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AO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

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AO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
PARTIDO POLÍTICO BETA, com representação no Congresso Nacional, pessoa jurídica de direito 
privado, por seu Diretório Nacional, inscrito no CNPJ sob o n°..., endereço eletrônico..., com sede 
na Rua..., n°..., bairro..., cidade..., UF, CEP..., por seu advogado que esta subscreve, conforme 
procuração anexa, vem a presença de V. Exa., nos termos do art. 102, I, a, da CF88 e da lei n° 
9.868/99, propor 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE COM MEDIDA CAUTELAR 
Em face da Lei n° XX, promulgada pelo Governador e pela Assembleia Legislativa do Estado Alfa, 
pelos motivos a seguir expostos: 
I – DO OBJETO DA AÇÃO 
O objeto da presente ação direta de inconstitucionalidade é impugnar os artigos 1º a 3º da lei 
estadual XX que violou a Constituição Federal. O ato normativo foi editado com o concurso do 
Governador e da Assembleia Legislativa do Estado Alfa. 
II – DA LEGITIMIDADE ATIVA DO PARTIDO POLÍTICO 
 Nos termos do art. 103, VIII, da CRFB/88 e da Lei 9868/99, art. 2º, o Partido Político Beta possui 
legitimidade para propor Ação Direta de Inconstitucionalidade. Nesse sentido, não há 
necessidade de demonstrar pertinência temática, já que é um legitimado universal. 
III – DO CABIMENTO DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 
Conforme previsto no Art. 102, inciso I, alínea a, da CRFB/88, é de responsabilidade do STF 
processar e julgar ação direta de inconstitucionalidade, tendo em vista que no presente caso, 
trata-se de violação constitucional decorrente de lei estadual. 
IV – DOS FATOS 
O Estado Alfa, com o de objetivo de uniformizar a qualidade do serviço de transporte público, 
promulgou a Lei nº XX. 
V - DA INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI ESTADUAL XX 
A lei estadual, ora contestado, configura intervenção indevida do poder estatal em domínio do 
município. Nesse sentido, houve violação constitucional nos seguintes dispositivos legais (art. 
30, V, CF); 
Violação à competência do município para dispor sobre o transporte público municipal (art. 30, 
V, CF), retirando a autonomia municipal de legislar sobre assunto de interesse local; (art. 30, I, 
CF). Neste sentido, André Ramos Tavares (2012) aponta que; 
Caberá à lei orgânica de cada Município estabelecer, em suas linhas gerais, 
quais os assuntos sobre os quais a atuação local do Município é 
imprescindível. Mas, a esse respeito, bem adverte UBIRAJARA COSTÓDIO 
FILHO: “a) se o assunto for de interesse local (o qual somente é possível ser 
avaliado diante do caso em concreto), competirá ao Município legislar a 
respeito, residualmente; b) se não se apurar, em concreto, o interesse local, 
a matéria cairá no campo remanescente de competência estadual (art. 25, § 
1º). Destarte, para exercer tal competência do art. 30, I, não é suficiente ao 
Município a invocação do interesse local, 
Também diz entendimento jurisprudencial Que: 
DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIÇOS FUNERÁRIOS. COMPETÊNCIA 
MUNICIPAL SOMENTE NOS SEUS LIMITES TERRITORIAIS. LEGISLAÇÃO 
MUNICIPAL SOBRE TRANSPORTE INTERMUNICIPAL FUNERÁRIO. 
CARACTERIZAÇÃO DO INTERESSE REGIONAL. COMPETÊNCIA 
CONSTITUCIONAL DOS ESTADOS. PRECEDENTE DO STF. a) A regulamentação 
dos serviços funerários é de competência municipal, nos termos do artigo 30, 
inciso I, da Constituição da República, desde que haja interesse local, 
compreendendo a seguintes atividades: confecção de caixões, organização de 
velório, transporte de cadáveres e administração de cemitérios. b) Assim, 
cabe aos Municípios regular (...) Municípios, ultrapassando-se os limites da 
competência Municipal, eis que caracteriza interesse regional. g) Por fim, 
considerando que o Supremo Tribunal Federal já reconheceu a 
inconstitucionalidade (RE: 237104) de legislação Municipal sobre o transporte 
intermunicipal funerário, é prescindível o encaminhamento do presente 
Recurso ao Órgão Especial, nos termos do parágrafo único do artigo 949 do 
Código de Processo Civil e do artigo 97 da Constituição da República. 2) APELO 
AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. SENTENÇA MANTIDA EM REMESSA 
NECESSÁRIA. (TJPR - 5ª C.Cível - 0006736-76.2016.8.16.0026 - Campo Largo - 
Rel.: Desembargador Leonel Cunha - J. 19.03.2019). 
Violação pelo Art. 2º da Lei estadual nº XX, o Art. 22, inciso XXVII, que confere competência 
privativa à União para legislar sobre normas gerais de licitações; 
Violação pelo Art. 3º da Lei estadual nº XX, o Art. 5º, inciso XXXVI, segundo o qual a lei não 
prejudicará o ato jurídico perfeito. 
VI – DA TUTELA DE URGÊNCIA E DA MEDIDA CAUTELAR 
De acordo com art. 102, I, p, da CRFB/88 e art. 10 a 12 da Lei nº 9.868/99, entende ser cabível a 
medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade. 
A fumus boni iuris se caracteriza pelos fundamentos apresentados ao longo desta ação, bem 
como pela documentação juntada em anexo. Por sua vez, o periculum in mora comprova-se com 
a urgência na prestação da tutela jurisdicional, haja vista a possibilidade de se concretizar um 
dano irreparável ou de difícil reparação, pois a aplicação da Lei estadual nº XX pode inviabilizar 
a continuidade das sociedades empresárias que se dedicam à exploração dessa atividade, já que 
os seus custos serão potencializados, o que prejudicará o usuário do serviço. 
O fundamento é relevante e já existe urgência em obter a tutela jurisdicional, tendo em vista 
que há violação clara à CRFB/88. 
Isto posto, requer a concessão da medida cautelar para suspender a lei impugnada até o 
julgamento definitivo da ação, em consonância com os referidos dispositivos legais acima 
mencionados. 
IV – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS 
Diante do exposto, requer a V. Exa: 
1) A concessão do pedido cautelar formulado para suspender a norma impugnada, na forma do 
art. 102, I, p, da CRFB/88 e art. 10 a 12 da Lei nº 9.868/99; 
2) Que seja julgado procedente o pedido principal da ação para assim ser declarada a 
inconstitucionalidade da lei nos termos do art. 102, I, a, CRFB/88 e Lei nº 9868/99; 
3) Segue em anexo cópia dos documentos necessários para comprovar a arguição de 
inconstitucionalidade, nos moldes do parágrafo único, art. 3º, da Lei. 9868/99; 
4) Seja ouvido previamente o Procurador Geral da República na forma do art. 103, 1º, CRFB/88 
e art. 8º da Lei. 9.868/99; 
5) A citação do Advogado Geral da União na forma do art. 103, 3º, CRFB/88 e art. 8º da Lei. 
9.868/99; 6) Requer sejam solicitadas informações dos responsáveis pela edição da lei 
impugnada, a serem prestadas no prazo de trinta dias contados do recebimento do pedido, de 
acordo com art. 6º, caput e parágrafo único, da Lei nº 9.868/99. Dá-se a causa o valor de R$ 
1.000,00 (mil reais). 
 
Termos em que Pede Deferimento 
Local, data. 
Advogado - OAB

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