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CADERNO DIREITO TRIBUTARIO I - PROF DANIELA BORGES

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Aluna: Flávia P. Crusoé 
 1 
DIREITO TRIBUTÁRIO I 
Prof.ª Daniela Borges 
 
INTRODUÇÃO AO DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
1. Conceito 
Direito é norma, enquanto a ciência do Direito é o estudo da norma. Então, direito tributário trata das normas que 
regulamentam o tributo e as relações jurídicas deles decorrentes. Já a ciência do direito tributário é o estudo dessas 
referidas normas. Assim, o objeto do direito tributário é justamente o conjunto de normas e as relações que dele 
decorrem. 
 
OBJETO DO DIREITO TRIBUTÁRIO = TRIBUTO E SUAS RELAÇÕES DECORRENTES 
 
Ainda, cumpre destacar que no direito tributário, o Estado estará presente no exercício da sua soberania, não entrando 
em uma relação horizontal com a outra parte. 
 
2. Relação com outras áreas 
Não se discute, didaticamente, a autonomia do Direito tributário. Com o direito financeiro, por exemplo, o tributo se 
relaciona sendo a principal fonte de receita pública, possuindo objetos de estudo diferentes. Se relaciona também com 
o direito administrativo, vez que a atividade de tributar é uma atividade administrativa. 
 
Também tem uma relação estruturante com o direito constitucional, como todos os outros. Mas, de todo modo, acaba 
se relaciona com todas as outras áreas do direito, como o penal, civil e até ambiental. 
 
Além disso, se relaciona com áreas não jurídicas, como as ciências políticas, auxiliando o direito tributário a criar, 
entender a logica de criação dos tributos. Assim, ao mesmo tempo que a tributação decorre de escolhas políticas, a 
própria ciência política também se influencia pela forma de tributação estabelecida pela sociedade. 
 
Tem uma conexão muito forte com a economia, vez que encontra nela a base da tributação, tanto na micro quanto na 
macroeconomia. Por fim, também se relaciona com as ciências contábeis, tendo em vista que tem como um dos seus 
principais focos a análise e registro do lucro e dos fatos econômicos em geral. Mesmo se relacionando, é importante 
destacar que a contabilidade não está a serviço do direito tributário, mas mantem uma conexão forte. 
 
 
INTRODUÇÃO AO TRIBUTO 
 
1. Histórico 
Toda a história demonstra que o ser humano é um ser social que busca viver em uma sociedade politicamente 
organizada, ou seja, que possui regras sobre exercícios de poder. De mesmo modo, é natural do ser humano buscar 
satisfazer necessidades individuais, como a própria defesa. Assim, na medida em que a sociedade foi se tornando 
complexa, organizar essa sociedade, com as necessidades dos seres humanos, foi se tornando, de mesma maneira, os 
custos dessa complexidade. 
 
Assim, quem exerce o poder, passa a tributar, seguindo a logica dos custos organizacionais da vida em sociedade. A 
tributação, então, entra com a função de chamar a sociedade para contribuir com esses custos, de modos variados, se 
condicionando aos níveis de complexidades das sociedades. Nesse contexto que nasce os tributos. 
 
Outro ponto, que é uma constância na história da sociedade, é que quem paga sempre quer pagar menos, ao mesmo 
tempo que quem arrecada, quer arrecadar sempre mais. Daí surge a importância do surgimento do Estado Democrático 
de Direito – EDD, que estabelece a ideia de que quem exerce o poder, deve exercê-lo de forma limitada pelo direito, 
elaborado de forma democrática, tendo como norma máxima a democracia. 
 
Adicionalmente, cumpre ressaltar que o tributo no paradigma no EDD carrega uma série de marcos, acompanhando os 
paradigmas de estado que vem se modificando ao longo dos anos, com o surgimento dos três poderes e da 
Constituição, por exemplo, se tornando mais ou menos liberal, ao longo dos tempos. 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
 2 
 
2. Funções no Estado Democrático de Direito – EDD 
Assim, o tributo, como forma de colocar a sociedade como contribuinte dos custos da sociedade, tem como principal 
função arrecadar dinheiro. Todavia, existem outras funções, que se relacionam, não existindo uma exclusividade, apenas 
uma predominância. 
 
→ FUNÇÃO FISCAL: é a função na qual o tributo, predominantente, tem de arrecadar dinheiro para os cofres públicos. 
 
→ FUNÇÃO EXTRAFISCAL: é uma função que vai além da fiscalidade, tratando da lógica do tributo de induzir 
comportamento humano, na medida em que aumenta, reduz, ou se estabelece na sociedade, como por exemplo, o 
imposto que incide sobre o tabaco. 
 
→ FUNÇÃO PARAFISCAL: é uma função que se configura quando quem cria o tributo delega a outra pessoa a função 
de arrecadar e fiscalizar este tributo. 
 
3. Conceito de tributo 
O conceito de tributo tem uma enorme aplicabilidade na prática, de modo que é a principal receita pública, mas não é 
a única. Nesse sentido, destaca-se o conceito implícito na Constituição de 1988, vez que essa, mesmo não definindo o 
tributo expressamente, regula o sistema tributário nacional, tomando como premissa o conceito de tributo. Nesse 
sentido, uma lei infraconstitucional não pode definir tributo de forma contrária ao disposto na Constituição, em respeito 
às balizas estipuladas por esta, mesmo que implicitamente. 
 
Nesse sentido, com o objetivo de se entender o que é tributo, é preciso estabelecer os requisitos de existência para que 
algo seja considerado tributo, de modo que só se configura se todos os requisitos se estabelecerem, vez que se falta 
algum, não há como ser tributo. Assim, são se destacam os seguintes requisitos: 
 
→ RELAÇÃO JURÍDICA DE NATUREZA OBRIGACIONAL: para que seja configurado um tributo, é necessário se ter alguém 
obrigado a algo, em face de outra pessoa. 
 
→ OBJETO: para configurar tributo, o objeto necessariamente tem que ser uma prestação pecuniária, dar dinheiro. 
 
→ CAUSA: para ser tributo, a causa não pode, em hipótese alguma, ser vontade, de modo que a obrigação deve decorrer 
da imposição do Estado no exercício da sua soberania, em razão de um fato que deve ser lícito, de forma que não 
poderá constituir sanção de ato ilícito. 
 
→ SUJEITO ATIVO: para ser tributo, o sujeito passivo, quem está sujeito a algo, pode ser qualquer pessoa, mas o sujeito 
ativo deve ser, necessariamente – para a maioria do entendimento – uma pessoa jurídica de direito público. Todavia, 
parte do entendimento também considera que, mesmo o sujeito ativo não sendo sujeito de direito público, será tributo 
se a destinação dos recursos for pública. 
 
É importante observar também que ocorra um tributo, considerando todos os requisitos de sua existência, mas, que 
ainda sim, não seja válido, legal, constitucional. Nesse sentido, se destaca o conceito expresso presente no art. 3º do 
Código Tributário Nacional – CTN, que deve sempre ser interpretado a luz de Constituição. 
 
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária (objeto) compulsória (decorrente de uma imposição), em moeda ou cujo 
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito (causa) → REQUISITOS DE EXISTÊNCIA, instituída 
em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. → REQUISITO DE VALIDADADE 
 
4. Norma de incidência do tributo 
 
SE A (ANTECEDENTE), DEVE SER B (CONSEQUENTE) → LÓGICA DO DIREITO DE IMPUTAR A UM FATO UMA 
CONSEQUÊNCIA 
 
No direito tributário, B, a consequência, necessariamente será dar dinheiro, e A o fato, que quando ocorre na realidade, 
é imputado a sua consequência, sempre lícito. 
 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
 3 
Assim, o A é o antecedente da norma, a descrição do fato gerador. Do outro lado, B é o consequente, a descrição da 
obrigação que vai nascer com a descrição do fato gerador. 
O fato gerador é uno e indivisível, enquanto a norma é abstrata e geral, não sendo ela capaz que descrever o 
determinado fato, mas consegue descrever os aspectos do fato: 
 
→ ASPECTO MATERIAL DO ANTECEDENTE: é a descrição do fato em si, é o nuclear. 
 
→ ASPECTO TEMPORAL DO ANTECEDENTE: trata da necessidade do fato estar situado no tempo, tratando da descrição 
do momento em quese considera ocorrido o fato gerador 
 
→ ASPECTO ESPACIAL DO ANTECEDENTE: trata da necessidade do fato estar situado no espaço, lidando com a descrição 
do local em que se considera ocorrido o fato gerado 
 
→ ASPECTO PESSOAL DO ANTECEDENTE: trata de quem está apto a realizar o fato gerador. 
 
→ ASPECTO QUANTITATIVO DO CONSEQUENTE: por se tratar da obrigação que nasceu, em dinheiro trata do cálculo 
do valor a se pagar, seja por base de cálculo ou alíquota. 
 
→ ASPECTO SUBJETIVO DO CONSEQUENTE: analisa a quem se deve apagar e quem deve pagar, ou seja, 
respectivamente o sujeito ativo e o sujeito passivo, podendo ser contribuinte ou responsável, da obrigação surgida. 
 
 
TEORIA DAS ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS – PARTE I: COMO IDENTIFICÁ-LAS 
 
1. Introdução 
Tributo é gênero do qual se tem algumas espécies, de modo que estão sujeitos a regimes jurídicos próprios, 
dependendo de suas especificidades. Nesse sentido, é preciso entender como identificar as diferentes espécies. 
 
Criar um tributo é estabelecer se “A” deve ser “B” do tributo, ou seja, quando o Estado estabelece se ocorrer um 
determinado fato, nasce a obrigação de se pagar certo tributo. Assim, no momento da criação do tributo, são 
considerados, como fatos geradores, antecedentes, fatos que envolvam atuação do poder público específicas em relação 
às pessoas. Se presume, então, que quem está praticando esse fato gerador tem alguma capacidade econômica, que 
demonstra capacidade contributiva, justamente por estar realizando o fato gerador. 
 
Assim, se teria a classificação das espécies a partir da análise do fato gerador, sendo a primeira coisa a ser identificada 
é a condição necessária suficiente para se ter subsunção do fato à norma e nascer a obrigação. Deve-se analisar se é o 
fato depende ou independe, é vinculado ou não vinculado à uma atuação estatal específica relativa ao contribuinte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O conceito de vinculado, então, entende se o fato gerador se depende, ou não, de uma atuação estatal específica. 
Originalmente, se tinha duas grandes espécies de tributos, de modo que os não vinculados, ganharam nome de 
impostos, e os vínculos, de taxas. Mas, se entende que o que define a espécie não é o nome, mas sim a análise do fato 
gerador. O próprio código define essa ideia, de modo que coloca como tributos não vinculados os impostos e, os não 
vinculados, as taxas, que se relacionam com os serviços públicos e ao exercício do poder de polícia, e as contribuições 
de melhoria, que se relacionam com as obras públicas das quais decorram valorização imobiliária. Assim, seria entendido 
da seguinte forma: 
 
AÇÃO DO FATO GERADOR → NÃO VINCULADO → IMPOSTO 
FATO 
GERADOR 
VINCULADO 
NÃO VINCULADO 
à uma atuação estatal específica relativa ao contribuinte 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
 4 
 
AÇÃO DO FATO GERADOR → VINCULADO → ANÁLISE DE QUE TIPO DE ATUAÇÃO ESTATAL → TAXAS OU 
CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA 
Ao longo do tempo, houve algumas alterações e algumas novidades, mas esse raciocínio se segue até os dias atuais. O 
importante é destacar que o fato gerador é o fato antecedente, não se confundindo com o dinheiro, com a receita 
 
Ex.: O Estado do Paraná instituiu uma taxa de melhoramento das vias urbanas, que deverá ser paga por todos os 
proprietários de imóveis urbanos e rurais localizados no Estado. Todo o dinheiro arrecadado será destinado ao 
melhoramento das vias e a base de cálculo do tributo será o valor venal dos imóveis → Nesse caso, basta ter o imóvel 
no Estado, ou seja, não é vinculado, sendo assim, um imposto. 
 
Nesse sentido, o próprio Código Tributário Nacional dispõe acerca dessa regra para definição da espécie de tributo. 
 
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo 
irrelevantes para qualificá-la: 
I - A denominação e demais características formais adotadas pela lei; 
II - A destinação legal do produto da sua arrecadação. 
 
Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria. 
 
E, portanto, a Constituição Federal recepciona o disposto no CTN. 
 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: → 
CONSTITUIÇÃO NÃO CRIA TRIBUTOS, OUTORGA COMPETÊNCIA PARA 
I - Impostos; → DEFINIDOS NO ART 153, 154 E 155 DA CONSTITUIÇÃO 
II - Taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos 
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; 
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. 
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do 
contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, 
respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do 
contribuinte. 
§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. 
 
É importante destacar que a Constituição não cria imposto, mas sim outorga a competência, à União, Estados e 
Municípios, para que se crie o tributo, por esses especificados, sobre a matéria que a própria Constituição estabelece 
como parâmetro para. É como se a CF definisse os fatos geradores que pode se usar como fundamento para a crianção 
de determinado imposto, que será criado e especificado pelo ente federativo. 
 
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: 
I - Importação de produtos estrangeiros; 
II - Exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; 
III - renda e proventos de qualquer natureza; 
IV - Produtos industrializados; 
V - Operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; 
VI - Propriedade territorial rural; 
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. 
 
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 3, de 1993) 
I - Transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, 
de 1993) 
II - Operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e 
intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
III - propriedade de veículos automotores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
 5 
 
2. Tributos Finalísticos 
Recepcionando o que é disposto no Código Tributário Nacional, a Constituição de 1988 define uma modalidade para 
se definir a espécie do tributo 
 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: 
I - Para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; 
II - No caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 
150, III, b. → NÃO É SOBRE O FATO MAIOR OU SOBRE O INVESTIMENTO, É PARA, COM FINALIDADE ESPECÍFICA 
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que 
fundamentou sua instituição. 
 
 
 
 
 
 
Assim, deve-se analisar a finalidade do tributo, caso seja um tributo finalístico, analisa-se em qual categoria se encaixa, 
dentre as elencadas acima. Caso não se enquadre no que é disposto pela Constituição, volta-se a analisar o fato gerador 
e a sua vinculação, ou não, à uma atuação estatal específica relativa ao contribuinte. 
 
3. Competências Tributárias 
Em um Estado Democrático de Direito, quem exerce o poder, exerce o poder limitado pelo Direito, de modo que, nesse 
contexto, os entes federativos só podem atuar em que a Constituição o permite que faça. Nesse sentido, a competênciatributária é o poder de tributar, de instituir e legislar sobre os tributos. 
 
Assim, só quem tem competência tributária são os entes políticos do Brasil, ou seja, a União, os Estados e os Municípios. 
 
Art. 6º A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena, ressalvadas 
as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e 
dos Municípios, e observado o disposto nesta Lei. 
 
Nesse sentido, cumpre destacar que a Constituição não cria tributos, apenas outorga, de forma expressa, competência 
tributária, repartindo-a entre os entes federativos. Assim, caso um ente federativo crie um tributo o qual ele não tem 
competência para tal, ele será inconstitucional por ausência de competência. Isto porque o Brasil é uma federação, ou 
seja, há uma descentralização de poder, ou seja, a repartição do poder e de competência. 
 
É importante diferenciar a competência tributária da receita tributária, vez que essa o dinheiro arrecadado, e o primeiro, 
a competência para instituir tributos. A Constituição reparte a competência tributária e, ainda, reparte as receitas 
tributárias, vez que um ente federativo pode ser competente para criar um tributo, que arrecadará uma determinada 
receita, de modo que quem tem direito a receita não pode, por esta razão, interferir no exercício desta competência. 
 
Art. 6º Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de 
direito público pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos. 
TRIBUTOS 
FINALÍSTICOS 
EMPRÉSTIMOS 
COMPULSÓRIOS 
GUERRA EXTERNA, CALAMIDADE PÚBLICA, INVESTIMENTO PÚBLICO (DE 
CARATER URGENTE E DE RELEVANTE INTERESSE NACIONAL)
CONTRIBUIÇÕES 
ESPECIAIS
SOCIAIS, INTERVENÇÃO NO DOMINIO ECONÔMICO, INTERESSE DE 
CATEGORIA ECONÔMICA OU PROFISSIONAL
EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS TERÁ QUE SER DEVOLVIDO
RECEITA VINCULADA À FINALIDADE 
QUE DEVE CAUSAR A SUA CRIAÇÃO
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS NÃO TERÁ QUE SER DEVOLVIDO
RECEITA VINCULADA À FINALIDADE 
QUE DEVE CAUSAR A SUA CRIAÇÃO
Aluna: Flávia P. Crusoé 
 6 
 
3.1. Características da Repartição de Competências 
Podem ser citadas as seguintes características: 
 
→ INDELEGABILIDADE: trata do fato da competência de instituir e legislar sobre tributos é não ser passível de delegação. 
Não se pode confundir a competência com a habilidade de ser sujeito ativo de arrecadar e fiscalizar, de modo que é 
importante destacar que a competência tributária é diferente da capacidade tributária ativa. Em regra, quem é 
competente ocupa o lugar de sujeito ativo, de maneira que a capacidade é, em regra, também indelegável, todavia, 
pode ser delegável, sendo possível que a lei que cria o tributo delegue a outra pessoa jurídica de direito publico a função 
de arrecadar e fiscalizar, configurando, assim, a parafiscalidade. 
 
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de 
executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de 
direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição 
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público 
que a conferir. 
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a 
tenha conferido. 
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função 
de arrecadar tributos. 
 
 
 
→ IRRENUNCIABILIDADE: trata do fato que caso o ente que possui competência não a exercer, não da direito a nenhum 
outro ente de exercer no seu lugar. 
 
Art. 8º O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a 
que a Constituição a tenha atribuído. 
 
→ FACULTIVIDADE: decorre da própria irrenunciabilidade, vez que o exercício da competência tributária é facultativo, 
vez que o ente federativo não é obrigado a criar tributos. 
 
→ INCADUCABILIDADE: é a consequência da facultividade, vez que o direito de exercer a competência não caduca, ou 
seja, caso o ente não exerça a competência, o ente federativo não perde o direito de legislar. 
 
→ (IN)ALTERABILIDADE: trata da discussão acerca da possibilidade de a Constituição alterar a repartição da 
competência. De maneira geral, entende-se que pode alterar para acrescentar, mas para retirar, se discute ainda. 
 
 
TEORIA DAS ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS – PARTE II 
 
Se dividem em taxas, impostos, contribuições de melhoria, contribuições especiais e empréstimos compulsórios. 
 
1. Taxas 
É um tributo, cujo fato gerador é vinculado à uma atuação estatal específica relativa ao contribuinte, que, consista na 
prestação de um serviço público, específico e divisível, ou no exercício do poder de polícia, conforme o disposto no art. 
145, II e §2° CF/88 e art. 77 a 80, CTN. 
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
INSTITUIR E LEGISLAR SOBRE TRIBUTOS
INDELEGÁVEL
CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA
ARRECADAR E FISCALIZAR TRIBUTOS (SUJEITO ATIVO)
DELEGÁVEL (PARAFISCALIDADE)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao46.htm#art18%C2%A73
Aluna: Flávia P. Crusoé 
 7 
 
1.1. Repartição de competências realizas pela CF/88 
No que tange a repartição de competências, realizada pela Constituição Federal, é importante destacar que esta 
outorgou a todos os entes federativos competência para instituir taxas, desde que em razão de serviços públicos que 
prestem e do poder de polícia quer exerçam e para os quais tenham competência constitucional administrativa. 
 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: 
II - Taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos 
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; 
 
Desse modo, se estabelecem como requisitos gerais: 
 
• Taxas não podem ter base de cálculo própria de impostos (art. 145, §2°, CF/88, art. 77, parágrafo único, CTN). A 
base de calcula própria de impostos diz se relaciona com a ideia de capacidade contributiva do contribuinte, 
identificado no processo de criação do imposto, de modo que a base de cálculo mede essa capacidade. Assim, 
o valor só poderia ser mensurado no caso concreto, sendo o que se realiza na tributação de impostos, 
considerando justamente sua função. Assim, as taxas não podem ter esse tipo de base de cálculo em decorrência 
da sua logica, que é de chamar as pessoas para ressarcir o gasto que o Estado teve na sua atuação, não 
significando dizer que não podem variar, dependendo sobre qual custo de fiscalização recaem. 
 
Súmula Vinculante nº 29 do STF – Base de cálculo. É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais 
elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base 
e outra. 
 
Súmula nº 595 do STF – É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo 
seja idêntica à do imposto territorial rural. 
 
Súmula nº 667 do STF – Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre 
o valor da causa. 
 
• As taxas poderão ser instituídas em razão da prestação de serviços públicos e exercício de poder de polícia 
compreendidos no âmbito das competências administrativas constitucionais atribuídas a cada ente da 
Federação. (art. 80, CTN) 
 
Adicionalmente, se estabelecem os requisitos específicos das taxas instituídas em razão do exercício do poder de polícia: 
 
• Exercício regular do poder de polícia, conforme o disposto no art. 78 do CTN. 
 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administraçãopública que, limitando ou disciplinando direito, 
interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à 
segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades 
econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à 
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº 31, de 1966) 
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente 
nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como 
discricionária, sem abuso ou desvio de poder. 
 
1.2. Taxas e tarifas 
É importante, ainda, diferenciar taxas de tarifas, vez que não se confundem. 
 
TAXAS TARIFAS 
Tributo Não é tributo 
Refere-se à prestação do serviço público por pessoas 
jurídicas de direito público 
Refere-se à prestação do serviço público por pessoas 
jurídicas de direito privado em regime de concessão ou 
permissão 
Serviços públicos essenciais Serviços públicos não essenciais 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
 8 
Regime Jurídico de Direito Público Regime Jurídico de Direito Privado 
Sujeita-se aos princípios do Direito Tributário Não se sujeita aos princípios do Direito Tributário 
Pode ser cobrada em razão de serviço público efetivo ou 
potencial e exercício do poder de polícia 
Só pode ser cobrada em razão de serviço público efetivo 
 
Súmula nº 545 do STF – Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, 
são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu. 
 
Assim, se destaca os requisitos específicos das taxas instituídas em razão da prestação de serviços públicos: 
 
• Serviço públicos específicos e divisíveis. 
 
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: 
II - Específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou de 
necessidades públicas; 
III - Divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários. 
 
Súmula Vinculante nº 41 do STF – O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa. → O QUE 
ACONTECE NA PRÁTICA É A COBRANÇA DE CONTRIBUIÇÃO. 
 
Súmula Vinculante nº 19 do STF – A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e 
tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal. 
 
• Utilizados pelo contribuinte de forma efetiva ou potencial. 
 
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: 
I - Utilizados pelo contribuinte: 
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; 
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade 
administrativa em efetivo funcionamento; → É NECESSÁRIO QUE SEJA UM SERVIÇO DE USO OBRIGATÓRIO 
 
2. Contribuições de melhoria 
Tributo cujo fato gerador é vinculado a uma atuação estatal específica relativa ao contribuinte que consista em uma 
obra pública da qual decorra valorização imobiliária, conforme o disposto no art. 145, III, CF/88 e art. 81 e 82, CTN. 
 
2.1. Repartição de competências realizas pela CF/88 
A CF/88 outorgou a todos os entes federativos competência para instituir contribuições de melhoria, desde que em 
razão de obras públicas que realize e para as quais tenham competência constitucional administrativa. É importante 
destacar que quem tem competência para instituir a contribuição é quem, de fato, realiza a obra, considerando que 
pode, por exemplo, o Estado realizar uma obra no município. 
 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: 
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. 
 
Assim, são os requisitos para a criação de contribuição de melhoria: 
 
• Existência da obra pública da qual decorra valorização imobiliária. 
 
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no 
âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização 
imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra 
resultar para cada imóvel beneficiado. 
 
• Limites para o valor a ser cobrado: 
→ Limite total: trata do custo da obra, de modo que não se pode arrecadar mais que a obra; 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
 9 
→ Limite individual: trata da valorização imobiliária, de modo que ninguém pode ser chamado a pagar mais do que o 
imóvel foi valorizado. 
 
Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos: 
I - Publicação prévia dos seguintes elementos: 
a) memorial descritivo do projeto; 
b) orçamento do custo da obra; 
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição; 
d) delimitação da zona beneficiada; 
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas 
diferenciadas, nela contidas; 
II - Fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos 
referidos no inciso anterior; 
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso 
anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial. 
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra (a ser financiada 
pela contribuição) a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos 
respectivos fatores individuais de valorização. → DIVISÃO DA PARCELA DO CUSTO A SER FINANCIADA PELA 
CONTRIBUIÇÃO PELOS IMOVEIS BENEFICIADOS 
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da contribuição, da 
forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo. 
 
3. Impostos 
São tributos cujo fato gerador independe, ou seja, não é vinculado, de uma atuação estatal específica relativa ao 
contribuinte, visando custear despesas gerais, conforme o disposto no art. 145, I, 153 a 156, CF/88 e art. 16 a 76, CTN. 
 
O fato gerador do imposto consiste em uma situação do próprio contribuinte, que presumidamente é uma 
demonstração de capacidade contributiva. 
 
3.1. Repartição de competências realizas pela CF/88 
 
COMPETÊNCIA ENUMERADAS 
Municípios (taxativa) 
art. 156, CF/88 
 
Estados (taxativa) art. 155, CF/88 
União (não taxativa) art. 153, CF/88 
COMPETÊNCIA RESIDUAL União 154, I, CF/88 
COMPETENCIA EXTRAORDINÁRIA União 154, I, CF/88 
COMPETÊNCIA CUMULATIVA 
Território federal art. 147, CF/88 
DF art. 147 e 155, CF/88 
 
→ IMPOSTOS MUNICIPAIS: possui competência taxativa. 
 
CF/88, Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 
I - Propriedade predial e territorial urbana; 
II - Transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de 
direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; 
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar 
 
→ IMPOSTOS ESTADUAIS: possui competência taxativa. 
 
CF/88, Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: 
I - Transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; 
II - Operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e 
intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem noexterior; 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
 10 
III - propriedade de veículos automotores. 
 
→ IMPOSTOS FEDERAIS ENUMERADOS: possui competência não taxativa. 
 
CF/88, Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: 
I - Importação de produtos estrangeiros; 
II - Exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; 
III - renda e proventos de qualquer natureza; 
IV - Produtos industrializados; 
V - Operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; 
VI - Propriedade territorial rural; 
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. 
 
→ IMPOSTOS FEDERAIS RESIDUAIS: trata daquela competência que não está, expressamente, previsto para um ente. 
 
CF/88, Art. 154. A União poderá instituir: 
I - Mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não 
tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; 
 
→ IMPOSTOS FEDERAIS EXTRAORDINÁRIOS: possuem sua criação, e manutenção, condicionada à situações específicas. 
 
CF/88, Art. 154. A União poderá instituir: 
II - Na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários (plural), compreendidos ou não em sua 
competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. 
 
Importante destacar, nesses casos, o que seria o bis in nidem, a União tributando duas vezes o mesmo fato, e a 
bitributação, que seria quando dois entes tributam o mesmo fato, em regra não permitido, mas nesses casos, sim. 
 
→ IMPOSTOS CUMULATIVOS: se dá no contexto de um ente cumular competências. 
 
CF/88, Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em 
Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais. 
 
Assim, ficam estabelecidos os requisitos dos impostos: 
 
• Receita decorrente da arrecadação de impostos, em regra, não poder ser vinculada a qualquer fundo, órgão ou 
despesa. 
 
Art. 167. São vedados: 
IV - A vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação 
dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, 
para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como 
determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito 
por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
 
• Sempre que possível os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica 
do contribuinte. 
 
Entretanto, existem exceções à regra da não vinculação da receita decorrente da arrecadação de impostos, a saber: 
 
• Repartição constitucional de impostos 
• Destinação de recursos para: saúde, desenvolvimento do ensino e atividade de administração tributária; 
• Prestação de garantias para: operações de crédito por antecipação de receita, União e pagamento de débito 
para com a União 
 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
 11 
4. Empréstimos compulsórios 
É o tributo finalístico que só poderá ser criado para financiar uma das finalidades específicas autorizadas pela CF/88, no 
caso, guerra externa ou sua iminência, calamidade pública ou investimento público de caráter urgente e de relevante 
interesse nacional, cuja receita estará necessariamente vinculada a finalidade que justificou sua criação e que será, 
posteriormente, devolvido ao contribuinte, conforme o disposto no art. 148 da CF/88. 
 
A União tem a competência exclusiva de criação dos empréstimos compulsórios 
 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: 
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; 
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 
150, III, b. 
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que 
fundamentou sua instituição. 
 
→ FINALIDADE POSSÍVEIS PARA OS EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS: 
• Financiar calamidade pública, conforme regulado pela lei; 
• Financiar guerra externa ou sua iminência, conforme regulado pela lei; 
• Financiar investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, onde se identifica um certo 
perigo, vez que não possui regulamentação legislativa específica, sendo um conceito mais subjetivo. 
 
Assim, são os requisitos para a criação e validação dos empréstimos compulsórios: 
 
• Instituição por meio de lei complementar; 
• Produto de sua arrecadação estará ́vinculado à despesa que lhes fundamentou a instituição (art. 148, §único); 
• Deve ser devolvido ao contribuinte. 
 
5. Contribuições especiais 
Tributo finalístico que só ́poderá ser criado para financiar uma das finalidades específicas previstas pela CF/88, no caso, 
direitos sociais, intervenções do domínio econômico e o interesse de categorias profissionais ou econômicas, cuja 
receita estará ́necessariamente vinculada a finalidade que justificou sua criação, conforme o disposto no art. 149 e 195 
da CF/88. 
 
Tem como requisito de existência o dever de que o produto de sua arrecadação seja vinculado à despesa que lhes 
fundamentou a instituição. 
 
5.1. Subespécies de contribuições especiais 
As contribuições especiais podem ser divididas em três novas categorias: 
 
→ CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO – CIDE: a ideia de intervenção no domínio 
econômico não é conceituada, expressamente, na Constituição. Todavia, destaca-se a necessidade se delimitar o 
domínio econômico o qual receberá a intervenção, de modo que sobre essa intervenção irá incidir um tributo, a ele 
condicionado, variando fatores como a sua finalidade, o seu objetivo e o domínio econômico, devendo sempre estarem 
adequadas ao disposto na Constituição. O pressuposto mais relevante para a sua formatação é a necessidade efetiva de 
uma intervenção estatal em um setor econômico em razão de algum desequilíbrio. 
 
→ CONTRIBUIÇÕES CORPORATIVAS: são de interesse das categorias profissionais ou econômicas. Também conhecidas 
como contribuições corporativas, vez que se destinam à promoção dos interesses de determinada entidade de classe, 
se relacionando muito com as contribuições de profissionais liberais. 
 
→ CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS: financiará direito sociais, como saúde, educação, moradia, lazer, trabalho, previdência, 
entre outros, se dividindo em outras categorias, dependendo do direito sociais que financia. 
 
• Contribuições sociais gerais (art. 149, CF/88): todos os direitos sociais além de saúde, previdência e assistência, 
como educação ou moradia. É um conceito estabelecido por exclusão. 
 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
 12 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de 
interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, 
observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às 
contribuições a que alude o dispositivo. 
 
• Contribuições para seguridade social (art. 195, CF/88): custeia direitos sociais de saúde, previdência e assistência. 
 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante 
recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Município, e das seguintes 
contribuições sociais: 
I - Do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentessobre: 
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe 
preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; 
b) a receita ou o faturamento; 
c) o lucro; 
II - Do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e 
pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; 
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. 
IV - Do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (COFINS- IMPORTAÇÃO E PIS-
IMPORTAC ̧ÃO) 
 
5.2. Repartição de competências realizas pela CF/88 
Nos termos da CF/88 compete à União Federal instituir contribuições especiais de forma geral. Cabe destacar as 
contribuições para a seguridade, de modo que segue sendo competência da União a sua criação, entretanto, ainda 
estabelece competências enumeradas e residual para União Federal, nos termos do art. 195, caput e §4º. 
 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante 
recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Município, e das seguintes 
contribuições sociais: 
§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, 
obedecido o disposto no art. 154, I. 
 
Excepcionalmente a União autoriza Estados, Municípios e DF a criarem contribuição especial. 
 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de 
interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, 
observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às 
contribuições a que alude o dispositivo. 
1º Os Estados, o Distrito Federal e os Município instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em 
benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos 
servidores titulares de cargos efetivos da União. → POSSIBILIDADE DE CRIAÇÃO, DESSES ENTES FEDERATIVOS, DE 
REGIME PREVIDÊNCIA PRÓPRIA 
 
Adicionalmente, destaca-se que, nos termos da CF/88 compete aos Município e ao Distrito Federal, e não ao Estado, 
instituir contribuições especiais para o custeio da iluminação pública. 
 
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio 
do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. 
 
 
LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR: PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS 
 
1. Limitações constitucionais ao Poder de Tributar 
É importante destacar que algumas das normas das limitações operam, na prática, como regra, vez que não caberá 
sopesamento. Entretanto, algumas doutrinas considera todas as limitações como princípios. 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
 13 
 
2. Princípios e regras que limitam o poder de tributar 
É importante destacar que princípios em conflito, podem conviver no ordenamento jurídico, devendo ser sopesados em 
relação ao caso concreto. As regras contrárias não podem conviver harmonicamente no ordenamento jurídico, devendo-
se buscar uma solução para a antinomia. 
 
2.1. Princípio da Legalidade 
Tem o fundamento na Constituição. 
 
CF/88, Art. 5º II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; → DIREITO 
FUNDAMENTAL GERAL 
CF/88, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: 
I - Exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; → REGRA ESPECÍFICA DO DIREITO TRIBUTÁRIO (LEIS 
ORDINÁRIAS) 
 
A legalidade do direito tributário se divide em formal e material. 
 
→ LEGALIDADE FORMAL: necessidade de que o tributo seja instituído e regulado por meio de lei em sentido estrito, 
norma abstrata e geral emanada do Poder Legislativo. 
 
→ LEGALIDADE MATERIAL OU ESTRITA LEGALIDADE OU TIPICIDADE: a legalidade do direito tributário não é só na 
forma, ela alcança também o conteúdo. A lei deve esgotar como preceito geral, os dados necessários à identificação do 
tributo, sem que restem à autoridade poderes para discricionariedade. 
 
É importante ressaltar que observar ambas os sentidos da legalidade devem ser observados na criação e na eventual 
retirada de tributos. Assim, exoneração é uma palavra que reúne todas as formas de retirada de tributação, detalhadas 
no §6º do art. 150. 
 
Art. 150, CF/88 § 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia 
ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, 
estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou 
contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. → RESSALTA A NECESSIDADE DA LEI 
 
Cumpre destacar que cabe medida tributária em matéria tributária, vez que a Constituição regula este fato. Medida 
provisória tem força de lei, de modo que, ou é convertida em lei, ou perde a eficácia.1 
 
CF/88, Art. 62, § 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 
153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o 
último dia daquele em que foi editada. 
 
Entretanto, cabe destacar as exceções ao cabimento da medida provisória, de modo que essa exceção é reflexa, como 
consequência, de modo que não cabe MP sobre matéria reservada a lei complementar, vez que a Constituição reserva 
a matéria, o aspecto à lei complementar. 
 
→ EXCEÇÃO LIGADA À ALÍQUOTA: É importante observar a mitigação, muito específica, ligada à alíquota. Nesse sentido, 
destaca-se que não há nenhum tributo que possa ser criado por decreto, mas alguns tributos que serão criados por lei, 
poderão ter suas alíquotas alteradas pelo Executivo. 
 
Art. 153, CF/88 § 1º - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as 
alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V. → II, IE, IPI e IOF 
 
 
1 Daniela não vê o cabimento da MP em matéria tributária como uma exceção à legalidade, vez que tem força de lei por um período curto, sendo 
convertida em lei ou perdendo sua eficácia. 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
 14 
Art. 177, CF/88 § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de 
importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá 
atender aos seguintes requisitos: 
I - A alíquota da contribuição poderá ser: 
b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150, III, b; 
 
→ EXCEÇÃO LIGADA À CIDE-COMBUSTÍVEL: É importante destacar também a mitigação da legalidade na CIDE 
Combustível, de modo que sua alíquota pode ser reduzida e reestabelecida pelo Executivo – sendo diferente de alterar. 
 
CF/88. Art. 155, § 2º. O imposto previsto no inciso II, atenderá ao seguinte: 
XII - cabe à lei complementar: 
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua 
finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b; 
§ 4º. Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte: 
IV - As alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2º, 
XII, g, observando-se o seguinte: 
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b. 
 
TRIBUTO EXEÇÃO À LEGALIDADE 
Imposto de importação – IIImposto de exportação – IE A ALÍQUOTA PODERÁ SER 
Imposto sobre produtos industrializados – IPI ALTERADA PELO PODER EXECUTIVO 
Impostos sobre operações financeiras – IOF 
CIDE-Combustível 
A ALÍQUOTA PODERÁ SER REDUZIDA E RESTABELECIDA 
PELO PODER EXECUTIVO 
ICMSA Monofásico sobre combustíveis e lubrificantes 
A ALÍQUOTA PODERÁ SER REDUZIDA E RESTABELECIDA 
POR MEIO DE CONVÊNIO DO CONFAZ 
 
2.2. Princípio da não-surpresa 
É um princípio que está implícito na Constituição Federal de 1988, vez que, quando extraído, garante ao contribuinte o 
direito de não ser surpreendido de forma abrupta com aumentos na carga tributária, tem o direito de ter o tempo 
mínimo para se preparam. É aplicável, assim, nos casos de leis que criam ou aumentam tributos, bem como as que 
revogam isenções, e não à redução. 
 
Desdobra-se em duas garantias: 
 
→ ANTERIORIDADE: previsto na Constituição, proibindo que um tributo passe a ser cobrado no mesmo ano civil, de 01 
de janeiro a 31 de dezembro, da sua publicação. 
 
CF/88, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: 
III - cobrar tributos: 
b) no mesmo exercício financeiro (ANO CIVIL) em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; 
 
→ GARANTIA NONAGESIMAL OU ANTERIORIDADE NONAGESIMAL OU NOVENTENA: trata de uma regra concomitante, 
em razão da proteção do princípio da não surpresa, em caso de publicações realizadas ao final do ano, vez que, nesses 
casos, o tempo para ser se iniciar a sua vigência não seria suficiente para garantia do princípio. Assim, a fim de se evitar 
que, por exemplo, uma lei publicada no dia 30 de dezembro passasse a ser cobrada 2 dias depois, instituiu-se essa 
garantia, devendo, portanto, ser considerada, junto com a anterioridade, para se garantir a não-surpresa. Assim, deve-
se observar a primeira data que, após a publicação, ao mesmo tempo esteja após 90 dias, ou no ano seguinte. 
 
CF/88, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: 
III - cobrar tributos: 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
 15 
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado 
o disposto na alínea b; 
 
LEI PUBLICADA EM 10 DE MARÇO DE 2022 → PODERÁ SER COBRADA EM 1º DE JANEIRO DE 2023 → PRIMEIRA DATA 
QUE SIMULTANEAMENTE ATENDE OS DOIS REQUISITOS: 90 DIAS E EXERCÍCIO FINANCEIRO SEGUINTE. 
 
31 DE DEZEMBRO DE 2022 → PODERÁ SER COBRADA EM 31/03/2023 (90 DIAS A PARTIR DA PUBLICAÇÃO) → 
PRIMEIRA DATA QUE SIMULTANEAMENTE ATENDE OS DOIS REQUISITOS: 90 DIAS E EXERCÍCIO FINANCEIRO 
SEGUINTE. 
 
Importante destacar que a violação dessas regras não causa a inconstitucionalidade da lei, mas apenas a cobrança 
durante o período indevido. 
 
Possuem, entretanto, exceções. Se aplicam, em regra, a todo tributo, salvo se houver exceção expressa, vez que a 
Constituição, por ora, expressamente exceções para as duas garantias, podendo, assim serem cobrados a partir da sua 
publicação. Se há exceção apenas para a anterioridade, deve-se esperar os 90 dias, ou contrário, podendo não esperar 
os 90 dias, mas sim o exercício financeiro seguinte, para serem cobrados. 
 
CF/88, Art. 150 § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, 
II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação 
da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. 
 
Art. 195, CF/88 § 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa 
dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, 
III, “b”. 
 
Art. 177, CF/88 § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de 
importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá 
atender aos seguintes requisitos: 
I - A alíquota da contribuição poderá ser: 
b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150, III, b; 
 
CF/88. Art. 155: § 2º. O imposto previsto no inciso II, atenderá ao seguinte: 
XII - cabe à lei complementar: 
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua 
finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b; 
§ 4º. Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte: 
IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2º, 
XII, g, observando-se o seguinte: 
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b. 
 
EXCEÇÕES À ANTERIORIDADE E NOVENTENA 
TRIBUTO ANTERIORIDADE NOVENTENA 
Empréstimo Compulsório em caso de guerra e calamidade EXCEÇÃO EXCEÇÃO 
II EXCEÇÃO EXCEÇÃO 
IE EXCEÇÃO EXCEÇÃO 
IOF EXCEÇÃO EXCEÇÃO 
Impostos de Guerra EXCEÇÃO EXCEÇÃO 
IR NÃO É EXCEÇÃO EXCEÇÃO 
Fixação da BC do IPVA NÃO É EXCEÇÃO EXCEÇÃO 
Fixação da BC do IPTU NÃO É EXCEÇÃO EXCEÇÃO 
IPI EXCEÇÃO NÃO É EXCEÇÃO 
Contribuição para Seguridade Social EXCEÇÃO NÃO É EXCEÇÃO 
CIDE-Combustível EXCEÇÃO NÃO É EXCEÇÃO 
ICMSA Monofásico sobre combustíveis EXCEÇÃO NÃO É EXCEÇÃO 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
 16 
 
2.3. Princípio da irretroatividade 
É uma regra geral do Direito, prevista na Constituição, e que não tem exceções, portanto, tem caráter absoluto. 
 
CF/88, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: 
III - cobrar tributos: 
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; 
 
2.4. Princípio da isonomia 
Se aplica ao direito de maneira geral e ao direito tributário, sendo, nesse caso, uma isonomia material, de modo que 
pode tratar, deforma diferente, os diferentes, mas é vedado tratar desigualmente, os iguais. 
 
CF/88, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: 
II - Instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente (EM REGRA, COM 
MESMA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA), proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por 
eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; 
 
2.5. Princípio da capacidade contributiva 
É previsto na própria Constituição, e vai reger os tributos do Brasil, sempre que possível, instituindo, assim, um caráter 
pessoal – sempre que possível. 
 
CF/88, Art. 145. § 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade 
econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses 
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades 
econômicas do contribuinte. 
 
Gera um debate sobre a aplicação deste princípio à todas as espécies ou não, dividindo assim a discussão em três 
espécies, uma que define que a capacidade contributiva não se aplica às outras espécies e outra que entende que se 
aplicaria a todas as espécies, seguindo esta lógica dos impostos. 
 
Portanto, há uma corrente intermediária, que entende que se a capacidade contributiva se aplica a todas as espécies, 
mas de forma diferente, de modo que, em relação aos impostos, quem tem mais paga mais, em decorrência do §1º, 
mas, em relação aos outros impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições 
especiais,não poderia ser essa mesma logica a ser utilizada, mas a capacidade contributiva regeria essas espécies por 
sérum pressupostos de tributação justa. 
 
2.6. Princípio da vedação ao confisco 
É importante diferenciar a tributação do confisco, de modo que o segundo se refere à ideia do Estado tomar para si, 
enquanto tributar é eleger um fato que, caso aconteça na realidade, faz nascer uma obrigação. 
 
CF/88, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: 
IV - Utilizar tributo com efeito de confisco; 
 
2.7. Princípio da uniformidade geográfica na tributação federal 
É a ideia de que o Brasil, vez que tem mais de 5 mil entes federativos tributando ao mesmo tempo, deve ser considerado 
como um só.́ 
 
CF/88, Art. 151. É vedado à União: 
I - Instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em 
relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais 
destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio econômico entre as diferentes regiões do País; → COMO 
O EXEMPLO DA ZONA FRANCA DE MANAUS 
 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
 17 
2.8. Princípio da vedação de distinção entre bens e serviços em razão de sua procedência ou destino 
Traz a mesma lógica do princípio da uniformidade, se dirigindo, por sua vez, aos Estados e aos Municípios. 
 
CF/88, Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e 
serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. 
 
2.9. Princípio do livre tráfego de pessoas e bens 
É o que caracteriza um país, de modo que não pode criar tributos para circulação entre Municípios e Estados. 
 
CF/88, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: 
V - Estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, 
ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público; 
 
2.10. Princípio da não-cumulatividade 
Alteram os cálculos, trazendo o espírito de que o tributo não pode, em regra, incidir sobre ele mesmo. 
→ IPI: CF/88, Art. 153, § 3º - O imposto previsto no inciso IV: II - Será não-cumulativo, compensando-se o que for devido 
em cada operação com o montante cobrado nas anteriores; 
 
→ ICMS: CF/88, Art. 155, § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: I - será não-cumulativo, 
compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com 
o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal; 
 
Ex.: Alíquota do ICMS de 18%. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.11. Princípio da progressividade e seletividade 
São sempre ligadas a alíquotas, a diferença é que a progressividade é a variação de alíquota de acordo com o critério, 
como, por exemplo, em razão à capacidade contributiva, podendo esse critério ser fiscal ou extrafiscal, como induzir 
comportamento. 
 
A seletividade é a variação de acordo com um produto ou bem. No IPI e no ICMS, a seletividade é em razão à 
essencialidade do produto, quanto mais essencial maior. Quando a seletividade considera a capacidade contributiva, 
será uma seletividade fiscal, mas pode, ainda, induzir sobre o comportamento, como o caso do cigarro, sendo assim, 
uma seletividade extra fiscal. 
 
 
 
PROGRESSIVIDADE
VARIAÇÃO DA ALÍQUOTA PELO CRITÉRIO
FISCAL (CAPACIDADE CONTRIBUTIVA) OU 
EXTRAFISCAL (COMPORTAMENTO)
SELETIVIDADE
VARIAÇÃO DA ALÍQUOTA PELO PRODUTO 
(ESSENCIALIDADE)|
FISCAL (CAPACIDADE CONTRIBUTIVA) OU 
EXTRAFISCAL (COMPORTAMENTO)
Atacadista 
2.000,00 x18% 
ICMS 360,00 
 
Atacadista 
2.000,00 x18% 
ICMS 360,00 
 
Indústria 
1.000,00 x18% 
ICMS 180,00 
 
Contabilidade 
Débito 360,00 
Crédito 180,00 
ICMS PAGO 180,00 
Contabilidade 
Débito 540,00 
Crédito 360,00 
ICMS PAGO 180,00 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
 18 
2.12. Princípio da vedação de concorrência desleal pela União nos títulos da dívida pública 
Art. 151. É vedado à União: 
II - Tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a 
remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações 
e para seus agentes; 
 
2.13. Princípio da vedação às isenções heterônomas 
Art. 151. É vedado à União: 
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. 
 
→ EXCEÇÕES: Tratados internacionais, ICMS na exportação (art, 155, §2o, XII, e da CF/88) e ISS na exportação (art. 156, 
§3o, II da CF/88) 
 
CF/88, Art. 155, § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: 
XII - cabe à lei complementar: 
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados 
no inciso X, “a”. → A IMUNIDADE NA EXPORTAÇÃO É IRRESTRITA APÓS A EC Nº 42/2003 
CF/88, Art. 156, § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar: II - 
Excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. 
 
2.14. Princípio da vedação de destinação entre bens e serviços em razão da sua procedência ou destino 
CF/88, Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e 
serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. 
 
 
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS 
 
1. Noções Gerais 
Imunidade é uma norma constitucional, que vai delimitar negativamente a competência tributária dos entes federativos, 
retirando uma pessoa ou fato do campo de incidência da norma tributária. Ela pressupõe que o ente tenha competência 
para tributar o fato de maneira geral, vez que delimita, de forma negativa, essa competência. Nesse sentido, é importante 
destacar que a imunidade é diferente da incompetência, ou seja, a ausência de competência. 
 
IMUNIDADE = DELIMITAÇÃO NEGATIVA DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA PRESSUPOSTA 
 
Também se diferencia da isenção, vez que a isenção, mesmo sendo, também, uma norma que diz que algo e alguém 
não sera tributado, é uma norma infraconstitucional, decorrendo do próprio exercício da competência, dessa vez não 
delimitada negativamente. 
 
CTN/Art. 175. Excluem o crédito tributário: 
I - A isenção; 
§ 2 º Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que trata o caput deste artigo enviarão imediatamente 
ao juízo a relação discriminada dos bens e direitos cuja indisponibilidade houverem promovido. 
 
IMUNIDADE ISENÇÃO 
Norma constitucional Norma infraconstitucional 
Constitucionalmente qualificada Legalmente qualificada 
Hipótese de não incidência Hipótese de exclusão de crédito 
 
Ex.: Na Bahia, carros com mais de 15 anos são isentos do pagamento do IPVA, instituindo, assim, uma isenção. Há a 
competência para tributar o IPVA e, assim, no exercício da sua competência, atribuída pela Constituição, o ente 
federativo escolheu isentar os carros com mais de 15 anos, através de uma norma infraconstitucional, não havendo 
nenhuma limitação constitucional a esse fato, sendo produto do exercício de competência do Estado da Bahia. Não é a 
Constituição que estabelece que os carros com mais de 15 anos – o que caracterizaria uma imunidade. 
 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
 19 
2. Classificações das imunidades 
As classificações das imunidades consideram o que ou quem é isento do pagamento do tributo. 
 
→ IMUNIDADE OBJETIVA: quando recaem sobre pessoas, quando pessoas são imunes. 
 
→ IMUNIDADE SUBJETIVA: quando recaem sobre objetos, quando objetos são imunes. 
 
→IMUNIDADE ESPECÍFICA: quando estabelece expressamente o tributo que a imunidade irá recair, como delimitar 
expressamente a incidência do IOF. 
 
→ IMUNIDADE GENÉRICA: quando não estabelece expressamente o tributo que a imunidade irá recair, como delimitar 
a incidência do imposto. 
 
3. Imunidades do art. 150, VI da Constituição Federal 
É o mais extenso e um dos mais importantes que trata das imunidades. 
 
CF/88, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: 
VI - Instituir impostos sobre: → APLICAM-SE APENAS A IMPOSTOS (IMUNIDADE GENÉRICA) 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; → IMUNIDADE RECÍPROCA 
b) templos de qualquer culto; 
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos 
trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; 
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão. 
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores 
brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais 
que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. 
 
3.1. Imunidade recíproca (art. 150, VI da CF/88) 
É chamada dessa forma porque trata da ideia da reciprocidade entre os entes federativos. Envolve a ausência de 
capacidade contributiva dos entes, atrelado ao federalismo, de modo deve-se considerar todos os entes federativos 
compondo uma só federação, considerando o interesse publico e, ainda, que a atuação desses entes não vai demonstrar, 
necessariamente, uma capacidade contributiva, fator que é considerado na hora de tributar. 
 
CF/88, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: VI - Instituir impostos sobre: a) patrimônio (ITR, IPVA, IPTU), renda (IR) ou serviços (ISS), uns 
dos outros; 
 
Trata dos entes políticos, União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, mas aplica-se extensivamente às 
autarquias e fundações, deixando de fora empresas publicas e sociedades de economia mista. 
 
→ EXCEÇÕES DA APLICAÇÃO DA IMUNIDADE RECÍPROCA: 
• Ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas 
normas aplicáveis a empreendimentos privados, 
• Ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, 
• Nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. 
 
CF/88, Art. 150. § 2º - A vedação do inciso VI, a, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo 
Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às 
delas decorrentes. 
§ 3º - As vedações do inciso VI, a, e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, 
relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, 
ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador 
da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. → EM PRINCÍPIO, IPI E ICMS, MAS OS OUTROS A 
JURISPRUDÊNCIA VEM ENTENDENDO TAMBÉM QUE A IMUNIDADE NÃO IRÁ INCIDIR 
 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
 20 
3.2. Imunidade dos templos de qualquer culto (art. 150, VI, b da CF/88) 
CF/88, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: VI - Instituir impostos sobre: b) templos de qualquer culto; 
 
O fundamento que pressupõe a imunidade dos templos de qualquer culto envolve liberdade religiosa e o Estado Laico, 
de modo que a própria Constituição define que não há como estabelecer óbices ao funcionamento da Igreja, então, a 
imunidade dos templos de qualquer culto é vista no sentido de permitir o exercício, em um Estado Laico, considerando 
que o tributo muitas vezes é tido como um dificultador. 2 
 
CF/88, Art. 150. § 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas b e c, compreendem somente o patrimônio, a renda e 
os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas. → ACABA OCORRENDO UMA 
EXPANSÃO ÀS CUSTAS DA IMUNIDADE 
 
Os tribunais utilizam como critério, de maneira geral, que os recursos sejam destinados às finalidades essenciais das 
entidades e que não viole a livre concorrência. 
Na prática acaba acontecendo um crescimento e expansão às custas da imunidade, favorecendo aquelas Igrejas que 
tem mais a multiplicar o que já tem. 
 
Súmula Vinculante 52 do STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a 
qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja 
aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas. → VALE PARA AS IGREJAS MESMO QUE O 
IMÓVEL NÃO SEJA UTILIZADO POR ELA 
 
Ex.: Se o Igreja tiver um imóvel em que funciona como uma concessionária de veículos, que a Igreja aluga, também vai 
ser imune ao pagamento do IPTU, desde que o dinheiro do aluguel seja utilizado para as atividades da Igreja, mesmo o 
imóvel não funcionando como Igreja. 
 
3.3. Imunidade dos partidos políticos, sindicatos de trabalhadores e instituições de educação e assistência social (art. 
150, VI, c da CF/88) 
CF/88, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: VI - Instituir impostos sobre: c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive 
suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins 
lucrativos, atendidos os requisitos da lei; → IMPORTANTE DESTACAR QUE SÃO APENAS OS SINDICATOS DOS 
TRABALHAORES, CONSIDERANDO A HIPOSUFICIÊNCIA DO TRABALHADOR 
 
Nesse caso, os fundamentos para essa imunidade se relacionam com o princípio do pluralismo político e partidário no 
Brasil, com a ideia de se permitir a possibilidade de organizações político-partidárias independente do seu poder 
econômico, visto que o tributo muitas das vezes atua como um dificultador do exercício das atividades. 
 
É importante destacar que a própria lei dos sindicatos dos trabalhadores e os partidos políticos impede que eles tenham 
fins lucrativos, ou seja, trata de entidades que não tem fins lucrativos por força de lei. No caso instituições de educação 
e de assistência social, essas podem ter fins lucrativos, de modo que só serão imunes, caso atuem sem essa finalidade. 
Não significa não ter lucro, mas sim não distribuir o lucro. 
 
Assim, há a necessidade, além de ser sem fins lucrativos, de ainda se atender os requisitos da lei, de modo que a própria 
imunidade se limita a isso sendo necessário serem sem fins lucrativos. Nesse caso, são os dispostos no art. 14 do CNT, 
sendo eles: 
 
• não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; 
• aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; 
• manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar 
sua exatidão. 
 
2 Daniela não é contra a imunidade em si, mas em relação à algumas interpretações que o STF deu ao longo dos anos que fazem 
com que de fato quanto mais dinheiro a igreja tenha, mais ela vai ter, devendo se considerar a proteção do templo, do essencial, 
que a imunidade deve fornecer, não devendo ser uma garantia do Estado para que a Igreja se desenvolva. 
Aluna:Flávia P. Crusoé 
 21 
 
CF/88, Art. 150. § 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas b e c, compreendem somente o patrimônio, a renda e 
os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas. → NÃO PODE VIOLAR O 
PRINCÍPIO DA LIVRE CONCORRÊNCIA 
 
Os tribunais utilizam como critério, de maneira geral, que os recursos sejam destinados às finalidades essenciais das 
entidades e que não viole a livre concorrência. 
 
Súmula Vinculante 52 do STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a 
qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja 
aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas. → AS ALINEAS “B” E “C” SÃO TRATADAS DE 
FORMA IGUAL NA MAIORIA DAS VEZES 
 
3.3. Imunidade do livro, jornal, periódico e papel destinado à sua impressão (art. 150, VI, d da CF/88) 
CF/88, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: VI - Instituir impostos sobre: d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão. 
 
É importante destacar que essa imunidade é sobre o objeto, não, por exemplo, a editora do livro, mas sim o próprio 
livro e, nesse caso, o papel destinado à impressão desses objetos, não qualquer papel. 
 
Os fundamentos para essa imunidade se relacionam com a liberdade de expressão, da livre difusão de conhecimento e 
informação e sua importância. Assim, a imunidade age como meio de consagrar esses princípios. 
 
Trata-se de uma imunidade objetiva, abarcando apenas os impostos que incidiram sobre os livros, os jornais, os 
periódicos e o papel destinado à impressão destes, como por exemplo, o ICMS, o IPI o ISSQN, o II e o IE. Todavia, a 
editora, por exemplo, pagará imposto de renda, o IPTU, entre outros. Os tribunais têm entendido que a imunidade 
independe do conteúdo, desde que lícito, colaborando, assim, para que não haja censura. 
 
Obs.: Mais recentemente, o STF reconheceu a imunidade dos livros eletrônicos e dos equipamentos exclusivamente de 
leitura, tipo o Kindle, não incluindo tablets, por exemplo, por conta da finalidade, considerando uma equiparação com 
a ideia do papel. 
 
3.4. Imunidade dos fonogramas e videofonograma (art. 150, VI, e da CF/88) 
CF/88, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: VI - Instituir impostos sobre: e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil 
contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas 
brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação 
industrial de mídias ópticas de leitura a laser. 
 
É a imunidade dos CDs e DVDs, que surgiu em 2013, não alcançando a mídia de reprodução em massa, o CD em branco, 
só passando ser imune quando contém a música ou a imagem. Apesar de ser importante para a valorização da produção 
brasileira, mas hoje perde a força, em razão do uso das plataformas de streamings. 
 
Trata-se de uma imunidade objetiva, vez que abarca apenas os impostos que incidiriam sobre os fonogramas e 
videofonograma. 
 
4. Outras imunidades 
 
Imunidade das 
entidades 
beneficentes de 
assistência social (art. 
195, §7º da 
Constituição Federal) 
Não se trata mais das imunidades de impostos, mas sim de contribuições. 
 
CF/88, ART. 195, § 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades 
beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. → APESAR 
DE USAR PALAVRA ISENTAS, TRATA-SE DE UMA IMUNIDADE 
 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
 22 
Abarca apenas entidades beneficentes de assistência social, ou seja, sem fins lucrativos e com 
alguma gratuidade, ainda que parcial, que atendam os requisitos da lei, e compreende às 
contribuições para seguridade social, aquelas que financiam saúde, previdência e assistência. 
Imunidades na 
exportação 
São três, no IPI, no ICMS e nas contribuições sociais e CIDEs. 
 
→ IPI: CF/88 Art. 153, § 3º – O IPI não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao 
exterior. 
 
→ ICMS: CF/88 Art. 155, § 2o, X, a, – O ICMS não incidirá sobre operações que destinem 
mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, 
assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas 
operações e prestações anteriores; 
 
→ CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS E CIDEs: CF/88 Art. 149, §2º, - As contribuições sociais e de 
intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: I - não incidirão sobre 
as receitas decorrentes de exportação; 
Imunidade da 
pequena gleba rural 
ao ITR 
O conceito de pequena gleba rural é definido na própria lei do ITR, de 100, 50 ou 30 hectares, 
ao depender da região do país, sendo o tamanho padrão é até 30 hectares, mas se estiver 
localizado em outras áreas, como a Amazônia Oriental, será considerado até 50 hectares, ou 
se estiver, por exemplo, na Amazônia Ocidental, até 100 hectares. 
 
CF/88, Art. 153, § 4º O imposto (ITR) previsto no inciso VI do caput: 
II - Não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o 
proprietário que não possua outro imóvel; → 2 REQUISITOS 
Imunidade do ouro 
financeiro ao ICMS 
O ICMS não irá incidir sobre o ouro financeiro, vez que é um ativo financeiro que será 
tributado exclusivamente pelo IOF 
 
CF/88, Art. 155, § 2º, X – O ICMS não incidirá: 
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5o; (ouro financeiro) 
. 
Destaca-se que o ouro mercadoria será tributado pelo ICMS, para joias e outras finalidades. 
Imunidade das rádios 
e TVs abertas ao 
ICMS 
CF/88, Art. 155, § 2º, X – O ICMS não incidirá: d) nas prestações de serviços de comunicação 
nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita; 
 
É apenas ao serviço, tributado pelo ICMS, não a outros impostos. Existem TVs pagas, que não 
serão imunes, vez que não é livre nem gratuita. 
Imunidade das 
operações que 
destinem 
combustíveis 
derivados de 
petróleo e energia 
elétrica para outros 
Estados ao ICMS 
Trata da imunidade nas operações que destinem petróleo que estejam comprando para 
revender ou industrializar, apenas quando comprador e vendedor estão em Estados 
diferentes. 
 
CF/88, Art. 155, § 2º, X – O ICMS não incidirá: 
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, 
combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica; 
Imunidade nas 
reorganizações 
societárias ao ITBI 
Trata das organizações e reorganizações societárias, quando uma empresa integraliza no seu 
patrimônio um imóvel ou quando existem movimentações de imóveis, não incide o ITBI, que 
é um imposto municipal sob a transmissão onerosa de bens imóveis e, uma vez nesse 
contexto de transmissão patrimonial de pessoas jurídicas, essas serão imunes. Objetiva, 
então, não colocar a tributação como um desestímulo à integralização de imóveis no capital, 
por exemplo. 
 
CF/88, Art. 156, § 2º - O imposto previsto no inciso II: 
I - Não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa 
jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de 
fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
 23 
preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens 
imóveis ou arrendamento mercantil; → SE FOR, VAI INCIDIR 
Imunidade na 
reforma agrária 
CF/88, Art. 184. § 5º - São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as

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