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MÉTODOS DE PROCESSAMENTO DE IMAGENS PARA RECONHECIMENTO BIOMÉTRICO Ryan Victor A. Ferreira, Gustavo Henrique Santini e Marcos Rogério F. Filho. Curso de Ciências da Computação, Universidade Paulista (UNIP), São Jose do Rio Preto – SP, Brasil. RESUMO O objetivo deste artigo consiste em um estudo a respeito de algumas das técnicas de Biometria mais conhecidas e pesquisadas atualmente, suas aplicações e características, como confiabilidade, custo e tempo de processamento. O foco central é a usabilidade desses métodos de processamento e tratamento de imagens para reconhecimento biométrico. Além disso, apresentar-se-á suas aplicações nos dias atuais, as pesquisas que vêm sendo realizadas e a sua maturidade em âmbito internacional. Palavras-chave: Ciência da Computação; Biometria; INTRODUÇÃO Devido ao aumento nas taxas de violência em todo o mundo as técnicas para reconhecimento e identificação dos indivíduos se faz extremamente necessária, sendo assim as técnicas biométricas vem ganhando destaque e cada vez mais visto que as mesmas visam identificar o indivíduo com base nas características físicas do indivíduo que são únicas em cada pessoa. O cérebro humano é capaz de identificar diversos tipos de padrões, como formas, cores, tamanhos sem grandes problemas. Além de ser apto também à identificação de padrões mais complexos podendo diferenciar sem grandes dificuldades a face de uma pessoa dentre várias. Apesar de ser uma ação simples para o cérebro humano, esse tipo de reconhecimento necessita de um complexo processamento quando é feito através de um software de computador. Diferenciar uma pessoa de outra, identificar um usuário de um sistema, encontrar uma pessoa em meio a uma multidão, são os maiores objetivos de uma das áreas da Biometria mais pesquisadas, o Reconhecimento Facial. Por isso, este trabalho visa estudar e apresentar métodos para uma forma de reconhecimento do indivíduo mais eficiente, evidenciando quais as mais eficientes formas de reconhecer um individuo Biometria A identificação de um indivíduo sempre foi um fator de grande importância em uma sociedade, seja para o mundo dos negócios, segurança de ambientes, controle de acesso, etc. Em 800 D.C., por exemplo, comerciantes da China confirmavam a identidade de seus clientes por meio de impressões digitais em tábuas de barro. Negociantes do vale do Nilo, no Egito Antigo, eram identificados pela altura, cor dos olhos e compleição. Ao longo do tempo vários estudos foram feitos com enfoque na biometria, que consiste no estudo de características particulares de cada indivíduo. O primeiro método de identificação biométrica, aceito oficialmente, foi desenvolvido por Alphonse Bertillon no final do século XVIII, conhecido por antropometria [15, 11]. Este método, baseava-se em uma combinação de medidas físicas, totalizando 243 categorias, dentre elas, cor de cabelo, olhos, fotos de frente e de costas. De acordo com definição da Gartner, a tecnologia biométrica é um método de identificação individual (conteúdo em inglês) que analisa características comportamentais ou fisiológicas de uma pessoa, o que pode ocorrer através da leitura de íris, reconhecimento facial, impressão digital ou outras tecnologias. Técnicas Biométricas Reconhecimento Facial Esse tipo de reconhecimento permite, por meio de uma imagem facial do ser humano, registar vários pontos identificadores e delimitadores da face. É possível definir distâncias, tamanhos e formas de cada componente do rosto de um ser humano - por exemplo, nariz, olhos e orelha. Os dados da imagem são comparados com as imagens registadas no banco de dados. O grande inconveniente desta solução está no facto de ocorrerem transformações faciais durante a vida de um ser humano, podendo prejudicar a validação do utilizador. Geometria da mão Baseia-se na premissa básica de que virtualmente não existem duas pessoas com mãos idênticas e que o formato da mão não sofre mudanças significativas após certa idade. Para a captura, o utilizador posiciona a mão no leitor e um dispositivo posicionado sobre a mão captura a imagem. Identificação da íris Utilizando um feixe de luz, é armazenada uma imagem extremamente complexa da íris humana num banco de dados. A identificação da íris é um dos processos mais seguro e confiável disponível atualmente. Cada íris é única e diferencia-se inclusivamente do seu par. A margem de erros é extremamente pequena. A íris é praticamente imutável durante os anos de vida de um ser humano. Não sofre alterações devido a sujidades e cicatrizes, e as pessoas que utilizam lentes de contacto podem utilizar o reconhecimento da íris sem comprometer a segurança. A implementação é extremamente simples. Uma unidade óptica regista os contornos e padrões geométricos existentes. Ao contrário do que muitos imaginam, as cores não são significativas para a identificação da íris. A grande desvantagem da identificação da íris tem a ver com a resistência do ser humano em ter a sua íris fotografada. Identificação da retina Este tipo de identificação é muito semelhante ao anterior. A diferença é que a imagem armazenada formada pelos vasos sanguíneos na parte de trás dos olhos não é a imagem da íris. Os scaners de retina medem os padrões dos vasos sanguíneos usando um laser de baixo nível e uma câmera. A garantia de exclusividade é extremamente alta, sendo considerados os métodos biométricos mais seguros. No entanto, alguns médicos notaram uma desvantagem, que afirmam que as características únicas da retina não são estáveis e que certas doenças podem alterar a forma da retina. Impressão digital A individualidade das impressões digitais é amplamente reconhecida, e tem sido usada desde o final do século XIX. É uma das tecnologias mais difundidas em biometria e requer um dispositivo capaz de com boa precisão, os traços que definem a impressão digital. As imagens capturadas requerem um sistema que as transforma em informações para uso posterior em reconhecimento digital. Quando verifica uma impressão, muitos sistemas posicionam detalhes finos, como extremidades de ranhuras e bifurcações. Uma desvantagem da utilização da impressão digital tem a ver com as situações em que os utilizadores sofrem pequenos ferimentos nos dedos (causados por acidente, por exemplo), ambientes de trabalho com maior sujidade, ou quando a pele dos dedos fica seca. O reconhecimento por impressão digital tem sido bastante utilizado em várias aplicações (controlo de acesso, caixas automáticos de bancos, etc.). As principais vantagens são a rapidez e a confiança, aliada ao baixo preço, bem como a pequena dimensão dos leitores ópticos. Muitos utilizadores consideram que, de todos os tipos de biometria, a impressão digital é a menos intrusiva. Técnicas de Biometria em desenvolvimento Hoje em dia, todos nós já ouvimos falar em leitores de impressões digitais ou sistemas de reconhecimento facial, nem que seja em filmes. No campo da investigação continuam a ser desenvolvidos algoritmos mais eficientes nas principais áreas da Biometria, a leitura de impressões digitais, reconhecimento pela Íris e reconhecimento facial. Existem ainda algoritmos em fase de pouca maturidade tais como identificação através do odor do corpo, do índice de salinidade do corpo ou dos lábios. Um exemplo é a junção de dados de reconhecimento facial com dados de impressão digital que permite o aumento do grau de confiança no resultado do processo de identificação, a técnica é conhecida como Multimodule que consiste em agrupar mais de uma característica. Reconhecimento Digital Controlar a entrada e a saída de funcionários na empresa, acessar caixas eletrônicos de bancos e proteger o computador doméstico ou profissional contra olhares indiscretos são algumas das aplicaçõesde um software de reconhecimento de impressões digitais. Sistema utilizado atualmente captura eletronicamente as impressões digitais dos dez dedos, a foto e a assinatura de cada pessoa, ou permite a digitalização dessas informações colhidas em papel, após a comparação no sistema da Griaule é emitida a carteira de identidade, processo que leva apenas dez minutos. As impressões digitais são formadas geralmente no sétimo mês de gestação e permanecem intactas por toda a vida, se não houver um ferimento ou corte profundo. Essa propriedade faz com que a impressão digital seja um grande atrativo na identificação biométrica [Silva, 2002]. O primeiro estudo das características das impressões digitais foi realizado por Francis Galton (ibidem), que as dividiu de acordo com alguns aspectos que são a base para o reconhecimento. Costa (2001) afirma que as minúcias são resumidamente classificadas dentro de duas categorias: aspectos básicos e compostos. Método biométrico da impressão digital: Segundo Yang, os sistemas de reconhecimento biométrico oferecem maior segurança e praticidade do que os métodos tradicionais de reconhecimento pessoal, baseados em nome de usuário e senha, pois não atendem mais aos requisitos exigidos. Os sistemas de verificação utilizam um código de acesso inicial - número de identificação ou cartão magnético - e uma característica física particular do usuário, que serve como senha de validação desse código. Na primeira, o usuário é cadastrado no sistema inserindo suas características biométricas, que são convertidas em um modelo de representação matemática. Na segunda fase, o usuário apresenta novamente suas características biométricas. O método da impressão digital trata da análise das características existentes nas impressões digitais, ou seja, pequenas marcas na imagem do dedo, conhecidas como minúcias, que são pontos característicos que podem ser identificados, classificados, medidos e comparados, garantindo assim a singularidade de um digital. impressão digital. Segundo Costa, as minúcias são acidentes que se encontram nas cristas papilares e que têm como objetivo estabelecer a singularidade do DI. As cristas papilares são as linhas pretas a serem consideradas na comparação, e os sulcos interpapilares são as linhas brancas que separam as cristas papilares. Outro usa orientação de textura, que se baseia nos padrões que as impressões digitais formam entre si e na quantidade de ruído presente nas proximidades de um ponto. O ponto com a maior curvatura côncava da imagem é definido como ponto de referência. Método por detecção de minúcias: Novamente, dentro desse método, também há variações de técnicas a serem utilizadas para detecção de minúcias: Aquisição da imagem A aquisição da imagem pode se dar de duas formas distintas: captura da imagem por um leitor de impressões digitais ou a leitura a partir de digitais gravadas com tinta em papel. Na maioria dos trabalhos científicos, é utilizada uma base de dados com imagens de IDs de boa resolução, ou recebidas através do leitor de impressões digitais, ou geradas automaticamente. Já nas imagens adquiridas pelo leitor, essas técnicas não se fazem necessárias, pois a imagem capturada é, normalmente, de boa qualidade. Binarização ou Limiarização A maioria dos algoritmos de extração de minúcias trabalha com imagens binarizadas, ou seja, com dois valores de interesse: pixels brancos representando os vales, e pixels pretos, representando as linhas. A implementação estudada calcula um threshold para cada janela 3 x 3, com a média dos valores dos pixels. Segundo Matias, limiarização é a operação mais comum de segmentação, que é a técnica para isolar regiões de pixels e aplicar operações para extração de atributos. Obtenção do mapa direcional da imagem A imagem direcional é utilizada para fornecer informações contidas na imagem original, funcionando bem mesmo em imagens com ruídos, pois os atenua. Entende-se como ruído distorções na imagem. Encontraram-se na literatura, dois métodos para calcular a imagem direcional, que podem ser encontrados em Ratha (1995) e Muniz (2004) Extração das minúcias: As minúcias são pequenas marcas na imagem do dedo, ou seja, as terminações e bifurcações de sulcos na imagem, como já apresentado. Com base nessas informações, pode- se comparar a imagem recebida no leitor com as informações armazenadas no banco de dados, para verificar se é uma impressão digital válida ou não, liberando o acesso à pessoa em caso de positivo e bloqueando-o, em caso de negativo. Outros autores, como Jain, utilizam um método mais simples para detectar uma minúcia a partir de uma imagem esqueletizada. Com base em uma janela 3 x 3, examina-se a vizinhança local do ponto da linha na imagem. Assim sendo, a extração de minúcias é a enumeração e o mapeamento de pequenas marcas na imagem do dedo, ou seja, a catalogação de terminações e bifurcações na imagem da impressão digital. Comparação de Minúcias A grande maioria dos sistemas biométricos comerciais existentes hoje em dia opera no modo de verificação, onde é dado como entrada uma imagem contendo uma impressão digital capturada por um sensor biométrico, que depois é repassada ao sistema que realiza a verificação das minúcias para efetuar uma possível autenticação. Para isso o sistema busca um template previamente armazenado no banco de dados, comparando as minúcias da impressão digital apresentada ao sistema, com a armazenada no banco de dados. Caso está atinja certo grau de similaridade é, por exemplo, concedido o acesso a um local restrito (JAIN et al., 1997b). Este tipo de comparação é também conhecido como “um-para-um” onde se tem a imagem de entrada que é comparada com a imagem armazenada no banco. A grande maioria dos sistemas biométricos comerciais existentes hoje em dia opera no modo de verificação, onde é dado como entrada uma imagem contendo uma impressão digital capturada por um sensor biométrico, que depois é repassada ao sistema que realiza a verificação das minúcias para efetuar uma possível autenticação. Para isso o sistema busca um template previamente armazenado no banco de dados, comparando as minúcias da impressão digital apresentada ao sistema, com a armazenada no banco de dados. Caso esteja atinja certo grau de similaridade é, por exemplo, concedido o acesso a um local restrito (JAIN et al., 1997b). Este tipo de comparação é também conhecido como “um-para-um” onde se tem a imagem de entrada que é comparada com a imagem armazenada no banco. Biometria na Atualidade: As técnicas biométricas atuais têm sido um tanto ineficazes quando e trata de reconhecer com segurança pessoas em grandes multidões. A técnica de reconhecimento digital pode ser aplicada para o reconhecimento e detecção de pessoas através do uso de impressão digital, com transmissão de imagens para um computador. O reconhecimento digital também pode ter um uso pessoal para identificar usuários de computador, protegendo os dados de cada usuário. A biometria é uma tecnologia que confere ainda mais segurança para a identificação do eleitor no momento da votação. O leitor biométrico é acoplado à urna eletrônica e confirma a identidade de cada pessoa por meio das impressões digitais, armazenadas em um banco de dados da Justiça Eleitoral e transferidas para as urnas eletrônicas. Essa tecnologia visa substituir senhas e outras modalidades empregadas para dar acesso às áreas restritas de organizações tanto físicas quanto virtuais. O acesso a tais áreas é feito a partir da apresentação da característica definida. Após a apresentação, o sistema compara a característica com a registrada em seu banco de dados e se apresentar igualdade o acesso é liberado. CONCLUSÃO Ao final deste trabalho, é possível se ter uma visão completa de todo o processode reconhecimento de indivíduos pelo uso de impressões digitais, mais precisamente pelo método de detecção de minúcias. Como descrito na introdução, para que uma característica seja utilizada como método biométrico, deve atender os requisitos de universalidade, singularidade, permanência e mensurabilidade. A impressão digital, além de atender a esses requisitos, apresenta-se como um método com boa aceitação e custo acessível. As imagens da impressão digital podem ser adquiridas de duas formas: por um scanner digital, procedimento usado atualmente, ou escaneadas a partir de uma imagem do dedo, colocado sobre o papel com carbono tintado. Os estudos recentes têm se preocupado somente com as obtidas de scanners ópticos, devido ao seu baixo custo. Por fim, o propósito do artigo foi mostrar a compilação realizada pelos graduandos até o momento, sobre tema de pesquisa. Aqui, foram esclarecidas as diferentes abordagens, enfatizando pontos de convergência de raciocínio dos principais autores pesquisados. REFERÊNCIAS MIRANDA, Leonel. Biometria: O que é e o que faz?. Disponível em: http://www.sinfic.pt/SinficNewsletter/index.html PACHECO, C. A. R. A. (2003). Autenticação com impressão digita”, Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, Departamento de Engenharia de Electrônica e Telecomunicações e de Computadores, Portugal. JESUS, E. O. and Jr, R. C. (2015). A utilização de filtros gaussianos na análise de imagens digitais.Proceeding Series of the Brazilian Society of Computational and Applied Mathematics, 3. Parkhi, O. M., Vedaldi, A., and Zisserman, A. (2015). Deep face recognition. 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