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i 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Programa de Pós-Graduação em Odontologia 
Av. Alfredo Baltazar da Silveira, 580, cobertura 
22790-710 – Rio de Janeiro, RJ 
Tel. (0XX21) 2497-8988 
ANDREA FAGUNDES CAMPELLO BORGES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ACURÁCIA DA TOMOGRAFIA 
COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO E DA 
RADIOGRAFIA PERIAPICAL DIGITAL NA 
DETECÇÃO DE LESÕES ÓSSEAS 
PERIRRADICULARES CRIADAS 
ARTIFICIALMENTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2015 
 
 
ANO 
Programa de Pós-Graduação em Odontologia 
Av. Alfredo Baltazar da Silveira, 580, cobertura 
22790-710 – Rio de Janeiro, RJ 
Tel. (0XX21) 2497-8988 
ii 
 
ANDREA FAGUNDES CAMPELLO BORGES 
 
 
 
 
 
 
ACURÁCIA DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO E 
DA RADIOGRAFIA PERIAPICAL DIGITAL NA DETECÇÃO DE LESÕES 
ÓSSEAS PERIRRADICULARES CRIADAS ARTIFICIALMENTE 
 
Dissertação apresentada ao 
Programa de Pós-graduação em 
Odontologia da Universidade Estácio 
de Sá, visando a obtenção do grau 
de Mestre em Odontologia 
(Endodontia). 
 
 
 
Orientadores: 
Prof. Dr. Fábio Vidal Marques 
Prof. Dr. Fábio Ribeiro Guedes 
 
 
 
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
RIO DE JANEIRO 
2015 
 
 
 
 
iii 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha catalográfica 
 
iv 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Não importa se a estação do ano muda... 
Se o século vira, se o milénio é outro. 
Se a idade aumenta... 
Conserva a vontade de viver, 
Não se chega a parte alguma sem ela." 
 
 
 
(Fernando Pessoa) 
 
v 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Ao meu marido, Rogério Borges, por me apoiar de todas as maneiras para que 
esse sonho se realizasse. Obrigada pelo amor, companheirismo e 
compreensão. 
Ao meu filho, Thiago, por alegrar todos os meus dias. 
Aos meus pais Marli e Alberto por toda a educação e apoio. Serei eternamente 
grata por tudo que fizeram e abdicaram para que eu pudesse ter um futuro 
melhor. 
Ao Professor Fábio Vidal, por toda a atenção dedicada para que esse trabalho 
fosse realizado da melhor maneira possível. Suas orientações, conselhos e 
apoio foram de suma importância para a realização desse estudo. 
Ao Professor Fábio Guedes pela atenção dedicada durante a confecção das 
imagens e por todas as orientações e conselhos. 
À Angélica, por ser uma pessoa maravilhosa e prestativa, nos ajudando de 
todas as formas possíveis. 
Aos meus colegas de Mestrado, por tornarem mais agradáveis os meus dias no 
PPGO. Aos amigos Fábio Barcelos, Rafaela Martins, Renata Val, Stephane 
Azeredo e Sabrina Brasil, com quem sempre pude contar nas horas difíceis, 
pelo convívio e aprendizado. 
Ao meu amigo Leopoldo Miranda por ter segurado a barra na escultura dental 
em todos os momentos que precisei me ausentar. 
vi 
 
Ao meu amigo Maia por tantas conversas e desabafos, além das inúmeras 
sindicâncias que assinei, mas que ele foi o autor. 
Ao professor e amigo André Luiz Barbosa Machado pelos ensinamentos e 
incentivo a ingressar no magistério. 
E especialmente a Deus por Tudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
vii 
 
ÍNDICE 
Página 
RESUMO viii 
ABSTRACT x 
LISTA DE FIGURAS xii 
LISTA DE TABELAS xiv 
LISTA DE ABREVIATURAS xv 
1 INTRODUÇÃO 1 
2 REVISÃO DE LITERATURA 3 
3 JUSTIFICATIVA 18 
4 HIPÓTESE 19 
5 OBJETIVO 20 
6 MATERIAIS E MÉTODOS 21 
7 RESULTADOS 31 
8 DISCUSSÃO 42 
9 CONCLUSÃO 48 
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 49 
11 ANEXOS 57 
 
 
 
viii 
 
RESUMO 
 
Objetivo: O objetivo deste estudo foi determinar a acurácia da tomografia 
computadorizada de feixe cônico (TCFC) comparada com a radiografia 
periapical digital na detecção de defeitos ósseos perirradiculares criados 
artificialmente em mandíbulas e maxilas secas de origem humana. 
Materiais e Métodos: Foram criadas e alargadas progressivamente lesões 
artificiais em mandíbulas e maxilas secas de origem humana, utilizando brocas 
esféricas carbide de baixa rotação nos tamanhos ½, 2, 4 e 6. As radiografias 
periapicais foram obtidas para cada tamanho de lesão utilizando sistema digital 
intraoral de placa de fósforo (Instrumentarium Dental, Hyrila, Finlândia) e a 
tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) com o equipamento Kodak 
9500 cone beam, Carestream Dental (Kodak Dental System, Carestream 
Health, Rochester, NY, EUA). As imagens foram avaliadas por 6 especialistas 
em endodontia. Os dados foram tabulados e o grau de concordância entre 
avaliadores foi avaliado por meio do Coeficiente Kappa. A acurácia de cada um 
dos métodos de diagnóstico por imagem foi avaliada. As comparações entre os 
exames foram realizadas pelo teste de qui quadrado (χ2) usando o software 
estatístico SPSS 17.0. O nível de significância foi estabelecido em 5%. 
Resultados: O índice Kappa mostrou baixa concordância entre os avaliadores. 
Não houve diferença estatística entre os exames nos casos onde não havia 
lesão perirradicular. A TCFC mostrou-se superior em detectar lesões 
perirradiculares artificiais, onde elas realmente existiam, independente do 
tamanho da lesão. O índice de acerto para a TCFC variou entre 56,94% e 
ix 
 
73,61%. A maior diferença entre exames deu-se nos elementos superiores (RX 
28,57% e TCFC 71,42%; p valor <0,01) e nos elementos multirradiculares (RX 
33,33% e TCFC 83,33%; p valor < 0,01). 
Conclusão: A detecção de lesões perirradiculares artificiais em mandíbulas e 
maxilas secas foi significativamente maior nos exames de TCFC quando 
comparados com exame de radiografia periapical digital. 
Palavras-chave: Tomografia computadorizada de feixe cônico; Radiografia 
digital; lesão perirradicular, periodontite apical. 
 
x 
 
ABSTRACT 
Aim: The aim of this study was to determine the diagnostic accuracy of cone-
beam computed tomography and digital periapical radiography in detecting 
artificially created apical lesions in a ex vivo model using human cadavers. 
Materials and Methods: Simulated apical lesions were created and then 
progressively enlarged by using sizes ½, 2, 4 e 6 round burns. Images were 
obtained with Kodak 9500 cone beam CT (Kodak dental System, Carestream 
Health, Rochester, NY) and with an intraoral digital periapical radiographic 
sensor (instrumentarium dental, Hyrila, Finland) after each enlargement. 
Specificity and sensitivity were calculated using the statistical software SPSS 
17.0. Images were evaluated by 6 certified endodontists. The agreement was 
calculated using Kappa coefficient. The accuracy of each method in detecting 
apical lesion was calculated using chi square test using the statistical software 
SPSS 17.0. The level of significance was set at 5%. 
Results: Kappa showed low agreement among examiners. There was no 
statistical difference between cone-beam computed tomography and digital 
periapical radiography in cases without apical lesions. The accuracy for Kodak 
9500 cone beam was significantly higher than the intraoral digital periapical 
radiography accuracy for all corresponding simulated lesions. The correct 
diagnostic rate for CBCT ranged between 56.94% and 73.61%. The biggest 
difference between cone-beam computed tomography and digital periapical 
radiography ocurred in maxillary teeth (RX 28.57% and 71.42% CBCT; p 
xi 
 
value<0.01) and multi rooted teeth (RX 33.33% and 83.33% CBCT; p 
value<0.01). 
Conclusion: The cone-beam computed tomography demonstrated better 
accuracy in detecting simulated lesions than digital periapical radiography for all 
simulated lesions tested. 
Key Words: cone-beam computed tomography; Digital radiography; apical 
lesions 
xii 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1. Imagem digital de telerradiografia em norma frontal (SANNOMIYA, 
2009). 
Figura 2. Tomógrafo J. Morita Veraviewepocs 3D (retirado de MILES & 
MCCLAMMY, 2009). 
Figura 3. A. Princípio da formação da imagem na Tomografia convencional. B. 
na TCFC (retirado de MILES & MCCLAMMY, 2009). 
Figura 4. Peças anatômicas utilizadas para a seleção dos elementosdentários 
Figura 5. Cortical interna após extração do molar superior. 
Figura 6. A. Elemento 37 extraído. B. Elemento 37 reposicionado. C. TCFC do 
elemento 37 para verificar correto reposicionamento. 
Figura 7. Sistema Express Instrumentarium (Instrumentarium Dental, Hyryla, 
Finlândia). 
Figura 8. Posicionador XCP Instruments RINN (RINN Corporation, Elgin, 
IIIinois, USA). 
Figura 9. A. Registro oclusal com silicone de condensação Zetaplus® 
(Zhermach, SpA, Badia Polesine RO - Itália). B. Crânio e sensores prontos para 
a obtenção da imagem com auxílio do registro oclusal e posicionador. 
Figura 10. Equipamento Kodak 9500 Cone Beam, fabricado pela Carestream 
Dental (Kodak Dental Systems, Carestream Health, Rochester, NY, EUA). 
Figura 11. Suporte de acrílico confeccionado para estabilizar a peça anatômica 
durante a realização da TCFC. 
Figura 12. Uso de cursor durante a confecção dos defeitos ósseos. 
xiii 
 
Figura 13. A. Slide da radiografia digital do elemento 24 reposicionado após 
confecção de defeito ósseo com broca n° 2. B. TCFC do mesmo elemento. 
 
 
xiv 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1. Comprimento em mm da ponta ativa das brocas esféricas carbide 
haste longa. 
Tabela 2. Numeração referente à broca utilizada para confecção do defeito 
ósseo. 
Tabela 3. Descrição numérica das imagens. 
Tabela 4. Grau de concordância entre avaliadores. 
Tabela 5. Medidas de concordância de dados categóricos. 
Tabela 6. Tabela descritiva dos achados por elemento dentário. 
Tabela 7. Comparação entre exames (RX e TCFC). 
Tabela 8. Comparação entre exames em mandíbula. 
Tabela 9. Comparação entre exames em maxila. 
Tabela 10. Comparação entre exames em dentes unirradiculares. 
Tabela 11. Comparação entre exames em dentes multirradiculares. 
 
xv 
 
LISTA DE ABREVIATURAS
TCFC 
 
RX 
 
TC 
 
3D 
 
mA 
 
 
Kv 
 
 
Kvp 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tomografia computadorizada de 
feixe cônico 
Radiografia periapical digital 
 
Tomografia Computadorizada 
 
Três dimensões 
 
Miliampere (unidade de medida de 
intensidade de corrente elétrica) 
 
Quilovolt – Medida de tensão 
elétrica 
 
Quilovolt pico 
1 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A lesão perirradicular é uma doença inflamatória de etiologia microbiana 
causada primariamente pela infecção do sistema de canais radiculares 
(SIQUEIRA, 2011). Uma infecção endodôntica pode estimular o 
desenvolvimento de lesões inflamatórias perirradiculares com ocorrência de 
perda óssea, evoluindo frequentemente como um processo crônico com pouca 
ou nenhuma sintomatologia (KAKEHASHI et al.,1965; SUNDQVIST, 1976). A 
presença de alterações pulpares pode ser pesquisada através de testes 
clínicos que, na maioria das vezes fornecem informações somente sobre a 
resposta neurológica aos estímulos térmicos (WEISLEDER et al., 2009; 
JAFARZADEH & ABBOTT, 2010; CHEN & ABBOTT, 2011). 
A radiografia periapical convencional é um instrumento complementar 
amplamente utilizado pelo clínico no diagnóstico e controle de lesões 
perirradiculares. No entanto, as radiografias convencionais são muito sensíveis 
a erros que podem ocorrer durante a aquisição da imagem como 
posicionamento incorreto da película radiográfica e tempo de exposição 
inadequado. Além disso, o processamento da película e seu armazenamento 
podem influenciar na qualidade da imagem, e consequentemente, na 
sensibilidade do método. Uma alternativa capaz de minimizar essas limitações 
da técnica radiográfica convencional é a utilização de sensores intraorais 
(radiografia digital). A radiografia periapical digital tem sido muito difundida 
desde 1980. A utilização dos sensores digitais reduz a dose de radiação a que 
o paciente é exposto e economiza o tempo dispendido durante o 
2 
 
processamento radiográfico (PETERS & PETERS, 2012). Além disso, as 
imagens obtidas podem ser manipuladas e avaliadas por meio de softwares 
que possibilitam, entre outras coisas, avaliar de forma mais precisa o nível de 
cinza dos pixels que formam a imagem e obter medidas lineares. Outra 
limitação das radiografias periapicais (convencionais e digitais) é que elas 
fornecem uma imagem bidimensional de estruturas tridimensionais (LOFTHAG-
HANSEN et al., 2007). Essa limitação pode ser contornada com a utilização de 
exames tomográficos, mais especificamente, as tomografias computadorizadas 
de feixe cônico (TCFC). 
A TCFC foi introduzida na odontologia em 1990 e tem encontrado muitas 
indicações na endodontia (COTTON et al., 2007; NAIR & NAIR, 2007). A TCFC 
possibilita a detecção precoce de lesões perirradiculares em casos onde 
nenhuma alteração foi detectada utilizando a radiografia periapical, servindo 
como ferramenta no diagnóstico e proservação de patologias do periápice, bem 
como na pesquisa de trincas e fraturas não detectáveis por meio de exames 
clínicos e radiográficos convencionais (LEONARDO et al., 2009). 
O objetivo deste estudo foi determinar a acurácia da TCFC comparada 
com a radiografia periapical digital na detecção de defeitos ósseos 
perirradiculares criados artificialmente em mandíbulas e maxilas secas de 
origem humana. 
 
 
3 
 
2. REVISÃO DE LITERATURA 
 
2.1. Etiologia das lesões perirradiculares 
A infecção do sistema de canais radiculares é a principal causa de 
desenvolvimento de lesões que acometem a região perirradicular. Entretanto, 
diversas outras condições patológicas podem estar associadas com alterações 
na região perirradicular dos elementos dentários, sem mostrar relação 
etiológica com inflamação pulpar. Devido à sua origem não inflamatória, o 
tratamento destas condições difere das terapias habituais para as lesões 
perirradiculares inflamatórias. Mesmo com todas as informações obtidas com 
anamnese e exame físico, a detecção das lesões perirradiculares inflamatórias 
depende de exames de imagem complementares. Dentre os exames de 
imagem, as radiografias convencionais, em especial as periapicais, são 
componentes imprescindíveis no processo de diagnóstico. Mais recentemente, 
tomografias computadorizadas trouxeram valiosa contribuição para alguns 
casos, mas a radiografia convencional representa o pilar do diagnóstico 
endodôntico (SIQUEIRA et al., 2010). 
A infecção do sistema de canais radiculares é o principal fator etiológico 
da lesão perirradicular. Embora fatores químicos e físicos possam induzir a 
inflamação perirradicular, evidências científicas demonstram que os micro-
organismos são essenciais para a progressão e manutenção da lesão 
perirradicular (KAKEHASHI, et al., 1965; SUNDQVIST, 1976; MÖLLER et al., 
1981). 
A infecção do canal radicular se desenvolve após necrose pulpar, que 
4 
 
ocorre como resultado da cárie, trauma, doença periodontal ou procedimentos 
odontológicos. Esses fatores geram uma via de acesso para os micro-
organismos chegarem ao sistema de canais radiculares. Devido à ação de 
micro-organismos e seus produtos associados à resposta imunológica do 
hospedeiro ocorrem alterações inflamatórias nos tecidos perirradiculares dando 
origem a diferentes formas de lesões. As bactérias são os principais micro-
organismos envolvidos na etiologia das lesões perirradiculares, embora fungos, 
vírus e arqueias também tenham sido encontrados nos canais de dentes com 
lesão perirradicular (SIQUEIRA et al., 2010). 
2.1.1. Cistos e granulomas perirradiculares de origem inflamatória 
A ocorrência da patologia perirradicular está associada às respostas 
inflamatória e imunológica do hospedeiro com o intuito de conter o avanço da 
infecção endodôntica. A ocorrência de danos aos tecidos perirradiculares pode 
resultar do efeito direto ou indireto das bactérias (SIQUEIRA et al., 2010). Este 
é um processo que envolve uma série de mecanismos intrínsecos mediados 
por moléculas sinalizadoras, o que resulta no desenvolvimento de lesões, que 
podem representar estágios de um mesmo processo inflamatório,destacando-
se os granulomas e os cistos perirradiculares (PEIXOTO & PEIXOTO, 2012). 
O granuloma é uma massa de tecido granulomatoso cronicamente 
inflamado, que representa uma reação secundária e defensiva do hospedeiro 
na tentativa de conter a progressão do processo infeccioso (NEVILLE et al., 
2009). Geralmente, o granuloma é assintomático e os achados radiográficos 
são essenciais para avaliá-lo. Radiograficamente, verifica-se a presença de 
uma área radiolúcida associada ao ápice radicular ou lateralmente à raiz, bem 
5 
 
circunscrita, com perda da integridade da lâmina dura. A radiolucidez se deve à 
reabsorção óssea com consequente perda de densidade do osso e substituição 
por um tecido granulomatoso (SIQUEIRA et al., 2010). 
O cisto perirradicular é sempre originado de um granuloma, embora nem 
todo granuloma necessariamente progrida para um cisto (SIQUEIRA et al., 
2010). Segundo NEVILLE et al. (2009) os cistos são constituídos por uma 
cavidade patológica revestida por um epitélio, oriundo, principalmente, dos 
restos epiteliais de Mallassez que permanecem na região perirradicular após a 
odontogênese e se desenvolvem como resultado de um estímulo inflamatório. 
Na grande maioria das vezes o cisto perirradicular é assintomático e os 
achados radiográficos se assemelham aos do granuloma, o que faz com que 
essas duas patologias sejam indistinguíveis radiograficamente (SIQUEIRA et 
al., 2010). 
2.1.2. Diagnóstico diferencial entre cistos e granulomas 
Tradicionalmente a detecção da lesão periapical é baseada no exame de 
imagem. O diagnóstico diferencial é realizado por meio do exame 
histopatológico dos tecidos, o que é impraticável em casos não cirúrgicos 
(PETERS & PETERS, 2012). O método auxiliar de diagnóstico mais 
comumente utilizado é a radiografia periapical convencional. Alguns métodos 
diagnósticos, como a tomografia computadorizada (TC) e a ultrassonografia 
com doppler colorido, têm sido introduzidos na tentativa de diferenciar cistos e 
granulomas periapicais (AGGARWAL et al., 2008). Um estudo comparou as 
imagens de TC de oito casos de lesões perirradiculares com os resultados 
histopatológicos. Os autores foram capazes de distinguir entre cistos e 
6 
 
granulomas na tomografia, devido a uma diferença na densidade entre o 
conteúdo da cavidade cística e a densidade do granuloma (TROPE et al., 
1989). 
Em outro estudo AGGARWAL et al. (2008) avaliaram doze amostras 
histológicas de lesões perirradiculares e compararam com os resultados 
preliminares da TC e da ultrassonografia com fluxometria doppler. O 
diagnóstico preliminar realizado através do exame de imagem foi confirmado 
em todos os casos. SIMON et al. (2006) usaram tomografia de feixe cônico 
para medir o grau de cinza no diagnóstico pré-cirúrgico e acharam que, em 
treze dos dezessete casos avaliados, os resultados das tomografias 
coincidiram com os resultados histopatológicos. Por outro lado, ROSENBERG 
et al. (2010) relataram que a análise através da TCFC de quarenta e cinco 
amostras apresentou baixa acurácia na diferenciação entre cisto e granuloma. 
2.2. Técnicas de imagem na detecção de lesões perirradiculares 
Os métodos de diagnóstico por imagem empregados para avaliar a 
saúde do osso perirradicular incluem: radiografia convencional intra e extra-
oral, radiografia digital, ultrassonografia, ressonância magnética, TC e TCFC 
(PETERS & PETERS, 2012). 
2.2.1. Radiografia intraoral convencional 
Na radiografia convencional, quando um feixe de fótons de raio X 
atravessa um objeto, parte dos fótons deste feixe é atenuada, e os demais 
fótons expõem o filme radiográfico, modificando os cristais de prata presentes 
na emulsão. Dessa forma, a imagem apresenta-se contínua e ininterrupta, 
onde os tons de cinza se intercalam sutilmente. Com isso, a radiografia 
7 
 
convencional pode ser considerada um método analógico, no qual as 
diferenças de tamanho e distribuição dos cristais de prata resultam em uma 
escala de densidade contínua (WHITE & PHAROAH, 2007). 
As radiografias periapicais convencionais continuam sendo o principal 
auxiliar na detecção e acompanhamento de lesões perirradiculares. Um estudo 
avaliou radiograficamente pacientes que apresentavam lesões periapicais 
antes do tratamento endodôntico e verificou que após quatro anos do 
tratamento endodôntico, 75,4% das lesões haviam regredido completamente e 
12,7% mostraram sinais de melhora (ORSTAVIK et al., 1986). No entanto, em 
alguns casos o tempo de cicatrização pode ser maior e um acompanhamento 
mais longo pode ser necessário. Outro estudo comparou as radiografias de 
evolução das lesões perirradiculares em dois períodos de acompanhamento. O 
primeiro período variou de dez a dezessete anos, e o outro de dezessete a 
vinte e sete anos, após o tratamento endodôntico. Os autores observaram que 
o percentual de lesões periapicais caiu de 49,8% no momento da obturação 
para 16,6% na reavaliação realizada dez a dezessete anos mais tarde e para 
6,4% na segunda reavaliação, realizada dez anos depois (MOLVEN et al., 
2002). O mesmo grupo avaliou quatrocentos e vinte e nove raízes utilizando-se 
da mesma metodologia descrita anteriormente e encontrou 95% de sucesso 
(remissão completa da radiolucidez periapical) após vinte e sete anos. Os 
autores sugerem que essa demora na cicatrização pode ser explicada pelo 
extravasamento de material obturador e concluíram que alterações tardias 
podem ser observadas em um período de até vinte e sete anos (FRISTAD et 
al., 2004). Estes resultados diferem do trabalho de WEIGER et al. (1998) que 
8 
 
relataram que a maioria das lesões perirradiculares cicatriza ao longo de um 
período de quatro anos. 
Essas conclusões baseadas em avaliações clínicas e radiográficas 
devem levar em consideração que apenas a avaliação histológica possibilita 
uma definição conclusiva com relação à cicatrização completa dos tecidos 
perirradiculares. GREEN et al. (1997) estudaram vinte e nove cadáveres e 
descobriram que raízes que pareciam saudáveis radiograficamente mostravam 
evidência histológica de inflamação leve a moderada. Os autores concluíram 
que a ausência de radiolucência periapical não significa saúde do ponto de 
vista histológico. Outro estudo comparou a sensibilidade da radiografia 
periapical e da TCFC com os resultados histológicos e observou que em 93% 
das avaliações histológicas havia periodontite apical. Em comparação, as 
análises de TC detectaram lesão em 84% dos casos e a radiografia periapical 
detectou periodontite apical em 71% das análises. Os autores concluíram que a 
TCFC foi mais sensível na detecção de periodontite apical quando comparada 
com a radiografia convencional (DE PAULA-SILVA et al., 2009b). O mesmo 
grupo avaliando o reparo periapical de raízes pós-tratamento endodôntico em 
animais, observou que a TCFC forneceu resultados similares aos obtidos pela 
avaliação microscópica e que a avaliação radiográfica subestimou o tamanho 
das lesões ósseas (DE PAULA-SILVA et al., 2009a). 
2.2.2. Radiografia intra-oral digital 
A interpretação radiográfica é uma ferramenta importante para 
determinar a presença ou ausência de patologias perirradiculares (TEWARY et 
al., 2011). No entanto, devido à possível superposição de estruturas 
9 
 
anatômicas e à sensibilidade da técnica, característica da radiografia, somente 
quando há destruição suficiente do osso cortical é possível visualizar 
radiograficamente as lesões ósseas (BENDER & SELTZER, 1961; SLOWEY, 
1974). Uma alternativa que busca obter maior sensibilidade no diagnóstico por 
imagem são os sensores digitais. A radiografia digital foi introduzida há mais de 
vinte anos e as vantagens desta tecnologia incluem: diminuição da dose de 
radiação para capturar a imagem; capacidade de armazenamento da imagem; 
disponibilidade imediata da imagem para interpretação; compartilhamento e a 
manipulação da imagem por meio de softwaresespecíficos (SOH et al., 1993). 
A formação da imagem digital difere da formação da imagem 
convencional. A radiografia digital não usa filme radiográfico, não envolvendo o 
uso de cristais de prata. Uma imagem digital consiste de um arranjo de células 
individuais organizadas em uma matriz de linhas e colunas. O valor de cinza 
corresponde à intensidade de radiação absorvida naquele local durante a 
exposição do receptor digital. Cada célula isolada é denominada elemento de 
imagem, do inglês “picture element” (pixel) (Figura 1). Cada pixel terá um valor 
correspondente à intensidade média dos fótons que atingiram a área 
correspondente. Os valores numéricos que estes elementos apresentam 
correspondem ao tom de cinza e a posição na qual o pixel aparecerá no 
monitor (HAITER NETO & MELO, 2010). 
 
10 
 
 
Figura 1. Imagem digital de teleradiografia em norma frontal (SANNOMIYA, 2009) 
 
 
Todos os sinais elétricos de entrada, inclusive os que dão origem à 
imagem radiográfica digital são convertidos em dígitos binários (bits). Oito bits 
podem ser agrupados para formar uma unidade maior denominada byte. O 
byte apresenta 256 possibilidades de combinações numéricas e 
consequentemente 256 tons, variando do preto ao branco, sendo que preto tem 
valor zero e branco tem valor 256. A cada campo da matriz é atribuído um valor 
numérico que representa um valor de tom de cinza. O olho humano pode 
perceber no máximo até 100 tons de cinza, de modo que a análise das 
imagens digitais, quando feita por meio de softwares, torna-se ainda mais 
sensível do que quando feita diretamente pelo observador (MILES, 1993). 
Desde sua introdução, a utilização da radiografia digital aumentou 
11 
 
consideravelmente, devido à melhora na tecnologia e à diminuição do custo de 
aquisição do sensor. Alguns estudos iniciais sugeriam que as radiografias 
digitais são tão precisas quanto as radiografias convencionais na detecção de 
lesões perirradiculares (YOKOTA et al., 1994; MISTAK et al., 1998). 
Comparando a precisão de vários sistemas digitais na detecção de lesões 
perirradiculares, não foram encontradas diferenças significativas entre os 
sistemas (FOLK et al., 2005). Recentemente, radiografias periapicais digitais 
foram comparadas com radiografias periapicais convencionais, obtidas 
utilizando filme radiográfico D-Speed (Eastman Kodak Company, Rochester, 
EUA), com relação ao grau de acurácia na detecção de lesões ósseas criadas 
artificialmente. Os resultados do trabalho mostraram que as imagens digitais 
foram significativamente melhores do que as radiografias periapicais 
convencionais na detecção das lesões perirradiculares (HADLEY et al., 2008). 
2.2.3. Tomografia computadorizada de feixe cônico 
O desenvolvimento de um tomógrafo relativamente pequeno e de menor 
custo (Figura 2), especialmente indicado para a região dentária e maxilofacial, 
proporcionou grandes avanços no diagnóstico, planejamento e pesquisa nas 
diversas especialidades odontológicas. Segundo SCARFE et al. (2006) o 
desenvolvimento da TCFC possibilitou a obtenção de imagens tridimensionais 
dos tecidos e estruturas mineralizadas do complexo maxilofacial, com mínima 
distorção e dose de radiação significantemente reduzida, em comparação à TC 
tradicional. 
12 
 
 
Figura 2. Tomógrafo J. Morita Veraviewepocs 3D (MILES & MCCLAMMY, 2009) 
 
 
A TCFC foi introduzida na década de noventa por dois grupos (MOZZO 
et al., 1998; ARAI et al., 1999). Nos últimos anos, a técnica ganhou 
rapidamente aceitação pelas especialidades odontológicas, em particular, 
ortodontia, endodontia, implantodontia e cirurgia bucomaxilofacial (PETERS & 
PETERS, 2012). As vantagens que a TCFC pode oferecer, em especial para o 
diagnóstico e planejamento do tratamento, estão cada vez melhor 
documentadas e incorporadas na prática odontológica. Recentemente, a 
Associação Americana de Endodontia e a Academia Americana de Radiologia 
13 
 
Oral e Maxilofacial emitiram diretrizes sobre as indicações da TCFC no 
diagnóstico odontológico (TYNDALL et al., 2011; HARRIS et al., 2012; 
PETERS & PETERS, 2012), consolidando ainda mais o uso dessa técnica na 
prática clínica e na pesquisa. 
A obtenção da imagem é feita utilizando um feixe cônico de radiação 
associado a um receptor de imagens bidimensional. Nesta técnica, o conjunto 
fonte de raios X-receptor de imagens gira 360º, uma única vez, em torno da 
região de interesse (SCARFE et al., 2006). Durante este giro, múltiplas 
projeções bidimensionais em ângulos diferentes são obtidas e enviadas ao 
computador. Essas projeções contêm toda a informação necessária para 
compor a matriz da imagem em três dimensões (3D). Após a coleta da 
imagem, toda a informação necessária para gerar as imagens de interesse está 
contida na imagem matriz (XAVES et al., 2005). Cortes nos três planos do 
espaço podem então ser obtidos a partir desta imagem tridimensional. É 
possível também obter reconstruções panorâmicas e cefalométricas a partir da 
imagem tridimensional inicial. 
Assim, ao contrário da TC tradicional, que necessita de tantas voltas 
quanto forem necessárias dependendo da espessura do corte e do tamanho da 
estrutura, resultando em maior exposição do paciente à radiação devido ao seu 
feixe de raios X em forma de leque, a TCFC necessita de apenas um giro ao 
redor da área de interesse para obter as informações necessárias para a 
reconstrução das imagens, conforme mostra a Figura 3 (WHAITES, 2003). 
Ainda, ao contrário da TC convencional, onde o tamanho do voxel é 
determinado pela colimação do feixe de raios X antes e depois do paciente e 
14 
 
pelo avanço da mesa no gantry (aparato que permite o deslocamento do 
paciente posicionado sobre a mesa de exame), resultando em voxels 
anisotrópicos (altura = largura <profundidade), na TCFC o tamanho do voxel é 
determinado pelo tamanho de cada pixel no receptor de imagem, gerando 
voxels isotrópicos (altura = largura= profundidade), que resultam em imagens 
com nitidez superior (SCARFE, et al., 2006). Desta maneira, foi possível reduzir 
a dose de exposição do paciente à radiação em até 98% em relação à TC 
médica e diminuir a presença de artefatos na imagem obtida, permitindo assim 
uma melhora na imagem tridimensional (XAVES et al., 2005). 
 
Figura 3. A. Princípio da formação da imagem na Tomografia convencional. B. na TCFC 
(MILES & MCCLAMMY, 2009). 
 
 
2.3. Limitações na detecção de lesões perirradiculares pelos exames de 
imagem 
O diagnóstico de lesões perirradiculares representa uma estratégia 
essencial para determinar a seleção de um protocolo terapêutico efetivo 
(ESTRELA et al., 2008). Alguns estudos têm demonstrado que uma lesão 
perirradicular de origem endodôntica pode estar presente sem estar visível 
radiograficamente (BENDER & SELTZER, 1961; VAN DER STELT, 1985; 
A B 
15 
 
WHITE et al., 1995). De acordo com BENDER & SELTZER (1961) lesões 
artificiais produzidas em cadáveres podem ser detectadas por radiografias 
convencionais somente quando a perfuração produz uma destruição extensa 
da cortical óssea na superfície externa, ou quando houver erosão da superfície 
interna da cortical. Outras condições como variações anatômicas, densidade 
óssea, angulação do feixe de raios-x e contraste radiográfico também podem 
influenciar na interpretação radiográfica (PETERS & PETERS, 2012). 
TSAI et al. (2012) avaliaram a acurácia de dois aparelhos TCFC 
comparados com radiografia periapical digital na detecção de lesões ósseas 
artificiais criadas em mandíbulas humanas e observaram que a radiografia 
digital obteve o pior resultado. Relataram ainda que os dois aparelhos de TCFC 
tiveram baixa acurácia para lesões menores que 0,8 mm. 
2.3.1. Padronização e qualidade da imagem 
Idealmente, o acompanhamento radiográfico de uma lesão perirradicular 
é realizado com o auxílio de um posicionador radiográfico com o objetivo de 
reproduzir a imagemanterior, tanto em relação à região a ser radiografada 
quanto em relação à angulação utilizada na tentativa de minimizar as 
distorções. Para PETERS & PETERS (2012) o tipo de aparelho, tensão e 
corrente, tempo de exposição, tipo e tamanho do filme radiográfico devem ser 
os mesmos, para comparação das imagens. No caso de radiografias digitais, 
todas as radiografias devem ser obtidas usando o mesmo sistema e analisadas 
com o mesmo programa, para garantir a qualidade similar e possível 
comparação entre imagens. A ausência de uma padronização na obtenção, 
processamento e avaliação das imagens inviabiliza a comparação entre as 
16 
 
mesmas, e sua consequente utilização em trabalhos científicos. Em uma 
análise retrospectiva da padronização e do grau de adoção de medidas para 
maior excelência na obtenção e armazenamento das imagens radiográficas, 
esses autores observaram que 8,5% das imagens foram classificadas como 
distorcidas, seja por estarem alongadas ou encurtadas. Os autores destacaram 
a necessidade de uma melhor formação dos radiologistas e atualização dos 
dentistas para garantir a alta qualidade dos exames radiográficos, além da 
implementação de programas internos de garantia de qualidade nas clínicas 
radiográficas (HELLSTERN & GEIBEL, 2012). Um exemplo da falta de 
padronização na obtenção de imagens radiográficas é descrito no trabalho de 
MOLVEM et al. (2002), no qual os autores observaram que 4,9% das 
radiografias avaliadas não possuíam qualidade que permitisse uma avaliação 
precisa da imagem. 
2.3.2. Sobreposição de estruturas anatômicas 
Ao estudar a região periapical com o objetivo de diagnosticar possíveis 
alterações patológicas, o clínico precisa estar atento para identificar o chamado 
“ruído anatômico”, que se refere à sobreposição de estruturas anatômicas e 
distorções geométricas (HUUMONEM & ORSTAVIK, 2002; NAIR & NAIR, 
2007; PATEL et al., 2009). A TCFC permite uma visualização em 3D, diferente 
da radiografia periapical, que produz uma imagem bidimensional. Esta 
característica da TCFC possibilita a visualização de detalhes, sem 
sobreposição de estruturas anatômicas, facilitando a detecção de lesões não 
percebidas na radiografia periapical (TSAI et al., 2012). 
2.3.3. Distorção da imagem 
17 
 
Distorções, alongamentos ou encurtamentos podem ser um problema 
em qualquer área das arcadas dentárias, em especial na região de molares 
superiores, pois as imagens distorcidas ocorrem em conjunto com projeções 
anatômicas sobrepostas às áreas de interesse (PETERS & PETERS, 2012). 
Quando há possibilidade, o ideal é que a película ou sensor seja 
colocado paralelamente ao elemento dentário. A anatomia da cavidade oral 
pode exigir que o filme seja colocado angulado em relação ao longo eixo do 
dente. O posicionamento do feixe de raios-x mais apicalmente, pode resultar 
em projeção do arco zigomático sobre as raízes. Ao mesmo tempo, 
dependendo do ângulo escolhido pode ocorrer distorção das porções 
radiculares. Raízes divergentes podem apresentar diferentes níveis de 
encurtamento ou alongamento, enquanto que raízes fusionadas ou muito 
próximas podem não ser visualizadas separadamente, apesar da obtenção de 
imagens em diferentes angulações horizontais (LOFHAG-HANSEN et al., 
2007). 
18 
 
3. JUSTIFICATIVA 
 
Há um consenso de que o diagnóstico conclusivo com relação ao tipo de 
lesão perirradicular só é possível através de análises histológicas. No entanto, 
o mesmo só é viável em procedimentos cirúrgicos. Dessa forma, a adoção de 
técnicas mais sensíveis de diagnóstico por imagem se faz necessária para o 
diagnóstico precoce e acompanhamento evolutivo das lesões perirradiculares. 
Poucos estudos comparam as diferenças de interpretação nas imagens 
utilizando TCFC e radiografia periapical digital no diagnóstico de lesões 
pequenas localizadas em osso esponjoso. Tendo em vista as limitações da 
radiografia periapical convencional e considerando que a radiografia periapical 
digital é um exame mais barato que a TCFC, que expõe o paciente a uma dose 
menor de radiação e que pode ser utilizado dentro de um consultório 
odontológico, justifica-se investigar a precisão das imagens obtidas por meio da 
tomografia computadorizada de feixe cônico e da radiografia periapical digital 
na detecção de lesões ósseas perirradiculares pequenas. 
 
19 
 
4. HIPÓTESE 
 
A hipótese é que a utilização de Tomografia computadorizada de feixe 
cônico pode aumentar a precisão na detecção de lesões ósseas 
perirradiculares estritas ao osso esponjoso, comparativamente à radiografia 
digital. 
 
20 
 
5. OBJETIVO 
 
O objetivo deste estudo foi determinar a acurácia da TCFC comparada 
com a radiografia periapical digital na detecção de defeitos ósseos 
perirradiculares criados artificialmente em peças anatômicas (mandíbulas e 
maxilas secas) de origem humana. 
 
21 
 
6. MATERIAIS E MÉTODOS 
 
6.1. Seleção da amostra 
Foram utilizadas uma mandíbula e duas maxilas provenientes de crânios 
humanos secos com boa integridade óssea obtidas no departamento de 
anatomia da Faculdade de Odontologia da Universidade Iguaçu (Figura 4). 
Para seleção dos elementos dentários incluídos no estudo, foram realizadas 
imagens por meio de tomografia computadorizada de feixe cônico, utilizando o 
equipamento Kodak 9500 Cone Beam, fabricado pela Carestream Dental 
(Kodak Dental Systems, Carestream Health, Rochester, NY, EUA), a 90 
quilovolt pico (KVP), 10 miliAmpere (mA), campo de visão 18,4 x 20,6 cm, 
voxels 0,3 mm e tempo de escaneamento de vinte e quatro segundos, com 
objetivo de excluir elementos que apresentassem sinais de tratamento 
endodôntico prévio, presença de cárie ou restauração extensa, fratura, imagem 
radiolúcida sugestiva de lesão perirradicular, proximidade com seio maxilar, 
cavidade nasal e canal mandibular. Depois de feita esta primeira seleção 
através da tomografia, os dentes foram cuidadosamente extraídos com o 
auxílio de fórceps e periótomo. Após a extração, foi feita uma análise visual do 
alvéolo para verificar a integridade da cortical interna (Figura 5). Os dentes que 
tiveram suas raízes fraturadas ou alguma parte do trabeculado ósseo fraturado 
durante a extração foram excluídos nesta etapa. Após a extração e análise 
visual, os dentes foram reposicionados e foi realizada uma nova tomada 
tomográfica para verificação do correto posicionamento dos mesmos no alvéolo 
(Figura 6). Nesta etapa, os elementos que não puderam ser reposicionados de 
22 
 
maneira correta também foram excluídos. Desta forma sobraram seis dentes 
maxilares (três incisivos, um primeiro pré-molar, um segundo pré-molar e um 
molar) e cinco dentes mandibulares (um incisivo, um canino, um pré-molar e 
dois molares). Não foram incluídos no estudo os terceiros molares. 
 
Figura 4. Peças anatômicas utilizadas para a seleção dos elementos dentários. 
 
 
Figura 5. Cortical interna após extração do molar superior. 
23 
 
 
Figura 6. A. Elemento 37 extraído. B. Elemento 37 reposicionado. C. TCFC do elemento 37 
para verificar correto reposicionamento. 
 
6.2. Radiografia periapical digital 
As radiografias digitais foram obtidas utilizando o sistema Express 
Instrumentarium (Instrumentarium Dental, Hyryla, Finlândia) (Figura 7). O 
mesmo possui um sistema digital de placa de fósforo e com o aparelho de raio 
X da marca XDent X70 parede digital 70 Kvp 8 mA (XDent Equipamentos 
odontológicos, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil). Para a realização das 
tomadas radiográficas foi utilizada a técnica do paralelismo com um 
posicionador XCP Instruments RINN (RINN Corporation, Elgin, IIIinois, EUA) 
(Figura 8). 
 
Figura 7. Sistema Express Instrumentarium (Instrumentarium Dental, Hyryla, Finlândia). 
A B C 
24 
 
 
Figura 8. Posicionador XCP Instruments RINN (RINN Corporation, Elgin, IIIinois, USA). 
 
6.3. Confecção dos guias de estabilização dos posicionadores 
radiográficosPara estabilizar o posicionador radiográfico, foi confeccionado um 
registro do plano oclusal para cada região a ser radiografada a fim de 
reproduzir o posicionamento do sensor para todas as tomadas radiográficas 
(Figura 9 A e B). O material utilizado foi silicone de condensação Zetaplus 
(Zhermach, SpA, Badia Polesine RO - Itália). O objetivo do registro é permitir a 
uniformização e reprodutibilidade da posição do filme no momento das 
tomadas radiográficas. 
 
25 
 
 
Figura 9. A. Registro do plano oclusal com silicone de condensação Zetaplus® (Zhermach, 
SpA, Badia Polesine RO - Itália). B. Crânio e sensores prontos para a obtenção da imagem 
com auxílio do registro oclusal e posicionador. 
 
6.4. Tomografia computadorizada de feixe cônico 
As TCFC foram realizadas utilizando um equipamento o Kodak 9500 
Cone Beam, fabricado pela Carestream Dental (Kodak Dental Systems, 
Carestream Health, Rochester, NY, EUA)(Figura 10), a 90 KVP, 10 mA, campo 
de visão 18,4 x 20,6cm, voxels 0,3 mm e tempo de escaneamento de vinte e 
quatro segundos. Para estabilização das peças anatômicas no tomógrafo foi 
utilizada uma plataforma de acrílico confeccionada para esta finalidade (Figura 
11). 
A 
B 
26 
 
 
Figura 10. Equipamento Kodak 9500 Cone Beam, fabricado pela Carestream Dental (Kodak 
Dental Systems, Carestream Health, Rochester, NY, EUA). 
 
 
Figura 11. Suporte de acrílico confeccionado para estabilizar a peça anatômica durante a 
realização da TCFC. 
 
6.5. Confecção dos defeitos ósseos 
Após o registro das imagens iniciais, os dentes foram removidos, e no 
fundo do alvéolo foi confeccionado um defeito ósseo. Foram utilizadas brocas 
carbide de haste longa para peça reta (KG Sorensen, São Paulo, Brasil) nas 
seguintes numerações: 1/2, 2, 4 e 6. As brocas foram utilizadas em seqüência, 
iniciando da broca de menor calibre (1/2) até a broca de maior calibre (6). As 
perfurações foram realizadas até que todo o diâmetro da parte ativa da broca 
ultrapassasse a cortical óssea do alvéolo. Para garantir que a broca penetrasse 
27 
 
todo o comprimento da ponta ativa, o comprimento total do alvéolo era medido 
e somado à medida da ponta ativa de cada broca. Assim, comprimento de 
trabalho no qual a broca era utilizada, consistia da soma do comprimento do 
alvéolo mais o comprimento da ponta ativa da broca (Tabela 1). 
Dessa forma, para um alvéolo com 11mm de comprimento utilizando a 
broca n°6 por exemplo, o comprimento que ela deveria entrar no alvéolo seria 
11mm + 1,8mm. Para controlar a profundidade de perfuração, foram utilizados 
cursores (Figura 12). Os defeitos ósseos foram confeccionados por um único 
operador. 
Tabela 1. Comprimento em mm da ponta ativas das brocas esféricas carbide haste 
longa. 
Broca Ponta ativa 
½ 0,6 mm 
2 1,0 mm 
4 1,4 mm 
6 1,8 mm 
 
 
 
Figura 12. Uso de cursor para orientar a confecção dos defeitos ósseos. 
28 
 
Depois da confecção do defeito ósseo, o dente era reposicionado no 
alvéolo, e eram refeitas as tomadas radiográficas e a obtenção da imagem com 
o tomógrafo, conforme descrito anteriormente. Esse passo a passo foi repetido 
após a utilização de cada uma das brocas, aumentando progressivamente o 
diâmetro das mesmas. Para cada imagem obtida era atribuída uma 
nomenclatura, que consistia do número do elemento dentário, tipo de exame rx 
(radiografia periapical digital) ou ct (TCFC) e um número de 0 a 4 que 
correspondia à broca utilizada para confecção do defeito ósseo (tabela 2). Por 
exemplo, a imagem tomográfica do elemento 12 com defeito ósseo realizado 
com a broca n° 6 era a imagem 12 ct 4. 
Tabela 2. Numeração referente à broca utilizada para confecção do defeito ósseo 
 
Numeração N° da broca 
0 Sem defeito 
1 ½ 
2 2 
3 4 
4 6 
 
6.6. Análise das imagens 
As radiografias foram obtidas em software cliniview (Instrumentarium 
Dental, Hyryla, Finlândia) e as tomografias diretamente no software de 
29 
 
visualização de imagem Kodak dental imaging CS 3D Imaging (Kodak Dental 
Systems, Carestream Health, Rochester, NY, EUA). 
As imagens foram colocadas, de forma randomizada, em uma 
apresentação de PowerPoint para avaliação dos observadores. A apresentação 
com um total de 110 imagens foi enviada via email, a 10 avaliadores, 
contactados previamente, todos especialistas em endodontia. 
Os cortes tomográficos foram selecionados previamente com o auxílio 
de um radiologista para que todos os avaliadores observassem a mesma 
imagem. Foi selecionado o corte tomográfico que, segundo consenso entre o 
radiologista e o endodontista responsáveis pelo trabalho, possuía a imagem 
mais nítida com relação à presença ou ausência de lesão perirradicular. A 
imagem (corte) tomográfica selecionada correspondia à imagem que seria 
recebida pelo profissional caso o mesmo solicitasse o exame tomográfico para 
avaliação de um caso em sua prática clínica. 
Os endodontistas responderam a um questionário fechado adaptado do 
protocolo de TSAI et al. (2012), avaliando as imagens quanto à existência ou 
não de lesão perirradicular. O questionário constava das seguintes 
possibilidades de resposta: presente, ausente ou duvidoso (Figura 13). 
 
Figura 13. A. Slide da radiografia digital do elemento 24 reposicionado após confecção de 
defeito ósseo com broca n° 2 (24 rx 2). B. Slide da TCFC do mesmo elemento (24 ct 2). 
 
A B 
30 
 
Cada slide continha uma radiografia ou um corte da TCFC a ser 
analisada. Os observadores receberam orientações para realizar a avaliação 
que compreendia: 
1- Os elementos indicados devem ser avaliados quanto à presença de 
lesões perirradiculares com a seguinte classificação: Presente, ausente 
ou duvidoso. 
2- Nos slides com o rx periapical os dentes a serem analisados estão 
numerados em vermelho, os slides da TCFC apresentam somente o 
corte a ser analisado. 
3- No próprio slide tem espaço para marcarem a resposta, mas se 
preferirem escrever em outro arquivo, indiquem a resposta pelo número 
do slide que está no canto inferior esquerdo. 
4- Avaliem as imagens no modo apresentação de slide em uma tela de 
computador, em ambiente com iluminação adequada, evitando 
smarphones, tablets, ipad, iphone etc. 
5- O avaliador pode utilizar o tempo que julgar necessário. 
6- Os slides não devem ser modificados. 
 
6.7. Análise Estatística 
Os dados foram tabulados e o grau de concordância entre avaliadores 
foi avaliado por meio do Coeficiente Kappa. A acurácia de cada um dos 
métodos de diagnóstico por imagem foi avaliada. As comparações entre os 
exames foram realizadas pelo teste de qui quadrado (χ2) usando o software 
estatístico SPSS 17.0. O nível de significância foi estabelecido em 5%. 
 
31 
 
7. RESULTADOS 
Das peças anatômicas selecionadas foram utilizados onze elementos 
dentários, sendo cinco anteriores e seis posteriores. Com isso, foram obtidas 
110 imagens, entre radiografias e tomografias. Estas 110 imagens foram 
enviadas a dez avaliadores dos quais somente seis responderam ao 
questionário, conforme tabela 3. 
Tabela 3. Descrição numérica das imagens radiográficas e tomográficas enviadas e 
respondidas. 
 
Elemento Rx TCFC Avaliador0 Avaliadorf Avaliação Total 
12 5 5 10 6 60 660 
21 5 5 10 6 60 
22 5 5 10 6 60 
27 5 5 10 6 60 
24 5 5 10 6 60 
25 5 5 10 6 60 
32 5 5 10 6 60 
33 5 5 10 6 60 
35 5 5 10 6 60 
37 5 5 10 6 60 
47 5 5 10 6 60 
Avaliadoro - N° de avaliadores que receberam o questionário 
Avaliadorf - N° de avaliadores que responderam o questionário 
 O coeficiente Kappa, mostrou que houve baixa concordância entre os 
avaliadores que variou de 0,17 a 0,64 (tabela 4). O Kappa é uma medida de 
32 
 
concordância Inter observadores onde o valor 1 representa total concordância 
conforme mostra a tabela 5. A tabela 6 mostra os achados dente a dente, com 
o percentual de acerto para cada imagem. 
Tabela 4. Grau de concordância entre avaliadores. 
AvaliadoresKappa Avaliadores Kappa Avaliadores Kappa 
Avaliador 1 
Avaliador 2 
0,24 Avaliador 2 
Avaliador 3 
0,29 Avaliador 3 
Avaliador 5 
0,34 
Avaliador 1 
Avaliador 3 
0,30 Avaliador 2 
Avaliador 4 
0,23 Avaliador 3 
Avaliador 6 
0,31 
Avaliador 1 
Avaliador 4 
0,18 Avaliador 2 
Avaliador 5 
0,37 Avaliador 4 
Avaliador 5 
0,21 
Avaliador 1 
Avaliador 5 
0,35 Avaliador 2 
Avaliador 6 
0,30 Avaliador 4 
Avaliador 6 
0,17** 
Avaliador 1 
Avaliador 6 
0,64* Avaliador 3 
Avaliador 4 
0,30 Avaliador 5 
Avaliador 6 
0,22 
*Maior grau de concordância 
**Menor grau de concordância 
Tabela 5. Medidas de concordância de dados categóricos (Landis & Koch, 1977). 
Valores Kappa Interpretação 
0,81 a 1,0 Perfeito 
0,61 a 0,80 Excelente 
0,41 a 0,60 Bom 
0,21 a 0,40 Regular 
0,00 a 0,20 Fraco 
<0,00 Muito fraco 
 
 
 
33 
 
Tabela 6. Tabela descritiva dos achados por elemento dentário. 
 
Elemento exame 
Presença de 
lesão 
Ausência de 
lesão Dúvida 
12 rx0 0,00% 100,00%* 0,00% 
12 rx1 0,00%* 100,00% 0,00% 
12 rx2 0,00%* 100,00% 0,00% 
12 rx3 50,00%* 0,00% 50,00% 
12 rx4 83,33%* 0,00% 16,66% 
12 ct0 16,66% 50,00%* 33,33% 
12 ct1 83,33%* 0,00% 16,66% 
12 ct2 33,33%* 50,00% 16,66% 
12 ct3 66,66%* 0,00% 33,33% 
12 ct4 100,00%* 0,00% 0,00% 
21 rx0 16,66% 33,33%* 50,00% 
21 rx1 16,66%* 66,66% 16,66% 
21 rx2 33,33%* 16,66% 50,00% 
21 rx3 16,66%* 66,66% 16,66% 
21 rx4 50,00%* 16,66% 33,33% 
21 ct0 0,00% 83,33%* 16,66% 
21 ct1 50,00%* 33,33% 16,66% 
21 ct2 50,00%* 33,33% 16,66% 
21 ct3 50,00%* 16,66% 33,33% 
21 ct4 66,66%* 33,33% 0,00% 
22 rx0 0,00% 100,00%* 0,00% 
34 
 
22 rx1 0,00%* 100,00% 0,00% 
22 rx2 0,00%* 100,00% 0,00% 
22 rx3 16,66%* 83,33% 0,00% 
22 rx4 0,00%* 100,00% 0,00% 
22 ct0 33,33% 50,00%* 16,66% 
22 ct1 0,00%* 33,33% 66,66% 
22 ct2 16,66%* 33,33% 50,00% 
22 ct3 16,66%* 50,00% 33,33% 
22 ct4 50,00%* 33,33% 16,66% 
27 rx0 16,66% 83,33%* 0,00% 
27 rx1 0,00%* 100,00% 0,00% 
27 rx2 33,33%* 66,66% 0,00% 
27 rx3 33,33%* 66,66% 0,00% 
27 rx4 16,66%* 50,00% 33,33% 
27 ct0 0,00% 83,33%* 16,66% 
27 ct1 100,00%* 0,00% 0,00% 
27 ct2 100,00%* 0,00% 0,00% 
27 ct3 33,33%* 33,33% 33,33% 
27 ct4 66,66%* 16,66% 16,66% 
24 rx0 0,00% 100,00%* 0,00% 
24 rx1 0,00%* 100,00% 0,00% 
24 rx2 50,00%* 33,33% 16,66% 
24 rx3 33,33%* 50,00% 16,66% 
24 rx4 33,33%* 33,33% 33,33% 
35 
 
24 ct0 33,33% 0,00%* 66,66% 
24 ct1 100,00%* 0,00% 0,00% 
24 ct2 100,00%* 0,00% 0,00% 
24 ct3 100,00%* 0,00% 0,00% 
24 ct4 100,00%* 0,00% 0,00% 
25 rx0 0,00% 83,33%* 16,66% 
25 rx1 0,00%* 83,33% 16,66% 
25 rx2 50,00%* 33,33% 16,66% 
25 rx3 0,00%* 83,33% 16,66% 
25 rx4 0,00%* 50,00% 50,00% 
25 ct0 50,00% 0,00%* 50,00% 
25 ct1 100,00%* 0,00% 0,00% 
25 ct2 50,00%* 0,00% 50,00% 
25 ct3 66,66%* 16,66% 16,66% 
25 ct4 66,66%* 16,66% 16,66% 
32 rx0 0,00% 83,33%* 16,66% 
32 rx1 0,00%* 100,00% 0,00% 
32 rx2 33,33%* 33,33% 33,33% 
32 rx3 66,66%* 16,66% 16,66% 
32 rx4 83,33%* 0,00% 16,66% 
32 ct0 0,00% 100,00%* 0,00% 
32 ct1 50,00%* 16,66% 33,33% 
32 ct2 50,00%* 16,66% 33,33% 
32 ct3 100,00%* 0,00% 0,00% 
36 
 
32 ct4 83,33%* 0,00% 16,66% 
33 rx0 33,33% 66,66%* 0,00% 
33 rx1 33,33%* 33,33% 33,33% 
33 rx2 16,66%* 83,33% 0,00% 
33 rx3 66,66%* 33,33% 0,00% 
33 rx4 66,66%* 0,00% 33,33% 
33 ct0 100,00% 0,00%* 0,00% 
33 ct1 83,33%* 16,66% 0,00% 
33 ct2 83,33%* 16,66% 0,00% 
33 ct3 50,00%* 33,33% 16,66% 
33 ct4 83,33%* 16,66% 0,00% 
35 rx0 66,66% 33,33%* 0,00% 
35 rx1 100,00%* 0,00% 0,00% 
35 rx2 100,00%* 0,00% 0,00% 
35 rx3 100,00%* 0,00% 0,00% 
35 rx4 83,33%* 0,00% 16,66% 
35 ct0 100,00% 0,00%* 0,00% 
35 ct1 66,66%* 0,00% 33,33% 
35 ct2 100,00%* 0,00% 0,00% 
35 ct3 83,33%* 0,00% 16,66% 
35 ct4 83,33%* 0,00% 16,66% 
37 rx0 83,33% 0,00%* 16,66% 
37 rx1 66,66%* 0,00% 33,33% 
37 rx2 66,66%* 0,00% 33,33% 
37 
 
37 rx3 50,00%* 0,00% 50,00% 
37 rx4 66,66%* 0,00% 33,33% 
37 ct0 50,00% 33,33%* 16,66% 
37 ct1 66,66%* 16,66% 16,66% 
37 ct2 66,66%* 0,00% 33,33% 
37 ct3 83,33%* 0,00% 16,66% 
37 ct4 83,33%* 0,00% 16,66% 
47 rx0 33,33% 0,00%* 66,66% 
47 rx1 0,00%* 83,33% 16,66% 
47 rx2 33,33%* 50,00% 16,66% 
47 rx3 33,33%* 33,33% 33,33% 
47 rx4 50,00%* 50,00% 0,00% 
47 ct0 33,33% 16,66%* 50,00% 
47 ct1 33,33%* 50,00% 16,66% 
47 ct2 33,33%* 33,33% 33,33% 
47 ct3 100,00%* 0,00% 0,00% 
47 ct4 50,00%* 0,00% 50,00% 
* % de acerto 
A comparação entre o percentual de acertos na detecção de lesões 
perirradiculares obtidas pelos dois exames testados é apresentada na tabela 7. 
Não houve diferença estatística nos casos onde não havia lesão perirradicular 
quando comparados os exames. No entanto, a TCFC mostrou-se superior em 
sua capacidade de detecção das lesões perirradiculares artificiais, onde elas 
realmente existiam, independente do tamanho das mesmas. 
38 
 
Quanto maiores as lesões, maior o percentual de acerto tanto para a TCFC 
quanto para a radiografia periapical. De um modo geral não houve diferença no 
percentual de acerto entre as lesões confeccionadas com as brocas n° 04 e n° 
06 para as TCFC. Houve maior grau de acerto para a radiografia periapical nos 
casos onde não havia lesão, ou seja, a TCFC produziu mais falsos positivos do 
que a radiografia. A radiografia periapical teve baixa taxa de acerto, menos que 
50%, mesmo em lesões confeccionadas com brocas n° 6 que possui diâmetro 
da ponta ativa igual a 1,8 mm. 
Tabela 7- Comparação entre exames (RX e TCFC). 
 
Exame % de acerto p valor 
RX 0 
TCFC 0 
 
48,61 
37,5 
0,15* 
RX 1 
TCFC 1 
 
26,38 
56,94 
0,02 
RX 2 
TCFC 2 
 
41,66 
61,11 
0,04 
RX 3 
TCFC 3 
 
40,27 
73,61 
0,03 
RX 4 
TCFC 4 
45,83 
73,61 
0,04 
p valor = Comparação entre a frequência de acerto obtida nos dois grupos utilizando o 
teste qui quadrado (χ2). 
*sem diferença estatística 
A acurácia de detecção de lesões perirradiculares em mandíbula pode ser 
observada na tabela 8. Não houve diferença significativa nos casos onde não 
havia lesão. As maiores diferenças entre os exames na mandíbula foram 
observadas para as brocas de numeração ½, 2 e 4. Quanto maior o tamanho 
39 
 
da lesão maior o grau de acerto. Para a broca n° 6 não houve diferença 
estatística entre os resultados dos exames utilizados. 
Tabela 8- Comparação entre exames em mandíbula. 
 
Exame % de acerto p valor 
RX 0 
TCFC 0 
 
36,66 
30,00 
0,1* 
RX 1 
TCFC 1 
 
40,00 
60,00 
0,02 
RX 2 
TCFC 2 
 
43,33 
66,66 
0,02 
RX 3 
TCFC 3 
 
63,33 
83,33 
0,03 
RX 4 
TCFC 4 
70,00 
76,66 
0,09* 
p valor = Comparação entre a frequência de acerto obtida nos dois grupos utilizando o 
teste qui quadrado (χ2). 
*sem diferença estatística 
As diferenças entre os exames foram maiores na maxila, aproximadamente 
2,5 vezes mais acertos para os exames de TCFC. Mesmo em lesões com 
1,8mm de diâmetro o percentual de acerto para Rx era de 28% contra 71% da 
TCFC, conforme mostra a tabela 9. 
Para dentes unirradiculares os melhores resultados, quando não havia 
lesão, foram observados para a radiografia periapical. A tomografia 
computadorizada apresentou muito falso positivo (tabela 10). A diferença na 
acurácia de detecção de lesão entre exames foi maior nas lesões em dentes 
multirradiculares, nos quais houve quase 2 vezes mais acertos quando utilizada 
a TCFC conforme mostra a tabela 11. Não foi encontrada diferença 
40 
 
significativa entre os exames em dentes multirradiculares quando não havia 
lesão (tabela 11). 
Tabela 9- Comparação entre exames em maxila. 
 
Exame % de acerto p valor 
RX 0 
TCFC 0 
 
57,14 
42,85 
0,03 
RX 1 
TCFC 1 
 
16,66 
56,76 
0,01 
RX 2 
TCFC 2 
 
35,71 
57,19 
0,03 
RX 3 
TCFC 3 
 
23,80 
61,90 
0,01 
RX 4 
TCFC 4 
28,57 
71,42 
<0,01 
p valor = Comparação entre a frequência de acerto obtida nos dois grupos utilizando o 
teste qui quadrado (χ2). 
*sem diferença estatística 
Tabela 10- Comparação entre exames em dentes unirradiculares. 
 
Exame % de acerto p valor 
RX 0 
TCFC 0 
 
57,14 
42,85 
0,04 
RX 1TCFC 1 
 
19,04 
54,76 
0,03 
RX 2 
TCFC 2 
 
38,09 
54,76 
0,04 
RX 3 
TCFC 3 
 
50,00 
66,66 
0,04 
RX 4 
TCFC 4 
47,61 
69,04 
0,03 
p valor = Comparação entre a frequência de acerto obtida nos dois grupos utilizando o 
teste qui quadrado (χ2). 
*sem diferença estatística 
41 
 
Tabela 11- Comparação entre exames em dentes multirradiculares. 
 
Exame % de acerto P valor 
RX 0 
TCFC 0 
 
36,66 
30,00 
0,7* 
RX 1 
TCFC 1 
 
40,00 
76,66 
0,025 
RX 2 
TCFC 2 
 
46,66 
70,00 
0,03 
RX 3 
TCFC 3 
 
33,33 
83,33 
<0,01 
RX 4 
TCFC 4 
43,33 
80,00 
<0,01 
p valor = Comparação entre a frequência de acerto obtida nos dois grupos utilizando o 
teste qui quadrado (χ2). 
*sem diferença estatística 
 
42 
 
8. DISCUSSÃO 
Tradicionalmente, a detecção da lesão perirradicular é realizada por um 
exame de imagem. O método auxiliar mais comumente utilizado é a radiografia 
periapical (PETERS & PETERS, 2012). Alguns outros métodos de imagem 
como as radiografias extraorais, TCFC, TC, ressonância magnética e 
ultrassonografia têm sido propostos por diversos autores (TROPE et al., 1989; 
SIMON et al., 2006; AGGAEWAL et al., 2008; ROSENBERG et al., 2010; 
PETERS & PETERS, 2012). Para avaliar a acurácia na detecção de lesões 
perirradiculares artificialmente criadas em mandíbula e maxila humana seca, 
foram utilizados dois métodos de diagnóstico por imagem. A radiografia 
periapical foi escolhida por ser o principal método de exame complementar 
utilizado pelos endodontistas na detecção de lesões ósseas. Foi utilizado o 
sistema digital, que apesar de manter algumas limitações da radiografia 
convencional, tem a vantagem de eliminar as falhas no processamento, além 
de ser um equipamento que tem se tornado cada vez mais acessível aos 
clínicos em seus consultórios (SOH et al., 1993). Alguns estudos sugerem que 
as radiografias periapicais digitais são tão precisas quanto as radiografias 
convencionais na detecção de lesões perirradiculares (YOKOTA et al., 1994; 
MISTAK et al., 1998; HADLEY et al., 2008). A TCFC foi utilizada por ser um 
tomógrafo de menor custo que o tradicional e especialmente indicado para a 
região maxilofacial (SCARFE et al., 2006), e tem um impacto substancial no 
diagnóstico e planejamento endodôntico (MOTA DE ALMEIDA et al., 2014). 
Recentemente, a técnica ganhou maior aceitação nas mais diversas 
43 
 
especialidades odontológicas, em particular, ortodontia, endodontia, 
implantodontia e cirurgia bucomaxilofacial (PETERS & PETERS, 2012). 
O Coeficiente Kappa, teste que avalia o grau de concordância entre os 
avaliadores, mostrou baixo grau de concordância entre eles, principalmente 
para a radiografia periapical digital, possivelmente pelo fato de que lesões 
restritas ao osso esponjoso são mais difíceis de serem visualizadas 
radiograficamente (BENDER & SELTZER, 1961). O maior grau de 
concordância interobservadores ocorreu entre o avaliador 1 e o avaliador 6 
(Kappa = 0,64), que coincidentemente foram os avaliadores que apresentaram 
maior índice de acerto. O baixo grau de concordância entre os avaliadores nos 
exames de TCFC pode ser explicado pela falta de familiaridade com o exame, 
uma vez que os cortes foram previamente selecionados por um radiologista em 
concordância com um endodontista. As imagens mostravam, nos casos de 
presença de lesão, nítida descontinuidade da lâmina dura. Não foi realizada 
calibração entre os avaliadores para evitar influenciar nos resultados. Foram 
enviadas imagens dos cortes tomográficos pré-selecionados por um 
radiologista, para simular o exame que o profissional receberia em sua clínica 
caso solicitasse a TCFC para detecção de lesão perirradicular. Não foi enviado 
o software de visualização para evitar que cada avaliador examinasse um corte 
diferente do outro, além da possibilidade do avaliador não saber manipular o 
software. 
É sabido que uma lesão perirradicular pode estar presente sem ser visível 
radiograficamente (BENDER & SELTZER, 1961; VAN DER STELT, 1985; 
WHITE et al., 1995; LOPEZ et al. 2014). Levando em consideração que apenas 
44 
 
a avaliação histopatológica é capaz de definir de forma conclusiva o estado de 
saúde dos tecidos perirradiculares, alguns autores compararam a acurácia, de 
exames de imagem, na detecção de algum tipo de alteração perirradicular, com 
os resultados histopatológicos e observaram que a TCFC foi mais eficaz que a 
radiografia periapical. Estes achados estão de acordo com os nossos 
resultados onde a TCFC teve maior sensibilidade quando comparada com a 
radiografia periapical, mesmo sendo usada a radiografia digital que elimina as 
variáveis de processamento, mas mantém as limitações de posicionamento e 
de ser uma imagem bidimensional de estruturas tridimensionais. A capacidade 
de detectar a presença do defeito ósseo nos casos em que ele realmente 
existia foi de 0,829 para a TCFC contra 0,434 da radiografia periapical, ou seja, 
a TCFC teve quase o dobro da sensibilidade na detecção de lesões incipientes. 
De acordo com BENDER & SELTZER (1961), lesões confinadas ao osso 
esponjoso não produzem imagem radiográfica, sendo somente possível a 
visualização das mesmas quando a lesão envolve o osso cortical vestibular ou 
lingual. Neste estudo foi observado que quanto maior o diâmetro da ponta ativa 
da broca que confeccionou o defeito ósseo, maior o percentual de acertos tanto 
para a TCFC quanto para a radiografia periapical, o que está de acordo com o 
trabalho de TSAI et al. (2012) que observou que para defeitos menores que 0,8 
mm era difícil até mesmo para as TCFC detectarem as lesões. 
A comparação entre o percentual de acertos entre exames na detecção 
não apresentou diferença estatística nos casos onde não havia lesão 
perirradicular. No entanto, a TCFC mostrou-se superior em sua capacidade de 
detecção das lesões perirradiculares artificiais, onde elas realmente existiam, 
45 
 
independente do tamanho das mesmas. Tais achados estão em concordância 
com os trabalhos encontrados na literatura (DE PAULA-SILVA et al., 2009a; DE 
PAULA-SILA et al., 2009b; TSAI et al., 2012). 
Quando analisamos somente o grau de acerto, não encontramos diferença 
entre as brocas 3 (n°4) e 4 (n° 6) para as imagens de TCFC, talvez a partir do 
diâmetro de 1,4 mm o grau de acerto para a TCFC seja mais estável, como 
observaram TSAI et al. (2012) que afirmaram que a acurácia da TCFC foi 
excelente para lesões maiores que 1,4mm. 
Em exames de imagem o profissional precisa estar atento para identificar 
sobreposição de estruturas anatômicas e distorções geométricas 
(HUUMONEM & ORSTAVIK, 2002; NAIR & NAIR, 2007; PATEL et al., 2009). A 
TCFC permite a produção de uma imagem em 3D, que possibilita a 
visualização de detalhes, diminuindo sobreposições e facilitando a detecção de 
lesões não percebidas na radiografia periapical (TSAI et al., 2012). Apesar 
destas características a TCFC apresentou maior índice de falsos positivos, o 
que talvez possa ser explicado pela falta de familiaridade dos observadores 
com o exame. É possível que tenha ocorrido confusão com o trabeculado 
ósseo ou até mesmo com algum acidente anatômico como o canal mandibular, 
sugerindo a necessidade de se incluir aos programas de pós graduação um 
treinamento direcionado aos exames de TCFC. A radiografia periapical 
apresentou baixa acurácia, quando comparada aos resultados da TCFC. 
As maiores diferenças entre os resultados dos exames em mandíbulas 
foram observados em lesões confeccionadas com as brocas ½, 2 e 4, com a 
broca 6, que possui ponta ativa com diâmetro de 1,8mm, não foi observada 
46 
 
diferença significativa entre os exames. Possivelmente para lesões maiores 
que 1,8mm de diâmetro, em osso mais compacto como no caso da mandíbula, 
a acurácia da radiografia periapical digital e da tomografia computadorizada de 
feixe cônico tenda a ser mais parecida. Na maxila ocorreu um índice deacerto 
2,5 vezes maior para TCFC que para a radiografia periapical, mesmo em 
lesões com 1,8mm de diâmetro. Possivelmente por ser um trabeculado ósseo 
menos denso e com maiores interferências anatômicas, seja necessária uma 
lesão com diâmetro um pouco maior para poder ser detectada pela radiografia 
periapical. Outro aspecto a ser observado foi o fato de que quando se 
comparam os resultados entre dentes unirradiculares e multirradiculares a 
vantagem da TCFC em relação à radiografia periapical convencional na 
detecção de lesões artificiais fica muito mais evidente em dentes 
multirradiculares concordando com a literatura que relata que a diferença entre 
os exames é maior para os molares (VENSKUTONIS et al., 2014). A TCFC, 
diferente da radiografia periapical que nos fornece uma imagem bidimensional, 
possibilita um exame dinâmico com corte nos três eixos, facilitando a detecção 
de lesões não percebidas na radiografia periapical (TSAI et al., 2012). Esta 
pode ser a justificativa para uma maior vantagem da TCFC na região de 
elementos superiores, e em elementos multirradiculares. 
Não foram encontrados na literatura trabalhos que comparassem a 
acurácia dos exames em maxila com os obtidos em mandíbula. Todos os 
trabalhos encontrados na literatura, foram realizados em mandíbula (BARBAT 
& MESSER, 1998; DE PAULA-SILVA et al., 2009a; DE PAULA-SILA et al., 
2009b; TSAI et al., 2012), provavelmente pela dificuldade de encontrar 
47 
 
elementos dentários superiores que mantivessem a cortical interna do alvéolo 
íntegra após a extração do elemento dentário. Uma dificuldade encontrada no 
presente trabalho foi conseguir selecionar peças anatômicas nas quais fosse 
possível realizar a extração de elementos dentários superiores sem que 
houvesse a ruptura da cortical interna e comunicação com o assoalho de seio 
maxilar. 
48 
 
9. CONCLUSÃO 
A acurácia na detecção de lesões perirradiculares artificiais em mandíbulas 
e maxilas secas foi significativamente maior nos exames de TCFC quando 
comparados com exame de radiografia periapical digital, independente do 
tamanho da lesão. Essa vantagem é ainda mais evidente em dentes superiores 
e em elementos multirradiculares. Quanto maior o defeito ósseo maior o índice 
de acerto tanto para TCFC quanto para a Radiografia periapical digital. 
49 
 
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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scans and ultrasounds in the differential diagnosis of periapical lesions. J Endod 
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compact computed tomographic apparatus for dental use. 
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