162).
Segundo Richardson (1999, p. 70), “o método em pesqui-
sa significa a escolha de procedimentos sistemáticos para a des-
crição e explicação de fenômenos”. Assim, em sentido amplo,
podemos afirmar que em pesquisa temos dois grandes métodos:
o quantitativoe o qualitativo. Para melhor compreensão dessa clas-
sificação, há uma explicação no segundo capítulo deste manual,
onde trabalhamos, no item 2.2.6.1, a abordagem quantitativa e,
no item 2.2.6.2, a abordagem qualitativa.
Quanto à escolha e coleta do material para cada pesquisa,
depende da habilidade do pesquisador, visando à garantia da
confiabilidade nos resultados que serão apresentados.
3.1.5.2 Instrumentos de pesquisa3.1.5.2 Instrumentos de pesquisa
Para o levantamento dos dados, é preciso selecionar ins-
trumentais adequados que preencham os requisitos devalidez,
confiabilidade e precisão. Os mais utilizados são entrevistas e ques-
tionários, além de formulários e planilhas, que são elaborados
para se realizar pesquisas com animais, plantas e outras espe-
cificidades de cada objeto de estudo.
Um instrumento de pesquisa é consideradoválido quando
consegue medir com precisão o que se deseja conhecer. A
confiabilidade é pertinente ao instrumento que, repetidas vezes,
é aplicado a um mesmo grupo de pesquisa e demonstra o mes-
mo resultado. A precisão diz respeito à segurança que se pode
obter com a aplicação do instrumental, segundo a demonstra-
ção da validez e da confiabilidade que foram testadas.
 
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses
44
3.1.5.2.1 Observação3.1.5.2.1 Observação
A observação é a base da investigação científica, permi-
tindo o registro dos fenômenos da realidade para se planejarem
e sistematizarem os dados que serão coletados.
3.1.5.2.2 Questionário3.1.5.2.2 Questionário
O questionário é considerado um importante instrumen-
to de pesquisa por fornecer subsídios reais do universo ou da
amostra pesquisada. A elaboração de um questionário requer
que o(a) pesquisador(a) conheça a realidade a ser pesquisada,
sendo recomendável que o tempo para as respostas não ultra-
passe meia hora. A elaboração das questões deve estar funda-
mentada no problema formulado, na hipótese e teoria pertinen-
tes ao tema pesquisado, devendo estar em relação direta com a
realidade da pessoa que vai responder ao questionário.
Para a elaboração de questionários, utilizam-se duas cate-
gorias de questões: as abertas e as fechadas. As questões aber-
tas permitem respostas livres, como, por exemplo: qual sua opi-
nião sobre os efeitos da globalização na economia brasileira? Já
as questões fechadas delimitam as respostas: você é a favor do
racionamento de energia? Sim ( ) Não ( ).
É recomendável que, na aplicação do questionário, não
conste a identificação da pessoa que o responde, deixando-se,
assim, maior liberdade para o fornecimento das respostas.
3.1.5.2.3 Entrevista3.1.5.2.3 Entrevista
A entrevista diferencia-se do questionário por estabelecer
uma relação direta entre pesquisador(a) e entrevistado(a) e pela
utilização do registro das respostas em gravadores ou anota-
ções manuais.
 
Capítulo 3: Projetos e relatórios
45
Em uma entrevista, é possível aplicar um questionário ou
simplesmente utilizar um roteiro com itens que exijam respos-
tas livres. Em ambos os casos, o(a) entrevistador(a) deve ater-
se ao que está escrito, evitando questionamentos “fora” do que se
pretende pesquisar.
3.1.5.3 Formulários e planilhas3.1.5.3 Formulários e planilhas
O formulário diferencia-se do questionário, pois aque-
le é preenchido pelo(a) pesquisador(a), enquanto neste, é
o(a) próprio(a) entrevistado(a) que escreve as respostas.
A planilha é um instrumento de pesqui sa no qual o(a) pes-
quisador(a) faz anotações sistemáticas sobre observações
de um determinado fenômeno, reação de comportamento
ou alterações, segundo a manipulação de produtos quími-
cos, crescimento de plantas, animais e outras característi-
cas, de acordo com as especificidades de cada objeto de
pesquisa.
3.1.6 Universo e amostra3.1.6 Universo e amostra
Em pesquisa, nem sempre é possível coletar informações
da totalidade de um grupode pessoas, objetos, plantas ou ani-
mais. Por isso há a necessidade de investigar apenas parte dessa
população ou universo, tendo-se o cuidado de escolher uma
amostra representativa que dê confiança e sustentabilidade à
análise dos dados coletados.
Para Oliveira apud Marcondi (2000, p. 159-160),universo
ou população é um conjunto de seres animados ou inanimados
que, pelo menos, apresenta uma característica em comum. Ain-
da segundo esse autor, aamostra é uma parcela ou porção con-
venientemente selecionada do universo ou população:
 
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses
46
O problema da amostragem é, portanto, escolher uma
parte (amostra), de tal forma que ela seja a mais repre-
sentativa possível do todo e, a partir dos resultados obti-
dos relativos a essa parte, poder inferir, o mais legitima-
mente possível, os resultados da população total, se essa
fosse verificada.
3.1.7 Orçamento3.1.7 Orçamento
É opcional e aplica-se aos projetos que são financiados. O
orçamento, fruto de fontes financiadoras, deve ser digitado em
forma de tabela, com detalhamento das despesas pelos itens:
recursos humanos, recursos financeiros, recursos materiais,
material de consumo, serviços de terceiros, viagens, diárias e
outras especificidades inerentes a cada projeto de pesquisa.
3.1.8 Cronograma de atividades3.1.8 Cronograma de atividades
Compreende o elenco de todas as atividades e deve ser
digitado com a configuração da folha em paisagem (sentido ho-
rizontal). Os nomes dos meses devem ser abreviados em apenas
três letras minúsculas e com ponto final. Excetua-se apenas o
mês de maio, que deve ser escrito com as quatro letras e sem
ponto final, conforme modelo apresentado no Apêndice G.
3.1.9 Referências3.1.9 Referências
Entenda-se porreferências textuaistodo material bibliográfico
pesquisado e citado no interior do texto de monografias, disserta-
ções, teses, artigos científicos, livros, relatórios. A forma de apresen-
tação deve seguir a formatação da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), conforme detalhamento no Capítulo 6 desta obra.
Segundo a ABNT (NBR 14724, 2005, p. 8): “As referências,
ao final do trabalho, devem ser separadas entre si por dois espa-
ços simples.”
 
Capítulo 3: Projetos e relatórios
47
3.1.10 3.1.10 Apêndices/AnexApêndices/Anexosos
Os anexos e apêndices devem ser apresentados em ordem
alfabética, logo após asreferências, conforme as normas da ABNT
que estão explicitadas no Capítulo 6 desta obra.
3.2 Projetos técnicos3.2 Projetos técnicos
A construção de um projeto técnico para realização de
uma assessoria e/ou “venda de uma ideia e/ou produto”,3 geral-
mente demanda uma introdução para situar com precisão o que
se pretende apresentar como proposta técnica, visando à ob-
tenção de recursos financeiros, ao pagamento pela aquisição de
produtos e/ou à prestação de serviços. Os outros elementos para
esse tipo de projeto são: objetivos (geral e específicos), metas,
estratégias, orçamento, cronograma, avaliação e bibliografia.
Sabendo-se que o objetivo geral apresenta a totalidade do
que se pretende trabalhar ou estudar, recomenda-se que o mes-
mo tenha uma elaboração consistente e não ultrapasse mais do
que duas construções. Em termos ideais, recomenda-se que seja
elaborado apenas um objetivo geral e, usualmente, dois a três
objetivos específicos. Tanto os objetivos gerais quanto os espe-
cíficos devem iniciar sua elaboração com o verbo no infinitivo.
A elaboração de um projeto técnico requer:
• capa de identificação (no alto do papel, digitar, de for-
ma centralizada, o nome da empresa e/ou IES, ONG,
associação, cooperativa);
• título da proposta (no meio da folha de papel, digitar o
título de forma centralizada);
33 Entenda-se que realizar uma assessoria, vender uma ideia ou um produto
diferencia-se de uma proposta de pesquisa acadêmica, a qual é exigida como
critério de avaliação. O relatório acadêmico, necessariamente, implica a elaboração
de monografia, dissertação ou tese.
 
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses
48
• local (endereço completo);
• período;
• equipe técnica (se houver);
• coordenador(a);
• público-alvo (clientela).
Todos esses itens devem ser digitados abaixo do título do proje-
to, deixando-se em média uma distância de 3 cm, com recuo à esquer-
da de 8 cm. O local e a data do dia em que for entregue o projeto
devem ser digitados no final da folha de papel e de forma centralizada.
A estruturação geral do projeto é apresentada no Apêndice F.
3.2.1 Projetos de intervenção3.2.1 Projetos de intervenção
O chamado projeto de intervenção poderá ter duas conotações: ser
um projeto meramente técnico, solicitado por uma empresa ou uma
ONG, configurando-se, nesse caso, como um trabalho de assessoramento
ou consultoria. Em regra geral, esse tipo de projeto requer a assinatura
de umcontrato, que deve ser assinado pelo cliente ou representante da
instituição ou empresa que solicitou este tipo de trabalho.
Na academia, o projeto de intervenção também se confi-
gura como uma proposta de assessoria ou consultoria, mas se
diferencia de um projeto meramente técnico, por exigir uma
consistente fundamentação teórica. Nas Instituições de Ensino
Superior (IES), o projeto de intervenção demanda um trabalhoacadêmico como requisito para obtenção de créditos educativos,
que resulta de trabalhos realizados em forma de estágios, asses-
soria ou consultoria em empresas, ONGs, cooperativas, associa-
ções e diferentes organizações produtivas ou educacionais.
Para esse tipo de projeto, as recomendações são as mes-
mas que para os projetos acadêmicos (Apêndice L), acrescen-
tando o item contrato. No caso de o projeto de intervenção ser
 
Capítulo 3: Projetos e relatórios
49
proveniente da solicitação de uma empresa, as orientações são
as mesmas sugeridas para os projetos técnicos.
Em qualquer uma dessas modalidades, o trabalho do
interventor deve ser bastante ético e anteceder uma sondagem,
uma pesquisa de mercado ou, ainda, estar calcado em cima de da-
dos provenientes das necessidades do cliente, das empresas, das
ONGs e das diferentes organizações produtivas e/ou educacionais.
3.2.2 Projeto de intervenção em educação3.2.2 Projeto de intervenção em educação
No âmbito da educação, é preciso entender, antes de tudo,
o significado de intervenção, para, logo a seguir, fazermos uma
reflexão do que venha a ser uma intervenção educativa e, final-
mente, o real sentido de projeto de intervenção. No Dicionário
Aurélio (1988, p. 367), intervenção quer dizer “ato de intervir”;
”interferência”. Segundo Legendre (1993, p. 756), a palavrain-
tervenção quer dizer “ação de agir conscientemente e voluntari-
amente dentro de um contexto preciso com o objetivo de influen-
ciar ou provocar mudanças”. No que se refere à intervenção
educativa, esse mesmo autor diz que esse tipo de intervenção
“visa a melhorar hábitos ou performances, onde existem dificul-
dades para evitar o agravamento dessas dificuldades no futuro”.4
Quanto ao projeto de intervenção, é quase inexistente uma
referência bibliográfica,
5
 uma vez que a literatura existente sereporta aos projetos de intervenção como requisito acadêmico
para trabalho de conclusão de cursos de pós-graduaçãolato sensu.
44 Tradução livre do Dictionnaire actuel de l‘éducation , 2aa edição, de Renald Legendre,
1993.
55 Essas afirmações são baseadas na experiência da autora dessa obra, quando
no exercício da função de Diretora do Projeto Internacional Université de Sherbrooke
(U.S.) e Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) no período de
1989-1995. Tomamos como base uma obra canadense intitulada La function de 
conseil auprès des organizacions , da autoria de Lescarbeau, Pyaetti e St-Arnoud.
 
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses
50
Esses projetos implicam a realização de consultorias para
efetivação de um trabalho de pesquisa, visando

Outros materiais