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13 Erro - 3 semestre

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Erro: 
Disciplina: Direito Penal 11 
 É o equívoco, o fato de não ter o acerto ao que você queria. 
 Existem dois tipos de erro: 
1. Erro de tipo: erro sobre os elementos constitutivos do tipo, ou seja, erros 
que suas consequências refletirão no fato típico. Assim, se divide em: 
 Erro do tipo essencial: sobre elementos constitutivos do tipo. Pode ser 
escusável (inevitável) ou inescusável (evitável); 
 Erro do tipo acidental: sobre o desfecho da conduta. Assim, pode ser 
erro sobre objeto, pessoa e execução. 
2. Erro de proibição: erro que suas consequências refletirão na 
culpabilidade. Pode ser escusável (inevitável) ou inescusável (evitável). 
 Erro de tipo essencial 
 O agente não quer praticar determinada conduta descrita em tipo penal, 
contudo a pratica sem saber que a está praticando. Ademais, o erro ocorre 
na consciência da conduta praticada, esta, neste caso, não existe, e por isto, 
no erro de tipo essencial nunca existe dolo. 
- Aqui a pessoa não quis praticar, entretanto praticou a conduta sem saber 
que estava praticando, respondendo assim pelo tipo penal culposo, caso o 
erro de tipo seja inescusável (evitável). 
- Exemplo: sem saber que colocaram droga em sua mochila, x a carrega 
pela rua. Perceba que x não sabe que estava carregando entorpecente, estava 
carregando sem saber. 
 O erro de tipo essencial pode ser: 
a) Escusável (inevitável): aquele que não tinha como você evitar, não 
importando o quão atencioso a pessoa seja. Assim, não existe dolo ou 
culpa; 
b) Inescusável (evitável): aquele que pode ser evitado, bastaria que a pessoa 
tivesse um pouco mais de cuidado. Assim, não existe dolo, mas existirá 
culpa. 
 Erro de tipo acidental 
 O agente quer praticar determinada conduta descrita em lei como tipo penal 
e a pratica, sabendo que pratica crime. Todavia, erra sobre o desfecho de 
sua conduta. 
- Você quer praticar a conduta, sabe que está praticando o crime, mas erra 
sobre o desfecho que você queria fazer, ou seja, você quer matar alguém 
(tipificação) x e acaba matando y (erro no desfecho). 
- Exemplo: x quer matar seu próprio pai, porém acaba matando o seu tio. 
Perceba, x queria praticar homicídio e praticou homicídio, logo, responde 
pelo homicídio praticado, mas na sua punição devem ser consideradas as 
qualidades ou condições pessoais da vítima virtual (pretendida), e não as da 
vítima real (efetivamente atingida). Neste exemplo, apesar de seu pai não ter 
morrido, haverá a agravante do crime haver sido praticado contra pai. 
 Espécies de erro do tipo acidental: 
a) Erro sobre objeto (in objecto): o sujeito na sua conduta criminosa buscava 
um objeto. 
Erro: 
Disciplina: Direito Penal 11 
- Exemplo: crime de furto. O sujeito quer furtar uma joia preciosa e 
acaba roubando uma bijuteria. Não muda a tipificação, responde pelo 
furto levando em consideração as características do objeto que ele 
efetivamente furtou, ou seja, a de bijuteria. 
b) Erro sobre pessoa (in persona): busca atingir a pessoa. 
- Exemplo: x matou a pessoa errada confundindo com a certa. A pessoa 
responderá por homicídio, mas na responsabilização vai levar em 
consideração as características da pessoa na qual ele queria atingir, ou 
seja, a pessoa certa e não de quem ele efetivamente atingiu. 
c) Erro sobre execução: responde pelo crime praticado, levando em 
consideração as características da pessoa que ele queria, e não da que 
foi efetivamente foi atingido. Pode ser: 
1. Aberratio ictus: Quer atingir uma pessoa e acaba acertando outra, 
sendo como motivo a execução. 
- Exemplo: x mira em uma pessoa e acaba acertando outra; 
2. Aberratio criminis: é o resultado diverso do pretendido. Ou você quer 
atingir pessoa e acaba atingindo coisa, ou você queria atingir coisa 
e acaba atingindo pessoa. 
 Erro de proibição 
 O agente sabe perfeitamente a conduta que pratica, contudo, por razões de 
educação e cultura, acredita que sua conduta é permitida quando, na 
verdade, é proibida. 
- Exemplo: o holandês, habituado a consumir maconha no seu país de 
origem, acredita ser possível utilizar a mesma droga no Brasil, 
equivocando-se quanto ao caráter proibido da sua conduta. Perceba, ele 
sabe o que está fazendo, mas acredita, por suas condições de educação e 
cultura, que seu comportamento é permitido quando, na verdade, é proibido. 
 Assim, se o erro for inevitável, isenta a pena, pois não haverá culpabilidade 
por ausência de potencial consciência sobre a ilicitude do fato; se evitável, 
diminui a pena de 1/6 a 1/3. 
 Tabela comparativa 
Erro de tipo essencial: Erro de tipo acidental: Erro de proibição: 
Sujeito não quer 
praticar essa conduta, 
mas a pratica sem 
saber que está 
praticando. 
Sujeito que pratica essa 
conduta sabe que a 
pratica, mas ocorre um 
erro sobre o desfecho da 
conduta. 
Sujeito sabe a conduta 
que está praticando, 
mas pelas suas 
condições de educação e 
cultura, acredita que 
aquilo é permitido, 
enquanto na verdade é 
proibido.

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