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Metodologia cientifica I

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Conteudista: Prof.ª Dra. Ana Bárbara Pederiva Scheer
Revisão Técnica: Prof.ª Dra. Priscila Bernardo Martins
Revisão Textual: Prof.ª Dra. Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
 
Objetivos da Unidade:
Conceituar e compreender a importância do método;
Identificar os diferentes tipos de métodos usados na metodologia científica;
Tecer a relação entre método e técnica.
 Contextualização
 Material Teórico
 Material Complementar
 Referências
Métodos Científicos
A Ciência é um procedimento metódico que busca conhecer, interpretar e intervir na realidade. Dessa forma,
estudaremos alguns dos diferentes métodos científicos.
Mas o que é método científico? Podemos dizer que é o caminho trilhado pelo cientista quando busca
“verdades” científicas. Quais são as “verdades” científicas? O que é ser cientista? O que é Ciência? Existe
uma Ciência única? Quando nos reportamos a uma hipotética linha demarcatória, a separar o que julgamos
ser uma verdade científica de outras possíveis verdades, a que estamos nos referindo?
Por essas questões, nota-se que o método tem vital importância, já que é com ele que se alcançam as
“verdades” buscadas pela humanidade por meio dos pesquisadores.
Adiante, passamos a apresentar inicialmente o significado de método, na perspectiva de autores que
discutem essa temática tão relevante.
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 Contextualização
Método Científico
Método significa caminho para chegar a um fim ou pelo qual se atinge um objetivo. Portanto, entende-se
que: “É um procedimento de investigação e controle que se adota para o desenvolvimento rápido e eficiente
de uma atividade qualquer. Não se executa um trabalho sem a adoção de algumas técnicas e
procedimentos norteadores da ação” (BASTOS; KELLER, 2000, p. 84).
Qualquer pessoa pode realizar uma experiência que julgue ser bem-sucedida, mas sempre necessitará da
comprovação científica por meio de provas. Os cientistas só aceitarão uma teoria ou descoberta depois que
a replicarem ou obtiverem provas irrefutáveis até aquele momento. Uma experiência científica só será
considerada como válida para o mundo da Ciência, se for realizada seguindo determinadas normas.
Os cientistas se esmeram em replicar incontáveis vezes um trabalho até terem certeza de que foram
obedecidos todos os critérios de cientificidade exigidos pela Ciência. O cientista é aquele que utiliza o
método científico para encontrar a solução dos problemas ou compreender o universo à sua volta. Assim, o
método científico é o caminho trilhado pelo cientista.
No método científico, a hipótese é o caminho que deve levar à formulação de uma teoria. O cientista, na sua
hipótese, tem dois objetivos: explicar um fato e prever outros acontecimentos dele decorrentes. A hipótese
deverá ser testada e ou aplicada para que os resultados obtidos pelos pesquisadores comprovem
perfeitamente a hipótese, então ela será aceita como uma teoria. Para simplificar, a hipótese é uma tentativa
preliminar de resposta ao problema da pesquisa.
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 Material Teórico
Figura 1
A hipótese é uma resposta provisória e antecipa algo que será ou não confirmado com a pesquisa. O Método
Científico é composto pelas seguintes fases:
Para maior segurança nas conclusões, toda pesquisa deve ser controlada com técnicas que permitem
descartar as variáveis que podem mascarar o resultado.
Existem vários tipos de métodos científicos utilizados pelos cientistas e pesquisadores de diferentes áreas
do conhecimento para se chegar a determinados resultados. São eles:
Método Indutivo
É aquele que parte da observação de casos particulares para o estabelecimento de hipóteses de caráter
geral. Trata-se do método proposto pelos empiristas (Bacon, Hobbes, Locke, Hume), para os quais o
conhecimento é fundamentado exclusivamente na experiência, sem levar em consideração princípios
preestabelecidos. Nesse método, parte-se da observação de fatos ou fenômenos cujas causas se desejam
conhecer.
A seguir, procura-se compará-los com a finalidade de descobrir as relações existentes entre eles. Por fim,
procede-se à generalização, com base na relação verificada entre os fatos ou fenômenos. Observe o
Observação de um fato;
Formulação de um problema;
Proposta de uma hipótese;
Realização de uma pesquisa para testar a validade da hipótese.
exemplo a seguir:
João é mortal. Paulo é mortal. Manoel é mortal. Ora, João, Paulo e Manoel são homens. Logo, (todos) os
homens são mortais.
Conclusões indutivas são perigosas, pois generalizações de premissas verdadeiras podem levar a uma
falsa conclusão.
Método Dedutivo
É aquele pelo qual, a partir da observação de um princípio geral, chega-se a conclusões particulares. Parte
de princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis e possibilita chegar a conclusões de maneira
puramente formal, isto é, em virtude unicamente de sua lógica. É o método proposto pelos racionalistas
(Descartes, Spinoza, Leibniz), segundo os quais só a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro,
que decorre de princípios a priori evidentes e irrecusáveis. Como neste exemplo:
Todo mamífero é vertebrado. Todo homem é mamífero. Logo, todo homem é vertebrado.
Método Hipotético-dedutivo
É aquele pelo qual, mediante a percepção de uma lacuna no conhecimento, formula-se uma hipótese e,
então, pelo processo de observação e inferência dedutiva, testa-se a predição da ocorrência de fenômeno
abrangido pela hipótese (LAKATOS; MARCONI, 1991).
Podem-se apresentar as etapas do método hipotético-dedutivo da seguinte forma: 
Problema: quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto são insuficientes
para a explicação de um fenômeno, surge o problema;
1
Conjecturas: para tentar explicar a dificuldade expressa no problema, são formuladas
conjecturas ou hipóteses. Para a explicação de um fenômeno, surge o problema;
2
Método Dialético
Procura contestar uma realidade posta, enfatizando as suas contradições. Para toda tese, existe uma
antítese, que, quando contraposta, tende a formar uma síntese. Tal método funda-se numa concepção
dinâmica da realidade e das relações dialéticas entre sujeito e objeto, conhecimento e ação, teoria e prática.
O método dialético não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas. Trata-se de um
método de investigação da realidade pelo estudo de sua ação recíproca “[...] É contrário a todo conhecimento
rígido: tudo é visto em constante mudança, pois sempre há algo que nasce e se desenvolve e algo que se
desagrega, se transforma.” (ANDRADE, 1999, p.114-115). O método hipotético-dedutivo foi definido por Karl
Popper a partir de críticas à indução, expressas em A Lógica da Investigação Científica, obra publicada pela
primeira vez em 1935. Portanto, o método dialético é contrário a todo conhecimento rígido, pois tudo é
percebido como em constante mudança.
Método Fenomenológico
Não se limita à descrição dos fenômenos. Também é, ao mesmo tempo, tentativa de interpretação dos
mesmos, com o objetivo de pôr a descoberto os sentidos menos aparentes, os sentidos mais fundamentais
que os fenômenos têm. Caracteriza-se por valorizar a pesquisa do cotidiano, por tentar resgatar tudo aquilo
que, pela rotina, foi perdendo relevo e significação, foi ficando oculto pelo uso, pelo hábito, pelo senso
comum. Nesse sentido, o enfoque fenomenológico permite reeducar, reorientar o olhar que investiga.
Dedução de consequências observadas: das hipóteses formuladas, deduzem-se consequências
que deverão ser testadas ou falseadas;
3
Tentativa de falseamento: falsear significa tentar tornar falsas as consequências deduzidas das
hipóteses. Enquanto no método dedutivo procura-se a todo custo confirmar a hipóteses, no
método hipotético-dedutivo, ao contrário, procuram-se evidências empíricas para derrubá-la;
4
Corroboração: quando não se consegue demonstrar qualquer caso concreto capaz de falsear a
hipótese, tem-se a sua corroboração, que é a confirmação da hipótese, entretanto, ela é
considerada provisória.
5
O método fenomenológico valoriza,
sobretudo, a interpretação do mundo, o qual surge intencionalmente à
consciência do homem. Assim, pode-se afirmar que, na pesquisa de orientação fenomenológica, o sujeito
deixa de ser um observador imparcial, como pretende a abordagem positivista, para assumir, de certa forma,
a condição de “ator”. Aliás, um os méritos do método fenomenológico é justamente o de questionar os
procedimentos positivistas, encarecendo a importância do sujeito no processo da construção do
conhecimento. Outra característica marcante da pesquisa fenomenológica é sua recusa à caracterização,
pretendendo-se, ao contrário, sempre aberta a novas interpretações.
É importante ressaltar que alguns autores consideram inadequado falar em método fenomenológico.
Segundo eles, não haveria tal método, mas regras formais de pesquisa voltadas especialmente para o
fenômeno (aquilo que se mostra como é, que se mostra a si mesmo). Então, não caberia falar em método,
mas em atitude fenomenológica.
Método Histórico
Específico das ciências sociais, parte do princípio de que as atuais formas de vida social, as instituições e
os costumes têm suas raízes no passado, sendo, portanto, fundamental pesquisar sua origem para bem
compreender sua natureza e função. Por exemplo, para se investigar uma instituição social como a família e
as relações de parentesco, o método histórico pesquisa, no passado, os elementos constitutivos dos vários
tipos de família e as fases de sua evolução social. O método histórico “consiste em investigar os
acontecimentos, processos e instituições do passado para verificar sua influência na sociedade de hoje”
(ANDRADE, 2003, p. 133). Dessa forma, o pesquisador que se utiliza do método histórico tem a preocupação
de colocar o fenômeno estudado no ambiente social em que surgiu, ou seja, contextualizá-lo. Assim, será
capaz de acompanhar suas sucessivas alterações e de compará-lo a fenômenos semelhantes em
sociedades diferentes (LAKATOS; MARCONI, 1991). Dentro do método histórico, há toda uma diversidade de
abordagem. É possível aplicar esse método ao estudo de um mesmo tema, porém, com enfoques tão
diferentes quanto o positivista, o fenomenológico, o dialético etc.
Figura 2
Fonte: Getty Images
Relação entre Método e Técnica
Na investigação científica, os termos “método” e “técnica” acima estão estreitamente relacionados e são
comumente empregados sem uma compreensão exata da sua diferenciação semântica.
O método, termo já conhecido na Grécia Clássica (méthodos), foi usado por Platão e Aristóteles no sentido
de “estudo ordenado de uma questão filosófica ou científica”. A palavra pode ser decomposta no prefixo
metá + hodós, que quer dizer caminho, via, rota. Em sentido genérico é, portanto, o caminho pelo qual se
chega a um determinado resultado.
Na terminologia científica, método pode ser definido como um conjunto de dados e regras de proceder,
permitindo atingir um fim previamente determinado. Exemplo: pesquisa experimental, diagnóstico, operação,
tratamento, reação físico-química ou biológica, prova clínica ou teste de laboratório.
Muitos teóricos definem método como um conjunto de meios dispostos convenientemente para se chegar a
um fim. A palavra “técnica” vem do grego tékhne, e significa arte. Se o método é o caminho, a técnica é o
modo de caminhar. Técnica subentende o modo de proceder em seus menores detalhes, a
operacionalização do método segundo normas padronizadas. É resultado da experiência e exige habilidade
em sua execução. Um mesmo método pode comportar mais de uma técnica.
O método científico inicialmente ocorre do seguinte modo: há um problema que desafia a inteligência; o
cientista elabora uma hipótese e estabelece as condições para seu controle, a fim de confirmá-la ou não. A
conclusão é então generalizada, ou seja, considerada válida não só para aquela situação, mas para outras
similares. Além disso, quase nunca se trata de um trabalho solitário do cientista, pois, hoje em dia, cada vez
mais as pesquisas são objetos de atenção de grupos especializados ligados às universidades, às empresas
ou ao Estado. De qualquer forma, a objetividade da ciência resulta do julgamento feito pelos membros da
comunidade científica que avaliam criticamente os procedimentos utilizados e as conclusões, divulgadas
em revistas especializadas e congressos.
Assim, dentro da visão do senso comum, a ciência busca compreender a realidade de maneira racional,
descobrindo relações universais e necessárias entre os fenômenos, o que permite prever os
acontecimentos e, consequentemente, também agir sobre a natureza. Para tanto, a ciência utiliza métodos
rigorosos e atinge um tipo de conhecimento sistemático, preciso e objetivo. Entretanto, apesar do rigor do
método, não é conveniente pensar que a ciência é um conhecimento certo e definitivo, pois ela avança em
contínuo processo de investigação que supõe alterações à medida que surgem fatos novos, ou quando são
inventados novos instrumentos. Por exemplo, nos séculos XVIII e XIX, as leis de Newton foram
reformuladas por diversos matemáticos que desenvolveram técnicas para aplicá-las de maneira mais
precisa.
No século XX, a teoria da relatividade de Einstein desmentiu a concepção clássica que a luz se propaga em
linha reta. Isso serve para mostrar o caráter provisório do conhecimento científico sem, no entanto,
desmerecer a seriedade e o rigor do método e dos resultados. Ou seja, as leis e as teorias continuam sendo
de fato hipóteses com diversos graus de confirmação e verificabilidade, podendo ser aperfeiçoadas ou
superadas.
A partir da explanação feita acima será que podemos afirmar que existe um método universal? Será que os
métodos universais devem ser considerados válidos para situações diversas? E tendo situações diferentes,
podemos qualificá-las como universais? Como descrever relações universais por meio de métodos
“individuais”? Será que esse tipo de método é realmente válido universalmente? Será que podemos nomear
o método como universal?
A busca do Conhecimento Científico como vimos anteriormente, passa por diversas etapas. Tais etapas
discutiremos a seguir.
Projeto de Pesquisa: Definição e Delimitação do Objeto de Estudo
O projeto de pesquisa desempenha várias funções: planeja a elaboração do trabalho de conclusão de curso,
permite aos orientadores que avaliem o trabalho de pesquisa que será realizado e auxilia o aluno para a
sistematização organizada de uma pesquisa. Para a elaboração de um projeto de pesquisa, é fundamental
que o aluno já tenha definido o objeto que vai pesquisar, de forma que possa, junto ao orientador, delimitar o
assunto, de forma a torná-lo mais preciso e claro.
Figura 3
Fonte: Getty Images
Não existe regra definida para a escolha do objeto. Pode ser feito de acordo com curiosidade do aluno, suas
necessidades pessoais ou mesmo por sugestão do orientador. Segundo Vieira:
“Definir o tema é pensar o objeto e não apenas escolher o assunto. Nesse sentido a
definição não é um ato só inicial: ela se articula com a problematização, formando com
esta momentos e expressão de um único movimento. Qualquer que seja o ponto de
partida: uma referência bibliográfica, uma reflexão metodológica, um contato com fontes,
uma experiência de vida, ou um debate colocado pelo social, a construção do objeto,
A delimitação do tema é importante porque circunscreve o assunto a um ângulo específico, facilitando a
pesquisa e a redação do trabalho.
Trabalhar em cima de um assunto bastante restrito facilita muito o trabalho de pesquisa e a elaboração do
texto. O fato é que o tema levado ao máximo de redução permite uma concentração da pesquisa e um
aprofundamento de seu conteúdo. Ou seja, é necessário definir com precisão o assunto particular que será
tratado, pois quanto maior o domínio que o aluno tiver do tema, mais facilidade terá no desenvolvimento do
projeto e posteriormente, na redação do Trabalho de Conclusão de Curso. Após a definição do objeto e
delimitação do tema de estudo, o pesquisador
deve elaborar um projeto de pesquisa. Mas, para tal
elaboração, é de fundamental importância a realização de um levantamento de fontes primárias e
secundárias de pesquisa.
Projeto de Pesquisa: Levantamento, Leitura e Organização das Fontes
Primárias e Secundárias de Pesquisa
O pesquisador, após realizar a definição do objeto de estudo e delimitação do tema, deverá partir para os
próximos passos da pesquisa. Inicialmente, o estudante deve realizar o levantamento e a organização das
fontes primárias (jornais, revistas, leis, decretos etc.), que poderão ser localizadas nos diferentes órgãos de
documentação (museus, arquivos, bibliotecas, centros de documentação, entre outros) e secundárias de
pesquisa (referenciais teóricos e metodológicos).
A leitura e organização desses materiais auxiliarão o pesquisador situar o objeto de estudo no tempo e no
espaço e, ainda, na indicação dos pressupostos que irão subsidiar as discussões e análises a que se
propõe o estudo.
- VIEIRA, 1998, p. 30-31
dependendo da postura teórica do pesquisador e de sua vivência, se realizará por
caminhos diferentes, conduzindo a resultados também diferentes.”
O “diálogo” inicial com as fontes primárias e secundárias de pesquisa aponta os caminhos para que o
pesquisador consiga problematizar o objeto, ou seja, levantar questões e/ou hipóteses de pesquisa e ainda,
definir quais os objetivos do trabalho.
Após a definição do objeto, a delimitação do tema e o levantamento inicial das fontes de pesquisa, o
pesquisador pode partir para o próximo passo da pesquisa, que é a elaboração do projeto de pesquisa.
- MARION; DIAS; TRALDI, 2002, p. 37-38
- VIEIRA; et al., 1998, p.46
“Em qualquer tipo de pesquisa, é imprescindível que se faça uma abordagem teórica sobre
o assunto no qual se insere o objeto problema a ser estudado. [...] O referencial teórico
deve conter um apanhado do que existe de mais atual na abordagem do tema escolhido,
mesmo que as teorias atuais não façam parte de suas escolhas. Deve estabelecer os
marcos conceituais que vão nortear o desenvolvimento da pesquisa, as linhas de
pensamento e as teorias que vão sustentar a análise dos dados que vai colher durante a
realização do levantamento [...].”
“Nesse sentido não dá para fazer a seleção de fontes depois da problematização, como
geralmente recomendam os manuais. O pesquisador, no encaminhamento da pesquisa, se
depara com registros que funcionam como elemento perturbador, ou porque não consegue
explica-los, ou porque questionam linhas importantes de sua reflexão.”
Figura 4
Fonte: Getty Images
Projeto de Pesquisa: Importância e Aspectos Metodológicos
(Elementos Constitutivos)
“Em qualquer setor de atividade humana, planejar é necessário. Projeto é a preparação
gradual ou o planejamento referente a algo que se pretende pôr em prática em qualquer
área de estudos: ciências humanas, biológicas, exatas, artes e até mesmo em nossa vida
pessoal.”
Um projeto de pesquisa, como vimos anteriormente, pode desempenhar várias funções, pois define e
planeja para o próprio aluno o caminho a ser seguido no desenvolvimento do trabalho de pesquisa e reflexão,
explicitando as etapas a serem alcançadas, os instrumentos e estratégias a serem usados; disciplina o
trabalho e organiza o tempo e permite ao orientador avaliar melhor o sentido geral do trabalho.
O projeto de pesquisa é a etapa inicial da elaboração de trabalhos de conclusão de curso e, portanto, deve
conter alguns elementos essenciais, tais como:
- BIANCHI; ALVARENGA; BIANCHI, 2002, p.15
- MARION; DIAS; TRALDI, 2002, p. 32
Título e subtítulo do trabalho;
Introdução que permita situar e apresentar o tema de pesquisa;
Justificativa da escolha do tema;
“Os trabalhos monográficos constituem parte importante da formação técnico-científica
dos acadêmicos, sejam eles estudantes universitários de cursos de graduação ou de pós-
graduação. Por esse motivo, necessitam de um rigor metodológico e não podem ser
submetidos à pura espontaneidade criativa de quem os elabora. Portanto, os aspectos
metodológicos – instrumentos utilizados para dotá-los de tal modelagem – ganham
progressivamente mais relevância à medida que o pesquisador vai familiarizando-se com
as normas e especializando-se no ato de pesquisar.”
O título do projeto deve indicar o assunto do trabalho de forma criativa, para chamar a atenção para a
pesquisa e o subtítulo do projeto deve explicar o assunto do trabalho de forma detalhada, ou seja, o título
deve sintetizar o conteúdo da pesquisa. Pode ser acompanhado ou não de subtítulo. Nesse último caso,
enquanto o título tem caráter mais geral, o subtítulo delimita com mais precisão o alcance dos objetivos da
pesquisa. Exemplo: “A licenciatura em História: avaliação do curso de História da Unesp-Franca”. 
A introdução é a apresentação do assunto da pesquisa, ou seja, é onde contextualizamos espacial e
temporalmente nosso objeto de estudo, dialogando com os trabalhos que já versaram sobre o assunto.
Na justificativa, apresentamos o motivo da escolha do tema, sua relevância social e ou acadêmica
(científica). Nesse item, também precisamos dialogar com autores de trabalhos que já versaram sobre o
 Objetivos;
Problematização (questões e/ou hipóteses da pesquisa);
Metodologia;
Cronograma de trabalho;
Bibliografia.
- MARION; DIAS; TRALDI, 2002, p. 38
“A apresentação de um referencial teórico tem a finalidade de mostrar ao (s) avaliador (es)
do projeto que o autor detém conhecimento suficiente do assunto em que seu projeto está
inserido, buscando aprofundamento no tema que escolheu a partir de um objeto a ser
estudado.”
assunto, é onde se coloca a gênese do problema, explicitando os motivos mais relevantes que levaram a
abordagem do assunto. Nesse item, o pesquisador expõe os motivos mais significativos que o levaram a
abordar o tema escolhido. A argumentação, mediante a qual o pesquisador expõe os motivos que o levaram
a eleger determinado tema e a importância da contribuição que seu estudo pode ensejar, são fatores
fundamentais na aceitação da pesquisa por parte de seu público-alvo.
Na problematização do projeto, devemos levantar as questões e ou hipóteses da pesquisa. Tais problemas
deverão ser investigados durante a pesquisa e, posteriormente, respondidos durante a redação do trabalho
de conclusão de curso. Após a problematização do tema, o autor do projeto deve expor os objetivos que o
trabalho visa atingir, isto é, a situação que se deseja obter ao final da trajetória de pesquisa e redação do
trabalho de conclusão. 
Os objetivos devem estar claramente definidos, coerentes com o tema proposto, esclarecer o que se
pretende com o projeto a partir das hipóteses ou das questões de pesquisa a serem investigadas. Na
explicitação dos objetivos de uma pesquisa, antecipam-se as contribuições que a mesma pretende trazer
para o avanço daquela área específica do conhecimento.
No item metodologia, o autor deverá anunciar os materiais (fontes de pesquisa) que irá analisar e os
procedimentos metodológicos (métodos e técnicas) que irá utilizar na elaboração da monografia: trabalho
de campo, laboratório, entrevistas, pesquisa bibliográfica ou, se for o caso, um estudo que combinará
diferentes formas de investigação. A partir daí, devem ser apresentadas e respondidas questões do tipo:
Como? Com quê? Onde? Quando? Deverão ser mencionadas, também, as técnicas e instrumentos de
pesquisa que serão empregados na coleta de dados como, por exemplo: levantamento das fontes
- BIANCHI; ALVARENGA; BIANCHI, 2002, p.19
“Os objetivos determinam o que se projeta fazer, ou o que se pretende com a pesquisa.
Devem ser determinados considerando se a viabilidade de atingi-los. Os objetivos estão
diretamente relacionados ao tema e ao problema levantados [...].”
documentais e bibliográficas, observação, entrevistas, questionários, testes, história de vida, análise de
conteúdo etc.
O cronograma de trabalho deve apresentar as várias etapas (atividades) do desenvolvimento da
pesquisa,
distribuídas no tempo, ou seja, distribuição das tarefas nos períodos do calendário.
Na bibliografia do projeto de pesquisa, todo material consultado para elaboração do projeto deverá ser
relacionado de acordo com as normas da ABNT.
- MARION; DIAS; TRALDI, 2002, p. 40
“O cronograma de desenvolvimento das atividades de pesquisa depende de uma série de
fatores relacionados com as exigências das faculdades ou institutos, das agências de
fomento, da disponibilidade do pesquisador e, fundamentalmente, dos objetivos a serem
atingidos.”
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta
Unidade:
  Vídeos  
Método Científico 
A concepção do método científico mudou bastante no último século (e continua mudando),
contribuições como as de Karl Popper, Thomas Kuhn, Imre Lakatos, Paul Feyerabend, Jerry
Ravetz, entre vários outros, tiveram grande impacto no desenvolvimento do modelo atual.
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 Material Complementar
Método Cientí�co
https://www.youtube.com/watch?v=eRDBggKy0js
  Leitura  
Algumas observações sobre o “Método Científico" 
Estas notas apresentam e discutem, em nível introdutório, alguns aspectos do chamado
"método científico". Seu objetivo principal é mostrar que embora a complexidade da ciência
não permita que se conceba um "método" único, de aplicabilidade geral, para se "fazer"
ciência, o conhecimento científico se distingue de outras formas de saber por algumas
características importantes, que giram em torno da exposição deliberada e sistemática das
teorias científicas à análise racional e ao controle experimental. 
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
Método Científico 
Para que um pesquisador consiga explicar um fenômeno ou a composição de um material,
por exemplo, ele deve utilizar o método científico. O método científico pode ser definido
como um conjunto de procedimentos por meio dos quais um cientista consegue propor um
conjunto de explicações para fenômenos, constituição e formação de materiais etc. 
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
https://bit.ly/3HzioJW
https://bit.ly/30yA8Vs
Método Científico: O Instrumental Indispensável para o Aluno
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
https://bit.ly/3Fr5jRm
ALVES, R. A Filosofia da Ciência: Introdução ao Jogo e suas Regras. São Paulo: Loyola, 2000.
ANDRADE, M. M. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Atlas, 2003.
BARBOSA, D. Metodologia de Estudos e Elaboração de Monografia. São Paulo: Expressão & Arte, 2006.
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Monografias. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
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SALONON, D. V. Como Fazer uma Monografia. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
SEVERINO, A. J. Metodologia do Trabalho Científico. 21. ed. São Paulo: Cortez, 2000.
VIEIRA, M. P. A.; PEIXOTO, M. R. C.; KHOURY, Y. M. A. A Pesquisa em História. São Paulo: Ática, 1998. Série
Princípios.

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