Buscar

Preconceitos Linguisticos

Prévia do material em texto

Preconceitos Linguísticos e Gêneros Textuais
Introdução
A comunicação é um aspecto muito importante para a humanidade, com ela é
possível que as pessoas troquem informações em formas de linguagem contendo diversas
formas de propagação. A linguagem é o principal veículo de comunicação sendo
responsável pelo avanço da humanidade em diversos aspectos. Bem como a linguagem
possui diversos conceitos a serem explorados, como o conceito de linguística, gêneros
textuais e intertextualidade. Porém a linguagem como forma de comunicação carrega
alguns preconceitos, que se combatidos geram uma sociedade mais igualitária e evoluída.
Usos linguísticos
Os usos linguísticos são baseados no comportamento comum de uma sociedade.
Esse comportamento tem como fundamento suas práticas sociais, refletindo em como a
sociedade se comunica, bem como seus tipos linguísticos utilizados. Assim a linguagem é
adaptável a diversos fatores como posição geográfica, econômicos, desenvolvimento,
educação, entre outros. Ou seja, a linguagem é algo maleável conforme as necessidades
da sociedade em que está inserida.
Linguagem, língua e fala
A linguagem, língua e fala são termos que podem ser confundidos por fazerem parte
de um mesmo fenômeno conhecido como “comunicação humana”, porém são termos que
possuem significados distintos. A linguagem antes era denominada como uma comunicação
entre um emissor, que envia a mensagem e um receptor que recebe a mensagem, mas
devido a uma análise crítica que entende que essa concepção se torna unilateral onde um
indivíduo é responsável por escrever/falar enquanto outra pessoa escuta/lê. No entanto, a
linguagem é uma forma de interação entre os indivíduos com o objetivo de produzir um
sentido dentro de uma determinado contexto, onde esses indivíduos não são limitados a
apenas enviar e receber uma mensagem. A linguagem também deve ser observada pelo
contexto histórico e social em que está inserida, onde ela é submetida a constantes
mudanças se adequando aos códigos verbais e não verbais que a compõem. Portanto a
linguagem é um meio de comunicação entre indivíduos, onde pode ser transmitida através
de caracteres ou imagens ou mista, que significa uma mistura entre os sinais verbais e não
verbais.
A língua e a fala são aspectos da linguagem, onde a língua é caracterizada por
elementos sociais e coletivos, enquanto a fala possui um caráter individual. A língua então é
uma forma de comunicação que pertence a grupo de indivíduos, sendo que o indivíduo não
tem o poder de alterar as regras estabelecidas como deseja. Já a fala é algo que pode
possuir diferentes aspectos conforme a utilização de cada indivíduo, ou seja, a fala é
submetida a um fenômeno conhecido como variação linguística.
Variação Linguística
A variação linguística é um fenômeno decorrente das mudanças naturais que
ocorrem em uma sociedade em constante evolução. Essas mudanças linguísticas podem
ocorrer em função do tempo, conhecidas como diacrônicas, ou podem acontecer em um
mesmo período histórico, conhecidas como sincrônicas. As variações diacrônicas, são
determinadas pelo tempo, onde algumas palavras ou expressões sofrem mudanças por
diversos fatores, como é caso da expressão “vossa mercê”, presente na língua portuguesa,
que foi sendo modificada com decorrer do tempo para a palavra “você”, tornando sua
utilização mais prática. Já as variações sincrônicas, ocorrem em um determinado período
histórico, elas acontecem por diversos motivos sendo eles:
● Diatópica/regional: mudança relacionada com a região em a língua está
inserida, como por exemplo as diferenças entre o português de Portugal e o
do Brasil;
● Diastrática/social: mudança na língua que acontece em função da classe
social, gênero, idade ou profissão da pessoa que a utiliza, como por exemplo
as gírias faladas por profissionais da tecnologia como “network”, “bug”,
“front-end”, etc…
● Diafásica/Formalidade: mudança da língua que ocorre em função do local
em que está sendo falado, onde o local pode requerer um uso da linguagem
formal ou informal, como por exemplo a diferença de formalidade e da
linguagem utilizada entre um jantar de família e uma reunião de trabalho.
Além dessas mudanças citadas, também podem ocorrer mudanças na fala por
ordem fonológica (pronúncia), sintática (sentido) e lexical (vocabulário). Por causa desses
diversos tipos de alterações na língua, algumas palavras ou expressões podem ser criadas
e incorporadas às práticas de linguagem, esse fenômeno se dá o nome de neologismo.
Norma
A gramática normativa é um princípio que serve como regra, ou seja, a linguagem
possui normas que ditam como a linguagem padrão deve ser escrita/falada. Porém a língua
utilizada no dia a dia, que possui um uso prático é heterogênea, o que significa que mesmo
que seja baseada na gramática normativa, ela se modifica e é modificada conforme seu uso
prático.
A norma culta
A norma culta é um conjunto de regras de linguagem utilizadas pela camada mais
culta da comunidade linguística. Essa norma culta tem bastante presença nos textos
literários consagrados nacionalmente, sendo que geralmente obedecem às regras que
seguem a norma culta. Assim, quando estes textos são redigidos seguem a norma que é
caracterizada por ter um valor estático, enquanto a fala utilizada de forma prática no dia a
dia possui um caráter dinâmico. A fala por possuir um caráter dinâmico, ao contrário da
norma, é sujeita a diversas mudanças, sendo uma delas conhecida como empréstimo
linguístico, onde palavras ditas em outros idiomas se tornam parte da fala cotidiana. É
portanto possível observar que o conceito de certo e errado dentro da aspectos da
linguagem não devem carregar preconceitos que são prejudiciais à construção de uma
sociedade. O conceito de erro dentro da linguagem é criticado pois é carregado desse
preconceito, sendo que o importante dentro da comunicação entre os indivíduos é a
transmissão da mensagem, se a mensagem possui a capacidade de ser compreendida,
então ela atingiu o seu objetivo. Porém é importante salientar que o uso formal da
linguagem tem sua contribuição para a padronização da mesma.
O conceito de erro na língua
Como já explicado a linguagem tem a capacidade de se adequar conforme o
ambiente em que está sendo falada, tendo diferenças conforme a formalidade da ocasião
em que está inserida. Por vezes alguns emissores quebram essa linha de pensamento de
que a linguagem deve ser adequada ao ambiente e sua formalidade, com o objetivo de
gerar a crítica do conceito, e assim promover a reflexão sobre a corretude da utilização da
linguagem. Tendo em algumas ocasiões que a utilização da linguagem não formal,
considerada errada se torna mais prática para ser utilizada, subvertendo o conceito de certo
e errado.
Preconceito linguístico
Aplicado o conceito de certo e errado dentro da linguagem, é possível analisar
dentro da nossa sociedade que em muitas ocasiões a utilização da linguagem não formal,
tida como “errada”, é vista com preconceito por parte da população. Geralmente esse
preconceito ocorre por parte da população que possui um maior poder aquisitivo, que olha
com um olhar de superioridade para aqueles que não possuem o domínio da linguagem
formal. Um exemplo deste preconceito é a ausência de marcação plural que geralmente é
utilizada por pessoas sem o domínio da norma culta da linguagem, e que é vista como
errada e até “feia” por aqueles que têm o domínio. Isto se torna prejudicial para a sociedade
pois a uma maior segregação entre as classes sociais permitindo que haja uma dominação
por uma classe mais privilegiada sobre uma classe menos privilegiada. É portanto essencial
para o combate das desigualdades que todas as formas de linguagem, escritas ou faladas,
sejam valorizadas.
Gêneros discursivos
Os textos podem ser divididos conforme suas particularidades e objetivos, onde
diferenças nas linguagem permitem a criação de gêneros textuais. Estes gêneros textuais
podem ter diversas características particulares e objetivos específicos, sendo importante
conhecer seus conceitos,bem como suas aplicações práticas.
Texto e contexto
Um texto tem como conceito ser uma unidade de sentido por meio da qual
interagimos, podendo conter elementos verbais e não verbais. Ou seja, um texto é um
forma de comunicação em que tem como objetivo transmitir uma mensagem a um único ou
mais indivíduos, sendo importante reconhecer o contexto em que estes indivíduos estão
submetidos. O conhecimento do contexto é essencial para a comunicação, pois em
determinados contextos são utilizados determinados gêneros, é importante levar em conta
os conhecimentos prévios dos receptores, pois sem essa análise, é possível que a
mensagem não consiga atingir seu objetivo que é o entendimento por parte dos receptores.
Assim, quando se deseja criar um texto, é importante que se tenha o conhecimento do
contexto em que esse texto será divulgado, tendo como fatores essenciais de criação os
objetivos, a formalidade, a organização e a interação promovida por aquele texto.
Gêneros textuais
Um gênero textual é definido por ter uma forma padrão e ter uma estrutura
relativamente estável. A forma padrão é importante por que ela define quais são as
estruturas presentes para que determinado texto seja pertencente a um gênero textual
específico. Apesar dessas formas padrões, a estrutura do texto é relativamente estável por
possuir a capacidade de obter pequenas mudanças que ainda são pertencentes ao gênero.
Com o decorrer da evolução da linguagem e dos textos foi possível observar a
introdução de novos gêneros, bem como a falta de uso de outros, o que ocasionou no seus
desaparecimentos. Como por exemplo os telegramas como formas gênero e de
comunicação a distância foram substituídos pelas mensagens de texto, como outro gênero.
A partir dessas substituições de gêneros é possível afirmar que os fatores de praticidade e
da economia são essenciais na mudança dos mesmos.
Sequências textuais
Os textos são formados por sequências, o que significa que na criação de um texto
existem padrões a serem seguidos, determinado por uma sequência lógica, sendo eles:
● Narração, é marcada por uma sucessão de fatos ou eventos ao longo do
tempo, tem como predominância verbos de ação, e as vezes diálogos;
● Descrição, é dada por uma sequência de caracterização de algo, tem como
predominância verbos de estado e adjetivos;
● Injunção, apresenta uma orientação ou um conselho, tem como
predominância verbos no imperativo;
● Explicação ou exposição, apresenta geralmente a resposta de uma
pergunta, utiliza verbos no presente do indicativo;
● Argumentação, é marcada por argumentos e contra argumentos com o
objetivo de defender um ponto de vista, por exemplo artigos e debates.
Como todos os textos são formados por essas sequências, elas podem se
apresentar de maneira solitária ou em conjunto. Elas são importantes na construção dos
textos pois servem como um complemento na lógica da comunicação.
Intertextualidade
Os textos em sua grande maioria vão conter referências a outros textos que
antecederam, assim é possível afirmar que os textos são um compilados de diversos outros
textos que já foram escritos, tornando necessário o conhecimento dos textos que
antecedem, para a produção de sentido no novo texto. Dentro destes textos podem haver
menções ou não de outros textos, estas menções podem ser divididas em dois tipos:
explícitas e implícitas.
Intertextualidade explícita
A intertextualidade explícita ocorre quando há presença de fragmentos dos textos
que baseiam os novos textos, ou mesmo a citação da fonte pesquisada. A citação que
contém o fragmento do texto geralmente é apresentada citando o nome do autor e entre
aspas, com uma fonte de tamanho diferente para dar ênfase no fato de que aquele texto
não é original daquele texto. Bem como o argumento apresentado pode conter a citação do
nome do autor e do texto para basear a argumentação.
Intertextualidade implícita
A intertextualidade implícita ocorre quando não ocorre a citação do texto em que
estão baseadas as informações do texto em construção, cabendo ao leitor reconhecer a
ligação entre os textos. Esta forma de intertextualidade pode prejudicar a construção do
sentido do texto por parte do leitor já que ele vai ter que recorrer à memória para realizar o
entendimento do texto. Existem alguns gêneros textuais que são baseados na
intertextualidade implícita, como a paráfrase, onde o autor reescreve um texto já criado com
suas palavras e a paródia onde o texto é submetido a uma revisão com objetivo cômico.
Intergenericidade
Dentro do aspecto da intertextualidade existe também a intergenericidade, que é
quando um gênero assume a forma de outro gênero com o propósito de comunicar algo
utilizando aspectos de outros gêneros, não afetando a estrutura do texto e nem sua função.

Continue navegando