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33. ÍNDICE DE FALÊNCIA NA EXTUBAÇÃO OROTRAQUEAL EM UMA UTI ONCOLÓGICA NA AMAZÔNIA OCIDENTAL: FATORES DETERMINANTES. Marcelo Lima da Silva1; Maria Dinorah Henrique dos Santos2; Juliana de Oliveira Santos3; Minelvina Barroso de Amorim4; Raimecilane Martins Vieira5; Daniel Salgado Xavier6 1 Estudante do Curso de Fisioterapia da Faculdade Metropolitana de Manaus – FAMETRO. Manaus-AM; marcelolima199015@hotmail.com; 2 Fisioterapeuta; Pós-graduada em Traumato-Ortopedia com ênfase em Terapias Manuais. Estudante do Curso de Pós-graduação em Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto, Neonatal e Pediátrica. Instituto Amazonense de Aprimoramento e Ensino em Saúde – IAPES; Manaus-AM; mariadinorahfisio@gmail.com; 3 Fisioterapeuta; Pós-graduada em Estratégia da Saúde da Família e Gestão em Saúde. Estudante do Curso de Pós-graduação em Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto, Neonatal e Pediátrica. Instituto Amazonense de Aprimoramento e Ensino em Saúde – IAPES. Manaus-AM; fisioterapia.juliana@live.com; 4 Fisioterapeuta; Estudante do Curso de Pós-graduação em Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto, Neonatal e Pediátrica. Instituto Amazonense de Aprimoramento e Ensino em Saúde – IAPES; Manaus- AM; minelfisio@hotmail.com; 5 Fisioterapeuta; Estudante do Curso de Pós-graduação em Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto, Neonatal e Pediátrica. Instituto Amazonense de Aprimoramento e Ensino em Saúde – IAPES; Manaus- AM; rayfbi@yahoo.com.br. 6 Fisioterapeuta Intensivista; Doutor em Terapia Intensiva; Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCECON). Manaus-AM; xavierdaniel@hotmail.com. INTRODUÇÃO A ventilação mecânica (VM), a intubação e extubação são procedimentos rotineiros em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) que oferecem grandes riscos ao paciente, o que leva ao maior tempo de internação, altos custos hospitalares, maior chance de traqueostomia e maiores riscos de mortalidade, esses procedimentos podem cursar ao sucesso ou a falência na extubação. A VM é instrumento mais utilizado para suporte de vida em uma UTI, sendo uma intervenção de suma importância, todavia pode gerar vários efeitos adversos, podendo elevar a morbimortalidade de um paciente grave, sendo assim, se faz necessário diminuir o tempo no qual o paciente está sob ventilação artificial invasiva, visando que mais precocemente a ventilação espontânea seja restituída (ESTEBAN et al, 2002). A falha na extubação aumenta os custos e a morbimortalidade hospitalar. Deste modo, obter a incidência das falhas na extubação e identificar os fatores associados a esta será impactante, uma vez que a obtenção de dados significativos pode minimizar os riscos pertinentes ao processo de reintubação orotraqueal e consequentemente reduzir o índice de pacientes criticamente enfermos internados na UTI, visando à prevenção das complicações da reintubação precoce. A pesquisa será realizada na UTI da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (FCECON) e será descritiva, quantitativa e seguida por um estudo de coorte prospectivo, onde serão realizados seis meses de levantamento e análise de dados. Neste contexto, o objetivo do presente estudo é identificar e analisar os índices de falência na extubação orotraqueal em uma UTI Oncológica, obter sua incidência e identificar os fatores associados a esta. METODOLOGIA O estudo é descritivo, exploratório, quantitativo e transversal, seguido por um estudo de coorte por se tratar de um conjunto de pessoas que tem em comum o mesmo evento, nesse caso o câncer/neoplasia, prospectivo em seres humanos, onde o objeto de pesquisa será acompanhado por um período de 48 horas, tempo este que determinou o sucesso ou a falha no processo de extubação do Tubo Orotraqueal (TOT). Os dados serão coletados pelo pesquisador de 7 às 11h, de segunda a sexta-feira, visto que após o término do horário do pesquisador os dados deverão ser coletados por outra categoria profissional, sem o uso do Índice de Desmame Ventilatório (IDV), assim comparando o número de sucesso e falha na extubação de pacientes internados dentro da UTI da FCECON. Os dados serão coletados durante seis meses, de junho a dezembro de 2015, período necessário para ter acesso a um grande número de pacientes devido à grande rotatividade da UTI, também esse tempo é suficiente para realizar todo o processo de extubação de um paciente internado na UTI. Aos fins de semana outras categorias de profissionais da área de saúde farão a extubação sem uso do IDV, uma vez que não há serviços de fisioterapia na mesma no sábado e domingo. mailto:rayfbi@yahoo.com.br mailto:xavierdaniel@hotmail.com Em uma ficha serão coletados os seguintes dados: nome, idade, sexo, dias de internação na UTI, diagnóstico clínico, patologia de base, classe profissional responsável pela realização da extubação (outra classe profissional ou classe fisioterapêutica), índices preditivos utilizados para desmame, dia da extubação e complicações presentes no quadro do paciente que geraram falha no desmame, mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) pelos familiares ou responsáveis pelo paciente em pesquisa. Os pacientes elegíveis para a extubação serão submetidos ao Teste de Respiração Espontânea (TRE), e segundo resposta à terapêutica, será aplicado o índice preditivo para a extubação do TOT, o IDV, ressaltando que o índice citado anteriormente será aplicado somente pela equipe fisioterapêutica. Para a realização dos testes os indivíduos passarão pela intervenção de manobra de higiene brônquica, posicionados em decúbito dorsal, semirrecostados e sob monitorização clínica. A pesquisa contará com uma amostra de 100 pacientes adultos na faixa etária acima de 18 anos, de ambos os sexos, internados na UTI da FCECON, número estimado no período de seis meses, tendo como base a rotatividade de pacientes da UTI. O cálculo da amostra vai ser baseado no número de atendimentos diários, quando ocorrer à necessidade de extubação, em função da rotatividade de admissão dos pacientes que necessitam de VM, a qual é limitada pelo número de leitos da UTI. Serão incluídos no estudo, indivíduos em VM intubados com TOT, por tempo superior ou igual a 24 horas, submetidos ao processo de extubação após obtenção de sucesso no TRE, depois do aval da equipe. Como critério de exclusão, os indivíduos traqueostomizados, instáveis hemodinamicamente (clínica desfavorável), pacientes em desmame difícil, que foram submetidos ao IDV e falharam durante o procedimento do mesmo. O estudo será dividido em duas partes: a primeira tratará da descrição pormenorizada através da coleta de dados; a segunda, denominada de Estatística Inferencial, apresentará as comparações entre as variáveis avaliadas e instrumentos aplicados, visando à generalização de resultados obtidos a partir de uma amostra, para a população em geral, quando possível. Os resultados obtidos a partir desses instrumentos poderão ser avaliados em termos de confiabilidade e validade. Para verificar a normalidade dos dados, será aplicado o Teste Estatístico de Shapiro Wilk e, posteriormente verificar quais serão utilizados (paramétricos ou não paramétricos). Será realizada a correlação entre as variáveis analisadas. Os dados serão organizados em tabelas e figuras, de acordo com médias e desvios padrão, conforme o grupo de variáveis estudadas (qualitativas ou quantitativas). Para análise dos dados será utilizado o pacote estatístico SPSS versão 17.0 para Windows. O nível de significância adotado será de p=0,05 e o intervalo de confiança de 95%. RESULTADOS ESPERADOS Esperamos através desse estudo identificar os possíveis fatores que influenciam as falhas no processo de extubação, consequentemente diminuindo a morbimortalidade e custos hospitalares, bem como, sugerir um protocolo de índices preditivos para utilização multidisciplinar para a extubação orotraqueal, visandoà prevenção das complicações da reintubação precoce. CONSIDERAÇÕES FINAIS O projeto conta com fonte de financiamento, bolsa concedida pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (FAPEAM), através do Programa de Apoio a Iniciação Científica PAIC, da FCECON. De acordo com a resolução 466, do Conselho Nacional de Saúde, de 12 de dezembro de 2012, o estudo encontra-se em processo de avaliação e aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da FCECON, sob parecer nª 1.162.453/2015, de 29 de julho de 2015. Durante a execução da pesquisa poderão surgir alguns riscos e desconfortos como: fadiga da musculatura respiratória, tonturas, cansaço, aumento da pressão arterial, da frequência respiratória e da frequência cardíaca. Os benefícios serão identificar fatores que corroboram com aumento dos índices de falência na extubação. REFERÊNCIAS FERRARI D, TADINE R. Índice de desmame ventilatório (IDV) Ferrari-Tadine [Internet]. Brasil 2004. [citado em 2015 Mai 28]. Disponível em: http://www.sobrati.com.br/trabalho3-jan-2004.htm. NEMER NS, BARBAS VSC. Parâmetros preditivos para o desmame da ventilação mecânica-Artigo de revisão. J Bras Pneumol. 2011;37(5):669-679. RIBEIRO S, GONTIJO VP, DIAS KS, FERNANDES C, MECANICA DV. Falhas Terapêuticas e Desmame Prolongado. Profisio, 2013; 4:11-38. THIERY E, AZOULAY E, DARMON M, ET AL. Outcome of cancer patients considered for intensive care unit admission: A hospital wide prospective study. J Clin Oncol, 2005; 23:4406-4413. http://www.sobrati.com.br/trabalho3-jan-2004.htm XAVIER DS. Manual de Rotinas e Procedimentos Fisioterapêuticos em Unidade de Tratamento Intensiva. 2 vol. Manaus: IAPES, 2015.