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Quanto Tempo o Tempo Tem

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Filme: Quanto Tempo o Tempo Tem
1) A certeza de que vivemos um tempo finito nos traz uma sensação de urgência, que é agravada pela revolução tecnológica. Como esse panorama tem impactado na saúde?
Atualmente, os seres humanos vivem com a questão da agilidade para desempenhar diversas tarefas. Expondo um exemplo comum, um indivíduo que acorda 5 horas da manhã, passa 2 horas em um transporte, chega no local de trabalho ás 8 horas e apenas saí as 17 horas; após ao trabalho, esse indivíduo precisa chegar 18 horas na faculdade e as aulas terminam as 22:30 e, assim, chegando em casa somente ás 23:45. Depois de todo esse esforço, ainda faz-se necessário arrumar a casa, preparar o almoço e estudar e, por consequências, apenas indo dormir as 2 horas da manhã. 
Diante do exposto, essa questão do pouco tempo afeta a saúde do indivíduo. Embora um indivíduo possa apresentar uma saúde física regular, ainda sim esse não pode ser necessariamente considerado saudável, uma vez que o conceito de saúde é baseado em três pontos: na física, psicológica e social. No exemplo acima, esse indivíduo tem grande potencial para desenvolver problemas psicológicos, uma vez que apresenta uma alta demanda de tarefas no trabalho, em casa e faculdade. Além disso, visto que tal indivíduo apresenta uma alta demanda de tarefas, o consumo de alimentos pouco saudáveis e de drogas passam a ser considerados.
Um estudo brasileiro avaliou o estresse no trabalho e sua associação ao consumo de ultraprocessados por servidores universitários (FARIAS et al., 2021). O estresse esteve presente em 48,4% dos servidores, e o consumo foi marcado pela elevada contribuição calórica dos ultraprocessados (30,1%), além de associação entre maior estresse no trabalho e consumo de ultraprocessados. Dessa forma, podemos fazer o paralelo entre a alta demanda e o estresse, que irá afetar o indivíduo e, por consequência, pode afetar a sua saúde, uma vez que fatores como a falta de tempo e buscar por prazer momentâneos vão influenciar na dieta.
O uso de drogas também é um outro ponto considerável. Foi realizado um estudo conduzido por PASQUINI et al. (2013) realizado por avaliar o uso de Metilfenidato para “turbinar” o cérebro em alunos universitários. Dentre o total de universitários, 44,1% informaram que já fizeram o uso do medicamento para melhorar o rendimento nos estudos, sendo que nenhum deles possuía o diagnóstico de TDAH ou narcolepsia. Isto significa que praticamente a metade dos estudantes afirmaram ter consumido indiscriminadamente o uso do fármaco. Dessa maneira, os estudantes que por terem alta demanda e fizerem o uso de Metilfenidato podem prejudicar a saúde.
Outrossim, existe um fator no qual afeta a vida de vários indivíduos: a tecnologia. A sensação de pressa foi extremamente potencializada principalmente com as redes sociais. Um paralelo que podemos fazer é entre as redes sociais e a busca pelo “corpo perfeito”. Diversos internautas acompanham digital influencers que expõem suas rotinas de treinos, alimentação e seus resultados. Contudo, parte dos internautas passam a sentir vergonha e auto estima baixa em razão de não possuir o mesmo corpo. Dessa forma, esses indivíduos passam a tomar medidas de grande para melhorar o corpo imediatamente.
Segundo o estudo de LIRA et al (2017), 80% das adolescentes estavam insatisfeitas com os seus corpos, mesmas aquelas consideradas eutróficas, o sentimento se dava pelas influências que as redes sociais causavam em suas concepções de corpo ideal. Diante disso, há um grande risco associado, uma vez que os adolescentes tendem a ser mais impulsivos em decorrência do lobo frontal não estar desenvolvido. Consequentemente, podem tomar atitudes que podem acarretar em fisiopatologias.
FARIAS, B. O. et al. Estresse no trabalho e associação ao consumo de ultraprocessados por servidores universitários. Revista Psicologia Organizações e Trabalho, v. 21, n. 3, p. 1615-1620, 2021.
PASQUINI, N. C. Uso de metilfenidato (MFD) por estudantes universitários com intuito de “turbinar” o cérebro. Revista Brasileira de Biologia e Farmácia, v. 9, n. 2, p. 107, 2013.
FREITAS, N. C. D. .; DA SILVA, M. M. R.; BASSOLI, B. K.; DA SILVA, F. C. O uso de esteroides androgênicos anabolizantes por praticantes de musculação. South American Journal of Basic Education, Technical and Technological , [S. l.], v. 6, n. 2, p. 335–345, 2021. Disponível em: <https://periodicos.ufac.br/index.php/SAJEBTT/article/view/2985>. Acesso em: 25 ago. 2022.
2) “A gente quer transcender a limitação biológica que nós temos de sermos seres limitados”. O que é válido para prolongar a vida de um paciente? Qual é esse limite? 
O avanço da tecnologia, no século XX, proporcionou grandes benefícios à sociedade, como no controle ou na eliminação de doenças, no avanço de tratamentos para alcançara cura. No entanto, tal avanço ocasiona uma diminuição no número de mortes naturais, pois as tecnologias permitem que a vida do paciente seja mantida por meio artificial, de modo indistinto, tornando-se possível controlar suas funções fisiológicas, prolongando a vida mesmo sem ter uma perspectiva de cura. 
Este processo de adiar a morte ao máximo, com o emprego de todos os meios disponíveis, sejam eles ordinários ou extraordinários, é denominado de distanásia. São os tratamentos que ocasionam a dor e o sofrimento tanto do paciente como de sua família, um tratamento em que a morte é inevitável e invencível. Assim, surgem alguns questionamentos. Até quando é ético evitar a morte a qualquer custo, trazendo mais sofrimento para quem não tem uma perspectiva de vida, quebrando o ciclo natural da morte? Pretende-se demonstrar como ocorre o desrespeito aos direitos fundamentais na prática da distanásia. Desrespeito aos princípios da dignidade da pessoa humana, da liberdade, da autonomia da vontade. É preciso resguarda o direito a morte digna, sem dor, sem sofrimento, que siga o ciclo natural da vida. A utilização do tratamento fútil, da obstinação terapêutica não traz benefício para o paciente, apenas prolonga a dor e sofrimento seu e de sua família. Assim, podemos afirmar que é válido prolongar a vida de um paciente se esse indivíduo possuir uma garantia de uma qualidade de vida.
CARDIN, V. S. G.; NERY, L. M. G. Até quando prolongar a vida?. Revista Brasileira de Sociologia do Direito, v. 8, n. 1, p. p. 18-31, 3 jan. 2021.
 3) Será que o conceito de transumano é uma realidade muito distante? Como você percebe o avanço da ciência na saúde? Qual o impacto na sociedade? 
O conceito de transumano não é uma realidade distante. Podemos observar que cada dia mais os humanos estão próximos dessa realidade ao notar as novas tecnologias que estão sendo produzidas como órgãos artificiais ou membros mecânicos. 
Os impactos na saúde podem ser benéficos. Um exemplo pode ser o CRISPR/Cas9. A tecnologia CRISPR/Cas9 é um sofisticado método de edição genética baseado em um sistema de imunidade bacteriano contra infecções virais, que vem sendo estudado e aprimorado desde 2011 (NASCIMENTO, 2021). Atualmente, cientistas do mundo inteiro utilizam a técnica para edição de genes para as mais diversas aplicações. Na área de saúde humana, a CRISPR apresenta um grande potencial para revolucionar a maneira como lidamos com doenças genéticas desafiadoras para a medicina. Diante disso, tal tecnologia tem potencial inenarrável para promover uma melhor qualidade de vida para os indivíduos a partir da edição genética. 
Em relação aos impactos na sociedade podemos fazer um paralelo com série da Netflix® Altered Carbon. Em resumo, a série conta a história de Takeshi Kovacs. quando acorda depois de 250 anos no gelo. O mundo está anos à frente da nossa sociedade atual, com tecnologias que vão além da imaginação, e uma delas tendo um grande destaque: as pessoas são imortais. Ou quase isso. A reencapação, tecnologia em que as pessoas são postas em novos corpos quando o seu anterior morre, pode ser uma mulher, homem, criança ou idoso.Esse processo funciona por meio da transferência de um cartuxo localizado na nuca, que, ao ser destruído, causa a morte total da alma dentro dele. Diante do exposto, embora seja uma ficção, é uma tecnologia na qual podemos refletir nos impactos na saúde, pois basicamente os indivíduos sempre poderiam ter a oportunidade de viver novamente e, assim, ter uma vida mais tranquila em relação a patologias, na teoria. Por exemplo, os indivíduos poderiam pensar que não precisariam praticar exercícios físicos para evitar doenças que podem surgir ao decorrer da vida e, consequentemente, levar a morte.
NASCIMENTO, L.X. CRISPR/Cas9: Como funciona e como pode revolucionar a medicina moderna?. Revista Blog do Profissão Biotec, v.8, 2021. Disponível em: <https://profissaobiotec.com.br/crispr-funcionamento-pode-revolucionar-medicina/ > Acessado em: 27 de agosto de 2022
4) Existem limites éticos para os avanços científicos e tecnológicos?
Mais uma vez, um paralelo que pode ser feito é com a série Netflix® Altered Carbon. O problema é que, mesmo nessa sociedade futurística, quem tem mais poder são os ricos, que podem guardar uma grande quantidade de capas e até mesmo programar um reencapamento caso o dispositivo deles sejam destruídos, outra nova tecnologia para os “deuses” da sociedade. Aqueles que tem um imenso poder aquisitivo e conseguem bancar um reencapamento extremamente avançado. Ou seja, embora os humanos avancem na questão da tecnologia, faz-se necessário também avançar na questão do combate da desigualdade social.
Outrossim, outro exemplo que podemos utilizar é novamente o CRISPR/Cas9. Um ponto crucial no debate ético refere-se à autonomia dos indivíduos, mesmo diante do êxito da técnica, tal tecnologia traz grandes impactos por gerar um ser geneticamente modificado sem o seu consentimento. Neste ponto, seria necessário considerar que os pais são as pessoas mais apropriadas para decidirem sobre a vida dos filhos, no entanto é assunto polêmico, pois se refere à composição genética de alguém, um ser individual que irá expressar suas características genotípicas e conviver com elas para sempre.
Ainda dentro do campo da genética, podemos citar a surdez. Há ainda a possibilidade da intervenção pela escolha de genes que expressem condições patológicas, como enuncia SANDEL (2013, p. 86), o autor relata o caso de um casal de mulheres surdas, que através da reprodução assistida viabilizaram a concepção de uma criança também surda, tal interesse consistiu na defesa de que a surdez não seria uma condição impeditiva de uma vida como qualquer outra. De fato, a criança nasceu com surdez.
Resta um grande dilema em relação aos limites da edição genética para tratamento de condições tidas como anormais pelo senso comum, conforme HAYDEM (2016), muitos surdos não consideram sua condição como uma doença ou deficiência, chegando a negar intervenções como implante cocloear e também evitar que seus filhos também surdos sejam submetidos a tratamentos.
HAYDEN, C. E. Should you edit your children’s genes?. Nature News, v. 530, n. 7591, p. 402, 2016.
SANDEL, M. Contra a perfeição: ética na era da engenharia genética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.

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