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GESTÃO AMBIENTAL III

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E-BOOK
GESTÃO AMBIENTAL III
A Crise Ambiental Atual
APRESENTAÇÃO
Nesta Unidade de Aprendizagem vamos estudar alguns eventos que ocorreram a nível mundial e 
que influenciaram nas políticas ambientais atuais. Vamos identificar alguns dos principais 
eventos de poluição que marcaram as últimas décadas e que contribuíram para as mudanças no 
cenário mundial. Ainda iremos refletir sobre o nosso papel e quais as atitudes que poderíamos 
adotar para melhorar as condições de vida do nosso planeta. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Analisar os principais eventos de poluição causados pelo homem no meio ambiente;•
Reconhecer os principais encontros mundiais que ocorreram para a melhoria da qualidade 
ambiental;
•
Definir o papel do homem para a melhoria das condições ambientais.•
DESAFIO
As alterações causadas pelo homem no meio ambiente resultaram na atual “crise ambiental”, 
sendo esta uma das questões mais preocupantes na atualidade a nível mundial. Alguns autores 
consideram que o planeta pode estar chegando em um momento crítico no que se refere ao uso 
indiscriminado dos recursos naturais, perdurando o dilema se atingimos ou nos aproximamos de 
um ponto irreversível desse uso. O entendimento comum é de que muitos são os fatores que 
contribuem para desencadear a presente crise. 
 
Com base nos fatores que levam à crise ambiental, descreva dois problemas ambientais 
enfrentados na sua cidade. De que forma você pode contribuir para a resolução desses 
problemas e, assim, contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população.
INFOGRÁFICO
Na figura, podemos nomear alguns dos principais fatores que causam a crise ambiental.
 
CONTEÚDO DO LIVRO
Para falarmos de Crise Ambiental, acompanhe o artigo "Crise ambiental: adaptar ou 
transformar? As diferentes concepções de educação ambiental diante deste dilema" de 
Vicente Paulo dos Santos Pinto e Rachel Zacarias.
Boa leitura.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
DICA DO PROFESSOR
Vamos analisar quais os eventos que marcaram as últimas décadas na área ambiental:
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
EXERCÍCIOS
1) Em 1992 aconteceu a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, ou somente, Cúpula da Terra, sendo palco para um maior 
discussão e entendimento acerca da importância da compreensão da dependência 
entre desenvolvimento e um ambiente equilibrado. 
Com relação ao tema, marque a alternativa correta:
A) A Convenção do clima e da Biodiversidade foram dois dos importantes documentos 
produzidos durante esse evento. 
B) A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento teve a 
participação de 120 nações. 
C) A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento ficou 
conhecida também como a ZOO-92. 
D) A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento produziu 
somente um documento: a Agenda 21. 
E) A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento ocorreu na 
cidade de São Paulo. 
2) 
Após a revolução industrial, o ser humano começou a manipulação de substâncias e 
materiais. Apesar do enorme desenvolvimento, não havia uma gestão adequada dos 
resíduos ou mesmo controle de risco de seus sistemas produtivos. E assim, a história 
da humanidade também é marcada por graves acidentes. De acordo com o assunto, 
analise as afirmativas a seguir e marque a alternativa correta: 
I – O acidente de Chernobyl ocorreu em 26 de abril de 1986, na Ucrânia, e devido a 
falha humana;
II - Em 13 de setembro de 1987, em um ferro velho de Goiânia, no Brasil, ocorreu 
vazamento de petróleo.
III – O desastre de Mariana, em Minas Gerais, Brasil, ocorreu em 2016 e causou uma 
avalanche de rejeitos.
A) I e II. 
B) II e III. 
C) Apenas a II 
D) Apenas a I. 
E) Apenas a III. 
3) Distintos encontros dos líderes mundiais foram feitos durante o último século tendo 
em vista um desenvolvimento mais sustentável. Distintos documentos e acordos 
foram firmados durante esses encontros. 
Com relação ao clima, qual foi o maior acordo já firmado ao longo da trajetória 
desses encontros?
A) O documento "Nosso Futuro Comum". 
B) O livro “Primavera Silenciosa”. 
C) O relatório “Limites ao crescimento". 
D) A agenda 21. 
E) O Protocolo de Quioto. 
4) A Conferência de Estocolmo, em 1987, começou a delinear o conceito de 
desenvolvimento sustentável como resposta à procura de uma forma mais consciente 
de coexistir. 
O desenvolvimento da humanidade deve ser pautado por três alicerces, o 
_______________, o _______________ e o ______________.
Marque a alternativa que completa corretamente a assertiva acima, e conforme os 
alicerces do desenvolvimento sustentável. 
A) ambiental / justo / tributário. 
B) ambiental / econômico / social. 
C) econômico / social / capital. 
D) Justo / capital / ambiental. 
E) tributário / social / econômico. 
A Educação Ambiental é, sem dúvida, um pilar para a busca de soluções para a crise 
ambiental em que vivemos. Atualmente, existem duas correntes principais da 
Educação Ambiental, que apresentam visões distintas das ações necessárias à 
superação da crise: Visão Reformista e Visão Crítica.
5) 
Analise as afirmações a seguir e assinale as alternativas que correspondem à Visão 
Reformista:
I – A solução da crise requer a transformação da ordem social e do modelo 
econômico vigente.
II – A crise atual se deve, entre outros aspectos, ao desperdício de recursos e à 
ineficiência na produção.
III – Desconsidera mecanismos de compensação (ex: Protocolo de Quioto) como 
alternativa para atenuação da crise.
A) Apenas I.
B) Apenas I e III .
C) Apenas II.
D) Apenas I e II.
E) Apenas III.
NA PRÁTICA
Vamos ver agora um exemplo das consequências que o meio ambiente pode sofrer com a 
interferência do homem. 
Caminhando nas ruas de grandes centro urbanos, você teve a sensação de que a 
temperatura está mais elevada do que indicam os termômetros?
 
As ilhas de calor podem ser percebidas em grandes centros urbanos como: Porto Alegre, São 
Paulo e Rio de Janeiro. 
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Controle da Poluição
Para aprofundar os seus conhecimentos sobre a temática em estudo, leia o capítulo "A Crise 
Ambiental Atual" (páginas 13 a 27).
A batalha de Cubatão contra a poluição atmosférica
Em 1981, Cubatão, em São Paulo, foi considerada a cidade com a pior qualidade do ar em todo 
o mundo, e conhecida globalmente como o "Vale da Morte". Acesse o documentário e descubra 
como Cubatão se tornou o símbolo de recuperação ambiental.
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Antropoceno: a Era do colapso ambiental
A nossa espécie surgiu e se espalhou pela Terra durante o Pleistoceno, mas foi no Holoceno que 
nos tornamos o que somos hoje, mais de 7 bilhões de habitantes. E é exatamente por isso que 
Paul Crutzen ganhou o prêmio Nobel de Química ao afirmar que o mundo entrou em uma nova 
era geológica, a do ANTROPOCENO, que significa “época da dominação humana”. Acesse e 
descubra o que isso significa.
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A ambientalização das relações de 
consumo
APRESENTAÇÃO
Nesta Unidade de Aprendizagem, abordaremos as relações entre capitalismo, consumo e meio 
ambiente. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar o consumo, o capitalismo e suas relações com o meio ambiente.•
Reconhecer o conceito de desenvolvimento e consumo sustentável.•
Indicar as consequências das relações de consumo sobre o meio ambiente.•
DESAFIO
Um famoso pesquisador, Abraham Maslow, tentou compreender como o ser humano se 
relaciona com suas necessidades. Para tal, ele fez uma divisão hierárquica, na qual as 
necessidades de nívelmais baixo devem ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto, 
visando atingir a sua autorrealização. Esta hierarquia ficou conhecida por pirâmide de Maslow.
A pirâmide define um conjunto de cinco necessidades: 
- Necessidades fisiológicas (básicas), tais como: a fome, a sede, o sono, o abrigo, entre outras. 
- Necessidades de segurança, tais como: sentir-se seguro em casa, ter emprego estável, ter 
condições de cuidar da saúde (plano de saúde), entre outras. 
- Necessidades sociais ou de amor, afeto, afeição e sentimentos, tais como: pertencer a um 
grupo, fazer parte de um clube, entre outras. 
- Necessidades de estima, as quais passam por dois caminhos: o reconhecimento da capacidade 
pessoal e o reconhecimento dos outros mediante a nossa capacidade de adequação às funções 
que desempenhamos. 
- Necessidades de autorrealização, nas quais o indivíduo procura tornar-se aquilo que ele pode 
ser.
Quando refletimos sobre a pirâmide de Maslow e sua relação com o capitalismo e com o 
consumo, percebe-se que o ser humano sempre almeja mais em função do meio ao qual ele 
acessa. Quanto maior a satisfação de suas necessidades “básicas” (fisiológicas, de segurança e 
sociais), maior é a procura por novas necessidades, alimentadas pelo consumismo e pelo status. 
Logicamente, diante do sistema econômico vigente (capitalismo), o consumo é a base para a 
geração de renda, pois ele gera produção, a qual gera empregos. Estes, por sua vez, geram renda 
e, consequentemente, aumentam do consumo.
A partir da perspectiva ambiental, como podemos sustentar indefinidamente este consumo? 
Cabe lembrar que, do ponto de vista ambiental, o consumismo (modo de vida orientado pelo 
consumo de bens ou serviços calcados na ideia de status que ele pode oferecer – sucesso, 
felicidade e prazer –, atribuído pelos meios de comunicação de massa) se apresenta como 
responsável pelos impactos ambientais e suas consequências.
Qual seria, então, a solução? Existe outra maneira de se manter o padrão de vida das pessoas e 
ao mesmo tempo não impactar significativamente o meio ambiente? Veja a definição de 
desenvolvimento sustentável no link a seguir:
O que é desenvolvimento sustentável? 
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Consumo Sustentável
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A partir dos conceitos apresentados sobre a pirâmide de Maslow e dos conceitos de 
desenvolvimento e consumo sustentável, escreva um texto crítico relacionando uma necessidade 
básica e uma necessidade social da pirâmide de Maslow. Demonstre como podemos atender às 
necessidades das pessoas e não impactar significativamente o meio ambiente. Procure utilizar os 
conceitos de desenvolvimento e consumo sustentável. Cite exemplos do dia a dia.
INFOGRÁFICO
O infográfico a seguir apresenta as relações entre o capitalismo, o consumo e o meio ambiente e 
suas consequências.
CONTEÚDO DO LIVRO
Aprofunde seus conhecimentos lendo o capítulo A Ambientalização das Relações de Consumo, 
do livro Realidade socioeconômica e política brasileira, base teórica para esta Unidade de 
Aprendizagem.
Boa leitura!
REALIDADE 
SOCIOECONÔMICA E 
POLÍTICA BRASILEIRA 
Daniele Fernandes da Silva
Revisão técnica:
Luciana Bernadete de Oliveira
Graduada em Ciências Políticas e Econômicas
Especialista em Administração Financeira
Mestre em Desenvolvimento Econômico Regional
Lilian Martins
Especialista em Controladoria e Planejamento Tributário
Gisele Lozada
Graduada em Administração de Empresas
Especialista em Controladoria e Finanças
Alexsander Canaparro da Silva
Bacharel em Administração de Empresas
MBA em Marketing Práticas Avançadas
MBA em Comércio Exterior e Internacional
Mestre em Administração
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin - CRB -10/2147
R429 Realidade socioeconômica e política brasileira [recurso 
eletrônico ] / Daniele Fernandes da Silva... et al.; [revisão 
técnica: Luciana Bernadete de Oliveira... et al.]. – Porto 
Alegre: SAGAH, 2018.
ISBN 978-85-9502-450-2
1. Economia. I. Silva, Daniele Fernandes da.
CDU 338
A ambientalização das 
relações de consumo
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Identificar o consumo, o capitalismo e suas relações com o meio
ambiente.
 Reconhecer o conceito de desenvolvimento e consumo sustentável.
 Indicar as consequências das relações de consumo sobre o meio
ambiente.
Introdução
Neste capítulo, você vai aprofundar-se no estudo da complexa relação 
entre o consumo e o meio ambiente, vendo o que significa consumo 
sustentável e analisando as consequências dessa relação. 
Consumo no capitalismo e os impactos 
no meio ambiente
Desde a era de produção em massa, no início do século XX, estimulada pelo novo 
modo de produção fordista, as relações de consumo passaram a apresentar uma 
nova fase. A implementação de linhas de montagem automatizadas na fábrica 
de automóveis de Henry Ford permitiu que os trabalhadores se especializassem 
na produção de uma determinada etapa do processo produtivo. A esteira rolante 
reduzia o tempo de transporte das peças ao longo do processo de produção, de 
maneira que, com a repetição da mesma tarefa sucessivamente, o trabalhador 
se tornaria cada vez mais ágil, aumentando a produtividade – a quantidade 
de bens produzidos por hora aumentou consideravelmente (RIBEIRO, 2015). 
O uso de máquinas transformou radicalmente a natureza da atividade 
produtiva: o processo produtivo passou a ser rotinizado com a precisão de um 
relógio e se esperava que tudo acontecesse com precisão no modo e no tempo 
Realidade_Socioeconomico_Book.indb 307 13/06/2018 13:29:40
esperados. Assim, “as máquinas levaram” as organizações a se adaptarem às 
suas exigências e o processo mecanizado passou a ditar as relações e o modo 
como as pessoas se comunicam.
Contudo, o processo de produção vigente apresentava uma visão autoritária 
de Ford, que tinha grande controle sobre os trabalhadores tanto durante quanto 
após a jornada de trabalho. Isso se justificava pela necessidade de garantir a 
resistência física dos trabalhadores, uma vez que se tratava de um processo 
de produção intensivo. Porém, essa metodologia gerava insatisfação da classe 
trabalhadora, tornando-se um ponto negativo para os resultados que Ford 
esperava. Assim, uma das formas que o empresário encontrou para estimular 
a adesão dos trabalhadores foi o aumento dos salários, que passaram a ser dos 
maiores entre as grandes empresas da época. Ford identificou que era preciso 
satisfazer necessidades dos trabalhadores para que eles interagissem melhor 
com a empresa (RIBEIRO, 2015).
A produção aumentou significativamente e, mesmo com maiores custos 
devido ao pagamento de maiores salários aos trabalhadores, bem como uma 
quantidade de horas de trabalho diárias inferior, a lucratividade passou a 
crescer consideravelmente com o novo método de gestão de Ford. Assim, 
o sucesso desse modo de produção capitalista, em que o crescimento da 
riqueza é resultado da exploração da força de trabalho, disseminou-se pelo 
país e pelo mundo. 
A partir do início do século XX, a produção em massa da indústria norte-
-americana, junto a maiores ganhos salariais, oferecia à sociedade maior poder 
aquisitivo e maior quantidade de bens a preços mais acessíveis. Novas necessi-
dades de consumo passavam a ser criadas pelas empresas, estimulando ainda 
mais o consumo; surgia uma nova mentalidade na sociedade norte americana. 
A população passava a objetivar melhores condições de vida, introduzindo em 
seus planos a aquisição da casa própria e do carro, que anteriormente eram 
considerados bens de luxo, ao alcance de poucos indivíduos (RIBEIRO, 2015).
Os desejos dos consumidores passaram a ser moldados pela cultura de uma 
sociedade capitalista e o que em tempos antigos era considerado necessidade, 
passou a ser confundido com desejo. Por exemplo, para alguém que tivesse 
sede, um copo de água seriao ideal; em uma sociedade capitalista, para satis-
fazer a sede, passa-se a desejar um copo de suco ou refrigerante (conforme a 
característica de cada pessoa). Nota-se que desejo e necessidade passam a ser 
confundidos entre a população: de acordo com Sandroni (2005), a necessidade 
é a exigência individual ou social que deve ser satisfeita por meio do consumo 
de bens e serviços. O desejo, segundo Jales (2017), é a vontade de comprar 
aquilo que se quer (não o que se precisa). 
A ambientalização das relações de consumo308
Realidade_Socioeconomico_Book.indb 308 13/06/2018 13:29:40
As necessidades não são apenas fisiológicas, como representa a Figura 1, 
pois envolvem também questões psicológicas e relacionadas às condições básicas 
de vida.
Figura 1. As necessidades humanas.
Fonte: Andreasi (2011, documento on-line).
A pirâmide de Maslow, criada em meados dos anos 1950 pelo psicólogo 
norte-americano Abraham Maslow, é uma representação de que as necessidades 
humanas ultrapassam a esfera biológica. A teoria de Maslow organizou essas 
necessidades em uma pirâmide, na qual, na base, encontram-se as necessi-
dades mais básicas, relacionadas à sobrevivência do indivíduo, como água e 
comida, e, no topo, as mais complexas, envolvendo a autorrealização, como 
o desenvolvimento pessoal e o talento (REZ, 2016).
Desse modo, sabendo que as necessidades das pessoas não se resumem 
apenas a itens relacionados à própria sobrevivência, com o tempo, as empre-
sas passaram a adquirir cada vez mais espaços publicitários para conquistar 
a atenção dos consumidores. Porém, diante de tamanha concorrência nos 
anúncios, tornou-se difícil para uma marca se destacar entre as outras, o que 
refletiu a menor eficácia da propaganda tradicional. 
Para chamar e reter a atenção das pessoas, os anunciantes identificaram 
que era preciso oferecer algo que se destacasse em todos os veículos de co-
309A ambientalização das relações de consumo
Realidade_Socioeconomico_Book.indb 309 13/06/2018 13:29:41
municação: intervalo de televisão, outdoor, revista, ônibus, metrô, mensagens 
no celular, e-mail e redes sociais.
Assim, o estímulo diário da propaganda sobre os desejos das pessoas torna 
insaciável o consumo na sociedade. A questão que se levanta, nesse sentido, é 
o impacto da aceleração do consumo sobre o meio ambiente, pois os recursos 
para a produção dos bens e serviços são escassos e se confrontam com as 
necessidades e desejos humanos, que são ilimitados e renascem diariamente. 
Um adicional a essa pressão é o crescimento populacional e o aumento dos 
padrões de vida, que aumentam o consumo absoluto e a pressão sobre a utili-
zação dos recursos escassos (VASCONCELLOS; GARCIA, 2014).
Alguns países já começaram a alertar a população em relação à utilização 
racional dos recursos disponíveis, em especial aos métodos de produção das 
indústrias, que podem provocar degradação do meio ambiente (ar, solo, rios, 
por exemplo). Assim, cada vez mais, a satisfação do consumidor e a opinião 
pública passaram a estar diretamente ligadas à participação das organizações 
em causas sociais, e a responsabilidade social transformou-se numa vantagem 
competitiva por parte das empresas (LEITE et al., 2007).
Desenvolvimento e consumo sustentável
O modo de produção capitalista, iniciado no século XX, tem como característica 
principal o acúmulo de riquezas por parte dos donos dos meios de produção 
e a exploração da força de trabalho. A produção em massa, resultado da 
mecanização dos processos de produção, permitiu, também, o consumo em 
massa: a maior quantidade de bens a preços mais populares representou um 
avanço no desenvolvimento econômico. 
Desenvolvimento econômico se distingue de crescimento econômico: 
o primeiro está relacionado a questões qualitativas, ou seja, se o aumento 
de riquezas está sendo distribuído de forma igualitária entre os indivíduos 
daquela sociedade, gerando bem-estar – são exemplos de itens que provo-
cam aumento da qualidade de vida. Para Vasconcellos e Garcia (2014), o 
crescimento econômico se refere à geração de riquezas em um país em um 
determinado período – um país ser rico não significa que é desenvolvido, e 
vice-versa. O crescimento é um dos principais objetivos dos governos em 
todos os países do planeta, portanto, é inevitável que aconteça. Em alguns 
casos, o crescimento ocorre de modo mais lento e, em outros, mais acelerado, 
mas o importante é criar uma estrutura para suportá-lo e supri-lo de forma 
sustentável. Isso significa dizer que, com o aumento da produção de bens e 
A ambientalização das relações de consumo310
Realidade_Socioeconomico_Book.indb 310 13/06/2018 13:29:41
serviços, é preciso dar importância às atitudes relacionadas à utilização dos 
recursos do meio ambiente. Em relação ao consumidor, a sua tarefa está no 
consumo consciente, para que a agressão ao meio ambiente seja minimizada 
ou zerada (ARAÚJO et al., 2006).
Estimular o consumo significa aumento de produção, geração de empregos 
e renda, crescimento e desenvolvimento. Assim, dado que o consumo de bens 
é um dos itens que representa crescimento com desenvolvimento, configura-
-se como um elemento fundamental nas políticas econômicas dos governos, 
mas gera preocupações em relação aos impactos no meio ambiente, pois os 
recursos naturais são limitados. 
A ameaça de escassez dos recursos disponíveis, tanto para a produção de 
bens e de serviços quanto para o próprio consumo direto, tem recebido grande 
atenção por parte dos governos e da população. O consumo e a utilização 
racional dos recursos permitem que o desenvolvimento seja sustentável, ou 
seja, que possa ser usufruído pelas gerações futuras – daí surge a ideia do 
capitalismo sustentável. A sustentabilidade pode ser econômica, social e 
ambiental, mas todas se preocupam com a utilização dos recursos existentes 
de forma racional, para manter a subsistência das próximas gerações, confi-
gurando uma preocupação de longo prazo (BRASIL, 2005).
Para Philippi (2001), sustentabilidade é a capacidade de se autossustentar, 
de se automanter. Quando se realiza uma atividade sustentável qualquer, 
isso significa que a mesma pode ser mantida por um período indeterminado 
de tempo. Uma sociedade sustentável é aquela que não coloca em risco os 
recursos naturais necessários para a vida do ser humano, não comprometendo 
a capacidade das gerações futuras de suprir as suas próprias necessidades.
O meio ambiente é motivo de preocupação, principalmente, desde as últimas 
décadas do século XX, quando passou a fazer parte da agenda dos governos 
de vários países, bem como dos diversos segmentos da sociedade civil or-
ganizada. Os dados revelam que os problemas ambientais têm se agravado 
com as atividades produtivas e com o consumismo nas sociedades. A partir 
da Revolução Industrial, com a possibilidade de produção em grande escala 
e, posteriormente, com a produção em massa, permitida pela introdução da 
linha de montagem automatizada por Henry Ford, no século XX, a poluição 
no planeta se agravou (BRASIL, 2005).
Segundo o Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 2005), o modelo 
atual de desenvolvimento econômico vem gerando enormes desequilíbrios 
sociais. O mundo vem apresentando elevados níveis de crescimento econô-
mico, ou seja, de geração de riqueza, ao mesmo tempo em que se registra 
o crescimento da miséria, da degradação do meio ambiente e o aumento da 
311A ambientalização das relações de consumo
Realidade_Socioeconomico_Book.indb 311 13/06/2018 13:29:41
poluição do planeta. Daí a importância do desenvolvimento sustentável, que 
surge como uma forma de reduzir as desigualdades existentes, bem como 
de dar continuidade às atividades que são essenciais para a vida humana. 
Foi na década de 1970 que assuntos relacionados ao desenvolvimento sustentável 
surgiram pela primeira vez, sendo chamados, na época, de ecodesenvolvimento. O link 
a seguir apresenta melhor esse conceito.
https://goo.gl/Qgd7eb
Segundo o Ministério do Meio Ambiente(BRASIL, 2005), quando surgiu 
a preocupação com o meio ambiente e a relação do mesmo com a busca pelo 
desenvolvimento econômico nos diversos países, podia-se observar duas visões: 
  Os possibilistas culturais (ou “tecnocêntricos” radicais): os possibi-
listas culturais defendiam que os benefícios gerados pelo crescimento 
econômico eram maiores do que os custos do impacto sobre o meio 
ambiente. Tais benefícios se resumem na eliminação das desigualdades 
sociais na medida em que o crescimento econômico é alcançado, o que 
constituía, para esses indivíduos, um bem maior quando comparado aos 
impactos desse crescimento sobre as condições ambientais. 
  Deterministas geográficos (ou “ecocêntricos” radicais): os determi-
nistas geográficos apresentavam uma preocupação máxima em relação 
às condições ambientais, que sofriam grandes ameaças com a aceleração 
do crescimento econômico. Para os mesmos, os limites do meio ambiente 
são tamanhos que a humanidade estaria próxima de uma catástrofe. 
Isso porque o crescimento econômico observado nas diversas regiões 
do planeta exigia a expansão da utilização dos recursos naturais que 
são limitados, levando-os ao esgotamento, ao mesmo tempo em que 
os níveis de poluição aumentavam significativamente. 
Assim, o ecodesenvolvimento surge como uma proposição conciliadora 
entre o crescimento e os limites do meio ambiente, pois o relatório The limits 
to growth (“Os limites do crescimento”), publicado em 1972, alertou sobre 
a situação potencial do planeta, por meio da apresentação de cenários catas-
A ambientalização das relações de consumo312
Realidade_Socioeconomico_Book.indb 312 13/06/2018 13:29:41
tróficos, caso o padrão de desenvolvimento utilizado na época continuasse. 
Nesse sentido, o crescimento econômico estava limitado à capacidade dos 
recursos naturais (BRASIL, 2005).
Para os ecocêntricos radicais, o crescimento se constituía em um processo 
relevante para o progresso, mas não absoluto na erradicação da pobreza e 
das disparidades sociais. Havia a necessidade de se conquistar um equilíbrio 
global, estando-se atento aos limites do crescimento populacional, ao modo 
com o que os países menos desenvolvidos buscavam o crescimento e desen-
volvimento econômico e, principalmente, aos impactos das ações do homem 
no meio ambiente. 
Desde então, outros relatórios passaram a alertar sobre a necessidade de 
mudança no padrão de desenvolvimento que vigorava nos diversos países do 
mundo. Assim, surge a necessidade de intervenção e o direcionamento do 
desenvolvimento econômico, de forma a conciliar os níveis de crescimento 
econômico com o uso prudente dos recursos naturais. Cabe à entidade su-
perior, o Estado, agir no sentido de estimular um consumo sustentável, com 
base na criação de leis e na fiscalização adequada do cumprimento das regras 
estabelecidas.
É na década de 1980 que o conceito de desenvolvimento sustentável surge, 
a partir do relatório Our common future (“Nosso futuro comum”), que também 
ficou conhecido como Relatório de Brundtland. Esse relatório foi divulgado 
pela Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada em 
1983, apresentando de forma detalhada os desafios a serem enfrentados pelos 
diversos países, bem como os esforços a serem realizados por todos em relação 
à paz, à segurança, ao desenvolvimento e ao meio ambiente (BRASIL, 2005). 
Nesse relatório, encontram-se:
[...] estratégias ambientais de longo prazo para obter um desenvolvimento 
sustentável por volta do ano 2000 e daí em diante; [...] maneiras para que a 
preocupação com o meio ambiente se traduza em maior cooperação entre 
os países em desenvolvimento e entre países em estágios diferentes de de-
senvolvimento econômico e social e leve à consecução de objetivos comuns 
e interligados que considerem as inter-relações de pessoas, recursos, meio 
ambiente e desenvolvimento; [...] meios e maneiras pelos quais a comunidade 
internacional possa lidar mais eficientemente com as preocupações de cunho 
ambiental; [...] noções comuns relativas a questões ambientais de longo prazo 
e os esforços necessários para tratar com êxito os problemas da proteção e 
da melhoria do meio ambiente, uma agenda de longo prazo para ser posta 
em prática nos próximos decênios e os objetivos a que aspira a comunidade 
mundial (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESEN-
VOLVIMENTO, 1991, apud LAYRARGUES, 1998, p. 143-144). 
313A ambientalização das relações de consumo
Realidade_Socioeconomico_Book.indb 313 13/06/2018 13:29:41
A evolução do conceito de ecodesenvolvimento para o de desenvolvi-
mento sustentável foi resultado da maior abrangência deste último e da 
ligação entre o crescimento econômico e as relações com o meio ambiente 
no longo prazo:
[...] o fator diferenciador entre ecodesenvolvimento e desenvolvimento sus-
tentável reside a favor deste último quanto à sua dimensão, globalizante, tanto 
desde o lado do questionamento dos problemas ambientais como da ótica 
das reações e soluções formuladas pela sociedade. Ele não se refere especi-
ficamente ao problema limitado de adequações ecológicas de um processo 
social, mas a uma estratégia para a sociedade que deve levar em conta tanto a 
viabilidade econômica quanto a ecológica. Num sentido abrangente, a noção 
de que a sustentabilidade leva à necessária redefinição das relações sociedades 
humanas/natureza, portanto, a uma mudança substancial do próprio processo 
civilizatório, introduzindo o desafio de pensar a passagem do conceito para 
ação (OLIVEIRA FILHO, 2004, p. 8).
Para Vasconcellos e Garcia (2014), se as necessidades a serem supridas se 
limitassem à esfera biológica, seria possível dizer que a quantidade de bens 
disponível seria suficiente, solucionando o problema da escassez. Contudo, 
as ilimitadas necessidades se expandem para fora da esfera biológica da so-
brevivência. Além disso: 
  as necessidades se renovam diariamente, exigindo o contínuo suprimento 
dos bens para atendê-las;
  enfrentamos a constante criação de novos desejos e necessidades mo-
tivados pela perspectiva de aumento do nível vida.
Observando que a necessidade abrange tanto a esfera biológica quanto a 
psicológica, a sua satisfação, bem como a dos desejos humanos, está muito 
longe de ser alcançada. Isso ocorre tanto em economias mais desenvolvidas 
quanto em vias de desenvolvimento – o resultado disso é que o problema de 
escassez se renova (VASCONCELLOS; GARCIA, 2014).
Com o passar do tempo e com a influência do Estado e das atitudes or-
ganizacionais sobre os impactos no meio ambiente, os indivíduos passaram 
a se dar conta da necessidade do uso consciente dos recursos da natureza, 
uma vez que eles são escassos e podem se esgotar. Assim, a noção de que 
A ambientalização das relações de consumo314
Realidade_Socioeconomico_Book.indb 314 13/06/2018 13:29:41
o desenvolvimento econômico deve ser sustentável se dissemina entre os 
diversos países do planeta.
O consumo e o meio ambiente
Os danos ambientais provocados pelas indústrias para atender ao consumismo 
existente estão entre as grandes preocupações que envolvem tanto os políticos 
quanto a população em geral. O modelo de produção industrial em massa, 
para atender o consumo em massa, inicialmente levou as empresas a deixarem 
de lado as preocupações com os impactos na natureza, que se encontram 
entre as externalidades negativas de sua atuação – o grande objetivo era a 
acumulação de riquezas.
Quando uma transação econômica resulta em custos ou benefícios para terceiros, 
ocorre uma externalidade negativa ou positiva (respectivamente). Se essas externa-
lidades resultarem em benefícios, chamamos isso de externalidade positiva; se os 
impactos provocarem custos ou prejuízos, estaremos diante de uma externalidade 
negativa (SANDRONI, 2005).
As ameaças ao meio ambiente e as pressões de organismos não governa-
mentais ligados ao meio ambiente influenciaram a legislação e o surgimento 
voluntário de novas condutas ambientais por parte dos indivíduose também 
dos setores industriais. Todas essas questões modificaram a rotina das orga-
nizações, as quais passaram a adequar os seus processos de produção e de 
prestação de serviços às novas regras e à nova visão dos consumidores em 
relação às questões ambientais. 
Os consumidores estão cada vez mais conscientes sobre suas próprias 
atitudes, que podem impactar o meio ambiente, e têm se tornado mais exi-
gentes com relação à atuação das empresas nas questões sociais e ambientais 
– muitos indivíduos acabam priorizando os produtos de empresas que estão 
comprometidas com a questão ambiental.
315A ambientalização das relações de consumo
Realidade_Socioeconomico_Book.indb 315 13/06/2018 13:29:41
Posto isso, a imagem das empresas em relação à sua participação nas 
questões sociais e ambientais passou a ser fundamental nos seus planeja-
mentos estratégicos. A adoção de novas posturas entre os administradores e 
empresários os levou a adequar os processos às novas exigências impostas 
pela sociedade: minimizar ou zerar os impactos das atividades sobre o meio 
ambiente passou a ser um diferencial na conquista de maiores fatias de mercado. 
A inserção em novos mercados também passou a exigir que as empresas sejam 
ecologicamente corretas. 
Dentre as atitudes das empresas em relação à sustentabilidade ambiental, 
destaca-se adequar a estrutura, assim como os colaboradores em geral e os 
parceiros comerciais para que também sejam responsáveis pela questão da 
sustentabilidade. Isso permite que se efetive o objetivo da empresa de minimizar 
os impactos ambientais de suas atividades.
São exemplos simples de medidas sustentáveis que podem ser realizadas 
nas organizações, segundo Grisotto (2015):
  economia no uso da energia elétrica;
  utilização racional dos materiais de expediente;
  redução no uso de materiais descartáveis;
  prática de reuso, reciclagem ou renovação de recursos.
O envolvimento de todos os colaboradores contribui para que as práticas 
sustentáveis se multipliquem dentro e fora da organização. Segundo Marques 
(2009), as organizações têm forte influência sobre o ambiente político social 
no desempenho das suas atividades, assumindo novas responsabilidades 
nesse âmbito. Além da melhora na imagem da empresa no mercado, as 
práticas sustentáveis podem influenciar o aumento da lucratividade, uma 
vez que ampliam o leque de consumidores que se preocupam com as ques-
tões ambientais.
O consumidor que opta por produtos e serviços de empresas que realizam 
práticas sustentáveis acaba sendo um consumidor consciente que também rea-
liza o seu papel em relação à sustentabilidade ambiental. Uma das estratégias 
utilizadas pelas organizações para conquistar esse tipo de clientela é o chamado 
“marketing verde”, voltado ao processo de venda de produtos e serviços que 
apresentam benefícios ao meio ambiente. É uma estratégia de vinculação 
A ambientalização das relações de consumo316
Realidade_Socioeconomico_Book.indb 316 13/06/2018 13:29:41
de marca, produto ou serviço a uma imagem ecologicamente consciente, de 
uma empresa que faz sua parte perante a sociedade, ou seja, uma empresa 
ecologicamente consciente (OLIVEIRA et al., 2015).
A empresa brasileira Natura é um exemplo de organização que apresenta 
uma forte imagem no mercado relacionada à preocupação com o meio am-
biente. Desde o surgimento da empresa, na década de 1950, a questão de 
sustentabilidade está presente nas suas práticas, que permanecem até os dias 
atuais, sendo o seu grande diferencial (TERRA, 2009).
Apesar de ser uma preocupação mais atual na sociedade, a questão da 
sustentabilidade sempre foi utilizada nas estratégias de marketing da Na-
tura. Atualmente, a empresa apresenta-se engajada nas causas sustentáveis 
e, desde 2005, faz parte do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). O 
reconhecimento de suas práticas em relação ao uso sustentável da biodiver-
sidade brasileira ocorre tanto no Brasil quanto no exterior (CARVALHO; 
BARBIERI, 2012).
A influência das atitudes da Natura sobre a sociedade inicia no controle 
das práticas sustentáveis dos próprios fornecedores. São diversas as estra-
tégias adotadas com foco sua cadeia de suprimentos; os seus fornecedores, 
por exemplo:
  São induzidos a passar por processos de autoavaliação em relação à 
qualidade, ao meio ambiente e à responsabilidade social. 
  Passam por programas de capacitação de fornecedores para elaboração 
de relatórios de sustentabilidade e quantificação e gestão de emissões 
de gases de efeito estufa (CARVALHO; BARBIERI, 2012).
Em relação aos próprios produtos:
  Algumas linhas apresentam o uso de tecnologias limpas, as quais re-
duzem os impactos ambientais ao longo da cadeia produtiva.
  Existe um direcionador específico em relação às fórmulas dos produtos 
da empresa, de modo a evitar a utilização de matérias-primas de origem 
animal, mineral ou sintética em prol das alternativas de origem vegetal. 
Com isso, a empresa busca reduzir os efeitos negativos do processo 
produtivo em todo o ciclo de vida do produto. 
317A ambientalização das relações de consumo
Realidade_Socioeconomico_Book.indb 317 13/06/2018 13:29:41
Em 2008, a Natura implementou o Programa de Certificação de Ingredientes, de modo 
a garantir que os insumos utilizados como matéria-prima no processo de produção 
sejam extraídos de maneira sustentável, bem como promovam o desenvolvimento 
social das comunidades extrativistas.
O principal exemplo do caso Natura é que é possível adotar inovações que gerem 
benefícios sociais e ambientais ao longo de uma cadeia produtiva completa (CARVALHO; 
BARBIERI, 2012).
A empresa Faber-Castell, líder mundial na fabricação de lápis de madeira reflorestada, 
é outro exemplo de organização que realiza práticas sustentáveis. A fabricação dos 
lápis, chamados de EcoLápis, é realizada com 100% de madeira reflorestada. Além 
disso, existe um total aproveitamento da madeira e dos seus subprodutos que não 
são utilizados na fabricação do EcoLápis e que são direcionados, por exemplo, para 
a geração de energia, como substrato orgânico para plantas, para a fabricação de 
chapas de aglomerado e em granjas de criação de frangos. A empresa assumiu um 
compromisso com a sociedade e o meio ambiente que se estende a projetos socio-
ambientais para despertar a consciência da comunidade em relação à importância 
de cuidar do ambiente natural, além de oferecer oportunidade para que crianças em 
situação de desigualdade social desenvolvam sua criatividade (FABER CASTELL, 2018). 
ANDREASI, D. Consumismo x pirâmide de Maslow: uma outra visão da teoria. [S.l.]: 
Jovem Administrador, 2011. Disponível em: <http://jovemadministrador.com.br/
consumismo--x-piramide-de-maslow-uma-outra-visao-da-teoria/>. Acesso em: 10 
jan. 2018.
ARAÚJO, G. C. et al. Sustentabilidade Empresarial: conceito e indicadores. In: CON-
GRESSO VIRTUAL BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO – CONVIBRA. 3., nov. 2006. Artigos... 
Disponível em: <http://www.convibra.com.br/2006/artigos/61_pdf.pdf>. Acesso 
em: 11 abr. 2018.
BRASIL. Manual de educação para o Consumo Sustentável. Brasília, DF: Consumers 
International/ MMA/ MEC/ IDEC, 2005. 160 p. Disposnível em: <http://www.mma.
gov.br/estruturas/educamb/_arquivos/consumo_sustentavel.pdf>. Acesso em: 
11 abr. 2018.
CARVALHO, A. P.; BARBIERI, J. C. Inovação em Práticas Sustentáveis: o caso Natura. 2012. 
Disponível em: <http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:7JMrIoc5
e3UJ:gvpesquisa.fgv.br/publicacoes/gvp/inovacao-em-praticas-sustentaveis-o-caso-
-natura+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br>. Acesso em: 11 abr. 2018.
A ambientalização das relações de consumo318
Realidade_Socioeconomico_Book.indb 318 13/06/2018 13:29:42
GRISOTTO, R. As práticas sustentáveis que já dão dinheiro a empresas brasileiras. Época 
Negócios. 2015. Disponível em: <https://epocanegocios.globo.com/Informacao/Acao/
noticia/2015/08/praticas-sustentaveis-que-ja-dao-dinheiro-empresas-brasileiras.
html>. Acesso em 13 abr. 2018.
JALES,S. Desejo X Necessidade. 26 jun. 2017. Disponível em: <https://cidadeverde.com/
suzanejales/85019/desejo-x-necessidade>. Acesso em: 11 abr. 2018.
LAYRARGUES. P. P. A cortina de fumaça: o discurso empresarial verde e a ideologia da 
racionalidade econômica. São Paulo: Annablume, 1998.
LEITE, A. P. R. Marketing para Causas Sociais: uma abordagem na visão dos consu-
midores natalenses. 2007. Disponível em: <https://www.aedb.br/seget/arquivos/
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MARQUES, C.S.A. Notas de aula de Gestão Ambiental. Faculdade de Ilha Solteira, p. 
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OLIVEIRA, F. S. et al. Marketing verde nas empresas. 2015. Disponível em: <http://fait.revista.
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OLIVEIRA FILHO, J. E. Gestão ambiental e sustentabilidade: um novo paradigma eco-
-econômico para as organizações modernas. DOMUS ON LINE, v. 1, n. 1, p. 92-113. jan./
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Domus%20N%C2%BA1%202004/domus_jaime.pdf>. Acesso em: 11 abr. 2018.
PHILIPPI, L. S. A Construção do Desenvolvimento Sustentável. In: LEITE, A. L. T. A.; 
MININNI-MEDINA, N. Educação Ambiental: questões ambientais – conceitos, história, 
problemas e alternativa. 2. ed. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente, 2001. (Curso 
básico à distância, 5).
REZ, R. Pirâmide de Maslow: hierarquia de necessidades do consumidor. 02 fev. 2016. 
Disponível em: <https://novaescolademarketing.com.br/marketing/piramide-de-
-maslow/>. Acesso em: 11 abr. 2018.
RIBEIRO, A. F. Taylorismo, fordismo e toyotismo. Lutas Sociais, v. 19, n. 35, 2015. Dispo-
nível em: <https://revistas.pucsp.br/index.php/ls/article/view/26678>. Acesso em: 
11 abr. 2018.
SANDRONI, P. Dicionário de economia do século XXI. 8. ed. Rio de Janeiro: Record, 2005.
TERRA, T. Natura: a história de uma marca sustentável. 16 set. 2009. Disponível em: 
<www.mundodomarketing.com.br/1,11243,natura-a-historia-de-uma-marca-susten-
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VASCONCELLOS, M. A; GARCIA, M. E. Fundamentos da Economia. 5. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2014.
VIVO. Práticas sustentáveis: veja como se beneficiar e minimizar impactos. 2018. Dispo-
nível em: <http://destinonegocio.com/br/gestao/praticas-sustentaveis-veja-como-
-a-empresa-pode-se-beneficiar-e-minimizar-impactos/>. Acesso em: 11 abr. 2018.
319A ambientalização das relações de consumo
Realidade_Socioeconomico_Book.indb 319 13/06/2018 13:29:42
Leituras recomendadas
ECO D. O que é EcoDesenvolvimento? 2013. Disponível em: <http://www.ecodesen-
volvimento.org/ecodesenvolvimento>. Acesso em: 11 abr. 2018.
FABER-CASTELL. Faber-Castell: a única empresa a plantar árvores para a produção 
de EcoLápis. 2018. Disponível em: <http://educacao.faber-castell.com.br/conheca-
-a-faber-castell/sustentabilidade/>. Acesso em: 11 abr. 2018.
A ambientalização das relações de consumo320
Realidade_Socioeconomico_Book.indb 320 13/06/2018 13:29:42
DICA DO PROFESSOR
Apresenta-se no vídeo uma reflexão sobre a ambientalização das relações de consumo.
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EXERCÍCIOS
1) No livro Consumo sustentável, destaca-se que os bens, em todas as culturas, 
funcionam como manifestação concreta dos valores e da posição social de seus 
proprietários. Analisando o conceito de consumismo, leia as afirmativas abaixo e 
defina qual delas mais se encaixa em tal conceito: 
A) O consumismo é o modo de vida orientado pelo consumo de bens ou serviços calcados na 
ideia de status que ele pode oferecer (sucesso, felicidade, prazer), atribuído pelos meios de 
comunicação de massa.
B) O consumismo não envolve a mudança de hábitos e nem a replicação de valores da 
sociedade.
C) O consumismo mostra algo ligado aos desejos da pessoa, independente da sociedade e do 
grupo a qual pertence.
D) O consumismo foca produtos locais desprovidos de marcas valorizadas pela sociedade, 
sem utilizar meios de propaganda de massa e de marketing, favorecendo o consumo mais 
consciente.
E) A felicidade e a qualidade de vida estão intimamente ligadas a conceitos coletivos e 
altruístas, sempre se pensando no bem coletivo e na consciência do cidadão.
Várias são as estratégias que foram surgindo em função da maior conscientização 2) 
sobre o nosso papel de consumidor em relação ao meio ambiente. Entre as estratégias 
que surgiram, o consumo verde: 
A) mostra-se como aquele que busca a qualidade e o preço, refletindo sobre o processo de 
produção mais limpo do produto, a partir da escolha de produtos e serviços que poluam 
menos o ambiente (através de seu ciclo de vida).
B) revela que o consumidor verde não está preocupado em reduzir os problemas ambientais, e 
sim em demonstrar status de poder comprar produtos mais caros.
C) não possui limitações.
D) mostra que muitas empresas, em função da questão ambiental, passaram a mapear o 
consumo das populações de menor renda, as quais se apresentam como um nicho de 
mercado interessante para os produtos verdes.
E) destaca uma preocupação por parte das pessoas, do governo e das empresas de diminuir a 
desigualdade ao acesso aos bens ambientalmente corretos, abaixando os preços de tais 
produtos para que as classes mais pobres possam consumi-los.
3) Refletindo sobre o conceito de consumo sustentável, que está além de consumir 
produtos “verdes”, do tipo de tecnologia existente nos produtos e do comportamento 
individual de consumo, marque a alternativa correta acerca do conceito de consumo 
sustentável: 
A) Comprar o que é realmente necessário, estendendo a vida útil do produto o quanto for 
possível e descartando-o de maneira correta, considerando também o incremento de 
políticas públicas de inserção de todas as classes sociais em um patamar igualitário de 
escolha de produtos.
B) O desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a 
capacidade de atender às necessidades das futuras gerações.
C) O modo de vida orientado pelo consumo de bens ou serviços calcados na ideia de status 
que ele pode oferecer (sucesso, felicidade, prazer), atribuído pelos meios de comunicação 
de massa.
D) O modelo de produção no qual se desenvolve, fabrica-se e distribui-se um produto para 
consumo de forma que este se torne obsoleto ou não funcional, em um tempo programado, 
sem perder a confiança do consumidor na marca, visando forçá-lo a comprar um novo 
produto.
E) Um modelo de consumo que valoriza o produto ambientalmente correto, não importando a 
forma como podemos acessá-lo. É um estilo de vida individual.
4) Leia atentamente as afirmativas a seguir e escolha a que descreve 
CORRETAMENTE as características das relações entre consumo e cidadania. 
A) Consumo e cidadania não podem ser pensados de forma conjunta e inseparável.
B) O exercício da cidadania pode ser desvinculado do consumo.
C) O consumo é uma apropriação coletiva de objetos que nos passam status e satisfação 
biológica e tem relação direta com a cidadania.
D) O consumo está diretamente regulado pela cidadania e pelo pensamento de comunidade.
E) O consumidor não deve ser crítico, devendo se ater aos desejos individualistas e esquecer-
se das pessoas e de suas comunidades.
5) Sobre a politização das relações de consumo, leia atentamente as afirmativas a seguir 
e escolha a que condiz com seus conceitos e práticas.
É aquela política que busca ações em todos os locais, visando integrar o máximo de A) 
pessoas para que elas entendam as relações de consumo e sejam cidadãs mais conscientes.
B) Uma das respostas políticas para a percepção da exploração e das desigualdades nas 
relações de consumo deve ser a tentativa de fomentar a exploração, aumentando a 
proporção do consumo realizado dentro do mercado convencional.
C) A soberania do consumidor deve se ater a sua própria vontade, esquecendo-se das questões 
políticas, sociais e ambientais que o cercam.D) O movimento dos consumidores não utiliza estratégias de boicote, cooperativas, 
rotulagens, entre outras, pois busca identificar, cada vez mais, produtos estilizados e que 
deem cada vez mais status.
E) O consumidor deve estar consciente de sua posição, se politizar na defesa das forças do 
mercado e visar produtos com menores preços, independente das consequências ligadas às 
questões ambientais.
NA PRÁTICA
A seguir, veremos as relações de consumo, suas características e suas consequências, a partir da 
apresentação do ciclo de vida como uma das ferramentas para um consumo sustentável e 
consciente.
 
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Avaliação de ciclo de vida
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Ciclo da lata de alumínio
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A história das coisas (versão brasileira)
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Desenvolvimento sustentável
APRESENTAÇÃO
A preocupação com o meio ambiente tem ganhado cada vez mais força. Para as empresas que 
pretendem se destacar no mercado, não basta gerar lucro e crescer. Agora, como diferencial, elas 
precisam se destacar em sua forma de gestão e posicionamento frente às questões ambientais. 
Distintas correntes de pensamento econômico foram propostas ao longo da história para incluir 
as questões ambientais. 
Concomitantemente, nasce um conceito-chave, o desenvolvimento sustentável, que não vai 
contra o crescimento econômico, porém esse deve ser comprometido com a preservação do 
meio ambiente e o desenvolvimento social, além de garantir às gerações futuras acesso às 
matérias-primas e a um ambiente de qualidade. O desafio é grande. Será que você está 
preparado? Não basta ser radical. É preciso pensar e propor soluções.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai saber a diferença entre crescimento econômico e 
desenvolvimento econômico sustentável, conhecer as principais correntes do pensamento 
econômico que integram as questões ambientais, bem como reconhecer os tipos de 
ambientalismo.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Diferenciar crescimento econômico de desenvolvimento econômico e sustentável.•
Reconhecer as principais vertentes econômicas que abordam os problemas ambientais.•
Identificar as características principais do ambientalismo e do ambientalismo radical.•
DESAFIO
Durante muitos anos, a humanidade utilizou os recursos naturais para promover o seu 
desenvolvimento sem nenhuma preocupação com o meio ambiente. Rios foram poluídos, solos 
foram contaminados e o ar, por vezes, ficou irrespirável, trazendo enormes prejuízos ao meio 
ambiente e também à saúde das pessoas. No entanto, estamos mudando. 
Luciano, gestor ambiental, acaba de ser contratado por uma consultoria para atuar no 
assessoramento ambiental dentro das empresas. Em seu primeiro processo, precisa vistoriar uma 
oficina mecânica para o atendimento de condicionantes de licença ambiental. Chegando ao 
local, Luciano se depara com um ambiente de aspecto sujo, com manchas de óleo pelo piso, 
peças jogadas pelos cantos e tonel com óleo direto no piso. Além disso, constatou que 
os funcionários, moradores do entorno da oficina, estavam sujos e sem o devido equipamento de 
segurança, e o dono do estabelecimento reclamava do processo e das exigências por parte do 
órgão ambiental, bem como do baixo fluxo de clientes. Luciano, então, propôs ao dono do 
estabelecimento uma mudança completa na oficina, baseada na limpeza do local, na renovação 
de pintura, na colocação de caixa de madeira para estocagem de peças com óleo, no treinamento 
e no acompanhamento dos funcionários. O objetivo foi obter mais qualidade de vida e atividade, 
bem como local adequado para a colocação do tonel, assegurando que essas ações, além de 
atenderem às exigências do órgão ambiental, fariam a oficina crescer economicamente. As 
mudanças foram feitas na oficina e, de fato, a clientela retornou ao local. Luciano acabou 
ganhando uma promoção pela sua atuação nesse processo.
Agora, seu desafio será compreender por que Luciano se saiu tão bem nesse trabalho. Analise o 
case colocado e avalie o posicionamento de Luciano. Para tanto, responda:
1. Levando em consideração o desenvolvimento sustentável, por que você acha que Luciano 
teve êxito nesse processo? 
2. Luciano poderia ser enquadrado em algum tipo de ambientalismo? Justifique.
INFOGRÁFICO
A sociedade humana depende dos recursos naturais. Extraímos tudo do meio ambiente para 
transformar e produzir os bens de consumo de que necessitamos. No entanto, nossa economia 
pouco discutiu e incluiu essa relação estreita entre o desenvolvimento econômico e as questões 
ambientais. Não obstante, e considerando que se trata de uma discussão muito mais profunda da 
civilização humana que a econômica, nasceu o conceito de desenvolvimento sustentável e que 
tem moldado muito a gestão mundial pública e privada. 
Vamos, agora, neste Infográfico, conhecer as principais vertentes do pensamento econômico que 
integram as questões ambientais. Atente também para os principais eventos que deram origem a 
esse importante conceito. Seguimos, então, rumo ao desenvolvimento mais sustentável para a 
humanidade. 
CONTEÚDO DO LIVRO
Desenvolvimento sustentável é um assunto que está em alta, sendo amplamente discutido na 
mídia mundial. De modo geral, a sustentabilidade visa garantir um equilíbrio entre a economia, 
a sociedade e o ambiente, a fim de diminuir os impactos ambientais, e desta forma, deixar para 
as gerações futuras um ambiente mais limpo.
Falando dessa forma, parece fácil implantar a sustentabilidade, mas na prática, nem sempre isto 
se torna fácil. Muitas vezes empresas e governos resistem em adotar formas de diminuir os 
impactos ambientais, pois muitas vezes os custos financeiros são elevados. Muitas empresas 
estão preocupadas apenas com o desenvolvimento econômico, não havendo uma real 
preocupação com as questões ambientais e/ou sociais. 
Para saber mais a respeito desse assunto, leia o capítulo titulado Desenvolvimento sustentável da 
obra Gestão Ambiental, base teórica desta Unidade de Aprendizagem. 
Boa leitura.
GESTÃO 
AMBIENTAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Diferenciar crescimento econômico de desenvolvimento econômico sus-
tentável.
 > Reconhecer as principais vertentes econômicas que abordam os problemas 
ambientais.
 > Identificar as características principais do ambientalismo e do ambienta-
lismo radical.
Introdução
O objetivo geral da gestão ambiental em empresas é fazer com que cada uma 
delas obtenha lucros, mas evitando ou mitigando os impactos ao meio ambiente, 
otimizando o uso de matérias-primas e reduzindo os resíduos gerados. Dessa 
forma, as empresas buscam promover o desenvolvimento sustentável, pelo qual 
obtêm crescimento econômico, mas sem comprometer a preservação do meio 
ambiente e o desenvolvimento social, fazendo com que as gerações futuras tenham 
acesso a um ambiente equilibrado. O primeiro passo para que o desenvolvimento 
sustentável seja alcançado é reconhecer que os recursos naturais são finitos.
Neste capítulo, você conhecerá as condições necessárias para um crescimento 
econômico sustentável, bem como as ferramentas e conhecimentos de que as 
empresas dispõem para colocá-lo em prática e ainda assim garantir seus lucros. Por 
fim, verá a importância do ambientalismo e suas diversas formas de manifestação. 
Desenvolvimento 
sustentável
Ronei Tiago Stein
Crescimento econômico versus 
desenvolvimento econômico sustentável
O aumento da população mundial ao longo da história exige áreas cada vez 
maiores para a produção de alimentos, bem como técnicas de cultivo que 
aumentem a produtividade da terra. Florestas cedem lugar a lavouras e 
criações, espécies animais e vegetais são domesticadas, muitas extintas eoutras, ao perderem seus predadores naturais, multiplicam-se acelerada-
mente, afetando toda a cadeia alimentar (ALMEIDA, 2007). 
Há séculos, o ser humano vem retirando matérias-primas do ambiente, para 
promover seu sustento e desenvolvimento. Em troca, ele devolve poluição, 
contaminação e degradação ao ambiente, provocando enormes impactos. 
Conforme ressalta Schwanke (2013), esse modelo é denominado sistema 
aberto, e está baseado nas seguintes premissas:
 � suprimento inesgotável de energia;
 � suprimento inesgotáveĺ de matéria;
 � capacidade infinita do meio de reciclar matéria e absorver energia.
Infelizmente, muitas pessoas, empresas e alguns governos ainda possuem 
essa errônea ideia de que a energia e a matéria são inesgotáveis. Sob essa 
premissa, o ambiente acaba sendo deixado totalmente de lado, havendo 
apenas e unicamente a preocupação com o crescimento da economia. Esses 
agentes não estão preocupados com a causa ambiental, fazendo apenas o 
estritamente necessário em relação ao ambiente. Ou seja, o lucro é o único 
objetivo do crescimento econômico, não importando como exatamente será 
obtido, quais as consequências ambientais para obtê-lo e quais efeitos que 
a sociedade irá enfrentar.
Por outro lado, Schwanke (2013) menciona que cada vez mais a questão 
ambiental vem se tornando uma realidade para os diversos setores da so-
ciedade (indústrias, governos, população), com a conscientização de que 
o acúmulo de resíduos, desmatamentos, queimadas e outras formas de 
degradação ambiental podem trazer graves consequências para a saúde, 
para a qualidade ambiental e para a própria imagem dos agentes envolvidos. 
No setor produtivo, esses valores foram gradativamente incorporados com 
ações no sentido da utilização racional dos recursos naturais e do controle 
dos impactos negativos ao meio ambiente, originando uma nova percepção 
ambiental. Dessa forma, surgiu o modelo de desenvolvimento sustentável, 
que foi conceituado em 1987, pela Comissão Mundial de Desenvolvimento e 
Desenvolvimento sustentável2
Meio Ambiente, formada originalmente pela Organização das Nações Unidas 
(ONU) em 1984.
De maneira geral, o desenvolvimento sustentável busca atender três 
aspectos básicos: o econômico, o ambiental e o social. Cabe mencionar que 
esses três aspectos devem estar em total integração para que a sustenta-
bilidade realmente se mantenha. Qualquer atividade econômica, seja ela 
para produção ou consumo, envolve a utilização de ambiente natural. Logo, 
quando uma empresa deseja otimizar insumos e gerar menos poluentes, 
além do próprio ambiente sair ganhando, a empresa economiza dinheiro e 
a população de modo geral sai ganhando em qualidade de vida, pois menos 
poluentes são gerados. 
Para uma empresa ser considerada sustentável, deve contemplar as cinco 
dimensões de sustentabilidade, descritas a seguir (CAMPOS, 2001):
 � Sustentabilidade social — entendida como a criação de um processo de 
desenvolvimento sustentado por uma civilização com maior equidade 
na distribuição de renda e de bens, de modo a reduzir o abismo entre 
os padrões de vida dos ricos e dos pobres.
 � Sustentabilidade econômica — deve ser alcançada mediante o ge-
renciamento e a alocação mais eficientes dos recursos e de um fluxo 
constante de investimentos públicos e privados.
 � Sustentabilidade ecológica — pode ser alcançada por meio do aumento 
da capacidade de utilização dos recursos, limitação do consumo de 
combustíveis fósseis e de outros recursos e produtos que são facil-
mente esgotáveis, redução da geração de resíduos e poluição, tudo 
isso mediante conservação de energia e recursos e da reciclagem.
 � Sustentabilidade espacial — voltada à obtenção de uma configuração 
rural–urbana mais equilibrada e uma melhor distribuição territorial 
dos assentamentos humanos e das atividades econômicas.
 � Sustentabilidade cultural — inclui a procura por raízes endógenas de 
processos de modernização e de sistemas agrícolas integrados, que 
facilitem a geração de soluções específicas para o local, o ecossistema, 
a cultura e a área.
Aligleri, Aligleri e Kruglianskas (2016) mencionam que a gestão da produção, 
com foco na sustentabilidade, deve considerar não apenas a eficiência do 
processo em termos de perda de matéria-prima, uso de energia, qualidade dos 
produtos e serviços, tecnologia e capacidade de inovação, responsabilidade 
social e ecológica, mas também a recuperação, reutilização ou reciclagem, 
Desenvolvimento sustentável 3
a conservação dos recursos naturais e os impactos ocasionados pelo ciclo 
de vida dos produtos. Dessa forma, princípios de prevenção e precaução 
ambiental tornam-se parte do processo de produção.
Dentre os benefícios que uma empresa pode obter ao implantar uma 
produção mais sustentável, Aligleri, Aligleri e Kruglianskas (2016) destacam:
 � desenvolvimento de produtos com ecodesign e potencialização do 
valor percebido pelo cliente;
 � integração dos sistemas de gestão para tornar o uso de informações 
mais objetivo; 
 � relação de parceria com os clientes e fornecedores para adequar a 
produção e produzir somente o que for necessário; 
 � otimização do esforço produtivo pelo desperdício zero, para gerar 
menor número de ações e resíduos;
 � menor consumo de energia e recursos; 
 � seleção de matérias-primas e insumos ambientalmente adequados; 
 � locais de trabalho mais limpos e seguros.
A Figura 1 resume alguns propósitos dos modelos de produção sustentáveis. 
Figura 1. Elementos vinculados aos modelos de produção sustentável. 
Fonte: Aligleri, Aligleri e Kruglianskas (2016, p. 154). 
Desenvolvimento sustentável4
Segundo Haddad (2015), nos últimos tempos têm surgido iniciativas do 
governo federal estimulando o desenvolvimento mais sustentável por meio 
de alguns incentivos fiscais. Algum exemplos são destacados a seguir. 
 � Ecocrédito municipal: mecanismo econômico de mercado sob a forma 
de incentivo fiscal que visa estimular, dentro das propriedades ru-
rais nos limites geográficos de um município, a formação de áreas de 
preservação ambiental destinadas à conservação da biodiversidade 
e dos recursos hídricos.
 � ICMS ecológico: denominação para qualquer critério ou conjunto de 
critérios de caráter ambiental utilizados para o cálculo do valor que 
cada município de um estado tem direito a receber do repasse de 
25% dos recursos financeiros do Imposto sobre Operações Relativas 
à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte 
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), decididos 
autonomamente por lei estadual. Quanto maior a participação do ICMS 
ecológico nesse valor, maiores serão os incentivos fiscais para que os 
municípios implementem projetos de preservação ambiental, incluindo 
os ecossistemas de bacias hidrográficas e a sua biodiversidade.
 � Impostos verdes e taxas ambientais: representam basicamente a 
imposição de um ônus financeiro sobre a poluição ou degradação 
ambiental. Seria pago pelas empresas que, nas fases de implantação, 
de operação e de manutenção de seus empreendimentos, provocas-
sem danos ambientais, descarregando e emitindo resíduos no meio 
ambiente, sendo que suas alíquotas diferenciadas seriam calibradas 
de acordo com o dano que a poluição do empreendimento provoca. 
Inversamente, pode-se pensar no imposto verde positivo (ou benefício) 
para empresas e consumidores, como o Imposto de Renda Ecológico, 
um tipo de Lei Rouanet para o patrimônio natural.
 � Financiamentos incentivados: abertura ou uso de linhas especiais de 
financiamento para projetos de investimento que tenham por objetivo 
a conservação e a preservação dos recursos ambientais, assim como a 
introdução de critérios ambientais na avaliação de projetos de inves-
timentos de infraestrutura econômica e de projetos de investimento 
diretamente produtivos.
Sendo assim, existe uma grande diferente entre o desenvolvimento eco-
nômico e o desenvolvimento econômico sustentável. Obviamente, a economia 
de uma nação ou empresa é fundamental,mas o crescimento precisa trazer 
Desenvolvimento sustentável 5
bem-estar social e respeitar o ambiente. Os lucros são importantes, mas 
devem estar baseados em uma economia que vise encontrar formas de reduzir 
ou diminuir os impactos ambientais. 
Soluções econômicas para problemas 
ambientais
Algumas correntes de economistas têm procurado desenvolver conceitos, 
métodos e técnicas que objetivam calcular os valores econômicos detidos 
pelo ambiente. Dessa forma, ao longo da história, foram surgindo diferentes 
linhas de pensamento/vertentes econômicas. Logo, quando mencionamos 
vertentes econômicas que abordam as questões ambientais, estamos falando 
de formas de promover um crescimento que respeite o ambiente. Cabe res-
saltar que esses pensamentos foram evoluindo à medida que o ser humano 
obteve mais informações/conhecimentos sobre as questões ambientais. 
Dentre as principais linhas de pensamento nessa área, Portugal, Portugal 
Júnior e Brito (2012) mencionam:
 � malthusiana;
 � neoclássica; 
 � economia ecológica;
 � economia do desenvolvimento sustentável (ecodesenvolvimento). 
Cada linha de pensamento citada apresenta diferentes vertentes 
econômicas, ou seja, características específicas, seja em relação 
ao surgimento ou à evolução. Além disso, apresentam diferentes contribuições 
para o entendimento da problemática ambiental no âmbito econômico mundial.
A linha de pensamento malthusiana tem origem na teoria do economista 
inglês Thomas Robert Malthus (1766–1834), cuja doutrina relacionava a 
evolução da população e a capacidade produtiva da economia. Conforme 
mencionam Barbieri e Feijó (2014), Malthus ligou a questão da sobrevivência 
humana com o crescimento populacional e a competição por recursos 
naturais. A quantidade de alimentos e outros recursos disponíveis para 
o consumo humano representava para ele um freio ou um estímulo, de-
pendendo de sua escassez relativa, para o crescimento demográfico. 
Ou seja, afirmava que a população cresceria até o ponto em que seria 
Desenvolvimento sustentável6
simplesmente impossível produzir alimentos suficientes para o grande 
número de pessoas que existentes no planeta.
De acordo com Portugal, Portugal Júnior e Brito (2012, documento on-line), 
Malthus afirmava:
Que a população crescia em uma progressão geométrica enquanto que a produção, 
principalmente de alimentos, tinha seu crescimento em progressão aritmética. 
Isso levaria a um grave problema de baixo abastecimento de um mercado com 
demanda em franca expansão. 
Na época de Malthus, não havia, nas mais diferentes áreas, tecnologias e 
conhecimentos científicos como nos dias atuais. Por isso, ele imaginava que 
esse “colapso alimentar” ocorreria em um futuro muito breve. Passados mais 
de 190 anos de sua morte, tal colapso alimentar ainda não chegou, apesar 
de algumas nações, principalmente as mais pobres, apresentarem graves 
problemas de fome. 
Por sua vez, a linha de pensamento neoclássica defende que o mercado ga-
rante o equilíbrio entre a disponibilidade e a demanda de recursos básicos, como 
de água, por exemplo, sendo que a cobrança altera o comportamento dos agentes 
para melhor (GODOY, 2011). A economia neoclássica surgiu no fim do século 
XIX e início do século XX, pelos estudos do austríaco Carl Menger (1840–1921), do 
inglês William Stanley Jevons (1835–1882) e do francês Léon Walras (1834–1910). 
Cabe mencionar que houve outros autores/estudiosos que compuseram as bases 
da economia neoclássica, mas estes três foram os que mais se destacaram. 
A economia neoclássica nasceu em diversos países, sob culturas econô-
micas diferentes, quase ao mesmo tempo, tendo o “[...] objetivo central de 
mostrar como um mercado funciona quando tais átomos sociais dançam, 
por assim dizer, a música dos preços” (PRADO, 2001, p. 11). Ou seja, a eco-
nomia neoclássica estuda a formação dos preços, a produção e a distribui-
ção da renda por meio do mecanismo de oferta e demanda dos mercados.
Atualmente, predomina no cenário mundial a economia neoclássica, 
sendo que existem diferentes versões em uso na área da economia. 
Prado (2001) menciona que há uma versão macroeconômica, que se caracteriza 
por empregar variáveis agregadas como produto nacional, consumo, renda, 
quantidade de moeda, etc., em especial a noção de função de produção agregada, 
na qual entram, grosso modo, os fatores de produção de capital, trabalho e terra. 
Há também uma versão microeconômica, em que os fatores de produção são 
considerados, um a um, como quantidades homogêneas, e os consumidores e 
as firmas são agentes que tomam decisões individualmente.
Desenvolvimento sustentável 7
Porém, principalmente após a década de 1960, no período pós-guerra, 
empresas, governos e indivíduos começaram a se preocupar mais com as 
questões ambientais. Dessa forma, surgiu a economia ecológica (também 
chamada de economia verde em algumas bibliografias), que está baseada 
em um desenvolvimento mais sustentável, que inicialmente era denominado 
de ecodesenvolvimento. 
A economia ecológica representa uma crítica direta ao sistema econômico 
clássico, o qual não insere os custos ambientais na abordagem econômica. 
O ponto de vista ecológico na economia implica uma mudança fundamental 
na percepção dos problemas de alocação de recursos e de como devem ser 
tratados, postulando uma revisão da dinâmica do crescimento econômico 
(CAVALCANTI, 2003).
Conforme Romeiro (2012), para algo ser considerado sustentável, o desen-
volvimento deve ser economicamente sustentado (ou eficiente), socialmente 
desejável (ou includente) e ecologicamente prudente (ou equilibrado). O 
autor ainda menciona que a proposição conciliadora dos ecodesenvolvi-
mentistas se baseia num conceito normativo sobre como pode e deve ser o 
desenvolvimento. A intenção é manter um crescimento econômico eficiente 
(sustentado) a longo prazo, acompanhado da melhoria das condições sociais 
(distribuindo renda) e respeitando o meio ambiente. De modo análogo, os 
ecodesenvolvimentistas propõem um conjunto de políticas ambientais ca-
pazes de levar em conta o risco ambiental, havendo um equilíbrio entre o 
crescimento econômico e meio ambiente.
Atualmente, existem diferentes maneiras de promover o desenvolvimento 
mais sustentável em empresas e garantir uma economia mais ecológica. Como 
exemplos, podemos citar a Análise do Ciclo de Vida (ACV) dos produtos, a 
Produção mais Limpa (P+L), o ecodesign e a logística reversa. 
Chehebe (1997) menciona que a ACV dos produtos é uma técnica que busca 
avaliar os aspectos e os impactos potenciais associados a um determinado pro-
duto, compreendendo etapas que vão desde a retirada da natureza das matérias-
-primas elementares que entram no sistema produtivo até o descarte do produto 
final. Logo, a ACV é a parte da gestão ambiental que avalia produtos e processos. 
A partir da ACV, empresas podem identificar e prever falhas na questão 
ambiental, para então encontrar soluções que busquem minimizar ou eliminar 
essas falhas, bem como eventuais impactos ambientais, e até mesmo diminuir 
a quantidade de materiais/rejeitos gerados. Com isso, o próprio consumidor/
cliente poderá escolher produtos mais sustentáveis.
Já a P+L consiste em realizar ajustes no processo produtivo, a fim de 
reduzir a emissão e geração de resíduos sólidos. Segundo Lemos, Mello e 
Desenvolvimento sustentável8
Nascimento (2008), esses ajustes podem envolver pequenas reparações na 
situação atual da planta empresarial, compra de novas tecnologias (simples 
ou complexas) ou a troca de todo o sistema de produção. Essa escolha varia 
de empresa para empresa, sendo preciso avaliar o processo produtivo de 
cada uma de forma isolada.
Por sua vez, o ecodesign busca evitar o uso de determinados materiais, 
tendo em vista a dificuldade em relação aos seus processos de reciclagem 
e descarte final de forma isolada. O ecodesign deve prever que os objetos/
produtos serão reciclados e, para isso, precisam ser desmontados. É im-
portante facilitar o reconhecimentodos materiais, de modo que todos os 
componentes, mesmo os constituídos por diferentes materiais, possam ser 
reciclados e reutilizados. 
Assim, o ecodesign promove o uso de materiais renováveis. Carvalho e 
Mano (2018) descrevem que os processos e métodos dos materiais renováveis 
partem do descarte de um material ou de partes de um produto. Quanto mais 
fácil for a desmontagem e a extensão de vida desses materiais, maiores serão 
as possibilidades de renovação de novos materiais. 
Por fim, as atividades da logística reversa estão relacionadas com o des-
tino adequado de produtos e embalagens, de forma que respeitem o meio 
ambiente. Leite (2009) e Pereira et al. (2012) mencionam que a logística reversa 
em empresas tem como vantagens:
 � aumento da competitividade;
 � promoção da limpeza de estoque;
 � garantia do respeito às legislações em vigor;
 � valorização econômica; 
 � garantia da recuperação de ativos.
Logo, percebe-se que diferentes linhas econômicas foram responsáveis pelos 
conhecimentos do atual modelo econômico em uso. Mais recentemente, devido 
à conscientização quanto aos impactos ambientais que veem sendo causados, 
o ser humano vem cada vez mais se preocupando com a questão ambiental e 
buscando uma economia mais limpa e ambientalmente mais eficiente. 
Tipos de ambientalismo 
De acordo com Pereira (2018), atualmente é comum as pessoas (ou até mesmo 
as empresas) se declarem ambientalistas, mesmo que não participem de um 
grupo da sociedade civil dedicado à proteção ambiental.
Desenvolvimento sustentável 9
De modo geral, o ambientalismo é um movimento construído historica-
mente, estando disperso em diversas vertentes, dedicando-se a proteção e 
conservação do ambiente.
Philippi Jr. (2014) descreve que, ao longo das décadas de 1950 e 1960, 
várias questões sociais e políticas criaram um intenso ativismo 
público, que acabou instigando a formação de um movimento ambientalista 
mais amplo. No Brasil, durante a década de 1960 foram produzidas importantes 
legislações voltadas à proteção ambiental, como o novo Código Florestal e a 
nova Lei de Proteção aos Animais.
Alguns fatores desempenharam um papel decisivo na formação dos mo-
vimentos ambientalistas, dentre os quais podemos destacar os seguintes 
(PHILIPPI JR., 2014):
 � tomada de consciência a respeito dos efeitos da afluência no pós-guerra 
e das consequências dos testes atômicos; 
 � ampla divulgação de uma série de desastres ambientais;
 � avanços no conhecimento científico no tocante à temática ambiental; 
 � publicação de estudos antropológicos a respeito dos valores e do estilo 
de vida dos povos tradicionais e a influência de outros movimentos 
sociais.
No âmbito mundial, o ambientalismo vem mostrando uma crescente 
integração com outros movimentos sociais, pois cada vez mais as pessoas 
estão percebendo que, por trás das crescentes disparidades sociais, da de-
gradação ambiental e dos abusos aos direitos humanos, estão as estruturas 
econômicas globalizadas, o que exige, portanto, uma estratégia política 
de enfrentamento global para garantir a construção e a consolidação das 
sociedades sustentáveis (PHILIPPI JR., 2014).
O ambientalismo está comprometido não apenas com um ambiente em 
que prepondera e preocupa a questão da poluição decorrente da industria-
lização, mas também com fatores subjacentes à vida das espécies presentes 
no planeta (GOMES; BRANDALISE, 2017). 
Em termos gerais, podemos distinguir tipos diferentes ambientalismo. O 
primeiro deles pode ser chamado de ambientalismo conservacionista, que 
busca a compensação por uma atividade extrativa, como a mineração ou a 
extração de petróleo. A compensação busca proteger determinado fragmento 
de paisagem natural da ocupação e uso extrativista pelo ser humano. Por 
Desenvolvimento sustentável10
isso, seus representantes buscam criar zonas de amortecimento e zonas de 
proteção, seja da vegetação nativa, fauna ou corpos d'água, a fim de que não 
haja atividades antrópicas extrativistas nessas áreas.
Há também o chamado de ambientalismo populista, aquele que busca 
promover a nacionalização das atividades extrativas e estimular a indústria 
nacional. Ou seja, seu objetivo é transferir o impacto ambiental causado por 
empresas para o Estado, já que as empresas geram impostos e empregos. 
Dessa forma, esse tipo de ambientalismo apresenta a ideia de que o Estado é 
responsável por encontrar formas de evitar e mitigar os impactos ambientais. 
Tamos ainda o que poderíamos chamar de ambientalismo das formas 
de vida, cuja ideia central é que as empresas possam praticar a atividade 
extrativa, desde que contribuam para a melhoria da qualidade de vida e o 
crescimento econômico da população afetada e/ou que se encontre próxima 
ao empreendimento. Ou seja, esse tipo de ambientalismo busca compensar 
a atividade extrativista por meio do apoio à população.
Já o chamado ambientalismo de justiça socioambiental critica o modelo 
econômico vigente, que discrimina certos grupos da sociedade, principalmente 
quem apresenta menores condições financeiras. Dessa forma, busca a justiça 
social e vê a desigualdade social como algo inaceitável. Dentre as práticas 
adotadas por esse tipo de ambientalismo, destacam-se o consentimento 
livre, prévio e informado, o zoneamento ecológico socioeconômico, a plena 
participação da população nas decisões que a afetam e a regulamentação 
estrita das indústrias extrativas para garantir que os direitos da população 
envolvida não sejam violados.
Por fim, temos o ambientalismo radical (também chamado de profundo), 
que encara a natureza como portadora de direitos semelhantes aos possu-
ídos pelas pessoas. Dessa forma, nenhuma atividade extrativista pode ser 
praticada, uma vez que a terra seria um ser vivo, assim como as plantas e os 
animais. Todos teriam o mesmo direito de não serem violados, e isso inclui 
o ambiente como um todo. Tampouco busca qualquer tipo de compensação 
da empresa extrativista, apenas a manutenção de ambientes sem qualquer 
interferência externa.
Frente ao que prega o ambientalismo radical, parece impossível imagi-
narmos o desenvolvimento da economia e da própria humanidade sem haver 
interferências e impactos ambientais. Obviamente, precisamos encontrar 
formas de produzir e promover o desenvolvimento econômico, mas de forma 
mais sustentável. 
Todos esses tipos de ambientalismo surgiram principalmente após a 
década de 1960, quando emergiu uma maior preocupação com as questões 
Desenvolvimento sustentável 11
ambientais, dando origem à chamada economia verde. Mesmo que o ser 
humano venha causando grandes impactos ambientais, não podemos ser 
radicais a ponto de proibir toda e qualquer prática extrativista ou que vise 
o desenvolvimento econômico. Para haver desenvolvimento, a humanidade 
depende dos recursos naturais. Caso as atividades extrativistas fossem 
proibidas, haveria consequências sociais enormes, pois muitos iriam morrer 
de fome, principalmente nações e pessoas com piores condições financeiras. 
Por outro lado, é necessário repensarmos como o planeta vem sendo alte-
rado pelo ser humano, pois já não está mais dando conta de tanta exploração 
e retirada de recursos. Com uma população mundial estimada em mais de 7,5 
bilhões de pessoas, o desenvolvimento sustentável precisa ser colocado em 
prática imediatamente, nos mais diferentes setores da economia. 
Referências
ALIGLERI, L.; ALIGLERI, L. A.; KRUGLIANSKAS, I. Gestão industrial e produção sustentável. 
São Paulo: Saraiva, 2016. 
ALMEIDA, D. H. C. Mudanças climáticas: premissas e situação futura. São Paulo: LCTE, 
2007.
BARBIERI, F.; FEIJÓ, R. L. C. Metodologia do pensamento econômico: o modo de fazer 
ciência dos economistas. São Paulo: Atlas, 2014. 
CAMPOS, L. M. S. SGADA: sistema de gestão e avaliação de desempenho ambiental: 
uma proposta de implementação. 2001. Tese (Doutorado em Engenharia da Produção) 
— Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2001. Disponível em: https://
repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/81601.

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