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CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

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Autoria: Julie Anne Lopes Almeida 
 
CADERNO DE DIREITO ADMINISTRATIVO II 
Tema: Contratos Administrativos 
Segundo a doutrina de Hely Lopes Meirelles, 
“contrato é todo acordo de vontades, firmado 
livremente pelas partes, para criar obrigações e 
direitos recíprocos. Em princípio, todo contrato é 
negócio jurídico bilateral e comutativo, isto é, 
realizado entre pessoas que se obrigam a prestações 
mútuas e equivalentes em encargos e vantagens”. 
Em que pese se trate um negócio jurídico, 
diferentemente dos demais contratos que são regidos 
pelo direito privado, em âmbito administrativo os 
contratos serão regidos pelo direito público e, por 
isso, conterão algumas peculiaridades. 
Contrato administrativo é espécie do gênero 
contrato da administração. 
Quando celebrados entre o Poder Público e o 
particular, em situação de relativa igualdade, são 
regidos predominantemente pelo direito privado. São 
os considerados contratos privados da Administração 
Pública. 
Diante disso, “contrato administrativo é o ajuste que a 
administração pública, agindo nessa qualidade, firma 
com particular ou outra entidade administrativa para 
a consecução de objetivos de interesse público, nas 
condições estabelecidas pela própria Administração 
Pública” (MEIRELLES). 
O conceito legal de contrato administrativo está 
presente no art. 2º da lei 8.666. 
 
Fontes normativas e Competência Legislativa 
 
Segundo o art. 22, XXVII da Constituição Federal, é 
competência privativa da União para legislar sobre 
normas gerais de contratação que devem ser 
observadas por todos os Entes Federados. 
 
 
Características 
 
Os contratos administrativos exigem a participação do 
Poder Público, objetivando a participação de um 
interesse coletivo e, por essa razão, se faz necessário 
um tratamento diferenciado para a Administração. 
São características do contrato administrativo: 
a) Formalismo: o contrato administrativo deve 
obedecer alguns requisitos, como, por 
exemplo, deve ser escrito (em alguns casos 
esse formalismo pode ser relativizado diante 
da boa fé do particular, como nos casos de 
pequenas compras de pagamento imediato); 
 
b) Consensualidade: deve haver manifestação de 
vontade de ambas as partes para que seja 
perfeito; 
 
c) Comutatividade: as obrigações das partes 
contratantes são equivalentes e previamente 
estabelecidas; 
 
d) Adesão: são contratos de adesão, entendidos 
como aqueles em que não há possibilidade do 
contratado discutir cláusulas contratuais, 
assim sendo, as cláusulas são impostas 
unilateralmente; 
 
e) Personalíssimo (intuitu personae): a escolha 
impessoal do contratado é fruto da escolha da 
melhor proposta entre as apresentadas na 
licitação e, por essa razão, o objeto do 
contrato deverá ser por ele executado. 
Contudo, conforme art. 72 da lei 8.666, em 
alguns casos é possível a subcontratação; 
 
f) Desequilíbrio: aqui, as partes contratantes 
estão em posição de desigualdade e função da 
presença das cláusulas exorbitantes. 
 
 
 
Cláusulas Necessárias 
Autoria: Julie Anne Lopes Almeida 
 
 
As cláusulas necessárias são obrigatórias e 
indispensáveis e, por isso, sua ausência enseja na 
nulidade contratual. 
Estão presentes ao longo do art. 55 da lei de licitações 
e, são elas: 
I- Objeto do contrato e seus elementos 
II- O regime de execução adotado 
III- O preço acordado e as condições de 
pagamento 
IV- Os prazos das etapas de execução 
V- O crédito pelo qual correrá a despesa 
VI- As garantias oferecidas 
VII- Os direitos e responsabilidades das 
partes, bem como as penalidades cabíveis 
em caso de descumprimento 
VIII- Os casos de rescisão 
IX- O reconhecimento dos direitos da 
administração nos casos de rescisão 
administrativa (art. 77) 
X- As condições de importação e taxa de 
câmbio, quando for o caso 
XI- A vinculação ao edital 
XII- A legislação aplicável à execução do 
contrato 
XIII- A obrigação do contratado de manter as 
condições de habilitação e qualificação 
exigidas, a todo tempo 
 
Duração do Contrato 
 
Conforme art. 57 da lei de licitações, os contratos 
administrativos devem ter tempo determinado de 
execução, sendo vedada a contratação por tempo 
indeterminado. Esse prazo deve estar previsto no 
edital de convocação, correspondendo à 
disponibilidade orçamentária. 
Nas exceções previstas nos incisos do art. 57, o 
contrato poderá ter duração dilatada, quando dispor 
sobre: 
a) Projetos que estejam contemplados no Plano 
Plurianual 
b) Prestação de serviços a serem executados de 
forma contínua 
c) Aluguel de equipamentos e a utilização de 
programas de informática 
d) Nos casos de dispensa de licitação previstos 
nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 244. 
Toda prorrogação deve ser justificada e previamente 
autorizada pela autoridade competente para celebrar 
o contrato. 
Cláusulas Exorbitantes 
 
São aquelas que extrapolam, excedem e ultrapassam 
o padrão comum dos contratos em geral, conferindo 
verdadeira vantagem para a Administração Pública. 
Essas cláusulas estão enumeradas no art. 58 da lei 
8.666/93. São elas: 
a) Modificação unilateral: ocorre sempre que 
represente necessidade de interesse público e 
desde que não prejudique os direitos do 
contratado. 
Obs.: a lei proíbe a alteração das cláusulas 
econômico financeiras e monetárias dos 
contratos administrativos sem prévia 
concordância do contratado. 
b) Rescisão unilateral: o contrato poderá ser 
rescindido por razões de interesse público ou 
por descumprimento de cláusula contratual; 
c) Fiscalização: é o poder dever da 
administração em fiscalizar efetivamente a 
execução do contrato administrativo; 
d) Sanção: a sanção deve ser adequada ao caso 
concreto e depende de decisão de caráter 
discricionário e devidamente fundamentada; 
e) Ocupação Provisória: é permitido à 
administração ocupar móveis e imóveis, 
pessoal e serviços vinculados ao objeto do 
contrato. 
Exceção do Contrato não Cumprido 
 
Essa cláusula estabelece que uma parte não poderá 
exigir o cumprimento da obrigação contratual da 
outra, se ela estiver inadimplente, ou seja, se ainda 
não cumpriu a sua prestação contratual. 
Autoria: Julie Anne Lopes Almeida 
 
 
Alteração Contratual 
 
Diferente do que ocorre com contratos em âmbito 
privado, nos contratos administrativos é concedida à 
Administração a faculdade de alterar unilateralmente 
as cláusulas contratuais, mediante justificativa, para 
que haja uma maior efetivação do interesse público, 
desde que sejam respeitados os limites legais. 
A alteração contratual, neste caso, pode ser: 
a) Alteração qualitativa: quando dispor sobre a 
alteração do projeto ou das especificações do 
contrato, conforme preceitua o art. 65, I da 
Lei 8.666/93. 
 
b) Alteração quantitativa: quando dispor sobre a 
alteração da quantidade do objeto contratual, 
conforme art. 65, II da Lei de Licitações. 
 
Obs.: Conforme já dito, as cláusulas 
econômico-financeiras não poderão ser 
modificadas unilateralmente (art. 58 lei 
8.666/93) 
 
Inexecução Contratual 
A regra em uma relação contratual é que ambas 
as partes contribuam para que as obrigações 
sejam cumpridas em sua integralidade, contudo, 
em alguns casos pode ser que estas obrigações 
não se efetivem. Exemplo: 
a) Inexecução Culposa: no caso de a 
inexecução ocorrer por culpa do 
contratado (particular) a ele serão 
imputadas sanções contratuais 
previamente estabelecidas após 
instauração de procedimento 
administrativo com direito ao 
contraditório e ampla defesa. 
 
Contudo, em sendo a inexecução 
ocasionada por culpa da Administração, 
esta deverá compensar o contratado 
particular. O particular pode pleitear o 
distrato na seara administrativa ou a 
rescisão na esfera judicial. 
 
b) Inexecução sem Culpa: diante da ausência 
de culpa, surgem dois caminhos a se 
adotar: ou o contrato será extinto, ou as 
partespoderão rever as cláusulas de 
forma a possibilitar sua execução, 
reequilibrando a equação econômico-
financeira inicial. 
I. Teoria da Imprevisão: aplica-se 
quando na presença de eventos 
imprevisíveis, supervenientes e 
extracontratuais de natureza 
econômica, desde que não sejam 
imputáveis às partes. Tem relação 
com a cláusula rebus sic stantibus, 
que prevê o cumprimento do 
contrato enquanto presentes as 
mesmas condições do momento 
da contratação. 
 
II. Fato do Príncipe: é o fato genérico 
e extracontratual praticado pela 
administração que acarreta no 
aumento dos custos do contrato 
administrativo. 
Obs.: Fato do Príncipe é diferente 
do fato da Administração. 
 
III. Caso Fortuito e Força Maior: 
constituem motivo para rescisão 
do contrato, conforme art. 78, 
XVII. 
 
Extinção dos Contratos 
 
A regra é que os contratos administrativos se 
extingam com o decorrer do tempo ou com o 
Autoria: Julie Anne Lopes Almeida 
 
cumprimento do objeto. Contudo, quando houver 
impossibilidade de continuidade essa extinção pode 
ocorrer de forma prematura, ou ainda quando 
constatada a ilegalidade na licitação ou no contrato, 
acarretando em sua anulação. 
A rescisão dos contratos administrativos pode ser: 
1. Unilateral: quando determinada pela 
Administração por razões de interesse púbico 
ou em caso de falta contratual imputada ao 
particular; 
2. Amigável: é a extinção por acordo das partes 
(distrato); 
3. Judicial: a extinção por sentença judicial, que 
normalmente ocorre por inciativa do 
particular, quando há falta contratual 
cometida pela Administração, uma vez que 
lhe é vedado impor a alteração na via 
administrativa. 
Arbitragem nos Contratos Administrativos 
 
Entende-se que a arbitragem é perfeitamente cabível 
nos contratos administrativos como meio rápido e 
eficaz de se solucionar os conflitos. Contudo, essa 
arbitragem deve ser feita em território nacional e em 
língua portuguesa constituindo verdadeiro empecilho 
para as contratações internacionais. 
Obs.: a instituição de arbitragem interrompe a 
prescrição. 
Sanções Administrativas 
 
Presentes no art. 87, podem se dividir em: 
1- Advertência 
2- Multa (podendo ser cumulada com as outras 
sanções) 
3- Suspensão temporária de participação em 
licitação e impedimento de contratas com a 
Administração por prazo não superior a 2 
anos 
4- Declaração de inidoneidade para licitas ou 
contratar com a Administração enquanto 
perdurarem os motivos determinantes da 
punição 
Controle dos Contratos Administrativos 
 
Os contratos podem ser controlados pela própria 
administração, constituindo um controle interno, 
podendo revogar os atos inconvenientes ou 
inoportunos e anulando os atos ilegais; ou ainda pelos 
outros poderes, com auxílio do Tribunal de Contas, 
conforme art. 70 da CF, constituindo o controle 
externo.

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