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ProjetosProjetos RelatóriosRelatórios MonografiasMonografias DissertaçõesDissertações TesesTeses C O M O F A Z E R MARIA MARIA MARLMARLY DE Y DE OLIVEIOLIVEIRARA ProjetosProjetos RelatóriosRelatórios MonografiasMonografias DissertaçõesDissertações TesesTeses C O M O F A Z E R 55aa Edição Ampliada e Edição Ampliada e AtualizadaAtualizada segundo Nova Ortografia e Normas da ABNTsegundo Nova Ortografia e Normas da ABNT © 2011, Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/02/1998. Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da Editora, poderá ser reprodu- zida ou transmitida, sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros. Revisão: Bruno Barrio Editoração Eletrônica: Abreu’s System Ltda. Elsevier Editora Ltda Conhecimento sem Fronteiras Rua Sete de Setembro, 111 – 16º andar 20050-006 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Brasil Rua Quintana, 753 – 8º andar 04569-011 – Brooklin – São Paulo – SP Serviço de Atendimento ao Cliente 0800-0265340 sac@elsevier.com.br ISBN 978-85-352-3942-3 Nota:Nota: Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação, impressão ou dúvida conceitual. Em qualquer das hipóteses, solicitamos a comunicação ao nosso Serviço de Atendimento ao Cliente, para que possamos esclarecer ou encaminhar a questão. Nem a editora nem o autor assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou perdas a pessoas ou bens, srcinados do uso desta publicação. CIP-Brasil. Catalogação-na-Fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ O45c 5.ed. Oliveira, Maria Marly de Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses / Maria Marly de Oliveira. - 5.ed. [rev.] - Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. Apêndices Inclui bibliografia ISBN 978-85-352-3942-3 1. Redação técnica. I. Título. 10-3880. CDD: 808.066 CDU: 001.818 Com carinho e sensibilidade freireana, dedico esta obra em sua 5ª edição aos leitores em geral, colegas, estudantes e pessoas interessadas na produção de novos conhecimentos. Em especial, aos que se encontram estudando e/ou pretendem in- gressar em cursos de graduação e pós-graduaçãolato e stricto sensu nas universidades/faculdades, em busca de uma formação acadêmica de qualidade, para melhor competir no mercado de trabalho. Desejamos a todos muito sucesso, e que juntos possa- mos contribuir para o avanço do conhecimento e para uma edu- cação de maior qualidade, visando uma melhor humanização de nossa população jovem e maior responsabilidade social. Dedicatória Agradecimentos Aos leitores desta obra, que nos permitiram chegar a esta nova edição. Aos meus alunos e ex-alunos que muito contribuem e me incentivam a publicar livros e textos que sejam didáticos e de fácil leitura. Aos estudantes universitários e aos colegas professoresque venham a utilizar esta obra como instrumento de referên- cia, na construção e reconstrução de novos conhecimentos. Quanto mais me capacito como profissional, quanto mais sistematizo minhas experiências, quanto mais me utilizo do patrimônio cultural, que é patrimônio de todos e ao qual todos devem servir, mais aumen- ta minha responsabilidade com os homens. Paulo Freire, 1983, p. 20 Prefácio Os universitários, em sua maioria, deparam-se com difi- culdades no momento em que lhes são exigidos relatórios de disciplinas ou resultados de pesquisas. As dificuldades aumentam quando eles tentam a obtenção de bolsas de estudos, sendo-lhes exigida a confecção de projetos. Além do mais, em alguns cursos de graduação, há exigência de elaboração de monografia, obrigatória para a conclusão do cur- so. Essas dificuldades geralmente estão associadas à ausência de roteiro predeterminado. Nesse caso, o aluno busca copiar algo preexistente, nem sempre dentro das normas científicas. No caso dos cursos de pós-graduação, em nível de mestrado ou doutorado, os pós-graduandos já apresentam maior experiência na produção de relatórios e, portanto, maior facili- dade com a escrita. Mas nem sempre os programas de pós-gra-duação seguem um mesmo modelo, embora a maioria das sequências de informações seja semelhante. Desse modo, é importante ressaltar que este livro vem aten- der tanto ao estudante de graduação como ao de pós-graduação. Nesse aspecto, o livro Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses visa a preencher uma lacuna nes- te campo. Elaborado e desenvolvido pela professora Maria Marly de Oliveira, este trabalho se deve em grande parte à sua experiên- cia construída, sobretudo, ao longo do tempo em que leciona as disciplinas “Metodologia da Pesquisa Científica” e “Metodologia do Ensino Superior”, em diferentes programas de pós-graduação. Portanto, é com inusitado prazer que felicito a autora deste livro, o qual preenche uma lacuna, agora sanada pela educadora Prof ª Drª Maria Marly de Oliveira, ex-diretora do Departamen- to de Educação da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Professor Valmar Corrêa de Andrade Reitor da UFRPE Apresentação Ao apresentar esta 5ª edição revista e ampliada segundo as atuais normas da ABNT (NBR 14724, 2005), agradecemos aos leitores das edições anteriores. Informamos aos novos leito- res que o diferencial desta obra está na forma didática e na leve- za como abordamos normas e técnicas para construção de tra- balhos científicos, cujo objetivo é oferecer pistas para a produ- ção de novos conhecimentos. Esta obra visa a oferecer subsídios aos estudantes de gra- duação e de programas de pós-graduação, para a construção de projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses. Elabora- mos este livro de forma didática, apresentando os principais referenciais de base na produção desses trabalhos científicos. O que justifica nossa proposta é o fato de lecionarmos as disciplinas Metodologia da Pesquisa Científica e Metodologia do Ensino Superior em diferentes programas de pós-graduação, e de termos acatado as constantes solicitações dos nossos alunos quan- to à elaboração de um “manual” para facilitar a padronização de trabalhos acadêmicos. Portanto, este livro foi criado com apoio de mestrandos e doutorandos que participaram ativamente das discussões em sala de aula, apresentando sugestões para uma possível unificação da forma de construção de projetos e apre- sentação de relatórios, monografias, dissertações e teses. Esta obra consta de seis capítulos. No primeiro deles, apre- sentamos, noções básicas, que vão desde a escolha do papel até os critérios de apresentação de tabelas, gráficos, quadros e ilus- trações. No segundo capítulo, abordamos a metodologia do tra- balho científico. No terceiro capítulo, há uma abordagem no que diz respeito aos elementos essenciais no processo de estruturação de um projeto de pesquisa e de relatórios. No quarto capítulo, trabalhamos os referenciais básicos para a redação de monografias, TCC, TGI, dissertações e teses, para, logo a se- guir, no quinto capítulo, apresentarmos as diretrizes gerais para elaboração e apresentação de trabalhos científicos, técnicos e didáticos. Finalmente, atendendo a inúmeras sugestões de nossos leitores(as), apresentamos, no sexto capítulo, as normas da ABNT com comentários, objetivando a utilização correta da ci- tação dos autores(as), de documentos e de todo material pesquisado e citado na elaboração dos trabalhos acadêmicos. Professora Maria Marly de Oliveira, Ph.D. marly@academiadeprojetos.com.br . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Capítulo 1 Noções básicas 1.1 Estrutura de trabalhos acadêmicos.1 Estrutura de trabalhos acadêmicos Segundo as normas da ABNT (NBR 14724, 2005), a estru- tura para elaboração de um trabalho acadêmico(monografia, dissertação e tese) compreende elementos: pré-textuais, tex- tuais e pós-textuais. Entendam-se comoelementos pré-textuais to- dos aqueles que antecedem o texto com informações que aju- dam na identificação e utilização do trabalho; oselementos tex- tuais compreendem a parte do trabalho em que é exposta a ma- téria de estudo; e oselementos pós-textuais significam os elemen- tos que complementam o trabalho (Quadro 1). 1.1.1 Elementos textuais1.1.1 Elementos textuais Os elementos textuais são constituídos de três partes fun- damentais: introdução, desenvolvimento e conclusão. 1.1.1.1 Introdução1.1.1.1 Introdução Esta é a parte inicial do texto, em que deve constar a deli- mitação do assunto tratado, objetivos da pesquisa e outros ele- Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses 2 mentos necessários para bem situar o tema que será estudado. Recomendamos observar atentamente o terceiro capítulo deste livro, no qual apresentamos os elementos essenciais para elabo- ração de projetos, cuja estrutura é apresentada no Apêndice L. 1.1.1.2 Desenvolvimento1.1.1.2 Desenvolvimento É a principal parte do texto, na qual deve constar a expo- sição minuciosa do assunto tratado, fazendo-se uma contex- tualização e uma fundamentação teórica, cuja estruturação di- vide-se em seções e subseções que sofrem variações, segundo a forma de abordagem de cada autor(a). 1.1.1.3 Conclusão1.1.1.3 Conclusão É a parte final do texto, na qual se apresentam as conclu- sões do estudo realizado, segundo os objetivos propostos no início do trabalho. É recomendável a apresentação de suges- tões, com os desdobramentos que o estudo permitiu, e possí- veis encaminhamentos para os atores sociais que foram envolvi- dos no processo da pesquisa. Outros trabalhos acadêmicos similares para conclusão de curso (TCC), trabalho de graduação interdisciplinar (TGI), tra- balhos de conclusão de cursos de especialização e/ou aperfeiçoa- mento, sob a coordenação de um(a) orientador(a), poderão se- guir também essas recomendações. Assim, para facilitar a compreensão, apresentamos, no Quadro 1, a disposição dos elementos essenciais a um trabalho acadêmico. Capítulo 1: Noções básicas 3 em 1.1.2. Papel e formato1.1.2. Papel e formato O papel utilizado, tanto para a elaboração de projetos e relatórios, como para monografias, dissertações e teses, deve ser de cor branca, opaco e de boa qualidade e ter formato A4 (21 cm x 29,7 cm). Para os trabalhos acadêmicos que exigem cópias, o papel deve ser idêntico ao do texto srcinal. Todos os textos, quadros, tabelas, legendas e figuras de- vem ser apresentados em posição vertical. Excetuam-se crono- gramas e, em casos excepcionais, quadros e tabelas com várias Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses 4 colunas, ou, ainda, apêndices com ilustrações que necessitem de uma apresentação em sentido horizontal (configuração da página em paisagem). Um trabalho científico requer sobriedade, por isso, o texto digitado deve ser impresso em tinta preta, sem moldura ou linhas nas bordas laterais. 1.1.3. Folha-guia para digitação1.1.3. Folha-guia para digitação A recomendação da ABNT (ibid., p. 5) para digitação é a seguinte: fonte de tamanho 12 para o texto e de tamanho menor (em regra geral, tamanho 10) para citações de mais de três linhas, notas de rodapé, paginação e legendas de ilustrações e tabelas. Para citações de mais de três linhas, deve-se observar também o recuo de 4 cm da margem esquerda. 1.1.3.1 Margem1.1.3.1 Margem A configuração das folhas deve apresentar margem esquer- da e superior de 3 cm; direita e inferior de 2 cm. 1.1.3.2 Espacejamento1.1.3.2 Espacejamento A ABNT, no já citado documento, recomenda que todo texto seja digitado com espaço 1,5, informando que: As citações de mais de três linhas, as notas, as referên- cias, as legendas das ilustrações e tabelas, a ficha cata- lográfica, a natureza do trabalho, o objetivo, o nome da instituição a que é submetida e a área de concentração devem ser digitados ou datilografados em espaço sim- ples (NBR 14724, 2005, p. 8). 1.1.3.3 Títulos e subseções1.1.3.3 Títulos e subseções Os títulos das subseções devem ser separados do texto que os precede ou que os sucede por dois espaços com entre- Capítulo 1: Noções básicas 5 linhamento 1,5. Na folha de rosto e na folha de aprovação, a natureza do trabalho, o objetivo, o nome da instituição a que é submetida e a área de concentração devem estar alinhados do meio da mancha para a margem direita (ibidem, p. 8). Os títulos ou itens devem ser digitados em letras maiús- culas e somente os subtítulos devem estar em negrito com le- tras minúsculas. Após a numeração de cada título ou item, deve- se colocar um ponto no final. Na numeração dos subtítulos, não se usa ponto final, como se pode observar na construção deste livro. 1.1.3.4 Alinhamento do texto1.1.3.4 Alinhamento do texto O texto deve ser digitado em alinhamento justificado. O início da primeira linha do parágrafo deve ter o deslocamento de um centímetro (1 cm). 1.1.3.5 Linhas solitárias1.1.3.5 Linhas solitárias Na digitação de um texto, não é recomendável deixar um título, uma frase ou um subitem isolado no final de uma página. Essas frases ou linhas solitárias devem ser transferidas para a página seguinte, dando-se continuidade ao texto. 1.1.4 Paginação1.1.4 Paginação A capa e as páginas em branco, que são colocadas no iní- cio e no final do trabalho, não são numeradas. A recomendação é de que todas as folhas do trabalho, a partir da folha de rosto, devem ser contadas sequencialmente, mas não numeradas. A numeração é colocada a partir da parte textual, em algarismo arábico, no canto superior direito da folha, a 2 cm de sua borda superior. No caso de o trabalho ser constituído de mais de um volume, deve ser mantida uma única sequência de numeração Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses 6 de folhas, do primeiro ao último volume. Havendo apêndice e anexo, suas folhas devem ser numeradas de maneira contínua e sua paginação deve dar seguimento à do texto principal (ibidem, p. 6). As páginas que dão início aos capítulos e itens próprios são contadas, mas não aparecem com o numeral que figura nas demais páginas. 1.1.5 Elementos obrigatórios1.1.5 Elementos obrigatórios Para os trabalhos acadêmicos (monografias, dissertações e teses), são elementos obrigatórios: capa, folha de rosto, folha de aprovação, resumo na língua vernácula, resumo em língua estrangeira e sumário. 1.1.5.1 Capa1.1.5.1 Capa Os elementos essenciais para identificação de um traba- lho acadêmico devem constar na capa, começando pelo nome da instituição, seguida pela identificação do departamento e/ou centro, programa, título, subtítulo, se houver, número de volu- me (se houver mais de um), autor(a), local e ano de entrega ou depósito. Esses trabalhos devem ser encadernados, com uma capa em plástico transparente, para proteção da folha digitada, no caso de projetos e monografias. No caso de dissertações e teses, usa-se capa dura de papelão, na cor determinada pela coorde- nação do programa de pós-graduação. Todas as informações de- vem ser formatadas com parágrafo centralizado, sendo a identi- ficação da entidade do programa e o título do trabalho digitados em fonte 14, com espaço simples e em negrito (Apêndice A). Capítulo 1: Noções básicas 7 1.1.5.2 Folha de guarda1.1.5.2 Folha de guarda A folha de guarda refere-se à folha em branco, que é inserida logo após a capa e ao final do texto. Excetuando-se a apresentação de projetos, as folhas de guarda devem constar em monografias, dissertações e teses. 1.1.5.3 Folha de rosto1.1.5.3 Folha de rosto É um elemento obrigatório. Deve constar, na borda supe- rior, o nome do autor e, no centro da página, o título da obra e subtítulo, se houver, evidenciando a sua subordinação ao título principal. O subtítulo deve virprecedido de dois-pontos. Na bor- da inferior, colocar local e data da entrega ou depósito do traba- lho (Apêndice B). 1.1.5.3.1 Verso da folha de rosto1.1.5.3.1 Verso da folha de rosto O verso da folha de rosto deve conter a ficha catalográfica, conforme o código de catalogação anglo-americano vigente. Na Academia, essa ficha é elaborada com o apoio da Biblioteca Cen- tral (Apêndice C). 1.1.5.4 Folha de aprovação1.1.5.4 Folha de aprovação Nesta folha, deve ser digitado, no alto, o nome por exten- so da instituição e, logo abaixo, a identificação do Centro/De- partamento e Programa. Sendo elemento obrigatório, a folha de aprovação é colocada logo após a folha de rosto. Na referida folha, devem constar: nome do(a) autor(a), título do trabalho e subtítulo (se houver), natureza, objetivo, nome da instituição a que é submetido, área de concentração, data de aprovação e assinaturas dos membros componentes da banca examinadora (Apêndice D). Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses 8 1.1.5.5 Resumo na língua vernácula1.1.5.5 Resumo na língua vernácula Trata-se da apresentação concisa do texto, em que se des- tacam os elementos de maior importância, tais como: proble- ma, objetivos, hipótese(s), metodologia, amostra, resultados alcançados, conclusões e recomendações. É constituído de uma sequência de frases concisas e obje- tivas — e não de uma simples enumeração de tópicos —não ultrapassando 500 palavras, seguida, logo abaixo, das palavras representativas do conteúdo do trabalho, isto é,palavras-chave e/ou descritores, conforme a NBR 6028. O resumo/ abstract deve ser digitado em um só parágrafo, com espaço simples, sendo aconselhável a utilização de uma só página. É uma parte extremamente útil para que o leitor possa rapidamente tomar conhecimento do conteúdo da obra. 1.1.5.6 Resumo em língua estrangeira (1.1.5.6 Resumo em língua estrangeira (abstract )) Tendo as mesmas características do resumo em língua vernácula, este elemento é digitado ou datilografado em folha separada (em inglês,abstract; em espanhol, resumen; em francês, résumé, por exemplo). Deve ser seguido das palavras represen- tativas do conteúdo do trabalho, isto é, palavras-chave e/ou descritores. 1.1.5.7 Sumário1.1.5.7 Sumário Contém a numeração de todas as divisões, seções e outras partes do trabalho, na mesma ordem em que aparecem no tex- to, indicando o número inicial da página de cada divisão, seção ou outras partes. Após a numeração de cada item, coloca-se um ponto e, nos subitens com dois ou mais dígitos, um ponto após o primeiro e o segundo (ou terceiro) números, mas não se colo- ca ponto no final da numeração desses subitens. Capítulo 1: Noções básicas 9 É elemento obrigatório, cujas partes são acompanhadas do(s) respectivo(s) número(s) da(s) página(s). Havendo mais de um vo- lume, em cada um deve constar o sumário completo do trabalho, conforme a NBR 6027. O sumário deve ser digitado logo após o abstract ou, no caso de se optar pelas folhas liminares facultativas, vir logo após a lista de abreviaturas e siglas e/ou lista de símbolos. Ainda conforme a NBR 6027 (2003), o sumário, sendo a enumera- ção das divisões, seções e outras partes de uma publicação, deve ser digitado segundo a ordem dos itens e dos subitens do trabalho acadêmico. As principais regras para construção de um sumário são: a) A palavra “sumário” deve ser centralizada em letra ta- manho 14, em negrito, seguindo o mesmo tipo de letra que se optou para o texto (Arial ou Times New Roman). b) Os indicativos das seções que compõem o sumário de- vem ser alinhados à esquerda, conforme a NBR 6024. c) Os títulos e os subtítulos sucedem os indicativos das seções. d) Se o documento for apresentado em mais de um idioma, recomenda-se um sumário separado para cada idioma. Para construção do sumário, sugerimos ao leitor observar os apêndices L, M e N que são apresentados nesta obra. 1.1.6 Páginas liminares facultativas1.1.6 Páginas liminares facultativas As páginas liminares sãoopcionaise, quando utilizadas, de-vem ser concisas, evitando-se as imensas listagens de pessoas, gru- pos ou santos(as) de devoção do(a) autor(a). A sobriedade é sempre bem-vinda em qualquer trabalho científico, técnico ou didático. 1.1.6.1 Errata1.1.6.1 Errata Elemento opcional que deve ser inserido logo após a folha de rosto, constituído por referência do trabalho e texto da errata, disposto conforme exemplo a seguir: Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses 10 ERRATA Folha Linha Onde se lê Leia-se 48 4 Desenvovimento Desenvolvimento 1.1.6.2 Dedicatória1.1.6.2 Dedicatória A dedicatória é uma homenagem que o(a) autor(a) presta a uma ou várias pessoas do convívio familiar, amigos(as), colegas ou pessoas ilustres, cuja contribuição científica esteja relacionada ao texto. Aparece logo depois da folha de aprovação, nas dissertações e teses; em outros trabalhos, vem logo depois da folha de rosto. 1.1.6.3 Agradecimentos1.1.6.3 Agradecimentos Os agradecimentos também devem ser concisos e discre- tos. Trata-se de um reconhecimento para com o(a) orientador(a), os professores e as pessoas que, de forma direta ou indireta, contribuíram para a realização e concretização do trabalho ci- entífico. Elemento opcional, colocado após a dedicatória. 1.1.6.4 Epígrafe1.1.6.4 Epígrafe Diz respeito à escolha de frase ou pensamento de cunho filosófico, poético ou socioeducacional, que esteja relacionado à construção do trabalho científico ou, ainda, que tenha um for- te significado pessoal para o(a) autor(a). Elemento opcional, colocado após os agradecimentos (Apêndice E). 1.1.6.5 Lista de ilustrações1.1.6.5 Lista de ilustrações Elemento opcional, elaborado de acordo com a ordem apre- sentada no texto, com cada item designado por seu nome específi- co, acompanhado do respectivo número da página. Quando neces- sário, recomenda-se a elaboração de lista própria para cada tipo de Capítulo 1: Noções básicas 11 ilustração (desenhos, esquemas, fluxogramas, fotografias, gráficos, mapas, organogramas, plantas, quadros, retratos e outros). 1.1.6.6 Lista de tabelas1.1.6.6 Lista de tabelas Elemento opcional, elaborado de acordo com a ordem apresentada no texto, com cada item designado por seu nome específico, acompanhado do respectivo número da página. 1.1.6.7 Lista de abreviaturas e siglas1.1.6.7 Lista de abreviaturas e siglas Elemento opcional, que consiste na relação alfabética das abreviaturas e siglas utilizadas no texto, seguidas das palavras ou expressões correspondentes, grafadas por extenso. Recomen- da-se a elaboração de lista própria para cada tipo. 1.1.6.8 Lista de símbolos1.1.6.8 Lista de símbolos Elemento opcional, que deve ser elaborado de acordo com a ordem apresentada no texto, com o devido significado. 1.1.7. Lista de tabelas, quadros, gráficos e figuras1.1.7. Lista de tabelas, quadros, gráficos e figuras Quando um texto apresenta mais de três tabelas, quadros, grá- ficos e ilustrações, deve-se elaborar folhas com os títulos: Lista de Tabelas, Lista de Quadros, Lista de Gráficos e Lista de Ilustrações. Essas listas devem ser colocadas logo após o sumário, especificando- se os títulos e as páginas em que se encontram os dados de tais listas. As tabelas devem ser bem construídas para apresentação rápida de dados, mas não dispensam a construção do texto. Nas tabelas, trabalhamos uma combinação de palavras e números. Tan- to as tabelas como os quadros e as figuras devem apresentar títu- los e ser numerados em ordem crescente ao longo do texto, com algarismos arábicos. Emtabelase cronogramas, as laterais são aber- tas; enquanto nos quadros, todos os lados são fechados. Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses 12 A inserção desses elementos tem como principal finalidade o esclarecimento da apresentação dos dados de uma pesquisa. Em regra geral, a inserção de tabelas, quadros, gráficos e figuras é apre- sentada no interior do texto e não deveultrapassar uma página. As siglas e abreviaturas devem ser digitadas primeiramen- te por extenso (significado completo), por exemplo, Instituição de Ensino Superior, e, logo a seguir, deve ser colocada entre parênteses a sigla ou abreviatura (IES). Quando se explica uma primeira vez o significado das siglas ou abreviações, pode-se, a partir de então, apenas utilizá-las. Ao se transcrever tabelas, quadros e gráficos, deve-se mencionar, logo abaixo, a fonte, com indicação de autor(a), ano e página. As tabelas devem ser apresentadas logo abaixo do texto, evitando-se as expressões “na tabela abaixo” ou “na tabela acima”, devendo-se usar de forma explícita as expres- sões “os dados da tabela 2” ou “da tabela 3”. Recomenda-se a digitação das categorias em negrito, conservando-se a fonte ta- manho 12; para as unidades de análise, a fonte deve ser tama- nho 10. Também a indicação da fonte de tabelas, quadros, grá- ficos e ilustrações deve ser digitada em fonte de tamanho 10. Gráfico 1 Nível de escolaridade da Comunidade Bom Clima 22,4122,41 18,9618,96 45,9745,97 9,599,59 8,048,04 AnalfabetoAnalfabeto Ensino fundamental completoEnsino fundamental completo Ensino fundamental incompletoEnsino fundamental incompleto Ensino médio completoEnsino médio completo Ensino médio incompletoEnsino médio incompleto Fonte: OLIVEIRA, 2001, p. 9. Capítulo 1: Noções básicas 13 Os gráficos trabalham palavras e números com represen- tações de figuras e, necessariamente, devem trazer os percentuais dos números trabalhados graficamente. As tabelas, por sua vez, também trabalham números e palavras. Quando representam os dados a respeito de uma úni- ca variável são chamadas de tabelas univariadas. Vejamos outro exemplo de tabela que faz alguns cruza- mentos entre variáveis, para complementar aspectos de inter- pretação que, no exemplo a seguir, tem a denominação de tabe- la bivariada. RESPOSTAS 100,00 Quando se trabalha com mais de duas variáveis, temos a tabela multivariada. Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses 14 Tabela 2 Grupos familiares de migrantes carentes Situação de Trabalho Registro de Nascimento dos Filhos Sim Não TOTAL Respostas % Respostas % Respostas % Regular 78 78,79 21 21,21 99 100,00 Irregular 12 26,09 34 74,91 46 100,00 TOTAL 90 62,07 55 37,93 145 100,00 Fonte: LEHFELD, N. Tese de Mestrado, 1999, p. 68. Os quadros devem apresentar apenas palavras, fazendo uma síntese das informações de determinado conteúdo. Veja- mos alguns exemplos: Capítulo 1: Noções básicas 15 Quando as tabelas e os quadros não são construídos pelo(a) autor(a) de monografias, dissertações e teses, utilizam- se encimados os títulos e, logo abaixo, a fonte. Para os gráficos, a própria legenda já explica todo o conteúdo dos dados. Como figuras, entenda-se o agrupamento de fotografias, fotos, mapas geográficos e diferentes imagens que facilitam a compreensãodo texto. 1.1.8 Lista de abreviaturas e siglas1.1.8 Lista de abreviaturas e siglas A utilização de abreviaturas e siglas tem a finalidade de tornar o texto mais leve, eliminando-se algumas notas de rodapé. Entenda-se por abreviatura o conceito encontrado no Dicionário Aurélio (1988, p. 599): “representação de uma pa- lavra por meio de alguma(s) de suas sílabas ou letras: art. por artigo; Dr. por doutor”. Os estados do Brasil e outrospaíses também são apresentados em forma de abreviaturas: PE, BA, CE, RJ. A sigla, também conhecida como acrônimo, é definida na mesma obra como sendo a reunião das letras iniciais dos vocá- bulos fundamentais de uma denominação ou título, sem arti- culação prosódica. Ex: EFCB = Estrada de Ferro Central do Brasil. O critério para utilização de abreviaturas e siglas é apresentar, em um primeiro momento, o título completo do que se pretende abreviar e, a seguir, colocar entre pa- rênteses a sigla. Ex: Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Nas demais citações no corpo do texto, utiliza-se simplesmente a sigla, sem especificar o tí- tulo completo. No caso da utilização de várias abreviatu- ras e siglas, deve-se apresentar uma lista completa, em ordem alfabética, dando-se-lhes o significado. Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses 16 FPE 1.1.9 Índice1.1.9 Índice Segundo a norma NBR 6034 (2004), o índice é a relação de palavras ou frases, ordenadas segundo um determinado cri- tério que permite ao leitor uma fácil localização de assuntos de seu interesse que estão contidos no texto. É importante obser- var que existe uma diferença entreíndice e sumário, visto que o índice deve constar no final do texto, e o sumário antecede o texto, ressaltando-se que aquele éopcional, enquanto este é um elemento obrigatório na construção de trabalhos acadêmicos. Enquanto o sumário apresenta toda estrutura do texto em divisões por meio de itens e subitens, o índice detalha determinado conteúdo com frases curtas, que facilita o aces- so do leitor à informação com indicação precisa ao longo do texto. Para melhor entendimento desta diferença, remetemos o leitor ao subitem 1.1.5.7 deste capítulo, que trata especifi- camente do significado e da importância do sumário. 1.1.10 Lombada ou dorso1.1.10 Lombada ou dorso É a parte lateral da encadernação onde fica a costura das folhas. Deve conter o nome do autor e o título da obra impresso em sentido horizontal. Caso exista mais de um volume, fazer a Capítulo 1: Noções básicas 17 identificação na parte inferior da lombada colocando apenas V.1; V.2... Para mais informações, recomenda-se a leitura da norma da ABNT/CB-14–NBR 12225 Informação e Documentação-Lom- bada-Apresentação, que foi publicada em 30/06/2004. 1.1.11 Glossário1.1.11 Glossário É uma lista, em ordem alfabética, de palavras ou termos técnicos que não são utilizados com frequência, e, por isso, cada termo é acompanhado de explicações. Sendo elemento opcional, o glossário é pouco utilizado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Capítulo 2 Metodologia, métodos e técnicas Entenda-se por “metodologia” o processo que implica na utilização de métodos e técnicas. Portanto, desde a fase inicial em que se escolhe o tema de pesquisa até a fase final com a análise dos dados coletados e as considerações finais, com possí- veis recomendações, é o que se pode denominar de metodologia. Evidentemente, este processo requer a opção por ummétodo para operacionalização da pesquisa que se pretende realizar e a utilização de técnicas para coleta e análise de dados. Tomando como referencial Maren (1995), podemos afir- mar que a metodologia trata de estudos e pesquisas através da utilização de métodos, técnicas e discursos, sendo um conjunto de operações sistematizadas e racionalmente encadeadas. 2.1 Método (s)2.1 Método (s) Dentre as diversas definições de métodos, vamos considerar o que existe de mais objetivo para se entender que o método é o caminho que se deve percorrer para atingir os objetivos predeter- minados e a busca de possíveis respostas para os questionamentos iniciais ao se delinear a problematização e/ou objeto de estudo. Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses 20 Assim, vamos encontrar em Turato (2003, p. 149) a se- guinte definição: O método científico é o modo pelo qual os estudiosos cons- troem seus conhecimentos no campo da ciência, sendo com- preensível que, na realidade, o método seja basicamente (filosoficamente) único para todos os saberes (idem, p. 149). Em se tratando de construção do conhecimento, é bom lem- brar que a opção por um método qualitativo não invalida a utili- zação de alguns dados quantitativos, uma vez que, dependendo do objeto de estudo, é importante que se reforce a análise dos dados em termos comparativos por meio de números que repre- sentem com clareza a realidade estudada. Desta forma, com base em Oliveira (2007, p.49-59) no capítulo 2 da obra Como fazer pesquisa qualitativa, passamos a transcrever com pequenos acréscimos o que já trabalhamos de forma sistematizada na obra citada, que é uma referencia reco- mendável ao leitor(a). Assim, vamos encontrar em Chauí (1994, p. 354) uma defi- nição bem mais precisa: “o método significa uma investigação que segue um modo ou uma maneira planejada e determinada para conhecer alguma coisa; procedimento racional para o conhecimento seguindo um percurso fixado”. Nesse sentido, o método pressupõe um planejamento, com a utilização de instrumentos adequados (téc- nicas), para consecução dos objetivos predeterminados. Em pesquisa, é possível a aplicação de um ou mais méto- dos para facilitar a compreensão da realidade. Isto, porque a metodologia de pesquisa necessita analisar de diferentes formas os dados pesquisados. Logo, é possível a utilização de mais de um método, bem como a aplicação de vários instrumentos ou técnicas para realização de um determinado estudo e/ou levan- tamento de dados na pesquisa de campo. 21 Capítulo 2: Metodologia, métodos e técnicas Para melhor entendimento do que venha a ser método, é importante entender que tanto adedução como a indução são for- mas de raciocinar, argumentar e refletir (CRUZ; RIBEIRO, 2003). 2.2.1 Método dedutivo2.2.1 Método dedutivo De acordo com os estudos clássicos, o método dedutivo é sempre definido como sendo o procedimento de estudo que vai do geral para o particular ou, melhor dizendo, parte-se dos princípios já reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis para se chegar a determinadas conclusões. Tomemos como exemplo a premissa: Todo homem é mortal. Antônio é homem. Logo, Antônio é mortal. Esse tipo de raciocínio é meramente formal, tendo sido utilizado pelos racionalistas Descartes, Spinoza e Leibniz, que afirmavam ser a razão a única forma de se chegar ao conheci- mento verdadeiro. Para esses filósofos, o conhecimento decorre de princípios a priori, evidentes e irrefutáveis. A utilização do método dedutivo nos leva a partir do que já é conhecido para o desconhecido. Pode-se afirmar que, nesse caso, a margem de erro é quase nula, uma vez que a conclusão do estudo não deve extrapolar as premissas. O método dedutivo é bastante utilizado na Física e na Matemática, cujos princípios são anunciados como leis. Tome- mos como exemplo o que nos diz Gil (1999, p. 28) ao falar da lei da gravitação universal: “a matéria atrai matéria na razão pro- porcional às massas e ao quadrado da distância”. Logo, a partir dessa afirmativa, podemos chegar a inúmeras conclusões e difi- cilmente levantaremos alguma dúvida. A maior crítica que se faz ao método dedutivo se refere ao caráter apriorístico do seu raciocínio, cuja aplicabilidade no domínio das ciências sociais é de uso bastante restrito. Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses 22 2.2.2 Método indutivo2.2.2 Método indutivo A aplicação sistematizada do método indutivo é atribuída a Francis Bacon (1596 -1680); o método compreende a observação e a experi- mentação dos fenômenos estudados. Mas, segundo Izequias Santos (2003, p. 179), o método indutivo é um processo que ocorre em três fases: A observação dos fenômenos, a descoberta da relação e a generalização da relação. Na primeira fase é feita a obser- vação dos fatos ou fenômenos, a análise para descoberta e explicação das causas de sua ocorrência. A fase seguinte a da descoberta da relação é feita entre conhecer a relação entre fatos ou fenômenos. Na terceira fase, generaliza-se o que existe de comum entre fenômenos iguais, inclusive daqueles que não foram observados. Nesse sentido, pode-se verificar que a indução vai do parti- cular para o geral para se tirar conclusões. Levando-se em conside- ração que a ciência está em constante evolução, o método indutivo é muito importante, visto que seu ponto de partida é a observação dos fatos e dos fenômenos da realidade objetiva. Nessa perspecti- va, Silvio Oliveira (2000, p. 61) afirma que o indutivo é o método fundamental das ciências naturais e sociais: “A indução não é um raciocínio único: ela compreende um conjunto de procedimentos, uns empíricos, outros lógicos e outros indutivos”. Portanto, o método indutivo é uma ferramenta que con- duz o pesquisador(a) a observar a realidade para fazer seus ex- perimentos e tirar suas conclusões, sendo por isso um método bastante usado nas ciências em geral. 2.2.3 Método hipotético-dedutivo2.2.3 Método hipotético-dedutivo Esse método foi desenvolvido por Karl Popper (1975, p. 307-308) a partir da crítica que ele fez ao método indutivo, por acreditar que a indução não se justifica, visto que as observa- 23 Capítulo 2: Metodologia, métodos e técnicas ções de fatos isolados devem levar ao infinito, o que não é pos- sível. Segundo esse autor, todo problema deve ser investigado de maneira crítica e racional através de conjecturas e hipóteses. Daí se explica o método hipotético-dedutivo, para cuja utiliza- ção, segundo Kaplan (1972, p.12), é necessário que: [...] o cientista através de uma combinação de observa- ção cuidadosa, hábil, antecipações e intuição científica, alcança um conjunto de postulados que governam os fenômenos pelos quais está interessado, daí deduz ele as consequências por meio da experimentação e, dessa maneira, refuta os postulados, substituindo-os, quando necessário, por outros e assim prossegue. Isso significa que o método hipotético-dedutivo parte de um problema da realidade empírica e levanta hipótese(s) ou conjecturas que, por sua vez, são testadas pela experimentação, para chegar a determinadas conclusões. 2.2.4 Método dialético2.2.4 Método dialético A dialética entendida como movimento, processo, diálo- go existe desde os primórdios da civilização nas colônias gre- gas, a partir dos filósofos pré-socráticos nos séculos VI e V a. C. Merece destaque Heráclito, ao afirmar que ninguém se banha na mesma água após sair e entrar no mesmo rio. Portanto, a dialética é um processo em constante movimento e transforma- ção, em que nenhum caso está “acabado”, mas encontra-se sem- pre em vias de se transformar e de se desenvolver; é sempre começo e não há nada de definido, de absoluto, nada existe além do processo ininterrupto do devir, do vir a ser. Mas, em se tratando de pesquisa, a dialética nos fornece os fundamentos para realização de um estudo em profundidade, visto que o método dialético requer o estudo da realidade em seu Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses 24 movimento, analisando as partes em constante relação com a totali- dade. Nessa perspectiva, queremos dizer que, em pesquisa qua- litativa, além de ser recomendável a utilização dos fundamentos da dialética, é preciso ter uma visão holística e sistêmica da re- alidade em estudo. Também é interessante entender que, ao optar pela utili- zação do método dialético, é preciso levar em consideração a característica essencial a que se refere Richardson (1999, p. 46- 47) quando afirma que “o materialismo dialético é a corrente de interpretação dos fenômenos sociais que apresenta princípios, leis e categorias de análise”. Assim, na aplicação do método dialético, temos como principais fundamentos: Princípio da conexão universal dos objetos e fenômenos Nenhum objeto existe isolado, o homem não se basta a si mesmo, tudo está conectado, visto que os fenômenos da nature- za estão interligados e se determinam mutuamente. O surgimento de um fenômeno, o seu desenvolvimento e a sua mudança, só são possíveis através das interações e conexões com outros fa- tos e fenômenos. Princípio de movimento permanente e do desenvolvimento Tudo que existe no universo está em movimento. São as contradições internas que determinam o movimento de obje- tos e fenômenos. O desenvolvimento se dá na luta dos contrá-rios, sendo resultado de acumulação de mudanças, tanto qua- litativas como quantitativas,que ocasionam as transformações qualitativas. Para melhor aprofundamento desses pressupostos, recomendamos uma leitura cuidadosa da obra: Ideologia Alemã de Engels e Marx, que consta nas referências deste livro. 25 Capítulo 2: Metodologia, métodos e técnicas 2.2.5 Método do estudo de caso2.2.5 Método do estudo de caso Segundo Huberman (1991); Yin (2005); Mucchielli (1996), o estudo de caso é uma estratégia metodológica do tipo exploratório, descritivo e interpretativo. Como bem nos asse- gura Maren (1995, p. 239), o método de estudo de caso é eclético. Por essa razão, ele pode ser trabalhado através das mais varia- das técnicas e de métodos que facilitam a compreensão do fenô- meno a ser estudado. Para Yin (2005, p. 20), o método de estudo de caso facili- ta a compreensão de fenômenos sociais complexos e em geral se aplica com mais frequência às áreas das Ciências Humanas e Sociais, destacando-se a psicologia, a sociologia, a ciência polí- tica, a economia e a administração. Para esse autor: O método de estudo de caso permite uma investigaçãopara se preservar as características holísticas e significati- vas dos acontecimentos da vida real, tais como: ciclos de vida individuais, processos organizacionais e administra- tivos, mudanças ocorridas em regiões urbanas, relações internacionais e a maturação de setores econômicos. Como se pode verificar nessa citação, o estudo de caso é um método eclético e se aplica em diferentes áreas de conhecimentos, incluindo-se também as Ciências Naturais. Evidentemente a apli- cação do método de estudo de caso deve ser utilizada para atender aos objetivos preestabelecidos pelos pesquisadores(as), como for- ma de estudo aprofundado a fim de buscar fundamentos e explica- ções para determinado fato ou fenômeno da realidade empírica. É preciso distinguir estudo de caso comométodo de pesquisa e estudo de caso comoestratégia didático-pedagógica, ou ainda como sim- ples registro de casos na medicina, no direito e no trabalho social. Como método de pesquisa acadêmica, o estudo de caso deve ser aplicado dentro do rigor científico através do estabelecimento de objeti- Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses 26 vos, levantamento de hipóteses e delineamento do procedimento metodológico, com a utilização de técnicas para coleta e análise de dados. Segundo Mucchielli (1996, p. 79-80), existem três diferentes tipos para se utilizar o método de estudo de caso: estudo de caso intrínseco ou estudo de caso único (fato, objeto, fenômeno),estudo de caso instrumental (definido dentro de um modelo teórico) e oestudo de caso múltiplo (estudo entre duas ou mais realidades ou situações). O estudo de caso intrínseco ou único trata de uma única reali- dade que pode ser estudada exaustivamente, na tentativa de se buscar novos elementos que possam explicar o objeto de estudo. O estudo de caso instrumental fundamenta-se em um determinado modelo teórico, no qual se pretende analisar diferentes fenômenos que possam corroborar ou não o modelo preestabelecido. Para o estudo de caso múltiplo, a pesquisa utiliza mais deuma realidade para confrontar dados, visando buscar explica- ções e fundamentos para os fenômenos que caracterizam o ob- jeto de estudo. Cita-se, como exemplo, o estudo de caso entre duas ou mais empresas de informática, ou um estudo entre es- colas situadas em áreas urbanas e rurais. Ainda para Yin (2005, p. 33), “o estudo de caso como estratégia de pesquisa compreende um método que abrange tudo – tratando da lógica de planejamento, das técnicas de coleta de dados, e das abordagens espe- cíficas à análise dos mesmos”. Nesse sentido, o estudo de caso é um méto- do abrangente que permite chegar a generalizações amplas baseadas em evidências e que facilita a compreensão da realidade. Logo, é importante compreender que o método de estudo de caso é eclético, pois, além de ser uma estratégia de pesquisa, também é utilizado como prática pedagógica. Nesse sentido, vamos exemplificar o estudo de caso comoestratégia didático- pedagógica para realização de um trabalho interdisciplinar. 27 Capítulo 2: Metodologia, métodos e técnicas Citamos como exemplo, o fenômeno das pirâmides do Egito, a partir das quais se pretende trabalhar matemática, quí- mica e história. Os referenciais para a integração dessas disci- plinas são: altura, lateralidade, utilização de máscaras (cosmé- ticos), preservação dos corpos (múmias) e civilizações. Deixa- mos à imaginação dos leitores(as) o que seria possível realizarem termos de estudos e atividades escolares. Outro exemplo, seria na área do Direito, no qual é frequente a utilização da técnica de júri simulado através da análise de casos. 2.2.6 Tipos de abordagens2.2.6 Tipos de abordagens Partimos do pressuposto de que o discurso sobre a dicotomia entre abordagem e/ou pesquisa quantitativa e qualitativa já está superado, uma vez que ambas não são excludentes. Em pesquisas que privilegiam a abordagem qualitativa, a análise de dados ficará mais consistente se houver a apresentação de gráficos e tabelas, em que os percentuais de alguns dados são analisados de forma com- parativa, tendo como parâmetro a amostra do universo pesquisado. 2.2.6.1 Abordagem quantitativa2.2.6.1 Abordagem quantitativa O método quantitativo significa quantificar dados obtidos atra- vés de informações coletadas por meio de questionários, entrevis- tas, observações, assim como “o emprego de recursos e técnicas es- tatísticas desde as mais simples como porcentagem média, moda, mediana e desvio padrão, até as de usos mais complexo como coefi- ciente de correlação, análise de regressão” (OLIVEIRA, 1997, p. 115). Apesar de essa abordagem permitir maior precisão quan- to à explicação quantitativa dos fenômenos e correlação de va- riáveis, a principal crítica que se faz a esse tipo de abordagem, segundo Richardson (1999, p. 79), diz respeito à separação en- tre fatos e seus contextos, característica básica do positivismo. Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses 28 2.2.6.2 Abordagem qualitativa2.2.6.2 Abordagem qualitativa São muitas as interpretações que se tem dado à expressão pesquisa qualitativa e atualmente se dá preferência à expressãoabor- dagem qualitativa. Entre os mais diversos significados, conceituamos abordagem qualitativa ou pesquisa qualitativa como sendo um pro- cesso de reflexão e análise da realidade através da utilização de métodos e técnicas para compreensão detalhada do objeto de estu- do em seu contexto histórico e/ou segundo sua estruturação. Esse processo implica em estudos segundo a literatura pertinente ao tema, observações, aplicação de questionários, entrevistas e análi- se de dados, que deve ser apresentada de forma descritiva. Para uma abordagem qualitativa, recomenda-se, aos iniciantes em pesquisa, reflexão quanto à necessidade de se adentrar em estudos que permitam diagnosticar em profun- didade a realidade a ser pesquisada. Para realizar esse estu- do, é importante que já se tenha clareza quanto ao objeto de pesquisa, ou seja, quanto ao tema a ser estudado. Para isso, apresentamos um quadro conceit ual (veja a figura 2), no qual se pode verificar que é importante conhecer o contexto his- tórico através da análise de documentos, seguindo-se de ob- servações sistemáticas, seguida de entrevistas e aplicação de questionários. Figura 2.Quadro conceitual para abordagem qualitativa 29 Capítulo 2: Metodologia, métodos e técnicas Em pesquisas de abordagem qualitativa, todos os fatos e fenô- menos são significativos e relevantes, e são trabalhados através das principais técnicas: entrevistas, observações, análise de conteúdo, estudo de caso e estudos etnográficos1 (MARTINELLI, 1999, p. 24). 2.2.6.2.1 Principais características2.2.6.2.1 Principais características Segundo Godoy (1996, p. 62), a pesquisa qualitativa apre- senta quatro principais características: 1. Ambiente natural como fontedireta de dados, e o pes- quisador como instrumento fundamental; 2. caráter descritivo; 3. significado que as pessoas dão às coisas e à sua vida, que deve ser uma preocupação do investigador; 4. enfoque indutivo. Por isso, para se fazer uma pesquisa dentro de uma aborda- gem qualitativa, é preciso delimitar espaço e tempo ou, mais preci- samente, faz-se necessário ocorte epistemológico para realização do estudo segundo um corte temporal-espacial (período, data e lu- gar). A análise descritiva é recomendável desde a definição do ob- jeto de estudo, passando pela delimitação do lugar, tempo, revisão de literatura e coleta de dados. Para melhor entendimento da abor- dagem qualitativa, no Capítulo 6 fazemos um detalhamento atra- vés de exemplificações, em que tratamos especificamente da metodologia interativa como uma nova proposta metodológica. 2.2.6.3 Interatividade entre dados qualitativos e2.2.6.3 Interatividade entre dados qualitativos e quantitativosquantitativos Adotar a prática de combinar técnicas de análise quanti- tativa com técnicas de análise qualitativa proporciona maior ní- 1 Entenda-se etnografia como estudo descritivo de grupos de pessoas quanto as suas características antropológicas, sociais, políticas, econômicas e educacionais. Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses 30 vel de credibilidade e validade aos resultados da pesquisa evitan- do-se, assim, o reducionismo por uma só opção de análise. Por isso Duffy (1987, p. 59) apresenta os seguintes benefícios quan- to ao emprego conjunto de técnicas quantitativas e qualitativas: “esses dados são considerados mais ricos, completos, globais e reais”. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Capítulo 3 Projetos e relatórios 3.1 Projetos acadêmicos – estrutura3.1 Projetos acadêmicos – estrutura O projeto de pesquisa pode ser considerado o planejamen- to, ou melhor, a estruturação de A a Z de todo processo para construção de uma monografia, dissertação e/ou tese. Seguramente podemos afirmar que um projeto de pesquisa bem estruturado (em que se observe um encadeamento lógico entre os objetivos, problematização e/ou hipóteses, questionamentos à realidade que se pretende pesquisar, uma consistente fundamentação teórica do tema e boa delimitação do procedimento metodológico) asse- gura entre 20 a 50% do trabalho acadêmico. Isso se dá porque a versão final de uma monografia, dis- sertação ou tese representa o relatório da pesquisa realizada, em que se apresenta o resultado da análise dos dados, infor- mando se os objetivos foram atingidos ou não, e se foram en- contradas ou não as respostas aos questionamentos e/ou hipó- teses pertinentes ao planejamento do projeto inicial. A seguir, apresentamos a estrutura básica de projeto acadêmico (cursos de graduação e pós-graduação) e/ou projetos de pesquisa para produção de artigos científicos. Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses 32 O projeto acadêmico, mais conhecido como projeto de pesquisa, de acordo com a norma NBR 15287 (2005), tem a seguinte estrutura: a) Elementos pré-textuais: capa, lombada (opcional), folha de rosto, lista de ilustração (opcional), lista de tabelas (opcional), lista de símbolos (opcional) e sumário. b) Elementos textuais: segundo a norma da ABNT-15287 (2005, p. 3): Esses elementos devem ser constituídos de uma parte introdutória, na qual devem ser expostos o tema do pro- jeto, o problema a ser abordado, a(s) hipótese(s), se hou- ver, bem como o(s) objetivo(s) a ser(em) atingido(s) e a(s) justificativa(s). É necessário que sejam indicados o referencial teórico que o embasa, a metodologia a ser utilizada, assim como os recursos e o cronograma neces- sários à sua execução. c) Elementos pós-textuais: compreendem referências, glos- sário (opcional), apêndice (opcional), anexo (opcional) e índice (opcional). Vamos então ao detalhamento desses elementos aponta- dos pela norma supracitada para construção de um projeto aca- dêmico/projeto de pesquisa, cuja estrutura geral é: Introdução 1. Objetivo geral 1.1 Objetivos específicos 2. Hipótese (s) e/ou questão central da pesquisa 3. Fundamentação teórica 4. Metodologia 4.1 Método(s), materiais e técnicas 4.2 Instrumentos de pesquisa 4.2.1 Observação 4.2.2 Questionário Capítulo 3: Projetos e relatórios 33 4.2.3 Entrevista 4.2.4 Formulários e planilhas 5. Universo e amostra 6. Orçamento 7. Cronograma de atividades ReferênciasApêndices Anexos O projeto acadêmico requer a realização de pesquisa, vi- sando à construção de trabalhos científicos. Para isso, é neces- sário muita disciplina, reflexões sistemáticas sobre a realidade empírica a ser pesquisada, fazendo-se frequentes anotações sobre a evolução do pensamento, as leituras realizadas e as observações do fenômeno, relativamente ao objeto de estudo. Antes de formular o projeto de pesquisa, é importante tentar responder mentalmente as questões: O QUE FAZER? POR QUÊ? PARA QUEM? ONDE? COMO? QUANDO? Assim, após mencionar os itens e subitens da estrutura de um projeto acadêmico e/ou projeto de pesquisa, passamos a des- crever, de forma concisa, o significado e a forma de como deve ser trabalhado cada um dos itens e subitens desse tipo de projeto. 3.1.1 Introdução3.1.1 Introdução Todo projeto de pesquisa deve começar situando, no tem- po e no espaço (contextualização), o problema ou a questão central do estudo. O problema de pesquisa é uma questão que envolve intrinsecamente uma dificuldade teórica e prática, para a qual se busca resposta ou solução do problema que se esco- lheu como tema de estudo. Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses 34 É recomendável que, logo na introdução , o(a) autor(a) comece pela fundamentação do seu objeto de estudo, fa- lando da escolha e importância do tema, objetivos, hipótese(s), uma rápida menção sobre a(s) teoria(s), au- tores mais importantes que estudam o tema, metodologia, amostra e a possível contribuição que possa ser dada aoavanço do conhecimento. Um problema de pesquisa está ligado a um problema de conhecimento, e pressupõe a elaboração de um projeto para nor- tear a construção de uma monografia, dissertação ou tese. A elaboração cuidadosa de um projeto de pesquisa facilita a apre- sentação final dos resultados obtidos na pesquisa de campo ou laboratório. Enfim, monografia, dissertação e tese nada mais são do que o relatório detalhado da execução do projeto inicial. A fun- damentação e a importância de um problema de pesquisa têm como objetivo principal responder ao questionamento: por que é importante estudar este problema? Entenda-se que um problema de pesquisa ou um proble- ma em ciência requer um questionamento da realidade; é algo que nos inspira a buscar uma resposta para aprofundar nossa própria prática e contribuir para o avanço do conhecimento. Na introdução do projeto acadêmico, após a contextualização do problema de pesquisa no tempo e no es- paço, é importante que se coloque este problema em termos de questionamento. Daí porque se recomenda levantar uma questão central de pesquisa ou questão de partida, e construir entre duas a três questões suplementares que estejam visceralmente relacionada s com a questão central de pesqui- sa em temos de ação. Capítulo 3: Projetos e relatórios 35 Assim procedendo, seguramente essas questões, quando bem focadas no problema de estudo e consequentemente bem formuladas, facilitam a construção dos objetivos do estudo que se pretende realizar. Em síntese, a introdução do projeto acadêmico pressupõe: • Análise e delimitação da situação inicial em que se apre- senta o problema a ser pesquisado (contextualização). • Delineamento do problema de pesquisa segundo sua im- portância e motivação do pesquisador para realizar o estudo. • Levantamento do problema de pesquisa em termos dequestionamentos.1 É importante lembrar que um projeto acadêmico, ou sim- plesmente um projeto de pesquisa, requer o tempo todo um cuidado especial para que, na construção de cada item e subitem, exista um encadeamento lógico, em que todo texto esteja per- feitamente conectado. Dessa forma, um projeto bem elaborado se constitui um referencial seguro para a construção de traba- lhos acadêmicos. Por tudo isso, é possível afirmar que esses trabalhos aca- dêmicos nada mais são do que aoperacionalização do projeto de pesquisa pré-elaborado, ou seja, um projeto de pesquisa bem construído significa um grande avanço para a apresentação do relatório final, em termos de monografia, dissertação ou tese de boa qualidade. 11Dependendo da opção do autor da pesquisa e do orientador, e, mais precisamente, para estudos que privilegiam a abordagem quantitativa em vez de questões de pesquisa, são construídas hipóteses e variáveis. Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses 36 Quando dizemosoperacionalização, estamos nos referindo à pesquisa de campo com posterior apresentação da análise dos dados coletados e considerações finais. Finalmente, definir um problema de pesquisa significa especificá-lo com detalhes precisos e exatos, demonstrando cla- reza, concisão e objetividade. 3.1.2 Objetivo geral3.1.2 Objetivo geral A construção de um objetivo de pesquisa precisa ser efe- tuada de forma clara e concisa, expressando apenas uma ideia. Em termos gramaticais, deve incluir apenas um sujeito e um complemento. O objetivo geral precisa dar conta da totalidade do problema da pesquisa, devendo ser elaborado com um verbo de precisão, evitando ao máximo uma possível distorção na in-terpretação do que se pretende pesquisar. Tanto os objetivos gerais como os específicos devem ser construídos com o verbo no infinitivo (diagnosticar, analisar, estudar, identificar). A elaboração do objetivo geral deve ser direcionada à pesquisa que se vai realizar e jamais deve envol- ver explicações teóricas, discussões ou análise do que se pre- tende alcançar como resultado final do estudo. Os objetivos es- pecíficos detalham o enunciado do objetivo geral, definindo o que se pretende pesquisar. Vejamos um exemplo deobjetivo geral, cujo problema de pesquisa está centrado nos fatores que ocasionam o alto índice de evasão escolar nas séries iniciais do Ensino Fundamental, na Zona da Mata, em Pernambuco: Capítulo 3: Projetos e relatórios 37 • identificar os fatores que determinam o alto índice de evasão nas escolas rurais do município de Surubim, lo- calizado no Estado de Pernambuco. 3.1.2.1 Objetivos específicos3.1.2.1 Objetivos específicos2 Os objetivos específicos fazem o detalhamento do obje- tivo geral e devem ser iniciados com o verbo no infinitivo. É recomendável a utilização de, no máximo, quatro objetivos específicos. Retomando o exemplo dado para construção do objetivo geral, apresentamos dois exemplos deobjetivos específicos: • diagnosticar o perfil socioeconômico das famílias situa- das na zona rural de Surubim, que têm filhos matricu- lados nas séries iniciais do Ensino Fundamental; • analisar os fatores que contribuem para o alto índice de evasão escolar. Ainda para facilitar a elaboração de objetivos, apresenta- remos a seguir uma pequena lista de alguns verbos que são mais utilizados para elaboração de objetivos gerais. Os verbos apre- sentados no quadro 5 oferecem uma noção mais contundente em termos de dimensão macro (geral). 22 Chamamos a atenção para não se confundirem objetivos específicos com metas , visto que estas dizem respeito ao que se pretende estudar em termos de números , que são imbricados com a determinação de tempo . Por exemplo: selecionar, em cinco municípios da zona rural de Petrolina, 25 vacas leiteiras, verificando-se a produção durante os meses de maio a julho de 2003. Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses 38 Para os objetivos específicos que requerem ação, os ver- bos mais comuns são apresentados no quadro 6. A título de sugestão, apresentamos uma lista mais com- pleta de verbos no Apêndice H, lembrando que muitos outrospoderão ser utilizados, desde que sejam mais precisos para a elaboração dos objetivos gerais e específicos. 3.1.3 Hipótese(s) e/ou questão central da3.1.3 Hipótese(s) e/ou questão central da pesquisapesquisa Qualquer investigação pressupõe o levantamento de hipótese(s), muito embora, nos estudos de caráter meramente Capítulo 3: Projetos e relatórios 39 exploratório ou descritivo, seja opcional sua explicitação for- mal. Como bem assinala Oliveira (2000, p. 156), “a utilização de uma hipótese é necessária para que a pesquisa apresente re- sultados úteis, atinja níveis de interpretação mais altos, princi- palmente nas dissertações e teses”. Entenda-se como hipótese de um trabalho científico a su- posição que se faz na tentativa de explicar o que se desconhece e o que se pretende demonstrar, testando variáveis que poderão legitimar ou não o que se quer explicar ou descobrir. A princi- pal função de uma hipótese é sugerir explicações para os fatos. Sendo uma suposta resposta ao problema que se vai estudar, a hipótese conduz a uma verificação empírica. Essa antecipação do conhecimento, que é provisória, após a realização da pesqui- sa, poderá ser confirmada ou rejeitada. Em um trabalho científico, trabalhar com mais de qua- tro hipóteses é bastante complicado, daí por que é recomen- dável trabalhar com uma, duas ou, no máximo, três hipóteses. Segundo Tukan (1972, p. 24) e Kerlinger (1980, p. 38), as hi- póteses apresentam características importantes e são classifi- cadas em três níveis: 1) deve ser um enunciado de redação clara, sem ambiguidade e em forma de sentença declarativa; 2) deve estabelecer relações entre duas ou mais variáveis; 3) deve ser testável. Toda hipótese deve ser testada para chegar-se a uma verdade factual. Portanto, se não for possível testar uma hipótese, não é possível desenvolver uma pesquisa, construir um conhecimento. Levando-se em consideração que nas últimas décadas as pesquisas em Ciências Sociais e Humanas vêm demonstrando inúmeras mudanças, é possível observar novas tendências quanto às análises interativas entre dados qualitativos e quantitativos. Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses 40 Dessa forma, novos formatos estão surgindo quanto à constru- ção de questões de pesquisa em substituição ao levantamento de hipóteses. Assim, a elaboração de uma questão central de pesquisa, também chamada de questão de partida, pode facilitar o traba- lho do pesquisador na busca de explicações de fatos, objetos e fenômenos, ou, melhor dizendo, pode ajudá-lo a encontrar res- postas para o objeto de estudo. É importante ressaltar que a construção de uma questão central de pesquisa demanda a ela- boração de questões subsidiárias que visam direcionar a elabo- ração dos objetivos de pesquisa. 3.1.4 Fundamentação teórica3.1.4 Fundamentação teórica Também chamada de marco teórico, quadro teórico, qua- dro referencial ou, ainda, revisão de literatura, a fundamenta- ção teórica trata da literatura pertinente ao tema da pesquisa (objeto de estudo). É um trabalho criterioso e crítico que re- quer muita leitura para fazer uma construção ou reconstrução teórica, que servirá de fundamentação para a análise dos dados coletados na realidade pesquisada. Recomenda-se boa articulação ou conexão entre os parágra- fos, evitando-se a fragmentação. O referencial teórico, bem como toda construção de monografia, dissertação ou tese, exige uma “construção lógica do pensamento ou síntese, que é a coordenação inteligente das ideias, conforme as exigências racionais da sistema- tização própria do trabalho” (SEVERINO, 2000, p. 81-82). Também é recomendável utilizar palavras ou pequenas frases que facilitem as conexões entre os parágrafos, como, por exemplo: portanto, daí por que, nestesentido, entretanto, ain- da que, estudando, além disso, encontramos no autor etc. Capítulo 3: Projetos e relatórios 41 3.1.5 Metodologia3.1.5 Metodologia Entenda-se metodologia como processo no qual se aplicam diferentes métodos, técnicas e materiais, tanto laboratoriais como instrumentos e equipamentos para coleta de dados no campo. A metodologia engloba todos os passos realizados para a cons- trução do trabalho científico, que vai da escolha do procedimento para obtenção de dados, perpassando a identificação de método(s), técnica(s), materiais, instrumentos de pesquisa e definição de amos- tra/universo, à categorização e análise dos dados coletados. É fundamental que o(a) pesquisador(a) mencione qual o tipo de pesquisa que pretende desenvolver, explicando se a op- ção é por uma pesquisa empírica com trabalho de campo ou de laboratório; se vai realizar uma pesquisa de análise teórica, uma pesquisa teórico-empírica, uma pesquisa histórica, um estudode caso ou, ainda, uma combinação de dois tipos de pesquisa. Para o levantamento dos dados, podem ser empregados os seguintes procedimentos: pesquisa documental, pesquisa bi- bliográfica, contatos diretos e observações de fatos e fenôme- nos, mediante a utilização de planilhas ou equipamentos especí- ficos para coleta e análise de dados do objeto de pesquisa. A escolha da metodologia ou do procedimento meto- dológico de pesquisa deve estar adequada aos objetivos e à justi- ficativa, além de coerente com a formulação do problema que vai ser investigado. Nessa direção, Denker (1998, p. 85) enfatiza que: O detalhamento dos procedimentos metodológicos in- clui a indicação e a justificação do paradigma que orien- ta o estudo, etapas de desenvolvimento da pesquisa, descrição do contexto, processo de seleção dos partici- pantes, os procedimentos e o instrumental de coleta e análise dos dados e os recursos utilizados para maxi- mizar a precisão de resultados. Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses 42 Daí por que o procedimento metodológico de um projeto de pesquisa pressupõe descrever com precisão os seguintes ele- mentos: • estudos exploratórios já realizados ou que serão reali- zados e que justifiquem a escolha do tema; • construção dos objetivos e/ou hipóteses; • delimitação da amostra; • procedimentos que serão adotados para levantamento dos dados; • definição das técnicas que serão utilizadas para trata- mento e análise dos dados coletados; • limitações e delimitações das variáveis a serem contro- ladas; • estratégias para análise dos dados coletados e divulga- ção dos resultados. 3.1.5.1 Método(s), materiais e técnicas3.1.5.1 Método(s), materiais e técnicas A escolha de métodos e técnicas está relacionada à defini- ção precisa de um problema de pesquisa que, sendo uma difi- culdade teórica ou prática, requer a busca de explicações para encontrar-se uma resposta. Em regra geral, não se aplica apenas um método ou uma técnica na realização de uma pesquisa; é possível fazer-se uma combinação entre dois ou mais métodos e técnicas, desde que sejam adequados ao problema, ao objeto de estudo, conforme nos informa Sílvio (2000, p. 163): A seleção do instrumental metodológico está diretamen- te relacionada com o problema a ser pesquisado; a esco- lha dependerá dos vários fatores relacionados com a pes- quisa, ou seja, a natureza dos fenômenos, o objetivo da pesquisa, os recursos financeiros, a equipe humana e outros elementos que possam surgir no campo da inves- tigação. Capítulo 3: Projetos e relatórios 43 Assim, é importante entender que “osmétodos são proce- dimentos mais amplos de raciocínio, enquantotécnicas são pro- cedimentos mais restritos que operacionalizam os métodos, me- diante emprego de instrumentos adequados” (SEVERINO, 2000, p. 162). Segundo Richardson (1999, p. 70), “o método em pesqui- sa significa a escolha de procedimentos sistemáticos para a des- crição e explicação de fenômenos”. Assim, em sentido amplo, podemos afirmar que em pesquisa temos dois grandes métodos: o quantitativoe o qualitativo. Para melhor compreensão dessa clas- sificação, há uma explicação no segundo capítulo deste manual, onde trabalhamos, no item 2.2.6.1, a abordagem quantitativa e, no item 2.2.6.2, a abordagem qualitativa. Quanto à escolha e coleta do material para cada pesquisa, depende da habilidade do pesquisador, visando à garantia da confiabilidade nos resultados que serão apresentados. 3.1.5.2 Instrumentos de pesquisa3.1.5.2 Instrumentos de pesquisa Para o levantamento dos dados, é preciso selecionar ins- trumentais adequados que preencham os requisitos devalidez, confiabilidade e precisão. Os mais utilizados são entrevistas e ques- tionários, além de formulários e planilhas, que são elaborados para se realizar pesquisas com animais, plantas e outras espe- cificidades de cada objeto de estudo. Um instrumento de pesquisa é consideradoválido quando consegue medir com precisão o que se deseja conhecer. A confiabilidade é pertinente ao instrumento que, repetidas vezes, é aplicado a um mesmo grupo de pesquisa e demonstra o mes- mo resultado. A precisão diz respeito à segurança que se pode obter com a aplicação do instrumental, segundo a demonstra- ção da validez e da confiabilidade que foram testadas. Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses 44 3.1.5.2.1 Observação3.1.5.2.1 Observação A observação é a base da investigação científica, permi- tindo o registro dos fenômenos da realidade para se planejarem e sistematizarem os dados que serão coletados. 3.1.5.2.2 Questionário3.1.5.2.2 Questionário O questionário é considerado um importante instrumen- to de pesquisa por fornecer subsídios reais do universo ou da amostra pesquisada. A elaboração de um questionário requer que o(a) pesquisador(a) conheça a realidade a ser pesquisada, sendo recomendável que o tempo para as respostas não ultra- passe meia hora. A elaboração das questões deve estar funda- mentada no problema formulado, na hipótese e teoria pertinen- tes ao tema pesquisado, devendo estar em relação direta com a realidade da pessoa que vai responder ao questionário. Para a elaboração de questionários, utilizam-se duas cate- gorias de questões: as abertas e as fechadas. As questões aber- tas permitem respostas livres, como, por exemplo: qual sua opi- nião sobre os efeitos da globalização na economia brasileira? Já as questões fechadas delimitam as respostas: você é a favor do racionamento de energia? Sim ( ) Não ( ). É recomendável que, na aplicação do questionário, não conste a identificação da pessoa que o responde, deixando-se, assim, maior liberdade para o fornecimento das respostas. 3.1.5.2.3 Entrevista3.1.5.2.3 Entrevista A entrevista diferencia-se do questionário por estabelecer uma relação direta entre pesquisador(a) e entrevistado(a) e pela utilização do registro das respostas em gravadores ou anota- ções manuais. Capítulo 3: Projetos e relatórios 45 Em uma entrevista, é possível aplicar um questionário ou simplesmente utilizar um roteiro com itens que exijam respos- tas livres. Em ambos os casos, o(a) entrevistador(a) deve ater- se ao que está escrito, evitando questionamentos “fora” do que se pretende pesquisar. 3.1.5.3 Formulários e planilhas3.1.5.3 Formulários e planilhas O formulário diferencia-se do questionário, pois aque- le é preenchido pelo(a) pesquisador(a), enquanto neste, é o(a) próprio(a) entrevistado(a) que escreve as respostas. A planilha é um instrumento de pesqui sa no qual o(a) pes- quisador(a) faz anotações sistemáticas sobre observações de um determinado fenômeno, reação de comportamento ou alterações, segundo a manipulação de produtos quími- cos, crescimento de plantas, animais e outras característi- cas, de acordo com as especificidades de cada objeto de pesquisa. 3.1.6 Universo e amostra3.1.6 Universo e amostra Em pesquisa, nem sempre é possível coletar informações da totalidade de um grupode pessoas, objetos, plantas ou ani- mais. Por isso há a necessidade de investigar apenas parte dessa população ou universo, tendo-se o cuidado de escolher uma amostra representativa que dê confiança e sustentabilidade à análise dos dados coletados. Para Oliveira apud Marcondi (2000, p. 159-160),universo ou população é um conjunto de seres animados ou inanimados que, pelo menos, apresenta uma característica em comum. Ain- da segundo esse autor, aamostra é uma parcela ou porção con- venientemente selecionada do universo ou população: Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses 46 O problema da amostragem é, portanto, escolher uma parte (amostra), de tal forma que ela seja a mais repre- sentativa possível do todo e, a partir dos resultados obti- dos relativos a essa parte, poder inferir, o mais legitima- mente possível, os resultados da população total, se essa fosse verificada. 3.1.7 Orçamento3.1.7 Orçamento É opcional e aplica-se aos projetos que são financiados. O orçamento, fruto de fontes financiadoras, deve ser digitado em forma de tabela, com detalhamento das despesas pelos itens: recursos humanos, recursos financeiros, recursos materiais, material de consumo, serviços de terceiros, viagens, diárias e outras especificidades inerentes a cada projeto de pesquisa. 3.1.8 Cronograma de atividades3.1.8 Cronograma de atividades Compreende o elenco de todas as atividades e deve ser digitado com a configuração da folha em paisagem (sentido ho- rizontal). Os nomes dos meses devem ser abreviados em apenas três letras minúsculas e com ponto final. Excetua-se apenas o mês de maio, que deve ser escrito com as quatro letras e sem ponto final, conforme modelo apresentado no Apêndice G. 3.1.9 Referências3.1.9 Referências Entenda-se porreferências textuaistodo material bibliográfico pesquisado e citado no interior do texto de monografias, disserta- ções, teses, artigos científicos, livros, relatórios. A forma de apresen- tação deve seguir a formatação da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), conforme detalhamento no Capítulo 6 desta obra. Segundo a ABNT (NBR 14724, 2005, p. 8): “As referências, ao final do trabalho, devem ser separadas entre si por dois espa- ços simples.” Capítulo 3: Projetos e relatórios 47 3.1.10 3.1.10 Apêndices/AnexApêndices/Anexosos Os anexos e apêndices devem ser apresentados em ordem alfabética, logo após asreferências, conforme as normas da ABNT que estão explicitadas no Capítulo 6 desta obra. 3.2 Projetos técnicos3.2 Projetos técnicos A construção de um projeto técnico para realização de uma assessoria e/ou “venda de uma ideia e/ou produto”,3 geral- mente demanda uma introdução para situar com precisão o que se pretende apresentar como proposta técnica, visando à ob- tenção de recursos financeiros, ao pagamento pela aquisição de produtos e/ou à prestação de serviços. Os outros elementos para esse tipo de projeto são: objetivos (geral e específicos), metas, estratégias, orçamento, cronograma, avaliação e bibliografia. Sabendo-se que o objetivo geral apresenta a totalidade do que se pretende trabalhar ou estudar, recomenda-se que o mes- mo tenha uma elaboração consistente e não ultrapasse mais do que duas construções. Em termos ideais, recomenda-se que seja elaborado apenas um objetivo geral e, usualmente, dois a três objetivos específicos. Tanto os objetivos gerais quanto os espe- cíficos devem iniciar sua elaboração com o verbo no infinitivo. A elaboração de um projeto técnico requer: • capa de identificação (no alto do papel, digitar, de for- ma centralizada, o nome da empresa e/ou IES, ONG, associação, cooperativa); • título da proposta (no meio da folha de papel, digitar o título de forma centralizada); 33 Entenda-se que realizar uma assessoria, vender uma ideia ou um produto diferencia-se de uma proposta de pesquisa acadêmica, a qual é exigida como critério de avaliação. O relatório acadêmico, necessariamente, implica a elaboração de monografia, dissertação ou tese. Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses 48 • local (endereço completo); • período; • equipe técnica (se houver); • coordenador(a); • público-alvo (clientela). Todos esses itens devem ser digitados abaixo do título do proje- to, deixando-se em média uma distância de 3 cm, com recuo à esquer- da de 8 cm. O local e a data do dia em que for entregue o projeto devem ser digitados no final da folha de papel e de forma centralizada. A estruturação geral do projeto é apresentada no Apêndice F. 3.2.1 Projetos de intervenção3.2.1 Projetos de intervenção O chamado projeto de intervenção poderá ter duas conotações: ser um projeto meramente técnico, solicitado por uma empresa ou uma ONG, configurando-se, nesse caso, como um trabalho de assessoramento ou consultoria. Em regra geral, esse tipo de projeto requer a assinatura de umcontrato, que deve ser assinado pelo cliente ou representante da instituição ou empresa que solicitou este tipo de trabalho. Na academia, o projeto de intervenção também se confi- gura como uma proposta de assessoria ou consultoria, mas se diferencia de um projeto meramente técnico, por exigir uma consistente fundamentação teórica. Nas Instituições de Ensino Superior (IES), o projeto de intervenção demanda um trabalhoacadêmico como requisito para obtenção de créditos educativos, que resulta de trabalhos realizados em forma de estágios, asses- soria ou consultoria em empresas, ONGs, cooperativas, associa- ções e diferentes organizações produtivas ou educacionais. Para esse tipo de projeto, as recomendações são as mes- mas que para os projetos acadêmicos (Apêndice L), acrescen- tando o item contrato. No caso de o projeto de intervenção ser Capítulo 3: Projetos e relatórios 49 proveniente da solicitação de uma empresa, as orientações são as mesmas sugeridas para os projetos técnicos. Em qualquer uma dessas modalidades, o trabalho do interventor deve ser bastante ético e anteceder uma sondagem, uma pesquisa de mercado ou, ainda, estar calcado em cima de da- dos provenientes das necessidades do cliente, das empresas, das ONGs e das diferentes organizações produtivas e/ou educacionais. 3.2.2 Projeto de intervenção em educação3.2.2 Projeto de intervenção em educação No âmbito da educação, é preciso entender, antes de tudo, o significado de intervenção, para, logo a seguir, fazermos uma reflexão do que venha a ser uma intervenção educativa e, final- mente, o real sentido de projeto de intervenção. No Dicionário Aurélio (1988, p. 367), intervenção quer dizer “ato de intervir”; ”interferência”. Segundo Legendre (1993, p. 756), a palavrain- tervenção quer dizer “ação de agir conscientemente e voluntari- amente dentro de um contexto preciso com o objetivo de influen- ciar ou provocar mudanças”. No que se refere à intervenção educativa, esse mesmo autor diz que esse tipo de intervenção “visa a melhorar hábitos ou performances, onde existem dificul- dades para evitar o agravamento dessas dificuldades no futuro”.4 Quanto ao projeto de intervenção, é quase inexistente uma referência bibliográfica, 5 uma vez que a literatura existente sereporta aos projetos de intervenção como requisito acadêmico para trabalho de conclusão de cursos de pós-graduaçãolato sensu. 44 Tradução livre do Dictionnaire actuel de l‘éducation , 2aa edição, de Renald Legendre, 1993. 55 Essas afirmações são baseadas na experiência da autora dessa obra, quando no exercício da função de Diretora do Projeto Internacional Université de Sherbrooke (U.S.) e Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) no período de 1989-1995. Tomamos como base uma obra canadense intitulada La function de conseil auprès des organizacions , da autoria de Lescarbeau, Pyaetti e St-Arnoud. Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses 50 Esses projetos implicam a realização de consultorias para efetivação de um trabalho de pesquisa, visando
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