XISTO-ROQUE-PAZIAN-NETTO

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XI EPCC 
Anais Eletrônico 
29 e 30 de outubro de 2019 
 
INFLUÊNCIA DE DIFERENTES ADUBAÇÕES NA GERMINAÇÃO 
DE Glycine max 
 
Xisto Roque Pazian Netto¹, João Carlos Gonçalves², Regiane Hornung³, 
Francielli Gasparotto4, Cleiltan Novaes5 
¹Engenheiro Agrônomo, Mestrando em Tecnologias Limpas pelo Centro Universitário de Maringá – UNICESUMAR, 
Maringá – PR. xistont@gmail.com 
²Engenheiro Agrônomo, Mestre em Tecnologias Limpas, Docente na Faculdade de Tecnologia do Vale do Ivaí – 
FATEC, Ivaiporã - PR. joaocarlos_goncalves1992@hotmail.com 
³Pedagoga, Mestranda em Desenvolvimento Rural Sustentável pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná - 
UNIOESTE, Marechal Cândido Rondon - PR. regianehornung@gmail.com 
4 Engenheira Agrônoma, Dra. do Programa de Tecnologias Limpas e do Curso de Agronomia do Unicesumar, Maringá 
– PR. francielli.gasparotto@unicesumar.edu.br 
5Engenheira Agrônoma, Pós Doutoranda do Programa de Tecnologias Limpas do Unicesumar, Maringá – PR. 
cleiltan@gmail.com 
 
RESUMO 
 
A busca pela sustentabilidade na agricultura é uma preocupação iminente da atualidade, buscar 
alternativas que culminem em estratégias menos agressivas ao meio ambiente é um grande 
desafio para o Agronegócio, principalmente no que tange ao gerenciamento dos resíduos 
gerados pela atividade agroindustrial. O presente trabalho analisa a influência de diferentes 
fontes de adubação sob a germinação da cultura da soja. O delineamento estatístico foi o de 
blocos casualizados, com 3 tratamentos e 4 repetições. Os tratamentos utilizados foram, 
testemunha (sem adubação alguma), adubação mineral e adubação orgânica com torta de filtro. 
As médias foram comparadas pelo teste Scott-Kontt ao nível de 5% de significância. Não foram 
observadas diferenças significativas entre os tratamentos testados para a germinação da cultura 
da soja. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Agricultura sustentável; Resíduo; Torta de filtro. 
 
1. INTRODUÇÃO 
O Agronegócio brasileiro vem sendo destaque nos últimos anos, tomando 
grandes proporções econômicas, o que leva o Brasil a ser reconhecido como um 
dos maiores produtores mundiais de alimentos, uma vez que, se apresenta como 
segundo maior produtor mundial de soja, cultivando uma área de 35,1 milhões 
de ha-1, alcançando 116,996 milhões de toneladas (CONAB; USDA, 2018). Um 
dos fatores limitantes para o alcance de maiores produtividades pelos 
agricultores brasileiros tem sido a baixa fertilidade dos solos agrícolas (CASTRO; 
REIS; LIMA, 2006; PIMENTEL, 2009), pois muitas vezes os altos valores dos 
fertilizantes, que são em sua maioria importados, encarecem a produção, 
inviabilizando maiores investimentos em suprimento nutricional dessa cultura 
(ANDA, 2010). 
Neste viés, pensar na diminuição da dependência de fontes externas para 
a adubação da soja apresenta-se como uma alternativa promissora para que a 
agricultura brasileira possa romper novas barreiras frente a produção dessa 
oleaginosa. A torta de filtro caracteriza-se num resíduo proveniente da mistura 
de bagaço moído e lodo da decantação e do processo de clarificação do açúcar 
(FRAVET et al., 2010). Esse resíduo se constitui num composto orgânico rico em 
nutrientes como cálcio, nitrogênio, potássio e fósforo (FRAVET et al., 2010). 
O emprego da torta de filtro contribui para a melhoria da atividade biológica 
do solo e consequentemente acarreta na otimização das características 
químicas do solo, pois serve de alimento para os microrganismos, que por 
intermédio da mineralização apresentam liberação gradativa desses nutrientes, 
mailto:xistont@gmail.com
mailto:joaocarlos_goncalves1992@hotmail.com
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mailto:francielli.gasparotto@unicesumar.edu.br
mailto:Unicesumar,%20Maringá%20–%20PR.%20cleiltan@gmail.com
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o que acarreta alto aproveitamento pelas plantas (NUNES JUNIOR, 2005; DE 
SANTANA, et al., 2012; GONZÁLES et al., 2014). 
Além dos benefícios que a aplicação da torta de filtro gera ao solo, de 
acordo com Cacuro e Wadman (2015), a cana de açúcar é responsável por 
produzir 175 milhões de toneladas de resíduos por ano. Assim, atrelar uma 
destinação adequada desses materiais com uma adubação mais sustentável, é 
uma opção altamente promissora para a agricultura brasileira. 
O objetivo desse trabalho foi avaliar a germinação da cultura da soja sob 
três fontes de adubação distintas. 
 
2. MATERIAIS E MÉTODOS 
 
O trabalho foi conduzido no Campo Experimental do Unicesumar 
localizada na Cidade de Maringá/PR, sob as seguintes coordenadas geográficas 
23°20'30.86"S e 51°52'30.73"O, no período de outubro de 2017 a março de 2018. 
De acordo com o mapa de classificação de solos do Paraná, classificou-se o solo 
da área experimental como Latossolo Vermelho eutrófico (EMBRAPA, 2007). O 
resíduo torta de filtro foi coletado em uma Usina Sucroalcooleira, localizada no 
distrito de Iguatemi, Maringá-PR. 
A unidade experimental foi delineada em blocos casualizados e 
constituída por 4 repetições e três tratamentos, que serão: Tratamento 1 - 
Testemunha; Tratamento 2 – Adubação mineral; Tratamento 3 – Torta de filtro. 
A adubação mineral foi realizada em subsolo no ato da semeadura da soja, já 
aplicação da torta de filtro foi realizada a lanço manualmente, no mesmo dia da 
semeadura da soja 
A dose aplicada de Torta de Filtro foi definida a partir de interpretação de 
análise de solo sendo de 34 ton.ha-1, como a área das parcelas são de 16 m², foi 
aplicado 54,40 kg de torta de filtro para o tratamento. A dose aplicada de 
Fertilizante foi de 300 kg/ha, de acordo com a análise de solo. O formulado 
utilizado foi o 00-30-10. 
A cultivar de soja utilizada foi a Baup 5400 Intacta RR. O espaçamento 
entre linhas utilizados será de 0,40 m. Sendo assim, a densidade de plantas 
constituirá de 12 plantas por metro linear, totalizando uma população de 300.000 
plantas/ha. Para a definição do percentual de germinação foram contadas todas 
plantas emergidas 15 DAE, e através de uma regra de três simples, estimada a 
porcentagem em relação a população semeada. Os dados foram submetidos a 
análise de variância (ANOVA) com auxílio do software SASM-Agri (CANTERI et 
al, 2001) e a comparação das médias foi realizada pelo teste Scott-Knott, ao 
nível de 5% de probabilidade. 
 
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 Não foram observadas diferenças significativas para a germinação da soja 
frente aos tratamentos utilizados (P>0,05) (tabela 1). Esse resultado pode ter 
sido influenciado pela palhada já existente no solo decorrente do cultivo de 
culturas anteriores e da prática do plantio direto. Provavelmente, a maior 
capacidade de retenção de água dos materiais sobrepostos no solo, garantiu 
uma melhor condição para germinação e emergência das plântulas de soja, 
situação está corroborada por Correa et al. (2014), fato este que contribuiu para 
a não diferenciação estatística dos resultados obtidos por este trabalho. 
 
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Tabela 1. Germinação da soja sob diferentes fontes de adubação 
Tratamentos Plantas/m germinadas¹ Germinação (%) 
Testemunha 10,50a 87,5 
Adubação Mineral 11,50a 95,8 
Torta de Filtro 11,75a 97,9 
¹Médias seguidas pela mesma letra nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Scott Knott 
(5%). 
Fonte: Dados da pesquisa. 
 
 A aplicação de manutenção de resíduos orgânicos ao solo influencia 
positivamente a germinação de plantas, fato este que também foi descrito por 
Magalhães (2017), que observou que a aplicação de esterco bovino 
proporcionou o aumento do carbono orgânico particulado, da porosidade total, 
da macroporosidade e do índice de estabilidade de agregados do solo em água 
e a redução da densidade do solo e da resistência do solo à penetração, 
beneficiando a germinação das plantas e posterior desenvolvimento das plantas. 
 Além dos benefícios agronômicos da aplicação de resíduos orgânicosao 
solo, destinar esses materiais adequadamente de maneira a minimizar seus 
efeitos ao meio ambiente é ponto estritamente importante e que deve ser 
considerado, e fica claro que a torta de filtro pode ser destinada também, como 
alternativa na cadeia de produção da cultura da soja. 
 
4. CONCLUSÃO 
 
 Conclui-se que a aplicação de torta de filtro na cultura da soja é uma 
prática que deve ser considerada, uma vez que não influencia negativamente a 
germinação dessa leguminosa. Outro ponto a ser concluído, é que utilizar esse 
resíduo na prática agrícola do cultivo dessa oleaginosa, pode ser uma alternativa 
viável de destinação adequada desse resíduo, gerando assim uma agricultura 
mais sustentável. 
 
REFERÊNCIAS 
 
Associação Nacional para Difusão de Adubos, 2011. Estatística. São Paulo, 
Disponível em: <http://www.anda.org.br/estatisticas. aspx>. Acesso em: 27 de 
Julho de 2019. 
 
CACURO, Thiago A.; WALDMAN, Walter R. Cinzas da queima de biomassa: 
aplicações e potencialidades. Revista Virtual de Química, v. 7, n. 6, p. 2154-
2165, 2015. 
 
Canteri, M. G., Althaus, R. A., Virgens Filho, J. S., Giglioti, E. A., Godoy, C. V., 
2001. SASM - Agri: Sistema para análise e separação de médias em 
experimentos agrícolas pelos métodos Scoft - Knott, Tukey e Duncan. Revista 
Brasileira de Agrocomputação, V.1, N.2, p.18-24. 
 
 
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DE CASTRO, Sílvio Henrique; REIS, Ricardo Pereira; LIMA, André Luís Ribeiro. 
Custos de produção da soja cultivada sob sistema de plantio direto: estudo de 
multicasos no oeste da Bahia. Ciência e agrotecnologia, v. 30, p. 1146-1153, 
2006. 
 
DE SANTANA, Cleverton Tiago Carneiro et al. Desempenho de cultivares de 
alface americana em resposta a diferentes doses de torta de filtro. Revista 
Ciência Agronômica, v. 43, n. 1, p. 22-29, 2012. 
 
DE SOUZA MOREIRA, Fátima Maria; SIQUEIRA, José Oswaldo. Microbiologia 
e bioquímica do solo. Editora Ufla, 2006. 
 
Conab, Companhia Nacional de Abastecimento. Levantamento de Safra, 2018. 
Disponível em: http://www.conab.gov.br/conteudos.php?a=1253. Acesso em: 27 
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CORREA, Maria Lita Padinha et al. Interferência do feijão-de-porco na dinâmica 
de plantas espontâneas no cultivo do milho orgânico em sistemas de plantio 
direto e convencional. Revista brasileira de agroecologia, v. 9, n. 2, 2014. 
 
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – USDA. Disponível em: 
https://www.fas.usda.gov. Acesso em: 27 de Julho de 2019. 
 
Fravet, P. R. F., Soares, R. A. B., Lana, R. M. Q., Lana, A. M. Q., Korndorfer, G. 
H., 2010. Efeito de Doses de torta de filtro e modo de aplicação sobra a 
produtividade e qualidade tecnológica da soqueira de cana de açúcar. Ciênc. 
agrotec., Lavras, v. 34, n. 3, p. 618-624. 
 
González, L. C., De Mello Prado, R., Hernández, A. R., Caione, G., & Selva, E. 
P., 2014. Uso de torta de filtro enriquecida com fosfato natural e biofertilizantes 
em Latossolo Vermelho distrófico. Pesquisa Agropecuária Tropical 
(Agricultural Research in theTropics), v.44, n.2, p. 135-141. 
 
MAGALHÃES, L. Carbono orgânico e atributos físicos do solo após a aplicação 
de esterco bovino. 2017. 
 
Nunes Júnior, D., 2005. O insumo torta de filtro. IDEA News, Ribeirão Preto, 
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http://www.conab.gov.br/conteudos.php?a=1253