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OBSERVAÇÃO: PRINCÍPIOS PENAIS CONSTITUCIONAIS, SÃO PRINCÍPIOS QUE ADVÉM DIRETAMENTE DA CONSTITUIÇÃO; PRINCÍPIOS PENAIS, NÃO ADVÉM DA CONSTITUIÇÃO. CARACTERÍSTICAS DOS PRINCÍPIOS SÃO DIRIGIDOS A TODOS E PODEM SER: a) EXPLÍCITOS: AQUELE QUE ESTÁ ESCRITO; b) EXPRESSOS; c) IMPLÍCITOS: AQUELE QUE NÃO ESTÁ EXCRITO, MAS PODEM SER EXTRAÍDOS DA CONSTITUIÇÃO E/OU CÓDIGO PENAL. Princípio da intervenção mínima A criminalização de uma conduta só se legitima se constituir meio necessário para a prevenção de ataques contra bens jurídicos importantes. Assim, se outras formas de sanção ou outros meios de controle social revelarem-se suficientes para a tutela desse bem, a sua criminalização é inadequada e não recomendável. - Indaga-se: o fato pode ser suficientemente reprimido por outros ramos do direito? o direito penal é o mais coativo de todos, então ele deve ser o “por último”. Assim, se o estado não conseguir reprimir algo com outros ramos do direito, o direito penal é chamado a atuar. - Possui caráter fragmentário e subsidiário. → Princípio da fragmentariedade - É dirigido ao legislador. Assim, o direito penal não existe para a proteção de todo e qualquer bem jurídico, mas sim somente para proteção daqueles bens jurídicos considerados mais importantes dentro da sociedade. - Exemplo: a fidelidade conjugal é um bem jurídico, mas não é o bem jurídico que merece a tutela penal, hoje o adultério não é mais considerado um crime. - Indaga-se: o bem jurídico está entre os mais importantes a ponto de receber a tutela penal? → Princípio da subsidiariedade - Dirigido ao operador do direito. Se, no caso concreto, o problema puder ser equacionado por outro ramo do direito, deve-se afastar o Direito penal. - Indaga-se: no caso concreto, pode se afastar a aplicação do Direito Penal sem prejudicar a repressão ao fato? No caso concreto que vai se aferir se outros ramos do direito podem resolver de forma satisfatória aquele conflito, antes de recorrer para o direito penal, que só é admissível quando outros ramos do direito não conseguem solucionar os conflitos sociais. Princípio da alteridade/exteriorização de fato/lesividade o direito penal só pode criminalizar condutas que produzem ou possam produzir lesões a bens jurídicos alheios. - Assim, comportamentos que prejudiquem exclusivamente bens jurídicos próprios devem ser considerados irrelevantes penais. - Exemplo: o Direito Penal não tipificou como crime as condutas como a tentativa de suicídio ou o uso de drogas, etc. Princípio da ofensividade Somente pode criminalizar condutas que provoquem lesão ao bem jurídico ou, ao menos, exponham-no a perigo. Os crimes que tangem a ameaça para o bem jurídico, são: a) Crimes de dano: aqueles cuja consumação somente se produz com a efetiva lesão do bem jurídico. - Exemplo: crimes de homicídio, se consuma com a morte da vítima (Art. 121, CP); lesões corporais, se consuma com a ofensa da integridade física ou saúde da vítima (art. 129, cp); e o dano, se consuma com a efetiva deterioração da coisa alheia (Art. 163, cp). b) Crimes de perigo: aqueles que se consumam com a mera exposição do bem jurídico tutelado a uma situação de perigo, ou seja, basta a probabilidade de dano. Subdividem-se em: Crime de perigo abstrato ou presumido: Não se exige a comprovação da produção da situação de perigo, ao contrário, há presunção absoluta (juris et de juris) de que determinadas condutas acarretam perigo a bens jurídicos; Crime de perigo concreto: consumam-se com a efetiva comprovação, no caso concreto, da ocorrência da situação de perigo. - Se o acusador não mostrar que a conduta do agente no caso concreto causou perigo determinado, não existirá o crime. Princípio da individualização da pena (art. 5º, cf) É a individualização da pena no momento de uma consumação. a) Individualização judicial: cada condenado tem direito a sua dosimetria do seu cálculo de pena; b) Individualização legislativa: para os crimes há uma previsão de uma pena mínima e uma pena máxima, isso faz com que no plano legislativo se esteja respeitando princípio de individualização da pena. - Assim, quando o legislador prevê pena mínima e pena máxima ele está dando uma margem para o juiz no caso concreto preveja uma individualização; c) Individualização administrativa: compete a união legislar sobre a execução penal, e compete ao estado, na figura do poder executivo, a administração da execução da pena. Princípio da proporcionalidade ou razoabilidade deve haver correspondência entre a gravidade do ilícito praticado e a resposta estatal a ele ser imposta. - Assim, seria desproporcional a punição em excesso. ou seja, ele proíbe que se puna a mais, E também proíbe que se puna a menos. Princípio da humanidade ou limitação das penas Não se nega que o direito penal irá punir determinadas condutas, porém não poderá punir de qualquer jeito. - Exemplo: Vedação a pena de morte. Princípio da pessoalidade ou responsabilidade pessoal nenhuma pena passará da pessoa do condenado. - Assim, esta obrigação de indenizar, por ser de natureza civil, pode passar da pessoa do condenado; já a pena e a multa não podem, pois ninguém poderá cumprir a pena no lugar da pessoa. Observação: todo ilícito penal é um ilícito civil, mas nem todo ilícito civil é penal, como o adultério. Observação: existem três tipos de pena no ordenamento jurídico, as penas privativas de liberdade, as penas restritivas de direito e as penas de multa. Lembrando que as penas privativas de liberdade podem ser crimes de reclusão e crimes de detenção; ou contravenções penais, que são prisões simples. Princípio da responsabilidade penal subjetiva ninguém pode ser punido criminalmente sem que tenha agido com dolo ou culpa. - Exemplo: a gestante que não sabe que está grávida de gêmeos e ingere intencionalmente medicamento abortivo responde por crime único de aborto, pois não tem dolo de cometer dois crimes de aborto, mas apenas um. Se você pratica um crime sem agir dolosamente ou causando resultado culposamente, você não é responsabilizado criminalmente. Princípio da coculpabilidade Defende a ideia de que o estado, ante sua promoção de desigualdade social e econômica, também é responsável pela prática de determinados delitos. - Assim, exprime a ideia de que em casos em que o estado é culpado por determinada criminalidade, esses criminosos, quando de suas condenações, podem ter direito a uma atenuante penal. Princípio do ne bis in idem o agente não pode ser acusado, processado, condenado, mais de uma vez por um mesmo fato dentro do mesmo ramo do direito. Ou seja, o sujeito não pode ser acusado duas vezes pelo mesmo crime, porém pelo mesmo crime ele pode receber uma responsabilização penal, civil e administrativa. Princípio da presunção da inocência ninguém poderá ser considerado culpado antes do trânsito em julgado, ou seja, contra aquela sentença penal condenatória não cabe mais qualquer recurso. Assim, é o impedimento do cumprimento de pena antes do trânsito em julgado da condenação, mas não impede que haja prisão provisória ou cautelar. Observação: a prisão cautelar se aplica a inocente, pois o culpado só se tem após o trânsito em julgado de uma condenação, e a prisão passa a ser definitiva. Assim, os Tipos de prisão são a Prisão provisória, para o inocente e Prisão pena, para o culpado quando há condenação e dessa condenação não cabe mais recurso. Princípio da responsabilidade do fato os tipos penais devem definir comportamentos humanos (fatos), sendo vedada a incriminação exclusivamente em razão de condições pessoais. Assim, o nosso direito penal não é do autor, pois ele não pode punir pessoas pelo que elas são e sim pelo que elas fazem. Princípio da legalidade não há crime/infração penal sem lei anteriorque o defina. Não há pena/sanção penal sem prévia cominação legal. Observação: a infração penal decorre de duas espécies, o crime e a contravenção; já a sanção penal decorre de duas espécies, a pena e as medidas de segurança. A doutrina desdobra o princípio da legalidade em alguns mandamentos, e o desrespeito deles consiste em estar desrespeitando o próprio princípio da legalidade. São eles: Não há crime sem lei: somente pode falar sobre direito penal uma lei em sentido formal, ou seja, que tenha passado por todo o processo legislativo e que é oriunda do próprio poder legislativo. Não há crime sem lei anterior (princípio da anterioridade): para que determinada conduta praticada por alguém seja considerada conduta criminosa, tem que preexistir a essa conduta uma lei que a considera criminosa. - Assim, a lei penal precisa ser anterior ao fato. Não há crime sem lei escrita: alguns países adotam o direito consuetudinário, ou seja, direitos dos costumes. Assim, permitem que os costumes criem ou revoguem determinados crimes. - Algo que não acontece no brasil. Aqui os costumes apenas servem como auxílio interpretativo, ou seja, o que é ou não adequado para a sociedade. Não há crime sem lei estrita: existe para disciplinar o emprego da analogia do direito penal, sendo um método de integração da lei. Assim, pega-se a lei que se aplica para um caso e aplica-se para outro caso para o qual não existe lei. O caso precisa ser semelhante. - Ademais, se o juiz criminal resolve fazer analogia no direito penal, o resultado dessa analogia ou vai ser ruim para o réu (in malam partem) ou vai ser bom para o réu (in bonam partem). Porém só admite a analogia para beneficiar o réu. Não há crime sem lei certa (princípio da taxatividade): tem por finalidade conferir eficácia ao princípio da legalidade, vedando a aprovação de leis que contenham tipos penais vagos, com conteúdo impreciso, indeterminado. - É necessário, portanto, que a lei penal tipifique a conduta ilícita de forma taxativa, vale dizer, descrevendo de maneira clara e exata em que consiste o crime. Observação: a lei penal precisa dizer exatamente que conduta está incriminando. Norma pena em branco: o tipo penal, para ter aplicação necessita de complemento em seu preceito primário, a descrição da conduta. Assim, este complemento pode ser de lei ou de ato infralegal (ato administrativo, ou seja, abaixo da lei). Observação: a previsão da pena se chama preceito secundário. Exemplo: matar alguém (art. 121) é preceito primário, e a pena (6 a 20 anos) é o preceito secundário. - A norma penal em branco pode vir a ser: a) Heterogênea/própria/em sentido estrito: o complemento vem de ato infralegal. Exemplo: crimes envoltos da lei de drogas, assim, Para aplicar precisa saber o que é droga e quem diz o que é droga (é um ato administrativo = portaria da anvisa); b) Homogênea/imprópria/em sentido amplo: o complemento exigido pelo preceito primário for vindo de lei. Se divide em: Homogênea homovitelina: a lei que complementa é do mesmo ramo do direito; Homogênea heterovitelina: a lei é de ramo do direito diferente. Lei penal em branco ao avesso (imperfeita): o tipo penal, para ter aplicação necessita de complemento em seu preceito secundário (descrição de pena). Assim, este complemento somente pode ser através da lei estrita. Princípio da insignificância ou bagatela O direito Penal não deve se preocupar com condutas incapazes de lesar o bem jurídico. Princípio do in dubio pro reo Implica em que na dúvida interpreta-se em favor ao acusado.
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