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AULA 4 DIDÁTICA E AVALIAÇÃO NA APRENDIZAGEM EM BIOLOGIA Prof. Cornélio Schwambach 2 CONVERSA INICIAL Nesta aula, você será nosso convidado para refletir sobre a utilização da taxonomia de Bloom na etapa do ato pedagógico, que é a avaliação. Você verá como o conhecimento e a aplicação da taxonomia de Bloom pode colaborar na elaboração de provas como instrumentos que aproximam a avaliação de uma prática de investigação e oportuniza a aprendizagem (Trevisan; Amaral, 2015, p. 451). Dentre nossos objetivos, destacamos a descrição da taxonomia de Bloom, a análise de sua atualização e a sua aplicação na elaboração de processos avaliativos em biologia. CONTEXTUALIZANDO Você já deve ter se perguntado muitas vezes sobre como elaborar uma boa avaliação. Também deve ter refletido após corrigir atividades e provas, e ficado descontente com os resultados dos alunos e com o próprio resultado, por não conseguir atingir os objetivos em um determinado processo. Imagine um conteúdo em que os alunos, de um modo geral, acabem tendo uma dificuldade maior; embriologia, por exemplo. Esse conteúdo geralmente oferece dificuldades, uma vez que a nomenclatura é muito farta e os alunos acham que precisam decorar todos aqueles nomes. O que você deve cobrar deles, exatamente? É preciso tomar alguns cuidados, pois a avaliação pode gerar uma tensão emocional e, consequentemente, o insucesso. Uma boa alternativa é optar por avaliações qualitativas, que levam em consideração os conceitos que serão utilizados para explicar fenômenos baseados nas informações dadas. E quanto ao tipo de questão a ser utilizada? Objetiva? De que modelo? Somatório, V ou F? Por essas indagações, entre tantas outras, é que apresentaremos nesse capítulo uma breve descrição da taxonomia de Bloom, que pode auxiliá-lo, e muito, na elaboração de uma boa avaliação. A taxonomia de Bloom foi criada com objetivo de facilitar o uso da avaliação no processo de ensino-aprendizagem. TEMA 1 – TAXONOMIA DE BLOOM O que é taxonomia? O termo, muito utilizado em biologia, deriva do grego taxis, que significa ordenação, e nomos, "sistema, norma". É possível dizer que a taxonomia é um sistema de classificação. A American Psychological Association 3 (APA), associação norte-americana de psicologia, baseada no princípio e na importância de utilizar o conceito de classificação como forma de estruturar e organizar um processo, solicitou a alguns de seus membros, em 1948, que montassem uma força-tarefa para discutir, definir e criar uma taxonomia dos objetivos de processos educacionais (Lomena, 1999). Segundo Bloom et al., vários pesquisadores utilizaram-se dessa terminologia conceitual baseada em classificações estruturadas e orientadas para definir algumas teorias instrucionais. Duas das inúmeras vantagens de se utilizar a taxonomia no contexto educacional são: • Oferecer a base para o desenvolvimento de instrumentos de avaliação e utilização de estratégias diferenciadas para facilitar, avaliar e estimular o desempenho dos alunos em diferentes níveis de aquisição de conhecimento; e • Estimular os educadores a auxiliarem seus discentes, de forma estruturada e consciente, a adquirirem competências específicas a partir da percepção da necessidade de dominar habilidades mais simples (fatos) para, posteriormente, dominar as mais complexas (conceitos). A Associação Norte Americana de Psicologia (American Psycological Association), baseada no princípio e na importância de se utilizar o conceito de classificação como forma de se estruturar e organizar um processo, solicitou a alguns de seus membros, em 1948, que montassem uma “força tarefa” para discutir, definir e criar uma taxonomia dos objetivos de processos educacionais (Lomena, 2006). Bloom et al. (1956) assumiu a liderança desse projeto e, junto com seus colaboradores – M.D. Englehart, E. J. Furst, W. H. Hill e D. Krathwohl –, definiu que o primeiro passo em direção à execução da responsabilidade a eles atribuída seria a divisão do trabalho de acordo com o domínio específico de desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotor. Embora todos tenham colaborado significativamente no desenvolvimento dessa taxonomia, ela é conhecida como “Taxonomia de Bloom” (Ferraz; Belhot, 2010). Saiba mais Benjamim Bloom foi um professor da Universidade de Chicago que concebeu uma taxonomia dos objetivos educacionais que exerceu uma influência muito importante nos processos de planificação e de avaliação. A partir dos anos [19]60, o contributo de B. S. Bloom para a planificação e a avaliação do ensino passou a ser matéria de estudo obrigatória em todos os Cursos de Formação de Professores. As suas principais obras foram: Stability and Change in Human Characteristics (1964); Human Characteristics and School Learning (1976); Taxonomy of Educational Objectives (1956); Handbook on the Formative and Summative Evaluation of Student Learning (1971). Benjamim Bloom escreveu alguns livros e artigos em parceria com J. H. Block, um outro importante teórico do ensino para a mestria. As principais obras de J. H. Block foram: Mastery Learning: Theory and Practice (1971); Schools, Society and Mastery Learning (1974); Mastery Learning in Classroom Instruction (1975) Benjamim Bloom é, provavelmente, um dos autores contemporâneos mais incompreendidos e mais mal lidos. A maior parte dos professores que criticam a teoria de Bloom nunca leram um texto de Bloom. Com efeito, a teoria de Bloom, inserida no paradigma comportamentalista, tem sido alvo de um cerrado ataque por parte dos movimentos pedagógicos não diretivos e libertários. Muitas dessas críticas são injustas porque reduzem o complexo pensamento educacional de Benjamim Bloom à planificação por objetivos e traçam dele apenas uma 4 pálida caricatura. Benjamim Bloom foi, sem dúvida, o autor que mais influência exerceu nas teorias da aprendizagem, na segunda metade do século XX. O seu legado educacional mantém uma grande atualidade. Por isso, merece que as suas obras sejam objeto de um estudo sério, criterioso e livre de preconceitos ideológicos. (Marques, s/d). 1.1 Taxonomia de Bloom: concepção Benjamin e sua equipe de colaboradores definiu como primeiro passo a divisão do trabalho de acordo com três domínios dos objetivos educacionais. ● Cognitivo: relacionado ao aprender, dominar um conhecimento. Envolve a aquisição de um novo conhecimento, do desenvolvimento intelectual, de habilidade e de atitudes. Inclui reconhecimento de fatos específicos, procedimentos padrões e conceitos que estimulam o desenvolvimento intelectual constantemente. Nesse domínio, os objetivos foram agrupados em seis categorias e são apresentados numa hierarquia de complexidade e dependência (categorias), do mais simples ao mais complexo. Para ascender a uma nova categoria, é preciso ter obtido um desempenho adequado na anterior, pois cada uma utiliza capacidades adquiridas nos níveis anteriores. As categorias desse domínio são: Conhecimento; Compreensão; Aplicação; Análise; Síntese; e Avaliação; ● Afetivo: relacionado a sentimentos e posturas. Envolve categorias ligadas ao desenvolvimento da área emocional e afetiva, que incluem comportamento, atitude, responsabilidade, respeito, emoção e valores. Para ascender a uma nova categoria é preciso ter obtido um desempenho adequado na anterior, pois cada uma utiliza capacidades adquiridas nos níveis anteriores para serem aprimoradas. As categorias desse domínio são: Receptividade; Resposta; Valorização; Organização; e Caracterização; ● Psicomotor: relacionado a habilidades físicas específicas. Bloom e sua equipe não chegaram a definir uma taxonomia para a área psicomotora, mas outros o fizeram e chegaram a seis categorias que incluem ideias ligadas a reflexos, percepção, habilidades físicas, movimentos aperfeiçoados e comunicação não verbal. Para ascender a uma nova categoria, é preciso ter obtido umdesempenho adequado na anterior, pois cada uma utiliza capacidades adquiridas nos níveis anteriores. As categorias desse domínio são: Imitação; Manipulação; Articulação; e Naturalização (Ferraz; Belhot, 2010). Pensando na aplicação dos conhecimentos da taxonomia de Bloom, ele é como um instrumento de apoio didático pedagógico especialmente relacionado aos problemas referentes a currículo e avaliação. Para Moretto (2010), a taxonomia visa possibilitar, no exame desses problemas, maior precisão, uma vez que a seleção de currículos e as avaliações são submetidas a juízos de valor. Fundamentalmente, avaliar é emitir juízo de valor após análises e/ou sínteses efetuadas. É uma apreciação qualitativa dos dados relevantes dos processos de ensino-aprendizagem que auxilia o professor a tomar decisões sobre o seu trabalho. Para Luckesi (2005), [...] nas trajetórias de pesquisas sobre avaliação, que iniciaram pelo conhecimento técnico dos instrumentos de medição de aproveitamento, 5 o educador avançou para o aprofundamento das questões teóricas, chegando à seguinte definição de avaliação escolar: um juízo de qualidade sobre dados relevantes para uma tomada de decisão (Luckesi, 2005). Nessa concepção, não há avaliação sem um diagnóstico que contribua para melhorar a aprendizagem. É nesse sentido que a taxonomia de Bloom pode contribuir para o estabelecimento de critérios que facilitem a objetividade e rompam com a subjetividade do processo avaliativo. Dentre os três domínios, o cognitivo é o mais utilizado, e é aquele ao qual daremos ênfase, pensando na aplicação de planejamento curricular e avaliação em biologia. 1.2 Aprendizagem e taxonomia Sabe-se que a capacidade de aprendizagem varia de uma pessoa para a outra. Isso explica a diferença de rendimento entre os alunos? Por muito tempo acreditou-se que o fator que levava a essa diferença de desempenho estava relacionado a situações e variáveis existentes fora do ambiente educacional e que, nas mesmas condições de aprendizagem, todos apreenderiam o conteúdo com a mesma competência e profundidade. As pesquisas de Bloom e sua equipe demonstraram que, nas mesmas condições de ensino (desconsiderando as variáveis externas ao ambiente educacional), todos os alunos aprendiam, mas se diferenciavam em relação ao nível de profundidade e abstração do conhecimento adquirido (Bloom; Hastin; Madaus, 1971). Por que isso ocorre? Essa diferença poderia ser caracterizada pelas estratégias utilizadas (que levariam ao estudo de estilos de ensino e aprendizagem) e pela organização dos processos de aprendizagem para estimular o desenvolvimento cognitivo. Naquele momento, o desenvolvimento cognitivo e sua relação com a definição do objetivo do processo de aprendizagem foram à direção tomada para a definição da taxonomia (Bloom; Hastin; Madaus, 1971). Dentre as grandes contribuições da utilização da taxonomia, destaca-se a organização de objetivos. Antes, havia uma falta de consenso em relação a determinadas palavras usualmente relacionadas à definição dos objetivos instrucionais. Ela também possibilitou a padronização da linguagem no meio acadêmico, além de novas discussões sobre assuntos relacionados à definição de objetivos instrucionais. Como a taxonomia de Bloom é estruturada em níveis de complexidade crescente, para que um aluno adquira uma nova habilidade ele precisa ter 6 dominado a habilidade anterior. Isso possibilita uma organização hierárquica dos processos cognitivos de acordo com níveis de complexidade e objetivos do desenvolvimento cognitivo desejado e planejado. Outro fato que deve ser ressaltado é que os resultados de aprendizagem esperados são cumulativos, o que caracteriza uma relação de dependência entre os níveis, que devem ser organizados em termos de complexidade dos processos mentais. 1.3 Níveis de organização A taxonomia de Bloom no domínio cognitivo apresenta seis categorias que, por sua vez, apresentam subcategorias com o objetivo de direcionar os objetivos instrucionais e estabelecer limites entre elas. Relacionados às categorias, estão os verbos que procuram dar suporte ao planejamento acadêmico – objetivo, estratégia e avaliação (Ferraz; Belhot, 2010). 1.3.1 Domínio cognitivo Figura 1– Categorias do domínio cognitivo proposto por Bloom, Englehart, Furst, Hill e Krathwolh, que ficou conhecido como taxonomia de Bloom Fonte: Ferraz; Belhot, 2010. 1. Conhecimento: processos que requerem que o estudante reproduza com exatidão uma informação que lhe tenha sido dada seja ela uma data, um relato, um procedimento, uma fórmula ou uma teoria. Corresponde a processos de memória ou recordação de dados, datas, classificações, definições, modelos. 2. Compreensão: requer elaboração (modificação) de um dado ou informação original. O estudante deverá ser capaz de usar uma informação original e ampliá-la, reduzi-la, representá-la de outra forma ou prever consequências resultantes da informação original. 3. Aplicação: reúne processos nos quais o estudante transporta uma informação genérica para uma situação nova e específica. 4. Análise: caracterizam-se por separar uma informação em elementos componentes e estabelecer relações entre eles. 7 5. Síntese: representa os processos nos quais o estudante reúne elementos de informação para compor algo novo que terá, necessariamente, traços individuais distintivos. 6. Avaliação: representa os processos cognitivos mais complexos. Consiste em confrontar um dado, uma informação, uma teoria, um produto etc. com um critério ou conjunto de critérios, que podem ser internos ao próprio objeto de avaliação, ou externos a ele. (Ferraz; Belhot, 2010) Quadro 1 – Estruturação da taxonomia de Bloom no domínio cognitivo Categoria Descrição 1. Conhecimento Definição: Habilidade de lembrar informações e conteúdos previamente abordados como fatos, datas, palavras, teorias, métodos, classificações, lugares, regras, critérios, procedimentos etc. A habilidade pode envolver lembrar uma significativa quantidade de informação ou fatos específicos. O objetivo principal dessa categoria é trazer à consciência esses conhecimentos. Subcategorias: 1.1 Conhecimento específico: Conhecimento de terminologia; Conhecimento de tendências e sequências; 1.2 Conhecimento de formas e significados relacionados às especificidades do conteúdo: Conhecimento de convenção; Conhecimento de tendência e sequência; Conhecimento de classificação e categoria; Conhecimento de critério; Conhecimento de metodologia; e 1.3 Conhecimento universal e abstração relacionado a um determinado campo de conhecimento: Conhecimento de princípios e generalizações; Conhecimento de teorias e estruturas. Verbos: enumerar, definir, descrever, identificar, denominar, listar, nomear, combinar, realçar, apontar, relembrar, recordar, relacionar, reproduzir, solucionar, declarar, distinguir, rotular, memorizar, ordenar e reconhecer. 2. Compreensão Definição: Habilidade de compreender e dar significado ao conteúdo. Essa habilidade pode ser demonstrada por meio da tradução do conteúdo compreendido para uma nova forma (oral, escrita, diagramas etc.) ou contexto. Nessa categoria, encontra-se a capacidade de entender a informação ou fato, de captar seu significado e de utilizá-la em contextos diferentes. Subcategorias: 2.1 Translação; 2.2 Interpretação e 2.3 Extrapolação. Verbos: alterar, construir, converter, decodificar, defender, definir, descrever, distinguir, discriminar, estimar, explicar, generalizar, dar exemplos, ilustrar, inferir, reformular, prever, reescrever, resolver, resumir, classificar, discutir, identificar, interpretar, reconhecer, redefinir, selecionar, situar e traduzir. 3. Aplicação Definição: Habilidade de usar informações, métodos e conteúdos aprendidos em novas situações concretas. Issopode incluir aplicações de regras, métodos, modelos, conceitos, princípios, leis e teorias. Verbos: aplicar, alterar, programar, demonstrar, desenvolver, descobrir, dramatizar, empregar, ilustrar, interpretar, manipular, modificar, operacionalizar, organizar, prever, preparar, produzir, relatar, resolver, transferir, usar, construir, esboçar, escolher, escrever, operar e praticar. 4. Análise Definição: Habilidade de subdividir o conteúdo em partes menores com a finalidade de entender a estrutura final. Essa habilidade pode incluir a identificação das partes, análise de relacionamento entre as partes e reconhecimento dos princípios organizacionais envolvidos; identificar partes e suas inter-relações. Nesse ponto é necessário não apenas ter compreendido o conteúdo, mas também a estrutura do objeto de estudo. 8 Subcategorias: Análise de elementos; Análise de relacionamentos; e Análise de princípios organizacionais. Verbos: analisar, reduzir, classificar, comparar, contrastar, determinar, deduzir, diagramar, distinguir, diferenciar, identificar, ilustrar, apontar, inferir, relacionar, selecionar, separar, subdividir, calcular, discriminar, examinar, experimentar, testar, esquematizar e questionar. 5. Síntese Definição: Habilidade de agregar e juntar partes com a finalidade de criar um novo todo. Essa habilidade envolve a produção de uma comunicação única (tema ou discurso), um plano de operações (propostas de pesquisas) ou um conjunto de relações abstratas (esquema para classificar informações). Combinar partes não organizadas para formar um “todo”. Subcategorias: 5.1 Produção de uma comunicação original; 5.2 Produção de um plano ou propostas de um conjunto de operações; e 5.3 Derivação de um conjunto de relacionamentos abstratos. Verbos: categorizar, combinar, compilar, compor, conceber, construir, criar, desenhar, elaborar, estabelecer, explicar, formular, generalizar, inventar, modificar, organizar, originar, planejar, propor, reorganizar, relacionar, revisar, reescrever, resumir, sistematizar, escrever, desenvolver, estruturar, montar e projetar. 6. Avaliação Definição: Habilidade de julgar o valor do material (proposta, pesquisa, projeto) para um propósito específico. O julgamento é baseado em critérios bem definidos que podem ser externos (relevância) ou internos (organização) e podem ser fornecidos ou conjuntamente identificados. Julgar o valor do conhecimento. Subcategorias: 6.1 Avaliação em termos de evidências internas; e 6.2 Julgamento em termos de critérios externos. Verbos: Avaliar, averiguar, escolher, comparar, concluir, contrastar, criticar, decidir, defender, discriminar, explicar, interpretar, justificar, relatar, resolver, resumir, apoiar, validar, escrever um review sobre, detectar, estimar, julgar e selecionar. Fonte: Ferraz; Belhot, 2010. 1.3.2 Domínio afetivo Figura 2 – Níveis de domínio afetivo 9 Na hierarquia de Bloom, o domínio afetivo trata de reações de ordem afetiva e de empatia. É dividido em cinco níveis: Recepção: Percepção, Disposição para receber e Atenção seletiva Resposta: participação ativa, Disposição para responder e Satisfação em responder Valorização: Aceitação, Preferência e Compromisso (com aquilo que valoriza) Organização: Conceituação de valor e Organização de um sistema de valores Internalização de valores: comportamento dirigido por grupo de valores, comportamento consistente, previsível e característico (Bezerra, 2011). 1.3.3 Domínio psicomotor Esse domínio trata de algumas habilidades relacionadas à capacidade de manipular objetos, ou seja, à parte motora do indivíduo. Bloom não estabeleceu hierarquia. Posteriormente, Anita Harrow, em 1972, propôs uma taxonomia alguns níveis: 1. Percepção: Atenção que o estudante presta a todos os movimentos envolvidos na ação global, suas conexões e implicações. 2. Posicionamento: Colocar-se em posição correta e eficiente para executar os movimentos propriamente ditos. 3. Execução acompanhada: O aprendiz, tendo se posicionado adequadamente, passa a executar os movimentos de forma ainda hesitante. Os movimentos são realizados imperfeita ou parcialmente. 4. Mecanização: Ações executadas integralmente. O ciclo de movimentos é completo e o aprendiz coordena uma ação com as demais que a ela se ligam. 5. Completo domínio de movimentos. Maestria sobre as ações que se constituíram objeto da aprendizagem. TEMA 2 – ALTERAÇÕES NA TAXONOMIA DE BLOOM Com o aprofundamento dos trabalhos, surgiu a necessidade de alterar a taxonomia de Bloom. Em 2001, um novo grupo, formado como o primeiro (a partir de um convite da American Psychological Association – APA), divulgou o trabalho realizado de revisão e atualização da taxonomia de Bloom apresentada em 1956. Krathwohl (2002) e Bloom et al. (1956) viram a teoria de taxonomia como uma ferramenta que, dentre outros pontos: ● Padronizaria a linguagem sobre os objetivos de aprendizagem para facilitar a comunicação entre pessoas (docente, coordenadores etc.), conteúdos, competências e grau de instrução desejado; ● Serviria como base para que determinados cursos definissem, de forma clara e particular, objetivos e currículos baseados nas necessidades e diretrizes contextual, regional, federal e individual (perfil do discente/curso); ● Determinaria a congruência dos objetivos educacionais, atividade e avaliação de uma unidade, curso ou currículo; 10 ● Definiria um panorama para outras oportunidades educacionais (currículos, objetivos e cursos), quando comparado às existentes antes dela ter sido escrita (Ferraz; Belhot, 2010). Quase meio século depois, um grupo de especialistas reunidos em Syracuse (Nova York) reviu os pressupostos teóricos da taxonomia de Bloom, por acharem que era algo necessário, já que conceitos, teorias e recursos educacionais sofreram um grande avanço. O relatório da revisão foi publicado em um livro intitulado A taxonomy for learning, teaching and assessing: a revision of Bloom’s taxonomy for educational objectives (Anderson et al., 2001). Segundo Krathwohl (2002), geralmente os objetivos declaram o que é esperado que os discentes aprendam e esquecem de explicitar, de forma coerente, o que eles deverão ser capazes de realizar com aquele conhecimento. Os objetivos são descritos utilizando verbos de ação e substantivos que procuram descrever os processos cognitivos desejados, por exemplo: ao final dessa unidade os alunos deverão lembrar (verbo) as três leis de Newton (substantivo/conteúdo), mas não esclarecem como será verificado se realmente lembraram e aplicaram esse novo conhecimento. A partir dessa discussão (verbo-substantivo) e da observação da prática educacional de como educadores definem seus objetivos gerais e específicos de disciplinas/cursos, Krathwohl et al. – começaram a perceber que mudanças na taxonomia original seriam necessárias e o primeiro ponto analisado estava relacionado à questão do verbo e sua associação direta com o objetivo cognitivo, avaliação do objetivo e desenvolvimento de competências. Ao analisar a relação direta entre verbo e substantivo os pesquisadores chegaram à conclusão de que verbos e substantivos deveriam pertencer a dimensões separadas na qual os substantivos formariam a base para a dimensão conhecimento (o que) e verbo para a dimensão relacionada aos aspectos cognitivos (como). Essa separação de substantivos e verbos, conhecimento e aspectos cognitivos, deu um caráter bidimensional à taxonomia original e direcionou todo o trabalho de revisão. Cada uma das partes da estrutura bidimensional foi nominada como Dimensão Conhecimento e Dimensão dos Processos Cognitivos [...] (Ferraz; Belhot, 2010). Figura 3 – Caráter bidimensional da "nova" taxonomia de Bloom Fonte: Ferraz; Belhot, 2010. 11 2.1 Dimensão do conhecimento A primeira categoria a ser revisada foi a do conhecimento que, originalmente,envolvia a habilidade de lembrar especificidades e generalidades de métodos, procedimentos, padrões e instruções, além de habilidade de achar, no problema proposto, sinais, dicas e pequenas informações que efetivamente trouxessem à consciência o aprendizado prévio adquirido – ou seja, o conhecimento é o que é lembrado. Assim, ele, o conhecimento, foi divido em dois tipos: conhecimento como processo e conhecimento como conteúdo assimilado. Então, em vez de três subcategorias, passaram a existir quatro: efetivo, conceitual e procedural e metacognição – este último tipo de conhecimento envolve a consciência da aprendizagem individual. 2.2 Dimensão do processo cognitivo Originalmente, a taxonomia foi concebida de maneira hierárquica e unidimensional, e relacionava a aquisição de conhecimento com a mudança de comportamento observável relacionada ao objetivo previamente proposto. Essas mudanças podiam ser medidas em termos de atos e pensamentos. Por esse motivo, alterou-se a terminologia domínio cognitivo para domínio do processo cognitivo. O processo cognitivo pode ser entendido como o meio pelo qual o conhecimento é adquirido ou construído e usado para resolver problemas diários e eventuais (Anderson et al., 2001). No conhecimento do processo cognitivo, ocorreram as seguintes mudanças (Krathwohl, 2002): • Os aspectos verbais utilizados na categoria Conhecimento foram mantidos, mas esta foi renomeada para Lembrar; Compreensão foi renomeada para Entender; e Aplicação, Análise, Síntese e Avaliação, foram alteradas para a forma verbal Aplicar, Analisar, Sintetizar e Criar, por expressarem melhor a ação pretendida e serem condizentes com o que se espera de resultado a determinado estímulo de instrução; • As categorias avaliação e síntese (avaliar e criar) foram trocadas de lugar; e • Os nomes das subcategorias existentes foram alterados para verbos no gerúndio [...] (Ferraz; Belhot, 2010). Figura 4 – Categorização atual da taxonomia de Bloom proposta por Anderson, Krathwohl e Airasian no ano de 2001 12 Fonte: Ferraz; Belhot 2010. Quadro 2 – Processos cognitivo da taxonomia revisada Taxonomia revisada Dimensão do Conhecimento Dimensão do Processo Cognitivo Lembrar Entender Aplicar Analisar Sintetizar Criar Efetivo/ factual Objetivo 1 Conceitual Objetivo 2 Objetivo 2 Procedural Objetivo 3 Metacognitivo Fonte: Ferraz; Belhot, 2010. TEMA 3 – APLICAÇÃO DA TAXONOMIA DE BLOOM EM BIOLOGIA É possível aplicar a taxonomia de Bloom em sala de aula, nas avaliações de biologia? Como posso utilizar essa ferramenta? Segundo Bloom et al. (1979, p. 23), o currículo escolar promoveria de fato uma educação de qualidade, quando no seu desenvolvimento curricular promovesse uma maior variedade de objetivos, onde as finalidades educacionais fossem definidas tendo em vista a organização das sequências de aprendizagens para proporcionar a efetiva continuação das experiências desenvolvidas ao longo do processo educativo, com um sistema de avaliação que avalie esta efetividade. Para Ferraz e Belhot (2010, p. 423), As questões avaliativas nesta perspectiva irão propor aos alunos resoluções de problemas, cuja solução requer habilidades específicas determinadas de acordo com os objetivos propostos nos planos de ensino e desenvolvidas durante as aulas. Para Galhardi e Azevedo 13 (2013, p. 238) “o mais notável na taxonomia de Bloom, é que ela permite ao professor se diferenciar para as necessidades específicas de cada aluno, exprimindo os mesmos conceitos em diferentes níveis da hierarquia” (Galhardi; Azevedo, 2013, p. 238). Ao planejar uma avaliação, considere a possibilidade de utilizar a taxonomia de Bloom, uma vez que a sua ordem é hierárquica, da parte da mais simples para a mais complexa. Ela permite ao professor diferenciar as necessidades específicas de cada aluno. 3.1 Atividade prática utilizando a taxonomia Observe as células a seguir. Fonte: Sakurra/Shutterstock. Suponha que você queira elaborar uma série de perguntas sobre o esquema anterior seguindo o modelo da taxonomia de Bloom e os verbos de comando da lista a seguir. Veja nossas sugestões e lembre-se de que há uma hierarquia. 14 Figura 5 – Verbos de comando da taxonomia de Bloom Fonte: Elaborado com base em Jonhson; Jonhson. a) nomeie a estrutura a indicada pela seta; b) identifique as partes integrantes das duas células que são comuns; c) ilustre o modelo de membrana plasmática comum a ambas as células; d) compare a Célula 1 à Célula 2; e) formule uma hipótese que justifique a presença de parede celular na vegetal; f) avalie a necessidade da proximidade entre o reticulo endoplasmático rugoso e o núcleo da célula. Observação: tome muito cuidado para não fazer uso de vários verbos de comando na mesma pergunta, pois isso dificulta o processo de entendimento do aluno. Você pode, por exemplo, nomear, descrever e indicar a função da estrutura. Observe que nomear e indicar fazem parte da categoria conhecimento; descrever é integrante da categoria compreensão. Outro fato importante: se sua questão for discursiva e apresentar mais de um item, procure seguir os níveis hierárquicos de Bloom. 3.2 Análise de questão do ENEM aplicando-se a taxonomia de Bloom Observe o exemplo de aplicação da análise de itens na questão do ENEM que transcrevemos a seguir a partir da taxonomia de Bloom. (ENEM 2014) Existem bactérias que inibem o crescimento de um fungo causador de doenças no tomateiro, por consumirem o ferro disponível no meio. As bactérias também fazem a fixação de nitrogênio, disponibilizam cálcio e produzem auxinas, 15 substâncias que estimulam diretamente o crescimento do tomateiro. (PELZER, G. Q. et al. Mecanismos de controle da murcha-de-esclerócio e promoção de crescimento emtomateiro mediados por rizobactérias. Tropical Plant Pathology, n. 2, v. 36, mar./abr. 2011. Adaptado.) Qual dos processos biológicos mencionados indica uma relação ecológica de competição? a) fixação de nitrogênio para o tomateiro; b) disponibilização de cálcio para o tomateiro; c) diminuição da quantidade de ferro disponível para o fungo; d) liberação de substâncias que inibem o crescimento do fungo; e) liberação de auxinas que estimulam o crescimento do tomateiro. Verbo Conteúdo Contexto Conteúdo geral Dimensão do Conhecimento Dimensão do Processo Cognitivo Identificar Relação ecológica de competição Entre espécies presentes em um mesmo hábitat Ecologia; Relações ecológicas Conceitual Entender (ENEM 2017) A terapia celular tem sido amplamente divulgada como revolucionária, por permitir a regeneração de tecidos a partir de células novas. Entretanto, a técnica de se introduzirem novas células em um tecido, para o tratamento de enfermidades em indivíduos, já era aplicada rotineiramente em hospitais. A que técnica refere-se o texto? a) vacina b) biópsia c) hemodiálise d) quimioterapia e) transfusão de sangue Taxonomia revisada Dimensão do conhecimento Dimensão do Processo Cognitivo Lembra r Compreender Aplica r Analisa r Avalia r Cri ar Factual Conceitual X 16 Procedural Metacognitivo Obs.: Nesse item, o processo cognitivo é lembrar, e o conhecimento é conceitual, da subcategoria conhecimento de princípios e generalizações. Aplicando para essa mesma questão a tabela de classificação: Verbo Conteúdo Contexto Conteúdo geral Dimensão do Conhecimento Dimensão do Processo Cognitivo Comparar Histologia e células tronco Aplicação da técnica de introdução de novas células Embrio- histologia Conhecimento procedimental Entender Tabela 3 – Categorias e subcategorias da dimensão do conhecimento da taxonomia de Bloom revisada Categoria Subcategoria A) Conhecimentofactual: relacionado ao conteúdo básico que o discente deve dominar a fim de que consiga realizar e resolver problemas apoiados nesse conhecimento. Relacionado aos fatos que não precisam ser entendidos ou combinados, apenas reproduzidos como apresentados. A1) Conhecimento da terminologia A2) O conhecimento de detalhes específicos e elementos B) Conhecimento conceitual: relacionado à inter-relação dos elementos básicos dentro de uma estrutura maior que as permite andar juntas. Elementos mais simples foram abordados e agora precisam ser conectados. Esquemas, estruturas e modelos foram organizados e explicados. Nessa fase, não é a aplicação de um modelo que é importante, mas a consciência de sua existência. B1) Conhecimento de classificações e categorias B2) Conhecimento de princípios e generalizações B3) Conhecimento de teorias, modelos e estruturas C) Conhecimento procedimental: relacionado ao conhecimento de “como realizar alguma coisa” utilizando métodos, critérios, algoritmos e técnicas. C1) Conhecimento de habilidades e algoritmos específicos de um assunto C2) Conhecimento de técnicas de assuntos específicos e métodos D) Conhecimento metacognitivo: relacionado ao reconhecimento da cognição em geral e da consciência da amplitude e profundidade de conhecimento adquirido de um determinado conteúdo. D3) Conhecimento estratégico D4) Conhecimento sobre tarefas cognitivas, incluindo contextual e condicional apropriado D5) Autoconhecimento Fonte: Elaborado com base em Krathwohl, 2002. Tabela 4 – Categorias e subcategorias da dimensão do processo cognitivo da taxonomia de Bloom Revisada 17 Categoria Subcategoria Lembrar: recuperar conhecimentos relevantes na memória de longo prazo. Reconhecer Recordar Entender: determinar o significado de mensagens de instrução, incluindo comunicação oral, escrita e gráfica. Interpretar Exemplificar Classificar Resumir Inferir Comparar Explicar Identificar Relacionar Aplicar: executar, utilizar ou transpor um procedimento em uma determinada situação. Executar Implementar Analisar: quebrar o material em suas partes constituintes e detectar como as partes associam-se entre si e com a estrutura global ou propósito. Diferenciar Organizar Atribuir Associar Prever Avaliar: fazer julgamentos com base em critérios e padrões. Checar Criticar Criar: agregar elementos para produzir uma nova mensagem coerente, original ou criativa. Planejar Produzir Fonte: Elaborado com base em Krathwohl, 2002. FINALIZANDO Ao final desta aula, esperamos que você tenha uma clara a concepção da taxonomia de Bloom, e que por meio desse modelo de classificação possa aplicá- la a processos de planejamento, execução e avaliação, uma vez que a taxonomia de Bloom revisada possibilita avaliar as dimensões do conhecimento e do processo cognitivo presentes em objetivos educacionais (Anderson et al., 2001). A revisão da taxonomia teve como objetivo realizar uma classificação baseada nos comportamentos desenvolvidos e que eram importantes nos processos de aprendizagem, aprofundando a sua aplicabilidade dentro do ensino das diferentes áreas. 18 LEITURA OBRIGATÓRIA Texto de abordagem teórica FERRAZ, A. P. C. M.; BELHOT, R. V. Taxonomia de Bloom: revisão teórica e apresentação das adequações do instrumento para definição de objetivos instrucionais. Gestão & Produção, São Carlos, n. 2, v. 17, p. 421-431, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104- 530X2010000200015>. Acesso em: 23 maio 2018. Texto de abordagem prática MANCINI, G. V.; CINTRA, E. P.; MARQUES JR., A. C. Caracterização dos itens de biologia do ENEM de acordo com a taxonomia de Bloom revisada: uma experiência com professores do Ensino Médio. In: CONGRESSO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES (CNFP), 3., CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE FORMAÇÃO DE EDUCADORES (CEPFE), 13. Anais... UNESP, 2016. Saiba mais LOURO, P. Taxonomia dos objetivos educacionais: domínio cognitivo. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=OadWxNqNveM>. Acesso em: 23 maio 2018. https://www.youtube.com/watch?v=OadWxNqNveM 19 REFERÊNCIAS ANTUNES, C. Como desenvolver as competências em sala de aula. São Paulo: Vozes, 2011. ANDERSON, L. W. et al. A taxonomy for learning, teaching and assessing: a revision of Bloom’s taxonomy for educational objectives. Nova York: Longman, 2001. BEZERRA, L. Taxonomia de Bloom. Tecnologia & Gestão. Disponível em: <https://tecnologiaegestao.wordpress.com/tag/taxonomia-de-bloom/>. 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