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PROCESSO CIVIL I MATERIAL

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CADERNO DE PROCESSO CIVIL I
Ementa:
NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL	4
1. Princípios processuais	4
2. Aplicação das normas processuais	6
FUNÇÃO JURISDICIONAL	7
1. Da Jurisdição e da Ação	7
LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL E COOPERAÇÃO INTERNACIONAL	9
1. Conceito	9
2. Modalidades	9
3. Exclusão da jurisdição nacional	12
COMPETÊNCIA INTERNA	12
1. Conceito	12
2. Princípio da perpetuatio jurisdictionis	12
3. Critérios determinadores da competência interna	14
4. Prorrogação/modificação de competência	20
5. Conflito de competência	25
ATOS PROCESSUAIS	26
1. Conceito	26
2. Forma dos Atos	26
3. Negócio Jurídico Processual	28
4. Prática Eletrônica dos Atos Processuais	29
5. Tempo dos Atos Processuais	29
6. Lugar dos atos processuais	32
7. Classificação	33
PRAZOS PROCESSUAIS	35
1. Conceito	35
2. Classificação	35
3. Penalidades	38
4. Regras especiais	40
5. Contagem dos prazos em dia	41
COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS	47
1. Princípios	47
● CITAÇÃO	47
1. Conceito	47
2. Efeitos	48
3. Lugar da Citação	49
4. Momento	50
5. Modalidades	51
● INTIMAÇÃO	57
1. Conceito	57
2. Citação x Intimação	57
3. Modalidades	58
COOPERAÇÃO JURÍDICA	59
1. Conceito	59
2. Cooperação jurídica internacional	59
3. Cooperação jurídica nacional	61
DA DISTRIBUIÇÃO E REGISTRO	63
1. Registro x Distribuição	63
2. Distribuição	63
VALOR DA CAUSA	64
1. Características	64
NULIDADES PROCESSUAIS	66
1. Vícios/defeitos dos atos processuais	66
2. Princípios	67
3. Legitimidade para alegar	68
4. Momento para alegar	69
5. Sanação e convalidação	69
6. Falta de intimação do Ministério Público	70
7. Erro de Forma do Processo	70
COMPOSIÇÃO SUBJETIVA DO PROCESSO	71
MINISTÉRIO PÚBLICO	71
1. Conceito	71
2. Atuação	71
3. Responsabilidade civil	73
ADVOCACIA PÚBLICA	73
1. Conceito	73
2. Prazos	73
3. Responsabilidade civil	74
DEFENSORIA PÚBLICA	74
1. Conceito	74
2. Prazos	74
3. Responsabilidade civil	75
JUIZ	75
1. Poderes e deveres	75
2. Princípios	77
3. Responsabilidade civil	78
4. Impedimento e suspeição	79
PARTES DO PROCESSO	87
● PARTES E PROCURADORES	87
1. Pressupostos processuais	87
2. Capacidades processuais	87
3. Deveres	93
4. Responsabilidade por dano processual	94
5. Despesas, multas e honorários advocatícios	95
6. Gratuidade da justiça	96
7. Procuradores	98
8. Sucessão processual	98
LITISCONSÓRCIO	100
1. Conceito	101
2. Princípios	101
3. Classificação/modalidades	101
4. Atividade dos litisconsortes.	104
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS	105
1. Conceito	105
2. Requisito indispensável	105
3. Modalidades	105
AUXILIARES DA JUSTIÇA	120
1. Conceito	120
2. Classificação	120
DA FORMAÇÃO, DA SUSPENSÃO E DA EXTINÇÃO DO PROCESSO	126
1. Formação	126
2. Extinção	126
3. Suspensão	126
NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Art. 1º ao 12 CPC
1. Princípios processuais 
a) Direito Processual Constitucional 
art. 1° CPC
O processo civil deve respeitar as normas fundamentais estabelecidas na CF, observando-se as disposições do CPC.
b) Impulso Oficial ou Iniciativa da Parte/Ação/Demanda:
art. 2° CPC
Provocação do sujeito, que demanda do poder judicial. O impulso oficial fala sobre o processo seguir seu curso mediante as determinações do juiz.
c) Inafastabilidade do Controle Jurisdicional
art. 3° CPC
Uma vez provocado, o poder judiciário terá que dar uma solução.
— Parágrafos: meios alternativos de resolução de conflito
Consensual, não ocorrendo nas mãos do poder judiciário – conciliação, mediação e arbitragem. As duas primeiras podem ocorrer tanto de maneira endoprocessual (dentro do processo) ou extraprocessual, entrando como meio alternativo somente nesse último caso.
Já a arbitragem, sempre ocorrerá de forma extraprocessual.
d) Razoável Duração do Processo ou Celeridade:
art. 4° CPC
O processo precisa ocorrer em um tempo razoável.
e) Boa-fé Processual
art. 5° CPC
Todos que participam do processo precisam agir com honestidade, respeitando determinadas condutas.
f) Colaboração ou Cooperação:
art. 6° CPC
Surge como um anexo ao princípio da lealdade e boa-fé processual. Traduz a ideia de que todos os participantes do processo têm que colaborar entre si – fazer a sua parte no processo de maneira correta, íntegra. Se relaciona, também, com o princípio da razoável duração do processo por conta disso.
g) Isonomia ou Igualdade Processual
art. 7° CPC
Permitir as mesmas oportunidades e possibilidades a todas as partes do processo.
h) Bem Comum
art. 8° CPC
É necessário verificar os fins sociais da norma e observar os bens comuns para a resolução dos conflitos – aqui, se relaciona com o princípio da dignidade da pessoa humana.
i) Contraditório
art. 9° e 10 CPC
Informação + possibilidade de reação (faculdade). 
O contraditório pode ser prévio (onde primeiro o juiz informa e depois decide para evitar decisões surpresas, sendo a regra do caput do art. 9º) ou postergado/diferido (onde o juiz decide e depois avisa a parte, estando no parágrafo único do art. 9º).
j) Publicidade e Fundamentação das Decisões
art. 11 CPC
Publicidade ampla no caput, enquanto no parágrafo único a publicidade é restrita por conta dos processos que correm em segredo de justiça.
k) Cronologia
art. 12 CPC
Todos os processos que estiverem prontos para julgamento e que chegarem em primeiro lugar no gabinete do juiz, devem ser julgados em primeiro lugar – eles entram numa lista cronológica, onde o processo que chega primeiro, é julgado primeiro.
Atenção!! É importante ressaltar que a ordem cronológica é para os processos prontos para julgamento – são aqueles que já tiveram audiência de instrução, onde já houve toda a produção de provas em sua fase probatória. Há a palavra “preferencialmente” na redação desse artigo para que o princípio seja considerado facultativo.
No entanto, há casos em que a própria legislação estabelece casos excepcionais.
2. Aplicação das normas processuais
a) Princípio da territorialidade (espaço)
Se o processo está em curso no Brasil, se aplica a legislação brasileira (lex fori). Ele não exclui tratados, convenções e tampouco acordos – quando eles são homologados pelo Brasil, entram com status de lei infraconstitucional e podem ser aplicados em território nacional.
Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte.
b) Princípio da irretroatividade da norma processual (tempo)
Norma, uma vez em vigor, não retroage à atos passados – também chamado de preclusão.
Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.
c) Caráter subsidiário
Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.
FUNÇÃO JURISDICIONAL
Art. 16 ao 19 CPC
1. Da Jurisdição e da Ação
a) Princípio da aderência ao território
Limite da jurisdição, em sentido amplo, é o território brasileiro.
Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código.
b) Requisitos para apreciação do mérito
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.
— Legitimidade
Legitimidade de parte, legitimação para agir ou legitimatio ad causam. Há legitimidade quando é possível configurar um vínculo entre o polo ativo, passivo e o próprio objeto do litígio.
└ Legitimidade ordinária
Quando uma pessoa tem a legitimidade material, processual e legal simultaneamente – quem tem o direito lesado é que configura-se no polo do processo. Ex: criança, representada pela mãe, entra com ação e alimentos contra o pai.
└ Legitimidade extraordinária/substituição processual
A pessoa que sofreu a lesão não é a mesma que figura no polo ativo do processo – seria pedir em nome próprio direito alheio quando autorizado por lei. Ex: MP entrar com ação de alimentos contra o pai da criança.
Art. 18. Ninguém poderá pleiteardireito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico.
— Interesse de agir/processual
Necessidade + adequação/utilidade. O pedido tem que satisfazer o direito lesado, havendo um nexo entre o pedido e a narrativa apresentada. Caso não tenha esses requisitos, o processo se extingue sem apreciação do mérito. 
c) Ação declaratória
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração:
I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica;
II - da autenticidade ou da falsidade de documento.
Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito.
LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL E COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
· JURISDIÇÃO NACIONAL
1. Conceito
Jurisdição é o poder de dizer o direito, portanto a jurisdição nacional trata sobre a análise feita para verificar se o Brasil pode julgar aquele delito ou não.
2. Modalidades
a) Concorrente 
Art. 21, 22 e 24. Nesses casos, o litígio pode ser julgado pelo Brasil, mas ele não se opõe que outros países também julguem esse mesmo litígio.
— Art. 21
Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que:
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
Aqui não importa sua nacionalidade ou tampouco onde ocorreu o litígio – leva-se em consideração somente a figura do sujeito passivo.
Observação!! Em relação à pessoa jurídica, há o parágrafo único – Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
Nesses casos, não precisa ter domicílio no Brasil e, novamente, não importa sua nacionalidade ou local do litígio – se a obrigação se cumpre aqui, o Brasil pode julgá-lo. Ex: empresas estrangeiras que farão a entrega de mercadorias no território Brasileiro.
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Se o fato que deu origem ao processo ocorreu no Brasil, aqui poderá ser julgado. Ex: dois argentinos que batem o carro no estacionamento do Mufatto.
— Art. 22
Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações:
I – de alimentos, quando:
└ o credor (sujeito ativo/necessitado) tiver domicílio ou residência no Brasil;
└ o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos;
Nessa alínea, não é necessário que nem o credor ou devedor sejam domiciliados no Brasil, basta que o devedor tenha bens ou rendimentos em território nacional.
II – decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil;
Ex: um alemão domiciliado no Brasil que visita a família na Alemanha e compra um produto defeituoso lá – ao voltar para o Brasil, ele poderá ajuizar a ação em território brasileiro e se beneficiar do nosso CDC.
III – em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.
Ex: expressa – dois estrangeiros que fazem um contrato de prestação de serviço e determinam que querem se submeter à jurisdição brasileira. A tácita é um pouco mais difícil de acontecer, pois não há vínculo jurídico com o Brasil e, geralmente, o juiz irá pedir que seja feito de forma expressa.
— Art. 24
A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência (veda mais de uma ação com as mesmas partes, causa de pedir e pedido) e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.
Isso por conta da soberania dos Estados.
└ Sentença estrangeira
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.
É possível aplicar a sentença estrangeira no Brasil desde que uma das partes peça a homologação de sentença estrangeira no STJ. É necessário que essa sentença não fira normas do ordenamento jurídico brasileiro, mas é possível homologar a decisão e forma parcial.
Uma vez homologada, essa sentença arquiva o processo brasileiro, pois um de seus efeitos é fazer coisa julgada no Brasil.
b) Exclusiva
Art. 23. Nesses casos, a ação só pode ser julgada e processada em território brasileiro. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.
Ou seja, sempre que os bens – móveis ou imóveis – estiverem em território brasileiro, é aqui que a ação deve ser ajuizada. Nenhum outro país pode dar destino a bens brasileiros pois irá ferir a soberania do Estado.
3. Exclusão da jurisdição nacional
a) Cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação.
b) Não pode se referir à jurisdição exclusiva
§1º Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva previstas neste Capítulo.
(cooperação internacional será tratada mais adiante na matéria)
COMPETÊNCIA INTERNA
Art. 42 a 53 CPC
1. Conceito
Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei.
A competência, portanto, é a área de atuação da jurisdição, enquanto essa é vista de forma mais ampla, geralmente relacionada ao território nacional. O art. 42 delimita essa área de atuação, mas não se opõe a instituição de juízo arbitral.
2. Princípio da perpetuatio jurisdictionis
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta.
Também chamado de perpetuação da jurisdição. Via de regra, a ação deve terminar no mesmo juízo onde ela começou.
a) Aplicabilidade do princípio
O princípio tem início em dois momentos:
— Registro da petição inicial
O cartório processa o feito e ocorre quando há apenas um juízo competente para aquele litígio. 
— Distribuição da petição inicial
Distribuição é feita por cartório distribuidor – ele irá distribuir aquela ação pelos vários juízos competentes, pois há mais de um. Com isso, o processo vai até o registro competente e lá se realiza o registro da petição inicial.
b) Exceções
— Supressão de órgão judiciário
Eliminação, acabar com o juízo adicional, fazendo com que suas ações sejam direcionadas para outro juízo que se mantém. Ex: quando tem a 1ª e a 2ª vara da fazenda e o TJ resolve, porque a 2ª não faz nada, eliminar o órgão, redirecionando os processos serão para a 1ª.
— Alteração da competência absoluta
A competência absoluta se estabelece no interesse do estado, assim não se pode abrir mão, tendo como obrigatória a sua observância – alteração em relação a matéria, pessoa e função. Por essa razão, ao aparecer uma vara específica, independentemente do princípio, se altera a competência. 
Ex: tem a vara cível e abre uma vara especifica de contrato – a partir do momento que tem um juízo que cuida de um critério de competência absoluta, muda o juízo. 
Matéria – quando tem especificidade em relação a assuntos; Pessoa – ex: da fazenda pública (pessoasão as fazendas); Função – processos que seriam julgados no 1º grau, serão julgados no 2º.
3. Critérios determinadores da competência interna
a) Matéria
Competência absoluta. É necessário enxergar o próprio litígio, o objeto da lide – a competência em razão da matéria não está no código de processo civil, ela está no código de organização judiciária dos estados.
b) Função
Art. 44. Obedecidos os limites estabelecidos pela CF, a competência é determinada pelas normas previstas neste Código ou em legislação especial, pelas normas de organização judiciária e, ainda, no que couber, pelas constituições dos Estados.
Competência absoluta, observando o órgão jurisdicional responsável por aquela ação – vertical: pensar nas instâncias; horizontal: um mesmo processo que as vezes acontece manifestações de outros juízos de 1º grau (carta precatória, ofícios).
c) Pessoa
Enxerga-se as partes do litígio, para definir se será competência da justiça estadual (residual) ou federal (união e seus devidos entes).
Atenção!! Toda vez que estiver diante de um processo perante a justiça estadual e houver interesse da união nele, ele será remetido para justiça federal. Art. 45, CPC.
d) Valor da causa
Juizados especiais no âmbito estadual (Lei 9.099/5) têm competência relativa, sendo até 40 salários mínimos (até 20 sem advogado) – logo, é facultativo. Quanto aos juizados federais (Lei 10.259/01), a competência é absoluta e causas até 60 salários mínimos devem obrigatoriamente serem propostas neles.
e) Foro ou Território
Competência relativa. Local que será ajuizada a ação, a comarca (competência de foro estadual) ou subseção (competência de foro federal).
— Regra Geral
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu (última a ser observada, é necessário primeiro analisar se tem alguma regra especial e apenas se não tiver é que se considera este artigo).
└ Mais de um domicílio
§ 1º Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles.
└ Desconhecido/incerto
§ 2º Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde for encontrado ou no foro de domicílio do autor. 
Desconhecido – não se sabe, não há conhecimento do local; incerto – domicílio que muda constantemente ou que é sabido onde o réu se encontra, mas não se sabe a exata localização – ex: artistas circenses.
└ Sem domicílio nacional
§ 3º Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro.
└ Mais de um réu
§ 4º Havendo 2 ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor.
└ Execução fiscal
§ 5º A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado (mesma coisa do caput).
— Regra especial
└ Imóveis
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa.
§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição (escolhido pelas partes) se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova. 
Atenção!! Essas ressalvas se tornam, portanto, competência absoluta – diferente das demais que continuam sendo competência relativa dentro do critério de foro. O mesmo ocorre com o §2º: A ação possessória imobiliária (posse) será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta.
└ Ações de sucessão
Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil (o falecido), é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade (testamento), a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Logo, o domicílio será o que consta na certidão de óbito.
Observação!! Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente:
I - o foro de situação dos bens imóveis;
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.
Essa sequência tem que ser observada: primeiro utiliza-se o caput e depois os incisos do parágrafo único, sempre respeitando essa ordem. Nunca se olha para o domicílio dos herdeiros – primeiro é o domicílio do falecido e em seguida seus bens.
└ Ausente
Art. 49. A ação em que o ausente (declarado pelo juiz como tal) for réu será proposta no foro de seu último domicílio, também competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de disposições testamentárias.
No próprio processo que declara a ausência aparece o último domicílio conhecido do ausente.
Atenção!! Caso o réu esteja apenas em lugar ignorado, segue a regra do art. 46, §2º. No artigo atual, trata apenas de casos em que o juiz declara em juízo a ausência da pessoa.
└ Incapaz
Art. 50. A ação em que o incapaz (sob poder familiar, tutela ou curatela) for réu será proposta no foro de domicílio de seu representante ou assistente.
└ União/Estado/DF
Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a União.
Parágrafo único. Se a União for a demandada (ré), a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal. Esses casos dependem do tipo do litígio.
Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor Estado ou o Distrito Federal.
Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente federado.
└ Regramentos especiais
Art. 53. É competente o foro:
I – casamento/união estável
Para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável:
▪ de domicílio do guardião de filho incapaz;
▪ do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
▪ de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal;
Aqui também precisa ser respeitada a sequência das alíneas para saber em qual se enquadra.
II – alimentos
De domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos (inclusive investigação de paternidade com alimentos);
Observação!! Quando a pessoa for incapaz, a pessoa não tem domicílio e sim residência. 
III - do lugar:
▪ PJ – onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica;
▪ PJ – onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu;
▪ PJ – onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação sem personalidade jurídica;
▪ Contratos – onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento;
▪ Idoso – de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo estatuto;
▪ da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato praticado em razão do ofício;
Essa alínea é bastante criticada por não respeitar o princípio da igualdade – ele favorece o autor do dano e não a vítima, portanto é possível ajuizar a ação no domicílio da vítima e, caso questionado, discutir em juízo que essa alínea afrontaria preceitos constitucionais.
IV – do lugar do ato ou fato para a ação:
▪ de reparação de dano;
▪ em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios;
V – acidente de veículos ou reparação de delito (criminal).
De domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.
4. Prorrogação/modificação de competência
Quando o juízo não tinha competência e ele passa a ter, se transforma. Quandose tratar de critérios de competência absoluta, se observa o interesse do estado, logo não podem ser prorrogados; já os critérios de competência relativa são passíveis de prorrogação.
Assim, aqui será analisada a competência relativa – foro e valor da causa. Há duas formas de acontecer a prorrogação de competência:
a) Prorrogação voluntária
Depende das vontades das partes.
— Foro de eleição
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. É considerado prorrogação pois, em regra, o foro de eleição seria o local da celebração do contrato.
Atenção!! Prorrogação voluntária expressa – § 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico (cláusula de foro de eleição).
└ Sucessão contratual
§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.
└ Abusividade na cláusula
§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu.
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão.
Logo, juiz pode decretar a nulidade da causa de ofício por conta da abusividade, fazendo com que ela deixe de existir. Se o juiz não declarar de ofício, o réu poderá alegar em sua contestação – caso o réu também não o faça, gera preclusão.
— Não alegação da incompetência relativa
└ Comp/incomp absoluta
Competências absolutas não podem ser prorrogadas ou modificadas devido ao interesse do estado. Art. 64. A incompetência, absoluta (matéria, função e pessoa) ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação.
▪ Quem pode alegar
§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício (pode ser pelas partes, MP ou juiz de ofício). 
▪ Como se alega
As partes ou o MP vão alegar por meio de um simples pedido; o juiz quando se manifesta pode ser de ofício ou após a alegação das partes (decisão interlocutória). 
§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente.
§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente.
Ideia do princípio da instrumentalidade das formas e da economia processual, já que no primeiro momento as decisões proferidas pelo juiz incompetente serão aproveitadas, aproveitar o que é perfeito.
Observação!! Se por ventura transitou em julgado um processo de incompetência absoluta, é possível entrar com ação rescisória para alegar essa incompetência, porém deve ser requerido perante o 2º grau, uma vez que ela é uma ação originária dos tribunais (pode ser alegada pois é algo que é de interesse público – prazo para alegar ação rescisória 2 anos).
└ Comp/incomp relativa
São as competências passíveis de prorrogação devido ao interesse das partes, foro e valor da causa. Art. 64, caput e art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar de contestação.
Atenção!! Só pode ser alegada pelo réu, exceto quando o MP atuar. Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que atuar.
▪ Momento/prazo
O momento que o réu tem para se defender é a contestação e é nela que se alega incompetência relativa. Peça é uma só, mas vai alegar na preliminar da contestação (início da contestação, alegando questões processuais) e depois discute-se as questões de mérito.
Se ele não alegar no prazo, gera uma prorrogação voluntária de competência, pois terá preclusão – haverá, portanto, prorrogação voluntária tácita (réu não falou nada, então presume-se que está de acordo). Assim, o juiz que não era competente para o litigio se tornará competente para tal.
Se o réu alegar na contestação, por meio de decisão interlocutória, o processo será redistribuído para o juízo competente e o juízo poderá utilizar das decisões já proferidas devido a instrumentalidade das formas. Caso haja alegação de incompetência e o juízo fale que tem competência, é possível recorrer para que seja declarado incompetência.
b) Prorrogação legal
Mediante lei que orienta a prorrogação.
Lembrar de elementos identificadores da ação: partes – sujeitos do processo (autor e réu); causa de pedir – motivo do pedido (de fato – história e de direito – fundamentação, o que te aconteceu que te faz ter direito); pedido – o que se pretende (mediato – o que eu quero do réu e imediato – o que eu quero do estado).
— Conexão
Art. 55. Reputam-se conexas 2 ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. Quem identifica a conexão é o juiz ou as partes. Ex.: 2 pessoas no ponto de ônibus que foram atropeladas – caso elas entrem com processos diferentes, terá a mesma causa de pedir ou pedido.
§ 2º Aplica-se o disposto no caput :
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico;
Ex.: quando uma pessoa ajuíza querendo o pagamento de um título extrajudicial e aí a outra pessoa entra com ação de conhecimento falando que tenta me pagar e eu não quero.
II - às execuções fundadas no mesmo título executivo.
Ex.: Quando entrei com processo, mas não paguei as despesas judiciais, logo o escrivão e o distribuidor poderá entrar com processo me cobrando.
§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.
└ Utilidade prática
Art. 55, §1º. Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado. Reunião das ações conexas, observando dois princípios: da economia processual (reunidas para um único juízo) e da segurança jurídica (melhores condições de visualização dos litígios, assim gerará uma ótica melhor para decidir).
Observação!! Alguns casos não têm como reunir, como uma que já está acabando e outra que está no começo.
— Continência
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais (um pedido maior que engloba um pedido menor). Ex: Há um contrato em que uma das partes entra com ação querendo discutir uma cláusula e a outra pretende anular o contrato inteiro.
Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas.
└ Utilidade prática
Se a ação contida (ação menor) for ajuizada primeiro, há reunião das ações; se a ação continente (ação maior) for ajuizada primeiro, extingue-se a ação contida (será proferida sentença sem resolução do mérito) já que ação continente abrangerá todas as coisas.
└ Aspectos comuns com conexão
Caso seja conveniente que as ações sejam reunidas, analisa-se os seguintes artigos: art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão decididas simultaneamente; art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.
A prevenção é a fixação/confirmação de competência. Portanto, mediante registro ou distribuição da petição inicial, o juízo se tornará prevento e é nele que correrão ambos os processos reunidos. Esse fenômeno gera vis atractiva, uma vez que o juízo prevento irá atrair para si todas as demais ações que são conexas ou continentes.
Ex: Karin e Juliane sofrem acidente de trânsito. Juliane entra em Curitiba e Karin em Foz do Iguaçu. Como há mais de um juízo competente, observa-se data da distribuição da petição inicial para analisar o juízo prevento – como a da Karin foi distribuída 31/01 e a da Juliane 01/02,o juízo prevento se torna Foz do Iguaçu e, pela vis atractiva, traz para si todos os processos relacionados.
Observação!! Na prorrogação de competência o juízo passa a ser competente, mas na prevenção o juízo já era competente e só recebe uma confirmação de sua competência.
— Ações acessórias
Art. 61. A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação principal. A ação acessória é uma ação que só existe mediante uma ação principal, seguindo a regra dessa – onde está ajuizada a ação principal, deverá ser proposta a ação acessória.
Por isso ocorre a ampliação da competência – ele irá julgar não só a ação em si, mas também todos os pedidos acessórios que derivarem dela. Ex: processo de indenização onde a parte que perdeu a ação deve pagar custas processuais – caso a pessoa não pague, o cartório promoverá uma ação acessória exigindo que ele pague as importâncias.
5. Conflito de competência
Essa regra decorre da competência sobre competência – mesmo que o juízo não seja competente para julgar, ele sempre será competente para declarar sua própria incompetência. Ele pode fazer de ofício quando for absoluta, ou pelo pedido do réu quando for relativa.
Art. 66. Há conflito de competência quando:
a) Conflito positivo
I - 2 ou mais juízes se declaram competentes;
b) Conflito negativo
II - 2 ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a competência;
Observação!!! Reunião e separação de ações; III - entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião (conexão, portanto positivo) ou separação (logo, negativo) de processos.
Se há conflito de competência de dois juízes estaduais no mesmo tribunal – TJ; envolvendo juízes federais da mesma região – TRF; envolvendo juízes de diferentes tribunais – STJ; envolvendo tribunais superiores – STF.
Atenção!! Quem suscita (“pede”) o conflito de competência – Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada deverá suscitar o conflito, salvo se a atribuir a outro juízo. Logo, via de regra, é o próprio juiz; em caráter excepcional, será as partes ou Ministério Público.
ATOS PROCESSUAIS
Art. 188 a 293 CPC
1. Conceito
Atos praticados no processo por todos aqueles sujeitos que participam do mesmo, tendo como finalidade criar, modificar ou extinguir efeitos no processo.
2. Forma dos Atos
Art. 188 a 199 CPC. 
a) Conceito
É a exteriorização, modo pelo qual ele acontece ou é praticado.
b) Princípios
— Liberdade das formas
Também chamado de princípio da informalidade nos juizados especiais. Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir (...)
Ele esbarra, no entanto, no limite da licitude.
— Instrumentalidade das formas
Art. 188 (...) considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial. Esse princípio determina que, independentemente do modo que foi feito o ato, caso seja lícito e tenha atingido sua finalidade, não precisará ser refeito.
— Publicidade
Art. 189. Os atos processuais são públicos (publicidade ampla), todavia tramitam em segredo de justiça os processos (publicidade restrita):
I - em que o exija o interesse público ou social;
II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
§ 1º O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores.
§ 2º O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação. Ex: partilha de bens que ocorre em segredo de justiça, onde o adquirente não sabe a quem deve pagar o valor do imóvel – o juiz, caso entenda que a razão seja pertinente, pode ter acesso à sentença para o adquirente saber com quem ficará com o imóvel.
— Legalidade das formas
Art. 192. Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso da língua portuguesa.
Observação!! Reduzir a termo seria inverter um ato oral em um ato escrito; uma espécie de materialização escrita de um ato que aconteceu de outra forma.
Parágrafo único. O documento redigido em língua estrangeira somente poderá ser juntado aos autos quando acompanhado de versão para a língua portuguesa tramitada por via diplomática ou pela autoridade central, ou firmada por tradutor juramentado.
Atenção!! Linguajar jurídico não precisa ser traduzido, desde que utilizado de forma comedida, sem prejudicar a compreensão no processo.
3. Negócio Jurídico Processual
Possibilidade que as partes têm de estabelecer um modo pelo qual elas querem que o processo tenha andamento. 
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.
a) Requisitos
— Direitos disponíveis
— Acordo/consenso sobre a implementação desse andamento do processo
— Partes capazes
b) Fixação do Calendário
Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso.
§ 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais, devidamente justificados.
§ 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário.
4. Prática Eletrônica dos Atos Processuais
Art. 193/199. Sua ideia central é a de acessibilidade e interoperabilidade. A primeira é de que um processo eletrônico precisa ser tão acessível quanto um processo físico – ela deve ser acessível tanto aos jurisdicionados quanto aos operadores do direito.
Já a interoperabilidade traz a ideia de que sistemas eletrônicos devem ser compatíveis entre si, mas não é observado.
5. Tempo dos Atos Processuais
a) Conceito
Momento em que é possível praticar o ato processual, de um modo geral. Como regra, o art. 212 determina que “os atos processuais serão realizados em dias úteis (dia de expediente forense), das 6 (seis) às 20 (vinte) horas”.
b) Exceções
— Ato em continuação
§1º Serão concluídos após as 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano. 
Basicamente, é um ato que começou antes de 20h e continuará após esse horário para evitar danos. Ex: oficial de justiça acompanhando busca e apreensão da colheita de uma safra para pagamento da dívida – ele chega as 16h, mas, eventualmente, poderá ficar após o horário.
— Citação, intimação e penhora
§2º Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações e penhoras (apreensão/constrição de bens) poderão realizar-se no período de férias forenses, onde as houver, e nos feriados ou dias úteis fora do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5º, inciso XI, da Constituição Federal.
Logo, não precisa de autorização judicial desde que respeitada a inviolabilidade de domicílio. É possível em situações excepcionais, não precisando respeitar dias úteis ou horário. Ex: apreensão em uma casa noturna, que só funciona após as 20h.
— Atos por petição
Qualquer peça apresentada ao poder judiciário, cabível não só aos advogados, mas a todos que farão alguma manifestação escrita noprocesso.
└ Processo físico
§3º Quando o ato tiver de ser praticado por meio de petição em autos não eletrônicos, essa deverá ser protocolada no horário de funcionamento do fórum ou tribunal, conforme o disposto na lei de organização judiciária local.
Logo, sempre em dias úteis e em horário de expediente forense.
└ Processo eletrônico
Art. 213. A prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em qualquer horário até as 24 (vinte e quatro) horas do último dia do prazo.
Parágrafo único. O horário vigente no juízo perante o qual o ato deve ser praticado será considerado para fins de atendimento do prazo.
Logo, a qualquer dia (útil ou não), até as 23h59 do dia do vencimento do prazo.
— Férias forenses
Férias podem ser denominadas de coletivas ou forenses. As coletivas são vedadas aos juízos de primeiro e segundo grau – nos tribunais superiores e no STF há férias forenses (02-31/01 e 02-31/07) devido a necessidade de julgar casos em tribunal pleno.
Art. 214. Durante as férias forenses e nos feriados, não se praticarão atos processuais, excetuando-se:
I - os atos previstos no art. 212, § 2º ;
II - a tutela de urgência.
Art. 215. Processam-se durante as férias forenses, onde as houver, e não se suspendem pela superveniência delas:
I - os procedimentos de jurisdição voluntária e os necessários à conservação de direitos, quando puderem ser prejudicados pelo adiamento;
II - a ação de alimentos e os processos de nomeação ou remoção de tutor e curador;
III - os processos que a lei determinar.
— Feriados
Art. 216. Além dos declarados em lei, são feriados, para efeito forense, os sábados, os domingos e os dias em que não haja expediente forense.
6. Lugar dos atos processuais
Art. 217. Os atos processuais realizar-se-ão ordinariamente na sede do juízo (prédio da justiça – fórum), ou, excepcionalmente, em outro lugar em razão de deferência, de interesse da justiça, da natureza do ato ou de obstáculo arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz.
a) Deferência
Tem ideia de prerrogativa devido a função que ela exerce. Ex: audiência onde a testemunha é um promotor, ministro de estado, juiz, etc – nesses casos, a pessoa define a data, hora e até se, eventualmente, prestará depoimento fora da sede do juízo. Ocorre por conta de uma agenda delicada devido a função exercida por ele.
b) Interesse da Justiça
Ex: projeto justiça nos bairros, que leva atendimento às pessoas carentes em uma tentativa de aproximar os jurisdicionados do poder judiciário.
c) Natureza do Ato
Ato que, pela sua natureza, é realizado em outro local. Ex: perícia médica, perícia de veículo, etc.
d) Obstáculo Arguido pelo Interessado e Acolhido pelo Juiz
Solicitado pela parte, precisando ser autorizado pelo juiz. Ex: juiz que foi até a casa do idoso realizar uma audiência.
7. Classificação
a) Atos das Partes
Art. 200. Os atos das partes consistentes em declarações unilaterais (só por uma das partes) ou bilaterais (ambas as partes) de vontade produzem imediatamente a constituição, modificação ou extinção de direitos processuais.
Uma vez praticado o ato, ele produz efeito imediato desde que praticado dentro do prazo – presume-se, portanto, válido independentemente de manifestação do juiz.
Observação!! Parágrafo único. A desistência da ação (autor abrir mão do processo) só produzirá efeitos após homologação judicial (concordância do poder judiciário) – renúncia ao direito (autor abrir mão do seu direito material), reconhecimento jurídico do pedido (réu concorda com a parte autora) e acordos (convencionado por ambas as partes) também entram nessa lógica devido à interpretação extensiva.
Art. 201. As partes poderão exigir recibo de petições, arrazoados, papéis e documentos que entregarem em cartório – seria o protocolo. No caso de processo eletrônico, esse recebimento é automático.
Art. 202. É vedado lançar nos autos cotas (manifestações) marginais ou interlineares, as quais o juiz mandará riscar, impondo a quem as escrever multa correspondente à metade do salário-mínimo – exclusivo para processos físicos, com a ideia de manter a integridade do documento.
b) Atos do Juiz
Manifestações. Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
— Sentença
Conclusão do processo. §1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.
Pode ser sentença de mérito (definitiva, jugando o litígio e trazendo coisa julgada material e formal – art. 487) ou terminativa (processual, sem análise de mérito, trazendo coisa julgada formal – art. 485: ausência de pedido, desistência, etc.).
Recursos são as apelações.
— Decisão interlocutória
§2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no §1º. Ex: competência, antecipação de tutela, nulidades, etc.
Recursos são os agravos.
— Despachos
§3º São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte. São irrecorríveis.
§4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário.
Observação!! Art. 204. Acórdão (e não sentença) é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais.
c) Atos do Escrivão e Chefe de Secretaria
Ele é o responsável pelos trabalhos internos do cartório. Engloba todos os sujeitos que atuam em um cartório.
— Documentação
Materialização, deixar expresso no processo para demonstração dos seus atos.
— Movimentação
Impulso ao processo.
— Comunicação 
Confecção de intimações, citações e etc.
Observação!! Art. 206 a 211 – mostra como tratar o recebimento da petição inicial e registro. Como hoje é tudo eletrônico no Paraná, esses artigos não servem mais, porém ele não foi revogado e em cartórios que não foram aplicados o processo eletrônico o escrivão deve observar esses procedimentos.
PRAZOS PROCESSUAIS
1. Conceito
Art. 218 a 235. Tempo que temos para realizar um ato processual ou período de tempo que a parte tem de se abster de realizar um ato processual.
2. Classificação
a) Origem/Fonte
— Legal
Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei. 
— Judicial
§ 1º Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em consideração à complexidade do ato.
Observação!! § 2º Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente obrigarão a comparecimento após decorridas 48 horas.
Atenção!! § 3º Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 5 dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte (prazo legal subsidiário, pois só será aplicado devido à omissão legal e à omissão do próprio juiz).
— Convencional
Originário das partes (art. 190, 191). Negócio jurídico processual são orientações do chamado prazo convencional, pois foram as próprias partes que convencionaram alguns prazos – norma dispositiva (partes disporem sobre os prazos processuais).
b) Natureza
São prazos legais. Art. 222. Na comarca, seção ou subseção judiciária onde for difícil o transporte, o juiz poderá prorrogar os prazos por até 2 (dois) meses.
§ 1º Ao juiz é vedado reduzir prazos peremptórios sem anuência das partes. 
Observação!! § 2º Havendo calamidade pública, o limite previsto no caput para prorrogação de prazos (peremptórios ou dilatórios) poderá ser excedido
— Peremptório
Maior restrição em relação a sua alteração e para que ele seja reduzido ambas as partes precisam concordar com a redução (se estabelece no interesse público). Ex: prazos de recurso, prazos de defesa.
— Dilatório
Aquele que pode ser alterado para mais ou para menos, convencionado dentro de uma maior maleabilidade (se estabelece no interesse das partes) – ex.: quando o adv. da parte morre ela tem um prazo de 15 dias para arrumar outro e isso as partes podem flexionar. 
c) Destinatário
— Próprios
Prazosdas partes.
└ Efeito de preclusão
Preclusão é a impossibilidade da pratica de um ato processual, podendo ser: temporal – passou o tempo que eu tinha para realizar o ato processual (art. 223); consumativa – pela pratica efetiva do ato, não podendo refazê-lo; lógica – realizado um ato processual, não é possível realizar um ato processual controverso (se alega a preclusão deve anular o segundo ato).
Observação!! Caso não se cumpra o prazo, deve-se demonstrar a justa causa – expor porque não foi cumprido, dar motivos, e o juiz pode ou não considerar justa causa e dar um novo prazo. Após o decurso do prazo, tem-se 5 dias para alegar.
Atenção!! Os atos que impõem obrigação/dever da parte e alegações de ordem pública (competência, imparcialidade, ilegalidade) não irão precluir.
— Impróprios
Prazos para juízes, auxiliares justiça e MP (quando fiscal da lei). Se não observarem os prazos, poderão ser responsabilizados. Não geram preclusão na maioria das vezes, porém:
Atenção!! Preclusão pro judicato é a modalidade de preclusão que se aplica única e exclusivamente ao juiz. Nunca se aplica a preclusão temporal, mas existe a lógica e a consumativa (não pode se manifestar com uma opinião e querer mudar depois, mas no recurso ele pode rever a sua manifestação).
└ Juiz
Art. 226. O juiz proferirá:
I - Os despachos no prazo de 5 dias;
II - As decisões interlocutórias no prazo de 10 dias;
III - As sentenças no prazo de 30 dias.
Art. 227. Em qualquer grau de jurisdição, havendo motivo justificado, pode o juiz exceder, por igual tempo, os prazos a que está submetido.
└ Auxiliares da justiça
Art. 228. Incumbirá ao serventuário remeter os autos conclusos no prazo de 1 dia e executar os atos processuais no prazo de 5 dias, contado da data em que:
I - Houver concluído o ato processual anterior, se lhe foi imposto pela lei;
II - Tiver ciência da ordem, quando determinada pelo juiz.
Observação!! Aqui também é possível pedir uma justa causa pelo excesso do prazo. Justificativa legítima e plausível.
3. Penalidades
a) Partes
Preclusão do ato processual.
Art. 223. Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de emendar o ato processual, independentemente de declaração judicial, ficando assegurado, porém, à parte provar que não o realizou por justa causa.
§ 1º Considera-se justa causa o evento alheio à vontade da parte e que a impediu de praticar o ato por si ou por mandatário.
§ 2º Verificada a justa causa, o juiz permitirá à parte a prática do ato no prazo que lhe assinar.
b) Juiz
Pode ser aberto procedimento administrativo contra ele, podendo o pedido ser feito de forma anônima.
Art. 235. Qualquer parte, o Ministério Público ou a Defensoria Pública poderá representar ao corregedor do tribunal ou ao Conselho Nacional de Justiça contra juiz ou relator que injustificadamente exceder os prazos previstos em lei, regulamento ou regimento interno.
c) Auxiliar da Justiça
Também pode ser instaurado procedimento administrativo. Pedido pode ser feito diretamente ao juiz da causa, via tribunal a que eles se vinculam ou também pelo CNJ.
Art. 233. Incumbe ao juiz verificar se o serventuário excedeu, sem motivo legítimo, os prazos estabelecidos em lei.
§1º Constatada a falta, o juiz ordenará a instauração de processo administrativo, na forma da lei.
§2º Qualquer das partes, o Ministério Público ou a Defensoria Pública poderá representar ao juiz contra o serventuário que injustificadamente exceder os prazos previstos em lei.
d) Ministério Público, Defensoria Pública e Advocacia
Art. 234. Os advogados públicos ou privados, o defensor público e o membro do Ministério Público devem restituir os autos no prazo do ato a ser praticado. 
Se refere, portanto, à processos físicos, onde se retira o processo do cartório e não o retorna no prazo determinado. Sua primeira punição é não poder mais retirar aquele processo específico do cartório, enquanto a segunda é receber uma multa aplicada pelo juiz e cobrada pelo órgão jurisdicional ao qual eles estão vinculados (ex: OAB). Não há prejuízo de instauração de eventuais processos administrativos.
4. Regras especiais
a) Ministério Público
Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, §1º.
Observação!! §2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o Ministério Público. Do contrário, será prazo em dobro.
b) Advogado Público
Tanto para administração direta ou indireta. Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
Assim como ao MP, o §2º diz que não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente público.
c) Defensoria Pública
Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais.
Também não se aplica quando lei estabelecer prazo específico. Isso acontece pela grande quantidade de processos e o número reduzido de funcionários, além de todos eles tutelarem interesses públicos.
Atenção!! §3º O disposto no caput aplica-se aos escritórios de prática jurídica das faculdades de Direito reconhecidas na forma da lei e às entidades que prestam assistência jurídica gratuita em razão de convênios firmados com a Defensoria Pública. Nesses casos, leis não preveem prazos específicos, portanto não se aplica exceção. Quando esses órgãos atuam, é em defesa dos hipossuficientes, sendo uma atividade equiparada à Defensoria Pública, tendo uma função social e por essa razão usufruem do mesmo benefício.
d) Intimações para Comparecimento
Art. 218, §2º Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente obrigarão a comparecimento após decorridas 48 horas. Ex: audiência 29/08 às 17h00 tem que ter a intimação feita até 27/08 às 17h00.
Caso não seja respeitado o prazo e a pessoa não comparecer, o juiz irá marcar nova data de audiência sem prejuízo algum. Caso a pessoa compareça mesmo assim, o processo segue normalmente devido a instrumentalidade dos atos.
e) Litisconsortes
Prazo em dobro para ações onde há várias pessoas em um mesmo polo do processo. Para ocorrer, necessariamente, os advogados precisam ser distintos, de diferentes escritórios de advocacia e os processos precisam ser físicos.
Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento.
§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 réus, é oferecida defesa por apenas um deles.
§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.
5. Contagem dos prazos em dia
a) Começo ou início do prazo
— Prazo
Começo do prazo é quando há certeza da cientificação, certeza que a pessoa ficou sabendo daquele ato. Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo:
Observação!! §1º Quando houver mais de um réu, o dia do começo do prazo para contestar corresponderá à última das datas a que se referem os incisos I a VI do caput (ex: carta precatória de citação onde um juntou 30/01 e outro 02/09 – início do prazo será 02/09); 
Atenção!! §2º Havendo mais de um intimado, o prazo para cada um é contado individualmente.
I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intimação for pelo correio;
Ex: ofício de intimação expedido 17/07 (qua), assinatura AR 30/07 (ter) e juntada da AR no processo 08/08 (qui) – o prazo, portanto, começa dia 08/08, pois a certeza só se dá com a juntada no processo; sua contagem se dará no dia 09/08.
II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça;
Ex: Mesmo exemplo anterior,começa com a juntada do mandado, independentemente de ter sido por oficial de justiça.
Observação!! §4º Aplica-se o disposto no inciso II do caput à citação com hora certa (acontece por oficial de justiça, portanto é meio redundante).
III - a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do escrivão ou do chefe de secretaria;
Ex: Feito pelas pessoas do cartório quando o advogado comparece lá e é avisado do ato – é feito uma certidão atestando o fato e o prazo começa a ser contado a partir dele: citado 08/08, começa no mesmo dia e a contagem passa a ser no dia 09/08.
IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz (prazo do edital), quando a citação ou a intimação for por edital;
Todo edital tem um cabeçalho que informa o ato (citação/intimação), o nome da pessoa e um número de dias, que é considerado o prazo do edital – esse prazo é fixado pelo juiz no intervalo determinado pela lei, para que ele fique disponível e, eventualmente, o réu tenha ciência deste edital.
No corpo do edital haverá um prazo de manifestação. Logo, edital sempre terá duas contagens quanto ao prazo: primeiro se verifica o prazo do edital (art. 257, III) e, somente depois do término desse, se analisa o prazo para a manifestação (esse inciso específico).
Ex: Prazo judicial de 20 dias p/ edital; 15 dias para manifestação; publicado 01/08 (quinta) – prazo do edital: inicia 01/08 (publicação do edital), contagem 02/08 e término 29/08; prazo da manifestação – inicia 30/08 (próx dia útil ao fim do prazo judicial), contagem 02/09 e término 20/09.
Atenção!! Não adianta somar os prazos, é preciso primeiro contar um e depois iniciar o outro.
V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a intimação for eletrônica;
Exclusivo para processos eletrônicos. Geralmente os cadastrados são os advogados, MP, auxiliares da justiça ou eventuais funcionários públicos. A lei do processo eletrônico (Lei 11.419/06, art. 5º, §3º) informa que caso a pessoa não consulte em até 10 dias corridos, a consulta se dará no fim desse tempo, começando o prazo no dia seguinte.
VI - a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada da carta aos autos de origem devidamente cumprida, quando a citação ou a intimação se realizar em cumprimento de carta;
Carta é mecanismo de colaboração entre juízes, pois eles têm sua jurisdição delimitada. A carta rogatória se estabelece em termos internacionais, onde um juiz brasileiro pede ajuda para um juiz estrangeiro (ex: intimar alguém no Paraguai); a carta de ordem é sempre nacional e se chama “ordem” pois ela sai de um tribunal superior para um juiz que é administrativamente inferior (ex: TRF4 encaminha carta de ordem a um juiz federal de Foz).
Já a carta precatória se estabelece em território brasileiro desde que não haja subordinação entre os juízes (ex: juiz de Foz expede uma carta precatória para o juiz de Santa Helena).
Atenção!! Art. 232. Nos atos de comunicação por carta precatória, rogatória ou de ordem, a realização da citação ou da intimação será imediatamente informada, por meio eletrônico, pelo juiz deprecado ao juiz deprecante. Logo, primeiro se analisa esse artigo e, e somente se, não houver esse comunicado de informação é que se utiliza o inciso VI.
VII - a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico;
Apenas para advogados em processo físico. Art. 224 §2º Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico; §3º A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que seguir ao da publicação.
VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos autos, em carga, do cartório ou da secretaria.
Apenas para processos físicos. Carga é retirar o processo do cartório – esse ato de pegar o processo para análise ou eventual manifestação já considera cientificação, independentemente de certidão comprovando que ela está ciente (caso haja essa certidão entra no inciso III).
§3º Quando o ato tiver de ser praticado diretamente pela parte ou por quem, de qualquer forma, participe do processo, sem a intermediação de representante judicial, o dia do começo do prazo para cumprimento da determinação judicial corresponderá à data em que se der a comunicação.
Ex: em vez de ser a data da juntada no processo, o prazo correrá a partir do dia que ela realmente foi citada, desde que seja ato que não precise de advogado – intimada 15/08 (qui) a pagar despesas processuais e juntado 28/08 (qua), o prazo começará no dia 15/08 e a contagem será no dia 16/08.
— Contagem do prazo
Começa no primeiro dia útil seguinte à ciência, ao começo do prazo. Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento.
b) Curso do prazo
Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis.
— Suspensão do prazo
└ Previsto na lei
Art. 220. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive.
§ 1º Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por lei, os juízes, os membros do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça exercerão suas atribuições durante o período previsto no caput .
§ 2º Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões de julgamento.
└ Obstáculo criado em detrimento da parte
Art. 221. Suspende-se o curso do prazo por obstáculo criado em detrimento da parte ou ocorrendo qualquer das hipóteses do art. 313, devendo o prazo ser restituído por tempo igual ao que faltava para sua complementação.
Ex: num processo físico, a parte autora precisa se manifestar, mas a parte ré vai ao cartório e retira o processo – nesses casos há suspensão no processo
Parágrafo único. Suspendem-se os prazos durante a execução de programa instituído pelo Poder Judiciário para promover a autocomposição, incumbindo aos tribunais especificar, com antecedência, a duração dos trabalhos.
c) Término
Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento.
Atenção!! §1º Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte, se coincidirem com dia em que o expediente forense for encerrado antes ou iniciado depois da hora normal ou houver indisponibilidade da comunicação eletrônica.
04/09/19
d) Contagem Regressiva
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.
Ex: audiência 06/09 (sex), art. 334 caput determina 20d antes – logo, início do prazo é 06/09 (sex), início da contagem é 05/09 (qui) e término é 09/08 (sex) sendo exatamente o vigésimo dia.
Prova!! Há divergência no término do prazo regressivo. Primeiro posicionamento determina que o prazo termina 09/08, uma vez que art. 224 determina que se exclua a data de início e inclua a data do término na contagem do prazo. O segundo posicionamento defende que tem que ter 20 dias de antecedência, então citar o réu no vigésimo dia já estaria fora do prazo. Logo, para essa corrente, a data do término do prazo seria 08/08 (qui).
COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS
1. Princípios
a) Contraditório
Pois é necessário ter ciência do ato para poder se defender. A reação depende, portanto, da informação.
b) Ampla Defesa
Seria efetivamente se defender no processo, que também se ampara no contraditório.
c) Publicidade
Para garantir a transparência no processo, sendo necessário para garantir sua própria manutenção.
d) Devido Processo Legal
Ninguém será privado dos seus bens sem que o processotenha transcorrido da maneira que a lei determina. Ele é síntese, origem dos demais princípios.
· CITAÇÃO
1. Conceito
É o ato de trazer o réu ao processo, uma vez que ele só é assim caracterizado após sua citação. Com ela, a relação jurídica se torna completa, se tornando tríplice e triangular. Ele é, portanto, citado para ter conhecimento sobre e efetivamente participar do processo.
Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual.
Art. 239. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido.
a) Comparecimento espontâneo
Ele supre a ausência da citação formal, estando relacionado à instrumentalidade das formas. § 1º O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à execução.
b) Não comparecimento
Caso o juiz acate a nulidade, haverá novo prazo para apresentar defesa. Caso não, segue o § 2º Rejeitada a alegação de nulidade, tratando-se de processo de:
I - conhecimento, o réu será considerado revel;
Assume-se como verdadeiro os fatos apresentados pela parte autora.
II - execução, o feito terá seguimento.
Bens serão apreendidos para saldarem o saldo da dívida.
2. Efeitos
a) Processuais
Afetam questões processuais.
— Litispendência
Nesse caso, tem caso de uma lide pendente, um processo pendente para o réu. É na concepção de que só surgem efeitos ao réu com sua citação.
Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 do CC.
— Litigiosidade da coisa
O objeto passa a fazer parte e ter efeitos no processo com a citação do réu. Não pode haver ato de disponibilidade desse bem enquanto houver processo no qual ele seja objeto.
b) Materiais
Afetam diretamente o direito material.
— Constituição em mora do devedor
Esse tipo de mora não tem documento, pois ela é constituída no próprio processo. Ex: atropelar alguém – não há nenhum documento que determine indenização, então a pessoa só entra em mora quando citada, ficando obrigado a pagá-la na sentença do processo.
Juros, reajustes e etc serão baseados na data da citação do devedor.
— Interrupção da prescrição
Ela acontece com o despacho que determina citação. Portanto, o ato do juiz de mandar citar o réu interrompe eventuais prescrições da ação. No entanto, o §1º diz que “a interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, ainda que proferido por juízo incompetente, retroagirá à data de propositura da ação”.
Logo, se a ação prescreve em 2 anos e o fato é de 03/09/17, caso seja proposto em 02/09/19 e o despacho de citação seja 04/09/19, não estará prescrito pois deve se observar a data de ajuizamento da ação.
3. Lugar da Citação
Art. 243. A citação poderá ser feita em qualquer lugar em que se encontre o réu, o executado ou o interessado.
Exceção!! Parágrafo único. O militar em serviço ativo será citado na unidade em que estiver servindo, se não for conhecida sua residência ou nela não for encontrado.
4. Momento
a) Vedação de citação
Art. 244. Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:
I - de quem estiver participando de ato de culto religioso;
II - de cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha colateral em segundo grau (ascendente, descendente, irmãos, cunhados), no dia do falecimento e nos 7 dias seguintes (logo, 8 dias);
III - de noivos, nos 3 primeiros dias seguintes ao casamento;
IV - de doente, enquanto grave o seu estado.
A doença tem que ser evidente ao oficial de justiça quando ele chegar para fazer a citação. Ele irá certificar essa ocorrência e seguirá os moldes do art. 245.
— Incapaz ou impossibilitado de receber
Art. 245. Não se fará citação quando se verificar que o citando é mentalmente incapaz ou está impossibilitado de recebê-la.
§ 1º O oficial de justiça descreverá e certificará minuciosamente a ocorrência.
§ 2º Para examinar o citando, o juiz nomeará médico, que apresentará laudo no prazo de 5 dias.
§ 3º Dispensa-se a nomeação de que trata o § 2º se pessoa da família apresentar declaração do médico do citando que ateste a incapacidade deste.
§ 4º Reconhecida a impossibilidade, o juiz nomeará curador ao citando, observando, quanto à sua escolha, a preferência estabelecida em lei e restringindo a nomeação à causa.
§ 5º A citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa dos interesses do citando.
5. Modalidades
a) Real/pessoal
Feita na pessoa do réu, de maneira direta. Nesses casos, há certeza da ciência do réu. Art. 242. A citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pessoa do representante legal ou do procurador do réu, do executado ou do interessado.
— Pessoas jurídicas
§ 1º Na ausência do citando, a citação será feita na pessoa de seu mandatário, administrador, preposto ou gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados.
§ 2º O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou, na localidade onde estiver situado o imóvel, procurador com poderes para receber citação será citado na pessoa do administrador do imóvel encarregado do recebimento dos aluguéis, que será considerado habilitado para representar o locador em juízo.
— Administração direta/indireta
§ 3º A citação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas autarquias e fundações de direito público será realizada perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua representação judicial.
— Tipos
Art. 246. A citação será feita:
└ I - pelo correio;
É o modo usual, onde é feito um ofício de citação que conterá todos os dados básicos do processo (número do processo, natureza do litígio, autor da ação, cópia da petição inicial e despacho inicial do juiz, prazos, datas de audiência, etc). Também diz que caso não apresente defesa, o réu irá considerar os fatos propostos pelo autor como verdadeiros.
Ele é encaminhado ao réu, onde ele assina e o recibo volta para o juízo para ser juntado no processo.
Observação!! § 2º Sendo o citando pessoa jurídica, será válida a entrega do mandado a pessoa com poderes de gerência geral ou de administração ou, ainda, a funcionário responsável pelo recebimento de correspondências – ex: Administrativo do Mabu, que recebe as correspondências, poderá receber a citação no lugar do gerente.
Atenção!! § 4º Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será válida a entrega do mandado a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência, que, entretanto, poderá recusar o recebimento, se declarar, por escrito, sob as penas da lei, que o destinatário da correspondência está ausente.
└ II - por oficial de justiça;
Art. 247, 249 a 251. Só é feita se restou frustrada a citação por correio. Art. 249. A citação será feita por meio de oficial de justiça nas hipóteses previstas neste Código ou em lei, ou quando frustrada a citação pelo correio.
Art. 247. A citação será feita pelo correio para qualquer comarca do país, exceto:
I - nas ações de estado (direito de família);
II - quando o citando for incapaz;
III - quando o citando for pessoa de direito público;
IV - quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
V - quando o autor, justificadamente, a requerer de outra forma (ex: trabalha no py).
Ele estará munido de um mandado de citação, tendo os mesmos elementos básicos do ofício de citação. Ele irá ler o mandado, entregar a contrafé (cópia do mandado), explicar diligências e o réu irá assinar, sendo o documento juntado no processo.
Observação!! Caso o réu não queria assinar, o oficial irá escrever a situação no mandado e, independentemente de testemunhas, o réu será consideradocitado de qualquer maneira.
└ III - pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório;
Ela só consegue ser implementada se a pessoa a ser citada comparece espontaneamente em cartório. É feita uma certidão informando dados básicos do processo, entregue cópia da petição inicial, etc. Também podem atestar a citação mesmo se a pessoa se recusar a assinar.
└ V - por meio eletrônico, conforme regulado em lei.
Apenas para as pessoas que estiverem cadastradas no meio eletrônico para receber citações. São alguns órgãos públicos,
§ 1º Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte, as empresas públicas (administração direta e indireta) e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio.
b) Ficta/presumida
Aquela em que o réu não foi encontrado para ser citado de maneira direta, não havendo certeza da ciência e sim uma mera presunção. 
Nesses casos, quando o réu é considerado revel (não apresenta defesa), o juiz determinará um curador especial (advogado) para ele – aqui serão feitas só alegações de direito, sendo feita de forma negativa geral, uma vez que não há contato com o réu para discutir eventualmente os fatos.
— IV - por edital;
Art. 256 a 259.
└ Hipóteses
Art. 256. A citação por edital será feita:
I - quando desconhecido ou incerto o citando;
Geralmente quando não é possível individualizar o réu. Ex: ações possessórias – protestantes que levantam as cancelas do pedágio, onde a empresa responsável não consegue identificar todas as pessoas que lesaram o seu direito.
II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar o citando;
Local ignorado é quando não se sabe onde o réu está. O lugar incerto é quando a pessoa se muda constantemente ou aquele que não consegue precisar localização exata. Já o inacessível, são lugares onde não se consegue chegar.
§ 1º Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que recusar o cumprimento de carta rogatória.
§ 2º No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia de sua citação será divulgada também pelo rádio, se na comarca houver emissora de radiodifusão – seria um adicional, pois ainda irá para edital.
§ 3º O réu será considerado em local ignorado ou incerto se infrutíferas as tentativas de sua localização, inclusive mediante requisição pelo juízo de informações sobre seu endereço nos cadastros de órgãos públicos ou de concessionárias de serviços públicos.
III - nos casos expressos em lei.
Própria legislação recomenda a hipótese de citar por edital. Ex: Art. 259. Serão publicados editais:
I - na ação de usucapião de imóvel;
II - na ação de recuperação ou substituição de título ao portador;
III - em qualquer ação em que seja necessária, por determinação legal, a provocação, para participação no processo, de interessados incertos ou desconhecidos.
Também ocorre muito em processo de inventário.
11/09/19
└ Requisitos
Art. 257. São requisitos da citação por edital:
I - a afirmação do autor ou a certidão do oficial informando a presença das circunstâncias autorizadoras (previstas no artigo anterior);
II - a publicação do edital na rede mundial de computadores, no sítio do respectivo tribunal e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, que deve ser certificada nos autos;
III - a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 e 60 dias, fluindo da data da publicação única ou, havendo mais de uma, da primeira;
IV - a advertência de que será nomeado curador especial em caso de revelia.
Parágrafo único. O juiz poderá determinar que a publicação do edital seja feita também em jornal local de ampla circulação ou por outros meios, considerando as peculiaridades da comarca, da seção ou da subseção judiciárias.
Atenção!! Art. 258. A parte que requerer a citação por edital, alegando dolosamente a ocorrência das circunstâncias autorizadoras para sua realização, incorrerá em multa de 5 vezes o salário-mínimo – depende, portanto, de má-fé.
Parágrafo único. A multa reverterá em benefício do citando.
— Hora certa
Art. 252. Quando, por 2 vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar.
└ Requisitos
Requisito objetivo é que o oficial de justiça compareça 2 vezes na casa do réu (não precisa ser no mesmo dia), enquanto o requisito subjetivo é a suspeita de ocultação.
└ Procedimento
Após as 2x e a suspeita, o oficial de justiça é autorizado a proceder a intimação de qualquer familiar, vizinho ou até porteiro caso more em condomínio a avisar que voltará em hora certa, pegando assinatura da pessoa (tem que ser capaz). 
Art. 253. No dia e na hora designados, o oficial de justiça, independentemente de novo despacho, comparecerá ao domicílio ou à residência do citando a fim de realizar a diligência.
Atenção!! Para que seja ficta/presumida, a pessoa não deve estar lá na hora marcada, pois se estiver será uma citação real. § 1º Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará informar-se das razões da ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando se tenha ocultado em outra comarca, seção ou subseção judiciárias.
§ 2º A citação com hora certa será efetivada mesmo que a pessoa da família ou o vizinho que houver sido intimado esteja ausente, ou se, embora presente, a pessoa da família ou o vizinho se recusar a receber o mandado.
§ 3º Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com qualquer pessoa da família ou vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome.
§ 4º O oficial de justiça fará constar do mandado a advertência de que será nomeado curador especial se houver revelia.
Art. 254. Feita a citação com hora certa, o escrivão ou chefe de secretaria enviará ao réu, executado ou interessado, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data da juntada do mandado aos autos, carta, telegrama ou correspondência eletrônica, dando-lhe de tudo ciência.
· INTIMAÇÃO
1. Conceito
Art. 269. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do processo.
2. Citação x Intimação
A citação chama o sujeito passivo ao processo, enquanto na intimação a pessoa já sabe do processo, estando a relação processual já completa; citação é apenas para o réu, enquanto a intimação pode ser qualquer pessoa; citação é no início do processo e uma única vez, enquanto a intimação acontece em todas as fases de forma recorrente.
Os efeitos da citação são próprios, previstos no art. 240, não sendo aplicados na intimação – o mesmo ocorre na classificação, onde a citação pode ser real ou ficta, sendo que a intimação não tem diferenciação.
Art. 269 §1º É facultado aos advogados promover a intimação do advogado da outra parte por meio do correio, juntando aos autos, a seguir, cópia do ofício de intimação e do aviso de recebimento – isso não ocorre na citação, que deve ser feita pelos órgãos do judiciário.
3. Modalidades
a) Meio eletrônico
Art. 270. As intimações realizam-se, sempre que possível, por meio eletrônico, na forma da lei.
b) Órgão oficial
Art. 272. Quando não realizadas por meio eletrônico, consideram-se feitas as intimações pela publicação dos atos no órgão oficial – é apenas para advogados em processos físicos.
Exceção!! Quando há necessidade de fazer um edital de intimação, uma vez que ele será publicado em órgão oficial.
c) Escrivão/chefe de secretaria
Art. 273. Se inviável a intimação por meio eletrônico e não houver na localidade publicação em órgão oficial, incumbirá ao escrivão ou chefe de secretaria intimar de todos os atos do processo os advogados das partes:
I - pessoalmente, se tiverem domicílio na sede do juízo;
Art. 274. Não dispondo a lei de outro modo, as intimações serão feitas às partes,

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