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1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MARCOS ANTÔNIO HERCULANO DA COSTA A Clínica da Família como Posto de Recebimento de Leite Humano Ordenhado (PRLHO): um programa, três olhares RIO DE JANEIRO 2015 2 MARCOS ANTÔNIO HERCULANO DA COSTA A Clínica da Família como Posto de Recebimento de Leite Humano Ordenhado (PRLHO): um programa, três olhares Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós- graduação em Saúde da Família, da Universidade Estácio de Sá, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Saúde da Família, tendo como orientadoras a Prof. Dr. Luciana Maria Borges da Matta Souza e a Prof. Dr. Rosane Valéria Viana Fonseca Rito. RIO DE JANEIRO 2015 3 MARCOS ANTÔNIO HERCULANO DA COSTA A Clínica da Família como Posto de Recebimento de Leite Humano Ordenhado (PRLHO): um programa, três olhares. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós- graduação em Saúde da Família, da universidade Estácio de Sá, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Saúde da Família. Aprovada em: _____________________________ BANCA EXAMINADORA ______________________________________________________ Pofª Drª Danielle Aparecida da silva FIOCRUZ/Instituto Fernandes Figueira ______________________________________________________ Profª Drª Katia Maria Braga Edmundo Universidade Estácio de Sá ______________________________________________________ Profª Drª Luciana Maria Borges da Matta Souza Universidade Estácio de Sá _____________________________________________________ Pofª Drª Rosane Valéria Viana Fonseca Rito Universidade Federal Fluminense 4 A minha mãe com todo carinho. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço a professora Profª Drª Luciana Maria Borges da Matta Souza que muito alem de ser orientadora se mostrou uma amiga, me acolhendo nas horas mais difíceis, e aceitando a “hercúlea” tarefa de transformar meu enorme “elefante” em um pequeno “ratinho”. Agradeço a professora Rosane Rito aceitou a difícil tarefa de ser minha co- orientadora. Contribuiu muito com esse trabalho dando orientações e direcionamentos, dedicando tempo e atenção. As Profas Dras: Katia Maria Braga Edmundo e Danielle Aparecida da silva, agradeço imensamente, a paciência e a forma integra e ética como participaram da banca e pela contribuição valiosa a esse trabalho. Ao professor Hézio Cordeiro, coordenador do mestrado. Seu exemplo e suas realizações me serviram de inspiração. Agradeço a todo corpo de professores do mestrado da UNESA, suas colocações e seus ensinamentos, seguirão comigo na busca por me tornar um pesquisador e docente melhor. A minha, querida mãe que tanto se preocupou comigo nas incontáveis noites que fiquei sem dormir. E sempre tinha um cafezinho e pronto pra acalentar minhas noites de trabalho. Aos meus colegas e amigos de turma. Principalmente: Adriana, Paulinho e Patrícia. Amigos de angustias e de trabalhos. Levarei vocês sempre em meu coração. Deus que permitiu a realização deste trabalho e me deu força nas horas difíceis. 6 RESUMO Análise das atividades desenvolvidas, pelos bancos de leite humano (BLH) no Brasil, para captação de doadoras, recepção e distribuição Leite Humano Ordenhado (LHO), evidencia um modelo de atuação centrado na assistência hospitalar. O modelo proposto pela cidade do Rio de Janeiro, que tem como objetivo implantar Postos de Recebimento de Leite Humano Ordenhado (PRLHO) em unidades da rede básica de saúde levou-nos a formulação de vários questionamentos sobre esse programa e sua expansão. O objetivo geral desse estudo foi compreender o trabalho desenvolvido nas unidades básicas do município do Rio de Janeiro que atuam como PRLHO, a partir do olhar do gestor, dos responsáveis técnicos das unidades de saúde (RT), dos trabalhadores e das usuárias do serviço. Teve como objetivos específicos analisar o processo de trabalho e conhecer os fatores que facilitam ou dificultam a implantação e a manutenção desses Postos, a partir das falas dos mesmos atores sociais. Foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório, sendo a coleta de dados realizada através de entrevistas semi-estruturadas com gestores e responsáveis técnicos das unidades básicas e através de grupos focais com os profissionais de saúde e usuárias. Foram entrevistados onze (11) gestores e RTs e realizadas dezenove (19) sessões de grupo focal, onde seis (06) foram com profissionais de saúde e treze (13) com usuárias. A análise do material foi feita com base na Teoria das Representações Sociais segundo Spink (1995) e Minayo (2010). Como aspectos que dificultam o trabalho do PRLHO surgiram: ausência de capacitação especifica para o programa, que é feita dentro da capacitação para Unidades Básicas Amigas da Amamentação (IUBAAM); ausência de informação específica para as usuárias sobre a existência do programa; inexistência de propaganda especifica para a doação do leite humano em unidades básicas de saúde; pouca identificação das usuárias com as propagandas sobre a amamentação feitas pelos órgãos do governo; excesso de trabalho dos profissionais nas unidades; desmotivação das equipes causada pela falta de material para a 7 coleta do leite humano; falta de protocolos que organizem o processo de trabalho; pouca credibilidade das usuárias quanto ao destino do leite doado e violência nas comunidades dificultando a coleta do LHO. Fatores facilitadores: percepção que esse trabalho é parte das atribuições da unidade básica de saúde; proximidade física com o domicílio das doadoras; o PRLHO como facilitador da formação de vínculo da unidade de saúde com a população; infra-estrutura existente adequada para a proposta. Acreditamos que a solução das dificuldades encontradas facilitaria a ampliação e manutenção das ações do PRLHO na rede básica de saúde e ESFs do município do Rio de Janeiro. PALAVRAS-CHAVE: Aleitamento Materno, Bancos de Leite Humano, Leite Humano, Saúde da Família, Saúde Pública. 8 ABSTRACT Analysis of the activities developed by the Human Milk Banks (HMB) in Brazil, to attract donors, receiving and Distributing Human Milk (DHM), shows an operating model focused on hospital care. The model proposed by the city of Rio de Janeiro, which aims to deploy Human Milk Receiving Stations Milked (HMRSM) in the basic health network drives led us to formulate several questions about this program and its expansion. The general objective of this study was to understand the work in basic units in the city of Rio de Janeiro that act as HMRSM, through the eyes of the manager, the technician in charge of the health units, of workers and users of the service. We had specific objectives to analyze the work process and know the factors that facilitate or hinder the implementation and maintenance of these stations, from the speeches of the same social actors. A qualitative study of exploratory character was developed, being the collection of data conducted through semi-structured interviews with managers and technicians in charge of the basic units and through focus groups with health professionals and users. There were Interviewed eleven (11) managers and Rts and made nineteen (19) sessions of focus group, six (6) with professionals and thirteen (13) with users. Analysis based on the theory of social representations according to Sprink (1995) and Minayo (2010). As aspects that hinder the work of HMRSM emerged: The lack of specific training for the program which is made within the trainingfor Basic Units Friends of Breastfeeding; lack of specific information for users about the existence of the program. the lack of specific advertising to the donation of human milk in basic health units; little identification of users with advertisements about breastfeeding made by government agencies; overworked professionals in the units; demotivation of staff caused by a lack of material for the collection of human milk; lack of protocols that organize the work process; low credibility of users over the fate of the donated milk and violence in communities hindering the collection of expressed human milk. Facilitating factors: perception that this work is part of 9 the basic health unit; physical proximity to the domicile of the donor; HMRSM as a facilitator of the health unit bond formation with the population; adequate existing infrastructure for the proposal. We believe that the solution of the difficulties encountered would facilitate the expansion and maintenance of HMRSM actions in public health care facilities in the city of Rio de Janeiro. Key words: Breast-feeding, Human milk banks, Human milk, Family health, Public health. 10 Sumário 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................12 2. JUSTIFICATIVA DO TRABALHO .........................................................................................17 3. OBJETIVOS .............................................................................................................................19 3.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................................................ 19 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................................... 19 4. REFERENCIAL TEÓRICO ..........................................................................................................20 4.1 A REDE BRASILEIRA DE BANCOS DE LEITE HUMANO (RBLH) ................................................................... 21 4.2 INICIATIVA UNIDADE BÁSICA AMIGA DA AMAMENTAÇÃO (IUBAAM) ...................................................... 24 4.3 ESTRATÉGIA AMAMENTA E ALIMENTA BRASIL ...................................................................................... 26 5. METODOLOGIA ......................................................................................................................27 5.1 CENÁRIO DA PESQUISA: ................................................................................................................... 27 5.2 SUJEITOS DA PESQUISA: ................................................................................................................... 28 5.3 COLETA DE DADOS E INSTRUMENTOS DE PESQUISA ................................................................................ 30 5.4 ANÁLISE DOS DADOS: ...................................................................................................................... 34 5.5 ASPECTOS ÉTICOS ........................................................................................................................... 36 6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................................37 6.1 CONHECIMENTO SOBRE O QUE É E O QUE FAZ O PRLHO. ....................................................................... 37 6.2 PROCESSO DE TRABALHO NO PRLHO ................................................................................................. 42 6.3 DIFICULDADES PARA O FUNCIONAMENTO DOS PRLHO: ......................................................................... 48 6.4 ASPECTOS POSITIVOS E PERCEPÇÕES .................................................................................................. 59 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS: .......................................................................................................62 REFERÊNCIAS .............................................................................................................................72 11 APÊNDICE I: TERMO DE AUTORIZAÇÃO DA UNIDADE ................................................................87 APÊNDICE II: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GESTORES) .........................88 APÊNDICE III: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (PROFISSIONAIS)....................... 90 APÊNDICE IV: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (USUÁRIA) .........................92 APÊNDICE V: ROTEIRO DA ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA COM OS GESTORES ................................. 94 APÊNDICE VI: ROTEIRO DO GRUPO FOCAL COM A EQUIPE DE SAÚDE DA UNIDADE QUE TEM POSTO DE RECEBIMENTO DE LEITE HUMANO ORDENHADO .................................................................................................. 95 ANEXO I: DEZ PASSOS PARA O SUCESSO DA AMAMENTAÇÃO ...................................................97 12 1. Introdução Docente na disciplina saúde da mulher e da criança, e na disciplina Saúde Publica, tendo trabalhado em ESF e em maternidades, sempre me chamou atenção as dificuldades encontradas quando existia da necessidade de leite materno. Ao tomar conhecimento da iniciativa começada no ano de 2010, na cidade do Rio de Janeiro, que se propunha a implantar Postos de Recebimento de Leite Humano Ordenhado (PRLHO) em unidades da rede básica de saúde, composta por Clínicas da Família (CF) e Centros Municipais de Saúde (CMS), surgiu a curiosidade de se conhecer essa proposta. A mesma objetiva aumentar o volume de leite humano doado para atender aos RN internados, além de qualificar a atenção prestada às mães, atendidas na rede básica de saúde, que se encontram amamentando e carecem ou desejam doar seu leite por necessidade de lidar com o excesso de volume produzido, ou por solidariedade aos RN de risco, que são muito beneficiados ao receber doação de LHO (BOCCOLINI, 2012). Diferentemente dos Bancos de Leite Humano, onde a clientela é restrita a mulheres internadas ou encaminhadas, a rede básica de saúde tem um público alvo muito maior, trabalhando com as mulheres desde a infância até a terceira idade. Podem assim, não só divulgar a importância da amamentação e da doação de LHO, mas também participar de forma ativa no processo, com a capacitação das mulheres para os procedimentos como a ordenha manual das mamas, a forma adequada de armazenamento e do transporte do LHO. Segundo a RDC 171/06, em suas atividades os Bancos de Leite Humano (BLH) oferecem serviços especializado e desenvolvem diversas atividades como: proteção, apoio e promoção ao aleitamento materno; coleta, seleção, classificação, pasteurização, processamento, estoque e distribuição do Leite Humano Ordenhado; operações de controle 13 clínico das doadoras; além de prestar suporte técnico nas ações que envolvam o aleitamento materno, doação de leite humano dentre outras atividades. Realizando uma análise mais apurada das atividades desenvolvidas, pelos bancos de leite humano (BLH) no Brasil, no que diz respeito à captação de doadoras, recepção e distribuição Leite Humano Ordenhado (LHO), nota-se que essas ações estão direcionadas para um modelo de atuação centrado na assistência hospitalar. A assistência prestada pelos BLH a partir desse modelo tem, entre os seus objetivos, a manutenção da oferta de LHO pasteurizado para os recém-nascidos (RN), internados em unidades neonatais, impedidos de mamar, com o objetivo de reduzir os possíveis danos causados pela introdução de fórmulas ou compostos substitutos do leite humano (ALENCAR, 2009; BRASIL, 2009 e 2014; GALVÃO et al, 2006; MAIA, 2006; MESSIAS, 2010; PORTAL BRASIL, 2009, 2013 e 2014; REDEBLH, 2014).Até novembro de 2014, existiam 17 Bancos de Leite Humano distribuídos no Estado do Rio de Janeiro, funcionando em unidades hospitalares. Do mês de janeiro até final de novembro de 2014, um total de 4.593 litros de leite humano, foram recebidos nos Bancos de Leite Humano de 6.178 doadoras, alcançando uma média de setecentos ml de leite doado por doadora/ mês (RBLH, 2014). Geralmente uma mulher se torna doadora de LHO, porque seu RN e/ou ela própria estão internados no hospital, sendo a lactante encaminhada ao Banco de Leite Humano para fazer retirada do leite. Em outros casos, como referido acima, a mulher procura essa unidade por ter excesso de leite ou o desejo de doar. Nessas situações, como a mãe não está no hospital, ela deve se dirigir a um Banco de Leite Humano, passar por triagem, onde é avaliada por exame físico e laboratorial. Não existindo nenhum impedimento, a próxima etapa é a orientação sobre a técnica para a retirada (ordenha) e armazenamento do LHO em sua casa (ALENCAR, 2009; GALVÃO et al, 2006; BRASIL, 2014. Na maioria das vezes, após a retirada do leite em casa, a própria doadora deve providenciar a entrega do leite ao banco, fazendo com que, além de se dispor a doar o leite e 14 armazenar em sua residência, tenha que se deslocar até o banco de leite para levar o liquido coletado. Esse transporte deve ser providenciado pela própria mulher, gastando seu tempo e seus recursos para concretizar a doação. Os estudos de Galvão et al, (2006) e Alencar (2009) apontam esse como um dos fatores complicadores do processo de doação de LHO, causando desânimo, e muitas vezes levando ao abandono da ideia. Os Bancos de Leite Humano, em todo o território nacional, tem como referência o Instituto Fernandes Figueira (IFF), no Rio de Janeiro. Em 1998, foi constituída a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (RBLH) que desenvolveu e continua aprimorando a tecnologia para armazenar, processar e estocar o LHO sem a perda de suas qualidades naturais. Desde 2001 esta Rede vem sendo reconhecida internacionalmente por servir de modelo e fornecendo cooperação técnica para vários países para a implantação de BLHs que, muito além do processamento de LHO, desempenham importante papel na promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno (BRASIL, 2009; VINAGRE, 2001; PORTAL BRASIL, 2010). Torna-se muitas vezes difícil fornecer este leite fresco para a criança, particularmente para o prematuro de muito baixo peso internado no hospital por período de tempo prolongado. Algumas mães não estão dispostas a fornecer leite para estas crianças, outras querem mas não têm conhecimento. Mesmo aquelas que estão aptas a fornecer seu leite podem ter dificuldades em permanecer continuamente no hospital. É freqüente, portanto, a diminuição progressiva da lactogênese pela falta de sucção diretamente ao peito pelo recém-nascido. Deste modo, torna-se importante ter um sistema estabelecido que possa auxiliar na nutrição destas crianças. (VINAGRE, 2001, p. 04) Um fluxo de doação de LHO permanente, proveniente de uma rede de apoio eficiente, poderia proporcionar aos Bancos de Leite Humano, quantidade suficiente para abastecer as demandas hospitalares, atendendo das crianças em risco de morte e também aquelas que estão impedidas de amamentar. Implantar Postos de Recebimento de Leite Humano Ordenhado (PRLHO) nas unidades básicas de saúde (UBS) poderia fornecer esse apoio aos Bancos de Leite Humano, na busca pela autossuficiência de suas necessidades. 15 Ao contrário do que se faz hoje, na maior parte do Brasil, as ações de incentivo à doação do LHO deveriam ser realizadas na Atenção Básica. Na Estratégia Saúde da Família (ESF) os profissionais de saúde desenvolvem trabalho continuado com as mulheres em todas as fases de sua vida reprodutiva, desde o nascimento até a idade mais avançada (UCHIMURA, 2012), além disso, seus trabalhos se estendem as residências das mães, facilitando a divulgação de informações e o acompanhamento de todo o processo, podendo fazer ligação entre a rede de Bancos de Leite Humano e as usuárias. Para o aumento da captação de doadoras é fundamental a capacitação da equipe de saúde para a promoção, proteção e o apoio à amamentação. Além de todos reconhecidos benefícios do aleitamento materno, vale considerar o aspecto econômico. Assim, a substituição do leite humano por outros alimentos no primeiro ano de vida pode representar até 22% do valor do salário mínimo adotado no Brasil (BARBOSA, 2007); substituir o leite materno por fórmulas infantis pode custar até 42% do salário mínimo e o uso de alimentação complementar mais amamentação pode custar até 12,8% do salário mínimo (BARBOSA, 2007). Analisando que “sete em cada dez brasileiros ganham até dois salários mínimos por mês” (IBGE, 2010), podemos considerar esse custo elevado. Varias novas ações estão sendo desenvolvidas na tentativa de superar os baixos estoques de LHO, para atender os RN internados, a partir do incremento de estratégias de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno na rede básica de saúde. O conhecimento da existência de iniciativa no município do Rio de Janeiro, que atualmente conta com nove unidades da rede de PRLHO, com tempos de implantação e atividades bastante heterogêneos (MENESES et al, 2014), e o entendimento que uma ação como essa pode ter uma grande relevância na saúde de crianças, que necessitem dos serviços do Banco de Leite Humano, levou-nos a formulação de vários questionamentos: porque essa 16 iniciativa ainda não está vigorando em um número maior de unidades? Quais são as dificuldades para a manutenção de uma ação como essa? Quais os fatores que mais contribuíram para esse tipo de iniciativa dar resultados positivos? Como poderíamos replicar essa experiência em outros locais? Olhar esse programa mais detalhadamente, poderia trazer à luz respostas a esses questionamentos. A forma de otimização das ações desenvolvidas por esse programa também deu origem a outras duvidas. Quem seriam os atores mais indicados para responder a essas perguntas? E de que forma? Decidiu-se então fazer uma investigação onde se pudesse analisar o ponto de vista do profissional, que atua diretamente no programa, do gestor das unidades e o das usuárias. Idealizamos que obtendo essas respostas, poderíamos identificar meios de multiplicar esse programa em outras unidades, objetivando o aumento do volume de leite coletado e o estabelecimento de um fluxo continuado de LHO da rede primária de saúde para os Bancos de Leite Humano. 17 2. Justificativa do trabalho Segundo informações do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF, 2013) em 2011, no Brasil, ocorreram mais de 2.900.000 nascimentos, sendo 11% (319.000) de crianças com peso abaixo de 2.500 g e, muitas delas, necessitando de cuidados de média e alta complexidade não podendo ser amamentadas diretamente ao seio materno. Ocorreram ainda 22.400 nascimentos de crianças, neste mesmo ano, com anomalias congênitas, muitas delas impedidas de amamentar por sua condição. Ao mesmo tempo, nasceram 8% (23.200) de bebês prematuros, antes das 37 semanas de gestação e, na maioria desses casos, sendo contra indicado amamentar pelos riscos à saúde dos nascidos. O estudo evidencia que 7% das crianças brasileiras apresentam sobrepeso, fenômeno que poderia ser diminuído significativamente se fosse ofertado leite materno durante os primeiros dois anos, por conter quantidades adequadas de calorias, gorduras e proteínas servindo assim de fator protetor para obesidade e sobrepeso (TOMA, 2008). Outro dado que chama atenção é que já existem mais de 200.000 mulheres com AIDS registradas, além de uma estimativa de um número muito grande de mulheres que não sabem que tem o vírus do HIV e só descobrem nos momentos antes do parto ao fazer o teste rápido para detectar o vírus.(PORTAL SAÚDE, 2013). Todas essas, registradas ou ainda por serem descobertas, contribuem para elevar a demanda por leite materno processado disponível nos bancos de leite humano. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população Brasileira tende a continuar crescendo a uma razão de 2.000.000 a 3.000.000 de nascimentos por ano, até o ano de 2060 (IBGE, 2014). Mesmo com os esforços do governo em propiciar programas que incentivem o aleitamento materno, a necessidade por leite humano processado irá persistir e possivelmente aumentar. 18 As mães apontam seus afazeres, filhos e maridos como impeditivos ou fatores desestimulantes para a doação. Soma-se a isso a necessidade de ter de coletar o leite, armazenar, transportar até o banco de leite, atividades essas que acabam sendo pouco instigantes, mesmo para as mães mais empolgadas (TOMA, 2008). Implantar PRLHO na rede básica de saúde pode ser um diferencial nas estratégias até hoje adotadas pelos Bancos de Leite Humano. O acompanhamento integral das famílias desde o pré-natal e depois do nascimento do bebê, realizado em especial pelos agentes comunitários de saúde, que são conhecedores da realidade vivida por elas, potencializam a captação de possíveis doadoras e podem incentivar e contribuir para a manutenção da doação. Vale ressaltar a importância da conservação de um corpo funcional capacitado, no qual o médico, o enfermeiro e demais profissionais que integram a equipe, estariam à disposição todos os dias da semana para retirada de dúvidas e para fazer o acompanhamento da coleta, armazenamento e transporte do LHO. Partindo da experiência que vem sendo desenvolvida pela “Rede de Postos de Recebimento de Leite Humano no município do Rio de Janeiro”, esse estudo pode levantar dificuldades e apontar soluções que possibilitem o aumento da captação de doadoras e do volume de LHO nos PRLHO já implantados, bem como a expansão dessa ação que alcança apenas 4,6% das unidades da atenção primária da cidade do Rio de Janeiro (MENESES et al, 2014). Dessa forma, espera-se, consequentemente, que os Bancos de Leite Humano passem a suprir a demanda existente e a que venha a surgir. Sonhar é preciso! 19 3. Objetivos 3.1 Objetivo geral Compreender o trabalho desenvolvido nas unidades básicas de saúde do município do Rio de Janeiro que atuam como Postos de Recebimento de Leite Humano Ordenhado, a partir do olhar do gestor, dos trabalhadores e das usuárias do serviço. 3.2 Objetivos específicos Analisar o processo de trabalho dos Postos de Recebimento de Leite Humano Ordenhado, inseridos na rede de atenção primária do município do Rio de Janeiro. Conhecer os fatores que facilitam ou dificultam a implantação e a manutenção desses Postos de Recebimento de Leite Humano Ordenhado, a partir das falas dos gestores, dos profissionais de saúde e das usuárias envolvidas com a proposta. 20 4. Referencial Teórico As pesquisas apontam que o índice de aleitamento exclusivo, no Brasil, até o sexto mês de idade, ainda está muito longe do indicado como o ideal pela Organização Mundial de Saúde (PORTAL BRASIL, 2014; IBFAN, 2013; BRASIL, 2013). Objetivando modificar esse panorama, o governo brasileiro vem desenvolvendo programas e políticas que formem uma rede de apoio e proteção ao aleitamento materno, como forma de incentivar e sustentar esse ato que deveria ser naturalmente adotado e mantido. (PORTAL BRASIL, 2014; IBFAN, 2013; BRASIL, 2013; FIOCRUZ, 2014; SILVA, 2007; MESSIAS, 2010; BRASIL, 2013). Apesar de reconhecida e recomendada, a prática do aleitamento exclusivo por seis meses e continuado por dois anos ou mais, não é uma prática universal. O desmame precoce ainda é importante problema de saúde pública em diversos países do mundo. Para reverter esse quadro, governos, Organizações Não-Governamentais (ONGs), agências internacionais e grupos sociais organizados, têm definido políticas e desenvolvido programas de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. (PORTAL BRASIL, 2014), São várias as estratégias e políticas implantadas hoje no Brasil com a finalidade de incentivar o aleitamento materno e a oferta e disponibilizações de LHO. Neste cenário, três se destacam: a Rede Brasileira de Bancos de Leite (RBLH), a Iniciativa Unidade Básica Amiga da Amamentação (IUBAAM) e, a mais nova de todas, a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB). A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (RBLH) se destaca pela sua importância no desenvolvimento técnicas de processamento do leite coletado, por formar uma rede de apoio técnico a doação do leite humano, por fornecer suporte técnico aos hospitais e aos bancos de leite em todo país na coleta, armazenamento e processamento do leite humano, além de atuar em cooperação técnica com vários países. A Iniciativa Unidade Básica Amiga da Amamentação (IUBAAM), tem sua relevância por ter forte papel no incentivo e fortalecimento do aleitamento materno e por incentivar a divulgação da 21 importância do uso do leite humano e dos benefícios da sua manutenção. A Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB), regulamentada em 2013, congrega várias políticas que até então trabalhavam com objetivos semelhantes, mas de forma independente. (PORTAL BRASIL, 2014; IBFAN, 2013; BRASIL, 2013; FIOCRUZ, 2014; SILVA, 2007; MESSIAS, 2010; BRASIL, 2013). 4.1 A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (RBLH) Sua trajetória teve inicio no ano de 1943, no Instituto Nacional de Puericultura, hoje Instituto Fernandes Figueira. Inicialmente (IFF), o Banco de Leite Humano atendia aos casos de prematuridade ou distúrbios alimentares como alergia à proteína do leite. Até o ano de 1980 só haviam sido implantadas cinco unidades de Banco de Leite Humano em todo território nacional. Somente no ano de 1985, com o incentivo do Programa Nacional de Aleitamento Materno que havia sido criado no ano de 1981, é que esses serviços começaram a despontar como referência em assuntos ligados à amamentação e ao LHO (MAIA, 2006). Até o ano de 1985, os Bancos de Leite Humano eram especializados em coletar leite, procedimento que era feito de forma livre de agentes causadores de doenças (asséptica). À época, devido ao grande volume de leite coletado e da necessidade de armazenar esse leite, iniciou-se o processamento do leite, que se resumia a tratar o leite em equipamento de esterilização de mamadeiras em banho-maria por 20 minutos (MAIA, 2006). Em relação às doadoras, naquele período o processo era “por vezes remunerado”, estando sujeito à quantidade de leite doado, adotando-se a lógica da comercialização. Os critérios de seleção das doadoras eram rigorosos, fazendo-se exame físico geral em busca de doenças contagiosas e o exame ginecológico para investigar doenças sexualmente transmissíveis (MAIA, 2006). A partir de 1987, o Banco de Leite Humano do IFF tornou-se referência nacional ao fazer 22 parceria com o Ministério da Saúde, possibilitando o desenvolvimento de tecnologias no processamento e no controle de qualidade do leite humano coletado (MAIA, 2006). Define-se BLH como um centro especializado responsável pela promoção do incentivo ao aleitamento materno e execução das atividades de coleta, processamento e controle de qualidade de colostro, leite de transição e leite maduro, com vistas à posterior distribuição para crianças que dele necessitam como fator de sobrevivência. (GALVÃO, 2006, p. 158) Em 1998, o Banco de Leite Humano do IFF elaborou projeto que unificou e normatizou os Bancos de Leite Humano, resultando na formação do embrião que hoje é a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (RBLH) e se tornou o centro nervoso da formação de políticas e programas, como Programa Nacional de Qualidade em Bancos de Leite Humano. (BRASIL, 2008, BRASIL, 2014) Em 2001 a RBLHfoi reconhecida pela OMS como a maior e melhor RBLH no mundo e tem sua atuação estendida através de acordos de cooperação técnica com mais de 23 países. Desenvolveu tecnologia para separar o leite humano coletado por características físicas como: gordura, proteínas e cálcio, possibilitando desta forma a distribuição do leite por critérios de necessidades para o recém nascido (RN), ofertando o melhor produto para cada caso. Desenvolveu ainda tecnologia para a liofilização do leite humano, transformando-o em pó sem perda de suas características principais. Além disso, foi desenvolvido um sistema de rastreio do leite da doadora até seu destino final, o que possibilitou a identificação de falhas no processo ou de problemas com as doadoras. Diferente de outros países, onde o leite doado é misturado para ser processado impossibilitando o seu rastreio (PORTAL BRASIL, 2014). Até agosto de 2014, existia registro de 212 Bancos de Leite Humano em todo o Brasil, com somente 139 postos de coleta. Foram coletados de janeiro a agosto de 2014, 100.668 litros de leite; deste total, após análise e processamento, 76.898,8 litros de leite humano foram doados a 100.234 receptores. Dados da RBLH indicam que a maioria dos receptores estava hospitalizada e, geralmente, eram RNs com risco de vida ou cujas mães não 23 podiam fornecer leite humano devido a doenças maternas, tais como doenças infecciosas transmitidas pelo leite (RBLH, 2014). Vale ressaltar que não são priorizadas, para esta distribuição de LHO processado, as crianças que tem o seu aleitamento interrompido por outras razões ou aquelas que não estão hospitalizadas. Um ponto que chama a atenção na rotina dos Bancos de Leite Humano é a forma de captação das doadoras. Apesar de possuir um total de 89.022 doadoras, somente de janeiro a agosto de 2014 (RBLH, 2014), esse número poderia ser muito maior se fosse levado em consideração os nascimentos que ocorreram na mesma época. Uma das formas de captação das mulheres se dá por indicação do profissional da saúde nos casos onde os RNs tenham patologias consideradas impeditivas para receber o LHO diretamente. Outra forma de captação se dá como forma de seleção das mulheres que estão internadas ou por estarem acompanhando os seus filhos e que, por qualquer motivo, precisaram permanecer no hospital, como no caso das mães de crianças prematuras ou que tenham baixo peso ao nascer. Aparentemente essa forma de captação das mulheres pode indicar uma “doação casada”, o que na prática não se configura. Geralmente o leite dessas doadoras é em volume superior ao exigido pelos seus filhos e o excedente é destinado a outros após o processamento (ALENCAR, 2009; GALVÃO et al, 2006; RBLH, 2014; BRASIL, 2014). Outro caminho para a doação do leite materno se dá pelo voluntariado espontâneo. Neste caso, a mulher procura os Bancos de Leite Humano e se candidata. Passa então por um processo de triagem para investigar se possui algum fator impeditivo, tais como doenças infecciosas. Após ser avaliada, passa por um treinamento para aprender a retirar e armazenar o leite, além de receber informações sobre o tempo e as condições de acondicionamento do leite ordenhado (ALENCAR, 2009; GALVÃO et al, 2006; RBLH, 2014;,BRASIL, 2014). 24 De acordo com a legislação que regulamenta o funcionamento dos Bancos de Leite no Brasil (RDC Nº 171) a doadora, além de apresentar excesso de leite deve ser saudável, não usar medicamentos que impeçam a doação e se dispor a ordenhar e a doar o excedente. (RBLH, 2014) As doações voluntárias são indispensáveis para dar continuidade ao projeto dos BLH, os quais viabilizam a manutenção do aleitamento natural para grupos alvo, constituídos, principalmente, por recém-nascidos prematuros de baixo peso e com outras intercorrências. (GALVÃO et al, 2006, p. 158) 4.2 Iniciativa Unidade Básica Amiga da Amamentação (IUBAAM) A Iniciativa Unidade Básica Amiga da Amamentação (IUBAAM), foi lançada no Estado do Rio de Janeiro no ano de 1999, a partir do reconhecimento da importância que as Unidades Básicas de Saúde (UBS) podem ter na promoção e apoio ao aleitamento materno. A mobilização das UBS, para participar dessa estratégia, passa pela aceitação e pela adoção por essas unidades, dos "Dez Passos para o Sucesso da Amamentação" que são definidos como: 1.Ter uma norma escrita sobre aleitamento materno, que deverá ser rotineiramente transmitida a toda a equipe de cuidados de saúde; 2. Treinar toda a equipe de cuidados de saúde, capacitando-a para implementar esta norma; 3. Informar todas as gestantes sobre as vantagens e o manejo do aleitamento; 4. Ajudar as mães a iniciar a amamentação na primeira meia-hora após o parto; 5. Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se vierem a ser separadas de seus filhos; 6. Não dar a recém-nascidos nenhum outro alimento ou bebida além do leite materno, a não ser que seja indicado pelo médico; 7. Praticar o alojamento conjunto - permitir que as mães e os bebês permaneçam juntos 24 horas por dia; 8. Encorajar o aleitamento sob livre demanda; 9. Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas ao seio; 10. Encorajar a formação de grupos de apoio à amamentação para onde as mães devem ser encaminhadas, logo após a alta do hospital ou do ambulatório. (BRASIL, 2014, p. 43) http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=23748&word=banco%20de%20leite 25 A aceitação dos dez passos tem o objetivo de tornar o aleitamento materno prática universal naquele grupo específico (MARTINS, 2007). As UBS, somando as suas ações já desenvolvidas, passam a dar suporte às famílias no que diz respeito ao aleitamento materno, incentivando a sua adoção e manutenção, além de contribuir para a saúde e bem estar dos RNs e das mães (CARDOSO, 2008). Os estudos de Oliveira et al (2005), apontam que a criação dos“Dez Passos para o Sucesso da Amamentação na Atenção Básica à Saúde”,contemplam aspectos culturais do processo de amamentar, objetivando: promover, proteger e dar apoio ao aleitamento materno. Como forma de avaliação do cumprimento dos dez passos, é estabelecido avaliação, através de entrevistas com os profissionais das unidades, as gestantes, as mães e com a aplicação de instrumentos que avaliam os serviços de pré-natal e pediatria. Essa avaliação tenta confirmar o cumprimento dos “10 passos” para então fazer-se a certificação das UBS como “Unidade Básica Amiga da Amamentação” (UBAAM) (SMSDC/RJ, 2015). A IUBAAM foi adotada pelo Ministério da Saúde como estratégia nacional em 2002 (MARTINS, 2007). Em 2005 foi oficialmente regulamentada pelo município do Rio de Janeiro, através da então resolução Nº 2673 (SES-RJ, 2005). As UBS têm como premissa atuar de acordo com os “Dez Passos para o Sucesso da Amamentação na Atenção Básica à Saúde”, visando o credenciamento na IUBAAM. Por já fazerem um trabalho direcionado à promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e sua manutenção, essas equipes provavelmente estão aptas a implantar PRLHO. No mês de julho de 2014, a cidade do Rio de Janeiro tinha 25 Unidades Básicas Amigas da Amamentação (UBAAM) certificadas. Nesta mesma pesquisa levantou-se que a Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) Sergio Arouca disponibiliza duas vezes por ano o 26 curso de capacitação de 40 horas em UBAAM, para profissionais com o curso superior e que trabalham na atenção primária, além dos oferecidos pela Secretaria de Estado de Saúde. 4.3 Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil A Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil foi regulamentada através da, Portaria Nº 1.920, de 05 de setembro de 2013 sendo formulada tomando como base o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), Rede Cegonha (BRASIL, 2013); Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), PolíticaNacional de Educação Permanente em Saúde (PNPS), Política de Aleitamento Materno (PNAM) e a Política Nacional de Promoção da Saúde, Lei nº 11.265, de 03 de janeiro de 2006, que regulamenta a “comercialização de alimentos para lactentes e crianças de primeira infância e também a de produtos de puericultura correlatos”. Essa Estratégia tem por objetivos promover o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de idade e a alimentação complementar até os dois anos de idade através do “aprimoramento das habilidades dos trabalhadores da atenção básica e da formação de tutores”. Desta forma, contribuindo para o aumento da prevalência da amamentação exclusiva até o sexto mês e aumentando a prevalência de crianças amamentadas até os 02 anos de idade ou mais. Além disso, formar: “hábitos alimentares saudáveis desde a infância”, “diminuir o número de crianças que recebem alimentos precocemente”, “aumentar o número de crianças que consomem frutas e verduras e legumes diariamente”, “contribuir para diminuir o número de crianças que recebem alimentos não saudáveis principalmente antes dos dois anos de idade” e “melhorar o perfil nutricional das crianças” BRASIL, 2013, p. 64) A forma de capacitação para esta proposta é através do desenvolvimento de oficinas de formação de tutores, com a realização de encontros com os profissionais das UBS, objetivando fortalecer o aleitamento materno até o sexto mês e a alimentação complementar saudável até os dois anos de idade. Outra forma de concretização desta estratégia é a elaboração de oficinas com os trabalhadores nas UBS, para se discutir o aleitamento materno e a alimentação saudável, tomando como ponto de partida a realidade local e estimulando-se a cooperação entre equipes. Como forma de incentivo à adesão à proposta, as equipes das UBS 27 cadastradas no Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), recebem certificado de participação, desde que cumpram os critérios do programa (BRASIL, 2013) 5. Metodologia Para alcançarmos o objetivo da pesquisa que era compreender o trabalho desenvolvido nas unidades básicas de saúde do município do Rio de Janeiro que atuam como Postos de Recebimento de Leite Humano Ordenhado, a partir do olhar do gestor, dos trabalhadores e das usuárias do serviço, aprofundando-se em suas fragilidades e suas potencialidades, utilizamos as ferramentas de uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório. Segundo Fraser (2004), a pesquisa qualitativa de caráter exploratório tem como objetivo fornecer dados para familiarização do fenômeno a ser observado. Na abordagem qualitativa (...), o que se pretende, além de conhecer as opiniões das pessoas sobre determinado tema, é entender as motivações, os significados e os valores que sustentam as opiniões e as visões de mundo. Em outras palavras é dar voz ao outro e compreender de que perspectiva ele fala. Para atingir este objetivo, o entrevistador assume um papel menos diretivo para favorecer o diálogo mais aberto com o entrevistado e fazer emergir novos aspectos significativos sobre o tema. A relação intersubjetiva, então, é condição para o aprofundamento, visto que a abordagem qualitativa advoga que a realidade social não tem existência objetiva independente dos atores sociais, mas ao contrário, é construída nos processos de interações sociais. (FRASER, 2004, P. 146) 5.1 Cenário da pesquisa: O estudo foi desenvolvido no município do Rio de Janeiro que conta com cerca de 200 unidades básicas de saúde, onde estão incluídas as Clinicas da Família (CF) e os Centros Municipais de Saúde (RIO DE JANEIRO, 2015) Em ambas as estruturas a equipe é 28 multidisciplinar e conta com agentes comunitários de saúde nas CF. Até março de 2015, a cobertura da Estratégia de Saúde da Família era de 47,9% da população carioca (SMS-RJ, 2015). Além de oferecer acolhimento, suas ações estão pautadas na construção de projetos terapêuticos, para acompanhamento sistemático dos usuários, no fortalecimento de vínculos e de reconhecê-lo, junto com sua família como sujeitos com direitos (NASCIMENTO, 2004; COSTA, 2010; RIO DE JANEIRO, 2014). Foram selecionadas pelo pesquisador, apoiado e orientado pela coordenadora das ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno do município do Rio de Janeiro, 06 unidades que tem PRLHO, sendo 03 unidades consideradas com bom desempenho na captação de doadoras e volume de LHO e 03 com desempenho fraco, no primeiro semestre de 2014, segundo atributos definidos pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Como forma de avaliar o desempenho, foram utilizados os relatórios mensais dos Bancos de Leite Humano, que recebem tais doações. A partir da seleção das unidades e para aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa, fomos às Coordenações de Área de Planejamento do Município do Rio de Janeiro e às Unidades de Saúde solicitar autorização para a realização da pesquisa, com a assinatura do Termo de Autorização da Unidade (Apêndice I). 5.2 Sujeitos da pesquisa: Foram convidados a participar dessa pesquisa os gestores e Responsáveis Técnicos (RTs) das unidades de saúde previamente selecionadas, assim como profissionais que lá atuam, além de usuárias dos serviços. Como critério de inclusão para os gestores e RTs considerou-se o inicio das atividades na unidade há pelo menos 06 meses. Com esse tempo na unidade, esperávamos que o gestor demonstrasse domínio sobre as atividades lá desenvolvidas e um melhor conhecimento sobre o funcionamento do programa, a fim de 29 contribuir com maior propriedade sobre os temas abordados. Os responsáveis técnicos inicialmente não iriam ser entrevistados em separado, mas ao chegarmos às unidades identificamos que eles, pela natureza de suas atividades, tinham um grande conhecimento sobre os processos de trabalho do programa e poderiam contribuir de forma expressiva com a pesquisa. Sendo assim achamos por bem ouvi-los em separado para que as suas colocações ou suas presenças não direcionassem as falas dos outros participantes. Após o convite e aceitação do gestor e RTs em participar da pesquisa, foi lido em conjunto com o pesquisador, o “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido” (Apêndice II). Os profissionais das unidades de saúde selecionadas que foram convidados a participar da pesquisa atuam direta ou indiretamente nas ações do PRLHO. Como critério de seleção foi utilizado o tempo de atuação na unidade há 06 meses ou mais. Mesmo com essa informação, alguns profissionais com menos tempo que o estipulado, queriam participar da pesquisa. Foi permitido a eles acompanhar os trabalhos antes da realização dos grupos. Para a seleção das usuárias, foi utilizada amostra não probabilística por conveniência que, segundo Oliveira (2001), consiste em selecionar indivíduos da população, com características relevantes para o estudo e que forneçam dados confiáveis e representativos. Foram selecionadas usuárias do serviço, cadastradas na unidade selecionada, há no mínimo 06 meses, sendo doadoras ou não de LHO e tendo em seu histórico um mínimo de 01 consulta com o médico e outra com o enfermeiro. Tivemos, durante a coleta de dados, a presença de algumas mulheres que não se enquadravam nos critérios de inclusão, mas suas falas foram descartadas antes da análise dos dados. Todos os Termos de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) ficarão à disposição do CEP, conforme resolução 446/2012 do CNS que aprova diretrizes para pesquisa com seres humanos. 30 5.3 Coleta de dados e instrumentos de pesquisa Para o alcance dos objetivos da pesquisa, optou-se por duas técnicas: a entrevista semiestruturada e o grupo focal. Todo o trabalho de campo foi realizado pelo pesquisador que, durante os grupos focais, foi apoiado por uma auxiliar de pesquisa para melhor desenvolvimento das ações. Todas as entrevistase os grupos focais foram realizados no mês de março e abril de 2015, nos postos ou unidades de trabalho. Devido às peculiaridades do programa e a influência mútua com os bancos de leite, surgiu a necessidade de informações mais detalhadas sobre as interações com os bancos de leite humano, para melhor entendimento dos processos de trabalho do PRLHO. Pensando em responder esses questionamentos foi necessário, realizar entrevista com a gestora do centro de referência para BLHs da rede Brasileira de Bancos de Leite Humano do Brasil (rBLH – Br), e a gestora do Programa de Recebimento de Leite Humano Ordenhado (PRLHO). Para a coleta desses dados utilizamos, inicialmente, o roteiro de entrevista semiestruturado aplicado aos gestores. Foram realizadas varias entrevistas em diversas ocasiões e locais, e algumas por telefone. As entrevistas com as gestoras das unidades foram realizadas nas 06 unidades onde os PRLHO funcionam, em local fechado, sem a presença de outras pessoas. Tivemos uma exceção, onde um funcionário esteve presente no inicio da entrevista. Inicialmente pensou-se em entrevistar somente os coordenadores dos postos envolvidos, mas houve necessidade de entrevistar também os Responsáveis Técnicos (RT), que desempenham atividade de coordenação, de algumas unidades. Ao todo foram entrevistados onze (11) gestores e RTs das unidades, somados as duas gestoras, do RBLH e do PRLHO. Tivemos problemas causados pela de violência na localidade em uma unidade, pouco antes de 31 entrevistar a gestora, onde foi necessário fechar o posto. Não houve oportunidade de encontro posterior para entrevista, tendo sido a única perda identificada no processo de coleta de dados. Optou-se pela entrevista semiestruturada, enquanto técnica, para a coleta de dados com os gestores e os RTs, visto que, segundo Minayo (2010), essa é uma “conversa com finalidade”, não seguindo sequência rígida, buscando as diferenciações de significados dos fatos com as ênfases que os entrevistados expressam, após preparação cuidadosa e podendo ser modificada ao longo do processo. O roteiro de entrevista semiestruturada, segundo Minayo (2010), é uma lista de temas que apresentam “indicadores qualitativos” da investigação, elaborados de forma simples e contendo tópicos que conduzam a “conversa”. Nosso objetivo foi fazer o levantamento dos tópicos abordados sem inibir ou direcionar as falas e contribuir para aparecer “os juízos e as relevâncias a respeito dos fatos e das relações que compõem o objeto, do ponto de vista dos interlocutores” (MINAYO, 2010), buscando assim informações para uma melhor compreensão dos pontos abordados. Para coleta de dados dos profissionais e das usuárias foi utilizada a técnica do grupo focal, tendo como referência a proposta de Trad (2009), que considera que grupos focais fornecem informações detalhadas sobre tópicos específicos a partir da interação dos participantes, possibilitando “a compreensão de percepções, crenças, atitudes sobre um tema.”, além de possibilitar a avaliação do serviço e a formulação de hipóteses para estudos posteriores. As questões formuladas previamente foram o ponto norteador para a condução das discussões. Durante os grupos foram incluídas novas questões que pareceram pertinentes para o levantamento de temas, não previstas previamente e que surgiram a partir das falas dos entrevistados. Essas questões foram consideradas relevantes para posterior análise e foram incorporadas ao trabalho conforme proposto por Trad (2009). 32 De acordo com este mesmo autor, nas pesquisas avaliativas as observações cuidadosas das discussões podem ofertar “insights” sobre a forma como o trabalho está sendo percebido, fornecendo assim material de grande relevância para a compreensão dos serviços. Esse tipo de abordagem apresenta diversas vantagens: não existirem respostas prontas, como em outros métodos de abordagem direta; apresentar as formas como os entrevistados lidam com as divergências; apresentar os interesses e dificuldades comuns; apresentar a forma como é vivenciado o programa de forma coletiva. Outro benefício do método é a interferência mínima dos pesquisadores, onde o participante fica livre para expor sua opinião permitindo ao avaliador entender a questão de forma mais ampla, além do baixo custo e da rapidez de resultados. Especificamente no âmbito da pesquisa avaliativa em saúde (...), a utilização de grupos focais se revela especialmente oportuna em estudos de análise de implantação de programas e ações de saúde nos quais se pretende valorizar a apreender a opinião, percepção de sujeitos diretamente envolvidos com o objeto a ser avaliado. (...) os grupos focais, estes demonstraram ser espaços privilegiados de discussão e de trocas de experiências em torno de determinada temática. Seu formato estimulava o debate entre os participantes, permitindo que os temas abordados fossem mais problematizados que numa situação de entrevista individual. (TRAD, 2009, p.791-792). Foram realizadas onze (11) entrevistas com gestores e Responsáveis Técnicos e dezenove (19) sessões de grupo focal, sendo seis (06) com profissionais e treze (13) com usuárias, todas mediadas pelo pesquisador principal. A coleta de dados foi feita com base em três roteiros: Para as entrevistas com os gestores das unidades de saúde selecionadas (apêndice V). Para o grupo focal com os membros das equipes de saúde (apêndice VI). Para o grupo focal com as usuárias (apêndice VII). 33 Como roteiro para as entrevistas com os gestores e os RTs foram utilizados as seguintes perguntas temáticas: 1. Como se deu a apresentação da implantação do Posto de Recebimento de Leite Humano Ordenhado para você? 2. Como você vê essa ação em relação ao trabalho diário da unidade? 3. Quais são os aspectos positivos dessa ação? 4. Em sua opinião o que mais dificulta a operacionalização dessa ação? 5. Em sua opinião, como essa ação poderia ser melhor operacionalizada? Os grupos focais com os profissionais foram realizados em ambiente fechado, sem a presença dos gestores ou de pessoas diretamente ligadas à gestão ou ao programa. Participaram das entrevistas diversas categorias de profissionais: enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem, agentes comunitários de saúde, odontólogos, atendentes do consultório dental, educador físico, auxiliar de farmácia, farmacêutico, assistente social. Para a equipe de saúde foram trabalhadas as seguintes temáticas: 1. Como se deu a apresentação da implantação do Posto de Recebimento de Leite Humano Ordenhado para a equipe de saúde? 2. Como essa ação é visto em relação ao trabalho diário da equipe? 3. Quais os pontos positivos dessa ação na visão da equipe? 4. O que mais dificulta a implantação dessa ação? 5. Como essa ação poderia ser melhor? Em relação aos grupos focais com usuárias, em alguns locais não conseguimos reunir o número mínimo previsto de 10 participantes, mas mesmo assim realizamos a atividade, visto que segundo a literatura podemos utilizar esta técnica com 6 a 12 34 participantes, idealmente (Trad, 2009). Para conseguir atingir o numero mínimo que esperávamos de grupos com usuárias, optamos selecionar e realizar entrevistas em pequenos grupos sem limite mínimo de participantes. Em algumas unidades foi utilizado o auditório, outras foram realizadas em sala de reunião. Em uma, que não tinha disponível local adequado, tivemos que realizar o grupo com as usuárias no pátio de uma escola que fica ao lado do posto. Como roteiro para a atividade foram utilizados os seguintes temas: 1. Como conheceram a ação do Posto em coletar doações de leite humano 2. Essa ação trouxe alguma modificação para a vida de vocês? Quais? 3. pontos positivos dessa ação para as pessoas 4. dificuldades em participar do programa 5. melhorias possíveis 5.4 Análise dosdados: Tanto as entrevistas quanto os grupos focais foram gravados em arquivo digital formato THN, posteriormente transferidas para mídia digital formato DVD. As gravações somaram um total de trinta e quatro (34) horas, que foram transcritos na íntegra pelo pesquisador. Após a transcrição dos dados, a análise foi realizada com base nas proposições de Minayo (2010), utilizando as seguintes etapas: Ordenação dos dados: nesta fase foi feita a transcrição dos dados com organização das falas e dos dados da observação, conforme as propostas da pesquisa. 35 Classificação dos dados: nesta etapa foi feita a leitura dos textos para o melhor conhecimento das ideias apresentadas, com objetivo de se levantar os temas mais relevantes ou como proposto por Minayo (2010) levantar as “categorias empíricas”. Após a leitura e apropriação dos sentidos das falas, Chegamos as categorias “analíticas” e as dividimos inicialmente em seis categorias (06) sendo elas: 1. conhecimento e apresentação do PRLHO, 2.processos de trabalho, 3. Dificuldades encontradas, 4.aspectos positivos, 5. percepções sobre o PRLHO e 6. sugestões de melhorias para o PRLHO. Nessa etapa inicial, de contato com o material de campo, exige uma leitura de cada entrevista e de todos os outros documentos, anotando-se (no computador ou em papel impresso) as primeiras impressões do pesquisador, iniciando-se, assim, a busca de coerência interna das informações. O material escrito necessita ser cuidadosamente analisado: frases, palavras, adjetivos, concatenação de idéias, sentido geral do texto. (MINAYO, 2010) Análise final: nessa fase da analise as falas, observamos que quatro das categorias analíticas anteriormente estabelecidas estavam convergindo para somente duas categorias. As falas sobre os aspectos positivos e as percepções sobre o programa, mostraram-se estar na mesma categoria. As dificuldades e as sugestões de melhoria, ao serem analisadas acabaram convergindo para somente um ponto sendo a ultima excluída ficando somente a analise das dificuldades. Após o estabelecimento das categorias analíticas, para cada uma delas foram estabelecidas eixos de discussão, para a realização das analises e discussões. Após esse direcionamento começamos a fase de interpretação e discussão dos achados. [...], a pesquisa sobre concepções de saúde e doença deve apresentar aos leitores um quadro complexo de respostas voltadas para esclarecer a lógica interna de um grupo determinado sobre o tema em pauta, quando o pensa, quando fala dele, quando se relaciona e quando a partir dele se comporta, projeta e planeja a sua vida. Pois, [...], as significações que vem do ser humano e de seu projeto se inscrevem por toda parte, na ordem das coisas e nas relações mediadas pelas estruturas enquanto ação humana objetivada. (MINAYO, 2010) Pensamos que a metodologia escolhida nos possibilitou avaliar os vários tipos de informações, das várias fontes, nos dando dados espontâneos e subjetivos “e não induzidos ou 36 expressamente perguntados” (FREITAS, 2011). Tentamos assim evitar erros, “vieses de informação” (MEDRONHO, 2010), encontrados em discursos direcionados para responder de forma agradável ao pesquisador. Para apresentação dos dados, as falas serão definidas de acordo com as seguintes codificações: G - para gestor, U - para usuária, P - para profissional e GF - para grupo focal, com a especificação deste último pelo número, de acordo com a sequência cronológica de realização do mesmo. Para análise das falas utilizamos a Teoria das Representações Sociais que, segundo Spink (1995) são definidas como formas de conhecimento prático e inserem-se mais especificamente entre as teorias que estudam o conhecimento originado do senso comum. Esta proposta rompe com as vertentes clássicas das teorias do conhecimento, uma vez que estas últimas entendem-no como “saber formalizado, isto é, focalizam o saber que já transpôs o limiar epistemológico, sendo constituídas por conjuntos de enunciados que definem normas de verificação e coerência" (Spink 1995, p.110). 5.5 Aspectos éticos Em respeito aos aspectos éticos que envolvem os estudos com seres humanos e em cumprimento ao dispositivo ético vigente, a Resolução 466/2012, o projeto que originou esta pesquisa foi enviado via Plataforma Brasil para ser submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estácio de Sá e da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, sendo autorizado por meio do CAAE de numero: 41171115.4.0000.5284. Após a defesa da dissertação, os dados serão discutidos com a gestão da SMS-RJ para a possível contribuição para o processo de trabalho das equipes. 37 6. Resultados e discussão A partir de agora apresentaremos a análise das falas, através das categorias analíticas identificadas. Para que sejam mostrados os resultados de forma dinâmica optei por fazer a discussão de todos achados ao mesmo tempo, com objetivo de apresentar as representações dos três sujeitos. 6.1 Conhecimento sobre o que é e o que faz o PRLHO. Na análise das falas sobre como tomaram conhecimento do programa, observou- se distinção entre os relatos. Para a maioria dos gestores o conhecimento sobre o tema e a capacitação teria sido realizada para conhecimento do programa. “[...] foi apresentado essa questão, junto com a IUBAM, que a gente tava pronto pra receber o certificado. E ai me apresentou que é uma, um projeto que já estavam querendo implantar, mas... [...] Só foi me passado quando [...]. Uma profissional que queria estar envolvida pra ajudar nisso, [..] construiu, ela construiu um POP, [...], dizendo como que deve Ser feita a coleta, tudo direitinho.”(G 06) Ceccim (2005) traz para a saúde o conceito de educação continuada/ educação permanente, que sugere utilizar recursos e instrumentos possibilitando o fortalecimento da equipe multiprofissional e buscando a integração da equipe para conseguir uma maior resolutividade na assistência. O autor aponta que para melhor eficiência desse tipo de educação deve-se valorizar os “saberes locais”. Portanto, para pensar nesse tipo de educação em saúde ou treinamento, devemos respeitar os saberes frutos de formações tão distintas, e em alguns casos, como os saberes dos agentes comunitários de saúde, geralmente construídos empiricamente. Nesse sentido a proposta de Freire (1997), que sugere a necessidade de se respeitar os sujeitos como seres “históricos” que trazem consigo seus saberes socialmente construídos, talvez devesse ser adotada. 38 A capacitação dos profissionais para trabalhar no PRLHO, como feita atualmente, é apontado por Farah (2006) como uma forma de capacitar os profissionais para os processos de trabalho, oportunizando a todos os sujeitos, inclusão no processo, facilitando o entendimento da complexidade do serviço. Dessa forma, o treinamento atual não estaria apenas “treinando profissionais para desenvolver parte do trabalho”, mas proporcionando uma “formação integral do individuo” com capacidade para interagir em todo o processo. “Então... Aqui a gente participou de uma capacitação, [...]. Eles fizeram com a maioria dos profissionais. Explicando o fluxo, os detalhes técnicos. . Tanto pra gente quanto pra parte técnica.” (G 01). “Foi assim: a gente fez uma capacitação que a gente foi lá no banco de leite [...] que é nossa referencia, e a gente levou ACS, enfermeiro, técnico de enfermagem; com relação... a orientação de amamentação e ao uso do banco de leite de lá.” (G02) As falas dos profissionais assinalam que poucos reconhecem ter participado de treinamento específico para trabalhar com o programa. Em relação aos trabalhadores dos postos que são profissionais com formação nas ciências da saúde (enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem), da mesma forma que os gestores, todos afirmaram que o curso foi muito rápido e/ou que nãoacrescentou muito ao conhecimento que já tinham. “Não me acrescentou quase nada! Porque venho do hospital, [...]. Então lá no hospital [...], nos fomos obrigados a aprender a exercitar, a falar a mesma língua. Desde o pessoal da limpeza administrativo, assim. [...]. A base que eu tinha era lá”. (PGF02) Aqueles que não têm formação na área da saúde, como os agentes comunitários, afirmaram que, apesar de ter sido muito curta, a capacitação para o trabalho no PRLHO, teria sido muito boa por fornecer conhecimento técnico para manejo da amamentação, para os cuidados com as mamas e para a doação de leite de forma mais qualificada. “Que eu achei muito profissional, super, super interessante assim. Que me deu um alicerce [...], que eu comecei a ser agente comunitário também. A gente chegou, vai ser agente comunitário, foi fazer uma prova e vai aprendendo com o tempo. E isso ai foi legal que fez um link com o paciente que vem. A gente é entreposto, a gente é posto e posto é todo mundo. [...]” (PGF02) 39 Confirmando a proposição de Dal Pai e Lautert (2004 apud SILVA E ATHAYDE, 2008), observa-se que os agentes comunitários de saúde têm dois direcionamentos centrais: “a busca de confiança e reconhecimento no trabalho”. E aponta que insuficiência de treinamento e ausência de papéis bem definidos dos ACS, são possíveis fenômenos que levam a obstaculizar ou minimizar a sua atuação dentro do programa saúde da família. Os grupos focais realizados apontam a necessidade de uma legitimação dos agente de saúde no programa, através da confirmação da confiança pelo conhecimento técnico, possibilitando sua apropriação do trabalho dos postos de recebimento. “Para mim não é um trabalho a mais. Pra mim é uma coisa gratificante. Entendeu? Porque a gente chegou a ir nessa maternidade, entendeu e a gente viu essa situação. É mãe com HIV que não pode amamentar né? Então é importante a doação de leite.”. (PGF04) “Até a nossa visão mesmo muda! Muda que a gente fica com uma responsabilidade incrível. A gente quer trazer aquela mulher praticamente na marra pra poder doar, né? Você fica naquela preocupação, está jogando o leite fora e tanta gente lá precisando...” (PGF 04) Essas falas ratificam as proposições de Farah (2006) que afirma que a maior sensibilização dos profissionais possibilitaria o sentimento de inclusão no processo e a conversão para “agentes transformadores da prática”, objetivando trabalhar não a especificidade da situação, mas agora o indivíduo, sua família e a comunidade. Quanto ao preparo para gerenciar as atividades desenvolvidas por um PRLHO, a grande maioria dos gestores não se percebia com preparação especifica para lidar com tal proposta. Somente quatro deles afirmam ter recebido um treinamento específico. Os outros não receberam treinamento direto para o PRLHO, nem tão pouco para a IUBAAM. Mesmo entre as falas dos que afirmaram ter recebido este treinamento, o mesmo foi dado como um complemento rápido no curso da IUBAAM. Um dos motivos levantados pelos gestores para não terem feito o treinamento é a rotatividade dos profissionais que assumem a gestão nas 40 unidades, fato que sem dúvida é um grande problema na atenção básica, não só para este programa, mas também para o funcionamento adequado de toda uma unidade de saúde. “[...] quando eu cheguei na unidade pra assumir a gerencia, o postinho já estava implantado. O que me passaram foi a historia de como isso aconteceu, como a unidade se mobilizou pra ser um posto de recolhimento. A história da [funcionaria responsável], de ter começado esse trabalho, de ter contatado os bombeiros pra pegar os leites, depois de ter detectado que o leite estava sendo desprezado, quando elas faziam a ordenha das mães.... fazia um trabalho com as mães.” (G 08) “Não, não teve uma apresentação foi, é, quando, que nem eu te falei. Quando eu entrei não tinha, a gerente falou a gente vai tentar reativar isso, tá. Depois teve a certificação da IUBAAM, quando, depois que teve a certificação a gente começou a participar de reuniões que, com as maternidades que recebiam o leite né? Participei de uma ou duas reuniões. Em uma dessas estava à maternidade [...] que seria a maternidade que recolheria o nosso leite então. A gente ficou conversando com a enfermeira de lá [...]. E a gente foi acertando esses pequenos detalhes, e ai a gente sentava com os outros enfermeiros com a gerente.” (G 07) Na fala dos profissionais é observada a importância que dão ao curso da IUBAAM, confundindo um pouco os objetivos desta com os do PRLHO. A IUBAAM, em seus princípios básicos, contempla a doação de leite como estratégia de manutenção da lactação, nos casos onde a mãe não possa dar a mama diretamente ou quando a criança tenha algum impedimento de mamar.“Foi importante porque no curso do IUBAAM, a gente pode entender a importância da amamentação. [...] a gente entende melhor o leite e não só o leite!” (PGF05). Em seus estudos Araujo (2003) apresenta os “dez passos para o sucesso do aleitamento materno”; chamamos atenção para o passo que relata que deve-se “Mostrar às gestantes e mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se vierem a ser separadas de seus filhos”. Apesar de esse item ser incluído e discutido no treinamento da IUBAAM, as falas apontam para a pouca evidência e importância que é dada ao tema PRLHO, durante o curso ofertado aos profissionais, para o cumprimento desse objetivo. As equipes eleitas ou voluntárias, para serem inseridas no programa, consideram que a capacitação para atuar num PRLHO, dentro do preparatório para IUBAAM, não é eficaz, devido a quantidade de temas que precisam ser abordados num curto espaço de tempo. Sendo 41 assunto que se deseje dar importância e relevância, a capacitação para o constituição de um PRLHO não poderia estar limitado a ser discutido dentro de outro curso, sendo justificado apenas que seja mencionado, no sentido de criar expectativas mais amplas para as equipes que se interessem não somente por ser uma IUBAAM, mas também em trabalhar com essa proposta. A reserva de outro tempo ou a extensão do tempo para se discutir exclusivamente o programa e seus fluxos, poderia servir tanto de capacitador como de motivador. A própria capacitação para a IUBAAM, somente, já é considerada uma dificuldade para a implantação da política no município do Rio de Janeiro, como observado por Rito (2009) em seu estudo. O entendimento do trabalho como (re)produção de si e do mundo nos impede de pensar que os trabalhadores se adaptam passivamente aos imperativos aí presentes. Ora, trabalhar nunca é um fazer neutro em relação à saúde, pois “através das diferentes relações estabelecidas entre o indivíduo e seu trabalho, a saúde é implicada no mais alto nível” (DEJOURS, 1993). A questão bem colocada não seria trabalhar ou não trabalhar, mas sim: qual trabalho? Já a Ergonomia havia colocado em seus começos sua descoberta: adaptar o trabalho ao homem e não o contrário, como predominante. (SILVA, 2008, p.26) Mesmo percebendo essas deficiências, os relatos de que o treinamento melhorou ou modificou o olhar e os cuidados dados para a mãe e a amamentação são comuns. “É o afeto é o carinho, é transmitir a saúde para criança pra criança os anticorpos que vai proteger ela, então a gente deu esse curso, a gente apreendeu essa verdade [...], leite, não é um alimento comum. E passar carinho pra criança e passar atenção é passar saúde.” (PGF 05) “[...] A gente aprendeu que quando a gente amamenta tem um baixo custo, e é saudável para o bebê, muito importante aquela amamentação para o bebê até os seis meses, se possível orientar até os dois anos ou mais.” (PGF 06) No que diz respeito às usuárias, a grande maioria das entrevistadas não tinha nenhum conhecimento sobre o programa. “Eu não sabia que tinha isso aqui” (UGF 04) ou mesmo sobre a informação de que sepodia doar leite na unidade, “Eu já vi a placa doe vidro. Não sabia que aqui pegava leite.” (UGF 01) Nos postos onde o programa era visto com mais entusiasmo pelos profissionais, algumas mulheres afirmaram ter conhecimento do programa e de sua funcionalidade e esse conhecimento teria sido repassado nos grupos de gestantes ou durante as consultas, e depois reforçado por algum profissional. 42 “eu soube também através da médica que ela estava consultando meu filho e ai ela falou que meus peitos estavam muito cheios. Ai eu acabei ficando sem leite.” (UGF 04) “E é uma pena que a gente sabe que, eu sei que existem projetos como esse, mas eu não sei como chegar. Alcançar.” (UGF 11) Também foi fala frequente a falta de conhecimento sobre o assunto e o despreparo, para o trabalho de coleta e armazenamento do leite, como fruto de uma dificuldade de retirar o profissional da unidade para ser capacitado, para que haja impacto mínimo nos seus afazeres diários, com o objetivo de manter as metas pré-estabelecidas de avaliação dos programas e o atendimento aos usuários, política atual da SMS-RJ. 6.2 Processo de Trabalho no PRLHO Para iniciarmos as análises sobre o processo de trabalho, consideraremos as proposições de Pavoni e Medeiros (2009), que acreditam que a característica maior do trabalho nas ESF seria a “interdisciplinaridade” com a valorização dos diversos saberes aplicados nas atividades próprias de cada profissão. Isso possibilita uma ação complementar, entre os diversos atores da assistência, com a perspectiva de se atingir uma abordagem “integral e resolutiva” no seu cotidiano. Ribeiro (2004) relata a existência de vários estudos que contribuem para o entendimento aprofundado do processo de trabalho em saúde, partindo do principio que o trabalho em saúde integra o “setor de serviços” com características próprias e aspectos únicos, que precisam ser considerados em toda sua “profundidade” e singularidade. Sugere ainda que o trabalho da saúde seja “majoritariamente” desenvolvido em instituições, que tem divisões dos trabalhos em categorias. Essas características de divisão do trabalho seguem uma lógica de trabalhos em parcelas ou “pormenorizada, seguindo uma lógica taylorista de organização do trabalho”. (RIBEIRO et al, 2004). Pela percepção de Pavoni e Medeiros (2009), os profissionais estão em um processo de divisão de trabalho que 43 se concretiza na realização de atividades específicas de cada área profissional, possibilitando transformar os “objetos” (doença) em “produto” (saúde). Por um lado essa divisão leva ao “fracionamento do trabalho”, mas por outro lado possibilita a inclusão de aspectos de “complementaridade e de interdependência” entre os trabalhos especializados. Nos estudos dos modelos assistenciais, Costa (2014) oferece como proposta o entendimento dos processos utilizados, para a “resolução de problemas, e atendimento de necessidades de saúde, tanto individuais como coletivas”, partindo de “saberes” que seriam os “conhecimentos”, e das “técnicas” representadas pelos “métodos e instrumentos”. Nesse sentido, um modelo de atenção à saúde não é somente uma forma de organização dos serviços ou um modo de administração do sistema de saúde, ele representa a forma de organizar as relações entre os sujeitos (profissionais de saúde e usuários) mediadas pelas tecnologias (materiais e não materiais), que são adotadas no processo de trabalho com o objetivo de intervir sobre os problemas (danos e riscos) e as necessidades sociais de saúde. (COSTA 2014, p. 293) O processo de trabalho em saúde prescinde da dependência entre os atores e mesmo que sua “dinâmica imponha uma fragmentação” de ações como proposto por Costa (2014), é indiscutível a existência da necessidade de complementação das ações desenvolvidas confirmando o olhar de Pavoni e Medeiros (2009). Analisando as falas dos gestores, sobre o processo de trabalho, evidencia-se a percepção de que o serviço oferecido pelo PRLHO está interligado com os processos e programas desenvolvidos nos postos, não sendo um trabalho a mais ou um programa distinto dos que já existem, seguindo a lógica da complementaridade de ações dos atores. “[...], eu vejo o entreposto, com a mesma importância como qualquer outro programa. Como coordenadora de programa eu vejo ele com a mesma prioridade que os demais, eu acho que no programa de saúde[...] não [...] tem um mais importante ou menos importante.” (G03) “Olha, eu vejo que ele, esse programa está inserido dentro do programa de saúde da mulher.” (G04) 44 Outro ponto que aparece com recorrência, nas falas dos profissionais, é a possibilidade de proporcionar à população um tipo de atendimento sem a necessidade de grandes deslocamentos ou de longas esperas, que só estavam disponíveis em locais distantes geograficamente. “O ponto positivo foi que a gente conseguiu mostrar pra ela que se ela não conseguisse a gente estava aqui com ela. Que não era preciso ela estar se deslocando pra poder estar adquirindo esse leite. Então o ponto positivo que a gente tem é que tem muita mãe que não esta conseguindo amamentar. Então a gente tendo nosso posto aqui ela pode estar contando com a gente.” (PGF 06) “Você conseguir levar isso mais próximo da comunidade é muito bom.[...] A gente consegue atender no primeiro acolhimento e a partir daí ela está inserida se ela quiser e na semana seguinte a gente já está indo a casa dela fazer captação. Então assim, é um ponto muito, para mim, positivo, você poder oferecer isso com certa facilidade pro usuário. Ele tem acessibilidade a isso.” (G 03) O termo ‘acesso’ é compreendido na perspectiva do ingresso ou entrada no sistema, relacionado à utilização, enquanto que ‘acessibilidade’ vem sendo adotado, de uma maneira geral, como as características da oferta de serviços de saúde que contribuem de forma positiva ou negativa para a utilização dos serviços por parte dos usuários. (SILVA JUNIOR, 2010, p. 550) Schimth e Lima (2004), demonstram que o estabelecimento de interações entre os usuários e a equipe de saúde, melhora a eficácia dos trabalhos prestados podendo resultar em um ambiente com sujeitos “autônomos”, desde que todos respeitem a independência profissional. Para tanto, os diversos pontos de vista dos atores, “profissionais e usuários” desse processo, devem ser levados em consideração ao se programar as atividades. Tanto o acolhimento quanto o vínculo são resultantes dos processos de atendimento e esses formam os laços de interesse, possibilitando assim, uma prestação de atenção com maior qualidade. Colocações feitas pelas usuárias apontam que essa sensação de acolhimento gerada pela facilidade de acesso acaba sendo entendida como forma de respeito e atenção. “Muito interessante, que as vezes a gente quer doar e não sabe chegar. Às vezes é o telefone que esta ocupado ninguém atende, às vezes é a internet. Então só em poder vir aqui, é fazer a ponte. É saber, olha lá... eles estão aceitando. Esse entreposto...” (UGF 03) “então, esse procedimento de ajudar a tirar. Ficam mais distante [a maternidade]. E a mãe pode vir aqui pra orientar como tirar. Entendeu?” (UGF 03) 45 O encontro entre esses sujeitos se dá num espaço de intersecção, no qual se produz uma relação de escuta e responsabilização, a partir do que se constituem vínculos e compromissos que norteiam os projetos de intervenção. Esse espaço permite que o trabalhador use de sua principal tecnologia, o saber, tratando o usuário como sujeito portador e criador de direitos. (RAMOS, 2003, p. 28) Schimth e Lima (2004) também apontam para a forma excludente de atendimento na estratégia saúde da família, quando prioriza aquele que chega mais cedo ao posto e não aos mais necessitados de atendimento. Vemos que a proposta do posto de recebimento não “hierarquizado”, assim como o discutido pelas autoras,apresenta uma vantagem ao atendimento anteriormente prestado. Dessa forma a prioridade é o atendimento as mães quando elas precisarem, mesmo que seja só de uma informação, o que pode dar resultados que se traduzirão em aceitação do programa e o reconhecimento de sua importância pelos profissionais. Foram várias as falas que apontaram para esse sentimento de criação de vínculo com as usuárias: “Ou o contrário ela é ajudada, ela vem buscando ajuda por que está com ingurgitamento mamário, está com fissura. Muitas vezes ela fica tão grata por sair dali [com o filho] amamentando no seio. Elas querem doar, né? Muitas vezes elas ficam se sentindo em dívida.”(PGF 02) “Eu acho que um ponto positivo é de ajudar aos recém-nascidos que estão lá na maternidade, na UTI. É uma forma de ajudar, né? E também ajudar as nossas mamães que estão com dificuldade. Às vezes elas doam por que acham que está sobrando leite, que sobra muito. E aí se aquele leite ficar, né, ele pode ingurgitar e ela pode prejudicar na própria amamentação do seu bebê.” (PGF 05) A análise das falas dos profissionais aponta para o entendimento do PRLHO como sendo um programa que pode estar incorporado em vários momentos das atividades cotidianas da equipe, como no pré-natal, puericultura, acolhimento mãe-bebê, entre outros trabalhos desenvolvidos na unidade de saúde. [...] nós começamos ajeitando o pré- natal; depois de ajeitar o pré-natal nós começamos ajeitando o grupo de puericultura. No pré- natal e puericultura nós já fomos falando da amamentação e como as mães tinham muito leite, nós falamos 46 automaticamente, você não se interessaria em doar esse leite e tal? E aí junto com esses exames de sangue que são feitos no pré-natal já serviam pro banco de leite. (PGF 04) [...] Pelo menos pra mim é difícil falar de entreposto de leite materno, separado de acolhimento mamãe-bebê. São dois programas que estão interligados, que estão agregados. Então quando a mãe vem pro acolhimento mamãe-bebê, as meninas que estão lá elas acolhem bem. No que elas acolhem bem acabam tendo as doadoras. A gente consegue captar melhor e elas têm a sedução. E a sedução começa, ensinam a ordenhar, ensinam a pegada. (PGF 04) Costa et al. (2014) refletem sobre esse ponto, onde o trabalho do programa seria visto como parte de outro programa e afirmam a percepção sobre a integração dos processos na Saúde da Família como sendo uma nova forma de trabalho das equipes, fugindo do modelo centrado na assistência despedaçada, necessitando para isso de interação entre os diversos setores envolvidos, exigindo da equipe uma reorganização dos “processos de trabalho”. Essa nova ordem seria, sob nosso ponto de vista, a interação dos programas na busca pela atenção integral, como proposto pela OMS. Na busca pela nova ordem processual, os trabalhos estariam agora direcionados para o “foco a família e vínculos pela equipe multiprofissional”. Esse novo direcionamento estaria embasado nos princípios básicos do SUS “e se alicerça sobre os pilares: família, território e responsabilização, tudo respaldado pelo trabalho em equipe.” (COSTA et al, 2014) Percebe-se, durante a pesquisa, um cuidado na hora de se capacitar a equipe incentivando e proporcionando a integração para o trabalho em conjunto, de forma multidisciplinar: “eu cheguei para fazer o curso da IUBAAM. Eu e algumas médicas; foi mesclado, pra poder multiplicar nas clínicas. Como fazer a ordenha, como se fazer a higiene das mamas e tudo mais. Foram três dias, eu e [...], foram três dias de curso.” (PGF 04) “Foi bom! O primeiro foi ótimo. Foi toda a equipe, médico, enfermeiro foi toda a equipe. " (PGF 03) Esse artifício de tratamento na preparação da equipe pode ser visto na pesquisa de Fonseca Sobrinho et al (2014), que aponta para a existência, na atenção básica, de utilização 47 de táticas na tentativa de superar uma cultura de tratamento “hierarquizado” com estruturas rígidas que “não se interrelacionam, penalizando o cuidado prestado ao paciente”. Essa quebra da hierarquização proposta pelo PRLHO segue a proposição desses autores, contribuindo para o sentimento de inclusão e interação, relatado pela equipe, induzindo a existência de um trabalho compartilhado, acarretando mais integração da equipe com a comunidade. Segundo Lima (2014) essa afirmativa aponta para os dois maiores motivos de satisfação entre os trabalhadores nas Estratégias de saúde da Família (ESF) a “resolubilidade na assistência” e “trabalhar em equipe”. Percebe-se a satisfação em algumas falas como: “é um trabalho que dá muito prazer.” (PGF 02) “é muito trabalho, mas é um trabalho bom! Muito bom! E acho que é um trabalho que integra!” (PGF 02) “é você cria um vinculo muito gostoso, com a mãe da criança.” (PGF 02) “Eu acho importante, eu acho bacana eu gosto. É uma coisa que não me aborrece é uma coisa que me dá certo prazer.” (PGF 04) “As crianças lá precisam muito sabe? E isso me partiu o coração. Digo um pouquinho assim em cada pote. Eu tinha bastante eu amamento até hoje. Se eu pudesse eu estaria doando até hoje. As crianças que estão lá precisam muito, muito, muito." (PGF 06) As compreensões sobre satisfação profissional derivam da motivação e a motivação é um conceito anterior à satisfação no que diz respeito ao ciclo motivacional. Assim, a motivação refere-se à tensão gerada por uma necessidade e a satisfação expressa a sensação de contemplação da necessidade. (PINTO, 2014, p. 21) Ao se fazer a análise das falas das usuárias em relação ao processo de trabalho, aparece o desconhecimento do funcionamento do programa na maior parte das unidades, ou até da existência deste tipo de proposta: “[...], como é que eu poderia querer fazer o bem se eu não sabia que aqui eu poderia fazer?.” (UGF 04) “eu sabia a bastante tempo, mas achei que não tinha mais.” (UGF 03) “Eu tentei fazer isso aqui, mas ninguém entrou em contato comigo. Venho aqui todo mês e ninguém fala comigo. Ai eu tiro em casa e dou pro meu enteado. (UGF 09) 48 “Seria bom se tivesse, então, alguém que ensinasse se alguém precisar doar.” (UGF 09) “Sim. Eu queria doar. Queria não, quero ainda.” (UGF 09) As poucas mulheres que relataram conhecer o funcionamento do programa disseram que tinham recebido essa informação no grupo de gestante. Mas este espaço já provou não ser o melhor lugar para esse tipo de atividade de acordo com os estudos sobre doação de leite humano de Alencar e Seidl (2010), que apontaram que somente vinte e cinco por cento das mulheres receberam as informações sobre doação de leite humano durante o pré-natal e que o restante só tinha recebido informações após o parto ou em partos anteriores. 6.3 Dificuldades para o funcionamento dos PRLHO: Partindo da análise das falas dos gestores, usuárias e profissionais, foram levantados diversos aspectos apontados como dificuldades para o bom andamento do PRLHO. Foi possível a estruturação de quatro grandes eixos a cerca das dificuldades: falta de motivação; organização do processo de trabalho; situação de violência nas comunidades e falta de divulgação da necessidade de captação de doadoras de leite humano. A análise foi feita conforme as recomendações de Moraes (2003). As falas dos gestores inicialmente colocam como dificuldade para desenvolver o programa devido à falta de motivação dos profissionais para trabalhar com PRLHO: “Sabe [...], tem muita gente que não se sente muito motivado pra estar fazendo esse trabalho." (G 07) “E [...] a gente tem maior dificuldade de sensibilizar [os profissionais]. E ai [eles] acaba criando barreiras. Não tem transporte, não tem material, não quer sentar pra conversar com a puérpera. então [...] acabam criando varias barreiras, que é difícil quebrar, e ai vai ficando. [...] Hoje eu vejo que [a dificuldade] é a adesão dos profissionais. [...]. [...] eles vêemcomo se fosse uma função a mais. E vão deixando, né... vão dando prioridade outras coisas e vai deixando, o banco de leite!” (G 01) “Os funcionários técnicos de enfermagem, nem todos se [sensibilizam...], porque é um trabalho que você tem que cativar a usuária, você tem que convencê-la seduzi-la a fazer aquilo, e nem todo mundo tem essa disposição. [...] você não está tratando 49 de uma doença. Você está orientando, você está educando, e nem todo mundo tem também essa percepção de educador. Não tem essa sensibilidade pra trabalhar com mulheres que já tiveram três quatro do filho e continuam com dúvidas.”. (G 03) “Outra dificuldade, também pode ser que nem todos os profissionais, né tenham essa sensibilidade, às vezes a gente tenta, né, com que todos sejam envolvidos. Mas às vezes o profissional num... Não entende, não quer, não é sensível pra essa causa, [...]. (G 06) Segundo Batista (2005), a motivação é um fator relevante para o processo de trabalho. As razões pelas quais as pessoas agem ou pelas quais, decidem fazer “estão relacionados a uma hierarquia de necessidades como: exercer um cargo, ter reconhecimento e progresso profissional, entre outros.”. O autor afirma que para avaliar a motivação devemos considerar fatores que incidem direta ou indiretamente no sujeito e no seu trabalho classificados por ele de “fatores intervenientes”. Para o autor, a existência ou ausência desses fatores intervenientes são os motivos para as pessoas adotarem atitudes e pensamentos, influenciando diretamente no resultado da motivação pessoal. Na pesquisa em tela observa-se que esses fatores dificultadores se traduzem na falta de motivação das equipes e usuárias. A motivação pode ser conceituada, também, como ‘o desejo inconsciente de obter algo’ ou como ‘um impulso para a satisfação, em geral visando o crescimento e desenvolvimento pessoal e, como conseqüência o organizacional’, o que causa, canaliza e sustenta o comportamento das pessoas, não sendo, porém, a única influência no nível de desempenho daquelas. (BATISTA,2005 p. 86) A falta de motivação como proposta por Batista (2005) pode também ser encontrada nas falas dos profissionais: “Por que quando nós fizemos o curso a gente veio cheia de vontade. e essa vontade de implantar e as gestantes não deram esse retorno positivo. Isso foi o ponto negativo, que quebrou aquela coisa toda, que se está com aquela empolgação e tudo mais. (PGF 01) “Aqui na unidade a gente tem um fluxo tão grande, tão grande, que a gente acaba não tendo tempo, não consegue sair pra divulgar. Não é feito por nenhum técnico de enfermagem. Infelizmente! ´ (PGF 02) “A gente sente um receio uma dificuldade imensa de levar esse trabalho. Devido à falta de material.” (PGF 03) 50 Nos vários grupos e entrevistas realizadas, também foi identificado como dificuldades fatores ligado à infraestrutura. A falta de frasco adequado para fazer a coleta do leite, por exemplo, que normalmente é referido pela equipe e usuários como “POTE”, foi um dos problemas mais mencionados pelos entrevistados. “[...] Eu criei até briga aqui por que eu queria pote.” (PGF 06) “Ai tinha um monte de mãe querendo doar e não tinha pote lá embaixo. Não tinha como botar, ai complica.” (PGF 06) “Então o problema que a gente tem aqui é o material. Eu acho que se a gente tivesse o material disponível. [...] mas a gente não consegue, a quantidade que a gente consegue de vidro é muito pequena, [...]. Então assim, ah, mas eu vou colher aonde? A gente fala, a gente explica, mas muitas vezes elas não tem o vidro correto para coleta. Acho que é o material que mais atrapalha nesse momento.” (G 05) “Olha a dificuldade maior eu acho que é no acondicionamento, na questão do pote mesmo, assim falando grosseiramente. Porque, na unidade a gente solicita o pote, eu mesmo já comprei alguns potes, mas é difícil de a gente ter pote.” (G 04) “A dificuldade foi assim, eu cheguei e falei para a doutora: que legal! Ela me disse: vou te dar os negócios [POTE]. Fiquei esperando, esperando e não deram nunca! [...]”(UGF 09) “hoje em dia só [...] e nós conseguimos e não são todas as pessoas que fazem uso do [...]. Então com isso se tornou um pouco complicado também foi e não retornaram [os bancos de leite não repuseram os vidros]. Eu acho que deveria ter um, ate mesmo um pote especifico pra ser enviado para a unidade”. (PGF 06) Como forma de minimizar essa dificuldade, os profissionais se organizam para fazer campanhas de arrecadação de embalagens que sirvam para a coleta do leite humano. Isso, por mais que demonstre o envolvimento do profissional com a proposta, faz com que nos perguntemos se é adequado que um profissional de saúde utilize seu exíguo tempo para realizar atividades que fogem ao escopo de sua proposta junto à equipe. “Uma coisa é que a gente tem que fazer campanha é pote de vidro, que é pote de vidro com tampa de plástico, já teve época da gente fazer bazar, da gente fazer rifa, pra gente ir no mercado popular e comprar pote de maionese.” (G 03) “[...] Antigamente a gente recebia doação dos potes, a gente pedia pra igreja, a gente pedia [para a] comunidade pra trazer esses potes, antigamente eram aqueles potes de maionese de vidro com a tampa de plástico. Hoje em dia é muito difícil você conseguir um pote de vidro com uma tampa de plástico que pode ser reutilizada. Porque a maioria das embalagens hoje em dia, elas são de plástico e elas não servem. E você orienta as pacientes que tem que ser a tampa de plástico, e.... corpo de vidro e a maioria deles não consegue.” (G 04). 51 “Em 2013 nos fizemos uma campanha e nos arrecadamos mais de 200 vidros. Em 2014 foi um ano que a gente não passou sufoco com nossos vidros, nós tivemos que doar para outras unidades. Até para [...] nossa referência [maternidade] aqui para o leite, e que para onde vai o leite, eles já precisaram vir pegar com a gente”. (PGF 05) “e assim, é que no caso tem pessoas que estão orientando, e tem paciente que também ajuda com o pote. Que é difícil. [...], não é todo mundo que toma, mas às vezes eles trazem pra gente.” (G 05) Percebe-se nas falas uma ação dos profissionais de saúde em tentar angariar frascos por meio da doação da população. Sobre essa temática, Araujo et al (2011), entende que é necessário oferecer meios para que as pessoas se responsabilizem por sua saúde e pela saúde da comunidade sendo considerada essa ação, pela pesquisa realizada, como uma ação dentro da educação em saúde. Essas ações então estariam em conformidade com as estratégias propostos para “integrar a educação e a participação comunitária nas atividades assistenciais primárias em saúde”. (ARAÚJO et al 2011). Segundo os estudos desse autor é grande a necessidade de promover a saúde e de se buscar a melhoria dos aspectos qualitativos da saúde da população, sendo a Estratégia de Saúde da Família local de crescente interesse em buscar melhorias que facilitem os meios de educação para os usuários numa perspectiva que leve a “formação e desenvolvimento da consciência crítica das pessoas estimula a busca de soluções e a organização para a ação coletiva” (ARAÚJO et al 2011). Para tanto é de “suma importância que toda a equipe esteja envolvida em ações educativas” (idem), possibilitando a comunidade interagir com ela na busca de novas perspectivas e buscando soluções para os problemas encontrados “a partir da sua própria visão de mundo e considerando o senso comum”. Então, apresentar as ações educativas constituídas por estes profissionais é de suma importância, já que o processo de educação perpassa os muros das unidades de saúde, atinge as casas dos usuários e de toda uma população interessada sobre os assuntos abordados em cada ação realizada. Isso proporciona um intercâmbio de informações úteis para cada indivíduo interessado, produzindo um ciclo viciososaudável. (ARAÚJO et al 2011, p. 13) 52 A falta desse material de consumo é utilizada como motivador para a formulação de uma estratégias de educação em saúde como visto nas proposições de Araujo et al (2011). Mas os profissionais demonstram outra percepção sobre o tema, deixando claro que essa estratégia acaba se tornando motivo de desgaste no cotidiano das equipes: “Falta esse, de repente, esse investimento da secretaria, da gente ter a reposição desses vidros. A gente fica muito a mercê de doação. Eu acho que pra gente ser entreposto isso deveria ser material de trabalho.” (G 03) O desgaste proporcionado pela falta de equipamentos, segundo os estudos de Batista (2005), influencia diretamente na motivação pessoal sendo fator relevante para as tarefas desenvolvidas e que “o grau de satisfação e motivação de uma pessoa é uma questão que pode afetar a harmonia e a estabilidade psicológica dentro do local de trabalho”. (BATISTA, 2005). Sobre a falta de equipamentos, a Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), em sua resolução da diretoria colegiada (RDC) de numero 171/2011, que dispõe sobre as boas práticas de funcionamento para os serviços de saúde “[...]sejam eles públicos, privados, filantrópicos, civis ou militares, incluindo aqueles que exercem ações de ensino e pesquisa”, determina especificamente que os Bancos de Leite (BLH) e dos PRLHO estejam “supridos com equipamentos e instrumentos necessários ao atendimento de sua demanda,[...]”. O mesmo documento, ao contemplar o gerenciamento da qualidade, afirma que todo serviço de saúde no país deve ser capaz de ofertar serviços de qualidade e para isso é necessário que os serviços forneçam os recursos indispensáveis ao bom funcionamento, incluindo: “equipamentos, materiais e suporte logístico” (RDC 63, 2011). A forma como hoje está estruturado o PRLHO parte do principio da “dádiva” como proposto por Godbout (1999). A falta desse material acaba impactando negativa e diretamente no serviço. Pedrosa et al. (2011) afirmam que a “os equipamentos conferem suporte ao atendimento, assegurando a realização de ações de saúde, e por isso exercem enorme impacto”. Em seus estudos demonstram que as dificuldades causadas “nessa esfera” afetam 53 diretamente a assistência se tornando em fonte de insatisfação para os prestadores de cuidado, “comprometendo o serviço prestado”. O desgaste é causado não só pela frustração da não execução do serviço, rapidamente ou com qualidade, “mas também pelo desgaste que eles provocam na cobrança de respostas as solicitações para sua manutenção e/ou reposição”. (PEDROSA et al. 2011). Alguns relatos das entrevistas e dos grupos focais apontam como dificuldade, a exigência da apresentação de cópia dos exames originais da mãe, sempre que o leite coletado é enviado para os bancos de leite de referência. Segundo os profissionais não é aceita a cópia do prontuário eletrônico ou do cartão da gestante. O reconhecimento desses como documento válido poderia reduzir a burocracia para os funcionários e o tempo de espera para envio do leite coletado. A não aceitação força os profissionais a se deslocarem até a casa das mulheres ou esperar até que algum usuário possa trazer os referidos exames ao posto. “Ela, o que ela falou que quando a gente coloca os exames no prime! O prime é um prontuário eletrônico nosso, a gente não diz qual foi o laboratório que certificou. A gente lança ali, claro o banco de leite como é certificado da maternidade ele tem como questionar certos exames.[...]” (PGF 01) Sobre a validade legal do prontuário, a Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS) em conjunto com o Conselho Federal de Medicina (CFM) estabeleceram normas técnicas sobre o uso do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP). Como resultado dessa parceria, o CFM lançou a Resolução Nº 1.821/2007 que regulamenta a eliminação do prontuário de papel sendo esse substituído pelo PEP, desde que siga normas de segurança determinadas pela resolução. Em cartilha sobre o Prontuário Eletrônico (CFM, 2012), o CFM dá alguns exemplos de documentos eletrônicos válidos, para as atividades na saúde: “Laudo de exame de imagem; Anotação de enfermagem; Odontograma; Anamnese e Exame Físico; Prescrição médica; Resultado de exame laboratorial e outros”. Sendo assim, levando em consideração o avanço da tecnologia, e da segurança digital, os arquivos podem substituir o 54 papel. Até a data desta pesquisa não existia normatização ou legislação que reconhecia o cartão da gestante como documento legal. A justiça brasileira só reconhece como documento de identidade civil: “carteira de identidade; carteira de trabalho; carteira profissional; passaporte; carteira de identificação funcional; outro documento público que permita a identificação do indiciado. [...], equiparam-se aos documentos de identificação civis os documentos de identificação militares.” (BRASIL, 2009) Por outro lado, sobre essa temática o Ministro Humberto Martins do Superior Tribunal de Justiça – STJ (2015) reconhece o cartão da gestante como prova documental. Em parecer do Tribunal Regional Federal da quinta zona, a desembargadora federal Joana Carolina Lins Pereira aceitou o cartão da gestante como prova em ação de pedido de salário maternidade. Surge então ambiguidades sobre o papel jurídico deste documento. Não pretendemos explorar o tema por não ser esse o objetivo aqui proposto, mas a determinação dos bancos de leite de não aceitar os cartões de pré-natal, encontram respaldo legal. É necessário que se investigue se os prontuários eletrônicos utilizados atendem aos requisitos da legislação em vigor. A fala sobre o transporte do LHO aparece em todos os grupos entrevistados. Os enfoques apresentam percepções diferenciadas, mas que convergem para um ponto comum, seguindo as recomendações de Moraes (2003): “Elas [as doadoras] tem uma certa dificuldade de vir até a unidade e tenho certeza que elas não viriam somente pra entregar um leite à unidade.” (G 04) “Eu acho assim falando assim, assim fatores que dificultam é, é ter que ou alguém ir pegar o leite ou elas às vezes elas não trazem , acho que é o fator assim que mais dificulta. Porque se tivesse alguém assim tipo se um carro passasse assim na casa da mulher pra recolher o leite seria mais fácil sabe. (G 09) As falas apontam que o transporte do leite das residências para o posto ou para o banco de leite de referência, acaba sendo um fator complicador pela dificuldade de acesso, distância ou pela violência como pode ser visto: 55 “Teve um agente de saúde e que estava aqui no território, fazendo visita, e a mãezinha não tinha como vir trazer, então acabou se perdendo[ o LHO]. Não tinha um transporte, a gente tentou até, pedir a um medico a um ACS ir lá pegar. Mas acaba tirando ele da rota, tirando ele da visita, [...].” ( PGF 02) “acho que é esse deslocamento de alguém levar, de alguém buscar que eu não acho que é isso que pegou ai”. (PGF 01) “o problema não é o armazenamento em si. O problema é chegar o leite.” (PGF 01) “Como é que a gente fala pra elas que a gente tem um banco de leite se a gente fala pra elas que a gente vai pegar se a gente não tem como ir pegar.” (PGF 01) “[...], não tem o transporte. Trabalhar todo mundo já trabalha. Mas já existe essa fala, [sobre o programa] todo mundo já fala. Só que a dificuldade é no transporte.” (PGF 01) As dificuldades relatadas sobre o transporte do material coletado pelo ponto de vista dos entrevistados, considerando os estudos realizados por Marsiglia et al (2008), apontam para ausência de um processo de trabalho organizado e estabelecido. Essa abordagem foi discutida no tópico dessa pesquisa “processo de trabalho”. A autora propõe que a singularidade dos trabalhos na saúde pública, devem superar a visão “taylorista/fordista”, para quese desfaça a divisão “sócio-técnico” das práticas assistenciais direcionadas pela atenção medicalizada e hospitalocêntrica, que gera uma “(...) dicotomia entre a decisão e a execução que tem sido muitas vezes responsável por certo grau de alienação no trabalho dos profissionais de saúde.” (MARSIGLIA et al, 2008). Dessa forma seria necessário estabelecer um pacto entre a coordenação dos programas, para que se façam mudanças nas equipes possibilitando decisões compartilhadas, entre as equipes e as famílias. O planejamento o monitoramento e a avaliação dos processos de trabalho devem ser compartilhados e debatidos tornando as equipes um fórum de discussão e de mudanças constantes. [...] a equipe, além da atenção aos problemas prevalentes de saúde dos indivíduos, desenvolva conhecimentos e habilidades para a abordagem de dinâmicas familiares, de grupos, de trabalhos comunitários e experiências de participação e controle social.” (MARSIGLIA et al 2008, p. 25) 56 Como proposta de solução para esses entraves operacionais, Silva et al (2010) propõem o estabelecimento de um Procedimento Operacional Padrão (POP) como instrumento possuidor de “importância capital dentro de qualquer processo funcional”, objetivando a garantia de melhores resultados. O inicio se dá pela padronização dos processos, norteando os gestores na busca da “excelência na prestação de serviços” sendo um instrumento elaborado para ser dinâmico e construído com possibilidade de evolução com o tempo. A falta desse instrumento normativo que possibilite o estabelecimento concreto de normas e rotinas acaba permitindo que os processos não sejam direcionados de forma satisfatória, possibilitando a quebra dos fluxos de trabalho como falado nos grupos. Segundo o Ministério da Saúde (2003) apud Silva et al (2010), a criação do POP poderia ser a solução desses problemas por ser o normatizador das ações. Um POP deve conter a listagem dos materiais e dos equipamentos necessários às condições de operação e os pontos proibidos de cada tarefa, a descrição dos procedimentos por atividade crítica, os pontos e os métodos de controle, o roteiro de inspeções periódicas, o que fazer em casos de não conformidade e os responsáveis por sua elaboração, sua aprovação e sua revisão (BRASIL, 2003 apud SILVA et al, 2010, p. 33). Silva et al (2010) ainda aponta que o instrumento deve contemplar todos os passos e fazer um rastreamento de todo o processo servindo assim de padronização passível de replicação e de modificação ao longo do tempo na busca da excelência do processo. A dificuldade apresentadas nas falas dos profissionais e gestores, direcionam ainda nosso olhar para o excesso de atividades desenvolvidas no dia-a-dia pelas equipes da ESF: “É complicado! A gente tem muita coisa pra fazer, a gente ainda tem agora a gente ainda ta agora trabalhando a redivisão da área, que a gente tem um número muito além de pacientes que esta no protocolo. Então a gente acaba não completando tudo. A gente faz um pouquinho de cada e não completa nada! Então isso é mais uma coisa que a gente faz dentro da medida do possível. Poderia ser melhor se tivesse mais gente, mais tempo.” (PGF 05) “E acho eu devido o nosso trabalho, que é muito tumultuado. Realmente acho que falta um pouco de tempo. Pra amamentar já é uma dificuldade pra doar precisa de 57 muita motivação. Precisa de você sentar explicar, às vezes uma... duas... três. Às vezes na hora que ela esta ordenhando para doar que às vezes o nossos trabalho é tanta coisa que não dá pra parar e para fazer isso! Só isso! Esse tempo especifico”. (PGF 05) “O atendimento que é muito grande a gente não tem um turno pra trabalhar a amamentação. Tem um turno da vacina, tem um turno da coleta, turno do curativo, turno pra tudo, turno pra lançar as metas. Então tem que estar muito motivado pra trabalhar a amamentação e é se vira nos trinta mesmo. A gente diz assim: ó mãe vou te dar uma orientação rápida quando o fluxo está muito grande. A gente fala assim: ó mãe pode voltar mais tarde, pode voltar no dia seguinte, tipo orienta como ordenhar voltar pra esvaziar a mama. Pergunta se a mãe pode voltar no dia seguinte na parte da tarde, que eu tenho um fluxo assim mais se a produção, meia hora com a mãe pra explicar a coleta de leite”. (PGF 05) “Porque é muito importante sentar com o pai, a mãe, avó, é muito importante explicar da importância de doar, temos colostro, que tem o leite posterior, ele é importante pra criança, falar da doação, que as crianças, elas necessitam de leite na maternidade. Isso tudo leva tempo pra convencer, explicar e contaminar com a amamentação. Leva tempo não é uma coisa que a gente vai fazer e está pensando em um paciente que esta passando mal ali, está fazendo um pico hipertensivo parece que a gente está meio aéreo e não esta passando aquela importância para a mãe” (PGF 05) “[...] Como qualquer coisa que faz na saúde da família na estratégia a gente conta com a equipe, que é a mesma equipe que tem que cuidar de todos os idosos, que tem que cuidar de todas as tuberculoses, que tem que cuidar de campanha de vacina, que tem que fazer campanha de saúde na escola. [...] Mas a agente comunitária não dá conta assim do fluxo, é um fluxo burocrático grande pra gente conseguir que aquele leite seja aproveitado a gente tem que dar conta de muito detalhe técnico. A agente comunitária ficou muito empolgada no início e aí ela foi vendo que ela esbarrava nessas questões, e aí foi desanimando [...].” (G 01) Outra questão que aparece com muita freqüência nas falas como um fator dificultador é a violência nas comunidades: “Um dia [a funcionária] chegou assim e disse, [...] naquela rua da doadora não dá pra ir. A gente foi recebida com arma pesada. É claro que ninguém vai se expor. Mediante isso a gente foi buscar saídas né, do que vamos fazer. [...].” (PGF 02) “Então assim eu acho que na verdade e hoje a gente esbarra numa coisa concreta. É a questão da violência. A questão urbana está muito, e assim é isso, está tendo um reflexo em todos os programas, em todos os programas mesmo.” (PGF 02) Toledo (2013) aponta a violência como um problema de saúde pública não só no Brasil, mas no mundo, contribuindo para elevada quantidade de morbidades e de óbitos, sendo visto com maior freqüência “como uma tentativa de assalto, uma agressão física ou a invasão diária de cenas violentas por meio dos telejornais”. Para Kaiser et al (2008) a violência pode ser representada por diversas formas: “agressões verbais, insultos, ofensas, 58 humilhações, ameaças, quanto por agressões físicas, resultando em lesões corporais, psíquicas ou morais”. A grande maioria das unidades visitadas encontra-se em áreas de grande vulnerabilidade social. Essa situação precária acaba se refletindo nas ações das equipes, dificultando, impedindo ou limitando a sua atuação. (KANNO, 2012; GOMES, 2005) A situação de vulnerabilidade social da família pobre se encontra diretamente ligada à miséria estrutural, agravada pela crise econômica que lança o homem ou a mulher ao desemprego ou subemprego. [...] por detrás da criança excluída da escola, nas favelas, no trabalho precoce urbano e rural e em situação de risco, está à família desassistida ou inatingida pela política oficial. (GOMES, 2005, p.360) As várias falas apontam para o desconhecimento das usuárias sobre propagandas veiculadas em relação a doação de leite materno: “tem pouca divulgação, tem que fazer mais. Tem pontos para estar divulgando.” (UGF 04) “[...] eu nunca assisti uma dessa de campanha de doação de leite, não. Tem de câncer mama, mas de doação de leite não.” (UGF 04) As usuárias colocam em suas falas a impossibilidade de se opinar sobre as possíveis dificuldades do programa, por desconhecimento de como ele deveria funcionar. Em sua grande maioria, não conheciam o programa e,portanto, não puderam se apropriar dele como sendo parte de sua realidade. Analisando essa ausência de conhecimento sobre o programa, percebemos uma falta de “objetivos comuns” entre a equipe e os usuários. Augusto et al (2011) propõem a criação de “grupos operativos” como espaço onde se possibilitaria a união de pessoas, neste caso os profissionais e usuárias, com propósitos iguais para se promover a saúde, através de atividades educativas. A operacionalização dos grupos poderia ser estruturada ao longo dos acontecimentos. Os autores ainda propõem que essas atividades não devam ser entendidas somente como “mais uma atividade” devido a sua importância para a construção dos processos interativos com a comunidade, afirmando que: 59 “(...) a educação em saúde como prática social, baseada na troca de saberes, favorece a compreensão dessa relação no processo saúde/doença e o intercâmbio entre o saber científico e popular(...)”. Existindo a necessidade de se considerar constantemente a efetividade dos processos para se conferir “(...) se está atingindo ou não o objetivo proposto.” (AUGUSTO et al, 2011, p.958 ). Como observado, a ausência da construção desses objetivos comuns acaba indicando falha na formação dos grupos para divulgação do Posto de Recebimento de Leite Humano Ordenhado. 6.4 Aspectos Positivos e Percepções Analisando as falas, aparece com freqüência a intenção das mulheres em doar o leite como forma de ajudar aquelas crianças que não podem receber de suas mães ou encontram-se internadas. “Porque tem crianças que precisam, na maternidade, doentes e não tem. É uma forma de doação.” ( UGF 03) “Não, porque na realidade precisa, tem muitos bebês internados que não podem mamar. Então vamos dar leite,[...]. As crianças necessitam, os bebezinhos necessitam.” (UGF 03) “Para as mulheres que ficam lá eu tive colega que teve filho agora há pouco tempo e ela esta em casa e o filho dela está internado ainda. Está dependendo do leite dos outros para poder sobreviver. Se não como ela vai sobreviver? Se ela não esta podendo amamentar também?” (UGF 04) “É que você doa o leite para as criançinhas. Tem a maioria das crianças que vão UTI, esse leite é transferido para a maternidade para abastecer essas crianças. (UGF 04) Alencar e Seidl (2010) conceituam o sentimento predominante entre as mulheres doadoras de leite humano, quando se tem como objetivo a formação uma rede de “apoio social”. Segundo as autoras o “sentimento de ser cuidada, de ser querida e de pertencer a uma rede social com obrigações mútuas”, é gerado a partir do conhecimento passado para o indivíduo. Nesse sentido, o tempo de dedicação do profissional as mulheres doadoras acaba sendo um fator que levam a uma “satisfação” das mulheres em relação ao programa. As autoras apontam para categoria de atenção nesse processo de construção sendo a “[...] 60 disponibilização de ajuda que auxilie a pessoa no manejo ou resolução de situações práticas ou operacionais do cotidiano [...]” Várias falas levam a esse entendimento: “E a gente utiliza as técnicas caseiras. No da minha filha eu colocava um talinho de mamona para secar o peito. Ai não adiantou, porque eu tive muita febre e tive que tomar medicação, tive que ir ao médico para tomar medicação para parar. Mas é uma pena não é?” (UGF 11) “Muito interessante, que as vezes a gente quer doar e não sabe chegar. Às vezes é o telefone que esta ocupado ninguém atende, as vezes é a internet. Então só em poder vir aqui, é fazer a ponte. É saber olha lá eles estão aceitando. Esse entreposto...” (UGF 11) “seria bom se tivesse então alguém que ensinasse se alguém precisar doar.” (UGF 09) Para Alencar e Seidl (2010) esse apoio social não se reduz ao apoio prestado por instituições governamentais, ele se soma a rede informal ou “rede primária, como amigas, vizinhas, a mãe ou com o pai da criança, sendo essas pessoas, as mais envolvidas com as mães no processo de aleitamento” como na fala da usuária: “Eu estava falando com a minha mãe para saber como é que era para saber como doar leite. (UGF 02) Todos os sujeitos interferindo direta ou indiretamente no processo de doação de leite. Passando então o sentimento de ser acolhido “querido” e de fazer parte de uma “rede de apoio” levando as mães a se sentirem com vontade de doar. “eu doaria. Não sei o dia de amanha e vai que eu precise. Meu filho precise alguém próximo precise.” (UGF 04) “[...], como é que eu poderia querer fazer o bem se eu não sabia que aqui eu poderia fazer.” (UGF 11) “Eu acho que seria uma coisa boa. Porque tem muitas mães que não conseguem dar amamentação para os seus bebês. E, às vezes, logo compra leite também. Assim seria mais um a ajuda para elas.” (UGF 10) Pellegrine et al (2014) firma em seus estudos sobre doação de leite, que para essa rede se estabelecer eficientemente é necessária a existência de um vínculo de confiança entre as partes. Isso é possível quando o profissional se torna um facilitador de conhecimentos antes, durante e após a doação, fortalecendo a construção do sentimento de interação com a 61 rede e o sentimento de responsabilidade da mulher para que ocorra o fornecimento do leite “em prol da vida de outros”. Levando-se em consideração os achados destes pesquisadores, em relação a doação de leite materno, observamos que existe uma falha grave na construção do vínculo de confiança ao se tentar estabelecer a rede: “saber que o leite não esta indo para o destino correto. saber que ele não vai chegar no destino.[...]a gente não sabe se está indo por destino correto. ou se não está estragando.” ( UGF 10) As autoras propõem que o acolhimento deva ser feito por todos os trabalhadores nas várias oportunidades que surgirem ou que forem criadas, dentro e fora da unidade. As orientações, no momento de captação e também no momento de doação de leite humano, com trocas entre os profissionais e as nutrizes, foram fundamentais para que essa ação acontecesse de forma satisfatória para todos. Para as nutrizes, percebe- se uma maior aproximação e confiança no ato de doar seu leite para os BLHs. Para a UBS, essas ações realizadas por toda a equipe funcionou positivamente, pois assim que aumentava o vínculo das gestantes nas consultas e nos grupos educativos, aumentava também a doação de leite humano. (PELLEGRINE et al 2014, p. 1503) A ausência desse acolhimento leva ao desconhecimento da existência do programa e indica falhas no processo de divulgação: “Eu já fiz [o pré-natal de] meus dois filhos aqui e não ouvi falar?” (UGF 02) “Eu não sabia que tinha isso aqui.” (UGF 02) “Ah ensinou, mas eu não lembro. Falaram para mim tirar e guardar na geladeira. ” (UGF 05) “Só a enfermeira [...] que perguntou se eu tivesse neném se eu poderia doar. Tipo assim para outra pessoa se eu precisasse também.” (UGF 10) Segundo a Teoria da Dádiva, proposta por Godbout in Paiva (2001), as várias camadas da sociedade que fazem uso de políticas publicas direcionadas para sanar as desigualdades, não podem ser tratados como instrumentos da vontade política por não serem “objetos” e portanto não devem ser compreendidos como “sujeitos passivos”. O autor argumenta que “É preciso que estes sejam reconhecidos como ‘sujeitos ativos’ da relação, na 62 mesma medida que tenham a capacidade de reconhecer o Estado ou qualquer outro segmento social não como ‘alguém’ que apenas dá gratuitamente” (PAIVA, 2001). 7. Considerações Finais: Ao final da pesquisa, é necessário que sejam ponderadas algumas reflexões. Nenhum dos gestores se recusou a participar das entrevistas que foram realizadas nas 06 unidades onde os PRLHO funcionam, em local fechado, sem a presença de outras pessoas. Tivemos uma exceção, onde um funcionário esteve presente no inicio da entrevista. Inicialmente pensou-se em entrevistar somente os coordenadoresdos postos envolvidos, mas houve necessidade de entrevistar também os Responsáveis Técnicos (RT), que desempenham atividade de coordenação, de algumas unidades. Ao todo foram entrevistados onze (11) gestores e RTs das unidades, somados as duas gestoras, do Centro de Referência da rBLH- Br e do PRLHO. Tivemos problemas causados pela de violência na localidade em uma unidade, pouco antes de entrevistar a gestora, onde foi necessário fechar o posto. Não houve oportunidade de encontro posterior para entrevista, tendo sido único desvio identificado no processo de coleta de dados. Os grupos focais com os profissionais foram realizados em ambiente fechado, sem a presença dos gestores ou de pessoas diretamente ligadas à gestão ou ao programa. Participaram das entrevistas diversas categorias de profissionais: enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem, agentes comunitários de saúde, odontólogos, atendentes do consultório dental, educador físico, auxiliar de farmácia, farmacêutico, assistente social. Em relação aos grupos focais com usuárias, Em algumas unidades foi utilizado o auditório, outras foram realizadas em sala de reunião. Em uma, que não tinha disponível local 63 adequado, tivemos que realizar o grupo com as usuárias no pátio de uma escola que fica ao lado do posto Como resultados das analises e discussões surgiram varias entendimentos que passamos a descrever de forma sistematizada para melhor entendimento. Um dos grandes entraves para o PRLHO verificado nas falas foi a capacitação das equipes para a implantação da proposta. A estratégia de preparar os profissionais para trabalhar no PRLHO, em conjunto com o treinamento da IUBAAM, não está sendo muito eficaz, como se conclui pelas entrevistas. Para a maioria dos gestores, a capacitação teria sido realizada de forma superficial dentro do curso da IUBAAM, o que pode ser corroborado pela fala dos profissionais, quando dizem não se sentirem preparados especificamente para as atividades do PRLHO. As falas dos profissionais assinalam que poucos reconhecem ter participado de treinamento especifico para o programa. Aqueles que não têm formação na área da saúde, como os agentes comunitários, afirmaram ter feito treinamento para o programa de forma muito rápida. No que diz respeito às usuárias, a grande maioria das entrevistadas não tinha nenhum conhecimento sobre o tema, indicando falha grave na forma de divulgação do programa. A análise das falas dos profissionais aponta para o entendimento do PRLHO como sendo um programa complementar ao pré-natal, o que acaba gerando conflito de ideias. Na maioria das vezes as usuárias se reportavam ao aleitamento materno e ao pré-natal como se estivessem falando do PRLHO. Esse achado também esteve presente em várias falas nas diversas unidades, onde os participantes da pesquisa misturavam os temas. Essa percepção foi relatada diretamente pelos profissionais que entendiam que o PRLHO é um programa com relevância social muito grande, mas discutido em pouco tempo e dentro do curso do IUBAAM. 64 As várias falas apontam para o desconhecimento das usuárias sobre as propagandas veiculadas em relação a possibilidade de doação do leite materno nas unidades. Varias participantes dos grupos sugeriram que o tipo de divulgação que é feita atualmente para o aleitamento materno é uma coisa tão longe da realidade delas que a maioria não consegue se identificar nelas. Interessante pensar que a mídia (e nós, profissionais de saúde) acredita que a presença de artistas nas propagandas seria uma forma de aproximação com a população em geral. Tanto usuárias como profissionais apontam que colocar nas propagandas pessoas famosas que tem condições financeiras muito além da realidade das doadoras, não estimula em nada. Em vários grupos e entrevistas apareceu a sugestão de se colocar pessoas da própria comunidade para servir de modelo, ou ainda, os próprios profissionais nas futuras propagandas. Apesar dessas falas não terem sido colocadas nessa pesquisa, por se tratar de outro programa, achamos por bem levantar aqui o assunto para servir de inspiração para futuras pesquisas sobre o tema. Nas falas, os gestores colocam como dificuldade para desenvolver o programa a falta de motivação dos profissionais para trabalhar com PRLHO. Ao se investigar os motivos que levam ao desânimo das equipes em desenvolverem atividades do programa, coletar leite humano e incentivar as usuárias a aderirem ao programa, vários pontos apareceram. Dos que se destacaram mais, por estarem presentes em quase todas as entrevistas e grupos, foi a falta do frasco adequado para se armazenar o leite após coletado. Alguns profissionais chegaram a relatar, após as entrevistas e por isso não pode ser aproveitado no trabalho, que não divulgavam mais ou não se empenhavam mais em divulgar o PRLHO pela falta do material. Ainda sobre essa temática surgiu como alternativa para solucionar o problema fazer campanhas para arrecadação dos utensílios. Os profissionais se diziam muito empolgados no início, mas com o tempo e a dificuldade cada vez maior de se conseguir o material, essa empolgação foi diminuindo. Com as diversas atividades que precisam ser desempenhadas ao 65 mesmo tempo dentro da equipe, eles começam a ver esse como um trabalho a mais e, portanto, entrando para a lista dos afazeres corriqueiros e sem urgência. Como agravante a essa situação, foi relatado que os frascos que eram arrecadados nas campanhas e, ao serem enviados para os bancos de leite com o liquido recolhido, não retornavam para as unidades, o que para alguns é percebido como falta de respeito ao trabalho desenvolvido para arrecadar o material. A coordenação do programa, afirmou que as campanhas realizadas para coleta de potes acabavam sendo utilizadas como forma de manutenção do assunto sempre em pauta entre a equipe e a comunidade. Após a análise de todas as falas, percebemos que a ausência do material é percebida como descuido por parte da prefeitura em proporcionar o equipamento mínimo para o andamento dos trabalhos, levando ao desânimo e sendo utilizado como motivo para a paralisação ou o abandono das atividades do PRLHO. Após o leite ser coletado, a ausência de uma rotina de envio para os bancos de leite humano, aos quais são credenciados, é um fator de insatisfação e desgaste. Alguns relatos apontam que os BLH fazem algumas exigências burocráticas que acabam por dificultar o envio do leite coletado, o que algumas vezes até impossibilita o aproveitamento do produto. Analisando os relatos e confrontando com a literatura, percebemos que as exigências entendidas como excessos burocráticos são causadas pela falta do estabelecimento de uma normatização referendada pelos bancos de leite e os PRLHO. A coordenação do programa informou que já estava em processo de finalização da elaboração do Procedimento Operacional Padrão (POP) com todas as diretrizes sistematizadoras do programa. Após a sua elaboração, o POP será apresentado em assembléia formada pelos profissionais das diversas áreas das instituições envolvidas no programa, para sua validação. Ainda no momento após a coleta, aparece como obstáculo para o processo, o transporte do leite coletado, por ainda não existir regulamentação sobre as responsabilidades e sobre a regularidade da busca e envio aos BLHs. Entende-se que com a validação do procedimento operacional esse problema deverá 66 ser minimizado. Outro entrave apresentado pelos entrevistados, no que diz respeito ao transporte, foi a violência nas comunidades onde trabalham. Existem áreas onde é muito perigoso o acesso para o recolhimento dos frascos nas casas das doadoras, após estarem cheios, o que acaba ocasionando a perda do LHO. Todas as comunidades visitadas se encontram em locais de extrema vulnerabilidade social, o que faz com que as diversas equipes tenham que conviver com a violênciaimposta e tenham que adaptar a rotina do trabalho as diversas realidades encontradas. Como entrave para o bom andamento do programa apareceu também a rotatividade dos profissionais e dos gestores nos postos, fazendo com que o vínculo entre a equipe e as usuárias seja frágil, o que leva à descrença e ao desanimo destas últimas. Esse achado chamou atenção, pois todos os PRLHO estão em UBS onde funcionam Equipes de Saúde da Família, que trazem como premissa a criação de vinculo entre a equipe e os profissionais. Foram várias as falas que evidenciaram que o cotidiano permeado por excesso de trabalho, imposta a todos os profissionais, é fator inibidor das ações do PRLHO. Como eles têm que desenvolver diversas atividades ao mesmo tempo, o programa acaba sendo deixado de lado para que se cumpram as demandas mais urgentes, ou ainda, acaba sendo feito de forma sistematicamente rápida. Como conseqüência dessa forma de operacionalização dos trabalhos do PRLHO, a maioria das mulheres que participaram dos grupos não reconhecia a sua existência, ou quando demonstrava saber algo sobre o assunto, confundiam com o aleitamento materno e pré-natal. Esse achado aponta para falha na construção do vinculo de confiança entre os usuários e as equipes. Ouvi de vários profissionais, fora dos grupos focais, registrado no diário de campo, que mesmo saindo para fazer qualquer curso ou parando o trabalho por qualquer 67 demanda solicitada pela secretaria, ainda assim a produção de consultas e procedimentos da unidade de saúde deveria ser atingida. Não entrei em detalhes sobre esse assunto por não ser o tema dessa pesquisa. Mas fica o obstáculo como fonte de inspiração para quem queira pesquisar o tema de como em uma mesma secretaria o profissional que se ausente para fazer curso preparatório para atender ou prestar melhor assistência aos usuários tenha que cumprir metas, como se não tivesse se ausentado de suas atividades. Dessa forma como está, o profissional que sai de sua rotina diária para capacitação acaba sendo penalizado por ter menos tempo para cumprir todas os objetivos estabelecidas. E, como esperar que esse profissional se dedique se qualifique e faça uma imersão nas discussões e nos temas propostos, preocupado em atingir metas, cobradas pelos gestores? Apontamos aqui esse assunto para uma possível investigação futura, ou para outros que desejem fazer investigação minuciosa sobre o tema. As análises evidenciaram que o trabalho do programa é percebido como parte das atividades já desenvolvidas pelas equipes. Tanto gestores como profissionais admitem que esse programa é contemplado nas diversas atividades desenvolvidas por eles, não sendo percebido como um trabalhado a mais. Isso acaba sendo uma vantagem para o programa, visto que suas atividades são facilmente entendidas como parte dos afazeres das equipes, a implantação das rotinas do programa é aceita e incorporada nas atividades cotidianas sem muita resistência. Percebe-se nas falas que o atendimento proporcionado pelas atividades do programa é considerado um facilitador das relações entre as usuárias e as equipes, por proporcionar um atendimento antes só possível nos bancos de leite. Às vezes necessitando de grandes deslocamentos ou de um sistema de transporte que na maioria das vezes é inexistente ou ineficiente. A implantação dos PRLHO e a oferta desse serviço de coleta de leite sem a 68 necessidade de grandes deslocamentos facilitariam a adesão ao programa por reduzir o esforço necessário para a concretização da doação, porém isso não é verificado na prática. O processo de trabalho dos Postos de coleta, da forma como esta estruturada é percebida como um motivador para o estreitamento das interações entre os usuários e a equipe de saúde. Essa forma adotada de atendimento e atenção as doadoras, onde é pactuada a existência de prioridade nos atendimentos, para esclarecer dúvidas e para avaliar qualquer queixa, é bem recebido pelos profissionais. Esses acabam reconhecendo e aceitando a necessidade de priorizar as mulheres. Este trabalho gera em algumas equipes um sentimento de acolhimento e importância. As falas apontam para o estabelecimento de vinculo afetivo e de respeito, entre os profissionais e as usuárias durante o processo de doação. O sentimento gerado pela criação do vínculo pode ser um fator que aumenta o interesse em doar. Às vezes por gratidão, às vezes pela criação do sentimento de pertencer a um processo que ajuda as crianças internadas na UTI. Ainda sobre a questão da doação surgiu a importância, dada pelas mães e profissionais, de se entender o destino final do leite que é coletado nas unidades. Os vários relatos dos que participaram das visitas as unidades de terapia intensiva neonatal, evidenciaram a criação de sentimentos de responsabilidade com as crianças necessitadas do leite materno. Essa visita transformou-se em um forte motivador para os trabalhos das equipes. Pensamos que a replicação dessas visitas deveria ser incorporada a todos os próximos grupos de treinamento do programa devido ao forte impacto que causou em todos que tiveram a oportunidade de ir. Nas falas percebe-se que o modelo adotado para a capacitação das equipes, apesar de ser constantemente confundido com o aleitamento materno ou com a IUBAAM, é entendido como uma ação integradora da equipe. Mesmo com vários profissionais queixando- se da forma como ele foi dado e do seu tempo, o sentimento passado durante os grupos é de 69 que a equipe se aproximou e criou uma integração maior nos direcionamentos específicos dos trabalhos com as doadoras. Percebemos que o trabalho desenvolvido pelos PRLHO necessita ser melhor instrumentalizado, seguindo a proposta de Silva e Atahyde (2008) que apresenta a busca pela atenção à saúde, existindo a necessidade de “problematizar o trabalho” através da discussão de temas como: “recursos necessários para uma atenção mais efetiva à saúde, destacando [...] a busca de competência profissional e eficácia das ações” (SILVA E ATAHYDE, 2008), para podermos reunir instrumentos para uma atenção menos “prescritiva” e hierarquizada e mais “compreensiva” e dinâmica. A partir das discussões, decidimos deixar algumas sugestões que talvez possam contribuir para aperfeiçoar o programa, aumentar o volume de leite e possivelmente ampliar o numero de unidades participantes. Em vários relatos, de profissionais e usuárias, aparece à informação que as campanhas institucionais feitas sobre o aleitamento materno e a doação de leite não são reconhecidas ou apropriadas pelas usuárias e profissionais, por retratarem realidade muito distante da vivenciada por elas nas comunidades. Atrizes famosas ou pessoas que pertençam a classes sociais mais favorecidas financeiramente, são percebidas como uma realidade distante e acabam sendo motivo de escárnio pelas usuárias. Com o objetivo de tornar as propagandas institucionais em maior conformidade com a realidade, sugerimos que sejam utilizadas mulheres da sociedade em geral ou ainda os profissionais que trabalham diretamente com o programa. As propagandas sobre doação de leite não são conhecidas, é necessário um incremento nesse tipo de propaganda urgente. 70 A divulgação da localização e dos contatos dos postos de recebimento de leite humano nas unidades básicas de saúde devem ser feitas de forma continua e em veículos de comunicação que cheguem aos destinatários pretendidos como rádios comunitárias ou outros veículos de comunicação com grande poder de alcance. A falta de materiais, e a necessidade de fazer campanhas para obtenção desses, causa desânimo para a equipe e usuárias. Uma política de fornecimento de materiais em quantidade suficiente para o bom andamento do trabalho deve ser instituída urgentemente. A devolução dos frascos pelos bancos de leite, após a entrega do leite coletado deve ser feitaem sistema de troca. Isso facilitará o trabalho dos postos e estreitará laços com os bancos de leite. Faz-se necessário o estreitamento dos laços entre os bancos de leite e os postos de coleta, partindo do princípio que os trabalhos feitos por ambos são complementares e a desburocratização e uniformização das rotinas devem ser discutidas entre os bancos de leite e profissionais. Sugerimos reuniões periódicas entre os atores dos vários serviços para a discussão permanente de dificuldades e melhorias. A construção de um POP se faz necessária e urgente, a falta de rotina no programa aparece em quase todas as entrevistas e grupos realizados. A falta de rotina na coleta do leite nas residências para serem levados aos postos aparece como fator complicador. Deixamos como sugestão que se promova debate para o estabelecimento, em cada unidade, de uma rotina de coleta nas casas. O transporte do leite da unidade para os bancos de leite deve ser organizado de forma que os profissionais dos postos de coleta saibam das responsabilidades e a quem recorrer em caso de falha. Durante a construção desta pesquisa a coordenação do programa foi sendo informada dos achados mais relevantes e varias modificações na estrutura organizacional e operativa do programa foram implementadas. Uma delas foi à confecção do POP que ao 71 término da pesquisa estava em fase de discussão com as equipes, bancos de leite e com a coordenação dos programas. Em relação aos frascos adequados, fomos informados que observações aqui feitas levantaram debate e providências estavam sento tomadas para o fornecimento desse material para ao PRLHO. A coordenação do programa informou ainda que estavam em negociação com a prefeitura do Rio de Janeiro e com os bancos de leite, alternativas para solucionar de forma definitiva essa questão. Sobre as propagandas feitas atualmente, a coordenação do programa informou que já solicitou ao órgão especifico, responsável pela divulgação institucional, a adaptação das propagandas existentes. E estava em estudo a utilização da imagem dos profissionais e das comunitárias, para compor futuras divulgações. Em relação à possibilidade de profissionais exclusivos para trabalhar no programa, eliminando as freqüentes queixas de excesso de trabalho, a coordenação relatou a dificuldade de recursos humanos, mas que estudos posteriores seriam feitos na tentativa de solucionar o problema. Ainda durante a construção dessa pesquisa algumas capacitações aconteceram e algumas observações aqui apresentadas foram implementadas. A coordenação informou que após as várias modificações feitas na capacitação e na operacionalização dos postos, o número de unidades interessadas em participar do programa aumentou em 50%, em comparação com o número existente atualmente, e que o volume de leite recolhido teve um significativo aumento. Percebemos o grande potencial do programa para aumentar o volume de leite doado, por encurtar distâncias, reduzir custos para as doadoras e facilitar o processo de doação. Esperamos que esse trabalho traga novas possibilidades para a discussão entre os diversos atores envolvidos nesse programa, auxiliando na melhoria das ações e possibilitando expansão do mesmo. 72 Referências ALENCAR, Lucienne Christine Estevez de; SEIDL, Eliane Maria Fleury. Breast milk donation and social support: reports of women donors. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto , v. 18, n. 3, p. 381-389, June 2010 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104- 11692010000300013&lng=en&nrm=iso>. access on 06 June 2015. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-11692010000300013. ALENCAR, Lucienne Christine Estevez de; SEIDL, Eliane Maria Fleury. Doação de leite humano: experiência de mulheres doadoras. Rev. Saúde Pública, São Paulo , v. 43, n. 1, Feb. 2009 . 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O referido projeto somente poderá ser iniciado nesta Unidade de Saúde mediante à sua aprovação documental por este CEP/SMS-RJ. Rio de Janeiro, ____ /____/_____. ____________________________________________________ Assinatura do Pesquisador Responsável ____________________________________________________ Assinatura e Carimbo do Diretor Geral/Gerente da Unidade 88 Apêndice II: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (gestores) Nome do Estudo e Instituição: “A Unidade Básica de Saúde como Posto de Recebimento de Leite Humano Ordenhado: um programa, três olhares”, - Universidade Estácio de Sá (UNESA). Pesquisador responsável: Marcos Antônio Herculano da Costa. Estamos realizando estudo para avaliar os fatores que facilitam ou dificultam a implantação e a manutenção de um posto de recebimento de leite Humano nas Clinicas da Família no município do Rio de Janeiro. O (a) senhor (a) poderá participar respondendo as perguntas de uma entrevista sobre sua opinião a respeito da dinâmica do seu trabalho enquanto profissional da clinica da família. O objetivo avaliar os fatores que facilitam ou dificultam a implantação e a manutenção de um posto de recebimento de leite Humano. A realização da coleta de dados foi autorizada pelo Coordenador dessa área programática _________________________________________ da Secretaria Municipal de Saúde do Município do Rio de Janeiro. Os dados coletados poderão ser divulgados em publicações científicas, respeitando sua privacidade. O possível desconforto dessa pesquisa está relacionado às perguntas que serão feitas ao senhor (a). Isso fará com que o (a) senhor (a) dedique alguns minutos para responder à entrevista. A não participação desse estudo não acarretará em nenhuma alteração na sua avaliação funcional. Garantimos o sigilo de sua identidade na divulgação das informações coletadas. Em nenhuma circunstância seu nome aparecerá relacionado com as respostas da entrevista. A qualquer momento da entrevista o (a) senhor (a) poderá deixar de responder o que não deseja ou desistir de participar da entrevista, sem prejuízo ou penalização. Para esta pesquisa, não haverá nenhum custo do participante em 89 qualquer fase do estudo. As entrevistas serão guardadas por 05 (cinco) anos e depois o material será destruído. Estaremos disponíveis para esclarecer qualquer dúvida a respeito da pesquisa antes, durante e depois da entrevista. O (a) senhor (a) poderá também entrar em contato, em horário comercial: com o pesquisador Marcos Antônio Herculano da Costa pelo telefone (82) 8853-7344, ou pelo email marcosahcosta@hotmail.com; com a orientadora Dra. Luciana Maria Borges da Matta Souza pelo telefone (21) 3231-6135 ou email luciana.mborges@estacio.br; com o Comitê de Ética e Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro pelo tel.: (021) 3971-1463 ou email cepsms@rio.rj.gov.br do CEP/SMS-RJ; ou com o Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Estácio de Sá pelo tel. (021) 3231-6139 ou email CEP.unesa@estacio.br do CEP/UNESA para maiores informações. Declaro ter entendido as informações descritas acima e ter recebido uma cópia deste termo de consentimento. Fui informado (a) da aprovação do referido projeto pelo Comitê de Ética e Pesquisa e concordo em participar deste estudo de forma totalmente voluntária e que os resultados da pesquisa serão utilizados unicamente para fins de pesquisa científica. Estou ciente de que sou livre para me retirar deste estudo a qualquer momento sem nenhum ônus ou prejuízo pessoal. Nome do Participante:____________________________________________________ Assinatura:__________________________________________Data:_______________ Nome do Entrevistador: ___________________________________________________ Assinatura:________________________________________________Data:_________ mailto:marcosahcosta@hotmail.com mailto:luciana.mborges@estacio.br mailto:cepsms@rio.rj.gov.br mailto:CEP.unesa@estacio.br 90 Apêndice III: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Profissionais) Nome do Estudo e Instituição: “A Unidade Básica de Saúde como Posto de Recebimento de Leite Humano Ordenhado: um programa, três olhares”, Universidade Estácio de Sá (UNESA). Pesquisador responsável: Marcos Antônio Herculano da Costa. Estamos realizando estudo para avaliar os fatores que facilitam ou dificultam a implantação e a manutenção de um posto de recebimento de leite Humano nas Clinicas da Família no município do Rio de Janeiro. O (a) senhor (a) poderá participar respondendo as perguntas de uma entrevista sobre sua opinião a respeito da dinâmica do seu trabalho enquanto profissional da clinica da família. O objetivo avaliar os fatores que facilitam ou dificultam a implantação e a manutenção de um posto de recebimento de leite Humano. A realização da coleta de dados foi autorizada pelo Coordenador dessa área programática _________________________________________ da Secretaria Municipal de Saúde do Município do Rio de Janeiro. Os dados coletados poderão ser divulgados em publicações científicas, respeitando sua privacidade. O possível desconforto dessa pesquisa está relacionado às perguntas que serão feitas ao senhor (a). Isso fará com que o (a) senhor (a) dedique alguns minutos para responder à entrevista. A não participação desse estudo não acarretará em nenhuma alteração na sua avaliação funcional. Garantimos o sigilo de sua identidade na divulgação das informações coletadas. Em nenhuma circunstância seu nome aparecerá relacionado com as respostas da entrevista. A qualquer momento da entrevista o (a) senhor (a) poderá deixar de responder o que não deseja ou desistir de participar da entrevista, sem prejuízo ou penalização. Para esta pesquisa, não haverá nenhum custo do participante em 91 qualquer fase do estudo. As entrevistas serão guardadas por 05 (cinco) anos e depois o material será destruído. Estaremos disponíveis para esclarecer qualquer dúvida a respeito da pesquisa antes, durante e depois da entrevista. O (a) senhor (a) poderá também entrar em contato, em horário comercial: com o pesquisador Marcos Antônio Herculano da Costa pelo telefone (82) 8853-7344, ou pelo email marcosahcosta@hotmail.com; com a orientadora Dra. Luciana Maria Borges da Matta Souza pelo telefone (21) 3231-6135 ou email luciana.mborges@estacio.br; com o Comitê de Ética e Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro pelo tel.: (021) 3971-1463 ou email cepsms@rio.rj.gov.br do CEP/SMS-RJ; ou com o Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Estácio de Sá pelo tel. (021) 3231-6139 ou email CEP.unesa@estacio.br do CEP/UNESA para maiores informações. Declaro ter entendido as informações descritas acima e ter recebido uma cópia deste termo de consentimento. Fui informado (a) da aprovação do referido projeto pelo Comitê de Ética e Pesquisa e concordo em participar deste estudo de forma totalmente voluntária e que os resultados da pesquisa serão utilizados unicamente para fins de pesquisa científica. Estou ciente de que sou livre para me retirar deste estudo a qualquer momento sem nenhum ônus ou prejuízo pessoal. Nome do Participante:____________________________________________________ Assinatura:__________________________________________Data:_______________ Nome do Entrevistador: ___________________________________________________ Assinatura:________________________________________________Data:_________ mailto:marcosahcosta@hotmail.com mailto:luciana.mborges@estacio.br mailto:cepsms@rio.rj.gov.br mailto:CEP.unesa@estacio.br 92 Apêndice IV: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (usuária) Nome do Estudo e Instituição: “A Unidade Básica de Saúde como Posto de Recebimentode Leite Humano Ordenhado: um programa, três olhares”, - Universidade Estácio De Sá (UNESA). Pesquisador responsável: Marcos Antônio Herculano da Costa. Estamos realizando estudo para avaliar os fatores que facilitam ou dificultam a implantação e a manutenção de um posto de recebimento de leite Humano nas Clinicas da Família no município do Rio de Janeiro. O (a) senhor (a) poderá participar respondendo as perguntas de uma entrevista sobre sua opinião enquanto usuária da clinica da família. O objetivo é avaliar os fatores que facilitam ou dificultam a implantação e a manutenção de um posto de recebimento de leite Humano na Clinica da Família. A realização da coleta de dados foi autorizada pelo Coordenador dessa área programática ___________________________________ da Secretaria Municipal de Saúde do Município do Rio de Janeiro. Os dados coletados poderão ser divulgados em publicações científicas, respeitando sua privacidade. O possível desconforto dessa pesquisa está relacionado às perguntas que serão feitas ao senhor (a). Isso fará com que o (a) senhor (a) dedique alguns minutos para responder à entrevista. Garantimos o sigilo de sua identidade na divulgação das informações coletadas. Em nenhuma circunstância seu nome aparecerá relacionado com as respostas da entrevista. A qualquer momento da entrevista o (a) senhor (a) poderá deixar de responder o que não deseja ou 93 desistir de participar da entrevista, sem prejuízo ou penalização. As entrevistas serão guardadas por 05 (cinco) anos e depois o material será destruído. Estaremos disponíveis para esclarecer qualquer dúvida a respeito da pesquisa antes, durante e depois da entrevista. O (a) senhor (a) poderá também entrar em contato, em horário comercial, com o pesquisador Marcos Antônio Herculano da Costa pelo telefone (82) 8853-7344, ou pelo email: marcosahcosta@hotmail.com; com a orientadora Dra. Luciana Maria Borges da Matta Souza pelo telefone (21) 3231-6135 ou email luciana.mborges@estacio.br; com o Comitê de Ética e Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro pelo tel.: (021) 3971-1463 ou email cepsms@rio.rj.gov.br do CEP/SMS-RJ: ou com o Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Estácio de Sá pelo tel. (021) 3231-6139 ou email CEP.unesa@estacio.br do CEP/UNESA para maiores informações. Declaro ter entendido as informações descritas acima e ter recebido uma cópia deste termo de consentimento. Fui informada da aprovação do referido projeto pelo Comitê de Ética e Pesquisa e concordo em participar deste estudo de forma totalmente voluntária e que os resultados da pesquisa serão utilizados unicamente para fins de pesquisa científica. Estou ciente de que sou livre para me retirar deste estudo a qualquer momento sem nenhum ônus ou prejuízo pessoal. Nome do Participante:____________________________________________________ Assinatura:__________________________________________Data:_______________ Nome do Entrevistador: ___________________________________________________ Assinatura:________________________________________________Data:_________ mailto:marcosahcosta@hotmail.com mailto:luciana.mborges@estacio.br mailto:cepsms@rio.rj.gov.br mailto:CEP.unesa@estacio.br 94 Apêndice V: Roteiro da entrevista semi-estruturada com os gestores Apresentação: O moderador apresentará pesquisa, lerá o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e solicitará sua assinatura. Temática: 1. Como se deu a apresentação da implantação do Posto de Recebimento de Leite Humano Ordenhado para você? 2. Como você vê essa ação em relação ao trabalho diário da unidade? 3. Quais são os aspectos positivos dessa ação? 4. Em sua opinião o que mais dificulta a operacionalização dessa ação? 5. Em sua opinião, como essa ação poderia ser melhor operacionalizada? Agradecimentos. 95 Apêndice VI: Roteiro do grupo focal com a equipe de saúde da unidade que tem Posto de Recebimento de Leite Humano Ordenhado Apresentação: O moderador convidará a todos para sentarem-se em círculo, apresentará a proposta de dinâmica do grupo, lerá o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e solicitará sua assinatura. Temática: 1. Como se deu a apresentação da implantação do Posto de Recebimento de Leite Humano Ordenhado para a equipe de saúde? 2. Como essa ação é visto em relação ao trabalho diário da equipe? 3. Quais os pontos positivos dessa ação na visão da equipe? 4. O que mais dificulta a implantação dessa ação? 5. Como essa ação poderia ser melhor? Atividade de encerramento: será realizada atividade recreativa com duração de até 10 minutos. Agradecimentos. 96 Apêndice VII: Roteiro do grupo focal com usuárias da unidade de saúde que tem Posto de Recebimento de Leite Humano Ordenhado Apresentação: O moderador convidará a todas as participantes para sentarem-se em círculo, apresentará a proposta de dinâmica do grupo, lerá o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e solicitará sua assinatura. Temática: 1. Como conheceram a ação do Posto em coletar doações de leite humano? 2. Essa ação trouxe alguma modificação para a vida de vocês? Quais? 3. Quais os pontos positivos dessa ação para as pessoas? 4. Houve dificuldade para participar do programa? Quais? 5. Como esse programa poderia ser melhor? Atividade de encerramento: será realizada atividade recreativa com duração de até 10 minutos. Agradecimentos. 97 Anexo I: Dez passos para o sucesso da amamentação PORTARIA Nº 1.153, DE 22 DE MAIO DE 2014. 1.Ter uma norma escrita sobre aleitamento materno, que deverá ser rotineiramente transmitida a toda a equipe de cuidados de saúde; 2. Treinar toda a equipe de cuidados de saúde, capacitando-a para implementar esta norma; 3. Informar todas as gestantes sobre as vantagens e o manejo do aleitamento; 4. Ajudar as mães a iniciar a amamentação na primeira meia-hora após o parto; 5. Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se vierem a ser separadas de seus filhos; 6. Não dar a recém-nascidos nenhum outro alimento ou bebida além do leite materno, a não ser que seja indicado pelo médico; 7. Praticar o alojamento conjunto - permitir que as mães e os bebês permaneçam juntos 24 horas por dia; 8. Encorajar o aleitamento sob livre demanda; 9. Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas ao seio; 10. Encorajar a formação de grupos de apoio à amamentação para onde as mães devem ser encaminhadas, logo após a alta do hospital ou do ambulatório. (BRASIL, 2014, p. 43)