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RECURSOS • CONCEITOS FUNDAMENTAIS: ‣ JURISDIÇÃO: ☻ é uma função, que é exercida por um poder (judiciário) de forma típica e tem como finalidade a solução de conflitos. ☻o poder Estatal por meio da jurisdição soluciona os conflitos, por meio da provocação da parte interessada (P.I) ☻tem-se a provocação através da P.I ☻ o Estado utilizando-se da provocação e da formação do processo, ele vai se valer do processo para exercer a jurisdição ☻ processo = instrumento (para o exercício do direito de ação) ☻ jurisdição é uma hetero composição ☻autocomposição: as próprias partes resolvem os conflitos (OBS: a autocomposição é importante para os recursos, pois as partes podem a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição transigir/conciliar) ☻heterocomposição: um terceiro resolve o conflito ‣ COMPETENCIA: ☻ limite dentro do qual cada órgão pode exercer a jurisdição ☻ OBS: dentro dos recursos é importante a competência funcional ☻competência funcional: tem-se uma divisão de tarefas (funções) dentro do mesmo processo ‣ AÇÃO: ☻direito de ação: compreende todos os direitos e todas as garantias inerentes ao direito de acesso à justiça ☻ recurso é um desdobramento do direito de ação, pois ao recorrer está exercendo o direito ao contraditório ‣ PROCESSO: ☻relação jurídica triangular entre o autor, estado e réu ☻por meio dele o Estado ordena os atos • RITOS PROCESSUAIS (procedimentos) ☻proc. Comum = padrão estabelecido no código de processo civil ☻proc. Especiais: previstos no CPC ☻possibilidade de as partes negociarem mudanças nos procedimentos ☻a depender do rito e da lei de regência, ter-se a um sistema recursal próprio • FASES DO PROCESSO ☻postulatória: manifestações iniciais ☻saneamento: fase que o juiz vai definir sobre o que vai recair a atividade probatória ☻instrutória: produção de provas ☻decisória: 1 PRONUNCIAMENTOS JUDICIAIS ☻ é necessário saber identificar o pronunciamento, pois se não souber atrapalha o andamento do processo, uma vez que, não vai ser possível identificar o recurso cabível para aquele processo ☻tem caráter decisório = sentença ou decisão interlocutória ☻não tem caráter decisório - despacho ■ Sentenças (art. 203, §1°, CPC/15) ▪ CPC/73: art. 162, §° - (“ato pelo qual o juiz põe termo ao processo”; reforma de 2005: 267 ou 269) ▪ Art. 316, CPC/ 15 (conteúdo + finalidade) ☻põe fim a fase cognitiva ☻extingue a execução ■ Decisões Interlocutórias (art. 162, §2°; art. 203, §2°, CPC/15) ▪ Exclusão de litisconsorte; parcial de mérito; indeferimento parcial na inicial; decadência de um dos pedidos ☻ tudo o que não for sentença ■ Despachos (art. 203, §3°, CPC/15) ☻pronunciamento judicial sem caráter decisório = o juiz não decide nada ☻ serve apenas para impulsionar o processo ☻EM REGRA, não cabe recurso em despacho (se o juiz não decide nada não se tem o que impugnar), entretanto, se causar prejuízo a parte é possível de ser recorrível ■ Acórdãos (art. 204, CPC/15) ☻decisões colegiadas no tribunal ☻ em regra, quando o processo seja no tribunal deve ser julgado por um colegiado, isto é, vários julgadores para uma causa só ☻ cada julgador dar seu voto ☻acordão é o entendimento/conclusão sobre aquele processo ☻o acordão resume o julgamento ■ Decisões monocráticas ☻ decisão que o relator toma sozinho 2 TEORIA GERAL DOS RECURSOS – ARTS. 1009 A 1014, CPC/15 ■ Conceito: “Remédio voluntário e idôneo a ensejar, dentro do mesmo processo, a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração de decisão judicial que se impugna” (Barbosa Moreira, in Comentários ao Código de Processo Civil) ☻ para ser recurso precisa estar taxativamente na lei como tal ☻ voluntário: só se fala em recurso quando a parte quer recorrer, isto é, cabe a parte escolher se recorre ou não da decisão ☻ não existe recurso de oficio ☻EFEITOS: reforma, invalidação, esclarecimento ou integração ☻ o recurso prolonga o estado de litispendência (quando a lide ainda está passível de solução), impedindo o trânsito em julgado e não instaura processo novo ☻não cabe recurso em coisa julgada ☻reforma: busca-se a reforma quando se tem algum vicio de julgamento/ algum erro no julgamento do juiz na causa ☻ invalidação: busca-se quando existi um vício no procedimento, como exemplo, nulidade de citação ☻esclarecimento: busca-se quando a decisão é obscura, isto é, quando ela é de difícil compreensão ☻ integração: quando se tem duas causas de pedir e o juiz não aprecia as duas, então, se ele deixa de apreciar a decisão é omissa, e se ela é omissa precisa ser integralizada (citra petita = decide menos do que deveria/ caracteriza um vício) ▪ Correção de erro material (CPC/15) ☻erro material: algum erro na decisão ☻ex: na grafia do nome das partes, na especificação de um imóvel, ao enumerar alguma quantia... ▪ Voluntariedade (art. 998, CPC/15) x Reexame necessário (art. 496, CPC/15) ☻ voluntario: é ônus da parte escolher e caso ela não quiser preclui (não pode mais recorrer) *** recurso de oficio: para os autores é quando a lei condiciona a eficácia da decisão a um reexame da decisão pelo tribunal***(debatido por alguns autores) (ex: decisão que condena a fazenda pública, o estado do maranhão foi condenado a pagar 100 mil reais, e não recorre, para que essa decisão produza seus efeitos está sujeita a um duplo grau de jurisdição obrigatório) (não é um recurso, pois falta o elemento fundamental a voluntariedade, assim é apenas condição legal para a decisão fazer efeitos) ▪ Ações autônomas ☻as ações autônomas inauguram uma nova relação processual ▪ Sucedâneos recursais ☻ sucedâneos recursais: são todos aqueles instrumentos que não são nem recursos e nem ações autônomas, mas ele pode produzem alguns desses efeitos Ex: pedido de reconsideração (não é um recurso/ não prolonga o estado de litispendência/ também não é uma ação autônoma, pois é feito no mesmo processo), porém por meio da reconsideração juiz pode modificar a sua decisão ■ Natureza Jurídica ▪ Aspecto, elemento, modalidade ou prolongamento do direito de ação – litispendência ☻ o direito de recorrer é conteúdo do direito de ação ▪ Ação autônoma no mesmo processo – ou seria pretensão? ▪ Ônus processual ☻ônus da parte porque se ela não recorre, ela perde a oportunidade de recorrer e a decisão preclui ■ CLASSIFICAÇÃO ▪ Total ou parcial (art. 1002, CPC/15) ☻ total ou parcial levam em conta a parcela da decisão que pode ser impugnada, analisando a correlação entre o que foi pedido e o que foi deferido ☻total: aquele que abrange todo o conteúdo impugnável da decisão recorrida Ex1AUTOR: a parte ajuíza uma ação em face de uma empresa de ônibus, pois sofreu um acidente dentro do ônibus e no momento do acidente, teve uma lesão, danos estéticos e constrangimento. Então, pediu danos materiais, danos estéticos e danos morais. O juiz ao decidir acolhe A e B, mas não acolhe C. Assim, levando-se em consideração a sucumbência de C, logo só se pode recorrer de C, então, ou contempla C e a totalidade do que se perdeu ou nada. ☻parcial: é aquele que em razão da limitação voluntária, não compreende a totalidade do conteúdo impugnável da decisão Ex2RÉU: como a empresa de ônibus pode recorrer sobre os pedidos A e B, logo um recurso total seria sobre A e B (tudo aquilo que ela pode recorrer). E, se ela OPTA por recorrer só de A o recurso vai ser parcial. ☻sucumbência: é a parte que o autor pede, pode ser total (todos os pedidos que eu ajuizei foram julgados improcedentes), parcial (eu perdi parte) ou mínima (uma parcela quase irrelevante do pedido) OBS1: se a parte não especificar o que vai ser impugnado o recurso vai ser interpretado como totalOBS2: a relevância de saber se o recurso é parcial ou total é que vai delimitar qual vai ser o âmbito de atuação do tribunal no processo ▪ Independente (art. 997, caput, CPC/15) ou subordinado (art. 997, 2°, CPC/15) 28min ☻independente: cada uma das partes recorre de forma autônoma, não importando do recurso da parte contrária para ser julgado EX: Tem-se uma sentença de parcial procedência, tendo sido acolhidos os pedidos A e B, sendo C rejeitado. Roberto (autor) e Empresa de Ônibus (réu). Ambas as partes tem o interesse recursal, pois ambas perderam em alguma medida. Então, como ambas tem interesse recursal, uma vez publicada a decisão judicial no diário oficial começa a correr o prazo para recurso (prazo comum para ambas as partes = 15 dias). Então, dentro do prazo de 15 dias ambas as artes podem entrar com uma apelação. A empresa entra com um recurso versando sobre A e B, enquanto que o autor entrou versando sobre C, ambas no decimo quinto dia do prazo. Então, como cada uma entrou com o recurso dentro do prazo o recurso é independente. ☻subordinado: tem a sua admissibilidade condicionada a do recurso principal, pois a parte espera a parte contrária recorrer e só depois ela recorre, sendo assim, de forma subordinada EX: A empresa de ônibus dentro do prazo de 15 dias entra com uma apelação para impugnar os pedidos acolhidos (independente, pois dentro do prazo comum de interposição de recurso a empresa recorreu). Considerando que o processo já vai pro tribunal e quando o juiz intimar o autor para uma resposta para o recurso do réu no prazo de resposta ele vai apresentar tanto a resposta (contrarrazões) quanto e a apelação. Ele optou por recorrer somente depois da outra parte, então o recurso do autor está subordinado ao recurso da parte contraria, sendo assim se o recurso da parte contraria for inadmitido, tiver sido interposto depois do prazo comum ou haver uma desistência não sendo julgado, consequentemente o do recurso subordinado também vai sofrer as consequências Obs: a única dependência do recurso adesivo para o principal é em relação a admissibilidade Obs: não existe obrigatoriedade para recorrer de forma subordinada ▪ Fundamentação livre ou vinculada ☻livre: quando a lei não diz quais são as matérias que podem ser suscitadas no recurso Ex: apelação e agravo de instrumento (a lei não diz o que deve colocar no recurso/ pode se discutir o que quiser) ☻ vinculada: a lei vai dizer que o recurso só é cabível se encontrar X vícios e, só poderá suscitar essas questões Ex: embargos de declaração, só pode entrar se for alegar omissão, obscuridade, contradição ou erro material Obs: se não tiver o vício o recurso é inadmitido ▪ Ordinário ou excepcional* (STJ, RESP 1.308.830/RS – Rel. Nancy Andrighi) ☻ordinário: aqueles que tem por finalidade a discursão de interesses intersubjetivos das partes envolvidas no processo (STF) Ex: apelação = quando se entra com a apelação quer se rediscutir a sentença que foi desfavorável ao autor ou réu ☻excepcional: extrapolam os interesses das partes no processo (STJ) Ex: Existe um entendimento do STJ - MA que o dono estético não é uma forma autônoma de dano. STJ diz que o dano estético é uma forma autônoma de dano a ser indenizado, ou seja, o tjma está dando uma interpretação diferente da do STJ, isto é, agora vai além do dano que o autor sofreu mais também a interpretação e a aplicação da lei federal, logo extrapola os interesses das partes no processo ■ DESISTÊNCIA OU RENÚNCIA DO DIREITO DE RECORRER ☻ é dado a parte recorrente desistir do recurso sempre que refutar achar necessário ☻ o recurso por ser um remédio voluntário é suscetível de desistência a qualquer tempo pela parte recorrente ▪ Desistência (art. 998, CPC/15): recurso é uma demanda que pode ser revogada pelo recorrente ☻desistência: interpõe o recurso e dele desisti ▪ Parcial ou total; até o início do julgamento (STF); por escrito ou sustentação oral; desnecessita consentimento da parte contrária ou homologação ☻parcial ou total: eu entro com um recurso total que contempla vários capítulos da decisão impugnada, logo eu posso desistir de parte daquele recurso/ Não é obrigado desistir da totalidade ☻ a lei não admite qualquer limite temporal para a desistência do recurso, entretanto existe precedentes do STF ao dispõe que: “a parte só pode desistir do recurso até o início de seu julgamento (medida adotada para evitar que o a parte perdedora haja de má-fé para ganhar tempo). Ademais, os doutrinadores criticam, visto que, se o recurso é voluntario, pode-se desistir a qualquer tempo, até depois de iniciado julgamento ☻ desistência livre por escrito: protocola uma PI desistindo do recurso ☻ desistência livre oral: pede a palavra e desisti antes que inicie o julgamento ☻a parte contraria não precisa consentir para que haja a desistência do recurso OBS: não há pedindo de desistência do recurso, existe uma MANIFESTAÇÃO da parte interessada em desistir. Pois, pedir pressupõe que o pedido deve ser deferido e na desistência não precisa de deferindo é algo que a parte simplesmente manifesta ▪ Renúncia (art. 999, CPC/15) ☻renúncia: é um ato que antecede a interposição do recurso/ é abrir mão do direito de recorrer ☻ quando a parte pode renunciar? R: pode renunciar de forma tácita – 1. Não recorreu = abriu mão/deixou passar o prazo; 2. Cumprimento voluntário da decisão; 3. Forma expressa = manifesta a concordância sobre a decisão ■ PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS ▪ a) Duplo grau de jurisdição ‐ previsão legal ☻não está previsto na constituição ☻duplo grau é uma garantia constitucional - finalidade ☻possibilidade de devolver as decisões dos juízos singulares aos tribunais = forma de controlar as atividades dos juízes, pois se deixa- se a decisão na mão do juiz singular a possibilidade de decidir em única e ultima estancia é atribuir muito poder em uma só pessoal sem a possibilidade de controle ☻1. serve para controlar a atividade dos órgãos julgadores inferiores ☻2. uniformização da jurisprudência (sistema de precedentes) - críticas ▪ b) Taxatividade - previsão legal (art. 994, CPC/15) ☻todo e qualquer recurso deve está taxativamente previsto em lei aplicável ao procedimento (não é necessariamente o cpc, mas a lei que rege o processo) Obs: embargos infringentes (Lei 6.830/80); recurso inominado (juizados especiais) ☻não cabe recurso contra interlocutória Obs2: negócios processuais (art. 190, CPC/15)? ☻necessariamente, o recurso tem que ser criado por lei federal (art. 22 da CF) ☻ as partes não podem pactuar a criação de um recurso ▪ c) Singularidade; unirrecorribilidade; unidade recursal - regra: inadmissível mais de um recurso por decisão ☻em regra, as partes só podem interpor um recurso para cada decisão - obs: cumulação alternativa ou obrigatória (exceções) ☻cumulação alternativa: vai caber um outro recurso para a decisão, ou seja, o recorrente pode optar por um ou outro. Ex: embargos de declaração ou apelação em uma sentença que tenha algum vício, como por exemplo, sentença omissa ☻os embargos de declaração são cumulativos com os demais recursos (quem julga os embargos é o próprio juiz da decisão recorrida) / é possível embargar suscetivelmente ☻cumulação obrigatória: a parte é obrigada a manejar os dois recursos possíveis sob pena de preclusão (não se trata de violação a voluntariedade, a parte continua com opção de recorrer ou não, mas caso não recorra com um dos recursos a questão preclui) ☻a parte não é obrigada a recorrer, e se for recorrer não é obrigada a recorrer do dois ☻a parte não pode primeiro recorrer de um e depois do julgamento querer recorrer do outro ☻ex: sai um acordãodo TJ que viola lei federal e constituição federal, o STJ dá a ultima palavra sobre lei federal e o STF constituição, então interpõe os dois recursos dentro do prazo de 15 dias, um recurso especial e extraordinário (dois recursos contra um acordão pq são de tribunais de competência diferentes) ▪ d) Fungibilidade - aproveitamento do recurso impróprio no lugar do próprio - art. 932, parágrafo único; art. 1. 024, §3°; art. 1.032; art. 1.033, CPC/15 ☻aproveitamento do recurso errado ☻só se aplica quando se está diante de uma duvida razoável acerca do recurso cabível ☻obs: não se aplica a fungibilidade = 1. quando não houver erro grosseiro, pois nessas situações não existe dúvidas acerca do recurso cabível e 2. quando se perde o prazo ☻ex: CPC/15 o rol para interposição de agravo de instrumento é taxativo e a parte fora das hipóteses previstas em lei, recebe uma decisão interlocutória e entra com um agravo de instrumento, o tribunal inadmiti o agravo pois o recurso é incabível, ENTRETANTO, pode acontecer de ter uma hipótese do 1.115 do cpc que deixe a parte em duvida e para não perder o prazo entra com agravo, o tribunal avalia a situação e considerando a duvida admiti o recurso pela fungibilidade ▪ e) Dialeticidade - fundamentação recursal ☻ a fundamentação do recurso deve ser pertinente, especifica e atual - contraditório, fundamentação das decisões e dialeticidade ☻ o recurso tem que dialogar com a decisão recorrida - especifica, pertinente e atual ▪ f) Voluntariedade - recurso é ônus da parte ▪ g) Complementariedade - complementação ulterior ☻ antes de inadmitir o recurso o tribunal deve facultar a parte a complementação do recurso depois da interposição ☻só documentos faltantes ☻após a interposição do recurso a sua complementação Obs: não serve o art. 922 à complementação da fundamentação (razões recursais). STF. La Turma. ARE 953221 AgR/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 7/6/2016 (info 829). ▪ h) Consumação (art. 200, CPC/15) ☻preclusão (perda de um poder processual) = intempestiva: pratica o ato fora do prazo; consumativa: a parte perde o direito de praticar o ato processual porque já o praticou; lógica: não se pode praticar atos incontáveis ☻o ato de recorrer se consuma com a interposição do recurso ▪ i) Proibição da reformatio in pejus (para pior) ☻ a interposição do recurso não pode piorar a situação do recorrente, isto é, o recorrente não pode ter sua situação agravada pelo ato de recorrer ☻ex: recorrer de uma decisão ao qual foi condenada a pagar 10 mil e, o tribunal ao analisar o recurso decide a aumentar para 15 mil, não pode pelo principio Obs: questões de ordem pública; inconstitucionalidade de lei; apelação de sentença terminativa (art. 485, CPC/15); despesas processuais (art. 82, §2°, CPC/15) ■ JUIZO DE ADMISSIBILIDADE E JUÍZO DE MÉRITO ☻todo recurso passa por um duplo julgamento: 1. Juízo de admissibilidade e 2. Juízo de mérito ▪ juízo de admissibilidade antecede o juízo de mérito ▪ admite-se o recurso para que o mérito possa ser examinado ▪ interposição: juízo a quo ☻a interposição do recurso é feita perante o órgão prolator da decisão ☻juízo a quo: é o órgão prolator da decisão ☻intima-se a parte recorrida para apresentar as contrarrazões ☻ juízo a quo faz o processamento ☻juízo a quo não tem competência para fazer analise de admissibilidade ☻DINAMICA DO JUÍZO A QUO/ PROCESSAMENTO: 1. Decisão recorrida interposta perante o órgão que deu a sentença 2. Intima a parte contraria – contrarrazões 3. Remete o recurso para o órgão competente para o seu julgamento (independente do juízo de admissibilidade) S → AP → CR → TJ - o recurso é distribuído para o órgão competente para seu julgamento (por sorteio) - órgão fracionário (composto por apenas uma fração dos membros do tribunal) - 3 desembargadores na câmera civil - o recurso ganha um relator - órgão que julga o recurso = juízo ad quem ▪ análise de admissibilidade: juízo ad quem ☻ad quem: responsável pelo juízo de admissibilidade e de mérito do recurso ☻o recurso só tem o mérito julgado se for admitido ☻no tribunal ao distribuir o recurso entre os órgãos fracionários, se o recurso for destinado a câmera civil ela é o juízo ad quem ▪ juízo de admissibilidade: negativo ou positivo; provisório ou definitivo ☻negativou ou positivo: se conhece ou não o recurso ☻ obs: quando se ler “o tribunal conheceu o recurso” = significa que o recurso foi admitido ☻juízo positivo de admissibilidade: o recurso foi conhecido ou admitido (passa-se para a analise do mérito do recurso) ☻ juízo negativo de admissibilidade: o recurso foi inadmitido ou não conhecido ☻existe a possibilidade do juízo de admissibilidade por decisão monocrática ▪ juízo de mérito: provimento ou não ☻ o tribunal vai dizer se ele dá provimento ou nega o recurso ■ CONDIÇÕES DE ADMISSIBILIDADE ▪ a) Intrínsecos: existência do direito de recorrer ☻existência ou não do direito de recorrer i) cabimento: previsão legal do recurso; adequação ☻ a cada decisão 1 recurso cabível ii) legitimidade (art. 996, CPC/15) ☻as partes envolvidas no processo têm legitimidade para recorrer ☻nem toda parte legitima é interessada iii) interesse: necessidade- utilidade; sucumbência ou gravame ☻ parte interessada = é a que teve algum prejuízo iv) inexistência de fato impeditivo ou extintivo: renuncia, desistência, preclusão lógica, etc. ☻as partes não podem ter manifestado interesse em não recorrer ☻a parte interpõe o recurso e depois desisti = o tribunal não reconhece pela desistência ☻preclusão lógica: interpôs o recurso mas cumpriu com a decisão ▪ b) Extrínsecos: exercício do direito de recorrer ☻a forma como se exerce o direito de recorrer, como se externaliza esse direito i) tempestividade (art. 1.003 e §§, CPC/15) ☻recurso tempestivo é o interposto do prazo legal ☻o prazo pra interpor recurso: em regra, são de 15 dias, a exceção dos embargos de declaração que tem prazo de 5 dias ☻o prazo começa a fluir no primeiro dia útil da intimação - recurso prematuro – art. 218, §4°, CPC/15 ☻o cpc permite a pratica de ato processual antes do prazo - prazo em dobro – súmula 641, STF ☻tem a prerrogativa do prazo em dobro: Defensoria Pública, Ministério Público, Núcleo de Práticas Jurídicas, Fazenda Pública e litisconsortes com multiprocuradores em escritório de advocacia distintos ☻ prazo em dobro só se aplica em processos físicos Obs: STJ. É intempestiva a apela protocolada, em meio físico, 4 minutos após o término do expediente forense. Resp 1628506/SC ☻o recurso interposto antes do inicio do prazo é intempestivo ii) regularidade: forma segundo a qual o recurso deve revestir-se ☻quando se interpõe o recurso deve-se cumprir os requisitos formais, caso não sejam cumpridas o recurso pode ser inadmitido ☻descumpridas as regularidades o recurso pode ser inadmitido, visto que, se existir algum vício sanável e após sana o vício ele é admitido - ex: razões do recurso; peças obrigatórias do ag inst; divergência no REsp iii) preparo (art. 1007, CPC/15) - falha; ausência e insuficiência ☻preparo é às custas do processo caso a parte opte por recorrer ☻a parte beneficiaria não é obrigada a recolher o preparo ☻deserção: não conhecido o recurso por ausência de preparo ☻não recolhido o preparado o recorrente é intimado para recolher em dobro ■ MÉRITO DO RECURSO ▪ causa de pedir recursal: error in procedendo(vício de atividade) e error in iudicando (vício de juízo) ☻pode suscitar duas causas de pedir: 1. Error in procedendo e 2. Error in iudicando ▪ error in iudicando: “má-apreciação da questão de direito ou da questão de fato, ou de ambas, pedindo-se, em consequência, a reforma da decisão” (Barbosa Moreira) ☻ocorre diante de erro de julgamento ☻má apreciação da causa ☻ex: juiz interpretou mal as provas ou a legislação aplicável ☻vicio de julgamento conduz a reforma da decisão ▪ error in procedendo: equívoco na condução do procedimento ▪ pedido do recurso: “[...] reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração de decisão judicial.” ☻decisão judicial não fundamentada padece de nulidade/ é um vício procedimental ☻o juiz aplicou mal as regras procedimentais ☻ vicio de procedimento conduz a anulação da decisão ou reforma ■ EFEITOS DOS RECURSOS ▪ a) Suspensivo: não é a regra (art. 995, CPC/15) ☻em regra: os recursos não são dotados de efeitos suspensivos ☻está relacionado a produção de efeitos da decisão judicial ☻ as decisões produzem efeitos quando as partes tem conhecimento, isto é, na publicação, então a decisão começa a fazer efeito logo após sua publicação no diário oficial ☻a simples interposição não tem o condão de suspender a eficácia das decisões judiciais e as decisões produzem seus efeitos ainda que tenham recorrido dela - ope legis (art. 1.012, CPC/15) e ope judicis (art. 995, p. ú.; art. 1.012, §4°) ☻formas de ter o efeito suspensivo: ☻open legis = decorre da lei (ex: apelação) / na apelação o efeito suspensivo é automático, pois deriva da própria lei, ao qual diz “a apelação suspende a eficácia da decisão judicial” ☻open judicis = concessão do efeito suspensivo por decisão judicial / ex: Fulano foi condenada a pagar 10 mil pra sicrano, a partir do momento que F interpõe o recurso de apelação ela está suspensa - caso em que a apelação não terá efeito suspensivo / ex: decisão de alimentos - a parte teria que pedir o efeito suspensivo ao juiz OBS: EFEITO OBSTANTIVO (PRECLUSÃO TEMPORAL E TRÂNSITO EM JULGADO) - impede o transito em julgado - todos os recursos tem efeitos obstativos ▪ b) Devolutivo: remessa/transferência da matéria impugnada ao órgão que decidirá sobre o recurso (art. 1.013, CPC/15) ☻ele devolve toda matéria para reexame em instancia superior, para que sentença seja anulada, reformada, ou também, mantida - extensão (dim. horizontal): o que se submete a reexame (tantum devolutum quantum appellatum) ☻ só se devolve para o tribunal aquilo que é o objeto do recurso - profundidade (dim. vertical): quanto pode reexaminar para solucionar a questão (art. 1.013, §1°, CPC/15 ☻o tribunal vai poder aprofundar a analise do recurso ▪ c) Translativo: conhecimento de matérias de ofício pelo tribunal Obs: relação com profundidade do efeito devolutivo ☻a capacidade que tem o tribunal de avaliar matérias que não tenham sido objeto do conteúdo do recurso, por se tratar de assunto que se encontra superior à vontade das partes ▪ d) Expansivo: decisão mais abrangente do que a impugnação - objetivo (capítulos ou ator processuais) ou subjetivo (sujeitos) ☻objetivo: refere-se a capítulos não impugnados da decisão recorrida que serão atingidos pelo julgamento do recurso / abrange outros atos processuais e outros capítulos da decisão recorrida ☻subjetivo: é a possibilidade de um recurso atingir um sujeito processual que não tenha feito parte do recurso - ex: art. 1.005, CPC/15 ▪ e) Regressivo: autoriza órgão a quo a rever a decisão recorrida - ex: arts. 331, 332, §3°, CPC/15 ☻o juiz pode reformar sua própria decisão e exerça a retratação (provocado pela interposição do recurso) ☻quando o juiz se retrata o recurso perde o objeto ▪ f) Substitutivo (art. 1.008, CPC/15); depende do mérito recursal ☻o recurso é admitido para ser julgado, a decisão que examina o mérito recursal substitui a decisão anterior ▪ g) Diferido – conhecimento do recurso depende de outro recurso ☻dois recursos vinculados entre si e o conhecimento de um depende do conhecimento do outro ■ RECURSO ADESIVO ▪ Forma de interposição de alguns recursos (art. 997, §2º, II, CPC/15) Obs: rol taxativo? ▪ Requisitos: i) Existência de sucumbência recíproca (art. 997, §1º, CPC/15); ☻ambas as partes tem interesse recursal ii) Interposição de recurso por apenas uma das partes ▪ Regularidade formal: observará a todas as exigências do principal (art. 997, §2º, CPC/15) ☻ é apresentado nas contrarrazões ☻ são duas petições; uma com as contrarrazões e a outra com o recurso adesivo ☻o recurso adesivo tem que receber o preparo ▪ Prazo: contrarrazões (art. 997, §2º, I, CPC/15) ☻o prazo do recurso adesivo é o mesmo do recurso principal ▪ Admissibilidade condicionada (art. 997, §2º, III, CPC/15) ☻ condicionada a admissibilidade do recurso principal Obs: benefícios de apenas uma das partes; preclusão consumativa; complementação de recurso pela via adesiva; fungibilidade de recurso principal intempestivo como adesivo (STJ RESP 867.042); desistência de má-fé. ■ SUCUMBÊNCIA RECURSAL ▪ Honorários de sucumbência e causalidade ☻honorários contratuais: decorrem da prestação de um serviço por contrato / a parte que contratou que paga ☻honorários sucumbenciais: são fixados pelo juiz na decisão/ a parte perdedora é quem paga ▪ Majoração de honorários em sede recursal (art. 85, §11, CPC/15) ☻Ex: a parte tem os honorários fixados em 10%, e se a parte perdedora apela e perde, o tribunal majora até o limite de 20%, é uma medida afim de fornecer um estimulo para as partes não recorrerem sem motivo ☻é um estimulo negativo (não é uma multa e nem uma penalidade) ▪ Ausência de contrarrazões e sucumbência recursal ☻ainda assim o tribunal majorar os honorários sucumbenciais ▪ Não há sucumbência recursal em Agravo Interno ou EDcl ▪ Remessa necessária e sucumbência recursal ☻também não existe honorários sucumbenciais em remessa necessária ☻obs: se a ação não admite condenação em honorário não cabe sucumbência recursal - (…) Como exemplo desta situação, podemos citar o mandado de segurança, que não admite condenação em honorários advocatícios (art. 25 da Lei no 12.016/2009, súmula 105-STJ e súmula 512-STF). Logo, se for interposto um recurso extraordinário neste processo, o Tribunal não fixará honorários recursais. STF. 1a Turma. ARE 948578 AgR/RS, ARE 951589 AgR/PR e ARE 952384 AgR/MS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados em 21/6/2016 (Info 831). APELAÇÃO – arts. 1.109 a 1.014 ■ Apelação ▪ a) Cabimento (art. 1009, CPC/15) Sentenças (caput) ۔ ☻dá sentença cabe apelação Decisões interlocutórias não ۔ agraváveis (§1°) ☻decisões interlocutórias não agraváveis: são apeláveis ☻não começa a fluir o prazo para recurso em decisões não agraváveis, só depois da decisão ☻decisões interlocutórias agraváveis: comporta agravo de instrumento / faz a interposição do recurso direto no tribunal, porém o processo continua no juízo de base ☻só cabe agravo nas prevista no art.1.115 do cpc ☻ex: a parte entra com uma ação, pedindo uma tutela de urgência para determinar uma internação hospitalar, o juiz negou a tutela (natureza que nega tutela é interlocutória), netão a parte impugnar a tutela com um recurso direto no tribunal Obs: preclusão elásticas ☻se prolonga no processo e começa a fluir quando ocorre a sentença Obs: sentenças não apeláveis ☻sentenças impugnadas por recursos inomináveis no juizado especial Obs: apelação pelo vencedor contra decisão interlocutória; contrarrazões com natureza recursal – contrarrazões das contrarrazões; recurso subordinado? Error in procedendo ou error in iudicando
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