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ISBN 978-85-459-0773-2 EFEITO DO NITROGÊNIO NA EFICIÊNCIA INSTANTÂNEA DE CARBOXILAÇÃO NO CULTIVO DA BERINJELA Álvaro Henrique Cândido de Souza1; Marcelo Zolin Lorenzoni1; Jean Marcelo Rodrigues do Nascimento2; Cássio de Castro Seron1; André Felipe Barion Alves Andrean2; Roberto Rezende3 1Doutorando em Agronomia, Universidade Estadual de Maringá - UEM. Bolsista Capes - alvarohcs@hotmail.com; Bolsista Capes - marcelorenzoni@hotmail.com; Bolsista Capes - cassioseron@msn.com 2Mestrando em Agronomia, Universidade Estadual de Maringá - UEM. Bolsista CNPq – jean_mrn@hotmail.com; Bolsista Capes andre_andrian@hotmail.com 3Orientador, Doutor, Departamento de Agronomia, UEM. Bolsista Produtividade CNPq - rrezende@uem.br RESUMO O objetivo do estudo foi avaliar o efeito de diferentes doses de nitrogênio sob a variável eficiência instantânea de carboxilação para a cultura da berinjela cultivada em ambiente protegido. Foram testadas quatro doses de nitrogênio (0; 6,43; 12,86 e 25,73 g de N planta-1) com utilização de ureia como fertilizante (45% de nitrogênio). Foi verificado a partir dos resultados obtidos que o nitrogênio proporcionou aumento significativo para a variável eficiência instantânea de carboxilação. A maior taxa de eficiência instantânea de carboxilação foi obtida com as doses 12,86 e 25,73 g de N planta-1, em que estas não diferiram estatisticamente. Sendo assim a dose mais indicada para obtenção de maior eficiência instantânea de carboxilação foi 12,86 g de N planta-1. PALAVRAS-CHAVE: Ferrtirrigação; Trocas gasosas; Solanum Melongena L. 1 INTRODUÇÃO O nitrogênio é um elemento importante no processo de carboxilação, pois compõe as proteínas pertencentes a fase fotoquímica e bioquímica da fotossíntese. Sendo assim, seu nível de disponibilidade influencia na formação de ATP e NADPH na fase fotoquímica e na formação da Rubisco e RuBPCase na fase bioquímica, esta última que está diretamente ligada com a carboxilação. Seeman et al. (1987) verificaram que o aumento do conteúdo do nitrogênio aumenta a quantidade de RuBPCase. A maior parte da matéria orgânica acumulada por uma planta é obtida pelo processo de fixação de carbono atmosférico que faz parte da fotossíntese, podendo chegar a 95% da fitomassa seca total acumulada (SYVERTSEN; LLOYD, 1994). A eficiência instantânea de carboxilação pode representar o nível de aproveitamento do carbono disponível na câmara subestomática para fixação de carbono. Estudar doses adequadas de nitrogênio para obtenção de altas taxas de eficiência carboxilativa pode proporcionar um maior acúmulo de fitomassa com melhor uso do nutriente. A eficiência instantânea de carboxilação é um coeficiente que permite avaliar instantaneamente a taxa de assimilação líquida de carbono (fotossíntese) por concentração interna de carbono (carbono disponível). Baseado no contexto este estudo objetivou a avaliar o efeito de diferentes doses de nitrogênio aplicadas via fertirrigação na cultura da berinjela (Solanum melongena L.) sob a variável concentração interna de carbono. 2 MATERIAIS E MÉTODOS De fevereiro a agosto de 2015, as plantas de berinjela cultivar Ciça foram cultivadas em ambiente protegido localizado no Centro Técnico de Irrigação (CTI), da Universidade Estadual de Maringá, em Maringá-PR, Brasil (23° 25’ 57’’S latitude; 51° 57’08’’W longitude; 542 m). ANAIS X EPCC UNICESUMAR – Centro Universitário de Maringá ISBN 978-85-459-0773-2 A formação de mudas foram se iniciou pela semeadura de sementes de berinjela em bandejas de 64 células preenchidas com substrato comercial a base de pinus. As mudas também foram conduzidas em ambiente protegido e foram umedecidas duas vezes ao dia para que não ocorresse estresse hídrico. Quando as mudas apresentaram de cinco a seis folhas definitivas, uma muda foi transplantada para um vaso (unidade experimental) com 25 litros de capacidade. Os tratamentos foram compostos de quatro doses de nitrogênio (0; 6,43; 12,86 e 25,73 g de N planta-1) com utilização de ureia como fertilizante (45% de nitrogênio). A aplicação das doses foram parceladas de acordo com a marcha de absorção de nutrientes da cultura da berinjela (TRANI et al., 2011) em que 1ª e 2ª, 3ª e 4ª; 5ª até a 10ª e 11ª até a 16ª semana foram aplicados o equivalente a 3,45; 5,17; 8,62 e 5,17% do total da dose. Para aplicação dos tratamentos os nutrientes foram pesados e diluídos em 1 litro de água e aplicados durante a irrigação semanalmente (ordem: irrigação, fertirrigação e irrigação). O experimento foi montado em delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições. Os vasos (unidades experimentais) foram espaçados em 0,8 metros e as linhas de plantio foram espaçadas em 1,2 metros. A cultura da berinjela foi conduzida sob a tensão de água no solo recomendada para a cultura da berinjela equivalente a -15 kPa (BILIBIO et al., 2010) e como mistura na capacidade de vaso a umidade gravimétrica foi de 0,2 kg kg-1 valor calculado pela metodologia de capacidade de vaso proposta por Casaroli e Lier (2008). A medida de fotossíntese e concentração interna de carbono foram mensuradas aos 98 dias após o transplantio (DAT), das 7 às 11 h da manhã na terceira folha contada a partir do ápice da planta, utilizando o aparelho IRGA (LCpro+, produzido pela ADC BioScientific Ltda, UK) ajustado com a densidade de fluxo de 600 μmol m-2 s -1. Mediu-se a taxa fotossintética (A) (μmol CO2 m-2 s-1) e a concentração interna de carbono (Ci) (μmol m-2 s-1) (dados não apresentados), em que o valor de eficiência instantânea de carboxilação (EiC) é o quociente da divisão entre taxa fotossintética e concentração interna de carbono (A/Ci) (μmol CO2 m-2 s-1 / μmol m-2 s-1). As analises estatísticas foram realizadas com a utilização do Software SISVAR, versão 5.6 (FERREIRA, 2011) aplicando o teste de Tukey com o nível de 5% de significância a fim de verificar diferenças significativas entre os tratamentos. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com os resultados obtidos pode-se afirmar que houve diferenças significativas (p<0,05) entre a dose 0 e 6,43 g de N planta-1 e as duas maiores doses (12,86 e 25,73 g de N planta - 1) (Figura 1). A menor dose por receber a menor quantidade de nitrogênio foi a que obteve a menor valor médio para a eficiência instantânea no uso da água, provavelmente devido ao nitrogênio ser fortemente relacionado com a fotossíntese e consequentemente com a absorção de carbono e crescimento dos vegetais (FELSEMBURGH, 2006). Apesar de a dose 25,73 g de N planta-1 ter obtido a maior média de valores (μmol m-2 s-1), este valor não diferiu significativamente da dose 12,86 g de N planta-1 (μmol m-2 s-1). Estes valores corroboram com o de Flaviana et al. (2015) que trabalharam com diferentes lâminas de irrigação e obteve a maior eficiência instantânea de carboxilação (0,05 μmol m-2 s-1) com a lâmina 123,52% da ETc. Simões et al. (2014) aplicaram diferentes doses de nitrogênio na cultura do pinhão mandso e observou que o aumento de doses de nitrogênio causa efeito quadrático na variável eficiência instantânea de carboxilação. ANAIS X EPCC UNICESUMAR – Centro Universitário de Maringá ISBN 978-85-459-0773-2 Gráfico 1: Eficiência instantânea de carboxilação para plantas de berinjela submetida a diferentes doses de nitrogênio. Letras diferentes diferem estatisticamente ao nível de 5% de significância. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluiu-se que a adição de nitrogênio aumenta a eficiência instantânea de carboxilação na cultura da berinjela. A maior taxa de eficiência instantânea de carboxilação foi obtida com as doses 12,86 e 25,73 g de N planta-1, em que estas não diferiram estatisticamente. Sendo assim a dose mais indicada para obtenção de maior eficiência instantânea de carboxilação foi 12,86 g de N planta - 1. REFERÊNCIAS BILIBIO, C. et al. Função de produção da berinjela irrigada em ambiente protegido. Irriga, v. 15, n. 1, p. 10-22, 2010. CASAROLI, D., LIER, Q. J. V. Critérios paradeterminação da capacidade de vaso. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 7, n. 1, p. 59-66, 2008. FELSEMBURGH, C. A. Nitrogênio total em folhas e sua relação com o incremento em biomassa de florestas primária e manejada na Amazônia Central. 2006. 56f. Dissertação (Mestrado em Biologia Tropical e Recursos Naturais) – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2006. FERREIRA, D. F. Sisvar : a computer statistical analysis system . 6. ed. [s.l.]: Ed. da UFLA, 2011. FLAVIANA, G. S. et al. Trocas gasosas e fluorescência da clorofila em plantas de berinjela sob lâminas de irrigação. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 19, n. 10, p. 946- 952, 2015. ANAIS X EPCC UNICESUMAR – Centro Universitário de Maringá a1 0,022 a1 0,031 a2 0,046 a2 0,06 ISBN 978-85-459-0773-2 SEEAMAN, J. R. et al. Environmental Effects on Photosynthesis, Nitrogen-Use Efficiency, and Metabolite Pools in Leaves of Sun and Shade Plants. Plant Physiology, v. 84, n. 1, p. 796-802, 1987. SIMÕES, W. L. et al. Desenvolvimento inicial e respostas fisiológicas do pinhão manso (Jatropha curcas L.) a diferentes lâminas de irrigação e doses de nitrogênio. Revista Brasileira de Biociências, v. 12, n. 4, p. 188-195, 2014. SYVERTSEN, J.P.; LLOYD, J.J. Citrus. In: SCHAFFER, B.; ANDERSEN, P.C. (Ed.). Handbook of environmental physiology of fruit crops. Boca Raton: CRC, 1994. v.2, p. 65-99. TRANI, P. E.; TIVELLI, S. W.; CARRIJO, O. A. Fertirrigação em hortaliças. Campinas: Instituto Agronômico, 2011. (Boletim Técnico IAC, 196). ANAIS X EPCC UNICESUMAR – Centro Universitário de Maringá Powered by TCPDF (www.tcpdf.org) http://www.tcpdf.org
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