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Erro: Disciplina: Direito Penal 11 É o equívoco, o fato de não ter o acerto ao que você queria. Existem dois tipos de erro: 1. Erro de tipo: erro sobre os elementos constitutivos do tipo, ou seja, erros que suas consequências refletirão no fato típico. Assim, se divide em: Erro do tipo essencial: sobre elementos constitutivos do tipo. Pode ser escusável (inevitável) ou inescusável (evitável); Erro do tipo acidental: sobre o desfecho da conduta. Assim, pode ser erro sobre objeto, pessoa e execução. 2. Erro de proibição: erro que suas consequências refletirão na culpabilidade. Pode ser escusável (inevitável) ou inescusável (evitável). Erro de tipo essencial O agente não quer praticar determinada conduta descrita em tipo penal, contudo a pratica sem saber que a está praticando. Ademais, o erro ocorre na consciência da conduta praticada, esta, neste caso, não existe, e por isto, no erro de tipo essencial nunca existe dolo. - Aqui a pessoa não quis praticar, entretanto praticou a conduta sem saber que estava praticando, respondendo assim pelo tipo penal culposo, caso o erro de tipo seja inescusável (evitável). - Exemplo: sem saber que colocaram droga em sua mochila, x a carrega pela rua. Perceba que x não sabe que estava carregando entorpecente, estava carregando sem saber. O erro de tipo essencial pode ser: a) Escusável (inevitável): aquele que não tinha como você evitar, não importando o quão atencioso a pessoa seja. Assim, não existe dolo ou culpa; b) Inescusável (evitável): aquele que pode ser evitado, bastaria que a pessoa tivesse um pouco mais de cuidado. Assim, não existe dolo, mas existirá culpa. Erro de tipo acidental O agente quer praticar determinada conduta descrita em lei como tipo penal e a pratica, sabendo que pratica crime. Todavia, erra sobre o desfecho de sua conduta. - Você quer praticar a conduta, sabe que está praticando o crime, mas erra sobre o desfecho que você queria fazer, ou seja, você quer matar alguém (tipificação) x e acaba matando y (erro no desfecho). - Exemplo: x quer matar seu próprio pai, porém acaba matando o seu tio. Perceba, x queria praticar homicídio e praticou homicídio, logo, responde pelo homicídio praticado, mas na sua punição devem ser consideradas as qualidades ou condições pessoais da vítima virtual (pretendida), e não as da vítima real (efetivamente atingida). Neste exemplo, apesar de seu pai não ter morrido, haverá a agravante do crime haver sido praticado contra pai. Espécies de erro do tipo acidental: a) Erro sobre objeto (in objecto): o sujeito na sua conduta criminosa buscava um objeto. Erro: Disciplina: Direito Penal 11 - Exemplo: crime de furto. O sujeito quer furtar uma joia preciosa e acaba roubando uma bijuteria. Não muda a tipificação, responde pelo furto levando em consideração as características do objeto que ele efetivamente furtou, ou seja, a de bijuteria. b) Erro sobre pessoa (in persona): busca atingir a pessoa. - Exemplo: x matou a pessoa errada confundindo com a certa. A pessoa responderá por homicídio, mas na responsabilização vai levar em consideração as características da pessoa na qual ele queria atingir, ou seja, a pessoa certa e não de quem ele efetivamente atingiu. c) Erro sobre execução: responde pelo crime praticado, levando em consideração as características da pessoa que ele queria, e não da que foi efetivamente foi atingido. Pode ser: 1. Aberratio ictus: Quer atingir uma pessoa e acaba acertando outra, sendo como motivo a execução. - Exemplo: x mira em uma pessoa e acaba acertando outra; 2. Aberratio criminis: é o resultado diverso do pretendido. Ou você quer atingir pessoa e acaba atingindo coisa, ou você queria atingir coisa e acaba atingindo pessoa. Erro de proibição O agente sabe perfeitamente a conduta que pratica, contudo, por razões de educação e cultura, acredita que sua conduta é permitida quando, na verdade, é proibida. - Exemplo: o holandês, habituado a consumir maconha no seu país de origem, acredita ser possível utilizar a mesma droga no Brasil, equivocando-se quanto ao caráter proibido da sua conduta. Perceba, ele sabe o que está fazendo, mas acredita, por suas condições de educação e cultura, que seu comportamento é permitido quando, na verdade, é proibido. Assim, se o erro for inevitável, isenta a pena, pois não haverá culpabilidade por ausência de potencial consciência sobre a ilicitude do fato; se evitável, diminui a pena de 1/6 a 1/3. Tabela comparativa Erro de tipo essencial: Erro de tipo acidental: Erro de proibição: Sujeito não quer praticar essa conduta, mas a pratica sem saber que está praticando. Sujeito que pratica essa conduta sabe que a pratica, mas ocorre um erro sobre o desfecho da conduta. Sujeito sabe a conduta que está praticando, mas pelas suas condições de educação e cultura, acredita que aquilo é permitido, enquanto na verdade é proibido.
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