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1 FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA 2 Bárbara Neves Salviano de Paula Doutora em Linguística Aplicada, atualmente atua como professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) no campo do ensino de Libras e como professora de Língua Portuguesa da rede municipal de ensino. Tem experiência como professora do ensino superior na Faculdade de Letras da UFMG, como analista e conteudista de material didático para a Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis) de Minas Gerais, bem como para plataformas digitais e como lexicógrafa de Projetos de Pesquisa da categoria BIC-Jr do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais- CEFET/MG. É autora da proposta lexicográfica do primeiro dicionário geral de língua Português/Libras/Português. Libras II 1ª edição Ipatinga – MG ANO 3 FACULDADE ÚNICA EDITORIAL Diretor Geral: Valdir Henrique Valério Diretor Executivo: William José Ferreira Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva Bruna Luiza Mendes Leite Carla Jordânia G. de Souza Guilherme Prado Salles Rubens Henrique L. de Oliveira Design: Brayan Lazarino Santos Élen Cristina Teixeira Oliveira Maria Luiza Filgueiras Taisser Gustavo de Soares Duarte © 2021, Faculdade Única. Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização escrita do Editor. Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920. NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA Rua Salermo, 299 Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300 www.faculdadeunica.com.br http://www.faculdadeunica.com.br/ 4 Menu de Ícones Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a seguir: São sugestões de links para vídeos, documentos científicos (artigos, monografias, dissertações e teses), sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo abordado. Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações importantes nas quais você deve ter um maior grau de atenção! São exercícios de fixação do conteúdo abordado em cada unidade do livro. São para o esclarecimento do significado de determinados termos/palavras mostradas ao longo do livro. Este espaço é destinado para a reflexão sobre questões citadas em cada unidade, associando-o a suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu cotidiano. 5 SUMÁRIO A COMPETÊNCIA COMUNICATIVA ......................................................... 8 1.1 O QUE É COMPETÊNCIA COMUNICATIVA ................................................................. 8 1.2 TIPOS TEXTUAIS ........................................................................................................... 13 1.2.1 A NARRATIVA ..................................................................................... 15 1.2.2 A DESCRITIVA ..................................................................................... 16 1.2.3 O DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO ................................................ 18 1.3 TIPOS TEXTUAIS NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA COMO L2 PARA SURDOS . 20 FIXANDO CONTEÚDO ................................................................................................... 26 LIBRAS EM FOCO I .................................................................................. 31 2.1 PRONOMES PESSOAIS ................................................................................................ 31 2.2 PRONOMES POSSESSIVOS ......................................................................................... 37 2.3 FAMÍLIA ....................................................................................................................... 41 2.4 APLICAÇÃO PRÁTICA ................................................................................................ 48 2.4.1 ATIVIDADE 1........................................................................................ 48 2.4.2 ATIVIDADE 2........................................................................................ 48 2.4.3 ATIVIDADE 3........................................................................................ 49 2.4.4 ATIVIDADE 4........................................................................................ 50 FIXANDO CONTEÚDO ................................................................................................... 51 ESTUDO DO LÉXICO ............................................................................... 56 3.1 O LÉXICO DAS LÍNGUAS DE SINAIS (LS) ................................................................... 56 3.2 A LEXICOLOGIA DAS LS ............................................................................................. 59 3.3 A LEXICOGRAFIA DAS LS ........................................................................................... 63 3.4 A TERMINOLOGIA DAS LS .......................................................................................... 69 FIXANDO CONTEÚDO ................................................................................................ 73 LIBRAS EM FOCO II ................................................................................. 78 4.1 LOCALIZAÇÃO ........................................................................................................... 78 4.1.1 LUGARES PÚBLICOS ........................................................................... 81 4.1.2 OS CÔMODOS DA CASA ................................................................ 82 4.2 PRONOMES DEMONSTRATIVOS ................................................................................. 83 4.3 PREPOSIÇÕES/LOCUÇÕES PREPOSITIVAS DE LUGAR .............................................. 87 4.4 APLICAÇÃO PRÁTICA ................................................................................................ 90 4.4.1 ATIVIDADE 1........................................................................................ 90 4.4.2 ATIVIDADE 2........................................................................................ 91 4.4.3 ATIVIDADE 3........................................................................................ 91 4.4.4 ATIVIDADE 4........................................................................................ 93 FIXANDO CONTEÚDO ................................................................................................ 94 AS EXPRESSÕES NÃO MANUAIS (ENM) ................................................. 98 5.1 O USO DAS ENM NA LIBRAS E SEUS ASPECTOS GRAMATICAIS ............................... 98 5.2 ASPECTO ................................................................................................................... 100 5.3 FOCO ........................................................................................................................ 102 5.4 TÓPICO ..................................................................................................................... 104 5.5 AFIRMATIVAS E NEGATIVAS, EXCLAMATIVAS E INTERROGATIVAS....................... 106 FIXANDO O CONTEÚDO ......................................................................................... 110 UNIDADE 01 UNIDADE 02 UNIDADE 03 UNIDADE 04 UNIDADE 05 6 LIBRAS EM FOCO III .............................................................................. 114 6.1 AÇÕES COTIDIANAS ................................................................................................ 114 6.2 PARTÍCULAS INTERROGATIVAS ................................................................................ 119 6.3 APLICAÇÃO PRÁTICA .............................................................................................. 123 6.3.1 Atividade 1 ....................................................................................... 123 6.3.2 Atividade 2 ....................................................................................... 124 6.3.3 Atividade 3 ....................................................................................... 125 FIXANDO CONTEÚDO .............................................................................................. 126 RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ............................................. 130 REFERÊNCIAS................................................................................. 131 UNIDADE 06 7 CONFIRA NO LIVRO Trataremos sobre competência comunicativa a partir da compreensão das principais sequências textuais, a saber, a narrativa, a descritiva e a dissertativa-argumentativa. Além dos conceitos, identificaremos como o estudo dos tipos textuais podem desenvolver a habilidade linguística dos surdos quando no ensino de Português L2. Na primeira unidade que trata de apresentação prática da Libras, compreenderemos os conceitos léxico-gramaticais dos Pronomes Pessoais e Pronomes Possessivos. Além disso, abordaremos o vocabulário referente às relações de parentesco e, por fim, aplicaremos o aprendizado de forma prática. Nesta unidade discutiremos os aspectos relacionados às ciências do léxico que competem a toda e qualquer língua legítima e natural, incluindo as línguas de sinais. Identificaremos os conceitos relacionados ao léxico, Lexicologia, Lexicografia e Terminologia a fim de associá-los aos estudos das LS. Em mais uma unidade de apresentação prática, trabalharemos com o vocabulário referente à localização e direcionalidade, o que envolve reconhecer espaços públicos e de moradia. Abordaremos aspectos gramaticais a partir da identificação dos conceitos e apresentação dos Pronomes Demonstrativos e das Preposições de Lugar. Ao final da unidade, conseguiremos reunir os conhecimentos aqui adquiridos em elaborações de sentenças complexas. As expressões não manuais são um dos parâmetros fonológicos das línguas de sinais e são mais do que complementos discursivos. Nesta unidade, compreenderemos como elas desempenham papel sintático ao incorrer em marcações de sentenças interrogativas, topicalizações e foco; além de considerar sua constituição lexical ao marcar o aspecto e, também, sua manifestação na categorização de sentenças afirmativas, interrogativas e negativas. A Unidade 6 é outra responsável por nos apresentar algum conteúdo prático, como, por exemplo, os verbos indicativos de nossas ações cotidianas. Também aprenderemos sobre palavras e locuções de cunho interrogativo e suas duas funções básicas na comunicação em Libras. Ao finalizar, um apanhado dos conhecimentos abordados será apresentado em questões de plena prática. 8 A COMPETÊNCIA COMUNICATIVA O QUE É COMPETÊNCIA COMUNICATIVA O estudo da competência comunicativa é imprescindível para formação de sujeitos efetivamente comunicadores. Sua aplicabilidade está para várias habilidades, como podemos perceber na citação de Berruto mencionada no trabalho de Castellanos: A competência comunicativa é uma capacidade que inclui não só a habilidade linguística e gramatical de produzir frases bem construídas e de saber interpretar e fazer julgamentos sobre frases produzidas pelo falante - ouvinte ou por outros, mas necessariamente incluirá, por um lado, uma série de habilidades extralinguísticas inter- relacionadas, sociais e semióticas e, por outro lado, uma habilidade linguística multifacetada e multiforme. (BERRUTO apud CASTELLANOS, 1992, p.100. Tradução nossa.) Ainda, é relevante analisar o conceito de competência comunicativa postulado por Pilleux: O status da comunicação linguística como um sistema gramatical que é usado para comunicação e que faz parte da cultura geralmente não tinha sido considerado antes do trabalho de Hymes. Assim, a comunicação linguística é alcançada por meio do domínio da competência comunicativa, termo que Hymes (1971, 1972, 1974) cunhou da etnografia da comunicação (um cruzamento entre antropologia e linguística), tendência antropológica que começa a se desenvolver no meio a partir da 1960 e início dos anos 1970 (Gumperz e Hymes 1964,1972). Hymes propõe que a competência comunicativa deve ser entendida como um conjunto de habilidades e conhecimentos que permitem que os falantes de uma comunidade linguística se entendam. Em outras palavras, é nossa capacidade de interpretar e usar apropriadamente o significado social das variedades linguísticas, de qualquer circunstância, em relação às funções e variedades da língua e aos pressupostos culturais na situação de comunicação. Refere-se, em outros termos, ao uso como sistema de regras de interação social. (PILLEUX, 2001, online. Tradução nossa) Como podemos perceber nas colocações dos autores, competência UNIDADE 01 9 linguística envolve mais do que simplesmente conhecer regras gramaticais da língua e reconhecer as palavras desse idioma. Podemos dividir a competência comunicativa em dois âmbitos: a elaboração e a decodificação. A elaboração linguística compromete-se com a produção. Contorna toda e qualquer construção discursiva em todas as suas possibilidades de expressar-se: oral, escrita, imagética e/ou pantomímica, etc. Para tanto, é preciso o desenvolvimento de aptidões tais quais as citadas por Castellanos; a saber “a habilidade linguística e gramatical de produzir frases bem construídas”, assim como “uma série de habilidades extralinguísticas interrelacionadas, sociais e semióticas e, por outro lado, uma habilidade linguística multifacetada e multiforme”. A perícia linguística perpassa, justamente, por aspectos multifacetados que incluem conhecimentos lexicais, sintáticos, semânticos, morfológicos, fonológicos, pragmáticos, além de gramaticais. Essas competências são adquiridas natural e/ou artificialmente, dependendo do contexto do aprendiz; seja ele aprendiz de uma L1 ou L2, e dependendo também do seu ambiente de aquisição; seja o círculo natural de convivência ou a escola. As aquisições naturais de uma língua materna serão aprimoradas e desenvolvidas a partir de perspectivas específicas no ambiente escolar. Além disso, serão as responsáveis por auxiliar no aprendizado de uma língua estrangeira. A partir do conhecimento e potencial de aplicar tais redes, há competência comunicativa na esfera linguística. No entanto, ainda é necessário estabelecer relações extralinguísticas, como as semióticas e sócio-culturais, dado que, conforme indicado por Pilleux (1992), anteriormente mencionado, “a competência comunicativa deve ser entendida como um conjunto de habilidades e conhecimentos que permitem que os falantes de uma comunidade linguística se entendam.” Nessa perspectiva, apenas conhecer critérios linguísticos da língua não será suficiente para produzir enunciados que evidenciam competência linguística. Pense, por exemplo, nas unidades polilexicais como as expressões idiomáticas e provérbios, bem como nas formações metafóricas. 10 Figura 1: Unidades polilexicais Fonte: https://bit.ly/3zZ1Cz5. Acesso em: 27 jul 2021 Nenhuma das considerações acima traz, por si só, todo o sentido do enunciado, embora todas elas estejam escritas de acordo com a norma culta gramatical da Língua Portuguesa. Para que sejam amplamente compreendidas em sua definição mais usual, a metafórica, é preciso ir além da assimilação do significado de cada uma das palavras que as compõem e somar tais conceitos. É preciso conhecimento cultural e social da comunidade linguística falante do Português. Por isso mesmo, será difícil para um aprendiz de Língua Portuguesa como L2 entender o caráter que essas expressões possuem sem que sejam orientados por um falante nativo de LP. Percebem como competência comunicativa vai além de construções corretas e formais? Seu objetivo principal é fazer-se entender aos seus pares linguísticos. https://bit.ly/3zZ1Cz5 https://bit.ly/3B3HvRM 11 A decodificação linguística está para a compreensão do discurso recebido. É o trabalho que o interlocutor realizará ao se deparar com um texto da língua em qualquer modalidade de apresentação. Isso está de acordo com a citação já trazida de Castellanos: “saber interpretar e fazer julgamentos sobre frases produzidas pelo falante - ouvinte ou por outros”. Assim, a concretização da competência comunicativa depende de duas partes: o locutor e o interlocutor. Não basta que apenas a primeira parte cumpra seu papel, é preciso que a segunda tenha aptidão na recepção do texto que lhe foi oferecido. É preciso que o destinatário da mensagem se ocupe em interpretar, julgar e decifrar tal manifestação. Como nos lembrou Pilleux (1992): “interpretar e usar apropriadamente o significado social das variedades linguísticas [...] em relação às funções e variedades da língua e aos pressupostos culturais na situação de comunicação. Refere-se [...] ao uso como sistema de regras de interação social.” Para uma decodificação plena e correta, será preciso que o interlocutor seja partícipe dos conhecimentos linguísticos do seu enunciador e vice-versa. Por exemplo, um intérprete de Libras poderá ser considerado um profissional eficiente, não apenas por ser proficiente nas línguas que utiliza para realizar as traduções, mas, também, por conhecer a capacidade cultural e linguística do seu destinatário. Isso envolverá compreensão dos aspectos já mencionados para o propósito da produção textual, além de compartilhamento dos pressupostos antropológicos e de interação social que permeiam o discurso a ser elucidado. Os domínios de competência comunicativa estão vinculados a basicamente 12 duas modalidades da língua: a semiótica e a semântica. Castellanos (1992) descreve as distinções desses dois domínios no quadro abaixo: Quadro 1: Domínios da língua: Semiótico e Semântico Domínio Semiótico Domínio Semântico A língua como sistema de signos. A língua em funcionamento. Significar. Comunicar. Domínio no âmbito do signo. Domínio no âmbito da frase. Nem a relação do signo com o denotado, nem a relação da língua com o mundo é considerada. Integra a sociedade e o mundo. A língua na sua função mediadora entre o homem e o homem; entre o homem e o mundo. Incorpora a noção de referente: o que é nomeado pelo signo. O signo tem um valor genérico e conceitual. O significado da frase implica a referência ao contexto e à atitude do falante. É uma propriedade da língua. É o resultado de uma atividade do locutor que coloca a língua em ação. Fonte: CASTELLANOS, 1992, online Toda comunicação se dará levando em consideração os campos determinados. De modo que a produção do discurso poderá ser significada e/ou comunicada a partir da intenção do enunciador e de suas habilidades (extra)linguísticas e a decodificação será atingível atrelando competência comunicativa do remetente à do destinatário. Tal competência é o que tornará possível, inclusive, que produção e decodificação sejam feitas no domínio correspondente ao discurso, seja ele pertencente ao conceito genérico do signo ou dependente de contexto. https://bit.ly/2Ya1DTm 13 TIPOS TEXTUAIS Como analisamos no subtítulo anterior, a competência comunicativa pode ser avaliada em diferentes tipos de comunicação, que são, apropriadamente, denominadas textuais. Os textos serão rotulados em gêneros, isto é, levando-se em consideração a intenção e a forma desses discursos, lhes são atribuídas classificações. Como já identificado, o texto é lugar de interação e visa comunicar-se. Dependendo da forma como tal comunicação se dará, cada texto será produzido em uma devida estrutura composicional. São essas estruturas e o objetivo na construção de sentido que serão levados em conta na identificação dos gêneros textuais. Lemos em Medeiros e Tomasi: O número de tipos textuais, diferentemente dos gêneros que constituem uma lista aberta, é limitado: descritivo, narrativo, expositivo, argumentativo, injuntivo, dialogal. Esses tipos textuais também são conhecidos como sequências textuais e são identificados pelo léxico utilizado, pela sintaxe, pelos tempos verbais, pelas relações lógicas etc. Uma composição textual não mantém a mesma regularidade o tempo todo: um texto argumentativo não o será o tempo todo; uma descrição pode conter momentos narrativos, uma narração pode ser entremeada de passagens argumentativas. (MEDEIROS; TOMASI, 2017, p.56) Os autores fazem menções importantes a serem consideradas. Além de indicar os tipos textuais mais comuns, ponderam sobre a vivacidade linguística ao identificar que, mesmo que um texto tenha características regulares de um tipo, ele pode discorrer, em alguns momentos, por características mais fortemente próprias a outro tipo. Isso não necessariamente o torna confuso, desordenado ou ilegítimo, 14 desde que tal construção tenha sido feita intencionalmente pelo seu locutor. A regularidade não é meio de avaliação de um texto como linear, claro ou coeso. Apesar da previsibilidade, mesclas de distintos tipos textuais podem enriquecer a mensagem e facilitar a compreensão pelo interlocutor. Os tipos textuais mais comuns também são identificados pelos autores; a saber, descritivo, narrativo, expositivo, argumentativo, injuntivo e dialogal. Ainda sob luz de Medeiros e Tomasi, consideraremos as principais características de cada um deles, a partir da tabela proposta pelos autores, aqui abaixo reproduzida: Quadro 2: Tipos Textuais Sequência Efeito Pretendido Fases Narrativa Manter a atenção do destinatário, estabelecendo uma tensão e subsequente resolução. Situação inicial Complicação Ações desencadeadas Resolução Situação Final Descritiva Fazer o destinatário ver minuciosamente elementos de um objeto do discurso, segundo a orientação dada a seu olhar pelo produtor. Tematização Aspectualização Relação Expansão Argumentativa Convencer o destinatário da validade do ponto de vista do enunciador diante de um objeto do discurso visto como contestável pelo produtor e/ou pelo destinatário. Premissas Suporte argumentativo Contra-argumentação Conclusão Explicativa/Expositiva Levar o destinatário a compreender um objeto do discurso, visto pelo produtor como incontestável, mas de difícil compreensão para o destinatário. Constatação inicial Problematização Resolução Conclusão/Avaliação Injuntiva Fazer o destinatário agir segundo uma Enumeração de ações 15 direção para atingir um objetivo. temporalmente subsequentes Dialogal O propósito é levar o destinatário a manter-se na interação proposta. Abertura Operações transacionais Fechamento Fonte: MEDEIROS; TOMASI, 2017, p.55 As particularidades dos principais tipos textuais estão apresentadas na figura. Falaremos mais sobre três desses tipos textuais, por serem os mais recorrentes no âmbito educacional, a fim de proporcionar maior facilidade na identificação dos mesmos e também aprimorar a perícia em decodificá-los enquanto interlocutores. 1.2.1 A Narrativa O tipo textual narrativo propõe uma construção que desencadeia uma sequência de fatos a partir da perspectiva da(s) personagem(ns). Conforme a Fig.2 nos indica, essa continuidade de ocorrências se dá, basicamente, pela ordenação de situações iniciais, mediais e finais. Normalmente, haverá uma circunstância de conflito que atingirá seu clímax no momento de maior contratempo e o seguimento para a situação final. Medeiros e Tomasi detalham: Na sequência narrativa, temos uma sucessão de eventos: um evento ou fato é consequência de outro evento, constituindo seu elemento principal a delimitação do tempo. Observamos ainda na narrativa uma unidade temática: a ação narrada precisa apresentar um caráter de unidade; daí privilegiar um sujeito agente; embora possam ser muitas as personagens, haverá uma que será a principal. (MEDEIROS; TOMASI, 2017, p. 58) 16 A sucessão de eventos pode acontecer em ordem cronológica e/ou psicológica e será apoiada em evidências importantes relacionadas às ações das personagens do relato. Outras características também são indicadas pelos autores como, por exemplo, a presença de personagem antropomorfa, evidências de um juízo de valor ou moral no decorrer ou ao final da narrativa inferida pelo leitor e o traço de verossimilhança. 1.2.2 A Descritiva As sequências descritivas, como depreendemos pela sua nomenclatura, servem para expor de modo minuciado, pormenorizado e detalhado um acontecimento ou evento, seres inanimados e animados, fenômenos e tudo mais que possa receber atribuições em especificidade. Lemos em Medeiros e Tomasi: Em geral, a sequência descritiva ocupa-se apenas de parte de um todo; selecionamos o que queremos transmitir ao leitor ou ao ouvinte, o que de certa forma já implica ausência de neutralidade. Preocupa-nos designar o que queremos informar, nomeando os objetos ou pessoas; em seguida, definimos objetos e pessoas para que o interlocutor tenha ideia precisa da extensão dos enunciados, dos atributos essenciais e específicos do objeto da descrição; finalmente, esse tipo de texto vale-se da individuação, necessária para tornar singular o objeto do enunciado; é essa individuação que especifica, distingue, particulariza. (MEDEIROS; TOMASI, 2017, p. 66) Ao indicar que “a sequência descritiva ocupa-se apenas de parte de um todo”, os autores retomam uma consideração importante: normalmente, a descrição será o excerto de uma totalidade, podendo contribuir para o objetivo da 17 apresentação singularizada em sequências como, por exemplo, a narrativa. É assim no caso de gêneros textuais que apelam para o caráter distintivo mais recorrentemente, como os Relatos, Biografias e Diário. Como dito, a composição descritiva, “especifica, distingue, particulariza”; de modo ser impossível construir essas pertenças com total ausência de juízo de valor. É certo que algumas características, sendo próprias daquilo/daquele que está sendo categorizado, serão tomadas e reconhecidas por toda e qualquer pessoa a descrevê-las. No entanto, outras considerações acabam por indicar a avaliação pessoal do locutor, tendo em conta sua experiência e ponto de vista. Veja um exemplo: Clarice Lispector nasceu na aldeia de Tchetchelnik, na Ucrânia, no dia 10 de dezembro de 1920. Era filha de Pinkouss e Mania Lispector, casal de origem judaica que fugiu de seu país diante da perseguição aos judeus durante a Guerra Civil Russa. Ao chegarem ao Brasil, fixaram residência em Maceió, Alagoas. [...] Clarice tinha apenas dois meses de idade. Por iniciativa de seu pai, todos mudaram o nome. Nascida Haya Pinkhasovna Lispector, passou a se chamar Clarice. Depois, a família mudou-se para a cidade do Recife [...]. Aprendeu a ler e escrever e logo começou a escrever pequenos contos. Foi aluna grupo escolar João Barbalho, onde fez o curso primário. Estudou inglês e francês e cresceu ouvindo o idioma dos seus pais o iídiche. Ingressou no Ginásio Pernambucano, o melhor colégio público da cidade. (FRAZÃO, 2021, online) No caso de textos biográficos, detalhamentos são feitos ao longo da sequência e indicam descrições tanto factuais, como o nome, local de nascimento e eventos da vida de uma pessoa, como também descrições baseadas nos critérios do emissor da mensagem. Note que a autora da biografia de Clarice Lispector traz minúcias isentas de julgamento, mas quando indica que a literata, ainda criança “ingress[a] no Ginásio Pernambucano, o melhor colégio público da cidade”, atribui uma particularidade ao colégio que lhe é própria. Qual(is) razão(ões) justifica(m) considerar o Ginásio Pernambucano o melhor colégio público da cidade? É uma demanda absoluta? Evidente que não. Assim, mesmo que não propriamente concebido pela autora do texto, percebemos uma demanda de contribuição avaliativa e crítica. 18 Haverá sequências descritivas com maior ou menor grau de parecer pessoal, assim como também haverá mais ou menos trechos descritivos em um discurso, a depender do seu gênero textual e intenção comunicativa. 1.2.3 O dissertativo-argumentativo No âmbito pedagógico, especialmente no percurso educacional dos anos finais da educação básica, a sequência textual dissertativa-argumentativa é uma das mais executadas e avaliadas, dada a necessidade e intento de despertar a leitura e escrita crítica do aluno, bem como sua capacidade de enunciar, objetar e arrazoar. Na obra de Medeiros e Tomasi, a enunciação argumentativa é referenciada e, em seguida, há a consideração do tipo explicativo/expositivo, que também pode ser chamado dissertativo. Esse último tem por propósito dar ao interlocutor informações suficientes para que conheça o objeto de apresentação ofertado pelo remetente do discurso. É uma sequência que se distingue da descritiva, pois a descrição apresenta detalhamentos de um referente conhecido ou familiar ao interlocutor, enquanto que a sequência expositiva ou dissertativa irá discorrer sobre um objeto do discurso não familiar, de difícil compreensão para o destinatário. Por isso, apresentará a exposição a partir de uma problematização constatada e de indicações de resoluções até a conclusão ou avaliação final. Já a sequência argumentativa pode ser concomitante à dissertativa quando no caso de assim ser solicitado. O texto argumentativo: [...] dispõe de longa tradição. Já a retórica clássica tratava dela. A sequência argumentativa preocupa-se em explicar, analisar, classificar, avaliar a realidade do mundo. É o tipo de sequência predominante nos discursos científicos, filosóficos, nos editoriais jornalísticos. A argumentação está sempre presente em qualquer que seja o tipo de texto: há uma voz que se estabelece em contato com outra, manifestando um ponto de vista, buscando a adesão do interlocutor ou de um auditório às teses defendidas. Todavia, se em qualquer texto podemos detectar uma argumentação, um juízo sobre as coisas do mundo, “é só a sequência argumentativa que terá 19 a estrutura constitutiva do raciocínio” (WACHOWICZ, 2010, p. 95). (MEDEIROS; TOMASI, 2017, p.75) As teses argumentativas terão, portanto, o objetivo de “busca[r] a adesão do interlocutor ou de um auditório às teses defendidas”. Na necessidade de não apenas apresentar um referente circunstancial, a argumentação quer convencer. Por isso, utiliza de recursos como premissas, defesa de ponto de vista, exemplificação para embasamento do discurso, contra-argumentação de construções antagônicas, propostas de intervenção e/ou sugestões de adesão ao ato enunciativo, etc. Logo, mesmo que inicialmente o receptor tenha pensamento distinto daquele promovido pelo remetente, o objetivo desse último é estabelecer, através da argumentação, a conclusão que deseja alcançar. Necessário ressaltar que características de escrita serão especialmente aqui relevantes, pois a argumentação efetiva necessita de textos convincentes, coerentes e coesos. Para tanto, a pessoalidade deve ser evitada, a fim de identificar construções comuns ao coletivo, e não ao indivíduo. A sequencialidade lógica e macroestrutural é fator expressivo para uma escrita dissertativa- argumentativa com bom encadeamento. A escrita à base da norma culta padrão da língua também contribui para uma compreensão mais ampla das informações e dá peso de confiabilidade à explanação. Os tipos de sequências textuais não se esgotam por aqui. Analisamos três das 20 principais estruturas discursivas a fim de elucidar sua finalidade e estrutura e fazê-los perceber a necessidade do alto grau de compreensão léxico-gramatical e de maturidade linguística necessário para produção de discursos considerados competentes. A competência comunicativa está muito além de uma boa construção sintática. Ela envolve alcançar uma produção que, ao chegar ao destinatário, valide o intento do locutor por ser decodificada conforme seu objetivo. TIPOS TEXTUAIS NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA COMO L2 PARA SURDOS A competência comunicativa parte dos princípios já analisados nos tópicos anteriores. Ela se dá a partir da materialidade da linguagem em forma de discurso linguístico em suas distintas formas. Para tanto, é imprescindível que as formas básicas de comunicação e efetivação textuais sejam conhecidas e reconhecidas pelos falantes da comunidade linguística. Sabendo que a língua é uma atividade social, a verbalização só poderá acontecer através de construções de sequências textuais padronizadas com as regras léxico-gramaticais próprias a essa comunidade. Nessa perspectiva de letramento e produção de sentido, lemos em Salviano (2014): [...] cabe à escola a função de promover aprendizado de leitura e escrita de modo que permita aos seus alunos interação plena com a sociedade em todas as suas facetas formais ou informais. Como ter habilidade em fazer isso com o aluno padrão, isto é, com o aluno que faz parte do grupo base da sociedade, tem sido amplamente discutido nas Faculdades de Educação em todo o Brasil através de disciplinas, projetos, trabalhos, livros, etc. Mas como conseguir a mesma habilidade com um grupo minoritário que também faz parte dos assentos das escolas? Como conseguir essa habilidade com alunos surdos que têm uma visão de mundo absolutamente diferente da nossa, como ouvintes? E caso trabalhe com uma turma de escola inclusiva, ou seja, com alunos surdos e ouvintes, como caminhar de modo a promover a mesma competência para ambos os grupos? [...] E como fazer isso de um modo que privilegie a visão, já que é por esse sentido que os surdos captam as informações e o mundo externo? (SALVIANO, 2014, p.59) 21 As funcionalidades e as classificações de sequências e gêneros textuais da Língua Portuguesa são as mesmas para todo corpo social que partilha dessa língua e cultura. Logo, qualquer indivíduo que recebe e perpassa informações em LP e que possui plena ou certa medida de civilidade a partir de enunciações produzidas ou decodificadas nessa língua deve ter a competência linguística necessária para desenvolver habilidade suficiente em tal perspectiva, estando, então, capaz de firmar um percurso educacional adequado, além de habilitar-se para o exercício da sua cidadania. A competência será aprimorada no ambiente escolar, responsável por desenvolver consciência regulamentadora da inata faculdade da linguagem e da L1 já adquirida. Sendo a escola mediadora na construção de sentido, deverá propiciar compreensão e refinamento de competência linguística e, portanto, reconhecimento e produção apta dos tipos textuais, a todo público que atenda; inclusive à comunidade surda. Por que haverá distinção de metodologias para surdos e ouvintes, quando na busca por um objetivo linguístico semelhante? A resposta está, basicamente, na 22 modalidade de captação e expressão desses dois grupos. Figura 2: A verbalização em línguas de distintas modalidades Fonte: BRASIL, 2009, p.19 Perceba a enunciação comunicativa trazida na Fig.3. Temos ali, verbalizações em Libras e em Língua Portuguesa. Para os partícipes do diálogo em língua de sinais, notamos que duas variantes são necessárias para entender e para se fazer entender: a visão e o espaço. É através da visão que há captação do que está sendo dito e é no espaço que tal manifestação acontece. Por isso, a Libras e as outras tantas línguas de sinais são denominadas línguas espaço-visuais. Já o discurso em LP que está sendo transmitido pelo canal televisivo não depende da visão do interlocutor ouvinte para ser compreendido. Mesmo estando de costas para o remetente da mensagem ou fora do seu campo visual, é possível captar e decodificar a mensagem pelo canal auditivo. E, para produzir uma mensagem, usa-se o aparelho fonoarticulatório. Consequentemente, a Língua Portuguesa pode ser classificada oral-auditiva; pois suas variantes de produção e decodificação são, respectivamente, a articulação oral e o sistema auditivo. Essa diferença de modalidade aporta aos indivíduos surdos e ouvintes distinções no modo de ver o mundo, de se apropriar dos conceitos, de relativizar, de ser alfabetizado e, de um modo geral, de aprender. Não há, quando se tratando apenas da falta da audição, imputamento de 23 perdas cognitivas para o surdo. O que temos, no seu caso, é simplesmente uma diferença comunicativa modal que demanda metodologias próprias à sua especificidade linguística, como, por exemplo, o estabelecimento de uma relação ensino-aprendizagem a partir de ferramentas visuais e que não se primem exclusivamente pelos fonemas sonoros. Reconhecendo uma forma de aprendizado particular dos surdos, a legislação brasileira reconhece, através da Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, regulamentada pelo Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, a Libras como meio oficial de comunicação da pessoa surda. Tal feito determina consequências importantes no processo educacional do surdo, incluindo sua relação com textos de línguas orais. Sendo o meio de expressão da comunidade surda, a Libras deve ser encarada como sua L1 e, então, como meio de instrução dessa comunidade. Toda pessoa surda deve receber a educação básica por meio da língua de sinais. Consequentemente, o Português será uma L2, ou seja, uma língua estrangeira.Destarte, não é possível e nem expectável que um aprendiz de L2 tenha proficiência e aproveitamento absolutamente semelhante à de um nativo no desenvolvimento da competência comunicativa. Tanto mais se a comparação entre esses aprendizes está para línguas de modalidades distintas. Não é realista supor que uma pessoa privada do pleno sentido da audição reconheça características de uma língua que estão alicerçadas em sistemas sonoros – justamente o que não é capaz de alcançar. Levando isso em consideração, as regências legislativas e documentos oficiais no âmbito educacional promovem metodologias funcionais e efetivas para que o processo educacional do surdo se dê com o melhor acesso à competência comunicativa em uma perspectiva bilíngue que lhe caiba. 24 Considerando os aspectos mencionados, trabalhar as sequências textuais com surdos a fim de lhes desenvolver a competência comunicativa deverá, necessariamente, perpassar pela sua L1 como ferramenta de instrução e pelo aprendizado do Português na modalidade escrita como L2. [...] levando em conta a importância da L1 na aprendizagem do Português como L2 na modalidade escrita por surdos, Fernandes (2006) comenta que, se houver uma base linguística assegurada pelo acesso à Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como L1, substituindo a oralidade em conteúdo e função simbólica, o surdo conseguirá aprender a escrita do Português. Isso porque, como aponta Fernandes (2006), as palavras são processadas como um todo quando são percebidas pelo surdo, sendo reconhecidas em sua forma ortográfica e ligadas a uma significação. A partir desse processo cognitivo, os surdos podem aprender estruturas linguísticas sem conhecer seus sons. No entanto, se não houver sentido, não haverá leitura por parte do aprendiz, pois ler não é apenas memorizar palavras isoladas, e sim compreender e negociar sentidos na interação com o texto. (TEIXEIRA, 2017, online) Somente apoiado na aquisição de sua língua natural, o surdo poderá processar as formas textuais, produzi-las e decodificá-las com domínio de proficiência em sua própria língua e com suficiente conhecimento na L2, isto é, a língua oral. Os benefícios de uma metodologia que respeita as especificidades linguísticas da comunidade os permite alcançar, ainda, habilidades cognitivas diversas, engajamento no processo pedagógico, criticidade social, autonomia léxico-gramatical, etc. Teixeira sugere propostas eficazes nesse sentido: Fernandes (2006) destaca também a importância de materiais ricos em imagens e ilustrações, pois eles permitem a contextualização visual do texto, a elaboração de hipóteses sobre os sentidos da escrita e a leitura das imagens, de modo que o aluno, a partir de seu conhecimento de mundo, poderá inferir possíveis efeitos de sentidos https://bit.ly/3FcAIHY 25 produzidos pelo texto. Após a seleção dos textos, Tomlinson (2003) sugere que sejam pensadas atividades que levem o aprendiz a experienciar o texto de diversas maneiras. Para que haja o desenvolvimento de um leitor crítico que vê o texto como objeto cultural, inserido em uma rede de relações sócio-históricas (Fernandes, 2006, p. 12), é preciso que seja propiciada a reflexão sobre os aspectos lexicais, gramaticais e funcionais do texto, que podem estar explícitos ou implícitos na organização textual. (TEIXEIRA, 2017, online) Uma construção de conhecimento através de elementos visuais e da Libras enquanto elemento de ensino figurará em competência comunicativa. Figura 3: Oferta de formação pedagógica em sala de aula com alunos surdos Fonte: https://bit.ly/3zY13p9. Acesso em: 30 jul 2021 O educador deverá proporcionar práticas pedagógicas que indiquem seu conhecimento sobre a forma de aprender do surdo. Quanto aos tipos textuais, é preciso que as práticas levem em consideração a relação leitura/escrita do surdo quanto à língua oral vigente no seu ambiente social. https://bit.ly/3zY13p9 26 FIXANDO CONTEÚDO 1. De acordo com os conceitos analisados na Unidade, o que é a competência comunicativa? a) O domínio das variações linguísticas. Uma comunidade linguística é formada por indivíduos com diferentes níveis de competência lexical. De modo que conhecer as variações utilizadas nessa comunidade nos permite alcançar competência comunicativa com todos os partícipes. b) Estabelecimento de habilidades que excedem a compreensão dos domínios gramaticais e/ou sintáticos e alcançam conhecimentos extralinguísticos, como noções socioculturais, possibilitando domínio da mensagem por parte do locutor e plena compreensão por parte do interlocutor. c) Possuir um rol vocabular considerável e significativo. Esse conhecimento será essencial tanto para produzir textos compreensíveis como para reconhecer os textos de outrem. d) A habilidade de produzir sentenças de acordo com a norma culta padrão, de modo a auxiliar o remetente da mensagem na sua compreensão global. e) O domínio cultural do corpo social utilitário de dada língua, pois, como a língua é também formada pela cultura, só se terá competência linguística através do uso das ferramentas culturais. 2. ITAME/2020 – adaptada - Leia o texto para responder à questão: Dom Quixote (Miguel de Cervantes) Há aproximadamente quatrocentos anos, na aldeia de La Mancha, na Espanha, vivia um fidalgo de poucas posses materiais, mas muitos livros, e que adorava experimentar os desafios da vida e cujo passatempo era ler contos e mais contos de cavalaria. Era este nobre senhor alto, magro, de cinquenta e poucos anos, queixo pontiagudo, cabelo grisalho desgrenhado e certo ar de loucura no olhar. De sobrenome Quixada ou Quesada, embora não rico, era muito conhecido pelos lavradores e tinha fala de boa pessoa entre os moradores da comunidade em que vivia. [...] 27 O trecho acima possui uma sequência narrativa, no entanto, também se caracteriza como: a) argumentativo. b) expositivo. c) descritivo. d) injuntivo. e) dialogal. 3. VUNESP/2020 - Leia a tira para responder à questão. Fonte:https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/questoes/8d244b2e-ee O efeito de sentido da tira é construído a partir da atribuição, pelos personagens, de significados diversos à seguinte palavra ou expressão: a) sua tia. b) decorar. c) toda a nossa casa. d) já acho difícil. e) tabuada de dois. 4. No que diz respeito ao uso de tipos textuais no ensino de Língua Portuguesa, a distinção metodológica no ensino de surdos e ouvintes se dará, dentre outros motivos, por: a) As funcionalidades e as classificações de sequências e gêneros textuais da Língua Portuguesa serem diferentes para a comunidade surda e para a 28 comunidade ouvinte. b) Não existir componentes fonêmicos e fonológicos nas línguas de sinais. c) Os surdos possuírem déficit linguístico relacionado à estrutura de uma língua oral, não podendo, portanto, ser alfabetizado em Português. d) Serem as línguas de sinais de modalidade espaço-visual, pois a produção dos componentes linguísticos acontece no espaço físico mediada pelas mãos e é captada pelos olhos. e) Não haver coincidência léxico-gramatical entre a Libras e a Língua Portuguesa. Dessa maneira, a competência comunicativa dependerá de reconhecer estruturas linguísticas distintas. 5. De acordo com os conceitos de elaboração e decodificação, relacione a primeira coluna com a segunda. Qual das duas ações as personagens mencionadas realizam em cada situação apresentada? ( 1 ) Elaboração ( 2 ) Decodificação ( ) Olavo estuda para a prova de Biologia sublinhando as ideias principais dos resumos enviados pela professora. ( ) Lurdinha escreve um cartão de agradecimento pelos presentes recebidos em seu aniversário. ( ) Ana envia uma mensagem de texto produzida apenas com emojis e imagens por meio de um aplicativo do seu celular. ( ) Malthus escolhe o jantar no menu do restaurante. ( ) Beto analisa a bula do remédio que tomará pelos próximos sete dias. A sequência correta é: a) 1 – 1 – 2 – 2 – 2 b) 2 – 1 – 2 – 1 – 1 c) 1 – 2 – 2 – 1 – 1 29 d) 2 – 2 – 1 – 1 – 1 e) 2 – 1 – 1 – 2 – 2 6. A legislação brasileira já determina a Libras como meio de comunicação e expressão da pessoa surda pelo estabelecimento da Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, regulamentada pelo Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Dentre as consequências dessa determinação, no que diz respeito ao processo de ensino e aprendizagem da comunidade surda, são verdadeiras as alternativas: I. Considerar a Libras como L1 da comunidade surda. II. Considerar a Libras como meio de instrução no processo educacional da comunidade surda. III. Considerar a Libras como substituta da língua oral, isto é, o Português. a) I. b) I, II. c) II. d) II, III. e) Todas as alternativas. 7. FUNCAB/2015 - adaptada - Ensinar aos alunos com surdez, assim como aos demais alunos, a produzir textos em português objetiva torná-los competentes em seus discursos, oferecendo-lhes oportunidades de interagir nas práticas da língua oficial e de transformar-se em sujeitos de saber e poder com criatividade e arte. Para que essa aprendizagem ocorra, a educação escolar deve apresentar aos alunos com surdez a diversidade textual circulante em nossas(os): a) práticas sociais. b) ritos de passagem. c) produções literárias. d) práticas culturais. e) práticas bilíngues. 30 8. SETA/2018 - Observe o extrato de texto abaixo e responda o que se pede: “Faz um domingo frio e ensolarado em Porto Alegre. O céu muito azul, depois de dias de chuva, é um convite a sair de casa. O Parque da Redenção, o mais popular da capital gaúcha, está lotado. Jovens casais conduzem carrinhos de bebês. Idosos tomam sol ou leem jornal. Atletas domingueiros passam com o fôlego curto. Jovens andam de bicicletas ou sentam-se em grupos animados sobre o gramado. (...)” O trecho acima tem como ideia central: a) os jovens conversarem em grupo; b) os carrinhos de bebê que circulam pelo parque; c) as condições do tempo que propiciam distrações ao ar livre; d) a popularidade dos parques de Porto Alegre; e) o fôlego dos atletas de fim de semana. 31 LIBRAS EM FOCO I PRONOMES PESSOAIS Os pronomes pessoais são aquelas palavras que servem para se referir a outra da classe dos substantivos. Normalmente, os pronomes acompanham ou substituem nomes na medida que primam pela coesão e coerência textuais, evitando, por exemplo, as repetições. Aqui, trataremos dos pronomes pessoais do caso reto; aqueles que, via de regra, exercem função de sujeito. Os pronomes pessoais vão referir-se às três possíveis pessoas do discurso, seja no contexto singular ou plural. Veja dois exemplos: Como podemos notar, a substituição dos substantivos Álvaro e aulas por pronomes pessoais mantém o sentido e torna as orações melhor compreensíveis na medida que recuperam o agente do enunciado sem repetições desnecessárias. UNIDADE 02 32 São pronomes pessoais do caso reto: Pessoas verbais Português 1ª pessoa do singular eu 2ª pessoa do singular tu – você 3ª pessoa do singular ele – ela 1ª pessoa do plural nós 2ª pessoa do plural vós – vocês 3ª pessoa do plural eles – elas Por ser uma língua espaço-visual e, também, por ter um recorrente processo de formação de palavras a partir do critério de iconicidade, a elaboração de 33 algumas lexias em Libras pode variar, especialmente quando se trata de determinar referentes. Em Língua Portuguesa, o processo de detalhamento da pessoa verbal também pode acontecer, quando, por exemplo, inserimos nele informações de cunho demonstrativo, direcional e/ou qualitativo. Em Libras, porém, essas informações são simultâneas ao discurso, pois são identificadas ao interlocutor em um único sinal que comporta a apresentação do pronome pessoal bem como algum detalhamento ao seu respeito. Analisaremos os casos específicos na apresentação dos pronomes pessoais em Libras. Os pronomes eu (1ª pessoa do singular) e tu/você (2ª pessoa do singular) são identificados pelo apontamento. Para identificar a pessoa eu, há o apontamento, com o indicador, para o próprio enunciador. Para distinguir a pessoa tu/você haverá o apontamento, também com o dedo indicador, para o interlocutor, ou seja, para a pessoa com quem se fala. Nessa perspectiva, é essencial considerar o direcionamento. O apontamento será orientado para o local onde o interlocutor está posicionado. 34 Em Libras, o pronome referente à 3ª pessoa do singular (ele/ela) também será efetivado a partir do apontamento. Mas, diferentemente do que acontece nas pessoas tu/você, o apontamento será para um ponto distinto daquele em que estão locutor e interlocutor. É uma atribuição física de um espaço convencionado que contempla uma terceira pessoa, alheia à conversa naquele momento. Nesse espaço determinado para ele/ela, sempre que a mesma pessoa for mencionada será referida nessa localidade escolhida. Ainda, é importante indicar que a variação de gênero para tal pessoa não acontece da mesma forma como se dá em Língua Portuguesa. Em Português, a formação da palavra masculina ou feminina passa pelo processo de sufixação; ou seja, o radical da lexia acrescido do sufixo próprio ao gênero (EL+E ou EL+A). Em Libras, há dois fatores a serem considerados. O primeiro é que a variação de gênero não necessariamente acontecerá em todas as enunciações. É possível que apenas a sinalização do apontamento mantenha o discurso pleno de sentido. O segundo fator é que, quando tal indicação for apresentada, acontecerá pelo processo prefixal: prefixo marcador de gênero (masculino/feminino) + radical da palavra (apontamento). 35 Como dissemos, em Libras, a própria forma de enunciação do pronome poderá apresentar detalhamentos do referente. É especialmente o caso das pessoas verbais do plural. Essa, ao lado, é a forma comum do pronome nós (1ª pessoa do plural). Todavia, dependendo do contexto, podemos apropriar à sinalização desse pronome as especificidades da contextualização própria ao referente. Veja, abaixo, as possibilidades de sinalizações como nós dois, nós três e nós quatro. Note que, no primeiro, temos uma alusão específica aos dois referentes do emissor da mensagem e, nos outros casos, temos semelhança de movimento do sinal primário com modificação da configuração de mão que recupera o número de referentes. 36 Mesmas considerações podem ser feitas para o pronome vós/vocês (2ª pessoa do plural). Temos a forma primária que indica no espaço neutro os elementos partícipes dessa pessoa verbal através de um apontamento com movimento alongado. Contudo, podemos estender o agente ao contexto quando houver particularidades e acrescentar tais distinções no próprio sinal, como no caso de vocês dois, vocês três, etc. Para a 3ª pessoa do plural eles/elas haverá também a possibilidade de agregar ao sinal primitivo características da circunstância comunicativa. Perceba: o apontamento referente às pessoas referenciadas alheias àquele discurso acontece posicionando-as em um local distinto daquele em que o remetente da mensagem e o seu destinatário estão. Note que o olhar do enunciador está direcionado ao seu interlocutor, enquanto que sua indicação com as mãos está em outro ponto físico do espaço discursivo. É possível agregar nesse sinal indicações peculiares da pessoa verbal eles/elas, como em eles dois, eles três, etc. 37 A construção das referências às pessoas do discurso pode ser explícita ou implícita: Na construção de uma frase em Libras, é possível a omissão do sujeito. Isso acontece nos casos em que o(s) locutor(es) e o(s) interlocutor(es) do discurso reconhecem o contexto e já compreendem sobre quem a enunciação está se referindo ou quando esse sujeito já foi anteriormente citado, sendo desnecessária sua repetição. (PAULA, 2020, p.62) Portanto, caberá ao produtor do texto optar por indicar os pronomes pessoais de maneira manifesta ou subentendida. Cada realidade e situação comunicacional é que lhe permitirá determinar as melhores circunstâncias para essa escolha. PRONOMES POSSESSIVOS Os pronomes possessivos levam em consideração os pronomes pessoais para estabelecer a eles uma relação de posse com algo ou alguém. Assim, ele indica a qual pessoa verbal o elemento referente é designado. Os pronomes possessivos vão concordar com o possuidor em alguma(s) da(s) três possíveis pessoas do discurso, seja no contexto singular ou plural. Nas variações 38 de gênero e número, eles concordam com o que é possuído. Veja exemplos: São pronomes possessivos: Pessoas verbais Português 1ª pessoa do singular meu(s); minha(s) 2ª pessoa do singular teu(s); tua(s) 3ª pessoa do singular seu(s); sua(s) dele; dela 1ª pessoa do plural nosso(s); nossa(s) 2ª pessoa do plural vosso(s); vossa(s) de vocês 3ª pessoa do plural seu(s); sua(s) deles; delas Em Libras, os pronomes possessivos terão a concordância em pessoa, e não em gênero e/ou ao referente possuído. Por exemplo, retomemos as sentenças anteriormente analisadas: A menção do pronome em ambos os casos se refere a algo possuído por Álvaro, a saber, a casa ou o sítio. De modo que a pessoa possuidora desses elementos é a mesma: Álvaro = ele (3ª pessoa do singular). Portanto, ao enunciar as duas frases em Libras, o pronome possessivo será o 39 mesmo; já que ele concorda com o possuidor, e não com o objeto possuído. Logo, seja esse referente possuído de gênero masculino ou feminino e/ou de número singular ou plural, isso não será levado em conta na construção do texto na língua de sinais, diferentemente de como acontece em Língua Portuguesa. O pronome meu (referente a algo possuído pela 1ª pessoa do singular) é realizado colocando a palma da mão aberta no peito. Em algumas obras didáticas, também é possível encontrar a forma variante com a CM de P no peito. Os pronomes teu (referente a algo possuído pela 2ª pessoa do singular) e seu (referente a algo possuído pela 3ª pessoa do singular) possuem a mesma configuração de mão e movimento. No primeiro caso, o ponto de articulação e a orientação da palma estarão voltados para o interlocutor, enquanto que no segundo caso esses parâmetros serão estabelecidos em direção àquela pessoa alheia ao discurso. Note que a expressão não manual também coincide com essa variação: quando se menciona teu, o olhar está para o interlocutor direto. Quando se menciona seu, o olhar recai sobre a terceira pessoa, normalmente estabelecida ao lado do remetente da mensagem. Para as pessoas do plural, teremos uma coincidência lexical com o pronome nosso (referente a algo possuído pela 1ª pessoa). Ele será semelhante à forma do 40 pronome pessoal nós. Os pronomes possessivos vosso (referente a algo possuído pela 2ª pessoa do plural) e seu(s) (referente a algo possuído pela 3ª pessoa do plural) terão a mesma forma dessas pessoas verbais do singular (teu e seu(s)). Porém, para o plural, o movimento será mais alongado, estendendo-se no espaço neutro quando da sinalização. É importante indicar que, assim como acontece em Português, em Libras, há, ainda a possibilidade de indicar uma sentença com ideia de posse a partir de uma construção em locução. Veja: É importante indicar que, assim como acontece em Português, em Libras, há, ainda a possibilidade de indicar uma sentença com ideia de posse a partir de uma construção em locução. Veja: O uso do sinal pertencer/próprio também favorece a construção de 41 discursos que aportam o sentido de propriedade/posse. FAMÍLIA Reconhecer as lexias referentes aos graus de parentesco é um recurso fundamental pois, considerando o âmbito familiar o núcleo primário do cidadão, é ali que as primeiras referenciações são identificadas, compreendidas e reproduzidas. Mesmo na aquisição de uma L2, as associações familiares podem ser as primeiras a acontecer. Ao conhecer a árvore genealógica de parte da família real brasileira, identificaremos os sinais referentes aos graus de parentesco. 42 Figura 4: A família real brasileira 43 Fonte: https://bit.ly/3iqPJMt. Acesso em: 07 ago 2021 Observe que: Dom Pedro IV é marido do primeiro casamento de Dona Maria Leopoldina, pai de Dom Pedro II e sogro de D. Teresa Cristina de Bourbon. Dona Maria Leopoldina é esposa de Dom Pedro IV, mãe de Dom Pedro II e sogra de D. Teresa Cristina de Bourbon. Dom Pedro II é filho de Dom Pedro IV e de Dona Maria Leopoldina, irmão de D. Francisca e cunhado de D. Francisco de Orléans. Dom Pedro IV é neto de Dom Pedro III e sobrinho de Dom José. Dona Maria Clementina é tia de D. Pedro IV. Se ela tivesse um filho, ele seria primo de D. Pedro IV. https://bit.ly/3iqPJMt 44 Vamos considerar o vocabulário em Libras para as lexias de família. Figura 5: Sinal da lexia “família” Fonte: https://bit.ly/3ikFQ2I. Acesso em: 08 ago. 2021 No caso da variação de gênero dos substantivos, basta adicionamos à lexia base o prefixo próprio ao masculino e/ou feminino que são, respectivamente: Assim, a produção de palavras representativas do mesmo grau de parentesco, porém com variação do gênero, terá apenas o prefixo distinto, https://bit.ly/3ikFQ2I https://bit.ly/3opcfZZ https://bit.ly/3mfrQsn 45 obedecendo a seguinte estrutura: [prefixo de gênero] + [raiz da palavra]. Tomemos por exemplo as palavras marido e esposa. Ambas referem-se aos cônjuges, de modo que terão a mesma raiz, por se tratar de mesma relação de parentesco. Para identificar se estou tratando do cônjuge masculino (marido) ou do feminino (esposa), acrescentamos o prefixo desse referente. A raiz de cônjuge será: De modo que, então, teremos: Dessa forma ocorrerá a indicação de gênero para todos os outros substantivos que nomeiam a classe familiar, quais sejam as seguintes raízes das palavras referentes a: 46 47 No âmbito familiar, também é usual o vocabulário referente à condição civil, quais sejam: 48 APLICAÇÃO PRÁTICA Com os conhecimentos adquiridos no livro Libras I e com as novas compreensões dadas até aqui, vamos realizar algumas aplicações práticas para ampliar nossos conhecimentos. 2.4.1 Atividade 1 Retorne à árvore genealógica da família real brasileira colocada no subtítulo 2.3 desta unidade. Com base na análise da figura, determine quais são as relações familiares entre: • D. Pedro III e D. Maria Francisca Benedita; • D. Ana de Jesus Maria e D. Antonio Pio; • D. Amelia de Beauharnais e D. Maria Amelia; • D. Maria Amelia e D. Januária. 2.4.2 Atividade 2 Assista à vídeo aula produzida pela TV INES no link abaixo: Link: https://bit.ly/3uvI587. Identifique no texto: Os sinais reconhecidos por você e, portanto, já aprendidos; Sinais novos, porém do mesmo campo semântico tratado nesta unidade; Classificadores utilizados junto aos sinais para elucidar o discurso; Estruturação das sentenças; de modo a reconhecer como as construções em Libras são independentes da gramática da Língua Portuguesa e, a partir dessa constatação, auxiliar você nas suas próprias organizações frasais a fim de rejeitar o Português sinalizado. Dica: uma boa maneira de se chegar a conclusões assertivas, conforme sugerido no último item, é transcrever a forma como o texto foi sinalizado em Libras. https://bit.ly/3uvI587 49 Isso permite que você tenha uma imagem visual de cada um dos elementos das orações e estabeleça critérios que te permitirão sinalizar com clareza e propriedade. 2.4.3 Atividade 3 Faça e apresente para a classe, para um grupo de colegas ou para o professor uma das duas possibilidades abaixo: • Sua árvore genealógica; • Uma árvore genealógica fictícia. Dê indicações sobre os principais membros da família. Veja um modelo: “Minha avó se chama Aurora. Ela tem 82 anos e mora na roça. Ela gosta de costurar, de...” Depois de apresentar seu texto, certifique-se de que as informações compreendidas pelos colegas e/ou pelo professor tenham sido as intencionadas por você. Aceite sugestões de adaptação de estruturação de sentenças e, caso seja necessário, refaça o texto para que fique ainda mais compreensível aos seus interlocutores. 50 2.4.4 Atividade 4 Conheça o filme A Família Bélier. Leia a sinopse do longa retirada do site https://bit.ly/3FjOiJF. Paula é uma adolescente francesa que enfrenta todas as questões comuns de sua idade: o primeiro amor, os problemas na escola, as brigas com os pais… Mas a sua família tem algo diferente: seu pai, sua mãe e o irmão são deficientes auditivos. É Paula quem administra a fazenda familiar e que traduz a linguagem de sinais nas conversas com os vizinhos. Um dia, através de seu professor, ela descobre ter o talento para o canto, podendo integrar uma escola prestigiosa em Paris. Mas como abandonar os pais e os irmãos? Antes de assistir ao filme, encontre no excerto acima duas colocações equivocadas no que diz respeito aos estudos das línguas de sinais, surdez e cultura surda. Como podemos solucioná-las no texto? • Agora, assista ao filme. • Faça uma resenha crítica dos aspectos relativos aos conteúdos já trabalhados levando em consideração o cotidiano da família Bélier. O que você pode perceber ali que corrobora ou apresenta-se em desacordo com os aspectos teóricos já estudados? Embora seja um roteiro fictício, é possível se lembrar das perspectivas sobre surdez e cultura surda já apresentadas no decorrer do seu curso e ponderar sobre isso tendo essa família como referência. • Prepare uma sinopse do filme em Libras. Na sua sinalização, identifique a relação de parentesco entre as personagens e algumas características de cada uma delas. https://bit.ly/3FjOiJF 51 FIXANDO CONTEÚDO 1. Prefeitura de São Roque do Canaã/2020 - No trecho "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas", o termo destacado é: a) Primeira pessoa do singular. b) Segunda pessoa do singular. c) Terceira pessoa do singular. d) Segunda pessoa do plural. e) Primeira pessoa do plural. 2. O detalhamento de informações quantitativas, como aspectos de unicidade, dual, trial, etc., pode ser incorporado a um sinal base na constituição: a) dos pronomes possessivos referentes às pessoas do singular. b) dos artigos possessivos referentes às pessoas do plural. c) dos pronomes pessoais referentes às pessoas do singular. d) dos pronomes pessoais referentes às pessoas do plural. e) de todos os pronomes. 3. Instituto AOCP/2015 – adaptada. Sobre as categorias gramaticais da Libras, é correto afirmar que: a) o classificador é uma forma que existe em número ilimitado em uma língua e estabelece um tipo de concordância. b) os pronomes pessoais não possuem um sistema pronominal para representar as pessoas do discurso. c) a incorporação de nomes e pronomes é muito frequente e invisível, devido às características espaciais e icônicas dos sinais. d) os pronomes são configurações de mãos que, relacionadas à pessoa, animal e objeto, não funcionam como marcadores de concordância. e) os pronomes possessivos, como os pessoais e os demonstrativos, não possuem marca para gênero e estão relacionados às pessoas do discurso e não ao objeto possuído. 52 4. A produção de sinais com prefixação referente à concordância de gênero se dá pelo processo: a) de composição. b) de classificação. c) de iconicidade. d) de arbitrariedade. e) de gramaticalização. 5. Os sinais abaixo significam, respectivamente: I) II) a) I) gênero feminino e II) tia b) I) mãe e II) sobrinha c) I) avó e II) neto d) I) pai e II) tio e) Nenhuma das alternativas. 6. Prefeitura de Itambaracá/2020 – adaptada - Leia o texto para responder a questão: E se a 2ª Guerra Mundial não tivesse acontecido? Sem a fundação da ONU e a invenção da bomba atômica para evitar a eclosão de um conflito entre potências, o mundo seria um lugar mais violento Por Fábio Marton Para que a 2ª Guerra não tivesse acontecido, bastaria uma traição. E nem seria a 53 primeira: embora França e Reino Unido fossem aliados da Tchecoslováquia no papel, não reagiram quando Hitler começou a ocupação do país, em 1938. O estopim do conflito veio só em setembro de 1939, quando as duas potências fizeram valer sua aliança com a Polônia e declararam guerra à Alemanha – mas não à União Soviética, que fechou com o Führer para invadir seu quinhão de território polonês pelo outro lado. Hitler não tinha muito interesse em avançar rumo ao Oeste: considerava os britânicos colegas arianos, possíveis aliados. E não faltavam fãs de Hitler entre os anglo-saxões: o parlamentar Edward Mosley, na Inglaterra, criou a União Nacional dos Fascistas e o herói nacional Charles Lindenberg, nos EUA, usou sua fama como primeiro aviador a cruzar o Atlântico para defender pautas de extrema direita. Ficaríamos, então, com uma guerra entre alemães e soviéticos em 1941, quando Hitler rasgou o acordo Molotov-Ribbentrop, de 1939, que permitiu a divisão da Polônia. Quem venceria? Na vida real, a URSS aniquilou a Alemanha pelo front leste e foi a principal responsável pela vitória aliada. A questão é que os soviéticos não teriam conseguido sozinhos. Eles tiveram acesso a material bélico americano e britânico e os nazistas perderam força quando foram obrigados a lutar em frentes múltiplas após a invasão da Itália, em 1943, e o Dia D, em 1944. Além disso, os japoneses deixaram os alemães em desvantagem sem querer quando dedicaram todas as suas atenções ao conflito contra os EUA no Pacífico em vez de invadir a URSS pela Sibéria. O ataque a Pearl Harbor é considerado pela maioria dos historiadores um erro estratégico crasso – ao contrário do que os líderes japoneses cogitaram, os EUA não pretendiam atacar o Japão. A opinião pública americana se opunha à guerra, e se oporia ainda mais caso França e Reino Unido tivessem permanecido neutros.[...] Disponível em: https://bit.ly/3B3NQwl. No quarto parágrafo, o pronome sublinhado retoma: a) os soviéticos. b) os alemães. c) os japoneses. https://bit.ly/3B3NQwl 54 d) os nazistas. e) os americanos. 7. Associe a primeira coluna com a segunda. ( 1 ) sinal referente à indicação do gênero masculino. ( 2 ) sinal referente ao verbo casar e também à raiz do substantivo referente ao cônjuge. ( 3 ) sinal referente ao substantivo bebê. ( 4 ) sinal referente ao substantivo mulher. ( ) Fonte: https://bit.ly/2Y8ScEp. ( ) Fonte: https://bit.ly/39Y1Z29. ( ) Fonte: https://bit.ly/3mkugWD. https://bit.ly/2Y8ScEp https://bit.ly/39Y1Z29 https://bit.ly/3mkugWD 55 ( ) Fonte: https://bit.ly/3B0rvzD. Será a resposta correta a seguinte sequência: a) 3 – 1 – 2 – 4 b) 2 – 4 – 3 – 1 c) 3 – 4 – 2 – 1 d) 1 – 2 – 4 – 3 e) 4 – 3 – 1 – 2 8. A tradução para a frase abaixo sinalizada é: a) Minha prima tem 20 anos de idade. b) Minha tia está com 29 anos de idade. c) Eu tenho uma tia com 26 anos de idade. d) Meu primo tem 20 anos de idade. e) Eu tenho um tio que tem 29 anos de idade. https://bit.ly/3B0rvzD 56 ESTUDO DO LÉXICO O LÉXICO DAS LÍNGUAS DE SINAIS (LS) O estudo do léxico data dos primórdios. Por isso, a definição de léxico é retratada por diversos autores, cada um indicando aspectos que lhes parecem mais pertinentes a considerar. Faremos, a seguir, um apanhado com algumas das reflexões acerca dessa conceitualização, a fim de elucidar o tema desta unidade. O léxico duma língua seria o conjunto das unidades submetidas às regras da gramática dessa língua, sendo a conjunção da gramática e do léxico necessária e suficiente à produção (codificação) ou à compreensão (descodificação) das frases duma língua. (REY- DEBOVE, 1984, p. 46) Rey-Debove (1984) especifica o léxico como a completude das unidades da língua que estão construídas de acordo com a norma culta daquele idioma. São essas unidades que constituirão as estruturas linguísticas e comunicativas da sociedade falante de tal língua. Basílio (2011) concorda que é através do léxico que a construção de enunciados se dá. Ela acrescenta, ainda, a função do léxico: designar e categorizar os elementos do mundo apontando-os ao âmbito da linguagem. O léxico é uma espécie de banco de dados previamente classificados, um depósito de elementos de designação, o qual fornece unidades básicas para a construção de enunciados. O léxico, portanto, categoriza as coisas sobre as quais queremos nos comunicar, fornecendo unidades de designação, as palavras, que utilizamos na construção de enunciados. (BASÍLIO, 2011, p. 9) Analisamos, abaixo, as palavras de Correia (2011) no que diz respeito à definição de léxico. Encontramos ali a menção coincidente de léxico como conjunto das palavras de uma língua. A autora nos indica que nesse conjunto estão tanto as novas unidades como as lexias arcaicas. Por último, temos o apontamento que os elementos gramaticais formadores de palavras também são considerados UNIDADE 03 57 parte do léxico. O léxico de uma língua é o conjunto virtual de todas as palavras de uma língua, isto é, o conjunto de todas as palavras da língua, as neológicas e as que caíram em desuso, as atestadas e aquelas que são possíveis tendo em conta as regras e os processos de construção de palavras. O léxico inclui, ainda, os elementos que usamos para construir novas palavras: prefixos, sufixos, radicais simples ou complexos. (CORREIA, 2011, p.227) Percebemos, portanto, na definição de léxico, o prevalecimento de conceitos comuns como, por exemplo, ser o conjunto de unidades da língua e o responsável pela construção de enunciados que possibilitam uma comunicação eficiente. Haensch et al. (1982) já indicavam unidade nas definições e também descreveram seu conceito de léxico como o conjunto das unidades formadoras do discurso, seja no âmbito individual ou no coletivo. Entre as diversas definições de 'léxico' existem pontos comuns, já que sempre se define ‘léxico’ como um conjunto de significantes verbais ou de signos [...] que estão acima do nível de distinção e que podem servir de partes componentes de proposições e textos. Para maior clareza da definição, decidiremos aqui pela solução que consiste em eliminar elementos linguísticos do conjunto de todos os elementos que pertençam à linguagem: se excluímos os grupos de fatores ‘conteúdo’ e 'situação de comunicação’ (fatores relevantes para o ato de comunicação), nós temos o conjunto de significantes. Se, além disso, dispensarmos todos os significantes não verbais, teremos o conjunto de significantes verbais. Além disso, excluiremos a distinção e as regras relativas à combinação de significantes. Após essa múltipla eliminação de elementos, temos como definição do léxico 'o conjunto de monemas e sinmonemas' do discurso individual, do discurso coletivo, do sistema linguístico individual ou do sistema lingüístico coletivo. (HAENSCH et al., 1982, p. 91. Tradução nossa) As definições de léxico deixam claro sua importância para as comunidades linguísticas. São as ciências do léxico que retratam e conduzem as estruturas linguísticas e comunicativas de uma sociedade. A análise e constituição dos enunciados de uma língua se dão através do léxico. Portanto, não existe comunicação sem léxico. Não existe comunidade linguística que não esteja embasada sobre as ciências do léxico. Voltar os estudos lexicais para o âmbito das línguas de sinais reforça-as como línguas legítimas e confirma que as ciências do léxico são válidas para qualquer 58 modalidade de língua: sejam as orais auditivas ou as visuais espaciais. Conforme definições já trazidas, podemos afirmar que há, nas línguas de sinais, legitimidade nos seus vocábulos e nos processos de formação de palavras. Na compreensão mais comum de léxico como sendo, não apenas as palavras que compõe o inventário de uma língua, mas também as regras gerais dessa língua que permitem a formação de novos itens, posicionamos o léxico da Libras nesta categoria. Os recursos para que o rol vocabular de uma língua continue a se renovar a partir do momento que seja necessária a criação de novas lexias são campo de estudo das ciências do léxico. Igualmente ao que acontece nas línguas orais, nas línguas de sinais as unidades lexicais compõem-se de morfemas que se unem na formação das palavras. Anteriormente a esse processo, no entanto, é preciso considerar a existência do fonema. Lemos a definição de fonema em Quadros e Karnopp (2004, p.18): “[fonemas] são segmentos usados para distinguir palavras quanto ao seu significado, através de traços distintivos.” Assim, a Fonologia, a partir dos fonemas, é explicativa e interpretativa no sentido de que “a análise fonológica busca o valor dos sons em uma língua, ou seja, sua função linguística (Massini-Cagliari e Cagliari, 2001, p.106).” (QUADROS; KARNOPP, 2004, p.18). Nesse sentido, baseando-nos nos estudos de Willian Stokoe, na década de 60, passamos a especificar as unidades mínimas, os fonemas, na formação de https://bit.ly/3mk7QEG 59 palavras das línguas de sinais. A Fonética e a Fonologia são áreas da Linguística que têm por finalidade pesquisar e descrever as unidades mínimas distintivas de significado nas quais as palavras e/ou enunciados de uma língua podem ser decompostas. A fonética descreve as propriedades articulatórias e perceptivas das unidades mínimas, ou seja, os aspectos físicos dos sinais. A fonologia determina a estrutura e a forma como essas mínimas partículas podem ser organizadas e combinadas. Assim, a partir dos parâmetros fonológicos da Libras, as relações lexicais são evidenciadas, por exemplo, pelos processos de formação de palavras. Tais relações descrevem o léxico real da Libras e definem seu léxico virtual. Conforme o trabalho de Nascimento (2009), o fundo lexical da Libras, isto é, os recursos linguísticos identificados nessa língua para construções e ampliação de seus vocábulos, inclui os parâmetros fonológicos, classificadores, empréstimos linguísticos, elementos prototípicos e morfemas-base. As regras abstratas relacionadas ao fundo lexical e que estão de acordo com a origem da língua são classificadas como léxicon. A LEXICOLOGIA DAS LS A partir de uma compreensão do objeto de estudo lexical, podemos aprofundar-nos nas suas ciências; isto é, nas disciplinas que contemplam o léxico de uma língua. Abbade (2011) é apenas uma dentre os inúmeros autores responsáveis por elucidar a temática das ciências do léxico. Ela determina: A lexicologia enquanto ciência do léxico estuda as suas diversas relações com os outros sistemas da língua, e, sobretudo as relações internas do próprio léxico. Essa ciência abrange diversos domínios como a formação de palavras, a etimologia, a criação e 60 importação de palavras, a estatística lexical, relacionando-se necessariamente com a fonologia, a morfologia, a sintaxe e em particular com a semântica. (ABBADE, 2011, p.1332) Como identificado na abordagem etimológica da palavra, a Lexicologia trata do estudo lexical em suas diversas perspectivas. A Lexicologia conceitua os elementos lexicais que servem como instrumentos para a Lexicografia e para a Terminologia. Por exemplo, é a Lexicologia que determina distinções definitórias fundamentais como a diferença entre palavra, vocábulo e lexia. É também a Lexicologia que identifica estudos estruturais do léxico a partir de fundamentos linguísticos e extralinguísticos. Assim o é para as línguas orais e também no caso das línguas espaço visuais. As considerações acerca do léxico das línguas de sinais e suas atribuições também estão para a Lexicologia. Os estudos de unidades lexicais, unidades polilexicais, fraseologismos, neologismos, arcaísmos, etc. perpassam por essa área de estudo e são de extrema importância dado que, como nos lembra Basílio (2011), ao reconhecermos a língua tanto como sistema de classificação como sistema de comunicação, podemos considerar o léxico diretamente relacionado a ambas as funções, já que é atuante como banco classificatório de elementos de designação e também possibilita construções comunicacionais. Tomemos como exemplo os aspectos relacionados à produção de neologismos em Libras. Sendo uma língua natural, a Libras adota todos os recursos de linguagem identificados nas línguas orais. Um deles é a capacidade (e necessidade) da formação de neologismos lexicais para melhor atender aos discursos pronunciados. Identificar o fator neológico e considerar suas especificidades é trabalho que nos permite tanto confirmar as línguas de sinais como língua genuína, como também compreender as suas demandas no âmbito da Lexicologia. 61 Como sistema dinâmico, o léxico é passível de extensão e dentre as estruturas que podem sofrer alteração estão os processos de formação de palavras_ também identificados e especificados, por exemplo, pela Morfologia. Daí a menção assertiva da autora Abbade (2011) trazida na introdução desta seção ao afirmar que a Lexicologia trabalhará, então, a partir de “suas diversas relações com os outros sistemas da língua.”. No caso das línguas de sinais, a Lexicologia também cumprirá sua função tal qual disciplina de identificação e estudo do léxico em consonância com outros domínios linguísticos e extralinguísticos tais quais a Morfologia, a Fonologia, a Semântica, etc. No que diz respeito à Morfologia, a Lexicologia poderá decodificar e descrever, como citamos anteriormente, as construções neológicas encontradas em circulação na comunidade surda, mas ainda não registradas em uma obra lexicográfica. São os estudos lexicológicos que nos permitem identificar aspectos como construções formais, semânticas e por empréstimo na elaboração e divulgação de uma nova lexia. Quanto à Fonologia, os cinco principais parâmetros fonológicos da Libras podem estar associados à Lexicologia quando da sua utilização em palavras consideradas pares mínimos, bem como nas homônimas. Por último, o critério semântico também está atrelado aos estudos do léxico, tendo em vista que, no reconhecimento da língua como sistema comunicativo, as performances linguísticas dependem de constituintes que estão para além dos gramaticais, como o contexto e a capacidade linguística do interlocutor. A fim de ser plenamente compreensível, a mensagem com sua carga https://bit.ly/3FawaS3 62 semântica intencionada deve estar elaborada a partir das convenções lexicais da comunidade linguística que compartilha dessa língua através da qual o discurso será construído. Isso se justifica pelo fato que o sistema lexical é plenamente eficiente para os usuários dessa língua, o que não é verdade absoluta quando falamos do sistema gramatical_ que tem sua eficiência relacionada a questões como grau de escolaridade, regionalidade, classe social, competência cognitiva, etc. Destarte, a identificação da Lexicologia e suas contribuições para o desenvolvimento da competência do falante é essencial na formação de qualquer indivíduo. É essa premissa que justifica surdos brasileiros continuarem a estudar a Libras e ouvintes continuarem a estudar o Português pelo menos durante os anos de formação escolar obrigatória. Todos nós, embora já conheçamos as convenções lexicais e, até certo ponto, as gramaticais próprias da nossa L1, precisamos aperfeiçoá-las tendo em vista a constituição dinâmica do léxico. Só poderemos continuar a produzir enunciados compreensíveis a todo tipo de interlocutor e a elucidar enunciados a nós direcionados se mantivermos em mente o caráter ativo do léxico e, portanto, o sustentarmos como fonte de consideração, mesmo depois de já sermos considerados proficientes. 63 A LEXICOGRAFIA DAS LS Para reproduzir as enunciações da comunidade linguística a ser descrita nas obras lexicográficas, a Lexicografia atenta-se para as atividades discursivas individuais e coletivas. Esse atributo do fazer lexicográfico nos é lembrado com considerações relevantes sobre sua complexidade: Para todo o domínio da descrição lexical que enfoca o estudo e a descrição dos monemas [...] dos discursos individuais, dos discursos coletivos, dos sistemas linguísticos individuais e dos sistemas linguísticos coletivos, reservamos o termo ‘lexicografia’. [...] Muitas disciplinas científicas desenvolveram uma metodologia científica própria; o mesmo ocorreu também com a lexicografia. Aquele que se dedica a tarefas lexicográficas de certa envergadura (sobretudo à elaboração de dicionários) necessita amplos conhecimentos teóricos sobre as possibilidades e pressupostos metodológicos desta atividade. Essas premissas metodológicas repercutem, por um lado, os conhecimentos de todos os ramos da linguística, e por outro lado, as condições e exigências de trabalho práticas, tecnológicas e socioeconômicas. (HAENSCH et al., 1982, p. 93. Tradução nossa.) A descrição da Lexicografia feita por Haensch et al. indica o caráter científico da mesma. De fato, a produção de obras lexicográficas deve ser tratada 64 como processo exclusivamente próprio àqueles que compartilham do extenso conhecimento técnico de tal ciência tradicional e antiga. Em tempo, Hernandéz (1989, p.6) considera a Lexicografia “a disciplina linguística que goza de maior tradição”. Embora não no amplo sentido e desenvolvimento hoje alcançado, a Lexicografia data da Antiguidade. Biderman (1984) nos lembra que filólogos e gramáticos da escola grega de Alexandria já produziam glossários com o objetivo de facilitar a compreensão de textos homéricos. Assim, a estrutura de organização de listas de palavras seguidas de informações sobre as mesmas designa uma representação do léxico da língua corrente naquele momento, ou seja, remete-se a conteúdo lexicográfico nos seus primórdios. A necessidade de catalogar o léxico não é recente justamente pelo fato de compreendermos que essa é uma atividade que está diretamente associada ao desenvolvimento da competência lexical dos usuários da língua. Obras assim possibilitam aos leitores ampliar a compreensão da sua própria língua, tornando-se falantes e receptores/decodificadores mais capazes. Ainda, tornam-se melhores conhecedores dos aspectos sociais e culturais da comunidade a que pertencem. Essas características vantajosas para os consulentes de obras lexicográficas significam trabalho árduo para os lexicógrafos. A importância dos estudos lexicais não se reduz aos procedimentos de delimitação e seleção de palavras; a sua relevância também está no processamento lexicográfico que engendra importantes obras para a comunidade linguística. Para a comunidade surda tal relevância também deve ser considerada. 65 Cada língua se mostra de maneira diferente no que se refere à apropriação do léxico e à manifestação da linguagem. Para Zavaglia (2002, p. 233), “é o léxico que transmite os elementos de um conjunto de indivíduos; [...] é o léxico que permite a manifestação dos sentidos humanos, de suas afeições ou desagrados.” À vista disso, não é possível estudar o léxico de uma língua sem estudar a história de seus falantes. Por isto, é fundamental para os estudos lexicológicos a análise do léxico, pois possibilita a aquisição de conhecimentos históricos, comportamentais e habituais de determinado povo. E, como mencionado anteriormente, a ciência que estuda as unidades lexicais é denominada como Lexicologia. (ORSI; SILVA, 2016, p.106) Mesmo no período anterior ao reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais como língua legítima, já era possível identificar indícios que levariam a divulgar tal genuinidade. A produção, embora tímida, de obras lexicográficas, por exemplo, é evidência de aceitação linguística. O processo de análise e registro do léxico produz manuais sobre a manifestação linguística da comunidade além de, também, evidenciar a sua cultura e comportamento. Essa afirmativa pode ser justificada com a análise histórica das obras lexicográficas na Libras. Estudos históricos dos compêndios lexicográficos da Libras identificam o manual de Flausino José da Costa Gama, Iconographia dos signaes dos surdos- mudos (1875), como sendo o primeiro de registro da língua. No Brasil, o primeiro registro da Língua de Sinais Brasileira é datado de 1875. Foi intitulado A Iconographia dos signaes dos surdos-mudos. Trata-se de um manual ilustrado de autoria do surdo Flausino José da Costa Gama. Porém, Sofiato (2011) argumenta que o pioneirismo de Flausino é um mito, já que a obra não pode ser considerada original, enquanto que Flausino reproduziu fielmente as pranchas da obra de Pélissier. Para sustentar seu argumento, essa autora observa que a quantidade de sinais é a mesma (382) e que a indexação semântica também é muito similar à da obra de Pélissier. (MARTINS, 2012, p.33) Ter sido o início dos registros da língua de sinais em território brasileiro embasado em uma produção de origem francesa corrobora a resultante proximidade lexical entre essas línguas, bem como introduz à comunidade surda receptora, em certa medida, um conteúdo estrangeiro com as características originais. 66 Tal afirmação é justificada pelo caráter cultural que as obras lexicográficas possuem, já que, segundo Laface (1997), quanto à função cultural dos dicionários, os mesmos acabam por ser “a norma explícita da cultura da comunidade.” As obras de Pélissier e a de Costa Gama funcionam como manual lexicográfico e, portanto, as características de acervo cultural são coincidentes. Mesmo falantes nativos de uma comunidade linguística, representada por qualquer obra lexicográfica, poderão refinar seus conhecimentos socioculturais por meio daquilo que ali trazem como instrumento cultural. Assim, a lexicografia da Libras tem sua gênese a partir da referência de conteúdos estrutural, linguístico, gramatical, social e cultural da Língua de Sinais Francesa. A iniciativa de Costa Gama determina a legitimidade da língua de sinais e a divulga para a sociedade brasileira do século XIX. Mais de noventa anos depois da obra de Costa Gama ser publicada, o padre Eugênio Oates lança o manual de Libras A linguagem das mãos (1969). Faz- se necessário considerar que os estudos de Oates são contemporâneos aos do principal investigador da Língua de Sinais Americana e sua lexicografia; a saber, William C. Stokoe Jr. Por exemplo, em 1960, Stokoe publicara um artigo descritivo sobre a estrutura da Língua de Sinais Americana, já a classificando como sistema linguístico. Em 1965, ele e outros autores publicam o designado primeiro dicionário da Língua de Sinais Americana intitulado A dictionary of american sign language on linguistic principles. Tamanha deferência nos permite dizer que Oates conhecia e ponderava os trabalhos de Stokoe. Sendo também estadunidense, possivelmente Oates ainda conhecia a Língua de Sinais Americana, o que significa dizer que seu trabalho refletia as conclusões das recentes pesquisas de Stokoe e sua língua de estudo, a ASL. Por exemplo, Stokoe passa a descrever a composição das palavras em línguas de sinais em correspondência às línguas orais, no sentido de reconhecer que se constituem a partir de unidades mínimas. Para as línguas de sinais, denomina cada um desses constituintes como quiremas. Inicialmente, Stokoe destaca três: configuração das mãos, localização e movimento. 67 Essa organização de padrão proposta por Stokoe é percebida na obra de Oates ao descrever os sinais que compõem o seu corpus. Percebemos, portanto, na lexicografia da Libras, referências estabelecidas com os pioneiros estudos americanos sobre as línguas de sinais. Em 1981, surge um novo manual referente aos estudos da Língua Brasileira de Sinais. Desenvolvido por John Everett Peterson, um missionário americano Philosophy Doctor que, juntamente com sua esposa, Iva Jean Peterson, Doutora em Educação, se instalam em Fortaleza e, ali, iniciam a pesquisa sobre a Libras. Resultado das pesquisas e da prática de ensino dos surdos cearenses, Peterson produz o Comunicação Total, cujo objetivo era descrever sinais recorrentes no léxico geral da comunidade surda. Essa primeira edição compilou 490 sinais, sem ilustrações. A partir da segunda edição (1987), a obra passa a se chamar Comunicando com as mãos e expande-se para 574 sinais. Além disso, as lexias começam a também ser ilustradas, além de descritas. Assim, a obra de 1987 conta com dois autores: John Peterson e Judy Ensminger, a ilustradora. A literatura americana continua a motivar estudiosos das línguas de sinais e, mais adiante, não foi diferente. Em 1998, Fernando C. Capovilla, Walkiria D. Raphael e Elizeu C. Macedo, juntamente com sua equipe, publicam o Manual ilustrado de sinais e o sistema de comunicação em rede para surdos, a fim de registrar a Libras do século XX. Os autores buscaram todos os manuais quanto pudessem encontrar para que, à base dessa pesquisa, inserissem na obra própria os sinais coincidentes nos compêndios já publicados. Além dos manuais de Libras, foram também selecionados manuais da ASL, para que as duas línguas tivessem seus sinais comparados. A descrição dos autores em relação à seleção das lexias já demonstra a escassez de materiais lexicográficos referentes à Língua Brasileira de Sinais. Em todo seu período de existência, até o século XX, não havia muito mais do que três principais obras de compilação do léxico. Além disso, mesmo dentre as existentes, não havia tratamento dos sinais em 68 todas as categorias linguísticas como semântica, morfológica, sintática, pragmática, etc. O primeiro dicionário foi publicado em 2001 de autoria de Fernando Capovilla e Walkiria Duarte Raphael. O Deit-Libras: Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da Língua de Sinais Brasileira foi publicado em dois volumes e, ao todo, descreve 4.327 sinais. É a primeira obra a ir além da grafia, em Português, da palavra a ser indicada e da simples descrição do sinal acompanhada de uma ilustração. Em 2009, o Deit-Libras é continuado com o lançamento do Novo Deit-Libras: Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da Língua de Sinais Brasileira. Além de manter os autores da primeira edição, Fernando Capovilla e Walkiria Raphael, acrescenta-se a autora Aline Cristina Mauricio. O Novo Deit-Libras tem um corpus composto de 9.828 lexias catalogadas em forma de verbetes, incluindo, agora, variações linguísticas e sinais típicos de distintas regiões do país. Anteriormente à publicação do Novo-Deit Libras, é lançado, em 2006, o Dicionário da Língua Brasileira de Sinais, de autoria de Tanya Felipe; Guilherme Lira e equipe. Figura 6: A capa do Dicionário da Língua Brasileira de Sinais Fonte: DINIZ, 2010, p. 63 Essa é uma obra virtual promovida pelo Instituto Nacional de Educação de 69 Surdos e disponibilizada em CD-rom na versão 2.0. Nela, os consulentes podem fazer a busca pela lexia desejada através da ordenação alfabética, do campo semântico ou da configuração de mãos. A partir da primeira escolha, abre-se uma tela referente à palavra e, ali, são apresentados também a sua acepção; o campo semântico a que pertence, denominado assunto; a classe gramatical; a origem geográfica; um exemplo em Português, através de uma frase aparentemente produzida pela equipe, já que não há referência de um corpus de retirada e um exemplo em Libras, sendo esse último a transcrição da frase exemplo do Português. Há, neste dicionário um diferencial entre os até então publicados. Enquanto nos dicionários impressos os sinais são ilustrados ou desenhados, no dicionário digital do Ines a lexia em Libras é demonstrada por meio de um vídeo com a produção da mesma. O histórico das obras lexicográficas da Língua Brasileira de Sinais nos indica uma língua com repertório léxico pouco registrado. Pesquisas a respeito da Lexicologia, Lexicografia e Terminologia da Libras começam a despontar desde o período do primeiro manual publicado, no entanto, no que diz respeito a compêndios de vocabulários, glossários, dicionários, enciclopédias, etc, propriamente ditos, temos, basicamente, os volumes aqui descritos. Esse cenário reforça a necessidade de utilização das pesquisas teóricas da área a fim de elaborar compilações de registro efetivo da língua, não apenas para atribuição linguística, mas também como reflexo da identidade social e cultural da comunidade surda do Brasil. A TERMINOLOGIA DAS LS A Terminologia é também uma área de estudo relacionada ao léxico. Lima (2014) identifica suas concepções e deixa-nos claro a abordagem de especificidade lexical da Terminologia: Em uma primeira acepção, a Terminologia refere-se simplesmente ao uso e estudo de termos, isto é, propõe-se a descrever as palavras simples e compostas que são geralmente usadas em contextos específicos. Já em uma segunda acepção, em sentido estrito, a Terminologia refere-se a uma disciplina científica que estuda 70 sistematicamente a rotulação e a designação de conceitos de diversos campos dos saberes relativos às atividades humanas, ou seja, estuda os termos e os conceitos empregados nas línguas de especialidade. Seu objetivo é pesquisar, documentar e promover o uso correto dos termos. (LIMA, 2014, p.75) O termo ou unidade terminológica designa a lexia de caráter especializado, por exemplo, de um domínio técnico, profissional, científico, artístico, etc. Assim, sendo objeto de pesquisa e documentação da Terminologia, tal disciplina abordará o conjunto de termos de uma determinada área. No âmbito das línguas de sinais, a Terminologia é, das ciências do léxico, a que menos tem publicações próprias, pois, quantitativamente, o número de lexias terminológicas determinadas e catalogadas na Libras é menor do que quando em comparado com a Língua Portuguesa. Por exemplo, ainda não temos um marco referencial teórico para produção de obras terminológicas em Libras e nem mesmo uma obra lexicográfica terminológica formal e oficial na Língua Brasileira de Sinais. A escassez de unidades terminológicas em Libras se justifica por alguns motivos, como, por exemplo, uma recente constatação da Libras enquanto língua oficial de comunicação dos surdos, acontecida apenas a partir do ano de 2012, com a Lei nº 10.436. 71 Esse cenário acabou por determinar que, até a regulamentação de tal Lei, muitos surdos obtivessem seu percurso de formação educacional tendo o Português como língua de instrução. Isso trazia dificuldades relevantes para esse indivíduo que, obviamente, com o canal auditivo comprometido, tinha dificuldades significativas para decodificar e compreender informações a ele repassadas por meio de uma língua oral-auditiva. De modo que apenas uma minoria alcançava ambientes de maior comunicação especializada, como os cursos técnicos, profissionalizantes, educação superior, etc. É em ambiente como esses que as unidades terminológicas circulam com mais regularidade. Já que poucos surdos chegavam a tais ambientes, a utilização de termos se tornava indiferente para esses sujeitos e, mesmo que lá se inserissem, acabavam submetidos à ministração do conteúdo em Língua Portuguesa, pois não havia obrigatoriedade em promover para o surdo o ensino exclusivamente em Libras. Todavia, com a promulgação da Lei que determina a Libras como língua de instrução da comunidade surda, surge a necessidade de, primeiramente criar e, depois, sistematizar o léxico terminológico. Conforme nos lembra Paula (2020): Há grande necessidade de sistematização dos termos em Libras. A nulidade de uma obra que faça isso com autoridade permite um cenário escolar segmentado mesmo entre a comunidade surda, pois, nem os surdos nem os intérpretes que atuam na translação do conhecimento escolar científico têm acesso a termos padronizados. O que percebemos são os próprios surdos atuando, juntamente com seu intérprete, a fim de sugerirem sinais para os termos que surgem em sala de aula durante a ministração do conteúdo das diversas disciplinas. Essa situação resulta em incontáveis variantes, sendo, a maioria delas, criadas com o único objetivo de cumprir uma função imediata de tradução e evitar o uso recorrente de datilologia. Um dicionário [terminológico] poderia amenizar o desconforto causado pela falta de lexias e termos apropriados à tradução, bem como padronizar os termos escolares, solucionando uma segmentação atual evidente. (PAULA, 2020, p.26) A elaboração de referenciação teórica para produção de obras terminológicas, como vem sendo abordada por alguns autores, e sua consequente aplicabilidade na produção de dicionários, vocabulários, glossários e enciclopédias terminológicos se faz urgente. 72 Não apenas para facilitar o trabalho dos intérpretes e solucionar uma segmentação aparente, conforme postulado pela autora supracitada, mas também para promover a ampliação do léxico da Libras nos campos de especialidade e permitir aos usuários dessa língua utilizá-la em todas as situações de comunicação sem constrangimento. Conforme Cabré, “a Terminologia parece indispensável para a sobrevivência das línguas minoritárias” (CABRÉ, p. 2002, p.4), pois qualquer língua com entraves se mostra incompleta de recursos. Assim, tendo a Libras todos os recursos linguísticos para expansão lexical, discutir a elaboração terminológica a partir de outros campos de especialidade como a Morfologia, Sintaxe, Semântica, etc. e produzir materiais nesse sentido permitirão à comunidade surda domínio conceitual em todos os âmbitos de apresentação do léxico, seja o geral ou específico, aproximando ao máximo tanto quando for possível o léxico mental individual ao léxico externo da comunidade linguística a que pertence. 73 FIXANDO CONTEÚDO 1. A partir dos conhecimentos adquiridos na unidade, considere as afirmativas abaixo e identifique quais são as verdadeiras: I. O conjunto lexical de uma língua refere-se às unidades constituintes das estruturas linguísticas e comunicativas de tal língua. II. É função do léxico denominar e classificar as unidades básicas de significado de uma dada língua. III. Fazem parte do léxico tanto o conjunto de palavras da língua como as regras de estruturação gerais dessa mesma língua. IV. A criação de novas lexias, os chamados neologismos, é compreendida e determinada pelas disciplinas das ciências do léxico. a) I e IV. b) I, II e IV. c) III e IV. d) I, II e III. e) I, II, III e IV. 2. IF-RJ 2012- O neologismo é um fenômeno linguístico que consiste na criação de uma palavra ou expressão nova, ou na atribuição de um novo sentido a uma palavra já existente. Pode ser fruto de um comportamento espontâneo, próprio do ser humano e da linguagem, ou artificial, para fins pejorativos ou não. Geralmente, os neologismos são criados a partir de processos que já existem na língua: justaposição, prefixação, aglutinação, verbalização e sufixação. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/neologismo>. Acesso em: 21 dez. 2011.O neologismo desfabricação foi gerado através do mesmo processo que há na palavra: 74 a) reaproveitar. b) manufatura. c) licenciamento. d) reutilizado. e) destaque. 3. Relacione a primeira coluna com a segunda. A ordem que corresponde à sequência correta é: ( ) Trata-se do estudo relacionado à produção de obras que catalogam léxico em suas mais distintas formas. ( ) Relaciona-se às funções da língua como sistema de classificação e de comunicação pois funciona tanto como banco classificatório de elementos de designação, como também possibilita construções para a comunicação. ( ) Trata-se dos estudos relacionados às unidades lexicais de uma língua e sua relação com outras áreas de conhecimento linguístico. ( ) Refere-se ao estudo do léxico de especialidade de uma dada língua. ( 1 ) Léxico ( 2 ) Lexicologia ( 3 ) Lexicografia (4)Terminologia a) 1 – 2 – 3 – 4. b) 3 – 1 – 4 – 2. c) 3 – 1 – 2 – 4. d) 2 – 1 – 3 – 4. e) 1 – 3 – 4 – 2. 75 4. IFB – 2017- adaptada. No âmbito dos estudos lexicográficos e lexicológicos das Línguas de Sinais, assinale a alternativa que apresenta apenas itens que constam no léxicon determinado na pesquisa de Nascimento (2009): a) movimento, classificadores e morfemas-base. b) palavras primitivas, léxico e foco. c) escrita de sinais, parâmetros fonológicos e empréstimos. d) tópico comentário, configuração de mão e metonímias. e) datilologia, classificadores e iconicidade. 5. Fazem parte do histórico como autores da Lexicografia da Língua Brasileira de Sinais: a) Pélissier; John Peterson e Walkiria Raphael. b) Costa Gama; Eugênio Oates e Fernando Capovilla. c) William Stokoe, Iva Peterson e Elizeu Macedo. d) Pélissier, Judy Ensminger e Tanya Felipe. e) Costa Gama, William Stokoe e Aline Mauricio. 6. FUNDATEC- 2019 Avalie as seguintes afirmações a respeito de “Léxico”: I. As múltiplas atividades dos falantes no comércio da vida em sociedade favorecem a criação de palavras para atender às necessidades culturais, científicas e da comunicação de um modo geral. As que vêm ao encontro dessas necessidades renovadoras chamam-se neologismos; no oposto a esse movimento criador, têm-se os arcaísmos – palavras e expressões que, por diversas razões, saem de uso e acabam esquecidas por uma comunidade linguística, ainda que permaneçam em comunidades mais conservadoras. II. Os empréstimos e calcos linguísticos são uma fonte de revitalização do léxico, assim como a criação de certos produtos ou novidades que recebem o nome de seus inventores ou fabricantes. III. Os processos de composição e derivação, que se valem do radical de certos vocábulos, são considerados de menor escala, visto que não se evidenciam regularidade nem sistematicidade com que operam na criação de novos 76 vocábulos. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas I e II. d) Apenas II e III. e) I, II e III. 7. É problemática resultante da falta e/ou escassez de obras terminológicas na Libras: a) padronização de lexias terminológicas, impedindo o processo natural de variação lexical. b) uso recorrente de datilologia, dificultando o acesso imediato ao conceito da palavra que poderia ser ofertado quando associada a um sinal próprio. c) catalogação de lexias, promovendo edições de obras lexicográficas que são de difícil consulta e arcaicas. d) impedimento ao conhecimento, já que sem um sinal técnico padronizado e catalogado é impossível que a comunidade surda decodifique conceitos. e) segmentação da ciência, pois apenas depois da nominalização efetiva a ciência classificada passa a existir. 8. INSTITUTO AOCP – 2019 – adaptada. De acordo com a imagem abaixo que retrata lexias da Libras, podemos afirmar que a Libras é uma língua: 77 a) nacional com pouca variação e é oficializada pela constituição. b) com variação lexical, já que não possui regras definidas, sendo usada de um modo em cada região. c) com expressiva variedade de sinais, diferente do português, que possui várias regras e, portanto, poucas variedades. d) igual para todo surdo que a usa, assim como o português é a mesma língua para todos os ouvintes que a usam. e) que apresenta variedade lexical, pois se transforma nas práticas sociais do uso da linguagem. 78 LIBRAS EM FOCO II LOCALIZAÇÃO Vamos conhecer vocabulário específico para construções de localização como indicação de caminho e os cômodos da casa. Para contextualizar, vamos, inicialmente, analisar o vídeo “Aula de Libras- Rio Turismo” elaborado pela TV INES. Você encontra o vídeo no link https://bit.ly/3zW6xk9. Veja algumas construções utilizadas pelas personagens no diálogo entre Andreza e Renato. • Você poderia me dar uma informação? Fonte: https://bit.ly/3Fkta63. Acesso em: 09 ago. 2021; FELIPE, MONTEIRO, 2006 e CAPOVILLA, RAPHAEL, 2001 • Eu estou procurando o hotel (Copacabana Palace). Fontes: https://bit.ly/3kZQSft. Acesso em: 09 ago. 2021 https://bit.ly/3ioOjC5. Acesso em: 09 ago. 2021 UNIDADE 04 https://bit.ly/3zW6xk9 https://bit.ly/3Fkta63 https://bit.ly/3kZQSft https://bit.ly/3ioOjC5 79 Essas estruturas são comumente utilizadas na busca por orientação de caminho. Além disso, temos: A palavra interrogativa onde é um vocábulo recorrente na constituição de expressões oracionais próprias de localização. Está presente em afirmativas, além das interrogativas. Por exemplo: • Onde fica o hotel Copacabana Palace? • Eu procuro algum lugar onde possa almoçar essa hora. Ao recebermos informação de indicação de caminho, provavelmente seremos direcionados ao lado pelo qual seguir. No caso da direita/esquerda, a sinalização será correspondente a esse direcionamento, assim como será, por exemplo, a indicação de seguir em frente. Essas são lexicalizações próprias dos estudos dos classificadores. Como nos lembra Quadros e Karnopp (2004, p.93) “Classificadores são geralmente usados para especificar o movimento e a posição de objetos e pessoas ou para descrever o tamanho e a forma de objetos.” É assim que se dá com o direcionamento manual do estabelecimento de algum caminho oferecido ao interlocutor. https://bit.ly/3uxCLkA https://bit.ly/39YJLxu 80 Os verbos ir e vir também são habitualmente utilizados nesse contexto. Perceba que são verbos espaciais, ou seja, sua performance será a partir do contexto. É preciso ter estabelecido o agente da ação e o local para o qual ele se dirigiu ou do qual ele veio, de modo a orientar a configuração de mão, orientação da palma da mão, ponto de articulação e movimento do sinal obedecendo a essas construções sintático-semânticas. 81 Temos também palavras da classe dos adjetivos na elaboração de textos de localização. Assim como acontece nos discursos em Língua Portuguesa, eles categorizarão substantivos, indicando-lhe qualidade, característica, defeito, estado, condição, etc. 4.1.1 Lugares públicos Tendo como pano de fundo as lexias anteriormente apresentadas, poderemos utilizar o nome dos lugares públicos e cômodos da casa para nos localizarmos ou direcionar alguém. https://bit.ly/2Yc6h3Y 82 4.1.2 Os cômodos da casa Também podemos localizar pessoas ou objetos nos ambientes de uma casa. 83 Para tanto, serve-nos o vocabulário: PRONOMES DEMONSTRATIVOS A partir de um excerto do poema “Ou isto ou aquilo” de Cecília Meireles, Caio Augusto Castro nos orienta quanto ao conceito e exemplificação dos pronomes demonstrativos. https://bit.ly/3mjKVcG https://bit.ly/3D5eIwI 84 Lemos em Castro: “No clássico poema da célebre escritora, vemos tematizada a angústia gerada pela dúvida e incerteza no momento de uma escolha. Ao longo do texto, verificamos a ênfase no verso (o qual intitula o poema) ou isto ou aquilo, que, linguisticamente, constrói-se a partir de dois dos chamados pronomes demonstrativos. Segundo Lima (2010, p.159) esses pronomes indicam ‘a posição dos objetos designados, relativamente às pessoas do discurso’”. (CASTRO, 2020, p.35) Seja em Língua Portuguesa ou em Libras, os pronomes demonstrativos têm a mesma finalidade de identificar e situar, em relação às pessoas do discurso, elementos referenciados. Eles podem ser usados para marcar posição no espaço e também no tempo. São eles: Pessoas verbais Pronomes demonstrativos 1ª pessoa este(s); esta(s); isto. 2ª pessoa esse(s); essa(s); isso. 85 3ª pessoa aquele(s); aquela(s); aquilo. Como estabelecer relação de identificação no tempo e espaço a partir dos pronomes demonstrativos? Vejamos com exemplos: • Pronomes demonstrativos de primeira pessoa indicam proximidade no espaço com o emissor da mensagem. No que diz respeito ao tempo, situam referentes do presente e/ou futuro em relação ao emissor da mensagem. Pronomes demonstrativos de segunda pessoa indicam proximidade no espaço com o destinatário da mensagem. No que diz respeito ao tempo, situam referentes de um passado próximo em relação ao ato da fala. Pronomes demonstrativos de terceira pessoa indicam proximidade no espaço com a pessoa de quem se fala. É uma posição distante de todos os participantes do discurso. No que diz respeito ao tempo, situam referentes de um passado longínquo em relação ao ato da fala. 86 A informação que foi recentemente ofertada ao interlocutor pode ser considerada temporalmente como passado próximo na sequencialidade discursiva. Já a informação que foi ofertada ao interlocutor há mais tempo pode ser considerada temporalmente como passado longínquo na sequencialidade discursiva. Assim, para dados recentemente oferecidos, utilizamos os pronomes demonstrativos de segunda pessoa e para dados oferecidos de modo longínquo, utilizamos os pronomes demonstrativos de terceira pessoa Veja: 87 Os aprovados; pois esse é o referente mais recentemente ofertado no texto. Os candidatos; pois esse é o referente mais longínquo ofertado no texto. “Os candidatos e os aprovados devem regularizar-se conforme sua situação. Esses efetuarão a matrícula enquanto aqueles realizarão a prova.” Em Libras, os pronomes demonstrativos serão, conforme Paula (2020, p.82): Figura 7: Os pronomes demonstrativos Fonte: PAULA, 2020, p.82 Note que os pronomes demonstrativos, em Libras, recuperarão as mesmas referências. Por se tratar de situar itens no espaço e/ou no tempo, podem variar em número. No entanto, diferentemente do que acontece em Língua Portuguesa, não haverá variação de gênero. PREPOSIÇÕES/LOCUÇÕES PREPOSITIVAS DE LUGAR A fim de apresentar discursos com sentido completo, de modo articulado e com recursos coesivos que demonstram um repertório diversificado lexicalmente, 88 faz-se necessário identificar as preposições e/ou locuções prepositivas. As preposições são a classe de palavras: [...] usadas para marcar as relações gramaticais que substantivos, adjetivos, verbos e advérbios desempenham no discurso. Em outras palavras, as preposições são unidades linguísticas dependentes de outras, ou seja, elas não aparecem sozinhas no discurso e servem justamente para estabelecer a ligação entre dois termos. (VIANA, 2021, online) As preposições podem ser classificadas como essenciais e acidentais, além das locuções prepositivas. As primeiras dizem respeito “[àquelas] que só aparecem na língua propriamente como preposições, sem outra função.” (VIANA, 2021, online). São exemplos de preposições essenciais: após, até, com, de, desde, entre, para, por, sem, etc. As preposições acidentais são “aquelas que não possuem originalmente a função de preposição, mas que podem acabar exercendo essa função em determinados contextos.” (VIANA, 2021, online). Podemos citar como exemplo: como, conforme, durante, fora, visto, etc. Aqui, nesta unidade, trataremos das preposições e locuções prepositivas em Libras. Essas últimas são expressões que servem tal qual uma preposição enquanto função no discurso. “As principais locuções prepositivas são constituídas de um advérbio ou de uma locução adverbial seguido da preposição de, a e com.” (VIANA, 2021, online). As locuções prepositivas podem ser classificadas conforme o atributo semântico que estabelece para o discurso. Por exemplo, podem ser consideradas locuções prepositivas de lugar quando estiverem cumprindo função de estabelecer ligação entre os temos de um enunciado atribuindo-lhe noção de espaço ou localidade. Veja um exemplo: A locução prepositiva em cima do [de+o] relaciona a conexão enunciativa dos elementos pássaro e ação realizada por ele através de uma identificação de localidade. Portanto, é uma locução prepositiva de lugar. Em Libras, as preposições e locuções prepositivas terão a mesma função, a 89 saber, ligar dois elementos da oração. Algumas preposições e locuções prepositivas de lugar estão abaixo descritas: Figura 8: Locuções prepositivas de lugar Fonte: PAULA, 2020, p.82 Alguns desses sinais podem ter variações como é o caso da palavra atrás, ou ainda podem ser complementados ou substituídos por classificadores que cumprirão a função de identificar localidade. Nesse caso, atuarão com função prepositiva. Figura 9: Variação da palavra atrás Fonte: https://bit.ly/3F9xjcU. Acesso em: 16 ago 2021 https://bit.ly/3F9xjcU 90 APLICAÇÃO PRÁTICA Com os conhecimentos adquiridos na Unidade 4 do livro Libras I, vamos realizar algumas aplicações práticas para ampliar nossos conhecimentos. 4.4.1 Atividade 1 Retomemos ao vídeo produzido pela TV INES, disponível no seguinte link: https://bit.ly/2Yd7cAQ. Depois de assistir novamente a essa vídeo aula, identifique no texto: • Os sinais reconhecidos por você e, portanto, já aprendidos; • Sinais novos, porém do mesmo campo semântico tratado nesta unidade; • Expressões não manuais utilizadas junto aos sinais para elucidar o discurso. Note, por exemplo, as ENM de Andreza quando Renato se oferece para ir com ela à Ipanema e ela diz: “Ótimo!”, também quando o narrador diz que “Ipanema é muito bonita”. (próximo ao tempo de 5 minutos de vídeo). • Estruturação das sentenças; de modo a reconhecer como as construções em Libras são independentes da gramática da Língua Portuguesa e, a partir dessa constatação, auxiliar você nas suas próprias organizações frasais a fim de rejeitar o Português sinalizado. Dica: uma boa maneira de se chegar a conclusões assertivas, conforme sugerido no último item, é transcrever a forma como o texto foi sinalizado em Libras. Isso permite que você tenha uma imagem visual de cada um dos elementos das orações e estabeleça critérios que te permitirão sinalizar com clareza e propriedade. https://bit.ly/2Yd7cAQ 91 4.4.2 Atividade 2 Veja a bela obra de Tarsila do Amaral intitulada A Cuca (1924). Construa sentenças em Libras utilizando das preposições e locuções prepositivas para identificar no espaço da obra os seguintes elementos, tenha o modelo por auxílio: Modelo: • A Cuca: A Cuca está na frente do lago. • A árvore com copa em formato de corações; • O sapo; • A ave; • A palmeira; • A centopeia; • O lago. 4.4.3 Atividade 3 Faça e apresente para a classe, para um grupo de colegas ou para o professor uma das duas possibilidades abaixo. Lembre-se de colocar no seu discurso: o vocabulário de localização já trabalhado, pronomes demonstrativos e 92 preposições/locuções prepositivas de lugar. • A descrição do que você vê de uma das janelas da sua casa; • A disposição dos cômodos da sua casa; Depois de apresentar seu texto, certifique-se de que as informações compreendidas pelos colegas e/ou pelo professor tenham sido as intencionadas por você. Aceite sugestões de adaptação de estruturação de sentenças e, caso seja necessário, refaça o texto para que fique ainda mais compreensível aos seus interlocutores. Fonte: Secretaria de Educação, s/d, p.13 https://bit.ly/3B13add 93 4.4.4 Atividade 4 A partir da imagem abaixo, produza um texto para cada situação apresentada: Fonte: https://bit.ly/2WuppsS. Adaptado. Acesso em: 16 ago 2021. • O Dick vai narrar para os colegas qual o trajeto ele realiza da sua casa para a escola. (texto em forma de narrativa) • Fiona está na porta da sua casa quando uma pessoa perdida lhe cumprimenta e pergunta como fazer para chegar até o supermercado. (texto em forma de diálogo) Utilize as setas como referência dos pontos de partida. Lembre-se de acrescentar no discurso os pronomes demonstrativos, o vocabulário apresentado na Unidade e as preposições/locuções prepositivas. Recorra à transcrição feita do texto “Rio Turismo” (TV INES) para se inspirar ao elaborar sentenças complexas. https://bit.ly/2WuppsS 94 FIXANDO CONTEÚDO 1. COVEST-COPSET – 2019 – adaptada. No que diz respeito aos sinais de cômodos da casa, sobre as características da Língua Brasileira de Sinais, assinale a alternativa correta. a) A Libras é exclusivamente icônica. b) A Libras é icônica e arbitrária. c) A Libras é exclusivamente arbitrária. d) A Libras nem é icônica nem arbitrária, pois os sinais são criados a partir dos contextos sociais. e) As línguas de sinais não se configuram com elementos icônicos 2. Quais dos sinais abaixo são realizados com a mesma configuração de mão? a) restaurante – sala – rodoviária. b) em cima – informação – esse. c) fábrica – supermercado – academia. d) casa – em frente – posto de gasolina. e) lá – ir – presídio. 3. UFTM – 2018 – adaptada Considere o elemento linguístico "isso", destacado no excerto abaixo: “‘E nas públicas, o quadro não é diferente: a lei não é sempre cumprida. Dou aula no município de Mauá (SP) e lá temos um intérprete de Libras para cada aluno surdo. Mas isso é exceção: não ocorre em todas as escolas municipais, muito menos nas estaduais’, afirma”. Esse elemento refere-se a algo que: a) já foi enunciado no mesmo período. b) ainda será enunciado no período posterior. c) ainda será enunciado no mesmo período. d) não possui referente nos períodos enunciados. e) já foi enunciado em um período anterior. 95 4. Analise a imagem abaixo e, a partir do que se pede escolha a alternativa verdadeira: Fonte: https://bit.ly/3mjHaUG. Adaptado. Acesso em: 16 ago 2021. Levando em consideração o sinal abaixo, para qual dos locais ele servirá de referência? a) Hospital e Estação de trem. b) Hospital e Túnel. c) Casa do Dick e Parque. d) Posto policial e Correios. e) Supermercado e Hospital. 5. INSTITUTO AOCP – 2020 – adaptada. Relacione as colunas e assinale a alternativa com a sequência correta. 1. Sinal Icônico. 2. Sinal Arbitrário. ( ) Atrás. ( ) Informação. ( ) Aquele. ( ) Banheiro. ( ) Padaria. ( ) Ir. ( ) Cozinha. ( ) Casa. a) 2 – 1 – 2 – 2 – 1 – 1 – 1 – 2. b) 1 – 1 – 2 – 1 – 2 – 1 – 1 – 1. c) 2 – 2 – 2 – 1 – 1 – 2 – 2 – 2. d) 1 – 2 – 1 – 2 – 2 – 1 – 1 – 1. e) 1 – 2 – 2 – 1 – 2 – 1 – 2 – 1. https://bit.ly/3mjHaUG 96 6. 06- IDIB – 2021 – adaptada - Assinale a alternativa em que o vocábulo em destaque é classificado como preposição. a) “Borboletas brancas, duas a duas.” b) “... e mesmo que a ouvisse, não a entenderia.” c) “Avisto crianças que vão para a escola.” d) “Eu não a podia ouvir da altura da janela...” e) “A primavera chegou mais cedo!” 7. 07- IPEFAE- 2019. Analise o trecho a seguir que contempla a estrutura gramatical de LIBRAS, complete as lacunas e assinale a alternativa correta. “Na LIBRAS os pronomes demonstrativos e os ___________ de lugar tem o mesmo sinal, sendo diferenciados no ___________”. a) Advérbios – Posicionamento. b) Classificadores – Contexto. c) Substantivos – Contexto. d) Classificadores – Posicionamento. e) Advérbios – Contexto. 8. Considere as afirmativas: I. Os verbos simples são aqueles que não se flexionam em pessoa e número e também não possuem perspectiva de concordância espacial e locativa. II. Os verbos direcionais são aqueles que flexionam em pessoa e número e possuem morfema espacial e locativo. III. Os verbos espaciais são aqueles que flexionam em pessoa e número mas não possuem morfema espacial e locativo. IV. O verbo dormir é um exemplo de verbo simples. V. O verbo ajudar é um exemplo de verbo direcional. VI. O verbo chegar é um exemplo de verbo espacial. São verdadeiras as sentenças: 97 a) I, V e VI. b) II e III. c) IV, V e VI. d) I, IV, V e VI. e) I, II, III, IV, V e VI. 98 AS EXPRESSÕES NÃO MANUAIS (ENM) O USO DAS ENM NA LIBRAS E SEUS ASPECTOS GRAMATICAIS As expressões não manuais são aquelas que não se realizam com as mãos. Podem ser, portanto, marcações faciais e corporais, como movimentos da cabeça, dos olhos, dos ombros, sobrancelhas, etc. no momento da realização da sinalização. As expressões faciais e corporais aparecem tanto nos discursos das línguas orais como no discurso das línguas de sinais. No entanto, no primeiro caso, as ENM não são consideradas elementos linguísticos gramaticais. Elas são simplesmente reforçadoras dos componentes gramaticais que são lexicalizados, ou seja, constituídos no discurso por meio de palavras que exercem uma função gramatical. Já nas enunciações em línguas de sinais, as ENM atuam como elemento gramatical, pois podem modificar o sentido do discurso, marcar construções sintáticas e/ou diferenciar itens lexicais. Silva (2015) considera um exemplo em que a variação da expressão facial particulariza a lexia sinalizada. Veja: Figura 10: Sinais diferenciados pela ENM Fonte: SILVA, 2015, p.40 Note que os sinais do campo semântico de tristeza e exemplo possuem UNIDADE 05 99 mesma configuração de mão e ponto de articulação. Todavia, a expressão facial do emissor deixa-nos claro qual lexia está sendo proferida. Perceba que, nesse caso, as ENM não são apenas um recurso que paramenta o discurso. Antes, são essenciais se queremos que o receptor da nossa mensagem compreenda o contexto da fala e o decodifique de acordo com a nossa intenção comunicativa. As ENM são apresentadas por Quadros e Karnopp (2004), conforme motivadas por estudo de Ferreira Brito e Langevin, no quadro abaixo: Figura 11: Expressões não manuais da Libras Fonte: QUADROS; KARNOPP, 2004, p.61 As expressões não manuais podem ser únicas ou combinadas, a depender da necessidade discursiva. Nesta unidade, compreenderemos como elas desempenham papel sintático ao incorrer em marcações de sentenças interrogativas, topicalizações e foco; além de considerar sua constituição lexical ao marcar o aspecto e, também, sua manifestação na categorização de sentenças 100 afirmativas, interrogativas e negativas. ASPECTO Em Libras, os verbos podem sofrer flexão em aspecto. A flexão em aspecto pode indicar algumas características específicas à ação, como, por exemplo, se ela está ou não concluída e/ou se ela é duradoura, momentânea ou contínua, bem como pode caracterizar o foco da ação, evidenciando quando ele acontece: se no início, no decorrer ou no fim da ação. Como a flexão de aspecto se manifesta na Libras? Vejamos exemplos mencionados por Quadros e Karnopp (2004) na variação aspectual quanto à forma e duração da ação. Figura 12: Ação verbal com flexão aspectual Fonte: QUADROS; KARNOPP, 2004, p.123 101 Podemos perceber que, além da variação no movimento ao performar o verbo cuidar, há uma modificação no uso das ENM de modo a coincidir com a finalidade comunicativa da ação. No caso de uma ação incessante, temos lábios contraídos, sobrancelhas franzidas e um movimento de cabeça direcionado ao objeto da ação, isto é, à pessoa ou objeto que está sendo cuidado. Para indicar a operação ininterrupta, as ENM são lábios contraídos, sobrancelhas levantadas e a cabeça direcionada ao interlocutor. Por último, na referência ao cuidar habitual, notamos lábios arredondados, sobrancelhas neutras e um movimento de cabeça para frente e para trás similar ao da mão dominante na sinalização. Logo, podemos concluir que, ao modificar o aspecto durativo do verbo cuidar, as ENM não serão ilustrativas ou complementares. Em associação com outro(s) parâmetro(s) fonológico(s) como, no caso acima, o movimento, elas se ocuparão de função gramatical essencial na decodificação do aspecto apropriado à situação discursiva e ao intento do emissor; a saber, se trata-se de uma ação pontual, durativa, contínua ou descontínua. Ademais, lemos em Quadros e Karnopp: Klima e Bellugi (1979) descreveram onze dimensões para representar as formas que os sinais podem acessar na ASL. [...] Os autores também observaram que tais dimensões podem variar minimamente observando padrões sistemáticos, o que por sua vez evidencia a complexidade das formas flexionais desta língua. Tais dimensões também estão presentes na determinação da flexão e derivac ̧ão de sinais na língua de sinais brasileira. (QUADROS; KARNOPP, 2004, p.124) Dentre as representações variáveis flexionais está a tensão. A alteração nas ENM também é um determinante de tensão nos nomes em Libras. As mesmas autoras oferecem um exemplo: Figura 13: Adjetivo com tensão Fonte: QUADROS; KARNOPP, 2004, p.125 102 Além de variação no movimento, a decodificação integral do sentido só acontecerá com uma mutabilidade das expressões não manuais. Os movimentos do rosto e do corpo acompanharão o intuito do emissor da mensagem ao estabelecer para o seu destinatário o grau de beleza daquele ou daquilo a que se refere. Observe que as expressões faciais e corporais (dos ombros) deixam claro a gradação de intensidade em cada forma de pronunciar o mesmo adjetivo. FOCO O foco é, como sugerido por sua nomenclatura, uma construção que visa marcar uma informação da sentença dando-lhe maior entonação. Isso acontece, basicamente, por meio da mudança na ordem básica da expressão. Nestas também ocorrem elementos constituintes duplicados na mesma oração, contudo o interesse é enfatizar o constituinte, “mas de forma diferente da ênfase dada aos tópicos”, Quadros e Karnopp (2000, p.152). Petronio e Lillo Martin (1997, apud Quadros e Karnopp, idem), analisaram as construções com foco como “construções duplas”, de maneira que foram delimitadas quando não há uma “pausa significante antes do elemento duplicado”. As pesquisadoras encaram as construções duplas diferentes, por exemplo, das estratégias de discurso para sustentação de uma ideia. É possível que haja construções duplas com variadas classe de palavras, entretanto para analisar a ordem SOV que são advindas de construções de verbos sem concordância duplos, as pesquisadoras se atêm a este último. (RODRIGUES; SOUZA, 2017, p.21) As construções classificadas como “duplas” acontecem quando o elemento que receberá a entonação é repetido na mesma frase ou oração. Veja, tendo como exemplo, as possibilidades de expressar, em Libras, a oração “Eu perdi o livro.”: Haverá uma construção em foco na intenção de reiterar a ação expressa no discurso. Para isso, no foco, a ação será o elemento marcado em duplicidade: A construção SVOV (sujeito-verbo-objeto-verbo) visa enfatizar a ação acontecida, e não o sujeito que realizou tal ação ou o objeto que foi perdido. No 103 entanto, conforme estabelecido por Quadros e Karnopp (2004), não basta apenas repetir a unidade que deseja ressaltar. É preciso associar ao realce, movimentos de cabeça, isto é, as expressões não manuais. Figura 14: Sentença [EU PERDER LIVRO PERDER] Fonte: QUADROS; KARNOPP, 2004, p.44 Note as duas performances da sinalizadora para o verbo perder. Embora a sinalização seja a mesma, já que temos a mesma palavra, as ENM (movimento da cabeça e expressões faciais) são diferentes. Como já dito anteriormente, isso deixa- nos claro como tais expressões não são apenas parâmetros que ornamentam o discurso, mas sim, elementos indispensáveis na correta construção sintática e, portanto, na consequente decodificação apropriada por parte do interlocutor. Embora a ordem mais comum de ordenação em Libras seja SVO, as outras, 104 como OSV, SOV e/ou VOS, são possíveis e compreensíveis à medida que se dão com base nas regras sintático-gramaticais dessa língua. O foco é uma alternativa sintática capaz de modificar a ordem básica e até multiplicar elementos linguísticos a fim de proporcionar efeito contrastivo, de modulação e/ou de realce. TÓPICO Uma outra possibilidade de variarmos a ordem básica da frase em Libras (SVO) é pela topicalização. A topicalização dará conta da escolha de um eixo temático do discurso e se concentrará nele. Isso acontecerá não só com uma colocação sintática específica, mas também por meio do uso das ENM. Quadros e Karnopp indicam: Esse mecanismo está associado à marcação não-manual com a elevação das sobrancelhas. (...) A marca de tópico associada ao sinal topicalizado é seguida por outras marcas não-manuais, de acordo com esse tipo de construção. Ou seja, pode ser seguido por uma marca não-manual de foco (se a sentença for focalizada), de negação (se for negativa) e de interrogação (se for interrogativa). (QUADROS; KARNOPP, 2004, p. 146) O uso do tópico comentário pode ser observado no exemplo dado pelas mesmas autoras referente à enunciação da seguinte oração: Caso a oração fosse construída sem tópico e na ordenação sintática mais comum da Libras, estaria assim: 105 Nesse aspecto, nos é dada uma informação sem nenhuma ênfase específica a qualquer elemento da sentença. No entanto, podemos, à medida que necessário, especificar um constituinte do discurso para reforçá-lo a partir de sua topicalização. Foi o que aconteceu no exemplo trazido pelas autoras mencionadas ao indicar uma estrutura de tópico em uma oração semelhante. Veja: Figura 15: Sentença [FUTEBOL JOÃO GOSTAR] Fonte: QUADROS; KARNOPP, 2004, p.147 Aqui, a informação recebida pelo interlocutor é exatamente a mesma daquela realizada em uma estrutura SVO. Contudo, perceba que temos uma flexibilização no critério de disposição dos elementos da oração; agora estabelecida em OSV. Qual o motivo dessa concessão? Apontar ao remetente da mensagem qual o tópico de relevância nesse contexto; a saber, aquele que foi primariamente determinado e cuja construção está associada à ENM de sobrancelhas levantadas. Assim, ao topicalizar o objeto (futebol), indica-se que esse é o elemento principal sobre o qual a explanação será feita. 106 Ainda, podemos identificar na Libras a possibilidade de replicação do elemento topicalizado, realçando-o ainda mais. Essa estrutura mantém o constituinte que recebeu a marca de tópico como o primeiro elemento da sentença e recupera-o no seu lugar de origem. Retomando a partir da oração exemplificada por Quadros e Karnopp, seria uma sentença como: Observe que a ordem comum (SVO) foi modificada pela ordem OSV para evidenciar o objeto futebol como assunto destaque da comunicação. Nesse caso, há indicativo de maior ressalto, pois esse substantivo foi duplicado na posição que estaria quando da ordenação básica da Libras: depois do verbo. AFIRMATIVAS E NEGATIVAS, EXCLAMATIVAS E INTERROGATIVAS A utilização de expressões não manuais é necessária na constituição do tipo de frase em Libras, seja afirmativa, negativa, exclamativa e/ou interrogativa. Em línguas orais, os critérios que estabelecem os tipos de frases podem ser três: no caso das negativas, será a presença de alguma palavra com carga negativa, tal qual não, nunca, nada, etc. Já para os outros tipos de frases, as afirmativas, exclamativas e interrogativas 107 será a pontuação gráfica colocada ao final da sentença escrita e a entonação ao ser verbalizada oralmente. Veja: Perceba que, em exceção da sentença negativa, todas as orações possuem construção idêntica. As escolhas morfossintáticas são iguais para todos os casos, embora cada uma dessas orações tenha sentido próprio determinado pela sua pontuação e, portanto, por seu tipo. Todavia, não é possível estabelecer a modulação nos tipos de frases em Libras da mesma maneira que as expostas acima, dado que os recursos de pontuação gráfica e entonação não estão presentes nas línguas espaço-visuais, pois o seu registro escrito não é semelhante ao das línguas orais-auditivas e, obviamente, por não serem expressas pelo aparelho fonoarticulatório, estão isentas de marcas de oralidade, como a entonação. Assim, o elemento responsável por indicar o tipo de frase em Libras será a expressão não manual. As orações afirmativas terão expressões faciais e corporais neutras. Sua constituição reúne vocabulário relacionado à intenção do enunciador com imparcialidade de expressão, como podemos ver na ilustração abaixo: Figura 16: Sentença “Este livro é meu.” Fonte: PAULA, 2020, p. 93 108 As orações negativas terão a inclusão de alguma palavra com carga negativa, além da atribuição de ENM próprias a tal intuito, isto é, o de negar; como, por exemplo, balançar de cabeça, aproximar as sobrancelhas, negar com o dedo indicador, etc. Figura 17: Sentença “Este livro não é meu.” Fonte: PAULA, 2020, p. 95 Observamos que, ao trazer a palavra negativa que transforma a sentença, as ENM do sinalizador carregam o sentido de modo a diferenciar a afirmativa da negativa. Essa negação pode, inclusive, ser expressa simultaneamente à palavra ou termo negado. Veja: Figura 18: Sentença “Ele não falou nada.” Fonte: PAULA, 2020, p. 97 O discurso exclamativo expressa surpresa, admiração, comoção, sobressalto, espanto e/ou susto. Assim, terá expressões corporais e faciais associadas à performance da sinalização a fim de ofertar esse(s) significado(s), como olhos arregalados, ombros erguidos, lábios contraídos, sobrancelhas levantadas, etc. Figura 19: Sentença “Belo Horizonte é linda!” 109 Fonte: PAULA, 2020, p. 97 Já as interrogativas terão ENM coincidentes com tal significação, identificando o questionamento. São possibilidades de expressões indicativas de interrogativa: queixo inclinado para cima, sobrancelhas franzidas, arredondamento dos lábios, leve fechamento dos olhos, etc. Figura 20: Sentença “O parque é onde?” Fonte: PAULA, 2020, p. 97 110 FIXANDO O CONTEÚDO 1. COVEST-COPSET – 2019 As sentenças sujeito-verbo-objeto são comuns em Libras. Assinale a alternativa que segue esta regra. a) Nunca reclamar minha mãe b) José brasília não conhecer c) Comida nordeste ela gostar d) Miguel bolo colocar-no-forno e) Fátima estudar curso direito 2. COPESE- UFPI – 2018 Sobre a ordem das frases na Língua Brasileira de Sinais, é possível afirmar que: 1) Todas as frases com a estrutura SVO são gramaticais; 2) A estrutura OSV é a estrutura utilizada no processo de topicalização; 3) A estrutura SOV é utilizada para a construção de foco; 4) Frases com a estrutura VOS são agramaticais. Estão CORRETAS as afirmações: a) Apenas 1, 2 e 3. b) Apenas 1, 2 e 4. c) Apenas 1, 3 e 4. d) Apenas 2, 3 e 4. e) 1, 2, 3 e 4. 3. SELECON- 2018 – adaptado - Um instrutor usa uma frase do cotidiano para mostrar a flexibilidade da ordem das frases em Libras e, em seu exemplo, utiliza a estrutura de topicalização, onde a ordem visualizada é OSV. Apresenta-se a estrutura de topicalização correta (t= tópico e mc= movimento de cabeça) na seguinte alternativa: a) <Libras>t<Eu gostar>mc (De Libras, eu gosto.) b) <Libras>mc<Eu gostar>mc (De Libras, eu gosto.) 111 c) <Libras>t<Eu gostar>t (De Libras, eu gosto.) d) <Libras>mc<Eu gostar>t (De Libras, eu gosto.) e) <Libras>t<Eu gostar>mc nulo (De Libras, eu gosto) 4. A sentença abaixo reproduzida se trata de uma oração: Fonte: FELIPE, 2007, p.65 a) Afirmativa. b) Negativa. c) Exclamativa. d) Interrogativa. e) Imperativa. 5. FEPESE- 2019 - Analise a frase abaixo: Quando o tema do discurso sinalizado em Libras tem uma ..........................no início da frase, estamos nos referindo ao processo de topicalização. Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna do texto. a) supressão; b) derivação; c) subjetivação; d) ênfase especial; e) incorporação 6. São indicativos que a sentença abaixo reproduzida trata-se de uma negativa: 112 Fonte: FELIPE, 2007, p.66 a) ENM sobrancelha franzida e vocabulário indeterminado. b) utilização de pronome pessoal e ENM do movimento de cabeça. c) exclusivamente a ENM do indicador sinalizando negativa. d) ENM de surpresa e espanto e ENM sobrancelha franzida. e) incorporação da sinalização negativa e ENM do movimento de cabeça. 7. IBADE- 2018 A diferença entre a língua oral e a língua de sinais está na modalidade de articulação, sendo que na primeira a modalidade praticada é oral-auditiva, pronunciada oralmente e, na segunda, apresenta-se visual- espacial, representada por sinais. Nesse sentido, nas duas línguas encontram-se presentes itens lexicais e todo aparato linguístico necessário para a efetivação da comunicação entre seus usuários. A Libras, tanto quanto as outras línguas apresentam estrutura e regras gramaticais próprias. A sintaxe da Libras é composta pela seguinte ordem básica, respectivamente: a) verbo, objeto e sujeito. b) sujeito, verbo e objeto. c) gênero, verbo e objeto. d) verbo, gênero e sujeito. e) sujeito, verbo e substantivo. 8. UFCG – 2019 Na sintaxe da Libras, as construções em foco envolvem duplicação e estão associadas a marcações não-manuais enfáticas. De acordo com essa regra, qual o tipo de estrutura apresentada para a construção da oração [QUEM GOSTAR VIAJAR] qu QUEM]qu? a) quando o elemento for interrogativo, a marcação não manual será exclamativa. 113 b) quando o elemento for exclamativa, a marcação não manual será interrogativa. c) quando o elemento for interrogativo, a marcação não manual será interrogativa. d) quando o elemento for duplicação negativa, a marcação não manual será interrogativa. e) quando o elemento for duplicação negativa, a marcação não manual será de negativa. 114 LIBRAS EM FOCO III AÇÕES COTIDIANAS As enunciações referentes a atos cotidianos serão basicamente construídas a partir da classe de palavras que exprime as ações, estado ou mudança de estado; a saber, os verbos. Considere alguns verbos em Libras no vídeo apresentado pelo canal da Hand Talk disponível no Youtube: https://bit.ly/3BrTYip. Perceba que os verbos mostrados no vídeo estão fora de contexto e, portanto, sem qualquer tipo de concordância ou conjugação. Assim, quando necessário, marcas de tempos verbais e elementos morfológicos de conformidade ao referente serão indicados na adequação ao contexto. Vamos sugerir aplicações a partir de algumas das ações comuns no discurso cotidiano. Consideraremos o conteúdo nos principais tipos de frases, quais sejam: afirmativas, negativas, exclamativas e interrogativas. Vamos começar? Leia o texto a seguir escrito em Português. Note os verbos nele colocados que estão listados no vídeo que consideramos. No espaço em seguida, faça a transcrição da tradução desse mesmo texto para a Libras. Para isso, retome seus conhecimentos sobre pronomes pessoais, membros da família, lugares públicos, etc. UNIDADE 06 https://bit.ly/3BrTYip 115 Uma rotina ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ________________________________________________________________ No relato, podemos notar elaborações dos principais tipos de frases. Ao considerar cada exemplo mencionado, retome as considerações feitas no item 5.5 desta obra. Veja: Afirmativas 116 Considerando a ordenação SVO (sujeito + verbo + objeto) e/ou SOV essas sentenças podem ser construídas em Libras assim: Nas passagens acima, temos dois períodos oracionais em cada uma: a) Meu filho acorda + Meu filho vai para a escola e b) Eu acordo + Eu vou trabalhar. No primeiro caso, a estrutura em SVO para o período inicial é gramatical e compreensível. Porém, para o segundo período temos um verbo (IR) que deve levar em consideração o ponto estabelecido no espaço do enunciador ao indicar a referência locativa de tal verbo. Assim, a ordenação marcará primeiro o objeto (escola), pois essa indicação auxiliará no direcionamento dado ao verbo. No segundo caso, acontece de maneira semelhante. A primeira sentença pode ser estabelecida em SVO, porém a segunda será mais clara à medida que primeiro haja a cenarização do referente para, depois, atribuir a ele um apontamento manual direcionado à anterior demarcação. Tal afirmativa também pode ser produzida em SVO. Perceba que a marcação para nós dois está agrupada em uma única sinalização. Relembre no item 2.1 a construção dos pronomes referentes à primeira pessoa do plural nesse sentido. Importante ressaltar que o parâmetro das expressões não manuais deve ser considerado ao enunciar qualquer sentença em Libras. Para as afirmativas, o mais comum são expressões corporais e faciais neutras que deixam claro uma expressão 117 isenta de outros sentidos que não a informação pontual e assertiva. Negativas Você aprenderá as construções referentes às formas de negativa de maneira detalhada no livro Libras IV. Por enquanto, vamos identificar a formação em SOV para ambas as frases negativas exemplificadas, dado que a partícula de negação deve vir imediatamente após o elemento que está sendo negado. Assim, teremos: No primeiro caso, o que está sendo negado é o fato do filho ficar sozinho identificado pelo verbo poder. No segundo caso, é a situação de assistir televisão que recebe uma referência negativa. Tal circunstância está identificada pelo verbo ver. Por isso, é depois desses dois verbos que a lexia de carga restritiva será posta. Aqui, também, as expressões não manuais são essenciais para elucidar a intenção do remetente da mensagem. Por exemplo, junto à sinalização da palavra não, acrescentar movimentos corporais como o balançar de cabeça para a direita e para a esquerda e expressões faciais como sobrancelhas franzidas, olhos semiabertos, lábios protuberantes em forma de beijo/bico, etc. não apenas adorna a mensagem, mas lhe dá integral percepção do intento negativo trazido pelo locutor. Exclamativas 118 Para exclamativas, como a aqui citada, podemos manter a estrutura em SVO. No entanto, haverá, quando em comparado com a disposição dos elementos em Língua Portuguesa, uma variação na ordenação escolhida para o pronome muitos. Sendo uma classe de palavra que caracteriza e acompanha outra; nesse caso, um substantivo, será mais gramatical e tornará a compreensão mais factível se primeiro indicarmos o referente a ser indefinido pelo pronome. Veja: As expressões não manuais serão as responsáveis por indicar a propriedade exclamativa dessa sentença. Perceba que poderíamos formular afirmativas e interrogativas utilizando a mesma estrutura lexical: Em línguas orais auditivas, a identificação do tipo de frase se dá, quando se tratando de um discurso verbalizado, por meio da entonação. É a entonação que determinará se estamos afirmando que ele tem muitos amigos, se estamos questionando isso ou se estamos exclamando sobre essa condição. No entanto, por não termos, nas línguas de sinais, elementos fonológicos próprios à modulação como responsáveis pelo reconhecimento da forma oracional, serão as ENM que servirão tais quais as caracterizações enunciativas de ênfase ou variação. Portanto, as expressões faciais como sobrancelhas levantadas, olhos bem abertos, lábios arqueados para baixo ou protuberantes em forma de beijo/bico, etc. indicarão que se trata de uma exclamativa relativa à intensidade e emoção. Interrogativas 119 Teremos a necessidade de expressões não manuais para as interrogativas, pois se trata de uma forma oracional que, em alguns casos, demanda as mesmas considerações que fizemos sobre as exclamativas. No exemplo que abordamos anteriormente, pudemos perceber que uma mesma sequência lexical pode evidenciar tipos frasais distintos (a- Ele tem muitos amigos. b- Ele te muitos amigos! c- Ele tem muitos amigos?) Em casos assim, serão as ENM próprias de uma interrogativa que elucidarão ao interlocutor se tratar de uma pergunta. Ainda, temos discursos que possuem palavras interrogativas em sua constituição, deixando claro o tipo de frase para o contexto. É assim que se dá com a sentença aqui trazida a título de modelo. Note como enunciá-la em Libras de modo plausível para a estrutura gramatical dessa língua: Em Libras, as interrogativas que possuem na sua composição algum advérbio ou pronome que já aportam em si mesmo carga negativa (o que; quando; onde; por que; como; etc.) terão essas lexias colocadas no fim da sentença. De modo que é comum uma estrutura SOV +palavra interrogativa. Atrelada à estrutura, as ENM como os olhos semiabertos, sobrancelhas franzidas, queixo levemente levantado e lábio arredondado complementam a característica de marca interrogativa na performance enunciativa. PARTÍCULAS INTERROGATIVAS Mencionamos, no subtítulo anterior, a presença de palavras interrogativas na constituição de sentenças indagatórias. Essas partículas podem estar em forma de 120 lexia ou locução. Identificamos abaixo algumas das principais partículas interrogativas na Língua Brasileira de Sinais: Em Libras elas servem a basicamente dois sentidos: servir como lexia-função para indicar uma pergunta e/ou atuar como elemento de retórica. Em Língua Portuguesa, ao atuar como indicativo de uma pergunta, tais vocábulos iniciam as orações interrogativas seguidas do arranjo SVO: Acesso em: 12 set. 2021 https://bit.ly/3aaMy78 121 Em Libras, porém, o mais comum é que a frase apresente a forma SOV +palavra interrogativa. Acompanhe: Caso a sentença não tenha um dos constituintes mencionados, como por exemplo, o objeto, mantemos a estrutura sugerida isenta do elemento omitido. É assim com o último modelo acima apresentado que, em Libras, ficará: Uma outra demanda possível para o uso das palavras interrogativas está para a construção de retórica e, não obrigatoriamente, na exigência de uma resposta do destinatário da mensagem. Esse é um recurso muito comum na elaboração textual em Libras e tem como efeito chamar a atenção do interlocutor, destacar uma informação e facilitar a compreensão de períodos muito longos como os subordinados. Veja: Todas as proposições acima podem ter na sua elaboração o uso de palavras interrogativas com atribuição retórica. Assim, o narrador fará uma pergunta, mas não espera uma resposta do seu interlocutor. Ele mesmo responderá tal questionamento que servirá para identificar os pontos mais relevantes do contexto, isto é, as informações principais que recebem esse destaque. Teremos as seguintes construções: 122 A primeira frase traz as informações da oração subordinada depois da introdução da palavra interrogativa para quê. Essa construção sequencia as informações e destaca o que, nesse contexto, é selecionado como a referência mais importante a ser decodificada ou recebida. Algumas marcações feitas na descrição da sentença e importantes de serem identificadas têm a ver com, em primeiro lugar, unidades que, em Língua Portuguesa são polilexicais e, em Libras, terão sinalização única. É o que acontece com a expressão todos os dias que, ao ser traduzida para a língua de sinais será performada por um único sinal capaz de representar mesmo sentido. Em segundo lugar, é necessário mencionar a identificação do uso das expressões não manuais. A marcação das expressões corporais e faciais próprias de interrogativas serão realizadas apenas durante a sinalização da palavra/locução interrogativa. Logo em seguida, a continuidade da frase será marcada por ENM de afirmativa, já que a informação seguinte trata da resposta ao questionamento retórico anteriormente feito. A segunda frase, ao utilizar-se da interrogativa retórica nos indica que, nessa sentença, a informação para a qual está sendo chamada a atenção é o assunto que os sujeitos gostam de estudar juntos; ou seja, inglês. Aqui também temos marcações de um sujeito que será sinalizado com apenas uma lexia em Libras, embora em Português esteja referenciado com duas palavras: nós dois. Ainda, as ENM próprias do tipo de frase interrogativa estarão restritas ao momento da sinalização da locução interrogativa o quê. Por último, na terceira frase, também teremos uma unidade polilexical em Língua Portuguesa que pode ser sinalizada com apenas uma palavra em Libras. É o caso da negativa do verbo poder, isto é, não poder. Assim como funcionou para as duas outras sentenças analisadas e como 123 funciona para a maioria das construções retóricas, o uso das expressões manuais e corporais que caracteriza o questionamento estará no momento da sinalização da palavra/locução interrogativa, enquanto que no restante da enunciação, as ENM evidenciarão o tipo de construção afirmativa, própria de ofertar uma informação factual e típica. APLICAÇÃO PRÁTICA Com os conhecimentos adquiridos até aqui, vamos realizar algumas aplicações práticas para ampliar nossos conhecimentos. 6.3.1 Atividade 1 Construa pelo menos dois pares de frases para cada uma das ações de Ravi. Você pode aproveitar informações para desencadear outras seguintes. Não se esqueça de treinar os quatro tipos de sentenças aprendidas; a saber, afirmativas, negativas, exclamativas e interrogativas. Siga o modelo: Modelo: O que Ravi está fazendo? _ Ele está acordando. Ele acorda muito cedo! _ Sim, às 6:30h. 124 Fonte: https://bit.ly/3Bh3WCQ. Acesso em: 12 set. 2021 6.3.2 Atividade 2 Assista ao vídeo de Fiorella contando uma história para sua irmã Florence. O vídeo está no seguinte link: https://bit.ly/2YpQb6N. Trata-se do livro Barulhinhos da manhã, de Pollyana Gama: Identifique os sinais de ações cotidianas ali apresentados e, mesmo sem conhecer a história, faça uma contação mais detalhada a partir do que conheceu do relato pela leitura de Fiorella. https://bit.ly/3Bh3WCQ https://bit.ly/2YpQb6N 125 Depois de sua produção textual pronta, assista ao vídeo explicativo da obra no seguinte link: https://bit.ly/3ixb1ry. Isso lhe permitirá refletir sobre sua capacidade de depreender e ampliar um discurso e concepções dele a partir de uma informação restrita. Associe os classificadores à sua elaboração vocabular. 6.3.3 Atividade 3 Faça e apresente para a classe, para um grupo de colegas ou para o professor a seguinte sugestão textual: A descrição de um dia da sua rotina. Lembre-se de colocar no seu discurso: o vocabulário de localização já trabalhado, o vocabulário de ações cotidianas, diferentes tipos de frases (afirmativas, negativas, exclamativas e interrogativas). Depois de apresentar seu texto, certifique-se de que as informações compreendidas pelos colegas e/ou pelo professor tenham sido as intencionadas por você. Aceite sugestões de adaptação de estruturação de sentenças e, caso seja necessário, refaça o texto para que fique ainda mais compreensível aos seus interlocutores. https://bit.ly/3ixb1ry 126 FIXANDO CONTEÚDO 1. 2019 As expressões não manuais na Libras são fundamentais para a produção de enunciados em Libras, pois atuam em todos os níveis linguísticos. Podemos utilizar como exemplo da atuação da Libras em expressões gramaticais: a) A testa franzida mostrando insatisfação ou raiva do falante. b) O cerrar dos olhos indicando pergunta. c) Os lábios esticados indicando felicidade. d) A inclinação da cabeça para demonstrar tristeza. e) O alçar das sobrancelhas indicando surpresa. 2. UFU-MG 2019 adaptada - Alguns verbos em Libras apresentam incorporação da negação, ou seja, o sinal já exprime o sentido da negativa sem a necessidade de se utilizar o item lexical de negação. Outro exemplo de incorporação é a de numeral, feita, por exemplo, na apresentação de pronomes pessoais. Sobre a incorporação, os estudos linguísticos apontam que os Sinais a) restringem-se a incorporar numerais aos verbos. b) não apresentam restrições, de modo que qualquer número pode ser incorporado ao Sinal. c) restringem-se a incorporar, no máximo, os numerais até quatro. d) limitam-se à produção para quantidade de horas. e) em todos os casos de incorporação de negativa mudam a forma da configuração de mão do verbo na sua forma afirmativa. 3. COPESE-UFPI 2017 adaptada. As línguas de sinais são línguas organizadas espacialmente de forma tão complexa quanto as línguas orais-auditivas. Qualquer referência usada no discurso requer o estabelecimento de um local no espaço de sinalização. Esse local pode ser referido através de vários mecanismos espaciais. 127 São opções que se referem a esses mecanismos: Direcionamento da cabeça e dos olhos em direção a uma localização particular. I. Apontação ostensiva antes do sinal de um referente específico. II. Usar um pronome em uma localização particular quando a referência for óbvia. III. Usar um classificador em uma localização particular. IV. Usar um verbo não-direcional (sem concordância). a) I, II, III, IV e V. b) I, II, III e IV. c) I, IV e V. d) I, II e III. e) I e III. 4. Qual dos verbos abaixo pode ser sinalizado em Libras de duas formas distintas quando na sua atribuição negativa? a) Conversar. b) Ir. c) Estudar. d) Trabalhar. e) Poder. 5. Os seguintes verbos correspondem a: Fonte: https://www.libras.com.br/os-cinco-parametros-da-libras 128 a) Brincar; esquecer e aprender. b) Trabalhar; limpar e pensar. c) Discutir; lembrar e saber. d) Andar; entender e entender. e) Escrever; arrepender e pensar. 6. FUNCAB- 2015. Verbos direcionais são os que possuem marca de concordância. A direção do movimento marca no ponto inicial e no final, respectivamente, o(a): a) Verbo – Objeto. b) Sujeito – Verbo. c) Verbo – Adjunto. d) Sujeito – Objeto. e) Gênero – Verbo. 7. A frase que está sendo abaixo sinalizada pode ser traduzida por: a) Sua família ama viajar para onde? b) O que a família dele gosta de fazer ao viajar? c) Para onde sua família gosta de viajar? d) Como sua família gosta de viajar? e) Quando sua família gosta de viajar? 8. COMVEST-UFAM 2019 Libras apresenta certa flexibilidade na ordem das palavras. Existem assimetrias entre as construções com verbos sem concordância e com concordância. No entanto, pesquisas evidenciam que a ordem mais básica da língua é: 129 a) VO. b) VOS. c) OSV. d) SVO. e) SOV. 130 RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO UNIDADE 01 UNIDADE 02 QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 B QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 D QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 E QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 A QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 E QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 A QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 C QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 C UNIDADE 03 UNIDADE 04 QUESTÃO 1 E QUESTÃO 1 B QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 C QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 E QUESTÃO 4 A QUESTÃO 4 A QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 D QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 A QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 E QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 D UNIDADE 05 UNIDADE 06 QUESTÃO 1 E QUESTÃO 1 B QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 C QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 B QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 E QUESTÃO 5 D QUESTÃO 5 A QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 D QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 C QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 D 131 REFERÊNCIAS ABBADE, C. M. S. A lexicologia e a teoria dos campos lexicais. RIO DE JANEIRO: Cadernos do CNLF, v. XV, 2011. ALVIANO, B. N. 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