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Liberdade, igualdade e fraternidade três gerações dos direitos humanos

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LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE: TRÊS GERAÇÕES DOS DIREITOS HUMANOS
RESUMO
É importante refletir sobre as características dos direitos fundamentais, bem como identificar as dimensões desses direitos. Com isso, em 1977 Karel Vasak publicou um artigo onde popularizou a ideia da geração de direitos, onde ele citou três, primeira geração como liberdade, segunda geração como igualdade e o de terceira geração como fraternidade. Alguns autores tem preferencia pela denominação dimensão, já que acreditam que geração é um termo que pode ser interpretado como substituição, e os direitos humanos não se sobrepõe. Para tal, este artigo irá abordar as "gerações/dimensões de direitos". Os direitos de primeira geração têm uma conotação nos direitos civis e políticos, já os de segunda geração como direitos econômicos, sociais e culturais e os "direitos coletivos" ou "direitos dos povos" como a terceira geração. Ressalta-se que mesmo após 40 anos do surgimento deste tema, o mesmo ainda é citado e tem total importância e relevância.
1 INTRODUÇÃO
Após a Segunda Guerra Mundial, as pessoas começaram a perceber a necessidade de proteger os direitos básicos da humanidade. Muitos tratados internacionais centrados em tais direitos foram ratificados. Por outro lado, as constituições de vários países aprovadas após o fim do grande conflito não só deram atenção especial à proteção dos direitos básicos, mas também prestaram atenção especial à realização dos direitos básicos. Neste sentido, tornou-se importante refletir sobre as características dos direitos fundamentais, bem como identificar as dimensões desses direitos (CAMIN e FACHIN, 2015, p.42).
O que é importante neste contexto é, portanto, que enfraqueceria a ideia de direitos humanos em geral se várias reivindicações ou valores fossem proclamados indiscriminadamente como direitos humanos. Por outro lado, o infinito debates e vozes 'hostis' contra novas ideias neste campo - incluindo também a ideia de uma nova geração de direitos humanos ou o conceito de gerações em geral - pode resultar no mesmo resultado e pode até levar a um desvio da evolução progressiva do conceito de direitos humanos (ALGAN, 2004, p. 124).
Karel Vasak, que introduziu e popularizou a ideia da geração de direitos, procurou justificar as três gerações de direitos humanos com os famosos princípios, ou melhor, slogan, da Revolução francesa de 1789 - liberdade, igualdade e fraternidade. Ele argumentou que a primeira geração de direitos civis e políticos foi baseada no princípio de liberdade, enquanto a segunda geração de direitos econômicos, sociais e culturais baseavam-se no princípio da igualdade e na terceira geração de direitos da solidariedade baseava-se no princípio da fraternidade (ALGAN, 2004, p. 124).
Ademais, alguns autores tem preferencia ao termo de dimensão, avaliando que este de sobrepõe ao termo geração, isso por que, geração tem conotação de substituição, enquanto os direitos não podem ser substituídos (DIÓGENES e NOGUEIRA, 2012, p. 1). Claro, na literatura encontram-se as duas denominações, uma aliada a outra, permanecendo em meio aos estudiosos do Direito Constitucional certa divergência a respeito da denominação a ser dada à evolução histórica de inserção dos direitos fundamentais nas Constituições, sendo que alguns entendem que a terminologia correta seria a expressão “geração”, e outros afirmam que o termo correto seria “dimensão” (DIÓGENES e NOGUEIRA, 2012, p. 1). 
2 DESENVOLVIMENTO
Classificar os direitos humanos de acordo com "gerações" é uma forma de caracterização. Esta abordagem considera os direitos civis e políticos como os de primeira geração; direitos econômicos, sociais e culturais como de segunda; e os "direitos coletivos" ou "direitos dos povos" como a terceira geração. Nisso contexto, tendo revelado os argumentos no campo desses direitos, resumidamente, este artigo irá abordar as "gerações/dimensões de direitos".
2.1 As dimensões/gerações dos direitos humanos
No ano de 1977, o Diretor da Divisão de Direitos Humanos e Paz da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (UNESCO) Karel Vasak publicou um artigo que possuí como título "Uma luta de 30 anos", o artigo de Vasak caracterizou direitos humanos no direito internacional em termos de três gerações' (MACKLEM, 2015, p.1).
A primeira geração, Vasak descreveu como, preocupações civis e direitos políticos, especificamente aqueles consagrados no Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (PIDCP), como a liberdade de expressão e o direito de voto. A segunda geração, descrita como, preocupações econômicas, direitos sociais e culturais, especificamente aqueles consagrados no Pacto Internacional sobre Economia, Social e Cultural Direitos (PIDESC), como direitos à moradia e à formação de sindicatos. A terceira geração, que Vasak caracterizou como ao que ele chamou de 'direitos de solidariedade', que incluem o direito ao desenvolvimento, o direito à autodeterminação, o direito a um ambiente saudável, o direito à paz e o direito à propriedade do patrimônio comum da humanidade (MACKLEM, 2015, p.1).
Os direitos das três gerações de Vasak se encaixa perfeitamente nas três dicotomias com base nas principais abordagens da categorização dos direitos humanos: (1) negativo (primeira geração) e positivo (segunda e terceira gerações), (2) individual (primeira e segunda gerações) e coletiva (terceira geração), e (3) responsabilidade nacional (primeira e segunda gerações) e internacional (terceira geração) (DOMARADZKI; KHVOSTOVA; PUPOVAC, 2019, p. 425). 
Contudo, a terceira geração de direitos pressupõe que sejam positivos, no sentido de exigir a participação ativa dos titulares de deveres; coletivo, em termos que focalizam pessoas ou coletividades ao invés de indivíduos; e internacionais, que operam no âmbito das relações internacionais erga omnes, em vez da relação única entre o Estado e o indivíduo (DOMARADZKI; KHVOSTOVA; PUPOVAC, 2019, p. 426). 
Constata-se que a divisão está amparada no surgimento histórico dos direitos fundamentais (DIÓGENES e NOGUEIRA, 2012, p. 1), partindo dessa premissa, direitos fundamentais são denominados como aqueles direitos que constitucionalmente são elencados como fundamentais, além disso, por sua essência, preenchem toda a plenitude e profundidade de seu sujeito (CAMIN e FACHIN, 2015, p.43).
Ademais, parte desta doutrina tem evitado o termo “geração”, substituindo este por “dimensão”, isso em razão de que a denominação “geração” tem ligação à de sucessão, substituição, enquanto que os direitos fundamentais não se sobrepõem, não são suplantados uns pelos outros. Nesse sentido que a distinção entre gerações serve apenas para situar os diferentes momentos em que esses grupos de direitos surgem como reivindicações acolhidas pela ordem jurídica. A divisão das dimensões pode ser facilmente realizada, com base no lema da revolução francesa: liberdade (1ª dimensão), igualdade (2ª dimensão) e fraternidade (3ª dimensão) (DIÓGENES e NOGUEIRA, 2012, p. 1).
A primeira dimensão/geração também tem uma longa história de acentuar a liberdade, que remonta à Magna Carta (1297) e incluindo documentos importantes como a Declaração de Direitos dos Estados Unidos (1791) e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789). Entre esses direitos estão o direito à vida, liberdade de expressão, liberdade de religião, direito a um julgamento justo, igualdade perante a lei e outros direitos civis e políticos (DOMARADZKI; KHVOSTOVA; PUPOVAC, 2019, p. 425).
A segunda geração/dimensão de direitos de igualdade foi um produto da rápida industrialização do século XIX e das desigualdades sociais e econômicas que as acompanharam (WELLMAN, 2000, p. 640). No contexto do confronto ideológico emergente após a Segunda Guerra Mundial, o campo comunista apoiou firmemente os direitos econômicos, sociais e culturais. Sua característica distinta é o pré-requisito para o envolvimento ativo do estado (DOMARADZKI; KHVOSTOVA; PUPOVAC, 2019, p. 425).
Portanto, as duas primeiras gerações de direitos foram englobadasna Declaração Universal dos Direitos Humanos (Assembleia Geral das Nações Unidas, 1948), com o Ocidente e o Oriente priorizando claramente, respectivamente, a primeira e a segunda gerações. Ao diferenciar entre a primeira e a segunda geração de direitos, Vasak contrastou o caráter negativo da primeira e o positivo da última (VASAK, 1977, p. 29). Além disso, ambas as gerações se referem aos direitos individuais e impõem os deveres correspondentes ao Estado-nação (DOMARADZKI; KHVOSTOVA; PUPOVAC, 2019, p. 425).
A terceira dimensão/geração de direitos humanos é a mais recente e vaga em conteúdo. Os direitos coletivos pertencentes a esse grupo foram mencionados na Declaração de Estocolmo (Assembleia Geral da ONU 1972), na Declaração do Rio (Assembleia Geral da ONU, 1992) e em outros documentos internacionais de caráter declaratório. Esses direitos incluem o direito à autodeterminação, ao desenvolvimento econômico e social, ao meio ambiente saudável, aos recursos naturais e à participação no patrimônio cultural (VASAK, 1977, p. 29). Consequentemente, tais direitos são positivos e coletivos e exigem responsabilidade, que está além do Estado-nação (DOMARADZKI; KHVOSTOVA; PUPOVAC, 2019, p. 425).
Afirma-se a existência e relevância dos direitos de primeira, segunda e terceira geração, sendo que ainda existem doutrinadores que defendem a existência dos direitos de quarta e quinta geração (DIÓGENES e NOGUEIRA, 2012, p. 5). Paulo Bonavides defende a existência dos direitos de quarta geração, com aspecto introduzido pela globalização política, relacionados à democracia, à informação e ao pluralismo. Paulo Bonavides, ainda defende a ideia do direito da quinta geração, denominado como a Paz (BONAVIDES, 2006).
3 CONCLUSÃO
Mesmo após os quarenta anos do seu surgimento, o discurso e denominações a respeito das gerações/dimensões dos direitos humanos é de suma relevância. Ademais, o conceito de direitos humanos, as dicotomias entre nacional e internacional, individual e coletivo e direitos positivos e negativos também possuem importância no cotidiano. 
REFERÊNCIAS 
ALGAN, Bülent. Rethinking" Third Generation" Human Rights. 2004.
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 19ª Edição, São Paulo: Editora Malheiros, 2006, p. 571-572
CAMIN, Gustavo Vinícius; FACHIN, Zulmar. Teoria dos direitos fundamentais: primeiras reflexões. Revista Jurídica Cesumar-Mestrado, v. 15, n. 1, p. 41-54, 2015.
DIÓGENES, Júnior; NOGUEIRA, José Eliaci. Gerações ou dimensões de direitos fundamentais. Âmbito Jurídico, Rio Grande, v. 15, n. 100, 2012.
DOMARADZKI, Spasimir; KHVOSTOVA, Margaryta; PUPOVAC, David. Karel Vasak’s Generations of Rights and the Contemporary Human Rights Discourse. Human Rights Review, v. 20, n. 4, p. 423-443, 2019.
MACKLEM, Patrick. Human rights in international law: three generations or one?. London Review of International Law, v. 3, n. 1, p. 61-92, 2015.
VASAK, K. Human Rights. A Thirty-Year Struggle: the Sustained Effоrts tо Give Fоrce оf the Universal Declaratiоn оf Human Rights. UNESCО Cоurier, 1977.
WELLMAN, Carl. Solidarity, the individual and human rights. Hum. Rts. Q., v. 22, p. 639, 2000.

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