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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ESTÉTICA GICELI VIRNA VOLTOLIN – 0571639 GREICY DE SOUZA MELO - 0561065 CONCEITOS MICROBIOLÓGICOS APLICADOS A MAQUIAGENS CAMPINAS - SP CAMPUS CAMPINAS 2021 UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ESTÉTICA GICELI VIRNA VOLTOLIN – 0571639 GREICY DE SOUZA MELO - 0561065 CONCEITOS MICROBIOLÓGICOS APLICADOS A MAQUIAGENS Trabalho apresentado no curso Superior de Estética e cosmética da UNIP para o Projeto Integrado Multidisciplinar VI. CAMPINAS - SP CAMPUS CAMPINAS 2021 RESUMO: A qualidade microbiana é uma das informações mais importantes de um produto cosmético porque a presença de contaminantes viáveis e patogênicos podem, além de acarretar alterações em sua formulação e estabilidade, como perda da eficácia desejada e aspecto indesejado, pode também promover riscos à saúde do consumidor ao utilizar o produto. Os produtos cosméticos por serem substratos que podem promover o desenvolvimento e a sobrevivência de mais variados microrganismos patogênicos, necessitam além de Boas Práticas de Manipulação (BPM), atenção quanto ao exercício da biossegurança tanto na fase de produção quanto na manutenção e armazenamento do produto pelos consumidores. A maquiagem se tornou acessório de beleza e o mercado da beleza é um dos que mais crescem no Brasil. Desta forma, nota-se a necessidade e a importância da entrega de um produto que ofereça segurança quanto ao seu uso para o consumidor e tais resultados só podem ser entregues se houver o cumprimento de normas e condutas éticas por parte tanto do setor produtor quanto dos profissionais e não profissionais consumidores. Palavras-chave: Maquiagem. Riscos. Microbiologia. Cosméticos. ABSTRACT: Microbial quality is one of the most important pieces of information about a cosmetic product because the presence of viable and pathogenic contaminants can, in addition to causing changes in its formulation and stability, such as loss of desired efficacy and unwanted appearance, can also promote risks to consumer health when using the product. Cosmetic products, as they are substrates that can promote the development and survival of a variety of pathogenic microorganisms, need, in addition to Good Handling Practices (BPM), attention to the exercise of biosafety both in the production phase and in the maintenance and storage of the product by consumers. Makeup has become a beauty accessory and the beauty market is one of the fastest growing in Brazil. Thus, the need and importance of delivering a product that offers security regarding its use to the consumer is noted and such results can only be delivered if there is compliance with ethical standards and conduct by both the production sector and the professionals and non-professional consumers. Keywords: Makeup. Scratchs. Microbiology. Cosmetics. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 6 2 MICROBIOLOGIA EM COSMÉTICOS ................................................................................................ 8 3 COSMÉTICOS DE MAQUIAGEM E OS RISCOS MICROBIOLÓGICOS ENVOLVIDOS .........................11 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................................................13 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................14 6 1 INTRODUÇÃO A pele é o maior órgão do corpo humano, possuindo muitas funções importantes e é o local onde aplicamos muitos produtos de uso tópico, em especial os cosméticos de maquiagem (ALMEIDA et al., 2018). A aplicação de produtos com efeito cosmético, de embelezamento e/ou correção, ao longo do tempo, se transformou em um passo básico e necessário na rotina das pessoas e atualmente o consumo e a utilização de maquiagem é muito grande em razão da sensação de beleza e autoestima elevadas quando utilizada de forma consciente, harmoniosa e correta (ALMEIDA et al., 2018). Apesar da necessidade crescente quanto ao uso de produtos cosméticos de maquiagem, é importante ressaltar que os usuários desses mesmos produtos precisam ser alertados e fiquem cientes a respeito da importância do uso e do armazenamento de forma correta e os possíveis efeitos negativos que a utilização e armazenamento podem acarretar (ALMEIDA et al., 2018). O crescimento do mercado de cosméticos no Brasil se mantém positivo, mesmo diante da presente instabilidade econômica estabelecida no país e devido ao aumento da procura dos produtos de maquiagem pelo consumidor é necessária a avaliação quanto à segurança microbiológica do produto em todas as etapas de sua preparação para que haja assim a oferta de uma maior segurança para o consumidor, especialmente para produtos destinados ao uso coletivo, que possuem maior risco de contaminação em sua utilização e armazenamento (ALMEIDA et al., 2018). O presente trabalho é apontar a importância da avaliação quanto à qualidade e segurança microbiológica de maquiagens e a detecção de microrganismos patológicos que podem apresentar algum risco a saúde do consumidor, bem como frisar a importância do cumprimento de normas e condutas de biossegurança e a adoção de uma postura ética por parte dos profissionais da beleza e na propagação de conhecimento a fim de minimizar os possíveis riscos (ALMEIDA et al., 2018). 7 As maquiagens são produtos para uso externo com a finalidade de embelezamento e limpeza da área corporal, facial e capilar, podendo ser de origem sintética ou natural (BENVENUTTI et al., 2016). Apesar de alguns microrganismos não apresentarem sérios riscos a indivíduos adultos saudáveis, a utilização de cosméticos contaminados pode ser prejudicial quando utilizados por pessoas com o sistema imunológico fragilizado, apresentando assim sérios riscos (ALMEIDA et al., 2018). Os cosméticos são formados por compostos orgânicos e inorgânicos e água, o que favorece o crescimento e desenvolvimento de microrganismos patológicos; além de que a microfibra da pele de uma pessoa é única e pode ser disseminada para outras pessoas quando há compartilhamento de maquiagens e acessórios de uso pessoal e, em alguns casos, geram sérios problemas para quem compartilha (SANTOS, 2017). Apesar dos padrões microbianos de maquiagem serem constantemente aperfeiçoados e o controle e qualidade microbiológicos vem sendo cada vez mais rígido, ainda se observa muitas queixas de irritação ou alguma alergia após o uso compartilhado de maquiagem, o que evidencia os riscos de tal prática (BENVENUTTI et al., 2016). 8 2 MICROBIOLOGIA EM COSMÉTICOS Com o investimento na beleza sendo cada vez maior no setor da beleza, alguns cuidados precisam ser tomados quanto ao uso e armazenamento destes produtos, para que não haja o risco de causar danos a pele e a saúde de quem faz seu uso, além de se atentar quanto ao bom estado de conservação, serem dermatologicamente testados, entre outros cuidados (SANTOS, 2017). A contaminação microbiológica é um dos muitos problemas que podem ser encontrados nas etapas de produção do cosmético e esse risco é um dosprincipais agravantes que podem impossibilitar a continuidade da produção e a comercialização (FOPPA; TIECHER; CONTRI, 2018). Além da ausência de microrganismos patogênicos, a carga microbiana não patogênica precisa ser a menor possível e as concentrações dos agentes precisam estar dentro das concentrações legalmente permitidas pela vigilância sanitária, ademais não é permitido também a presença de cepas reconhecidas patogênicas e é necessário determinar a carga microbiana viável presente no produto (ANVISA, 2018) e produtos que são identificados algum tipo de contaminação requerem novos estudos para identificar o agente contaminante e avaliar a origem e o risco apresentado a saúde (ALMEIDA et al., 2018). Para bloquear a proliferação de microrganismos patógenos em cosméticos, a escolha de um bom conservante deve ser feita. Tais substâncias químicas protegem também contra oxidações indesejáveis, assegurando em seu uso o prazo de validade (BENVENUTTI et al., 2016). Maquiagens e seus utensílios podem apresentar o meio propício para o crescimento de patógenos e podem ser disseminados através do compartilhamento destes produtos, especialmente em estabelecimentos e centros de beleza e estética (BENVENUTTI et al., 2016). Mesmo que o fabricante ofereça a segurança de um produto livre de contaminação, ainda há o risco de contaminação pelo próprio consumidor com a sua microbiota pessoal durante o uso (SANTOS, 2017). 9 Um dos grandes riscos de se compartilhar maquiagens, além da contaminação pelo uso e armazenamento, pode ocorrer a contaminação por falta de higienização dos acessórios utilizados na aplicação (BENVENUTTI et al., 2016). Os riscos se apresentam em formas de reações adversas como alergias, irritações dérmicas e oculares, herpes, entre outras (ALMEIDA et al., 2018). O estudo da microbiologia aplicada a cosméticos é feito através de testes e análises. Os organismos vivos de tamanho microscópico que podem apresentar algum risco patogênico são classificados em: microalgas, bactérias, vírus, leveduras, bolores e protozoários (FUNKE et al., 2005). As fontes de contaminação podem se dar por: produto acabado, sua contaminação podendo ser pelo usuário (consumidor) ou pelo ambiente da casa; durante a fabricação do produto, sua contaminação pode se dar pela água, pela matéria-prima, pelo ambiente de fabricação e pelos manipuladores (FUNKE et al., 2005). Quanto as consequências da contaminação, podem ser ressaltadas: a produção de substâncias tóxicas, microrganismos produtores de toxinas ou degradação do produto produzindo toxinas, matéria-prima como toxinas (como por exemplo a água), produção de toxinas no produto (que pode causar síndrome do choque tóxico, o crescimento de absorvente interno, boutilismo), ingestão, contato (podendo gerar irritação), deterioração, aparecimento de bolor, alteração da cor e/ou da textura e/ou da viscosidade, produção de bolhas, odor atípico, visuais, líquidos (sedimento, turbidez ou película, separação de fases), sólidos (formação de colônias coloridas), olfativas (produtos voláteis com odor desagradável), tácteis (sensorial), líquidos (viscosidade), sólidos (textura), infecções, ingestão do produto, aplicação em lesões de mucosas ou pele, cegueira (máscaras de cílios contaminadas com Clostridium tetani, por exemplo), e algumas mais raras (SANTOS, 2017). Como estratégia para melhor conservação do produto final, investe-se na redução da atividade de água do produto (aw), no controle do Ph, nas embalagens de armazenamento e na adição de conservantes (MURRY, 1992). 10 O objetivo imediato do controle de qualidade microbiológico de produtos é garantir maior segurança para o consumidor e comprovar a ausência de microrganismos patogênicos e determinar o número e a quantidade de microrganismos viáveis, em função da utilização do produto durante a sua duração e seu prazo de validade. É importante ressaltar também que a carga microbiana elevada pode comprometer a estabilidade do produto, a conservação, a data de validade e a eficácia, por degradação da matéria-prima ou do princípio ativo. As alterações de propriedades físico-químicas podem afetar a ação terapêutica, resultando assim no comprometimento quanto à biodisponibilidade do produto e a aceitação do mesmo pelo consumidor que efetuou a compra (BENVENUTTI et al., 2016). As medidas de biossegurança, a adoção de Boas Práticas de Manipulação, o respeito e seguimento das normas e condutas e a atuação ética do profissional no âmbito da beleza se fazem extremamente necessários, mas também a abrangência de outros cuidados que incluem limpeza do estabelecimento, a higienização das mãos, correto armazenamento e uso de materiais descartáveis, dentre outros pontos, representam uma preocupação crescente nos estabelecimentos de procedimentos estéticos (BRASIL, 2006). 11 3 COSMÉTICOS DE MAQUIAGEM E OS RISCOS MICROBIOLÓGICOS ENVOLVIDOS A contaminação dos cosméticos pode acontecer nas várias etapas de sua produção ou uso e armazenamento, o que engloba desde o seu desenvolvimento até a má utilização do produto, a contaminação microbiana gera uma grande preocupação porque pode gerar riscos à saúde de seus consumidores (ALMEIDA et al., 2018). Muitas mulheres durante o ano têm infecção oculares causadas por cosméticos e algumas chegam a ter danos na visão. Geralmente os cílios tem bactérias sobre eles e usando um pincel de maquiagem na pálpebra ou cílios com o passar do tempo o pincel pode ser contaminado, quando o pincel é infectado, as bactérias vão se acumulando e assim gera o risco de uma possível infecção no olho ou até mesmo reação alérgica toda vez que é usado o produto, e também há o perigo de transmissão de uma infecção (BENVENUTTI et al., 2016). É claro que o uso inadequado e o compartilhamento de produtos de cosméticos e Maquiagem pode haver o risco de transmissão de vírus herpes simples (HSV) tipo 1 que é associado a infecção da boca, lábios e até da face (BENVENUTTI et al., 2016). Para poder minimizar os riscos microbiológicos existe uma etapa do processo no desenvolvimento de cosméticos que é quando é feita a escolha de conservantes, para a escolha desse conservante é importante levar em consideração o que o cliente espera da qualidade do produto que vai desde a segurança até a eficácia do mesmo, sendo assim indispensável a averiguação de microrganismo patogênicos, porque os contaminantes podem estar em qualquer etapa do processo desde a matéria prima até nos materiais de embalagem (ALMEIDA et al., 2018). Boas práticas de fabricação (BPF) faz parte do controle de qualidade e isso se refere a amostragem, ensaios, processo, documentação e etc. O 12 controle de qualidade tem que estar envolvido em todas as etapas e decisões relacionadas ao produto (BRASIL, 2006). Para podermos avaliar a qualidade microbiológica de cosméticos que vão desde perfumes até a higiene pessoal é necessário ter ausência de micro- organismos patogênicos que podem causar qualquer risco ao consumidor e determinar a carga microbiana presente no produto (ALMEIDA et al., 2018). Os cosméticos são produtos não estéreis e esses produtos podem sofrer algum tipo de contaminação em qualquer fase, que vai desde o seu desenvolvimento até a má utilização do mesmo. Vendo do ponto de vista microbiológico a composição de cosméticos de maquiagem é bem complexa e assim servem como fonte de nutrientes para muitos tipos de micro-organismos. Uma das etapas mais estudadas é a contaminação microbiana porque ela gera riscos de o produto causar algum tipo de dano à saúde ao consumidor (FOPPA; TIECHER; CONTRI, 2018). 13 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Percebeu-se que os riscos envolvendo contaminação microbiológicapodem causar sérios danos à saúde e a postura ética do profissional da beleza, seguindo todas as normas de conduta tem como objetivo diminuir possíveis contaminações por microrganismos patógenos (MURRAY, 1992). Além da importância do estudo promovendo maior conhecimento acerca do assunto a fim de evitar riscos, a orientação do profissional capacitado para com o consumidor se faz necessária e ações voltadas para a educação em saúde em ambientes de centros estéticos, em salões de beleza, em estabelecimentos de beleza e outros ambientes de compartilhamento de maquiagens e acessórios são práticas que são capazes de reverter o cenário de reclamações (FOPPA; TIECHER; CONTRI, 2018). Com base nas informações dispostas também se nota que, com a possibilidade presença de microrganismos patogênicos mesmo após a fase de produção, é importante a orientação dos cuidados no manuseio, armazenamento, higienização e compartilhamento por parte do consumidor, especialmente em pessoas debilitadas ou com pele sensíveis (ALMEIDA et al., 2018). Este estudo demonstra a importância do controle de qualidade e da adoção de normas e condutas de Boas Práticas de Manipulação (BPM) e a eficiência quanto a minimização de riscos de contaminação por microrganismos patogênicos oportunistas (MURRAY, 1992). 14 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Ana Paula Rodrigues; FIGUEIREDO, Francielle Leonardo; MORAIS, Luana O. Rocha; COSTA, Marcelo Reis da; SILVA, Aldo César Rocha. Os danos à saúde acarretados pelo mau uso das maquiagens. Revista científica, Revista científica Faculdade de Balsas, v.9, n.2, p. 72-83, 2018. ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária Ministério da Saúde. RESOLUÇÃO Nº 481, DE 23 DE SETEMBRO DE 1999. 2018. ANVISA, Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Farmacopeia Brasileira: Volume I. 2018. BENVENUTTI, A. de S.; VEIGA, A.; ROSSA, L. S.; MURAKAMI, F. S.. Avaliação da qualidade microbiológica de maquiagens de uso coletivo. Arq. Cienc. Saúde UNIPAR, Umuarama, v. 20, n. 3, p. 159-163, set/dez. 2016. BRASIL. Biossegurança em Laboratórios Biomédicos e de Microbiologia. Secretaria de Vigilância Sanitária em Saúde, Departamento de Vigilância Sanitária Epidemiológica. Editora MS, 3º Edição, Brasília: Ministério da Saúde, 2006. FOPPA, V. C.; TIECHER, M.; CONTRI, R. V. Avaliação da biossegurança em estabelecimentos de aplicação de maquiagem. Infarma Ciências Farmacêuticas, v. 30, n. 3, p. 178-184, 2018. FUNKE, B. R.; CASE, C. L.; GERAD, J.; TORTORA, G. J. et al. Microbiologia, 10º Ed, Porto Alegre: Artmed, 2005. 15 MURRAY, P. R.; DREW, W. L., KOBAYASHI, G. S.; THOMPSON, J. H. Microbiologia Médica. 1992, 511p. SANTOS, A. S. S.; PEREIRA, G. M. P. CARLSTROM, P. F. Microbiologia e a Microbiota Humana. 2017.
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