Prévia do material em texto
CAIXA DE ENTRADA Processo de formação da folha Uma folha de papel origina-se do depósito de fibras de uma suspensão aquosa de consistência muito baixa sobre uma tela fina. Através desta tela se separam mais de 95% da água. À medida que as fibras se depositam sobre a tela, entrelaçam-se formando parte de uma malha filtrante. Conforme a rede de fibras começa a se formar, a taxa de retenção aumenta progressivamente. Essa taxa conduz a uma variação gradual de características de um lado a outro da folha. Com uma rede bastante úmida, a folha em formação ganha uma resistência considerável. Isso se deve às forças de fricção e entrelaçamento que ocorre entre as fibras, e sua resistência aumenta na mesma proporção em que a consistência da folha úmida aumenta. Em uma etapa posterior, durante a secagem, as fibras começam a unir-se quimicamente entre si, até que esse tipo de união predomine na condição de secagem completa. Diluição A suspensão fibrosa que entra no sistema deve sofrer um processo de diluição até que atinja uma consistência suficiente para permitir uma fácil movimentação entre as fibras, por conseguinte, um alto grau de uniformidade na dispersão das fibras. A água de diluição pode ser fresca, porém, usualmente utilizam-se água recirculada da própria seção formadora e água recuperada do sistema de recuperação de água branca. A uniformidade de diluição afeta diretamente a uniformidade da gramatura da folha no sentido de fabricação. FUNÇÕES BÁSICAS DA SEÇÃO FORMADORA DE UMA MÁQUINA DE PAPEL Distribuição O momento da distribuição tem a função de espalhar a suspensão diluída de fibras, uniforme e constantemente, na seção formadora, e ao mesmo tempo, manter as fibras uniformemente dispersas. Deposição O estágio de deposição refere-se ao assentamento uniforme e o mais individualizado possível das fibras sobre a tela formadora, à medida que a água da suspensão seja drenada através da tela. Compactação Compactar a rede fibrosa, antes que ela esteja na condição plástica para se obter um contato íntimo entre as fibras e controlar a estrutura porosa da folha são ações que evidenciam a função de compactação da seção formadora. Separação A função de separação utiliza-se da sucção para extrair a maior quantidade possível de água da folha, antes que ela atinja a seção de prensas úmidas. Em muitas máquinas, a folha deve ser suficientemente forte para transferir-se sem nenhum suporte da tela formadora para a seção das prensas. Desde que a maior parte das máquinas de papel começou a produzir diferentes tipos de papel, com diversas gramaturas, os sistemas de distribuição de massa, passaram, obrigatoriamente, a serem versáteis para que pudessem manipular fluxos de massas diferentes e de diferentes consistências. SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE MASSA NA CAIXA DE ENTRADA O material fibroso e outros materiais usados na fabricação do papel são muito suscetíveis à ação de bactérias, que, eventualmente, podem afetar a qualidade do papel. O sistema de alimentação deve ser projetado de forma a minimizar essa ocorrência. É de grande importância que o desenho observe condições que ofereçam a facilidade de limpeza, bem como contribua para a eliminação de bolsões onde ar e fibras podem se acumular. As superfícies em contato com a massa, além de bem polidas, devem possuir um mínimo de saliências que possam vir a causar turbulências e floculação de fibras. As funções dos distribuidores de massa e caixa de entrada podem ser resumidas da seguinte forma: � Mesclar os fluxos de depuradores individuais, sempre que se usa mais de um depurador; isso assegura propriedades uniformes da pasta em todos os pontos da largura da máquina. � Distribuir uniformemente o fluxo de pasta por toda a extensão da largura da máquina. � Dirigir o fluxo da pasta de forma a livrá-la de fluxos transversais que originam condições não uniformes de fluxos nos jatos que saem da régua. FUNÇÕES DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE MASSA E CAIXA DE ENTRADA � Manter em todo o sistema uma dispersão uniforme das fibras e dos sólidos presentes. Isso requer um movimento adequado de todo o sistema para impedir o assentamento e floculação das fibras, e evitar fluxos rápidos ao redor de superfícies curvas. O fluxo turbulento que forma pequenos redemoinhos, constitui eficiente método de dispersão de fibras. As forças centrífugas e as perturbações dos fluxos geradas por fluxos rápidos ao redor de superfícies curvas originam a formação de canais preferenciais e separação dos sólidos. Esta última consideração é muito importante em máquinas que trabalham com altos teores de cargas. � Manter a limpeza do sistema em operações prolongadas. A pasta é um meio ideal para a proliferação de bactérias. Em um sistema de pastas, tais condições produzem rapidamente agregados limosos de fibras que retardam e rompem o fluxo, provocando rupturas sob a ação da máquina e, em decorrência, produz-se papel de baixa qualidade. Os requisitos para se preservar um sistema limpo incluem a necessidade de que todas as superfícies que entrem em contato com a pasta, sejam mantidas sempre limpas; evitar também canais fechados em que bolhas de ar dispersas na pasta poderiam encontrar espaço para separar-se e acumular-se em bolsas; evitar ainda pontos mortos de pasta ou regiões com velocidade de fluxo lenta e, principalmente, contar com facilidade de acesso para a limpeza dos prováveis focos de dificuldades. A caixa de entrada tem como funções básicas: � fornecer um jato estável e uniforme, com velocidade constante na direção da máquina e sem distúrbios laterais aleatórios de grande escala; � fornecer uma área geometricamente estável e definida de abertura nos lábios, independentemente de variações de temperatura e pressão; � produzir uma suspensão de fibras bem dispersa, com o mínimo de flocos; � ter como parâmetro mais importante em seu projeto, sua estabilidade, e acima de tudo, sua repetitividade. Podemos distinguir duas funções distintas de uma caixa de entrada. Uma é puramente hidrodinâmica, e consiste em produzir um jato uniforme com mesma espessura e velocidade, sem correntes cruzadas por sobre toda a largura do lábio. A segunda está relacionada com a criação de uma distribuição uniforme de fibras na suspensão. Esta função depende das propriedades da malha de fibras e de sua resistência à captura por forças cizalhantes dos geradores de turbulência. A primeira função determina a macro distribuição de fibras na folha e pode ser interpretada pela distribuição de gramatura. A segunda função determina a formação da micro distribuição das fibras na folha de papel. Segundo Carlested, as caixas de entrada para mesas planas caracterizam-se pela ocorrência da formação da pasta sobre a superfície livre da tela formadora. Isto deve limitar a turbulência no jato. Essas caixas devem, portanto, ser projetadas com níveis mais baixos de turbulência na área dos lábios. Como essas caixas trabalham com consistências mais baixas e, portanto, possuem coeficiente de fricção interna menores, devem ser projetadas com mais cuidado no que diz respeito à estabilidade hidrodinâmica; devem ser capazes de manejar grandes vazões por unidade de largura e ter uma faixa de vazão de trabalho maior. CAIXA DE ENTRADA PARA FORMADORES COM MESA PLANA Em mesas planas, a formação é basicamente controlada pela consistência na caixa e pelo nível de distúrbio na tela e com uma pequena relação com a defloculação na caixa de entrada. Quanto menor a velocidade e quanto maior a gramatura, maior será a importância da consistência na caixa de entrada. Os cordões ou veios no jato (streaks) normalmente se diluem ao longo da tela. Em formadoras com tela dupla, a folha é fixada rapidamente com um mínimo de distúrbios, na maioria dos casos. A formação e outras propriedades são determinadas pelo nível de turbulência. Sua escala e a consistência no jato dispersam as fibras. Se houver cordões (streaks) no jato,eles serão fixados na folha de papel. As formadoras de telas duplas exigem mais das caixas de entrada do que as formadoras simples e são, portanto, responsáveis pelo rápido desenvolvimento das caixas hidráulicas. Essas são mais simples em construção que as convencionais, pois seus elementos internos são estacionários. Devido às suas características de projeto, não são recomendadas para máquinas de baixa velocidade onde se devem usar caixas do tipo aberta ou pressurizada. CAIXA DE ENTRADA PARA FORMADORES COM TELA DUPLA Para a discussão do projeto de uma caixa de entrada, convém adequar a sua distribuição por três partes principais: � sistema de distribuição: responsável pela distribuição da massa que chega, por um tubo com seção circular que ocupa toda a largura da caixa de entrada; � seção de uniformização: responsável pela uniformização do fluxo por meio de elementos resistivos e tempo de retenção; � seção dos lábios: responsável pela reaceleração do fluxo até a velocidade da tela e pelo controle da espessura do jato de saída e seu ângulo de descarga. O arranjo dos lábios também afeta a estabilidade do jato e a defloculação das malhas de fibras. PROJETO DE UMA CAIXA DE ENTRADA Fica evidente a importância do sistema de distribuição em escala de responsabilidade, para o bom desempenho da caixa, comparando com a seção dos lábios, pois quanto maior for a uniformidade do fluxo em todos os seus aspectos, menor será a necessidade de elementos retificadores posteriores, por exemplo: � eliminação da câmara de explosão; � menor volume ou tamanho do reservatório; � menor número de rolos perfurados. SEÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO Podemos distinguir, pelo desenvolvimento do sistema de distribuição, os vários tipos de distribuidores: Funil divergente As antigas caixas consistiam de uma caixa aberta alimentada por um tubo que vinha de um depurador e era distribuído para toda a largura da máquina por meio de um "funil divergente". Para se conseguir uma distribuição mais uniforme da polpa sobre a largura da tela, alguns projetos eram munidos de aletas direcionais, que podiam ser reguladas externamente. A forma mais simples, mostrada na Figura 1 ( A ), apresenta transição geométrica de um tubo redondo para a ranhura retangular. A maior limitação dessa forma reside na suspensão que não distribuirá a pasta de maneira uniforme em um canal que possui um ângulo de divergência muito acentuado. A Figura 1 ( B ) mostra uma modificação que não obteve muito sucesso por ser de difícil limpeza. Uma versão mais recente inclui chicanas distribuidoras na garganta de entrada para dirigir o fluxo uniformemente dentro da seção de grande ângulo, como se pode observar na Figura 1 ( C ). A - Modelo simples B - Modelo modificado C - Modelo com chicanas Figura 1 - Alimentador cônico Distribuidor Múltiplo (Manifold) O distribuidor múltiplo Manifold (Figura 2) é um sistema de ramificação múltipla para dividir o fluxo de tubulação simples em um fluxo total da largura da máquina. O distribuidor múltiplo consiste em um sistema de distribuição que apresenta alguns pontos de difícil controle capazes de torná-lo inviável, pois separar um determinado fluxo em exatamente duas metades, tendo que manter a mesma pressão em ambos fluxos e, posteriormente, em todos os fluxos subdivididos, é muito difícil; também ocorre, neste tipo de distribuidor, Figura 2 - Distribuidor múltiplo Manifold elevada perda de carga, pelo aumento da área de contato da massa com a tubulação. Há inclusive o risco de se não poder evitar retenção de massa nas curvas das tubulações, e, conseqüentemente, a contaminação de uma massa pelas sobras deterioradas das massas anteriormente processadas. A faixa de velocidade de trabalho deste sistema é bastante estreita, pois com velocidades acima de 3 m/s, aparecem sérias flutuações de pressão que são transferidas para a caixa de entrada. Com velocidade abaixo de 1,5 m/s, as flutuações podem ser controladas, mas deve- se tomar cuidado, pois se a velocidade cair muito, as fibras e cargas podem se depositar, havendo assim acúmulo de ar e limo e posterior contaminação da massa. a - Tubo de alimentação b - Tubo transversal c - Duas ramificações d - Coletor principal e - Tubos distribuidores f - Câmara de explosão g - Garganta Coletor com aproximação central O sistema de coletor com aproximação central, mostrado na Figura 3, localiza-se na linha de centro da máquina, distribui a massa em um tubo transversal, ponto em que duas ramificações alimentam o coletor central. Do coletor central a massa passa por um grande número de Figura 3 - Tubo coletor com aproximação central pequenos tubos, que são igualmente espaçados ao longo da caixa e, assim, proporcionam distribuição uniforme e constante do produto até atingir a câmara de explosão. Com este sistema, melhorou-se a distribuição da massa através da máquina, porém, a pressão não era uniforme nos tubos, tal como a falta de recirculação. No início, o não processamento da recirculação foi considerado uma vantagem do sistema, mas na verdade configura-se numa desvantagem, pois, com a recirculação, o ajuste de pressão dentro do sistema pode ser melhor controlado. Quando se consegue controlar a pressão neste ponto, consegue-se melhor distribuição da pressão sobre toda a largura da máquina, melhorando o perfil transversal. Este sistema deve obedecer a alguns critérios quanto ao seu projeto: � a velocidade no tubo de aproximação central e nos tubos de ramificação não devem ser superiores a 2,5 m/s; � toda curva na tubulação deverá ser precedida por um trecho de, no mínimo, cinco diâmetros do tubo; � os ramais de alimentação do coletor principal deverão ser cônicos, com um ângulo total nunca maior que 8º; � a finalidade desses coletores, ou desses expansores cônicos, é a de converter a energia do fluxo em pressão, resultando em um mínimo de acréscimo de pressão no coletor principal ao qual estão ligados; � para uma vazão uniforme em todos os distribuidores, sua seção deverá apresentar dimensões menores ou até ocupar espaço correspondente à metade da área da seção do coletor principal; A velocidade mínima recomendada nos tubos distribuidores é de 1,8 m/s, podendo chegar até 4 m/s. Quanto maior for a velocidade, maior será a uniformidade da pressão através desses distribuidores. No trecho final dos tubos, coloca-se uma peça cônica para que se consiga reduzir a velocidade. Coletor com aproximação lateral O conceito de um sistema de distribuição constando de um coletor cônico com tubos distribuidores perpendiculares à direção do fluxo e com uma recirculação no seu extremo final foi introduzido no ano de 1955. A adoção quase universal deste tipo de distribuidor cabe aos esforços e melhoramentos do seu conceito. Veja a Animação 1. O coletor cônico é construído normalmente com seção circular (tubo redondo), podendo ainda ser construído com seção retangular e segmentada. A conicidade do coletor é calculada em razão de uma faixa de vazão que dependerá da velocidade da máquina e produção do papel. O diâmetro do coletor, conicidade e recirculação são calculados com base na vazão. Em vazões superiores e inferiores a essa faixa, será necessário o ajuste da taxa de recirculação para que a pressão seja uniforme ao longo do coletor. A pressão do coletor pode ser controlada automaticamente por meio de um transmissor de pressão diferencial destinado a medir a pressão de entrada e saída do coletor e enviar um sinal de saída para um controlador que atuará sobre a válvula de recirculação. O controle poderá ser manual; neste caso haverá necessidade de um indicador do diferencial de pressão, que poderá ser fabricado em tubo plástico transparente ligado por tomadas na entrada e na saída do coletor. Caso haja diferença de pressão entre as tomadas, haverá um fluxo no tubo transparente percorrendo na direção da tomada com menor pressão. A válvula de recirculação deve ser reguladapara que o fluxo pare, o que significará que a pressão permanece uniforme. ������������ � ������� ��� Coletores com seção circular, são fabricados com tubos resistentes e podem ser usados coletores com paredes mais finas que são mais baratas, porém a desvantagem é a dificuldade em se obter a seção cônica, uma vez que essa forma do coletor dispõe de várias seções circulares, o que torna este sistema um tanto inviável. ������������ � ��������� ��� Mais adequado para a fixação de placas perfuradas ou conjunto de feixes tubulares, o coletor com seção retangular pode ser fabricado com bastante precisão. Embora seja bastante usado pelas empresas atualmente, este sistema deve ser construído com material mais resistente e com ranhuras para reforços, além do que, a transição entre o tubo circular de chegada da polpa e a boca retangular do coletor é de difícil projeto. A todas essas desvantagens deste sistema, deve ser acrescido o fato de o coletor exigir mais soldas que outros sistemas, além de cantos com 90º, o que pode acarretar aglomeração e retenção de massa em algum ponto, o que poderá prejudicar o sistema. Na Figura 4, podem-se ver coletores com seção circular e retangular. Figura 4 - Coletores com seção circular e retangular ������������ � ��� ��������� O tipo de coletor com seção segmentada exibe a maioria das vantagens de uma seção circular que poderá ser fabricada de material mais espesso, com exceção do flange na parte superior. Em seu extremo menor, ela é mais larga que a seção circular de área equivalente, e poderá ser fabricada com maior precisão. A placa ou flange proporciona a esse tipo de seção a maioria das vantagens da seção retangular, pois ela é adaptável às placas perfuradas, feixes de tubos ou aletas. Esse tipo de seção permite acesso à entrada dos tubos distribuidores durante a sua construção. Figura 5 - Coletor com seção segmentada Basicamente, as placas perfuradas e o banco de tubos (Figura 6) têm a função de acelerar o fluxo de suspensão, numa mudança de direção desse fluxo, em algum ponto da caixa. PLACAS PERFURADAS E BANCO DE TUBOS Figura 6 - Placa perfurada e banco de tubos A - Entrada B - Recirculação C - Banco de tubos D - Rolo perfurado E - Parede posterior da caixa de entrada As placas perfuradas e os feixes de tubos distribuidores são usados para dividir o fluxo do coletor em um grande número de pequenos jatos, permitindo uma distribuição mais uniforme e facilitando a homogeneização do fluxo na seção retificadora. O projeto de construção das placas ou tubos e sua montagem é tão importante quanto o do coletor. Para se conseguir a máxima uniformidade nas descargas dos tubos ou dos furos da placa perfurada devem-se usar grandes perdas de pressão e manter velocidades mais altas nos tubos que no coletor, mesmo que esse coletor apresente grandes variações de vazão. O comprimento dos tubos deve ser suficiente para mudar em 90º a direção do fluxo e ter, no mínimo, três a cinco diâmetros de comprimento (Wahlstron). A velocidade nos tubos distribuidores não deve ser menor que 3,3 m/s para que se assegure a auto limpeza. As características necessárias para eficiência da placa são: � a espessura da placa deve ser maior que 50 mm, para que o fluxo na saída da placa tenha velocidade suficiente para se orientar no sentido do eixo longitudinal da máquina; � os furos poderão variar de 9 a 20 mm, distribuídos eqüitativamente; � a perda de carga através da placa deverá ser de 3 mca sob fluxo máximo, para eliminar os pulsos provenientes do circuito de aproximação e para assegurar uma boa defloculação. Os tubos têm a função inicial de acelerar o fluxo de suspensão, seguida de desaceleração, mantendo as fibras e cargas dispersas e uniformizando o perfil transversal de velocidade, evitando assim o aparecimento de fluxos transversais; Em certos tipos de caixa de entrada, abertas ou fechadas, costuma-se usar uma câmara de recepção ou de explosão (Figura 7) entre os tubos retificadores e o reservatório. O jato CÂMARA DE EXPLOSÃO Figura 7 - Câmara de explosão vindo dos tubos distribuidores atinge uma parede perpendicular e é desviado em 90º na direção do reservatório. A saída da câmara de explosão é constituída de um rasgo em toda a largura do tubo formando uma garganta ou Venturi. Esse dispositivo retifica as irregularidades de fluxo dos tubos distribuidores por meio de uma alta mistura provocada pelas diversas mudanças de direção. Não deve haver, nesta seção, contornos arredondados, para evitar movimentos rotativos. Esse equipamento é geralmente usado em caixas convencionais e tubos coletores com aproximação central. A adoção de reservatório nas caixas abertas ou pressurizadas deve-se ao fato de que o tempo reduz turbulências e fluxos cruzados, mas, se por um lado, como um volume relativo estabilizaria tais perturbações, por outro, esta não se mostrou uma boa solução, pois um reservatório causa refloculação, pontos mortos nos cantos, problemas de limpeza e muitos outros. A mudança de direção do fluxo do canal divergente para o reservatório com um volume relativo causa separação e redemoinhos. As caixas para fibras longas devem trabalhar com níveis mais elevados para evitar que os redemoinhos gerados pela câmara de explosão atinjam os lábios. SEÇÃO UNIFORMIZADORA Isto resulta em uma péssima formação devido à baixa velocidade através do reservatório. Portanto, para melhorar esta situação deve-se trabalhar com menores níveis ou volumes no reservatório, aumentando a velocidade. Veja a Figura 8. Figura 8 - Seção uniformizadora Os rolos retificadores ou rolos perfurados (Figura 9), consistem em rolos rotativos instalados no interior da caixa de entrada com a função de promover defloculação mediante agitação da massa, bem como uniformizar a velocidade do fluxo em toda a largura da caixa de entrada. Figura 9 - Rolos perfurados ROLOS PERFURADOS OU ROLOS RETIFICADORES ESPECIFICAÇÃO 50 a 60: Entrada da caixa e próximo ao lábio 40 a 50:Região central 18 - 25 polida ou revestida entrada da caixa - região central a distância do lábio é de 15 vezes o diâmetro das perfurações dos rolos e 1/8" a 1/4" do fundo ou das laterais da caixa 10 - 15 Obs.: velocidade adequada para um bom desempenho e evitando-se turbulência excessiva sentido contra o fluxo entre o rolo e o fundo do reservatório aletas ou discos internos para aumentar a eficiência CARACTERÍSTICA Área aberta (%) Diâmetro dos furos (mm) Superfície Posicionamento Velocidade (m/s) Sentido de rotação Acessórios Veja no quadro 1 as principais características dos rolos perfurados. Quadro 1 - Principais características dos rolos perfurados O rolo perfurado posicionado antes do lábio exige cuidados especiais tanto em sua construção como em sua posição em relação aos lábios. Sua função básica, nesta posição, não é mais a de retificação e, sim, mais no sentido de criar uma turbulência em escala e intensidade suficiente para desencadear o cisalhamento dos flocos de fibras. Para se obter essa turbulência, faz-se necessário que: � a relação entre a área dos furos a área total fechada seja: 50% a 56% para fibras curtas e 45% para fibras longas; � diâmetro dos furos seja de 18 mm a 25 mm; � a distância entre o rolo e as paredes seja igual ou menor que 3 mm, pois o fluxo, passando direto nessas passagens, cria redemoinhos e fluxos secundários após o rolo; � a distância entre os furos do rolo não seja muito alta, normalmente de 10 mm a 15 mm, pois no caso de grande distanciamento entre furos, serão formadas zonas mortas dentro do rolo; � o rolo seja bem polido. Um problema gerado pelos rolos perfurados consiste na tendência de as fibras aderirem nas bordas dos furos, o que pode ser controlado usando-se uma espessura de chapa sempre superior ao comprimento médio específico da fibra e também com rotações moderadas do rolo. Outro problema gerado pelo uso de rolos perfurados se apresenta coma deposição de fibras nas áreas fechadas. Deve-se evitar chanfrar demais os furos e evitar também manter a distância entre os furos maior que o comprimento das fibras. Apesar de alguns autores questionarem sobre a conveniência do uso dos rolos perfurados, na prática, poucas caixas conseguem funcionar de forma satisfatória sem recorrer à utilização desses tipos de rolos. A distância L (face frontal do rolo até o bico do lábio) deve ser suficiente para que haja tempo suficiente de retenção para que se processe a uniformização dos jatos saindo dos furos. Figura 10 - Distância mínima entre o rolo e o lábio L = V x b 12,5 onde: L = distância entre o rolo e a abertura do lábio (m); V = velocidade do jato (m/min); b = distância entre furos (m). A distância entre a face frontal do rolo perfurado ao lábio poderá ser calculado usando-se a seguinte fórmula: Se o rolo perfurado estiver muito próximo dos lábios, teremos cordões e outras irregularidades sobre a tela. Estes distúrbios são conhecidos como "efeito de ondas" criados pelas carreiras de furos do rolo passando em frente à abertura dos lábios. Esses cordões serão fixados na folha se houver drenagem no rolo cabeceira. Uma regra simples para o posicionamento do rolo, consiste em manter a distância da face frontal do rolo ao lábio numa extensão equivalente a vinte diâmetros de furo. Do ponto de vista da hidrodinâmica , quanto menor for o diâmetro dos furos menor será a probabilidade de se desencadear o efeito de ondas, pois diâmetros pequenos refloculam menos a massa. Os rolos podem dispor de alguns acessórios como aletas ou discos internos para aumentar a eficiência. As principais vantagens do uso dos rolos perfurados podem ser descritas como: � melhoria da formação da folha; � maior versatilidade; � eliminação de pulsações hidráulicas. Como desvantagens podemos citar: � a aderência de fibras; � a manutenção. Os chuveiros são necessários para se evitar a aglomeração de fibras e eliminar a espuma que se forma na superfície da massa. A água neles usada pode ser fresca ou água branca filtrada. Basicamente, existem chuveiros estáticos, oscilantes e rotativos. CHUVEIROS O projeto de uma caixa de entrada, especialmente da região dos lábios, é crítico, pois a velocidade da máquina e sua eficiência são altamente dependentes do perfil de gramatura uniforme e estável, independentemente de variações de pressão, temperatura e abertura dos lábios. A massa que vem de um espaço relativamente largo é confinada no bocal formado pelas paredes superiores e inferiores. A alta velocidade no confinamento não permite um fluxo laminar, resultando em um fluxo turbulento, de acordo com as leis da hidrodinâmica. Simultaneamente, ocorrem fenômenos de fricção entre as camadas do fluído e nas paredes. SEÇÃO DOS LÁBIOS A fricção entre as fibras e o fluido atuam como forças cisalhantes e, desta forma, aceleram as fibras. Diferenças em velocidades, devido ao perfil geométrico do bocal, provocam uma orientação das fibras da massa na direção do fluxo. Quando uma fibra entra em uma parte do fluxo onde a velocidade varia na direção, ou através da direção do fluxo, a parte da fibra que for sujeita a maior velocidade será acelerada em tal direção. Na Figura 11 podemos observar a parte superior da fibra sendo girada na direção do fluxo. a - bocal b - fibra c - linha de fluxo d - spoiler Figura 11 - Relações das forças de fluxo no bocal O lábio também é conhecido por régua e sua função é permitir que a massa da caixa de entrada flua para a tela da máquina de papel. A massa, com altura manométrica elevada, deve ser descarregada à pressão atmosférica com uma velocidade próxima a da tela. O projeto de um lábio tem de receber especial atenção, pois é nesse local ou nesse estágio de processo que a folha de papel começa a ser formada, devendo satisfazer os seguintes itens: � distribuir a massa uniformemente por toda largura da tela; � estabelecer o ângulo com que a massa incide sobre a tela; � permitir fácil regulagem da abertura; � suprimir os redemoinhos formados pela turbulência do jato de massa. Os principais tipos de lábios são:TIPOS DE LÁBIOS a) Lábio vertical: formam um ângulo de aproximadamente 90º com ao anteparo inferior e são bastante usados na indústria. A desvantagem desse tipo de lábio reside na formação de redemoinhos junto à parede vertical, quando da variação da velocidade do fluxo de alimentação. A - Lábio vertical B - Lábio inclinado C - Lábio curvoFigura 12 - Tipos de lábios b) Lábio inclinado: pode ser usado com ou sem projeção vertical na sua extremidade. Em geral, o ângulo de inclinação situa-se entre 30 e 45º e o anteparo inferior pode ser regulado horizontalmente. c) Lábio curvo: conhecidos também como Van de Can, podem ser usados em anteparos inferiores curvos ou retos. Todos os tipos de lábios devem possibilitar a regulagem da distância entre eles e o anteparo inferior. Isto se torna necessário para não apenas compensar a deflexão da caixa de entrada, particularmente do anteparo inferior, mas também corrigir variação no jato de massa. As irregularidades do fluxo que chegam ao lábio são geradas pelas variações de velocidade na seção transversal da caixa, vórtices, estrias, canais e turbulência excessiva, além de uma dispersão de fibras deficiente. O ângulo do jato que deixa a caixa de entrada determina o ponto de contato do jato na tela e o ângulo de impacto é controlado pelo ângulo do lábio inferior e pela posição relativa do lábio inferior e superior. CARACTERÍSTICAS DE OPERAÇÃO A área de impacto do jato é controlada pelo ângulo do jato e pelo espaçamento entre o lábio inferior e o centro do rolo cabeceira. O material de construção dos lábios não deve ser corrosivo, ter bom polimento e alinhamento, ter boa estabilidade e possuir um sistema para compensar deflexão. A flexão dos lábios pode ser causada por diferença de temperatura, pressão do fluxo da massa e pelo peso das vigas de sustentação dos lábios. A utilização de câmaras de água na face externa do lábio com temperatura controlada, assim como a utilização de câmaras de água com pressão e temperatura controladas podem compensar essa flexão. O controle do perfil transversal de gramatura se consegue pelo sistema de manípulos, que consiste em um conjunto de hastes de comprimento variável, fixados sobre o lábio superior, ao longo de toda sua largura, guardando um espaçamento regular entre elas. O princípio de funcionamento desse sistema baseia-se na alteração do fluxo da massa em uma pequena região do lábio, obtida com a mudança na abertura desse lábio, conseguida com o auxílio do movimento das hastes. A atuação é manual ou automática; o espaçamento entre os manípulos pode variar entre 7,5 e 30 cm. CONTROLE DO PERFIL TRANSVERSAL DE GRAMATURA As desvantagens do sistema de manípulos reside na interferência nos fluxos adjacentes e na deformação do lábio quando este é flexionado para controlar a gramatura no ponto desejado. Caixas de entrada com rolos distribuidores mostraram-se eficientes em todos os detalhes para se conseguir boa formação até velocidade de 1000 m/min. A partir dessa velocidade caminha-se para um novo tipo de caixa de entrada, as de alta turbulência. A caixa de entrada se constitui no primeiro elemento da mesa plana e se coloca logo após o sistema de alimentação. Há três tipos básicos de caixa de entrada: aberta, pressurizada e compacta ou hidráulica. Aberta A caixa de entrada aberta deve contar com uma altura geométrica que permita a uma coluna d'água elevar-se a altura suficiente permitindo que a massa entre na tela com a velocidade adequada. A maioria das caixas de entrada antigas e de baixa velocidade pertencem a essa categoria. Consiste basicamente de uma caixa alimentada em uma de suas extremidades por um distribuidor e com descarga na outra extremidade por meio de uma régua. TIPOS DE CAIXA DE ENTRADA Para o controle dofluxo dentro da caixa, usa-se uma variedade de defletores, rolos perfurados e elementos curvados. O nível da pasta dentro da caixa varia com a velocidade da máquina. Para se obter a velocidade adequada na saída da régua, geralmente um pouco menor que a velocidade da tela, ajustam-se, simultaneamente, o fluxo que entra na caixa e a abertura da régua até que a altura de massa produza a velocidade adequada. A velocidade de saída se ajusta a um valor bem próximo à velocidade da tela, portanto à medida que se aumenta a velocidade da máquina deve-se aumentar a altura das caixas. ������ ������� ���� � ����� Na caixa aberta com Multipass (Figura 13) existem duas chicanas superiores que permitem uma regulagem de modo a possibilitar a variação da velocidade do fluxo da massa. Muitas modificações foram introduzidas nesse tipo de caixa, com alterações nas posições dos lábios e colocação de cilindros perfurados. Figura 13 - Caixa aberta com Multipass ������ ������� ���� ���� A caixa com rolos foi desenvolvida com o intuito de eliminar tanto as deficiências da caixa Multipass quanto a instabilidade do fluxo e a falta de estabilidade da massa. Possui cinco rolos perfurados que exercem, de maneira mais eficaz, a função das chicanas das caixas com Multipass. A passagem da massa pelo rolo A faz com que parte do ar existente no sistema atinja a superfície. Em seguida, a massa passa pelos rolos B e C (rolos da caixa), sendo dirigidos para os rolos D e E (rolos do lábio). Em geral, os rolos A, D e E possuem uma área aberta de 50% a 60% e os rolos B e C, entre 40% e 50%. Essa menor área aberta causa um substancial aumento de velocidade do fluxo de massa e ajuda a desfazer os agregados de fibras. A distância entre os rolos D e E e o lábio deve corresponder a quinze vezes o diâmetro das perfurações desses rolos. Veja na Animação 2 o funcionamento de uma caixa aberta com rolos perfurados. Todos os rolos perfurados utilizam-se de rotação lenta e devem ter uma forma que evite excessiva turbulência e danos às fibras. Pode-se determinar a altura da caixa de entrada tendo em mãos a velocidade desejada da tela, com a fórmula: 2 2 g V H × = onde: H = altura manométrica em metros V = velocidade da tela em m/s g = aceleração da gravidade VELOCIDADE DA TELA m/min m/s 60 1 m/s 120 2 m/s 180 3 m/s 240 4 m/s 300 5 m/s 360 6 m/s 900 15 m/s ALTURA DA CAIXA (m) 0,051 0,204 0,459 0,815 1,274 1,835 11,468 A seguir, a tabela mostra porque as caixas abertas tornaram-se inviáveis: Caixa de entrada fechada ou pressurizada Com o aumento da velocidade das máquinas de papel, logo se percebeu que, para velocidades acima de 300 m/min, a altura requerida para a caixa de entrada provocava problemas, como a estagnação da pasta e a formação de aglomerados de fibras. A solução encontrada foi a construção de uma caixa de entrada pressurizada, na qual o ar comprimido desempenha a função da altura geométrica. A Figura 14 mostra uma caixa de entrada pressurizada típica. As caixas de entrada pressurizadas apresentam grande versatilidade. A utilização de componentes internos bem dimensionados permite uma grande eficiência e variedade de condições de fluxo.Figura 14 - Caixa de entrada pressurizada com rolosperfurados Caixa de entrada hidráulica ou de alta turbulência As caixas de entrada hidráulicas usam elementos estacionários para dissipar energia em jatos de alta velocidade e produzir um fluxo homogêneo e estável. Além disso, oferecem geração de turbulência adequada e dispersão das fibras, mediante utilização de feixe de tubos que subdividem o fluxo total em um grande número de fluxos individuais; fornecem, dessa maneira, a resistência requerida para a obtenção de uma boa distribuição através da largura, pela adição de resistência por deflexão na entrada dos feixes de tubos e pela geração de uma micro turbulência desejada em um feixe de tubos cujas saídas possuem um difusor com uma seção de corte transversal pentagonal ou hexagonal. As caixas de entrada hidráulicas são muito mais compactas que as caixas de entrada pressurizadas. Em termos de funcionamento, as caixas hidráulicas são semelhantes às caixas pressurizadas. A distribuição é conseguida com a utilização de um coletor cônico com tubos múltiplos e uma conexão de recirculação controlada. A dispersão das fibras se processa por meio de lâminas na caixa de entrada que proporcionam uma escala bem menor de turbulência, além de melhorar a formação. ����������������������� Caixas de entrada tipo W possuem uma câmara de ar para atenuação de pulsações localizadas entre os dois bancos de tubos. Essa caixa de entrada utiliza um tubo redondo como coletor de fluxo e tubos múltiplos de pequeno diâmetro para distribuição do fluxo. O segundo banco de tubos possui descarga hexagonal e grande área aberta que desemboca na área do lábio. Além dos ajustes normais de lábio para controle do jato, o lábio possui um sistema de compensação especial de deflexão. Principais características: � formação perfeita, resultado da intensa microturbulência; � otimização na distribuição direcional das fibras, baixa relação de resistência à tração entre os sentidos longitudinal e transversal do papel; � uniformidade no jato de saída de turbulência e distribuição de fibras até as bordas; � perfil mais estável na direção transversal à máquina; � curso menor do fluxo e pequeno volume de massa; � não há deposição de fibras devido à alta velocidade do fluxo e pela turbulência de alta intensidade; � minimização do espaço requerido; � requerimento menor de manutenção devido a ausência de qualquer elemento rotativo e seus respectivos acionamentos. Veja na Animação 3 o funcionamento de uma caixa de entrada Tipo W. ��������������������������� ���������� As caixas de entrada Converflo possuem uma capacidade de distribuir a massa com dispersão uniforme de fibras por toda a largura da máquina. O sistema de distribuição é dividido em cinco estágios: distribuidor cônico de entrada de massa, banco de tubos, câmara de equalização, placa de dispersão perfurada e seção convergente onde o fluxo uniformizado é dividido em canais convergentes estreitos formados por lâminas de plástico resistentes. Na Animação 4, pode-se ver uma caixa desse tipo. ����������������������������������������� Caixas de entrada Converflo (Figura 15), também conhecidas como caixa de entrada Conceito III, preservam um desenho simples em sua construção e proporcionam um maior controle de turbulência do jato, tornando a caixa mais versátil para uma maior faixa de gramatura, velocidade e formadores. Figura 15 - Caixa de entrada Converflo - Conceito III ���������������������������� A moderna caixa de entrada conceito IV (Figura 16) representa um grande avanço nos conceitos de caixa de entrada. Todos os elementos básicos da caixa de entrada Converflo estão presentes, entretanto cada um desses elementos apresenta suas inovações. Figura 16 - Caixa de entrada Conceito IV A caixa de entrada Conceito IV-MH é construída com base na caixa de entrada Converflo original da própria Beloit. Uma caixa de entrada de uma geração futura deverá alcançar os seguintes objetivos: � melhorar a uniformidade de gramatura na direção transversal e residual; � melhorar as condições das bordas (orientação de fibras e gramatura); � assegurar a operação de limpeza; � melhorar a disposição e a deposição das fibras (formação). Na opinião dos fabricantes, o Conceito IV-MH preenche todos os objetivos tradicionais das caixas de entrada, os requisitos necessários para obterem perfis de gramatura, de orientação de fibras, limpeza, flexibilidade e intensidade de turbulência. Esse conceito permite a ausência de áreas que geram vórtices, ausência de áreas de baixa velocidade, sem redemoinhos, sem fluxos transversais e sem deficiências de fluxos nas bordas. Com a estabilidade do banco de tubos, os recursos e flexibilidade da zona convergente, ecom a capacidade de controle do perfil pelo sistema de diluição, esta caixa de entrada deverá servir a indústria ao longo da próxima geração. ������ ��� �������� ���� �������� � ������ � � ��������� As caixas de entrada com múltiplas camadas têm como característica principal a possibilidade de ser projetada para um fluxo de três camadas. As caixas de entrada atuais usam um coletor cônico com algum tipo de banco e tubos para distribuição do fluxo no sentido transversal da máquina. A dispersão das fibras é mantida ou melhorada com as lâminas, tubos escalonados ou outra fonte de turbulência. A entrega do jato para a tela é controlada com o ajuste do lábio inferior e geralmente com algumas formas de estabilização térmica. Todos esses detalhes e avanços tecnológicos nas caixas de entrada possibilitam o avanço das caixas de entrada com mais de um tipo de massa, ou seja, uma folha com duas, três ou mais camadas vindas de uma só caixa formadora (Strataflo). Veja o seu funcionamento na Animação 5. O conceito de Strataflo apresenta uma técnica avançada de formação que permite a fabricação de um produto estratificado. Os principais motivos para a criação desse produto é a melhora das propriedades da folha, diminuição dos custos na fabricação do produto ou uma combinação de ambos. As caixas de entrada Strataflo utilizam-se dos mesmos princípios de projetos desenvolvidos para projeto de outras caixas de entrada. A única diferença centra-se na utilização dos coletores de separação para trazer massas diferentes para a mesma caixa de entrada. Uma vez na Strataflo, os fluxos são conduzidos no mesmo tipo de banco de tubos e arranjo de bocal como as caixas de entrada convencionais. Os fluxos de massas diferentes são mantidos separados naturalmente pelo banco de tubos e lâminas na seção convergente. Seguindo as lâminas, os fluxos de massas diferentes convergem e formam um jato estratificado, que é, em seguida, desaguado de forma convencional. A caixa de entrada Strataflo é usada para a preparação das duas primeiras camadas, que são desaguadas por um formador de tela superior. Uma terceira camada é então acrescentada com uma caixa de entrada secundária, seguida por um outro formador para desaguamento. A estratificação também é comum em certos tipos de papel "tissue". Para esses papéis, a caixa de entrada Strataflo é usada com o rolo cabeceira de sucção, ou máquina de tela dupla. ������������������ ������� ® A caixa de entrada hidráulica mostrada na Figura 17 usa um coletor cônico retangular com distribuidor de tubo escalonado. Esses tubos escalonados contabilizam perdas de cargas elevadas para a boa distribuição do fluxo. A dispersão de fibras é obtida com a turbulência gerada pelos escalonamentos nos tubos. Após o banco de tubos, as velocidades do fluxo são relativamente altas a fim de que a dispersão das fibras seja mantida. A - ajuste fino e acerto de lâminas B - ajuste do lábio superior, que depende da taxa de fluxo e velocidade da máquina C - movimento do lábio superior que afeta o ponto de contato do jato com a tela e na formação da folha; D - distribuidor que pode ser oscilado para limpeza e inspeção Figura 17 - Caixa de entrada Escher Wyss ���������������������������������� ��® Uma outra caixa de entrada moderna possui dois bancos de tubos: é a caixa Nozzle da Valmet Sym (Figura 18). O primeiro banco faz a distribuição do fluxo no sentido transversal Figura 18 - Caixa de entrada Nozzle da Valmet Sym da máquina e o segundo é destinado a melhorar a dispersão de fibras e aperfeiçoar a formação. O segundo banco de tubos oferece uma descarga retangular e grande área aberta que descarrega na área do lábio (convergente). A câmara de ar acima da câmara de equalização entre os dois bancos de tubos é projetada para absorver algumas variações de fluxo provenientes do sistema de preparação de massa. ��������������������� � �������� ������® Na caixa de entrada com sistema Module Jet, a massa, valendo-se de dois tubos parabólicos, distribui-se por um grande número de instalações de mistura montadas uma ao lado da outra. O tubo grande serve para transporte do fluxo de massas de alta consistência e o tubo pequeno transporta massas em baixa consistência. Nas tubulações de ligação, entre os tubos de distribuição de massa a baixa consistência e as câmaras de mistura, encontra-se uma válvula de dosagem para cada uma delas. Nessas válvulas é ajustado o perfil transversal de gramatura. No lábio superior do bocal encontra-se um diafragma com acionamento elétrico de regulagem, com a vantagem de encontrar-se em uma área sem perigo de sujeira e respingo de água. A compensação da deflexão do lábio superior mediante um colchão de ar pode ser dispensado. Figura 19 - Caixa de entrada com sistema Module Jet Na caixa de entrada com sistema Module Jet (Figura 19), duas correntes de massa de consistências diferentes abastecem as diversas instalações de mistura, dispostas uma ao lado da outra sobre toda a largura da máquina. O sistema Module Jet consiste em duas linhas. A linha para o fluxo volumétrico usa água branca como meio de diluição. Esta é retirada por bomba na parte baixa do tanque de água branca e levada para um tubo distribuidor passando por um deculator e um depurador. A regulagem da média de gramatura é efetuada por meio de válvula de massa grossa no tubo vertical do tanque de água branca. Para a regulagem do perfil transversal de gramatura, os motores das válvulas de dosagem são acionados. Sumário CAIXA DE ENTRADA Processo de formação da folha FUNÇÕES BÁSICAS DA SEÇÃO FORMADORA DE UMA MÁQUINA DE PAPEL Diluição Distribuição Deposição Compactação Separação SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE MASSA NA CAIXA DE ENTRADA FUNÇÕES DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE MASSA E CAIXA DE ENTRADA CAIXA DE ENTRADA PARA FORMADORES COM MESA PLANA CAIXA DE ENTRADA PARA FORMADORES COM TELA DUPLA PROJETO DE UMA CAIXA DE ENTRADA SEÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO Funil divergente Distribuidor Múltiplo (Manifold) Coletor com aproximação central Coletor com aproximação lateral COLETOR COM SEÇÃO CIRCULAR à A Voith® desenvolveu um sistema de regulagem de perfil transversal de gramatura sintonizada com o Module Jet, que recebe os valores reais e nominais de gramatura de um sistema de guia de processo e calcula, com os mesmos sinais, o posicionamento para os motores das válvulas. Na Figura 20 pode-se observar o sistema de válvulas que regulam o fluxo de água branca, do sistema Module Jet. Figura 20 - Module Jet Sumário caixa de entrada Processo de formação da folha FUNÇÕES BÁSICAS DA SEÇÃO FORMADORA DE UMA MÁQUINA DE PAPEL Diluição Distribuição Deposição Compactação Separação SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE MASSA NA CAIXA DE ENTRADA FUNÇÕES DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE MASSA E CAIXA DE ENTRADA CAIXA DE ENTRADA PARA FORMADORES COM MESA PLANA CAIXA DE ENTRADA PARA FORMADORES COM TELA DUPLA PROJETO DE UMA CAIXA DE ENTRADA SEÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO Funil divergente Distribuidor Múltiplo (Manifold) Coletor com aproximação central Coletor com aproximação lateral Coletor com seção circular Coletor com seção retangular Coletor com seção segmentada PLACAS PERFURADAS E BANCO DE TUBOS CÂMARA DE EXPLOSÃO SEÇÃO UNIFORMIZADORA ROLOS PERFURADOS OU ROLOS RETIFICADORES CHUVEIROS SEÇÃO DOS LÁBIOS TIPOS DE LÁBIOS CARACTERÍSTICAS DE OPERAÇÃO CONTROLE DO PERFIL TRANSVERSAL DE GRAMATURA TIPOS DE CAIXA DE ENTRADA Aberta Caixa aberta com Multipass Caixa aberta com rolos Caixa de entrada fechada ou pressurizada Caixa de entrada hidráulica ou de alta turbulência Caixa de entrada Tipo W Caixa de entrada Converflo - Original Caixa de entrada Converflo - Conceito III Caixa de entrada Conceito IV Caixa de entrada com múltiplas camadas (Strataflo) Caixa de entrada Escher Wyss Caixa de entrada Nozzle da Valmet Sym Caixa de entrada Module Jet cxentrada: Caixa localizada na cabeceira da máquina de papel, que distribui uniforme e continuamentea massa diluída em toda a largura da tela da mesa plana. consistencia: Percentagem de material sólido contido na suspensão. O mesmo que concentração. corrente: Defeito que consiste em ondulações diagonais paralelas no papel. dirTransversal: Direção no plano do papel, que corresponde à direção perpendicular ao movimento da folha contínua na máquina de papel. fibras: Estruturas alongadas, formadas por uma célula vegetal de tamanho microscópico, mais comprida do que larga, oca e com paredes de espessura variável. É a principal matéria-prima da indústria de papel e celulose, e pode ser obtida da madeira, de plantas anuais, de material sintético, ou ainda reciclada de papéis velhos.