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DEONTOLOGIA E ÉTICA PROFISSIONAL

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DEONTOLOGIA E ÉTICA 
PROFISSIONAL
PROF. JORGE LUIZ GRABOWSKI
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-reitor: 
Prof. Me. Ney Stival
Diretoria EAD:
Prof.a Dra. Gisele Caroline
Novakowski
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Felipe Veiga da Fonseca
Luana Ramos Rocha
Marta Yumi Ando
Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
Eudes Wilter Pitta Paião
Márcio Alexandre Júnior Lara
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Kamila Ayumi Costa Yoshimura
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de 
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios 
não vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande 
responsabilidade sobre as escolhas que 
fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida 
acadêmica e profissional, refletindo diretamente 
em nossa vida pessoal e em nossas relações 
com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade 
é exigente e busca por tecnologia, informação 
e conhecimento advindos de profissionais que 
possuam novas habilidades para liderança e 
sobrevivência no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a 
Distância, a proporcionar um ensino de qualidade, 
capaz de formar cidadãos integrantes de uma 
sociedade justa, preparados para o mercado de 
trabalho, como planejadores e líderes atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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U N I D A D E
01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................5
1. DEONTOLOGIA .....................................................................................................................................................6
2. MORAL ..................................................................................................................................................................7
3. LINHAS BÁSICAS DA DEONTOLOGIA ..................................................................................................................8
3.1 ATUAÇÃO PROFISSIONAL ...................................................................................................................................8
3.2 RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL .............................................................................................................9
3.3 RELAÇÃO PROFISSIONAL ..................................................................................................................................9
4. FUNDAMENTOS DA DEONTOLOGIA ....................................................................................................................10
4.1 CONSCIÊNCIA E DEONTOLOGIA ........................................................................................................................10
4.1.1 CONSCIÊNCIA ....................................................................................................................................................10
DEONTOLOGIA E EVOLUÇÃO DA PROFISSÃO 
NO BRASIL
PROF. JORGE LUIZ GRABOWSKI
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
DEONTOLOGIA E ÉTICA
PROFISSIONAL
4WWW.UNINGA.BR
4.1.2 RELAÇÃO ENTRE CONSCIÊNCIA PSICOLÓGICA E DEONTOLÓGICA ...........................................................11
4.2 LIBERDADE E DEONTOLOGIA ............................................................................................................................11
4.2.1 LIBERDADE ........................................................................................................................................................11
4.2.2 RELAÇÃO ENTRE LIBERDADE E DEONTOLOGIA ..........................................................................................11
4.3 VALORES E DEONTOLOGIA ................................................................................................................................12
4.3.1 VALORES ............................................................................................................................................................12
4.3.2 RELAÇÃO ENTRE VALORES E DEONTOLOGIA ..............................................................................................12
5. EVOLUÇÃO DA PROFISSÃO NO BRASIL .............................................................................................................12
5.1 GRADES CURRICULARES ....................................................................................................................................13
5.2 REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO ................................................................................................................16
5.2.1 PARECER NO 388/63: DIRETRIZES ................................................................................................................16
5.2.2 DECRETO-LEI NO 938/69 ...............................................................................................................................17
5.2.3 LEI NO 6.316 DE 1975 ........................................................................................................................................18
CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................................................20
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ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
O presente material que é da disciplina de Deontologia e Ética Profissional do curso de 
Fisioterapia de nossa instituição busca trazer aos concluintes noções gerais sobre o adequado 
comportamento que se faz necessário para o desempenho de suas funções profissionais.
Regulamentada pelo Decreto-Lei no 938, de 13 de outubro de 1969, a profissão passou por 
vários processos de evolução e autonomia, e parte desses processos, que aconteceram nesses 50 
anos, serão abordados nesta apostila.
Dentontologia deriva do vocábulo grego ton deon, que significa necessidade ou 
conveniência, dando, assim, a ideia de que Deontologia significa o estudo do que é fundamental 
para se exercer suas atividades com respeito e dignidade. Apresenta também um histórico da 
evolução da fisioterapia no Brasil, desde as primeiras normas de procedimentos até a atual posição 
da profissão dentro da área da saúde, que foi conquistada com muito trabalho e dedicação, além 
da obediência aos aspectos morais e éticos. 
Ter o conhecimento e principalmente a total integração de sua carreira dentro de tais 
aspectos é requisito para que se ofereça aos seus pacientes não só uma excelência em sua abordagem 
clinica funcional, mas também no que se refere ao sigilo e preservação da individualidade.
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ENSINO A DISTÂNCIA
1. DEONTOLOGIA 
 
 Com a aprovação da instituição da Comissão Superior de Ética e Deontologia da 
Fisioterapia – CSEDF pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), 
em 9 de dezembro de 1988, que para ter sua legalidade foi publicada no Diário Oficial da União 
no 237 (10.12.1988, seção I, p. 59), o exercício da fisioterapia passou a ter suas diretivas dentro 
do aspecto moral. Posteriormente revogada pela Resolução 424 do mesmo COFFITO, em 8 de 
julho de 2013, estabeleceu o novo Código de Ética e Deontologia da Fisioterapia desmembrado 
do Código de Ética da Terapia Ocupacional (PEREIRA, 2014), profissão com quem dividimos o 
nosso Conselho.
 Deontologia é a ciência que determina as diretivasde qualquer atividade de uma 
profissão sob a retidão moral, princípios e fundamentos morais ou fundamentos de honestidade, 
portanto relacionada aos deveres do profissional. O pensador inglês J. Bentham (1748-1812) 
foi o primeiro a mencionar o termo deontologia quando publicou Deontology of the Science of 
Morality, na tradução livre “Deontologia da Ciência da Moralidade”, ou filosoficamente “a ciência 
do bem moral”. Cabe ao profissional saber que as ciências deontológicas tratam de aperfeiçoar os 
seus conceitos morais, bem como a forma de desenvolvê-los ou deles de afastar. (BENAVIDES; 
ANTÓN, 1987). Tais ciências podem ser classificadas como Deontologia Geral, Deontologia 
Especial e Deontologia Profissional, sendo assim definidas:
• Deontologia Geral, que trata do aperfeiçoamento das pessoas em sua generalidade.
• Deontologia Especial, focada no desenvolvimento de uma classe de pessoas.
• Deontologia Profissional, voltada para o aprimoramento dos deveres e aspectos morais 
de cada pessoa em sua profissão.
Sobre o mesmo tema, nos ensina Gelain (1998, p. 20-21) que o termo Deontologia é 
proveniente do grego deon, deontos (dever) e logos (que significa tratado), caracterizado assim 
como “[...] o estudo dos deveres de grupos profissionais. [...] portanto, envolve a preocupação 
com os deveres, as responsabilidades dos profissionais de cada grupo”. 
Considerando que honestidade tem uma ligação direta e imediata com o bem a ser feito 
e o mal a ser evitado quando cuidamos da saúde de qualquer pessoa, independente de seu perfil 
social, econômico, político ou religioso, o objeto da deontologia é resumidamente o foco nesses 
aspectos éticos e morais.
Tais valores nos foram ensinados por Hipócrates (460 – 370 aC) em sua obra Corpus 
Hippocraticum, tida como contemporânea por muitos autores, em que discursou sobre o 
“princípio do benefício e não-malefício”, consideradas as primeiras contribuições no conceito 
de “pessoa humana”. Tal princípio é claro ao enfatizar a necessidade básica de fazer o bem aos 
pacientes que procuram a ajuda de um profissional da fisioterapia e, ao mesmo, tempo exaltar a 
importância de concorrer para que nenhum mal físico, mental ou moral lhes sejam atribuídos.
Como exemplo, o fisioterapeuta deve ter como princípios morais a não divulgação de 
dados pessoais e clínicos de seus pacientes; a preservação da evolução clínica e os resultados 
alcançados com as suas condutas prescritas; e a concordância e consentimento de todo paciente 
ante a essas condutas.
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O estudo da deontologia na fisioterapia faz necessário que conheçamos seu posicionamento 
dentro do quadro geral das ciências morais, sendo que essa ciência antes de tudo determina 
as normas e os ideais que darão crédito, base e principalmente a dignidade necessária para o 
desenvolvimento e aplicabilidade de suas funções dentro dessa profissão.
Devemos lembrar que ética é um conjunto de normas que torna adequadas as atitudes 
morais das pessoas, bem como o que se relaciona aos seus juízos e problemas morais.
2. MORAL 
Para completar essa linha de raciocínio, devemos entender como moral a relação ou 
sequência de normas, princípios e valores que são aceitos de comum acordo, determinados de 
maneira que venham a regulamentar as ações, atitudes e comportamentos das pessoas, quer seja 
em padrões individuais ou em ambientes sociais.
Nesses termos, moral é uma ciência que determina as normas básicas para um excelente 
direcionamento das ações humanas, sendo essas normas interpretadas como princípios que 
são mínimos requisitos para que se viva em harmonia em determinados grupos sociais, como 
respeito ao próximo, tolerância e um exercício da dignidade e da boa fé. 
Proposto por Gelain (1998, p. 19), o conceito de moral é amplo e envolve diretamente a 
postura pessoal do profissional em seu meio. Para exemplificar, o autor apresenta uma definição:
Moral compreende a realização subjetiva e pessoal da inserção de um indivíduo 
em sua profissão. A moralidade é, então, a capacidade de agir segundo a 
consciência bem informada e de tomar decisões concretas, com uma atitude 
íntegra, visão clara e muito discernimento.
Na visão de Sgreccia (2002, p. 152), as atividades humanas e a experiência moral são 
a essência do valor moral; mostram uma boa ação ou atitude desde que preservem o bem do 
próximo. “O amor ao próximo, o respeito pela vida, a generosidade, o espírito de sacrifício etc. 
são valores morais”.
Por outro lado, a Deontologia Profissional da Fisioterapia não visa em nenhum momento 
o valor da profissão no mercado de trabalho, honorários ou mesmos lucros a serem adquiridos 
no exercício profissional. 
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3. LINHAS BÁSICAS DA DEONTOLOGIA
De uma forma bem didática, Benavides e Antón (1987) nos apresentam alguns itens básicos 
da boa adequação da deontologia na atuação de uma profissão da saúde. Foram selecionados três 
para esse texto, que primeiro veremos em um quadro explicativo:
1. ATUAÇÃO 
PROFISSIONAL
2. RESPONSABILIDADE 
PROFISSIONAL
3. RELAÇÃO 
PROFISSIONAL
Reputação pessoal Clientes Interprofissional
Quadro 1 - Linhas básicas da deontologia. Fonte: o autor.
3.1 Atuação profissional
Este é o domínio do profissional, se refere à própria imagem do profissional, sua qualidade 
e dedicação profissional. Termos como competência, respeito e honestidade são fundamentais 
nessa área, verdadeiras palavras-chave para o sucesso pessoal do profissional. Sabendo que 
toda profissão tem seu reconhecimento e valorização baseados, antes de tudo, na excelência do 
desempenho e do comportamento dos que ela exercem, devemos compreender também que a 
área do profissional é a base necessária não só para este, mas de forma direta também é a base 
necessária para o sucesso dessa profissão.
Para tanto, é necessário o contínuo aprimoramento técnico e científico de cada profissional 
e o conhecimento de seu Código de Ética é fator primordial. Esses fatores são determinantes de 
pontos positivos, como:
a) Crescimento e valorização profissional.
b) Qualidade dos atendimentos prestados.
c) Resultados das condutas dos tratamentos.
d) Índice de satisfação dos clientes.
“Então o Deus Eterno pós o homem no jardim do Éden, para cuidar dele e nele 
fazer plantação. E o Eterno deu ao homem a seguinte ordem: Você pode comer as 
frutas de qualquer jardim, menos da árvore que dá o conhecimento do bem e do 
mal...” (Gênesis, 1,2).
Em sua opinião, o que esse trecho do Livro Sagrado pode nos trazer como 
mensagem em relação ao exposto no texto?
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3.2 Responsabilidade profissional
Trata-se da dedicação do profissional à sociedade que o cerca, no uso de seu arsenal 
técnico e de seus conhecimentos das mais variadas condutas de tratamento, sempre dentro das 
normas que regem a sua profissão, ao mesmo tempo em que se abstém do uso indevido dessas, 
preservando não só sua imagem individualmente, mas de toda a sua classe profissional.
 Aqui os autores salientam que o paciente deve receber todos os cuidados necessários 
à manutenção de seu bem estar, desde a interação do paciente sobre os métodos e técnicas 
estabelecidos ao seu tratamento, como também a concordância, expectativa de tempo de tratamento 
(prognóstico), a não interrupção do tratamento sem aviso prévio, a indicação de atendimento de 
outras áreas da saúde se necessário, dando ênfase a um atendimento multidisciplinar.
3.3 Relação profissional
É a boa convivência interprofissional e multiprofissional. Isso se baseia no fato de que se 
faz necessária uma relação harmoniosa entre os colegas de sua profissão, visando a melhora do 
conhecimento técnico de cada um e do grupo, para o seu engrandecimento científico.
Deve-se optar e zelarpelo coleguismo e pela reciprocidade de informações e técnicas 
entre os profissionais de uma mesma área clínica, quando esses cuidam do mesmo paciente, cada 
qual na sua especialidade, sem omissão de informações, condutas, exames complementares ou 
mesmo sem concorrência desleal.
Esses autores nos ensinam que essas mesmas atitudes devem ser observadas quando temos 
profissionais de outras áreas atuando em conjunto em prol do mesmo paciente, respeitando as 
suas individualidades, as suas técnicas, decisões, condutas e encaminhamentos. 
Nota-se, nesses casos, a presença constante de um profissional de base, geralmente 
o primeiro a ser requisitado pelo paciente ou seus familiares, e que parte desse a constituição 
da equipe de saúde necessária ao acompanhamento do quadro clínico apresentado. Esse é um 
exemplo de atuação multiprofissional, cada vez mais em foco na atualidade clínica.
“Para que o mal prevaleça, basta que as pessoas boas não façam nada” (Edmond 
Blurke).
Como você enquadra o pensamento desse filósofo inglês no contexto do que 
foi apresentado até o momento? Na sua opinião, essa filosofia se aplica de que 
forma?
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Olha que interessante! 
Exercício Profissional e Deontologia em Fisioterapia: Utilização de Videogame em 
Disciplina da UnB que se Propõe a Ensinar Deontologia. 
Alunos da faculdade de Fisioterapia da UnB utilizaram jogos para aprendizagem 
de deontologia em fisioterapia! Se você gostou da ideia, leia mais em:
<http://revista.redeunida.org.br/ojs/index.php/cadernos-educacao-saude-
fisioter/article/view/518>.
4. FUNDAMENTOS DA DEONTOLOGIA
Em sua obra, Gelain (1998) nos mostra as suas considerações sobre a responsabilidade das 
pessoas no ponto de vista deontológico. Nos ensina que as ações dos profissionais dependem de 
valores já estabelecidos no que se refere a sua responsabilidade. Assim, fica isento de julgamento 
ou culpa quem age sem consciência, sob pressão ou sem a instituição de referências, as quais o 
autor denomina de valores, que são imprescindíveis para que suas ações se tornem responsáveis. 
Na falta de um desses valores, isso não poderá ser garantido totalmente. São três os fatores 
fundamentais, todos analisados pelo autor com a deontologia, como pode ser resumido neste 
quadro explicativo, para depois podermos entender cada um deles:
CONSCIÊNCIA E 
DEONTOLOGIA
LIBERDADE E 
DEONTOLOGIA
VALORES E 
DEONTOLOGIA
CONSCIÊNCIA LIBERDADE VALORES
Relação entre consciência 
psicológica e deontológica
Relação entre liberdade e 
deontologia
Relação entre valores e 
deontologia
Quadro 2 - Fatores fundamentais. Fonte: o autor.
4.1 Consciência e Deontologia
4.1.1 Consciência
Consciência, segundo o autor, é a percepção que a pessoa tem de si, do meio ambiente 
e dos outros. Do ponto de vista deontológico, vem a ser o juízo que cada um passa a ter de cada 
ação ou conjunto de ações – suas e das outras pessoas –, o que leva a um padrão próprio ou 
comum de analisar quais ações estão dentro do estabelecido como moral ou ético, sendo assim 
julgadas por aspectos individuais, emocionais e psicológicos.
Isso leva à formação da consciência que deve ter um grupo de determinada profissão, 
tendo, assim, sua orientação própria para discutir ações que sejam contrárias aos seus princípios 
deontológicos.
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4.1.2 Relação entre consciência psicológica e deontológica
Por ter total domínio sobre o padrão de que as ações possam ou não ser responsáveis, 
a consciência se torna item primordial na constituição da consciência deontológica. Sendo a 
consciência psicológica fator integrante do julgamento das ações responsáveis das pessoas, pode-
se concluir que se torna parte diretamente integrante da consciência deontológica. 
Essa relação entre a consciência psicológica e a deontológica pode ser vista na Figura 1:
Figura 1 - Relação entre consciência psicológica e deontológica. Fonte: o autor.
4.2 Liberdade e Deontologia
4.2.1 Liberdade
Sabendo que o termo liberdade pode ter muitas interpretações, Gelain (1998) optou 
por conduzir um raciocínio voltado à necessidade natural de auto realização do ser humano. 
Liberdade é a permissão que se necessita para se formar uma personalidade própria, de se 
construir como pessoa, e à medida que isso ocorre, poder evoluir em suas novas experiências 
para, assim, acrescentar mais elementos a esse crescimento. Caracteriza, também, como livre 
“[...] quem puder realizar seu projeto vital” (GELAIN, 1998, p. 29).
Gelain (1998, p. 3) ainda reflete que
[...] parecem-nos, pois, imprecisas as expressões de liberdade, tais como: ‘livre é 
aquele que faz o que bem entende’ , que ‘age sem qualquer tipo de bloqueio ou 
censura’, pois nestas atitudes poderão haver agressões à realização do ser e, por 
consequência, à liberdade.
4.2.2 Relação entre liberdade e deontologia
A partir do momento que a deontologia cuida das ações das pessoas voltadas para o seu 
crescimento, do mesmo modo a liberdade inclui esse próprio crescimento. É imprescindível fazer 
a relação direta entre as duas, ou seja, um profissional ao entender a liberdade de seu paciente 
bem como das pessoas que o cercam (parentes, membros de uma equipe multidisciplinar), ele 
está concorrendo para que todos sejam pessoas.
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4.3 Valores e Deontologia
4.3.1 Valores
 Valores são o ponto de referência em qualquer situação de análise de condições 
deontológicas: uma vez que essa análise é sobre ações das pessoas, os valores são considerados 
fundamentais.
O mesmo autor nos dá a ideia de como devem ser classificados esses valores quando nos 
apresenta as seguintes correlações: fundamentos motores do agir humano; aspirações básicas 
do ser humano; algo que vale a pena viver, lutar e até morrer, entre outros. Ao mesmo tempo 
em que os valores são os mesmos entre cada tipo de grupo, as suas escalas podem variar entre 
eles, significando que determinados valores, como éticos, religiosos, vitais, podem ter diferentes 
importâncias entre os grupos profissionais, sendo uns mais relevantes que os outros.
4.3.2 Relação entre valores e deontologia
Conforme o estudado até o momento e considerando a deontologia como um conjunto 
de normas e valores que julgam e determinam as ações dos profissionais e também da sua classe, 
valores podem, sem dúvidas, ser considerados como um fundamento essencial da deontologia. 
Sem eles, não haveria referências para o que é justo, certo, respeitoso e honesto em qualquer das 
profissões. 
5. EVOLUÇÃO DA PROFISSÃO NO BRASIL
Em nosso país, as primeiras atuações na área de saúde com recursos físicos datam do ano 
de 1879. Por ser no período da Industrialização, eram condutas específicas para a cura, assim 
como para a reabilitação. Anos depois, em 1929, se instalou o Serviço de Fisioterapia do Hospital 
Central da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e, logo após, o Hospital das Clínicas também 
receberia o seu Serviço de Fisioterapia.
As redes sociais são muito utilizadas atualmente para a divulgação dos serviços 
dos fisioterapeutas. Ao mesmo tempo, é um ambiente de exposição da imagem 
profissional: os cuidados devem ser muitos para que a divulgação não tenha um 
efeito negativo. Assista o vídeo Redes Sociais: 5 Erros que os Fisioterapeutas 
Cometem, com ótimas orientações a respeito, em uma linguagem muito clara. 
Disponível em: <https://youtu.be/5IuwBw0x9CQ>.
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Em 1951 foi criado o curso para a formação em “técnicos em fisioterapia” que ficou 
em atividade até 1956, quando se instalou o primeiro curso de Fisioterapia, com dois anos de 
formação para “fisioterapeutas que atuassem em reabilitação”. Namesma sequência, em 1959, foi 
fundado o Instituto Nacional de Reabilitação, que também formava fisioterapeutas (REBELATTO; 
BOTOMÉ, 1999).
Em seu artigo, Marques e Sanches (1994) mostram que, em 1957, foi criada a Associação 
Paulista de Fisioterapeutas (APF) em função dos anseios dos ainda poucos profissionais atuantes 
em relação aos aspectos profissionais, deontológicos e científicos, entre outros, bem como sobre 
o futuro da profissão, conforme consta nos Estatutos da Associação. Após nove anos, em 19 de 
agosto, na mesma cidade de São Paulo, foi criada a Associação Brasileira de Fisioterapeutas (APF), 
com o intuito de promover a união de todos os profissionais da fisioterapia no Brasil, bem como 
uma maior divulgação, estruturação e excelência na qualidade dos atendimentos, em função 
de uma evolução científica e clínica. Logo, essa Associação passou a se denominar Associação 
Brasileira de Fisioterapia, sendo, então, reconhecida por diversas entidades, tanto nacionais, 
como a Associação Médica Brasileira (AMB), quanto internacionais, como a World Confederation 
of Physical Therapy (WCPT). No caso desta, essa atitude outorgou uma gama de benefícios à 
profissão, tendo, inclusive, influenciado diretamente no reconhecimento da fisioterapia no Brasil. 
Os autores ainda apontam que, em 1966, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo 
declarou a ABF como Utilidade Pública. Tanto essa Associação quanto a Paulista são ativas até 
a presente data, com ações voltadas ao constante desenvolvimento da profissão ao promover 
palestras, simpósios e congressos. 
Rebelatto e Botomé (1999) também apontam que, historicamente, as fatalidades levam 
ao desenvolvimento urgente de recursos voltados às suas amenizações ou resoluções. Dessa 
forma, o surto de poliomielite no Brasil, nos anos 50, resultou em trágicas consequências, 
trazendo sequelas motoras em um grande número de vitimas da doença, os quais necessitaram 
de atividades reabilitadoras. Ao mesmo tempo, a Era da Industrialização no país trouxe altas 
incidências de acidentes no trabalho, que foi uma situação alarmante pelas características dessas 
lesões, consideradas fora dos padrões das patologias da época e que, por sua vez, levava a uma 
necessidade urgente de reintegrar esses pacientes às frentes de trabalho. A partir dessas atuações 
teve início a caracterização da profissão mais como o perfil de fisioterapia, por influência de 
profissionais de outras nações, do que como reabilitação, como era mais reconhecida. Outro fator 
marcante foi o surgimento das legislações que norteavam a atuação da profissão no nosso país.
5.1 Grades Curriculares
As disciplinas ainda eram mais direcionadas à reabilitação, que era o ênfase da época, 
sendo as específicas muito pouco abordadas, conforme nos mostra Marques e Sanches (1994), 
no Quadro 3. Tendo essa grade curricular persistido de 1963 até nos anos 80, com os cursos de 
Fisioterapia durando três anos.
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CURSOS DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL
Regulamento
Capítulo I - Dos Cursos e sua organização didática
Artigo 1O O Instituto de Reabilitação ministra cursos normais de graduação em Fisioterapia e 
Terapia Ocupacional.
Artigo 2O Os cursos têm a duração de três anos letivos.
Artigo 3O Os cursos compreendem as seguintes matérias e disciplinas, que serão ministradas 
pelo Instituto de Reabilitação com a colaboração da Universidade de São Paulo:
 1 - Fundamentos da Fisioterapia e Terapia Ocupacional 
 2 - Ética e História da Reabilitação
 3 - Administração aplicada
 4 - Fisioterapia Geral
 5 - Fisioterapia Aplicada
 6 - Terapia Ocupacional Geral, compreendendo a disciplina de:
 a) atividades terapêuticas e trabalhos manuais
 7 - Terapia Ocupacional Aplicada.
Artigo 5O A orientação e a responsabilidade do curso cabem à direção do Instituto.
Quadro 3 - Cursos de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Fonte: o autor.
Perceberam como a grade curricular era enxuta? Podemos ver o quanto a fisioterapia 
evoluiu em tão pouco tempo, comparando com a grade atual. Hoje você aprende muito mais!
Prosseguem os mesmos autores pesquisando a grade curricular do curso, e apresentam 
uma alteração da mesma grade pela Resolução no 4, de 28 de fevereiro de 1983, do Ministério de 
Educação e Cultura (MEC), que institui o currículo mínimo, bem como a duração dos cursos de 
fisioterapia nas faculdades nos seus período mínimo de 4 anos e máximo de 8. Agora se percebe a 
abordagem de disciplinas de conhecimentos específicos, de fisioterapia aplicada ás várias áreas de 
conhecimento clínico e também de conhecimentos mais amplos, como sociologia, saúde pública, 
metodologia de pesquisa, entre outras. A nova grade curricular abordava também a formatação 
dos estágios supervisionados, que deveriam ocupar 20% da carga horária total do curso, agora 
estipulado em 3240 horas, como podemos ver no Quadro 4:
CURRÍCULO MÍNIMO APROVADO PELO MEC EM FEVEREIRO DE 1983
Artigo 1o O currículo mínimo os cursos de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional foi 
dividido em quatro ciclos, a saber:
I - Ciclo de Matérias Biológicas.
II - Ciclo de Matérias de Formação Geral.
III - Ciclo de Matérias Pré-Profissionalizantes.
IV - Ciclo de Matérias Profissionalizantes.
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Parágrafo único: Com pequenas complementações os ciclos I e II poderão ser usados 
como tronco comum para ambas as profissões.
Artigo 2o O ciclo de Matérias Biológicas consta de:
a) Biologia.
b) Ciências Morfológicas, compreendendo Anatomia Humana e Histologia.
c) Ciências Fisiológicas, compreendendo Bioquímica, Fisiologia e Biofísica.
d) Patologia, compreendendo Patologia Geral e Patologia de órgãos e Sistemas.
Artigo 3o O ciclo de Matérias de Formação Geral consta de:
a) Ciências do Comportamento, compreendendo Sociologia, Antropologia, Psicologia, 
Ética e Deontologia.
b) Introdução à Saúde Humana, compreendendo Saúde Pública.
c) Metodologia de Pesquisa Científica, incluindo Estatística.
Artigo 4o O Ciclo de Matérias Pré-Profissionalizantes para a Formação do fisioterapeuta 
consta de:
a) Fundamentos de Fisioterapia, compreendendo História da Fisioterapia e 
Administração em Fisioterapia.
b) Avaliação Funcional, compreendendo Cinesiologia, Bases, Métodos e Técnicas de 
Avaliação em Fisioterapia.
c) Fisioterapia Geral, compreendendo Exercício Terapêutico e Reeducação Funcional.
d) Recursos Terapêuticos Manuais, compreendendo Massoterapia e Manipulação.
Artigo 5o O Ciclo de Matérias Profissionalizantes para a formação do fisioterapeuta 
consta de:
a) Fisioterapia aplicada às condições neuro-músculo-esqueléticas, compreendendo 
Fisioterapia aplicada à Ortopedia e Traumatologia, à Neurologia e à Reumatologia.
b) Fisioterapia aplicada às condições cardio-pulmonares, compreendendo Fisioterapia 
aplicada à Cardiologia e à Pneumologia.
c) Fisioterapia aplicada às condições Gineco-Obstétricas e Pediátricas, compreendendo 
Fisioterapia aplicada à Ginecologia e à Obstetrícia e Fisioterapia aplicada à Pediatria.
d) Fisioterapia Aplicada às condições sanitárias, compreendendo Fisioterapia Preventiva.
e) Estágio Supervisionado, constando de Prática de Fisioterapia Supervisionada.
Artigo 9o O currículo mínimo dos Cursos de Fisioterapia e Terapia Ocupacional deve 
perfazer um total de 3.240 (três mil duzentas e quarenta) horas, ministradas num período 
mínimo de 4 (quatro) anos e um máximo de 8 (oito) anos. Os Ciclos I e II devem ocupar 20 por 
cento desse tempo. O Ciclo Pré-Profissionalizante, 20 por cento, o Ciclo Profissionalizante, 40 
por cento, restando 20 por cento para a prática supervisionada.
Quadro 4 - Currículo mínimo aprovado pelo MEC em 1983. Fonte: o autor.
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5.2 Regulamentação da Profissão
A regulamentação da fisioterapia no Brasil deu-se por vários documentos, que mostram, 
assim, uma evolução tanto no caráter legal como técnico da profissão. Começou pelo Parecer no 
388/63 do Conselho Federal da Educação. Depois tivemos o Decreto-lei no 938, de 13 de outubro 
de 1969; a Lei no 6.316, de 17 de dezembro de 1975, sancionada pela Presidência da República, 
dando base legal para o Código de Ética Profissional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional 
(COFFITO) em 1978.
 Figura 2 - Selo comemorativo dos 50 anos da profissão no Brasil. Fonte: COFFITO (2019).
5.2.1 Parecer no 388/63: diretrizes
Esse é um dos primeiros documentos tidos como oficiais que marcaram as diretrizes da 
profissão do fisioterapeuta. Porém o Parecer no 388/63 do Conselho Federal de Educação (CFE) 
determinou também muitas limitações para o exercício dessa ocupação, tanto em condutas quanto 
em tomadas de decisões, caracterizado como técnico de fisioterapia mesmo sendo obrigatório a 
formação em curso superior. Também tornava vedado a esses profissionais concluir diagnóstico 
fisioterapêutico. 
As condições de trabalho do fisioterapeuta, impostas por este Parecer do Conselho Federal 
de Educação, foram apresentadas por Rebelatto e Botomé (1999) e serão descritas na Figura 3.
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Figura 3 - Atribuições do fisioterapeuta no Parecer 388/63 – CFE. Fonte: o autor.
5.2.2 Decreto-lei no 938/69 
Publicado em 13 de outubro de 1969, esse Decreto-lei foi determinante por dar início ao 
processo de definição real da profissão no nosso país, o que fez que a data de 13 de outubro fosse 
instituída como o Dia do Fisioterapeuta. Representou um marco na atribuição das funções da 
profissão e também na sua autonomia. Não só independência na prescrição de suas condutas, 
mas também na elaboração de diagnóstico. Determinou, ainda, as suas áreas de trabalho, como 
vemos no Quadro 5:
 
F I S I O T E R A P E U T A
*AUXILIAR DE REABILITAÇÃO
 *TAREFAS TERAPÊUTICAS *SEM 
RESPONSABILIDADE TÉCNICA
 *NÃO FAZER DIAGNÓSTICOS
 * EXECUTAR TÉCNICAS E EXERCÍCIOS 
*NÃO RECOMENDAR TRATAMENTOS
Nas salas de aula, os professores das disciplinas específicas costumam comentar 
sobre suas experiências profissionais em consultórios, hospitais ou atendimentos 
domiciliares, por exemplo. Baseado nesses relatos, como seria a sua postura 
profissional com todos seus conhecimentos adquiridos se, hipoteticamente, o 
Parecer 388/8 estivesse vigente?
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DECRETO-LEI 938/69
Artigo 2o O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional, diplomados por escolas e cursos 
reconhecidos, são profissionais de nível superior.
Artigo 3o É atividade privativa do fisioterapeuta executar métodos e técnicas fisioterápicas 
com a finalidade de restaurar, desenvolver e conservar a capacidade física do paciente.
Artigo 5 Os profissionais fisioterapeutas poderão ainda, no campo de atividades específicas:
I - dirigir serviços em órgãos e estabelecimentos públicos ou particulares, ou assessorálos 
tecnicamente.
II - exercer o magistério nas disciplinas de formação básica ou profissional, de nível superior 
ou médio.
III - supervisionar profissionais e alunos em trabalhos técnicos e práticos.
Artigo 6o Os profissionais fisioterapeutas diplomados por escolas estrangeiras, devidamente 
reconhecidas no país de origem, poderão revalidar seus diplomas.
Quadro 5 - Decreto-Lei 938 de 13 de outubro de 1969. Fonte: o autor.
5.2.3 Lei no 6.316 de 1975
Decretada em 17 de dezembro de 1975 pelo Congresso Nacional, a Lei no 6.316 foi também 
sancionada pela Presidência da República, dando origem ao Conselho Federal e aos Conselhos 
Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (o reduzido número de fisioterapeutas da época 
não davam condições para um Conselho próprio, daí a fusão das duas profissões), ao mesmo 
tempo em que estabelece os locais nos quais esses profissionais possam exercer as suas atividades, 
conforme Rebelatto e Botomé (1999, p. 55), em seu artigo 13o que determina:
Para o exercício da profissão na Administração Pública, direta ou indireta, nos 
estabelecimentos hospitalares, nas clínicas, creches, ambulatórios, asilos ou 
exercício de cargo, função ou emprego de assessoramento, chefia ou direção, 
será exigida como condição essencial a apresentação da Carteira Profissional de 
Fisioterapeuta ou Terapeuta Ocupacional.
A partir da instituição dos Conselhos da profissão, se deu origem ao Código de Ética 
Profissional da Fisioterapia e Terapia Ocupacional, que será o objeto de estudos do nossa próxima 
unidade.
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O seguinte estudo mostra a formação educacional da profissão, no período de 
1979 a 1992:
SIMONI, D. L. et al. A formação educacional em fisioterapia no Brasil: fragmentos 
históricos e perspectivas atuais. Hist enferm Rev eletrônica, v. 6, n. 1, p. 10-20, 
2015.
O que você acha de aprofundar mais os seus conhecimentos sobre a evolução 
e desenvolvimento legal da nossa profissão? Na sua plataforma de pesquisa, 
acesse o artigo a seguir.
Como se deu a evolução da fisioterapia sob o aspecto científico? 
CAVALCANTE, C. C. L. et al. Evolução científica da fisioterapia em 40 anos de 
profissão. Fisioter Mov., v. 24, n.3, p. 513-22, jul./set. 2011.
Boa leitura!
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Independente da área de atuação, toda profissão necessita de indicadores do que se torna 
dentro dos limites da moralidade ou do que ultrapassa esses limites. A formação do caráter de 
um profissional é básica, familiar e se manifesta de acordo com o meio em que ele viveu. São os 
valores, as regras que aprendeu ser o justo e necessário para se viver em harmonia no aspecto 
moral: respeito, dignidade e sobretudo civilidade. 
No campo profissional, se torna necessário a compreensão de um conjunto de normas que 
irá pontuar o desempenho de cada um dentro do que cada profissão permite como exemplo de 
um bom comportamento. Assim, a fisioterapia tem oficializado esse conjunto de normas, sendo 
sua ação discutida nessa unidade. 
Vimos que a deontologia tem forte relação com a atuação, a responsabilidade e a relação 
profissional. A primeira se refere ao próprio profissional, sendo seu comportamento no trabalho o 
ideal. Depois vimos que a responsabilidade profissional é um conjunto de cuidados e competência 
que são oferecidos aos seus pacientes e, por último, foi discutido que a relação profissional se 
enquadra na deontologia como a forma do trato entre colegas e profissionais de outras áreas 
atuando em prol dos mesmos pacientes.
Ainda nessa unidade foi apresentado um relato de evolução da profissão no Brasil, desde 
seus primeiros momentos de atuação, passando pelo período em que a fisioterapia ainda era 
dependente e limitada em sua atuação e, finalmente, os Decretos-lei que deram não só liberdade 
e condição necessária para o desempenho profissional, como também determinaram seus locais 
de atuação, suas áreas e proporcionaram uma formatação adequada das grades curriculares para 
a excelência da fisioterapia.
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02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................. 23
1. A ÉTICA PROFISSIONAL......................................................................................................................................... 24
1.1 ÉTICA E FISIOTERAPIA .........................................................................................................................................25
2. O CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL ................................................................................................................... 25
2.1 A RESOLUÇÃO 424 – COFFITO ............................................................................................................................. 26
2.2 RESPONSABILIDADES FUNDAMENTAIS ........................................................................................................... 27
2.3 RELACIONAMENTO DO PROFISSIONAL ........................................................................................................... 28
2.4 RESPONSABILIDADES NO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO .................................................................................. 29
2.5 REFERENCIAL DE HONORÁRIOS ....................................................................................................................... 30
3. BIOÉTICA ................................................................................................................................................................31
ÉTICA PROFISSIONAL E BIOÉTICA
PROF. JORGE LUIZ GRABOWSKI
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
DEONTOLOGIA E ÉTICA
PROFISSIONAL
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3.1 ASPECTOS DA BIOÉTICA ...................................................................................................................................... 32
3.1.1 BIOÉTICA GERAL ................................................................................................................................................. 33
3.1.2 BIOÉTICA ESPECIAL .......................................................................................................................................... 33
3.1.3 BIOÉTICA CLÍNICA ............................................................................................................................................. 33
3.2 NORMAS ÉTICAS PARA ELABORAÇÃO DE TRABALHOS CIENTÍFICOS .......................................................... 33
3.2.1 DECLARAÇÃO DE NURENBERG ........................................................................................................................ 34
3.2.2 DECLARAÇÃO DE GENEBRA ............................................................................................................................ 34
3.2.3 DECLARAÇÃO DE HELSINQUE ......................................................................................................................... 34
3.2.4 RESOLUÇÃO 196/96 DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE ......................................................................... 35
4. A DECLARAÇÃO UNIVERSAL SOBRE A BIOÉTICA E DIREITOS HUMANOS ..................................................... 36
5. A RESOLUÇÃO 466/2012 DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE ..................................................................... 37
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..........................................................................................................................................38
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INTRODUÇÃO
Nesta unidade serão abordados e discutidos os aspectos éticos do exercício da profissão 
do fisioterapeuta, seus deveres, mas também os seus direitos. Esses aspectos éticos estão descritos 
no Código de Ética Profissional da Fisioterapia e Terapia Ocupacional, publicado em 1978, pouco 
tempo após a Lei no 6.316 do Congresso Nacional, em 1975, ter originado a criação do Conselho 
Federal e dos Conselhos Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional.
Conforme já visto na Unidade I, houve a necessidade da junção das duas profissões pra 
se criar os Conselhos, uma vez que a iniciativa de um Conselho próprio da fisioterapia não era 
possível pelo pequeno número de profissionais atuantes na época. Consequentemente, o Código 
de Ética Profissional era comum. Porém, em 2013, houve o desmembramento das profissões 
no mesmo Código, entrando em vigência o Código de Ética Profissional e Deontologia da 
Fisioterapia, que será tema de nossa discussão.
Outro ponto dessa unidade é o conhecimento do fisioterapeuta dos aspectos que 
envolvem a bioética. Cada vez mais a fisioterapia tem seu campo de pesquisa aumentado. Novas 
tendências, novas técnicas, bem como a incorporação de antigas técnicas, como a acupuntura. 
Nossas condutas também devem ser adequadas aos cuidados com a saúde, o bem estar físico, 
social e emocional de nossos pacientes, assim como sigilo de dados.
Aos concluintes, em fase de início ou de desenvolvimento de seus Trabalhos de Conclusão 
de Curso (TCC), as explanações dos aspectos bioéticos terão muito proveito.
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1. A ÉTICA PROFISSIONAL
A palavra ética deriva do grego ethos, que se traduz por atos, costumes, caráter. À 
ética muitos autores também relacionam o termo moral, derivado do latim mos que significa 
costume. Num contexto geral, ética pode ser entendida também como “modo de ser”, “caráter” 
(BENAVIDES; ANTÓN, 1987).
Figura 1 - Ética. Fonte: adaptado de Maxi Educa (2017).
 Feijoo (2002) relaciona os dez mandamentos ordenados por Deus ao povo israelita, 
em sua totalidade impostos como um código de comportamento, a um verdadeiro código de 
ética. Afinal, esse povo passou a obedecer um preceito de normas, como o 6º Mandamento: “Não 
matarás”, 8º: “Não furtarás”, ou ainda o 9º: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo”, 
uma vez que agiam de forma desordenada. “O povo de Moisés, sem terra, sem casa, enfim, sem 
limites espaciais estabelecidos, começa a agir perdendo a noção dos princípios morais necessários 
a uma convivência em comum” (FEIJOO, 2002, p. 14).
A mesma autora ainda nos revela que Sócrates foi acusado, na Grécia, de sua época de 
atitudes antiéticas, por preconceito, posicionamento contrário à democracia e uma postura de 
omissão em relação a algumas atitudes de falta de justiça em situações políticas de Atenas. Essa 
acusação se deu pelo fato dos governantes alegarem que o filósofo transgrediu algumas das leis 
que reviam as atitudes éticas dos gregos antigos, que não se baseavam apenas na questão moral, 
como também em situações que atentavam contra aspectos religiosos, democráticos e jurídicos. 
Portanto, esses dois apontamentos da autora demonstram que princípios éticos, sob a visão e 
interpretação de cada povo, remontam dos tempos mais antigos.
Da mesma forma, os preceitos éticos se estendem às profissões da saúde, cujos valores 
remontam dos trabalhos de Hipócrates na Grécia antiga, quando, influenciados pelos seus 
preceitos filosóficos, atribuía ao profissional da saúde medidas relativas à sua postura e maneiras 
saudáveis na sua apresentação, com dedicação aos seus pacientes e atenção centrada em 
demonstrar aos mesmos compromisso, responsabilidade e objetividade, entre outros (SCHUH; 
ALBUQUERQUE, 2009).
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1.1 Ética e Fisioterapia
A prática da fisioterapia constantemente proporciona ao profissional uma convivência 
com as situações de sofrimentos e ansiedades, resultantes das limitações, disfunções e sequelas 
que seus pacientes apresentam. Desse modo, além do necessário domínio de habilidades e técnicas 
para promover a prevenção, cura e reabilitação do paciente, o fisioterapeuta deve também ter 
conhecimentos prévios sobre seu ideal comportamento no que se refere à pessoa a quem presta 
seus atendimentos, no sentido da moral, do respeito e da bioética. Porém, em virtude do acelerado 
processo de aquisição de conhecimentos técnico-científicos, as atenções ao humano passaram a 
ter menos espaço na formação desses profissionais, sendo maior o foco nas disfunções em si do 
que no humano (MACHADO et al., 2007).
2. O CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL
Visando maior ênfase a esses aspectos, o Conselho Federal de Fisioterapia e TerapiaOcupacional (COFFITO), por meio da Resolução no 424, de 8 de julho de 2013, que foi 
publicada no Diário Oficial da União no 147, seção 1, de 1 de agosto de 2013, revoga a Resolução 
10 do COFFITO, de 3 de julho de 1978. Esta estabeleceu o antigo Código de Ética Profissional de 
Fisioterapia e Terapia Ocupacional e publica uma normatização ética mais abrangente, voltada à 
prática exclusiva da fisioterapia, desmembrando, portanto, da profissão de terapia ocupacional, 
sendo agora denominado Código de Ética Profissional e Deontologia da Fisioterapia, vigente até 
o presente momento.
Dada a sua importância, o presente Código de Ética da fisioterapia tornou-se objeto 
de estudo e discussão nos meios acadêmicos e profissionais, sendo as suas orientações éticas 
amplamente discutidas para melhor interpretação e, por consequência, melhor aplicabilidade 
(FIGUEIREDO; GRATÃO; MARTINS, 2013).
Vários autores deram, então, maior importância a essas discussões, com o intuito de 
esclarecer seus artigos e parágrafos, fato que torna importante também a transcrição de alguns 
Capítulos do Código de Ética de nossa profissão, para suas devidas discussões.
Vimos que a ética tem uma relação com a moral e a integridade do profissional. 
Antes de discutirmos os decretos e leis do Código de Ética Profissional e 
Deontologia da Fisioterapia, o que você pensa sobre o que pode ser justo e honesto 
quando você prestar atendimento aos seus pacientes?
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2.1 A Resolução 424 – COFFITO
Código de Ética e Deontologia da Fisioterapia
Resolução nº 424, de 08 de Julho de 2013 – COFFITO (D.O.U. nº 147, Seção 1 de 01/08/2013)
Estabelece o Código de Ética e Deontologia da Fisioterapia.
Capítulo I – Disposições Preliminares
Artigo 1º O Código de Ética e Deontologia da Fisioterapia trata dos deveres do fisioterapeuta, 
no que tange ao controle ético do exercício de sua profissão, sem prejuízo de todos os direitos 
e prerrogativas assegurados pelo ordenamento jurídico.
§ 1º: Compete ao Conselho Federal de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional zelar pela 
observância dos princípios deste código, funcionar como Conselho Superior de Ética e 
Deontologia Profissional, além de firmar jurisprudência e atuar nos casos omissos.
§ 2º: Compete aos Conselhos Regionais de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional, em suas 
respectivas circunscrições, zelar pela observância dos princípios e diretrizes deste código e 
funcionar como órgão julgador em primeira instância.
§ 3º: A fim de garantir a execução deste Código de Ética e Deontologia da Fisioterapia, 
cabe aos inscritos e aos interessados comunicar e observar as normas relativas ao Código 
de Processo Ético, para que os Conselhos Regionais e Federal de Fisioterapia e de Terapia 
Ocupacional possam atuar com clareza e embasamento, fatos que caracterizem a não 
observância deste Código de Ética.
Artigo 2º– O profissional que infringir o presente código, se sujeitará às penas disciplinares 
previstas na legislação em vigor.
Quadro 1 - Código de Ética Profissional e Deontologia da Fisioterapia, Cap. 1. Fonte: o autor.
O Capítulo I apresenta o sistema COFFITO/CREFITO como órgãos supremos no sentido 
da preservação, fiscalização e julgo da nossa classe profissional. O Conselho Federal obtém 
constantes conquistas para a profissão, como a legalidade de uso de acupuntura e pilates como 
condutas.
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2.2 Responsabilidades Fundamentais
 
O Capítulo II – Das Responsabilidades Fundamentais –, no seu Artigo 10 refere-se a 
algumas proibições no exercício da fisioterapia, entre outras, as mencionadas nas Figuras 2 e 3.
Figura 2 - Cap. II, Art. 10, Par. II - Código de Ética Profissional. Fonte: CREFITO 7 (2019).
Figura 3 - Cap. II, Art. 10, Par. V - Código de Ética Profissional. Fonte: CREFITO 1 (2019).
Pereira (2014), em seu estudo comparativo entre o Código de Ética inicial e o atual, 
mostrou uma importante alteração na caracterização do Capítulo III, que passou a denominar Do 
relacionamento com o cliente/paciente/usuário. Difere do documento de 1978, quando o paciente 
era referido apenas como “cliente”, dando, assim, uma dimensão maior à sua pessoa e, portanto, aos 
seus cuidados. Nesse Capítulo verifica-se também normas quanto aos prontuários, documentos, 
pudor e respeito humano, entre outros, além da preocupação com os preceitos bioéticos.
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2.3 Relacionamento do Profissional
Capítulo III – Do Relacionamento com o Cliente/Paciente/Usuário
Artigo 11 – O fisioterapeuta deve zelar pela provisão e manutenção de adequada assistência ao 
seu
cliente/paciente/usuário, amparado em métodos e técnicas reconhecidos ou regulamentados 
pelo Conselho Federal de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional.
Artigo 12 – O fisioterapeuta deve se responsabilizar pela elaboração do diagnóstico 
fisioterapêutico, instituir e aplicar o plano de tratamento e conceder alta para o cliente/
paciente/usuário ou, quando julgar necessário, encaminhá-lo a outro profissional.
Artigo 13 – O fisioterapeuta deve zelar para que o prontuário do cliente/paciente/usuário 
permaneça fora do alcance de estranhos à equipe de saúde da instituição, salvo quando outra 
conduta seja expressamente recomendada pela direção da instituição e que tenha amparo 
legal.
Artigo 14 – Constituem-se deveres fundamentais dos fisioterapeutas relacionados à assistência 
ao cliente/paciente/usuário:
I – respeitar a vida humana desde a concepção até a morte, jamais cooperando em ato em que 
voluntariamente se atente contra ela ou que coloque em risco a integridade física, psíquica, 
moral, cultural e social do ser humano.
II – prestar assistência ao ser humano, respeitando a sua dignidade e os direitos humanos de 
modo a
que a prioridade no atendimento obedeça a razões de urgência, independente de qualquer 
consideração relativa à raça, etnia, nacionalidade, credo sóciopolítico, gênero, religião, cultura, 
condições sócioeconômicas, orientação sexual e qualquer outra forma de preconceito, sempre 
em defesa da vida.
III – respeitar o natural pudor e a intimidade do cliente/paciente/usuário.
IV – respeitar o princípio bioético de autonomia, beneficência e não maleficência do cliente/
paciente/usuário de decidir sobre a sua pessoa e seu bem estar.
V – informar ao cliente/paciente/usuário quanto à consulta fisioterapêutica, diagnóstico e 
prognóstico
fisioterapêuticos, objetivos do tratamento, condutas e procedimentos a serem adotados, 
esclarecendo-o ou o seu responsável legal.
VI – prestar assistência fisioterapêutica respeitando os princípios da bioética.
Quadro 2 - Cap. III, Art. 11 a 14 - Código de Ética Profissional e Deontologia da Fisioterapia. Fonte: o autor.
O mesmo Capítulo III torna ilegítimos perante o Conselho de Ética alguns procedimentos 
inerentes ao relacionamento com o cliente/paciente/usuário, como avaliações ou indicações de 
tratamentos em que seu paciente não esteja presente, e também toda e qualquer caracterização 
que venha a identificar uma pessoa sob seus cuidados. Veja na íntegra o Artigo 15 do Capítulo III 
no quadro 3 a seguir.
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Artigo 15 – É proibido ao fisioterapeuta:
I – abandonar o cliente/paciente/usuário em meio a tratamento, sem a garantia de 
continuidade de assistência, salvo por motivo relevante.
II – dar consulta ou prescrever tratamento fisioterapêutico de forma não presencial, salvo em 
casos regulamentados pelo Conselho Federal de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional.
III – divulgar e prometer terapia infalível, secreta ou descoberta cuja eficácia não seja 
comprovada.
IV – prescrever tratamento fisioterapêutico sem realização de consulta, exceto em caso deindubitável urgência.
V – inserir em anúncio ou divulgação profissional, bem como expor, em seu local de 
atendimento/trabalho, nome, iniciais de nomes, endereço, fotografia, inclusive aquelas que 
comparam
quadros anteriores e posteriores ao tratamento realizado, ou qualquer outra referência que 
possibilite a identificação de cliente/paciente/usuário, salvo para divulgação em comunicações 
e eventos de cunho acadêmico científico, com a autorização formal prévia do cliente/paciente/
usuário ou do responsável legal.
Quadro 3 - Cap. III, Art. 15 - Código de Ética Profissional e Deontologia da Fisioterapia. Fonte: o autor.
 
Em todas as circustâncias, o fisioterapeuta deve ter como primeiro cuidado o bem estar 
e a integridade do paciente. Em um amplo trabalho sobre ética com estudandes de fisioterapia, 
Alves et al. (2008) relataram que a metade dos entrevistados tinham conhecimento de conteúdos 
do Código de Ética Profissional.
2.4 Responsabilidades no Exercício da Profissão
 
Com o avanço das técnicas e recursos próprios, a fisioterapia, cada vez mais, oferece 
condições de melhores e mais eficientes condutas, sendo reconhecidas dentro das áreas de 
promoção à saúde. A preocupação do COFFITO diante desse desenvolvimento é para com o 
caráter comercial das técnicas, fazendo com que o fisioterapeuta prefira se intitular pela sua 
técnica e não pela sua profissão. Também é preocupante a presença do fisioterapeuta em corpos 
docentes de cursos técnicos, repassando seus conhecimentos como de eletroterapia, terapia 
manual e cinesioterapia. Isso está melhor explícito no Capítulo V: Das Responsabilidades no 
Exercício da Fisioterapia, o qual, citando Pereira (2014), se origina do Capítulo II:
Artigo 30 – É proibido ao fisioterapeuta:
IV – substituir a titulação de fisioterapeuta por expressões genéricas, tais como: terapeuta 
corporal, terapeuta de mão, terapeuta funcional, terapeuta morfoanalista, terapeuta holístico, 
repegista, quiropraxista, osteopata, pilatista, bobatiano, esteticista, entre outros.
X – utilizar equipamentos terapêuticos que não sejam reconhecidos pelo COFFITO de acordo 
com resolução específica.
XII – sob qualquer forma, a transmissão de conhecimento, ensinar procedimentos próprios 
da Fisioterapia visando à formação profissional de outrém, que não seja acadêmico ou 
profissional de Fisioterapia.
Quadro 4 - Cap. V, Art. 30 - Código de Ética Profissional e Deontologia da Fisioterapia. Fonte: o autor.
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Figura 4 - Cap. V, Art. 30 - Código de Ética Profissional e Deontologia da Fisioterapia. Fonte: Osteopatia Brasil 
(2019). 
2.5 Referencial de Honorários
Outro item adicionado ao antigo Código de Ética e que passou a ser vigente no atual é 
a respeito de honorários, tornado público pelo Capítulo VIII – Dos Honorários, mencionando 
o Referencial Nacional de Procedimentos Fisioterapêuticos (RNPF), que será objeto de estudo 
na Unidade III desta apostila. A importância do Referencial se dá por conta da valorização 
do trabalho do fisioterapeuta, evitando casos de honorários particulares, muito reduzidos por 
concorrência desleal. Vejamos na íntegra (Quadro 5).
 
Artigo 36 – O fisioterapeuta tem direito à justa remuneração por seus serviços profissionais.
Artigo 37 – O fisioterapeuta, na fixação de seus honorários, deve considerar como parâmetro 
básico o Referencial Nacional de Procedimentos Fisioterapêuticos.
Artigo 38 – O fisioterapeuta pode deixar de cobrar honorários por assistência prestada a:
I – ascendente, descendente, colateral, afim ou pessoa que viva sob sua dependência 
econômica.
II – colega ou pessoa que viva sob a dependência econômica deste, ressalvado o recebimento 
do valor do material porventura despendido na prestação da assistência.
III – pessoa reconhecidamente hipossuficiente de recursos econômicos.
Artigo 39 – É proibido ao fisioterapeuta prestar assistência profissional gratuita ou a preço 
ínfimo, ressalvado o disposto no Artigo 38, entendendo-se por preço ínfimo, valor inferior ao 
Referencial Nacional de Procedimentos Fisioterapêuticos.
Quadro 5 - Cap. VIII - Dos Honorários, Art. 36 a 39 - Código de Ética Profissional e Deontologia da Fisioterapia. 
Fonte: o autor.
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Que tal saber mais sobre o Código de Ética Profissional e Deontologia da 
Fisioterapia? Acesse <www.coffito.gov.br/nsite/?page_id=2346> e leia na íntegra. 
É importante, inclusive, para os estagiários!
Diante dos nossos preceitos éticos, como o fisioterapeuta deve se posicionar em 
relação à propaganda de seus serviços? É muito importante saber. Para isso, é só 
acessar o artigo de Schnaider, Pereira Júnior e Lima, Publicidade e Ética na Fisiote-
rapia. Disponível em: <http://bases.bireme.br/cgibin/wxislind.exe/iah/online/?I-
sisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&expr-
Search=546616&indexSearch=ID>. 
Boa Leitura!
Veja uma apresentação didática e muito bem organizada do Código de Ética 
Profissional e Deontologia da Fisioterapia em: <https://youtu.be/wNuWGNHqA20>.
3. BIOÉTICA 
Figura 5 - Declaração Universal sobe Bioética e Direitos Humanos. Fonte: Diniz Bioética (2019).
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Bioética tem uma relação interessante com a fisioterapia: ambas são de ciências recentes 
e ao mesmo tempo consagradas em todos os âmbitos da saúde. Atuando tanto em aspectos 
pluridisciplinares como promovendo uma ligação entre as disciplinas ou áreas de atenção, 
evoluindo sobre uma plataforma de saberes que datam da filosofia antiga.
Contudo, só se interagiram na atualidade quando as condutas da fisioterapia deixaram 
de ter um cunho não científico, passando a se desenvolver pelo aspecto técnico-científico. Pelo 
que nos ensinam Badaró e Guilhem (2008), nos esclarecendo que no seu livro Uma Ponte para o 
Futuro, publicado em 1971, Potter introduziu o termo bioética, pensando em uma ética específica 
para a sobrevivência do ser humano, cujo enfoque na ecologia fez com que esse autor designasse 
bioética como uma fusão entre ética e biologia, sendo assim, a “ciência da sobrevivência”, em 
suas palavras. Já Hellegers, no mesmo ano, emprestava um foco mais humano ao termo, tendo 
caracterizado a bioética como “ética das ciências da vida”.
A partir desses estudos, o critério de pesquisa envolvendo os seres humanos, e até mesmo 
os animais como cobaias, foram adquirindo uma metodologia mais conservadora, no sentido de 
diminuir riscos e danos às amostras estudadas, chegando às atuais formatações éticas, que muitos 
dos concluintes obedecem quando das realizações dos seus Trabalhos de Conclusão de Curso.
Mas o estudo da bioética nos lembra do árduo e sacrificado caminho que a humanidade 
se submeteu para chegar até essa realidade da normatização de suas pesquisas e experimentos.
Aponta Sgreccia (2002) que nos Estados Unidos, em 1969, foi idealizado o Hastings 
Center, com o objetivo de normatizar as ações de pesquisa com seres humanos, por ter a sociedade 
científica conhecimento de alguns experimentos antecedentes classificados como abusivos. Como 
terem injetado em pacientes idosos de um hospital do Brooklin células tumorais vivas, a título de 
um experimento que ocorreu em 1963. Já em um hospital de Nova Iorque, pesquisas em torno 
da hepatite viral, no ano de 1965, levaram à exposição desses vírus em crianças internadas, todas 
portadoras de deficiências físicas, pesquisas essas que duraram 6 anos. 
3.1 Aspectos da Bioética
Os atuais estudos da bioética demonstram três aspectos distintos, conforme Sgreccia 
(2002), resumidos na Figura 6.
Figura 6 - Aspectos da bioética. Fonte: o autor.
Clínica
Geral
BIOÉTICA
Especial
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3.1.1 Bioética geral
Com fundamentação amplamente moral e filosófica, trata dos princípios éticos, 
centralizada nos valores e as bases que constituem a própria ética na saúde, como a deontologia.
 
3.1.2 Bioética especial
Com uma necessária ligação à bioética geral, a bioética especial está voltada às grandes 
discussões que envolvem as atuais pesquisas, na área biológica ou clínica, como engenharia 
genética (inclui alimentos modificados ou transgênicos), aborto, procedimentos clínicos 
experimentais, envolvendo seres humanos e animais.
3.1.3 Bioética clínica
Decide quais as orientações necessárias para que, na parte clínica, se ofereçam os princípios 
éticos quando se estabelece objetivos e condutas, e permaneçam fieis a esses princípios. Também 
necessita de uma conexão com a bioética geral, mesmo que os casos específicos tenham variações 
específicas.
Soldati (2002), discorrendo sobe as limitações técnicas encontradas nas pesquisas em que 
o ser humano é objeto, aponta que uma limitação importante seja a de caráter moral, que faça o 
pesquisador refletir se o teor de sua pesquisa ,do ponto de vista ético, é realmente importante, e 
se é mesmo necessária. Para tanto, a autora nos mostra que pelo menos quatro questionamentos 
devem ser adequados para que de desenvolva dentro das linhas éticas. São eles:
1. O que seria pesquisado?
2. Com que finalidade seria a pesquisa?
3. Com quem seria realizada?
4. Como deveria ser realizada? (SOLDATI, 2002, p. 34).
Para completar esses questionamentos, algumas linhas de discernimentos devem 
ser elaboradas, no objetivo de ir de encontro às informações prévias, elaborar conceituações, 
raciocinar sobre os resultados e os generalizar.
 
3.2 Normas Éticas para Elaboração de Trabalhos Científicos
Conforme já citado, Potter (1971) se preocupou com as consequências das pesquisas 
realizadas sem respaldos bioéticos, tendo precedentes como as pesquisas realizadas em seu 
país. Outras atrocidades ocorrem durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), envolvendo 
pesquisas nos campos de concentrações alemães, o que levou a uma normatização ética para as 
pesquisas com seres humanos, já no ano seguinte ao seu término, que determinavam que estas se 
realizassem sem qualquer perjúrio aos pesquisados, tendo sua saúde e bem estar mantidos.
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Santos (2002) nos apresenta alguns instrumentos de normatizações, primeiro resumidos 
no Quadro 6 e depois apresentados especificamente.
 
ANO INSTRUMENTO PAÍS
1946 Declaração de Nurenberg Internacional
1948 Declaração de Genebra Internacional
1964, 1975 Declaração de Helsinque Internacional
1996 Resolução 196/96 – Conselho Nacional de Saúde Brasil
Quadro 6 - Instrumentos de normas éticas. Fonte: o autor.
3.2.1 Declaração de Nurenberg
Publicada um ano após o fim da Segunda Guerra Mundial e em função das atrocidades 
ocorridas nas pesquisas em campos de concentração de prisioneiros, a Declaração de Nuremberg 
protegia diretamente a amostra da pesquisa. Pontuando que é imprescindível o consentimento do 
paciente de forma voluntária; este não deve sofrer nenhuma forma de injuria; a experiência não 
pode ser mais relevada que nível de risco oferecido; é dada ao paciente a liberdade de suspender 
a pesquisa quando este achar necessário.
3.2.2 Declaração de Genebra
Esse instrumento de abrangência internacional elaborado na Suíça, em 1948, apresenta 
normas bioéticas diretamente voltadas ao pesquisador, assim, outorgando a ele elementos morais 
que, obedecidos, tornam o paciente pesquisado isento de quaisquer danos.
Conscientiza o pesquisador a exercer seu trabalho com dignidade; a se ater primeiramente 
na saúde de seu paciente; e não concorrer para que preceitos morais inerentes à raça, religião e 
posição social, entre outros, interfiram na sua pesquisa.
3.2.3 Declaração de Helsinque
Elaborada na Finlândia, em 1964, e reestruturada em 1975, essa Declaração foi mais 
abrangente em relação à proteção do paciente pesquisado, com itens mais específicos sobre e 
como promover essa proteção.
Estabelece que toda a estrutura da pesquisa seja previamente avaliada por uma comissão 
julgadora, que fará as considerações necessárias à sua execução; um confronto entre seus riscos 
e benefícios; e, de forma clara, os preceitos éticos devem ser expostos. Assim, a comissão tem 
elementos para consentir a referida pesquisa.
Quanto ao paciente, os princípios da Declaração determinam que o paciente receba as 
devidas orientações sobre todo o fundamento científico que o envolve, no sentido de riscos, 
benefícios, privacidade, os métodos empregados e o objetivo final, sendo claro que ele pode desistir 
de sua participação quando julgar oportuno. Assim, pode assinar um termo de consentimento 
livre, fundamental para a pesquisa.
Ao pesquisador cabe cessar o experimento em caso de riscos; cuidar para expor os seus 
resultados de forma exata; e aceitar a recusa do paciente, caso ocorra durante a pesquisa, como 
seu direito. 
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Em seus estudos, Alves et al. (2008) discorrem sobre caso clínico em relação ao livre arbítrio 
do paciente em desistir de tratamento ou pesquisa, conforme o Código de Ética Profissional.
3.2.4 Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde 
Torna necessária a criação do Comitê de Ética e Pesquisa nas instituições de maior porte, 
para a aprovação dos projetos de intervenções ou pesquisas.
Institui a elaboração do termo de consentimento livre e esclarecido para toda pesquisa 
envolvendo seres humanos e proteção aos grupos tidos como vulneráveis ou incapazes, bem 
como a importância do aspecto social da pesquisa no sentido de promover o benefício. Classifica, 
ainda, como pesquisa qualquer procedimento que não seja consagrado pela literatura. 
Algumas regras fundamentais para a aprovação pelo Comitê de Ética: fundamentação 
científica prévia sobe o tema da pesquisa; benefícios maiores que os riscos; execução somente se 
os resultados não forem alcançados por outras formas; garantia da privacidade do paciente, bem 
como sua imagem; pesquisas em comunidades devem apresentar garantia da continuidade de 
suas intervenções quando encerrada, preservando seu sentido social.
Figura 7 - Resoluções CNS. Fonte: o autor.
Essa resolução regeu os trabalhos de conclusão de curso em todo o Brasil até 
a sua revogação no ano de 2012, quando o Conselho Nacional de Saúde cria a 
Resolução CNS 466/2012.
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4. A DECLARAÇÃO UNIVERSAL SOBRE A BIOÉTICA E 
DIREITOS HUMANOS
Em 2005, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) 
publicou a Declaração Universal sobe Bioética e Direitos Humanos (DUBDH), sendo oficializada 
pela Conferencia Geral da Unesco em sua 33a sessão, em Paris. Essa declaração muito contribuiu 
para a evolução da bioética em suas normativas, levando a uma aceitação unânime a nível 
mundial, em função de sua alternância de objetividade dos já consagrados preceitos aos temas 
científicos e tecnológicos, como as ênfases éticas às ciências da vida ou como os aspectos de 
aplicabilidade tecnológica à vida humana. A DUBDH passa a priorizar aspectos sócio-políticos, 
com maior dedicação aos anseios bioéticos nas legislações dos Estados no tocante a politicas de 
humanização dos governos, tendo, para isso, o apoio técnico de normas e leis de vários países, no 
que se refere ao direito e liberdade humana (RIPPEL; MEDEIROS; MALUF, 2016).
Leia esse estudo bem atualizado sobre a relevância dos preceitos éticos discuti-
dos em vários artigos, em forma de revisão de literatura. Muito interessante aos 
concluintes!
A interface entre bioética e fisioterapia nos artigos brasileiros indexados, dispo-nível em: 
< h t t p : // w w w . s c i e l o . b r / s c i e l o . p h p ? s c r i p t = s c i _ a r t t e x t & p i -
d=S010351502013000400006>.
Ética em saúde: algumas reflexões sobre nossos desafios para o século XXI.
Esse tema é discutido de forma muito didática e muito atualizada, e passa ricas 
informações do ponto de vista ético a quem se prepara para o mercado de trabalho.
Leia em:
CHIATTONE, H. B. C.; SEBASTIANI, R. W. Ética em saúde: algumas reflexões sobre 
nossos desafios para o século XXI. In: ANGERAMI-CAMON, A. V. (Org). A ética na 
saúde. 2. ed. São Paulo: Pioneira Thomsom Learning, 2002. p.173-183.
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5. A RESOLUÇÃO 466/2012 DO CONSELHO NACIONAL 
DE SAÚDE 
Rippel, Medeiros e Maluf (2016) afirmam que, no Brasil, também houve um 
desenvolvimento das normas que tratam da bioética. Primeiro regida pela resolução 1/1988 do 
Conselho Nacional de Saúde, a bioética teve maior normatização com a Resolução CNS 196/96, 
que persistiu até o ano de 2012, quando o mesmo CNS a revogou, juntamente com a elaboração da 
Resolução CNS 466/2012, com itens mais dedicados e atualizados. Ainda assim, essa Resolução 
segue um caráter mais voltado à bioética de condutas clinicas, em alusão às praticas biológicas, 
diferente do objetivo da DUBDH, mais centrado no meio em que vive o homem.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Unidade II teve o objetivo de sintetizar o que a literatura traz sobre esses temas cada vez 
mais discutidos, cada vez mais normatizados e cada vez mais consagrados. 
É eminente que as conquistas no campo da biologia e biosfera são amplas e, com a ajuda 
da tecnologia, as pesquisas são constantes e vêm sendo aprimoradas sob os cuidados da ética e da 
bioética. Desse modo, resta esperar que os preceitos éticos sejam sempre observados e obedecidos.
Espera-se muito também dessa nova geração de profissionais da saúde, que são vocês, 
os concluintes da nossa Instituição de Ensino, no que se refere aos amplos ensinamentos sobre o 
comportamento profissional, com a intenção de não só seguir de modo ético essas normatizações, 
como também contribuir para o seu desenvolvimento.
Tivemos a oportunidade, também, de tomar conhecimento dos primeiros códigos do 
comportamento ético, vindos dos tempos de Hipócrates, da antiga Grécia, bem como o que conta 
a Bíblia Sagrada na divulgação dos Dez Mandamentos de Deus.
Outro ponto que chama a atenção, em relação à falta de princípios da bioética, são os 
experimentos relatados em instituições hospitalares nos Estados Unidos e nos campos de 
prisioneiros de guerra.
Na próxima unidade vamos discutir outro tema que gera polêmica e alguma ansiedade de 
inicio de carreira profissional: honorários da fisioterapia.
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03
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................. 40
1. CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL E HONORÁRIOS............................................................................................41
2. HONORÁRIOS E SALÁRIOS ................................................................................................................................... 42
3. REFERENCIAL NACIONAL DE PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS ........................................................ 42
3.1 CONSULTAS FISIOTERAPÊUTICAS ..................................................................................................................... 43
3.2 EXAMES FUNCIONAIS ........................................................................................................................................ 44 
3.3 ATENDIMENTO FISIOTERAPÊUTICO NEUROLÓGICO E MUSCULOESQUELÉTICO ...................................... 45
3.4 ATENDIMENTO NAS DISFUNÇÕES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ................................................................. 46
3.4 ATENDIMENTO FISIOTERAPÊUTICO NA HEMODIÁLISE ................................................................................. 48
3.6 ATENDIMENTO FISIOTERAPÊUTICO POR MEIO DE PROCEDIMENTOS MANUAIS E/OU ESPECÍFICOS . 49
4. A TABELA TUSS DOS CONVÊNIOS PRIVADOS DE SAÚDE ................................................................................ 50
CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................................................... 53
HONORÁRIOS DA FISIOTERAPIA
PROF. JORGE LUIZ GRABOWSKI
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
DEONTOLOGIA E ÉTICA
PROFISSIONAL
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INTRODUÇÃO
Considerado importante fruto de discussão entre os concluintes, o tema da Unidade III 
aborda honorários praticados na atuação do fisioterapeuta, sem pretender de nenhuma maneira 
causar polêmicas sobre uma visão comercial do trabalho. Antes disso, essa abordagem pretende 
trazer um perfil da dinâmica da elaboração de um honorário de atendimento da fisioterapia no 
âmbito particular, tanto clínico quanto hospitalar ou domiciliar, que seja justo e sensato.
Afinal, apresentar honorários ao seu paciente significa apresentar o valor de seu trabalho, 
e essa visão depende de muitas variáveis, como o perfil sócio econômico do paciente ou da região 
em que vive, do tempo do atendimento, da experiência do profissional e da disfunção que o 
ciente apresenta.
Outra forma de percepção de honorário aqui abordada será a proveniente de atendimento 
de convênios: quais as suas vantagens e desvantagens? Será discutida uma tabela de valores 
ofertada por um convênio de saúde.
O fisioterapeuta pode, também, receber seus vencimentos por meio de emprego em 
clínicas, hospitais ou como docente, usando como exemplo a nossa Instituição de Ensino.
Ainda abordaremos a tabela que rege os valores mínimos do trabalho do fisioterapeuta, 
segundo o Referencial Nacional de Procedimentos de Fisioterapia, que, necessariamente, será 
também discutido.
Independente da forma, vale lembrar, aqui, o que se estudou nesta apostila: sempre 
manter sua moral e ética, respeitando os principio deontológicos, éticos e bioéticos.
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1. CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL E HONORÁRIOS
Iniciamos essa discussão lembrando do proposto pelo Capítulo VIII do Código de Ética 
Profissional e Deontologia da Fisioterapia, que trata justamente dos honorários, não no sentido 
do valor financeiro, mas no da valorização profissional, tendo espaço para discussão, aqui, apenas 
os Artigos 36, 37 e 39.
Artigo 36 – O fisioterapeuta tem direito à justa remuneração por seus serviços 
profissionais.
Artigo 37 – O fisioterapeuta, na fixação de seus honorários, deve considerar como 
parâmetro básico o Referencial Nacional de Procedimentos Fisioterapêuticos.
Artigo 39 – É proibido ao fisioterapeuta prestar assistência profissional gratuita ou a 
preço ínfimo, ressalvado o disposto no artigo 38, entendendo-se por preço ínfimo, valor inferior 
ao Referencial Nacional de Procedimentos Fisioterapêuticos.
Quadro 1 - Cap. VIII, Art. 36 a 39 - Código de Ética Profissional e Deontologia da Fisioterapia. Fonte: o autor. 
O sentido dado pelo Artigo 36 “o fisioterapeuta tem direito a justa renumeração por seus 
serviços profissionais”, ao termo “justa” remuneração se trata de agregar aos seus honorários os 
valores inerentes ao seu preparo técnico, aos investimentos dispensados aos cursos, congressos, 
equipamentos e materiais, e também em relação ao seu atendimento: tempo reservado, frequência, 
individualidade entre outros.
Leva-se em consideração também a concorrência desleal praticada em todas as profissões, 
e no caso de nossos colegas, aqueles

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