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16/10/2022 17:50 Disciplina Portal https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7262644/temas/10/conteudos/1 1/28 Perícia Forense I Aula 10 - Perícia em local de acidente de trânsito II INTRODUÇÃO O exame de levantamento de local de acidente de tráfego engloba o registro e a coleta de todos os dados e características do local, dos veículos envolvidos, das vítimas, dos condutores e de todos os demais vestígios existentes no leito da via, bem como a sede e a orientação das avarias produzidas nos veículos envolvidos. É necessário, ainda, de�nir a natureza do evento, se atropelamento, colisão, abalroamento, choque, queda, tombamento, capotamento etc. Todas essas informações ajudarão a estabelecer a provável dinâmica dos fatos. 16/10/2022 17:50 Disciplina Portal https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7262644/temas/10/conteudos/1 2/28 Nesta aula, continuaremos a abordar as contribuições das vias e dos veículos para a efetivação do evento acidente de tráfego. OBJETIVOS Apontar outros aspectos da via que in�uenciam no evento de acidente de tráfego. Discutir a in�uência dos veículos como causadores do acidente de tráfego. Examinar os procedimentos para levantamento de local de acidente de tráfego. 16/10/2022 17:50 Disciplina Portal https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7262644/temas/10/conteudos/1 3/28 Preferência da via notoriamente preferencial Continuando a aula anterior... Em determinadas situações em cruzamentos não sinalizados, a regra da mão direita não prevalece, como é o caso do cruzamento de uma via asfaltada (na vertical) com outra com calçamento, ou ainda, de uma via pavimentada e outra de terra. Esse entendimento também é extensivo ao cruzamento de uma via nitidamente mais larga, como uma avenida, por exemplo, com uma rua típica. 16/10/2022 17:50 Disciplina Portal https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7262644/temas/10/conteudos/1 4/28 Preferência em circunstâncias anormais de velocidade Todos os casos estudados até aqui tratam de circunstâncias normais de velocidade. Contudo, em circunstâncias anormais, particularmente o excesso de velocidade, deve-se fazer um estudo detalhado para se deduzir a quem de fato pertencia a prioridade de passagem, em razão de todas as circunstâncias do momento e do local, o que muitas vezes se resume em determinar se, sem excesso de velocidade do veículo que trafegava pelo �uxo preferencial, o acidente ainda ocorreria. Saiba mais , A interceptação em acidentes de tráfego é a �gura em que um veículo corta a frente do outro, ou seja, se coloca à frente da trajetória do outro que trafega normalmente. Nessa situação, o veículo não respeitou a prioridade de trânsito do outro, culminando com o acidente. Quando, entretanto, há um considerável excesso de velocidade (caso do veículo A da imagem acima, animado com velocidade de 122 Km/h) por parte do veículo que tem sua trajetória perturbada (veículo B), há que se considerar na análise do acidente essa situação e, se for comprovado que sem o excesso de velocidade o acidente não ocorreria, esse veículo não pode se valer da prioridade de trânsito que teria caso trafegasse com marcha normal. Regime de tráfego Fluxo é o número de veículos que atravessa determinada seção da rodovia por unidade de tempo (veículo/h). O tráfego é organizado de modo a proporcionar a melhor �uidez do trânsito dentro de condições seguras de uso, de modo que a utilização das vias terrestres seja a mais e�ciente possível. As mencionadas artérias são chamadas vias de mão única quando permitem o tráfego, exclusivamente, em um determinado sentido, e vias de mão dupla quando o tráfego se processa nos dois sentidos. 16/10/2022 17:50 Disciplina Portal https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7262644/temas/10/conteudos/1 5/28 Disso de�uem dois conceitos normalmente confundidos: CONTRAMÃO DE TRÁFEGO Ocorre quando a unidade de tráfego se desloca de uma via de mão única para o sentido contrário da corrente de tráfego que se processa normalmente pela artéria. CONTRAMÃO DE DIREÇÃO Ocorre quando uma unidade de tráfego, abandona a faixa própria destinada ao �uxo de tráfego que opera no sentido de seu deslocamento, para ocupar posição, ainda que momentânea, na faixa do tráfego que se processa em sentido oposto. No exemplo representado na Figura 5, o veículo A in�etiu na contramão de tráfego. 16/10/2022 17:50 Disciplina Portal https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7262644/temas/10/conteudos/1 6/28 Fatores preexistentes no local Na dinâmica do trânsito, o motorista exerce a função de controle, elegendo a direção a ser seguida, executando os movimentos retilíneos, curvos e de conversões etc., o balizamento do veículo em relação à via e às demais unidades de tráfego e, precipuamente, interferindo nas demais variáveis cinemáticas que caracterizam o seu movimento, conservando uma velocidade constante ou acelerando, desacelerando, parando. Como o motorista interage com a via por meio do veículo, essa atividade de comando se processa in�uenciada pelo conjunto de informações ou sinais procedentes do exterior concernentes à: E também na forma pela qual se processa e à ocupação desta via por outros veículos e pedestres, bem como por manifestações recebidas ou percebidas sensorialmente do próprio veículo (por exemplo, velocidade e aceleração), originando as reações do condutor que, atuando em um ou mais sistemas, se traduzem nas respostas dinâmicas do veículo sobre o pavimento, tais como aceleração, frenagem e mudança de direção. Fonte: Assim, não podemos nos abster da condição do local no momento do acidente considerado, percebendo que diferentes circunstâncias determinam panoramas completamente distintos, diante do que um acidente em uma determinada situação, em razão das variáveis cinemáticas e dinâmicas diversas, não se reproduz de forma exatamente correspondente em outra conjuntura. 16/10/2022 17:50 Disciplina Portal https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7262644/temas/10/conteudos/1 7/28 Condições físicas do pavimento Os pavimentos devem ser uniformes, sem ondulações e sua rugosidade deve proporcionar uma aderência, assegurando a estabilidade dos veículos, tanto longitudinal quanto transversal. A aderência é particularmente importante quando as condições-padrão do pavimento são alteradas, sobretudo nos trechos nos quais os veículos tenham que modi�car a sua trajetória ou a sua velocidade. Quando um perito a�rma que o pavimento se encontrava em condições normais de uso ou sem defeito ou deformidades dignas de nota, admite que a origem do acidente é alheia ao pavimento. IRREGULARIDADES NO PAVIMENTO Cumpre ao perito determinar se o pavimento está em perfeitas condições de uso ou se apresenta alguma irregularidade que possa ter contribuído, direta ou indiretamente, para a gênese do acidente; localizar e descrever buracos e outras irregularidades no pavimento e determinar se há razão para se acreditar que contribui para o acidente; em certos casos, veri�car o desnível ou depressão entre a borda da pista e o acostamento. DEPÓSITO DE MATERIAL NO PAVIMENTO É dever do perito determinar o estado do pavimento, se estava seco, úmido ou molhado, com depósitos de areia ou de óleo, ou ainda, de qualquer substância capaz de modi�car a aderência dos pneumáticos com o pavimento. A tendência de comportamento do veículo determinada pela brusca perda de aderência ocasionada pela presença de óleo, água etc., no pavimento é a derrapagem. A presença de água reduz o coe�ciente de atrito pneus/pavimento, aumentando a distância de parada. Essa redução será tanto mais acentuada quanto maior for a velocidade de circulação e quanto menor for a textura super�cial do pavimento, podendo mesmo anular-se, sucedendo o fenômeno da hidroplanagem ou aquaplanagem. 16/10/2022 17:50 Disciplina Portal https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7262644/temas/10/conteudos/1 8/28 Obstrução no leito carroçável Essas obstruções constituem exemplos de obstáculos sobre o leitocarroçável, de alguma forma interferindo na �uidez do trânsito, direta ou indiretamente, podendo originar acidentes de tráfego. Além de veículos parados no leito da via, �guram pedras, peças de madeira e componentes mecânicos, tais como macacos, rodas e pneus, eventualmente usados em reparos e esquecidos sobre o leito carroçável, cargas desprendidas dos veículos e outras peças voluntária ou involuntariamente posicionadas na artéria, bem como pedras galhos de árvore, rochas e árvores deslocados por qualquer fenômeno da natureza. Fonte: d = 0,5 v + 0,01 v² Em relação a um obstáculo parado, considera-se a fórmula de estimativa da distância mínima de parada, descrita na equação, de�nida como a distância mínima que um veículo pode parar, a partir do momento em que o condutor percebe o obstáculo na pista. Vestígios implantados no pavimento pelo acidente Da interação dos veículos com o pavimento resulta a permutação de características, uma vez que são agentes mecânicos em processo de ação e reação, deixando vestígios que re�etem as morfologias, naturezas e forma de atuação desses agentes. Ponto de impacto ou sítio de colisão 16/10/2022 17:50 Disciplina Portal https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7262644/temas/10/conteudos/1 9/28 O ponto de impacto ou sítio de colisão permite reconhecer a posição ou lugar no espaço onde se inicia o acidente de tráfego propriamente dito. A fase mecânica e concreta é aquela em que os veículos interagiram �sicamente, colidindo, abalroando, se chocando, atropelando etc., correspondente àquela etapa intermediária da cronologia do acidente. Saiba mais , Em regra, o ponto de impacto ou sítio de colisão é indicado por agregados presentes na infraestrutura ou frações de componentes fragmentáveis desprendidos das carrocerias dos veículos durante o embate e que se depositam no pavimento, tais como fragmentos de vidro provenientes dos para-brisas ou lente do farol e lanternas, lascas de pintura, barro, manchas de óleo e de água do sistema de arrefecimento, ou qualquer outro elemento móvel. O reconhecimento dos vestígios móveis como assinaladores da localização do sítio de colisão, frequentemente, depende de fatores que devem ser observados: 16/10/2022 17:50 Disciplina Portal https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7262644/temas/10/conteudos/1 10/28 As partes quebradas e que se desagregam das carrocerias dos veículos tendem a continuar se movendo na mesma direção e sentido do veículo predominante, determinando o que se convencionou chamar de área de dispersão dos vestígios. Quando esses fragmentos caem durante uma colisão, as forças de colisão determinarão a direção em que eles vão se projetar. O modo pelo qual os fragmentos se espalham indicarão a direção em que o veículo se deslocava no momento da colisão, auxiliando na delimitação do sítio de colisão ou ponto de impacto aproximado. Logo, é temerária, e em muitos casos impraticável, a determinação do real ponto de impacto ou sítio de colisão quando se tomam única e exclusivamente por base os vestígios móveis: fragmentos de vidro, lascas de pintura etc., ou ainda, líquidos como água, óleo e outros combustíveis originados dos veículos. Quando muito, esses vestígios, isoladamente, indicam a possível área do embate, pois a ejeção dos vestígios não está sujeita apenas à ação da força de gravidade. Em função da propriedade física da inércia, acompanham o movimento imposto pela força predominante, na direção e sentido no qual o veículo demandava no instante básico do embate. Marcas de frenagem 16/10/2022 17:50 Disciplina Portal https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7262644/temas/10/conteudos/1 11/28 A morfologia das marcas pneumáticas é uma das mais ricas fontes de informações concretas, sendo as de frenagem a mais simples delas, distinguindo-se as marcas de frenagem comuns, deixadas pelo bloqueio das rodas de veículos equipados com sistema convencional de freios, e as marcas de frenagem por ABS, característica dos veículos equipados com sistema de freios antibloqueantes. As marcas de frenagem comuns são marcas típicas deixadas no leito carroçável das vias terrestres por rodas bloqueadas ou semibloqueadas pelo acionamento dos freios de serviço de veículo em movimento, produzindo desaceleração, e culminando na eliminação da rotação das rodas. Resulta de duas fases distintas: ROTAÇÃO DESACELERADA A primeira compreende desde o instante em que as rodas, sob a ação dos freios, entram em (a) rotação desacelerada até o completo bloqueio, quando as rodas perdem o último resíduo de rotação (velocidade angular - zero); ocasião na qual começa a etapa seguinte. FASE DE RODA TRAVADA Vai até o ponto de anulação da velocidade do veículo, evidentemente se o pedal do freio continuar sendo premido. Essas marcas, cuja forma mais comum, correspondente à fase de roda travada, é contínua e longitudinal, apresentam comprimento variável, dependendo principalmente, da velocidade imposta ao veículo e do coe�ciente de atrito entre o pavimento e a banda de rodagem dos pneumáticos. Iniciam por uma zona sombreada (ou clara) que corresponde ao limiar do bloqueio, seguida por uma mais escura, referente à fase de roda travada, resultando um par de marcas retilíneas, cada uma das quais preenchidas por estriações e riscos no interior da marca, longitudinal e paralelamente à direção do movimento. Sulcagem ou Escalavraduras 16/10/2022 17:50 Disciplina Portal https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7262644/temas/10/conteudos/1 12/28 O deslizamento de partes metálicas de veículos sobre o pavimento deixa marcas características, na forma de sulcos mais ou menos intensos e nítidos no pavimento. Esses sinais, normalmente, são produzidos a partir do sítio de colisão. É comum as sulcagens serem veri�cadas em locais de colisão envolvendo bicicletas ou motocicletas quando estas, subjugadas por um veículo mais estável, após perderem o equilíbrio, são arrastadas ou impulsionadas em um percurso intermediário, do ponto de impacto até a posição �nal de imobilização. Fonte: Em choques ou colisões, as partes estruturais dos veículos podem ser atritadas no pavimento, escari�cando-o, assim como aros de pneus com pequena pressão submetidos a bruscos movimentos transversais podem imprimir sulcagens no pavimento. Outras marcas pneumáticas TRILHAS Quando o veículo abandona a estrada, in�etindo no terreno marginal, pode abrir trilhas na vegetação rasteira, se houver. Dependendo do grau de compactação do solo, pode haver deformações no chão por compressão da banda de rodagem. MARCAS DE ACELERAÇÃO OU PATINAGEM São devidas à falta de aderência com o solo. Ocorre quando a roda rotacional, sem o correspondente avanço do veículo, sai do estado de repouso, com aceleração brusca ou repentino aumento da velocidade. MARCAS DE ROLAMENTO 16/10/2022 17:50 Disciplina Portal https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7262644/temas/10/conteudos/1 13/28 Também conhecidas como marcas de rodas livres, de rolamento ou de impressão moldada, são o desenho da banda de rodagem do pneu impresso em piso brando, úmido ou não, consequência da própria rotação dos pneus pela passagem sobre superfície de rolamento branda. MARCAS POR DEPÓSITOS Os pneus molhados podem agregar materiais das superfícies arenosas ou asfálticas e, posteriormente, deixar desenhos da banda de rodagem no pavimento como se fosse um carimbo. MARCAS DE PNEUMÁTICO VAZIO São marcas mais escuras de largura variante, normalmente não seguem uma linha reta, com tendência a dirigir-se ao acostamento. MARCAS DE CHOQUE São marcas deixadas em outro veículo ou obstáculos verticais, como: muros, defensas e meios-�os, normalmente situados a uma altura adjacente do meio do pneu. MARCAS DE DESLOCAMENTOS LATERAIS Em um choque ou colisão, em que a reta que passa pelo centro de gravidade do veículo não coincide com o suporte e as forças gerados durante o sinistro, o veículo tende a derivar a sua traseira para um dos lados, podendo deixar marcas características dessemovimento secundário no pavimento. Essas marcas também podem ser observadas em casos de colisão transversal pela dianteira ou pela traseira, quando um dos veículos consegue deslocar transversalmente o outro. 16/10/2022 17:50 Disciplina Portal https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7262644/temas/10/conteudos/1 14/28 MARCAS DE ARRASTAMENTO Um veículo deslocando outro longitudinalmente ou transversalmente, seja por impulsão ou arrastamento, determinará a impressão de marcas pneumáticas demarcadoras dos movimentos intermediários resultantes da interação entre os veículos na fase intermediária do evento. MARCAS DE DERRAPAGEM A derrapagem ocorre quando o veículo, ao descrever a trajetória em curva, se desvia lateralmente, em relação à sua trajetória primitiva, impelido pela força centrífuga. Essas marcas são semicirculares, produzidas pelos pneus de rolamento quando o veículo desenvolve velocidade incompatível com os limites �xados pela física. VEÍCULO COMO FATOR DE ACIDENTE O exame dos veículos sinistrados em acidente de tráfego revela as condições operacionais e um somatório de vestígios. A interpretação de suas naturezas, posições, situações e formas fornecerão preciosas informações para a construção do acidente. Essa inspeção, normalmente, começa no próprio local de ocorrência, outras vezes é indispensável o recolhimento de peças selecionadas, suspeitas de fadiga mecânica, cujo diagnóstico compete a um físico ou engenheiro versado em metalogra�a ou ciência dos materiais. Classi�cação geral dos veículos segundo o Código de Trânsito Brasileiro 16/10/2022 17:50 Disciplina Portal https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7262644/temas/10/conteudos/1 15/28 Identi�cação geral do veículo O exame do veículo acidentado inclui a identi�cação do veículo por meio das suas características macroscópicas e dados cadastrais alusivos à documentação: As informações de caráter técnico, sempre que possível, devem ser complementadas com o levantamento das áreas de gravação do número de identi�cação do veículo (Vehicle International Codes - VIN), bem como dos números identi�cadores dos componentes agregados situados em locais convencionais, o que deve ser procedido com os devidos cuidados e, havendo indícios de alteração encaminhar para o devido exame. 16/10/2022 17:50 Disciplina Portal https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7262644/temas/10/conteudos/1 16/28 O veículo será identi�cado obrigatoriamente por caracteres gravados no chassi (glossário) ou no monobloco, reproduzido em outras partes, conforme dispuser o Contran. Classi�cação e Registro de Danos e Avarias Tipi�cação das deformações As deformações observadas nas estruturas dos veículos participantes do acidente de tráfego aplicam-se aos seguintes termos: AMASSAMENTO 16/10/2022 17:50 Disciplina Portal https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7262644/temas/10/conteudos/1 17/28 Veri�cado quando determinada parte da carroceria do veículo é amassada devido a um impacto, geralmente de pequenas proporções. DILACERAMENTO OU CISALHAMENTO Geralmente é uma ação resultante de impacto violento sobre parte da estrutura, causando rasgamento ou laceramento. MARCAS DE ARRASTAMENTO OU DE ATRITAMENTO São riscos ou ranhuras típicas, normalmente acompanhadas de deformações, na parte externa do veículo, geralmente deixadas quando o veículo percorre determinada distância em um tombamento ou capotamento, formados pelo atritamento das superfícies contra o pavimento ou o chão. EMPENAMENTO Deformação produzida por tração ou pressão em peça estrutural que assume as feições de coluna ou viga, como por exemplo, para-choques e colunas. ARRANCAMENTO É a subtração violenta de determinada peça, quase sempre devido a um impacto intenso. ESTAMPAMENTO É a impressão, no veículo, da forma da seção transversal da estrutura contra a qual ocorreu o impacto. Quando o veículo se choca contra um poste, �ca uma estampa no ponto de impacto, isto é, o molde em negativo do poste. ESMAGAMENTO Destruição violenta produzida pela ação do impacto de um corpo maior sobre um menor. SANFONAMENTO Lembra o fole de uma sanfona. Ocorre geralmente em avarias do capô resultante de um choque ou colisão frontal. AFUNDAMENTO Depressão causada na carroceria do veículo devido a um impacto. Termo geralmente aplicado na de�nição de dano em veículo produzido em consequência de atropelamento. 16/10/2022 17:50 Disciplina Portal https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7262644/temas/10/conteudos/1 18/28 MOSSA Vestígio de pancada ou pressão de pequena intensidade. Pode ser um pequeno afundamento ou leve amassamento. ATRITAMENTO Riscos na camada de tinta, acompanhados ou não da deformação da carroceria do veículo. Topologia das deformações Intensidade das deformações 16/10/2022 17:50 Disciplina Portal https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7262644/temas/10/conteudos/1 19/28 Consideramos que as deformações recepcionadas por veículos de passeio podem ser classi�cadas em: Orientação dos danos Os veículos envolvidos em acidentes de tráfego aplicam e/ou recepcionam forças que provocam deformações, danos ou avarias. Força é um ente físico geometricamente representado por uma seta ou vetor, importando destacar aqui duas de suas características: a direção e o sentido. Nos veículos envolvidos em acidentes de tráfego, a deformação produzida tem a direção e o sentido das forças estabelecidas que a produziu. 16/10/2022 17:50 Disciplina Portal https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7262644/temas/10/conteudos/1 20/28 Saiba mais , Para os casos mais simples, este é o princípio basilar que norteia toda análise, indicando a direção e o sentido da força atuante e, portanto, a forma pela qual se deu a interação, salientando-se que essas deformações podem ser difusas, contudo, observando- se um sentido predominante como resultado da força principal. Observe a imagem a seguir: Agora perceba que... F1 A força F1 produzirá danos no setor anterior, orientado da dianteira para traseira. F2 A força F2 produzirá danos no setor posterior, orientado da traseira para dianteira. F3 A força F3 produzirá danos no setor lateral traseiro esquerdo, orientado da esquerda para direita. F4 A força F4 produzirá danos no setor lateral médio direito, orientado da dianteira para traseira e da direita para esquerda. F5 16/10/2022 17:50 Disciplina Portal https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7262644/temas/10/conteudos/1 21/28 A força F5 produzirá danos no setor angular anterior esquerdo, orientado diagonalmente da dianteira para traseira e da esquerda para direita. Levantamento do local de acidente de trânsito O levantamento do local de acidente pode ser dividido em três fases: FASE 1 Percorrido todo o local onde ocorreu o acidente, após o devido isolamento, após a veri�cação da necessidade de requisição de perícia para o local, inicie o levantamento fazendo um croqui do local, que deve ser feito seguindo os seguintes procedimentos: • Anote data (com dia da semana) e hora do ocorrido, preferencialmente no formato de 24 horas. Por exemplo: 18h30min, ao invés de 06h30min da noite. • Faça um esboço das vias, procurando ocupar a folha de levantamento de modo a abranger todo o local. Noções de proporções são fundamentais nesses esboços. • Posicione os veículos envolvidos no croqui conforme sua posição de repouso �nal, dando nomes para os mesmos, como: V1- Corsa/GM e V2-Titan/Honda. • Represente no croqui o nome das vias com suas respectivas larguras; indique o sentido (bairro ou outra via) para onde vai cada via. • Indique o sentido de deslocamento regulamentar da via com setas demonstrando se as vias são de mão-dupla ou mão-única e as placas de sinalização, caso existam no local, e a sinalização horizontal existente. • Represente as marcas de frenagem ou de derrapagem, as marcas de fricção, de sulcagem, o posicionamento dos fragmentos e manchas de óleo, com seus respectivos comprimentos. • Escolha dois referenciaisde medida de modo que sejam perpendiculares entre si. Use como referenciais de medida as guias (meio-�o) das vias ou construções como muros ou 16/10/2022 17:50 Disciplina Portal https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7262644/temas/10/conteudos/1 22/28 prédios em que se possa referenciar o local onde ocorreu o acidente. • Faça, então, as medidas necessárias para localizar os veículos, sempre em função dos referenciais de medida adotados. No caso de veículos de médio e grande porte, faça as medidas nas angulares dos mesmos, preferencialmente use no mínimo duas angulares de cada veículo. No caso das motocicletas, motonetas, ciclomotores e também nas bicicletas faça as medidas pelo eixo das rodas das mesmas. • Indique no seu levantamento condições do tempo: seco ou chuvoso. • As condições da pista: plana ou inclinada (indique a direção do declive); o traçado da pista: curva ou reta; os obstáculos na via: obras sem sinalização, por exemplo; tipo de pavimentação: asfalto, concreto ou terra; condições da pista: se bem conservada ou mal conservada e a existência de acidentes topográ�cos tais como buracos ou taludes nas laterais. • Jamais con�e plenamente em equipamentos fotográ�cos analógicos ou digitais, uma vez que tanto as fotogra�as digitais como as comuns podem se perder. A documentação do local deve ser feita de modo que o perito não �que dependente de um dado que só se poderia ser conseguido por uma fotogra�a. Portanto, estando no local, faça a escrituração dos dados, ainda que isso tome tempo. FASE 2 Corresponde ao levantamento de dados de cada veículo: • Quanto à documentação e identi�cação: número de placa, cor, ano/modelo, chassi, RENAVAM, tipo de veículo (vide item da classi�cação geral dos veículos) e proprietário. • Quanto às condições do veículo: sistema de freios, câmbio, equipamentos de segurança (cinto de segurança, extintor de incêndio), condições de pneus, sinalização, funcionamento das lanternas, funcionamento dos faróis, funcionamento de limpadores de para-brisa, presença ou ausência de espelhos retrovisores, entre outros. • Quanto às sedes de impacto e avarias no veículo: deve-se fazer constar, além das condições gerais do veículo, a região sede de impacto onde o veículo tenha sofrido o contato com outro veículo. Importante é a de�nição do sentido da aplicação da força que provocou os danos, que deve ser indicado conforme as avarias. Havendo mais de uma sede de impacto em um mesmo veículo, estas devem ser enumeradas, de modo que se conheça 16/10/2022 17:50 Disciplina Portal https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7262644/temas/10/conteudos/1 23/28 a sequência provável em que aconteceram. Essa de�nição é possível quando se observam quais os materiais (resíduos) que �caram impregnados na sede de impacto, tais como impregnação da pintura do outro veículo marcas pneumáticas, impregnação de asfalto ou de alvenaria, por exemplo. Fragmentos de peles, sangue, pelos e tecido devem ser coletados, sendo necessária a devida documentação do setor do veículo em que foi coletado (tanto no exterior como no interior) e o respectivo envio ao Laboratório Forense para os devidos exames. O interior do veículo também deve ser averiguado. Sedes de impacto no interior do veículo, como deslocamento e quebramentos de painéis, quebramento de para-brisas, deslocamentos de bancos devem ser devidamente examinados, informando a área de impacto e a devida aplicação de força com sua direção e seu sentido. FASE 3 A terceira e última fase corresponde ao levantamento de dados dos condutores e proprietários dos veículos com a respectiva oitiva das versões de cada envolvido, em que se pode veri�car a versão de cada um, sendo esta fase investigativa. O perito de local, ao ouvir as versões de cada envolvido, deve fazê-lo no local e na presença de ambos, ainda que as versões sejam contrárias entre si. Embora seja comum o interesse das partes em se fazerem ouvidas, não devemos nos esquecer de que o estudo e a dinâmica do acidente de trânsito deve ser feito baseado nos vestígios levantados no local, servindo o relato dos envolvidos apenas como norteador do entendimento do acidente quando este se mostrar de difícil compreensão ou quando houver exiguidade de vestígios. ATIVIDADES Questão 1: Em relação à classi�cação das vias públicas, de�na marcas de frenagem. Posição ou lugar no espaço onde se inicia o acidente de tráfego propriamente dito, chamada de fase mecânica e concreta aquela em que os veículos interagiram �sicamente. a) Deslizamento de partes metálicas de veículos sobre o pavimento, deixando marcas características, na forma de sulcos mais ou menos intensos e nítidos no pavimento. b) São deixadas no leito carroçável das vias terrestres por rodas bloqueadas ou semibloqueadas pelo acionamento dos freios de serviço de veículo em movimento, produzindo desaceleração, e culminando na eliminação da rotação das rodas. c) São devidas à falta de aderência com o solo, pelo que a roda rotacional sem o correspondente avanço do veículo, por ocasião de brusca aceleração do veículo, seja iniciando sua marcha excessivamente veloz. 16/10/2022 17:50 Disciplina Portal https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7262644/temas/10/conteudos/1 24/28 Justi�cativa Questão 2: Em relação à classi�cação das vias públicas, de�na marcas de aceleração ou patinagem. a) Posição ou lugar no espaço onde se inicia o acidente de tráfego propriamente dito, chamada de fase mecânica e concreta aquela em que os veículos interagiram �sicamente. b) Deslizamento de partes metálicas de veículos sobre o pavimento, deixando marcas características, na forma de sulcos mais ou menos intensos e nítidos no pavimento. c) São marcas típicas deixadas no leito carroçável das vias terrestres por rodas bloqueadas ou semibloqueadas pelo acionamento dos freios de serviço de veículo em movimento, produzindo desaceleração, e culminando na eliminação da rotação das rodas. d) São devidas à falta de aderência com o solo, pelo que a roda rotacional sem o correspondente avanço do veículo, por ocasião de brusca aceleração do veículo, seja iniciando sua marcha excessivamente veloz. Justi�cativa Questão 3: Em relação à classi�cação das vias públicas, de�na ponto de impacto ou sítio de colisão. a) Posição ou lugar no espaço onde se inicia o acidente de tráfego propriamente dito, chamada de fase mecânica e concreta aquela em que os veículos interagiram �sicamente. b) Deslizamento de partes metálicas de veículos sobre o pavimento, deixando marcas características, na forma de sulcos mais ou menos intensos e nítidos no pavimento. c) São marcas típicas deixadas no leito carroçável das vias terrestres por rodas bloqueadas ou semibloqueadas pelo acionamento dos freios de serviço de veículo em movimento, produzindo desaceleração, e culminando na eliminação da rotação das rodas. d) São devidas à falta de aderência com o solo, pelo que a roda rotacional sem o correspondente avanço do veículo, por ocasião de brusca aceleração do veículo, seja iniciando sua marcha excessivamente veloz. Justi�cativa Questão 4: Em relação à classi�cação das vias públicas, de�na sulcagem. a) Posição ou lugar no espaço onde se inicia o acidente de tráfego propriamente dito, chamada de fase mecânica e concreta aquela em que os veículos interagiram �sicamente. b) Deslizamento de partes metálicas de veículos sobre o pavimento, deixando marcas características, na forma de sulcos mais ou menos intensos e nítidos no pavimento. c) São marcas típicas deixadas no leito carroçável das vias terrestres por rodas bloqueadas ou semibloqueadas pelo acionamento dos freios de serviço de veículo em movimento, produzindo desaceleração, e culminando na eliminação da rotação das rodas. d) São devidas à falta de aderência com o solo, pelo que a roda rotacional sem o correspondente avanço do veículo, por ocasião de brusca aceleração do veículo, seja iniciando sua marcha excessivamente veloz. Justi�cativa 16/10/2022 17:50 Disciplina Portal https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7262644/temas/10/conteudos/125/28 Questão 5: Em relação às deformações observadas nas estruturas dos veículos participantes do acidente de tráfego, é correto a�rmar que: a) Estampamento é a impressão, no veículo, da forma da seção transversal da estrutura contra a qual ocorreu o impacto. b) Sanfonamento geralmente é uma ação resultante de impacto violento sobre parte da estrutura, causando rasgamento. c) Dilaceramento ou cisalhamento lembra o fole de uma sanfona. Ocorre geralmente em avarias do capô resultante de um choque ou colisão frontal. d) Mossa riscos na camada de tinta, acompanhados ou não da deformação da carroceria do veículo. e) Amassamento é a subtração violenta de determinada peça, quase sempre devido a um impacto intenso. Justi�cativa Questão 6: Na �gura a seguir podemos ver dois veículos que chegaram ao mesmo tempo em um cruzamento não sinalizado. Sabendo que o veículo B trafega por uma via mais estreita que a via trafegada pelo veículo A, marque a alternativa correta. a) O veículo A teria preferência sobre B, uma vez que A trafega à direita do condutor do veículo B. b) O veículo B teria preferência sobre A, uma vez que B trafega à direita do condutor do veículo A. c) O veículo B teria preferência sobre A, uma vez que seu condutor está atrasado para o trabalho. d) O veículo A teria preferência sobre B, já que a regra da mão direita não prevalece neste caso, uma vez que A trafega em uma via nitidamente mais larga. e) O veículo B teria preferência sobre A, uma vez que B pretende realizar manobra à direita, tendo prioridade de passagem devido o �uxo natural da via. Justi�cativa Questão 7: Falando em acidente de tráfego, a sede das avarias do veículo na foto a seguir, pode ser classi�cada como: 16/10/2022 17:50 Disciplina Portal https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7262644/temas/10/conteudos/1 26/28 a) Amassamento no setor lateral médio esquerdo. b) Sanfonamento no setor lateral médio esquerdo. c) Amassamento no setor anterior esquerdo. d) Amassamento no setor lateral dianteiro direito. e) Mossa no setor lateral médio direito. Justi�cativa Questão 8: Em relação ao deslocamento das deformações causadas pelo vetor força que atuou no veículo representado na �gura a seguir, é correto a�rmar que: a) Sofreu danos no setor lateral médio esquerda, orientado da dianteira para traseira. b) Sofreu danos no setor angular anterior esquerdo, orientado da dianteira para traseira e da esquerda para direita. c) Sofreu danos no setor posterior, orientado da traseira para dianteira. d) Sofreu danos no setor lateral médio direito, orientado da dianteira para traseira e da direita para esquerda. e) Sofreu danos no setor angular anterior direito, orientado da dianteira para traseira e da direita para esquerda. Justi�cativa 16/10/2022 17:50 Disciplina Portal https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7262644/temas/10/conteudos/1 27/28 Glossário AQUAPLANAGEM Aquaplanagem é a perda da aderência dos pneumáticos, ocasionada por uma película de água existente no leito carroçável. Mesmo as vias bem construídas, por melhor que seja a drenagem, ocasionalmente, terão uma camada de água sobre o pavimento. Testes práticos indicam a ocorrência de hidroplanagem com velocidades de marcha abaixo de 50 Km/h. E quanto mais leve for o veículo, maior será a propensão para aquaplanar. Mesmo em condições de chuva leve, o pavimento estará normalmente coberto por uma camada de água com espessura de 1,5 milímetros. Para remover a água de modo a não perder o contato com o solo, os pneus são construídos com canaletas ou ranhuras, entretanto, se a velocidade for alta ou os sulcos dos pneus não forem su�cientes para eliminar a água, forma-se uma cunha-d’água que de início freia um pouco o pneu, �ndando por deixar isolado do solo, situação na qual o pneu estará praticamente �utuando sobre a película de água, literalmente �utuando sobre a água, acarretando a perda de freios e de direção. Estima-se que a 90 Km/h um pneu deve remover cerca de 5 litros de água por segundo. Com os pneus lisos ou carecas isso não é possível, sendo a água apenas empurrada para frente, podendo ocorrer aquaplanagem com velocidade da ordem de 40 Km/h. CARROCERIA Parte do veículo destinado à carga. Corpo ou parte visível do veículo. BANDA DE RODAGEM Parte do pneu que entra em contato com o solo. CHASSI 16/10/2022 17:50 Disciplina Portal https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7262644/temas/10/conteudos/1 28/28 Estrutura que envolve todo o veículo, de�nindo sua forma. Os automóveis modernos já não apresentam um chassi propriamente dito, cabendo a carroçaria a função de manter a unidade de todos os componentes, solução essa designada pela expressão monobloco. DEFORMAÇÃO Alteração nas dimensões, variação das medidas quando um corpo experimenta tração ou compressão em uma direção por ação de uma força; mudança na forma ou no volume.
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