Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE DIREITO DO LARGO DE SÃO FRANCISCO DEPARTAMENTO DE DIREITO DO ESTADO (DES) TEORIA GERAL DO ESTADO II (DES0126) PROJETO DE PESQUISA: A EFICÁCIA DOS TRATADOS AMBIENTAIS INTERNACIONAIS ASSINADOS PELO BRASIL CAMILO DE ALMEIDA SILVA - Nº USP 13827611 São Paulo 2022 1) Resumo A partir da Revolução Industrial, o mundo moderno presenciou não só profundas transformações no modo de produção, mas também uma inédita deterioração do meio ambiente, no qual os níveis de poluição do ar, por exemplo, aumentaram enormemente, o que piorou a qualidade de vida nas cidades. Desse contexto, surgem necessidades de estipular medidas que amenizem ou cessem a degradação do ambiente, e que evitem problemas a curto prazo, como os respiratórios, ou a longo prazo, como a destruição da camada de ozônio que agrava o efeito estufa, promovendo assim o aquecimento global. Com isso, o protagonismo de uma agenda global multilateral que busque conciliar tais questões ambientais entra em voga, principalmente após a criação da Organização das Nações Unidas no pós Segunda Guerra Mundial. O protagonismo brasileiro nesse debate é grande, já que, um dos maiores países do mundo em extensão territorial é também um dos gigantes no cenário mundial em relação à biodiversidade, seja de animais, florestas e água potável. Entende-se, portanto, a relevância do tema a partir da história e participação brasileira no assunto. Desse modo, a pesquisa visa investigar a história do Brasil no debate internacional acerca do tema ambiental, sobretudo em relação aos tratados aos quais o país é signatário, com o objetivo final de avaliar a eficácia desses acordos no cenário nacional, além de sua aplicabilidade junto ao ordenamento jurídico brasileiro, o que passar também pela sugestão de melhoramentos nos textos ratificados, visando evitar a repetição de eventuais erros em acordos futuros. 2) Introdução A atual ordem mundial teve seu desenvolvimento iniciado a partir do fim da Segunda Guerra Mundial com a vitória dos Aliados contra o Eixo em 1945. Nos anos posteriores ao fim desse conflito, houve a criação e desenvolvimento de Organismos multilaterais que, de maneira geral, nas suas propostas iniciais, visavam compor uma agenda que evitasse o desencadear de novos conflitos, lançando mão, principalmente, de tratados advindos de amplas negociações. Nesse sentido, a ONU (Organização das Nações Unidas) - principal organismo nesse contexto, passou a criar, mediar e desenvolver encontros onde questões de interesse global estariam em discussão, e onde qualquer proposição aprovada ficaria restrita ao livre arbítrio e soberania dos países signatários no que se refere a sua incorporação interna, decidindo torná-la eficaz ou não. O Brasil, que é um dos países fundadores da ONU, desde 1955 é o primeiro a discursar na Assembleia Geral, figurando ao longo de décadas como uma nação reconhecidamente neutra e pragmática nas suas relações internacionais. A questão do Brasil, no que se refere às relações internacionais, é trato no começo da Constituição Federal de 1988, de maneira geral, no seu artigo quarto, e no contexto de organismos e tratados internacionais, no inciso nono, quando positiva que as relações internacionais brasileiras devem ser regidas pelos princípios da "cooperação entre os povos para o progresso da humanidade". Diante disso, no que se refere à agenda ambiental mundial, o país ocupa posição de destaque, majoritariamente pelo fato da maior parte da floresta Amazônica estar no território brasileiro, bem como de outros biomas como o Pantanal e a Mata Atlântica, além da grande reserva de água doce e da vasta biodiversidade presente no país. Soma-se a isso o protagonismo do meio ambiente também lembrado na Constituição. Tal importância é ressaltada na Carta de 1988, quando em seu artigo 23, inciso VI, define que é competência da União "proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas". Ademais, no capítulo do texto dedicado exclusivamente à questão ambiental, o artigo 225 diz em seu caput que "todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações". Em seguida, o parágrafo primeiro deste mesmo artigo elenca em seus incisos medidas que devem ser feitas pelo Poder Público para que a "efetividade desse direito" seja assegurada. No ano de 1992, portanto menos de 5 anos após o êxito da Constituinte Federal, o Brasil sediou a Conferência do Rio de Janeiro, onde chefes de Estado de todo o planeta se reuniram para debater os problemas ambientais do mundo, em decurso 20 anos após a Conferência de Estocolmo de 1972, o primeiro grande evento mundial acerca desse tema. Entende-se, então, a relevância da questão tanto no âmbito normativo brasileiro, quanto no das relações in No mundo globalizado e informatizado do Século XX, a questão ambiental se torna cada vez mais central. Uma vez que questões sobre como gerenciar recursos naturais, como gerar energia limpa e sustentável ou ainda como lidar e evitar as consequências de desastres ambientais e climáticos emergem no mundo contemporâneo, nota-se que o meio ambiente passa de local físico a protagonista determinante das trocas ultra rápidas desse novo mundo. Dos muitos exemplos acerca da relevância do tema a ser pesquisado, têm-se a questão climática, talvez, no contexto atual, como a mais importante no âmbito dos tratados ambientais internacionais. A questão é hoje central para a discussão de agendas políticas de desenvolvimento Os esforços para a confluência de uma agenda mundial de redução no aquecimento global, atualmente, não parte de atores ou organizações não governamentais de forma isolada. Acertos recentes, como o Acordo de Paris no qual foi assinado por 195 países, são um exemplo claro disso. Pelo contrário, o que se tem hoje é o forte papel de potências mundiais desenvolvidas economicamente, mas que estão cientes do fator climático como preponderante futuramente no que diz respeito à manutenção de um crescimento econômico viável. O próprio conceito de sustentabilidade, nos dias atuais, é tido como meta em grandes espectros de governos como o da Alemanha, dos Estados Unidos e da China, além de empresas multinacionais, convergindo assim para o desejo de estabelecer por meio de acordos internacionais metas para mitigação e impedimento do aquecimento global. Exemplo disso é o acordo de comércio entre Mercosul e União Europeia, assinado em 2019 após 20 anos de negociações. Tal tratado pode elevar os benefícios financeiros, principalmente aos países sul-americanos, ao compor, junto com os membros do bloco europeu, um mercado de mais de 700 milhões de pessoas, representando aproximadamente ¼ do PIB mundial. Porém, ainda carecendo de ratificação, tal acordo está travado, dentre outros fatores, por questões ambientais ou por impasses relativos a uma insegurança dos países europeus no que se refere ao cumprimento, por parte do Brasil principalmente, de uma agenda ambiental sustentável e que rechace o desmatamento na Amazônia, o qual voltou a crescer nos últimos anos. 1 Portanto, quanto aos objetivos gerais do Brasil tanto nas relações com outros países quanto em assuntos internos, na atualidade, a questão ambiental indubitavelmente estará em destaque, mesmo se o país não fosse tão protagonista quanto é hoje. Nisso, o tema ao qual se propõe esse projeto de pesquisa, abarca várias áreas relevantes aos interesses nacionais. 3) Justificativa O trabalho de pesquisar o histórico do Brasil em tratados ambientais internacionais, por si só já seria muito importante, pois, como supracitado, o país possui grande protagonismo no tema em questão. 1 DESCONHECIDO, Autor. Descaso com metas de sustentabilidade pode impedir acordo Mercosul-UE, diz parlamentar. Agência Câmara deNotícias. <https://www.camara.leg.br/noticias/700378-descaso-com-metas-de-sustentabilidade-pode-impedir-acord o-mercosul-ue-diz-parlamentar> Acesso em 08/12/2022. Para além disso, é necessário também investigar a eficácia de tais documentos ao longo do tempo, com o intuito de traçar perspectivas a tratados futuros. Desse modo, ao apontar aquilo que foi ineficaz e, portanto, não funcionou no passado, tende-se a aproveitar tal aprendizado a novos acordos, assegurando ainda mais a perspectiva eficacial. Entende-se por avaliar a eficácia desses tratados como o ato de verificar o grau de aplicabilidade de tais dispositivos no contexto brasileiro - como, por exemplo, se o tratado era compatível ou não com a realidade do país -, bem como de sua implementação quanto ao ordenamento jurídico nacional - leia-se, se foi aderido total ou parcialmente às normas brasileiras -, além dos efeitos práticos passíveis de serem notados empiricamente - por exemplo, nas cidades, nos campos, ou em determinadas populações do extrato de certo bioma a qual o tratado visava. A importância de se avaliar os desdobramentos práticos acerca da inserção do protagonismo do Brasil no contexto ambiental internacional pode ser notada tanto pelo viés de futuro, ou seja, o que se pode fazer ou se melhorar, mas também o de desencadear outras demandas internas, no sentido de se repensar políticas nacionais ambientais a partir dos debates trazidos de fóruns internacionais acerca desse assunto. No contexto supracitado da Conferência do Rio de Janeiro ou ECO-92, a Deputada Federal Rita Camata faz, no dia 07 de dezembro de 1992, um discurso sobre a importância da casa legislativa brasileira estar ciente e ser atuante do processo de participação de tratados internacionais que busquem resolver questões climáticas. Sobre isso, Camata diz que: É conhecido o fato de que os produtos da Conferência do Rio emergiram sem que houvesse contribuição direta dos parlamentos do mundo. À medida que começa a implementar os resultados daquela Conferência, é, todavia, indispensável a ação desses parlamentos, não como um requisito meramente legal ou estatutário, mas também para preencher os vazios, solucionar conflitos e para conferir aos resultados da Conferência a necessária dimensão prática, traçando-se as políticas de ação locais, com o aval do Poder Legislativo. 2 Nota-se, com a fala dessa parlamentar, que uma política ambiental responsável deve ser um objetivo do Estado brasileiro e não apenas uma promessa transitória de um governo, que em seguida pode ser substituída por outro governo com ideias contrárias. Faz-se necessário abraçar, por todos os poderes constituídos, o debate acerca do tema ambiental. Não se deve deixar tais decisões importantes a cargo do Chefe de Estado, que participa de conferências internacionais e assina tratados de forma monocrática. É preciso que a ratificação pelo Congresso Nacional, antes de tudo essencial para fazer valer os acordos, passe pela luz do debate público. Ademais, a investigação empírica que vise investigar os reais efeitos de tratados ambientais dos quais o Brasil é signatário é importante, não só quando diz respeito a efeitos econômicos, mas também a consequências sociais. Avaliar os efeitos de decisões tomadas entre os países necessariamente passa por investigar a vida das populações dessas nações após a ratificação de tais acordos. A Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio ocorrida ao longo da década de 1980, por exemplo, foi um marco importante para os acordos ambientais internacionais ao conseguir, de fato, aproximar questões ambientais de problemas mais facilmente perceptíveis pelo senso comum. Da Convenção de Viena, decorre o Protocolo de Montreal, acordo específico mais específico no que se refere aos compromissos dos países e ratificado pelo Brasil em 1990, e que procurou estabelecer demarcações legais em relação à emissão de CFCs (Clorofluorcarbonetos), substâncias extremamente lesivas à camada de ozônio, que 2 CAMATA, Rita. Câmara dos Deputados. Sessão 07/12/1992 – Diários da Câmara dos Deputados - 08/12/1992, p. 26135. eram encontrados em gases refrigeradores para geladeiras e aerossóis. Nota-se, com isso, que a eficácia desses tratados, bem como o debate decorrido dessas negociações, pode vir a servir como motor formador da opinião pública, no sentido de diminuir a distância entre o que é discutido em reuniões de chefes de Estado e a população dos países. Com isso, o efeito prático real desse acordo na vida diárias desses países pode ser um importante indicativo de eficácia, vindo a gerar moldes e perspectivas assertivas a tratados futuros. Ao trazer os efeitos da ratificação dos tratados para o dia a dia do povo, como no caso supracitado em relação à camada de ozônio, no qual sua destruição vem a causar problemas decorrentes do aquecimento global, como ilhas de calor, tais acordos são elementos essenciais para levar à diminuição da distância ou do desconhecimento do público em geral sobre as questões ambientais. Prova disso é que, de fato, houve redução nos índices de CFCs presentes na camada de ozônio nos anos subsequentes à ratificação do acordo pelos países.3 De acordo com o ex Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, Kofi Annan, ao classificar o Protocolo de Montreal diz que "talvez tenha sido o mais bem sucedido acordo internacional até hoje".4 Contudo, não obstante a essa relativa eficácia dos debates da Conferência de Viena e do Protocolo de Montreal, é necessário ponderar, também, o fator tempo como elemento de verificação dos efeitos dos tratados internacionais ambientais. Os acordos da década de 1980 e 1990, por exemplo, passaram ao longo desses anos por novas revisões, além do aperfeiçoamento e surgimento de novos dados, além da cheda de novos atores e países que contribuíram e/ou contribuem para a ampliação da eventual existência de efeitos positivos. 3 *Lickley, M., Solomon, S., Fletcher, S. et al. Quantifying contributions of chlorofluorocarbon banks to emissions and impacts on the ozone layer and climate. Nat Commun 11, 1380 (2020). https://doi.org/10.1038/s41467-020-15162-7 4 DESCONHECIDO, Autor. The Montreal Protocol on Substances that Deplete the Ozone Layer. U.S. Department of State. https://doi.org/10.1038/s41467-020-15162-7 Diferente da análise de tratados mais longos, é necessário verificar também acerca do que foi alcançado com acordos mais recentes, como o Acordo de Paris de 2015. Tal tratado internacional diz respeito a um conjunto de políticas que visem a diminuição, adaptação e financiamento das questões ambientais voltadas às mudanças climáticas, com a estipulação de metas de redução da temperatura média do planeta ao longo dos anos. Entretanto, para além da questão do tratado ser de existência recente, o que já limit aa aferição de sua eficácia, percebe-se também a insegurança do acordo, visto que em 2020 a maior economia do mundo, os Estados Unidos, optou por sair do acordo após decisão tomada por questões ideológicas do governo em questão, mas que voltou em 2021 após troca de comando do chefe do executivo estadunidense. Desse modo, esse é um dos modos pelos quais os tratados ambientais podem ter sua eficácia afetada ao perder parte de sua força ainda em seus primeiros anos de existência. A investigação pela eficácia desses acordos ao longo dos anos, portanto, passa também por apresentar sugestões de aprimoramento e mecanismos de melhoria a tratados futuros. 4) Objetivos Esse projeto de pesquisa científica tem por objetivos levantar o curso dos tratados ambientais ao longo dos anos por meio de três pontos, fundamentalmente após o contexto de criação da Organização das Nações Unidas, e que tenham o Estado brasileiro como signatário, com objetivo de avaliar sua abrangência, adesão e eficácia. Os principais pontos a serem investigados são: (i) Tratados Climáticos; (ii) Tratados de Sustentabilidade; (iii) Tratados Econômicos que toquem aquestão ambiental. Tais pontos são essenciais para se entender o curso dos tratados ao longo dos anos, bem como suas consequências para a política ambiental interna, bem como a de buscar paralelos com o cenário internacional. 5) Plano de trabalho e cronograma de Execução O projeto será desenvolvido no decurso de um ano, e dividido em 5 partes, bem como em subetapas menores, como exposto no cronograma abaixo, juntamente com o tempo de duração de cada etapa. Parte I - Levantamento de dados (meses 01 e 02) Levantamento da bibliografia fundamental sobre o tema Pesquisa, leitura e análise dos tratados ambientais internacionais aos quais o Brasil é signatário, com foco naqueles nos quais há a abrangência dos três pontos supracitados (tratados climáticos, de sustentabilidade e econômico-ambientais). Levantamento e análise do processo de ratificação dos tratados, a partir das discussões nas Casas Legislativas federais, bem como de pareceres do Supremo Tribunal Federal. Parte II - Tratados Climáticos (meses 03, 04 e 05) Levantamento e Análise dos tratados climáticos aos quais o Brasil é signatário, desde o contexto da formação da Organização das Nações Unidas até o cenário atual. Análise do processo de adesão do Brasil ao acordo, e em seguida de sua ratificação, por meio de notas taquigráficas das discussões legislativas e posterior debate no Supremo Tribunal Federal. Levantamento e Análise de dados acerca da eficácia desses tratados após sua vigência, voltado às esferas governamentais, empresariais e sociais de eficácia. Parte III - Tratados de Sustentabilidade (meses 06, 07 e 08) Levantamento e Análise dos tratados de sustentabilidade aos quais o Brasil é signatário, desde o contexto da formação da Organização das Nações Unidas até o cenário atual. Análise do processo de adesão do Brasil ao acordo, e em seguida de sua ratificação, por meio de notas taquigráficas das discussões legislativas e posterior debate no Supremo Tribunal Federal. Levantamento e Análise de dados acerca da eficácia desses tratados após sua vigência, voltado às esferas governamentais, empresariais e sociais de eficácia. Parte IV - Tratados Econômico-Ambientais (meses 09, 10 e 11) Levantamento e Análise dos tratados econômicos aos quais o Brasil é signatário que abordem a questão ambiental em seu texto, desde o contexto da formação da Organização das Nações Unidas até o cenário atual. Análise do processo de adesão do Brasil ao acordo, e em seguida de sua ratificação, por meio de notas taquigráficas das discussões legislativas e posterior debate no Supremo Tribunal Federal. Levantamento e Análise de dados acerca da eficácia desses tratados após sua vigência, voltado às esferas governamentais, empresariais e sociais de eficácia. Parte V - Conclusão (mês 12) Elaboração e apresentação de relatório final sobre a pesquisa, a ser entregue no final do 12º mês. O desenvolvimento da pesquisa e desse cronograma acima elencado se dará dentro dos tópicos abaixo, sendo também um sumário preliminar da pesquisa. 1. Introdução 2. Breve História do Ambientalismo 2.1. Primeiros debates 2.2. Base científica 2.3. Debates acadêmicos 2.4. Ambientalismo e as Nações Unidas 3. Análise de tratados ambientais aos quais o Brasil faz parte 3.1. Tratados Climáticos 3.2. Tratados de Sustentabilidade 3.3. Tratados econômico-ambientais 4. Breve apresentação de sugestões a tratados futuros 5. Conclusão 6. Bibliografia 6) Material, métodos e forma de análise dos resultados Todo o material utilizado no desenvolvimento do projeto partirá dos bancos de dados da Organização das Nações Unidas, além da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, do Supremo Tribunal Federal e dos Ministérios do Meio Ambiente e das Relações Exteriores. Outros bancos de dados também serão usados como a Biblioteca de Teses e Dissertações e Fundação Alexandre Gusmão. A bibliografia fundamental ou básica do projeto estará no próximo item abaixo. Tal material pode ser dividido em quatro categoriais: (i) textos legislativos (leis, decretos etc), majoritariamente do poder executivo, posto que é quem assinada os tratados, mas também do Congresso Nacional. (ii) decisões judiciais do Supremo Tribunal Federal acerca da constitucionalidade dos tratados ratificados. (iii) pesquisas de dados empíricos sobre consequências dos acordos em questão. (iv) pesquisas qualitativas sobre os tratados, que enfoquem os quesitos acima elencados (abrangência, adesão e eficácia). A metodologia consistirá, num primeiro momento, em descrever os tratados assinados pelo Brasil ao longo das décadas, com foco em contextualizar tal adesão, bem como seu cenário político vigente e o processo de ratificação, além do papel da diplomacia brasileira no que se refere às negociações multilaterais. Em seguida, a pesquisa se preocupará em traçar os caminhos do texto ratificado do cenário internacional para o nacional, buscando descrever e avaliar os desdobramentos empíricos dos acordos. 7) Bibliografia básica BEZERRA, Luiz Gustavo Escorcio. Direito Ambiental Econômico. Lumen Juris, 2021. CAMPELLO, Lívia Gaigher Bósio. Mecanismos de controle e promoção do cumprimento dos tratados multilaterais ambientais no marco da solidariedade internacional. Tese de Doutorado. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2013. CLETO, Vinicius Hsu. A Eficácia do Direito Internacional Público: Tratado de Responsabilidade Internacional. Appris Editora, 2021. DESCONHECIDO, Autor. United Natinos Treaty Colection. https://treaties.un.org/ FLORES, Andiara. A incorporação de tratados ambientais internacionais no ornamento jurídico brasileiro. Dissertação de Mestrado - Universidade de Caxias do Sul, Programa de Pós-Graduação em Direito, 2011. GABSCH, Rodrigo d'Araujo. Aprovação de Interna de Tratados Internacionais pelo Brasil: possíveis opções para acelerar seu processo. FUNAG - Fundação Alexandre Gusmão, 2010. GUERRA, Viviane Nogueira de Azevedo. Direito Internacional Ambiental. Freitas Bastos, 2006. LEWANDOWSKI, Enrique Ricardo. Globalização, Regionalização e Soberania. São Paulo, Juarez de Oliveira, 2004. MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. Juspodivm, 2019. MARQUES, Luiz. Capitalismo e Colapso Ambiental. Editora Unicamp, 2019. MENEZES, Robson Gonçalves de. Tratado Internacional em Matéria Ambiental e sua Aplicabilidade no Direito Brasileiro. Editora Dialética, 2020. MIDORI, Michelle Morimura. Do global ao local: Percursos teóricos e conceituais da sustentabilidade. 2009. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2009. PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado - Incluindo Noções de Direitos Humanos e Direito Comunitário. Editora Juspodivm, 2022. https://treaties.un.org/ RIBEIRO, Wagner Costa Ribeiro. A ordem ambiental internacional. Contexto, 2001. SCALCO, Lauren Lautenschlager. A influência dos tratados ambientais multilaterais na efetividade do direito ambiental no Brasil: um estudo sobre o clima, as florestas, a biodiversidade e os resíduos. LAECC, 2011. SCHMIDT, Caroline Assunta e FREITAS, Mariana Almeida Passos de. Tratados Internacionais de Direito Ambiental - Textos Essenciais Ratificados pelo Brasil. Juruá Editora, 2004. SILVEIRA, Edson Damas Da. Direito Socioambiental - Tratado de Cooperação Amazônica. Juruá Editora, 2004. UZIEL, Eduardo; MORAES, Maria Luisa Escorel de; FONTOURA, Paulo Roberto Campos Tarrisse da. O Brasil e as Nações Unidas: 70 anos. FUNAG - Fundação Alexandre Gusmão, 2015. BENJAMIN, Antônio Herman Vasconcelos e; FREITAS, Vladimir Passos de; SOARES JÚNIOR, Jarbas (Coord.). Comentários aos acórdãos ambientais: paradigmas do Supremo Tribunal Federal. Belo Horizonte: Fórum, 2021.
Compartilhar