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MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA PRESERVANDO VIDAS MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 2 Neste módulo discutiremos o conceito de direção defensiva, que é a forma de dirigir que permite perceber antecipadamente a possibilidade de um acidente e agir de forma preventiva ou corretiva para reduzir seus riscos, contribuindo para evitar acidentes. PROCONDUTOR TECNOLOGIA DE TRÂNSITO S/A Presidente Claudia de Moraes Product Owner Pamela Mercedes La Rosa Diez Conteúdo Carolina Heleno Maxwell Martes Nayara Bertin Ricardo Cazoto Revisão ortográfica Hugo Bessa Designer Gráfico - Layout Verônica Glasner Diagramação Ricardo Cazoto Fotografia Istock Equipe Multidisciplinar Sergio Ejzenberg Maria Aparecida Marques Pollyana Coelho da Silva Notargiacomo Henrique Naoki Shimabukuro Claudia Lopes Pereira Pinto Este material é registrado na Biblioteca Nacional. Todos os direitos autorais reservados à Procondutor Tecnologia de Trânsito S/A. É proibida a duplicação ou reprodução desta apostila, no todo ou em parte. www.procondutor.com.br MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA PROCONDUTOR TECNOLOGIA DE TRÂNSITO S/A CONTEÚDO INTRODUÇÃO ............................................................................................................7 PRINCÍPIOS ............................................................................................................................8 CONCEITOS .................................................................................................................9 OS TRÊS “ÊS” DA SEGURANÇA NO TRÂNSITO ..............................................10 CUIDADOS COM OS DEMAIS USUÁRIOS DA VIA ................................................... 11 VAMOS PRATICAR? ..........................................................................................................12 POSICIONAMENTO DA VIA .................................................................................. 13 DISTÂNCIA DE SEGURANÇA ................................................................................ 14 DISTÂNCIA LATERAL DE SEGURANÇA ......................................................................14 DISTÂNCIA FRONTAL DE SEGURANÇA OU DISTÂNCIA SEGURA DE SEGUIMENTO ......................................................................................................................14 RESPEITO NO TRÂNSITO .....................................................................................16 ACIDENTES DE TRÂNSITO ...................................................................................16 CAUSAS DOS ACIDENTES .............................................................................................. 16 CAPOTAMENTO ................................................................................................................ 18 ATROPELAMENTO ........................................................................................................... 18 ENGAVETAMENTO ........................................................................................................... 19 COLISÃO COM O VEÍCULO DA FRENTE .................................................................... 19 COLISÃO COM O VEÍCULO DE TRÁS .......................................................................... 19 COLISÃO FRENTE A FRENTE (FRONTAL) .............................................................. 20 COLISÃO NOS CRUZAMENTOS ................................................................................... 20 COLISÃO COM CICLISTAS .............................................................................................. 20 COLISÃO COM MOTOCICLISTAS .................................................................................. 21 COLISÃO COM VEÍCULOS DE GRANDE PORTE ...................................................... 21 VAMOS PRATICAR? .........................................................................................................22 O ESTADO FÍSICO E MENTAL DO CONDUTOR ............................................... 22 VAMOS PRATICAR? .........................................................................................................24 APARELHO CELULAR E OUTROS APARELHOS SONOROS ......................... 25 PLANEJAMENTO DO PERCURSO ...................................................................... 26 AUTOMATISMOS ................................................................................................... 26 MEDICAMENTOS, ÁLCOOL E DROGAS ............................................................. 26 MEDICAMENTOS ...............................................................................................................26 ÁLCOOL .................................................................................................................................27 DROGAS............................................................................................................................... 30 VAMOS PRATICAR? ........................................................................................................ 30 ERGONOMIA ............................................................................................................31 NO CARRO ........................................................................................................................... 31 NA MOTO .............................................................................................................................33 EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA .................................................................... 33 CINTO DE SEGURANÇA ..................................................................................................34 AIR BAG ................................................................................................................................35 EQUIPAMENTO DE RETENÇÃO PARA CRIANÇAS ...............................................35 EQUIPAMENTO DE SEGURANÇA DO MOTOCICLISTA .........................................37 VAMOS PRATICAR? .........................................................................................................39 CONDUZINDO EM CONDIÇÕES ADVERSAS ....................................................40 CONDIÇÕES ADVERSAS DA LUZ ................................................................................ 40 CONDIÇÕES ADVERSAS DO TEMPO .........................................................................42 CONDIÇÕES ADVERSAS DA VIA ..................................................................................44 CONDIÇÕES ADVERSAS DO TRÂNSITO....................................................................46 VAMOS PRATICAR? .........................................................................................................47 CONDIÇÕES ADVERSAS DO VEÍCULO .............................................................. 48 VAMOS PRATICAR? ..........................................................................................................51 CONDUZINDO EM SITUAÇÕES DE RISCO ........................................................ 52 ULTRAPASSAGENS ..........................................................................................................52 ADERÊNCIA E DERRAPAGEM ......................................................................................53 AQUAPLANAGEM .............................................................................................................53 ONDULAÇÕES E BURACOS ...........................................................................................54 CRUZAMENTOS .................................................................................................................55 CURVAS ................................................................................................................................56 MARCHA A RÉ ...................................................................................................................56 VAMOS PRATICAR? .........................................................................................................57ORIENTAÇÕES PARA O PILOTO DE MOTOCICLETAS ................................... 57 PILOTANDO EM CONDIÇÕES DE RISCO ................................................................... 58 CONTROLE DA VELOCIDADE .............................................................................. 59 FRENAGEM ........................................................................................................................ 60 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 63 MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 7 MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA A direção segura é a melhor maneira de preservar vidas e a segurança no trânsito. INTRODUÇÃO No ano de 2010, segundo o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil estava em 4o lugar no ranking de número de mortes no trânsito no mundo, posicionando-se apenas atrás da China, Índia e Nigéria. Considerando apenas o ano de 2012, foram gastos R$ 51,3 bilhões com os acidentes de trânsito que ocorreram no nosso país, e morreram 45.689 pessoas, o que significa um óbito a cada 12 minutos. Acidentes de trânsito foram a 9a maior causa de óbitos no mundo em 2012 e podem alcançar a 7a posição até 2030. Diante dessa situação, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou em 2010 a Década de Ação pela Segurança no Trânsito (2011-2020), com o objetivo de reduzir em 50% o número de vítimas fatais em acidentes no trânsito, estimando salvar 5 milhões de vidas. Podemos considerar que para cada pessoa que morre vítima de acidente de trânsito, 15 ficam gravemente feridas e 70 sofrem feri- mentos leves. Você pode evitar muitos acidentes de trânsito, pois eles não ocorrem por acaso ou por azar. Adote os quatro princípios do relacionamento social para um trânsito mais humano, harmonioso e seguro: Princípios MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 88 Dignidade da pessoa humana Igualdade de direitos Participação Corresponsabilidade pela vida social • princípio da dignidade da pessoa humana: compreende uma diversidade de valores, como respeito mútuo e repúdio à discriminação, necessários para a promoção da justiça; • princípio da igualdade de direitos: estabelece que todos exerçam plenamente a cidadania; • princípio da participação: fundamenta a mobilização em torno dos problemas do trânsito e de suas consequências; • princípio da corresponsabilidade pela vida social: diz respeito às atitudes e aos comportamentos necessários para a segurança no trânsito, além da efetivação do direito de mobilidade a todos os cidadãos e às ações de melhoria dos espaços públicos. A direção defensiva, ou direção segura, é a melhor maneira de dirigir e de se comportar no trânsito, e envolve esses quatro princípios. Faça a sua parte: juntos, poderemos salvar milhares de vidas! CONCEITOS A Associação Mundial de Estradas (PIARC/AIPCR) publicou, em 2013, um relatório com orientações para investigação de acidentes rodoviários, concluindo que a maioria dos acidentes fatais ocorre por condições adversas, sendo que o comportamento humano está presente em 93% dos acidentes. O estudo demonstra que 57% dos acidentes fatais são causados unicamente pelo compor- tamento humano. Dessa forma, podemos afirmar que, com alguns cuidados básicos, a maioria dos acidentes pode ser evitada. Dirigir ou pilotar defensiva- mente é a técnica que permite perceber antecipadamente a possi- bilidade de um acidente e agir de forma preventiva ou corretiva para reduzir seus riscos. É importante que você aprenda essas técnicas e passe a adotá-las, daqui para a frente, em seu comportamento diário como condutor e/ou piloto, tornando-se um cidadão responsável pelo desenvolvi- mento de um trânsito mais seguro e solidário. Agir preventivamente significa conduzir tendo a capacidade de antever uma situação de risco e agir de forma a evitar o acidente. Direção corretiva é quando há a necessidade de uma ação rápida de forma a corrigir uma situação de risco sem a possibilidade de antever o acidente. Quando uma situação de risco não é percebida, ou quando uma pessoa não consegue visualizar o perigo, aumentam as chances de acontecer um acidente. As técnicas de Direção e Pilotagem Defensiva estão baseadas em quatro elementos que devem estar presentes de modo simultâneo nas ações do condutor ou piloto defensivo. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 99 Dessa forma, o condutor pode agir defensivamente para evitar acidentes e preservar a segurança no trânsito. OS TRÊS “ÊS” DA SEGURANÇA NO TRÂNSITO O tripé da segurança tem o objetivo de garantir a harmonia e a segurança no trânsito. Para isso, como condutor, você deve tomar ações nas seguintes áreas: • Educação no Trânsito: conscientização e ensino de normas, condutas e comportamentos adequados para o trânsito; • Engenharia de Tráfego: projetos, construção, manutenção e sina- lização das vias; • Esforço Legal: policiamento e fiscalização constante e perma- nente, autuação e aplicação de penalidades. Faça a sua parte! Respeite as normas e adote um comportamento seguro no trânsito, seja como condutor, passageiro ou pedestre. O condutor defensivo precisa: MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 1010 Conhecer Estar sempre alerta Prever (antecipar) Desenvolver • conhecer a legislação de trânsito, o seu veículo, os trajetos e a sinalização de trânsito, para saber como enfrentar as condições adversas do trânsito e aproveitar a experiência prática como fonte de conhecimentos; • estar sempre alerta à sinalização, aos comportamentos e reações dos demais usuários e às condições adversas. Para isso, é necessário eliminar o que atrapalha a concen- tração como: celular, TV e som alto. Se necessário, parar em lugar seguro. Quanto mais rápida for a sua reação, menor será o impacto; • prever (antecipar) as eventualidades durante o trânsito e problemas com o veículo e tomar uma atitude prudente, realizando revisões periodicamente; • desenvolver a habilidade para manusear os controles, realizar manobras com sucesso, avaliar situações e decidir em tempo hábil qual alternativa é possível adotar em determinada situação. Porém, a habilidade não pode ser confundida com excesso de confiança. CUIDADOS COM OS DEMAIS USUÁRIOS DA VIA Via é a superfície onde transitam veículos, pessoas e animais, compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, a ilha e o canteiro central. Os veículos de maior porte têm responsabilidade sobre os de porte menor, assim como os motorizados são responsáveis pelos não motorizados e pela segurança dos pedestres. As calçadas são para o uso exclusivo de pedestres, e só podem ser utilizadas pelos veículos para acesso a garagens, estaciona- mentos ou lotes lindeiros (situados ao longo das vias urbanas ou rurais e que com elas se limita). Mesmo nestes casos, o tráfego de veículos sobre a calçada deve ser feito com muito cuidado, para não ocasionar atropelamento de pedestres. O condutor deve, também, ficar atento em vias sem calçadas, ou quando elas estiverem em construção ou deterioradas, forçando o pedestre a caminhar na pista de rolamento. Em países de baixa e média rendas, 84% das vias com presença de pedestres não têm calçadas2. Árvores e vegetação nos canteiros centrais de avenidas ou nas calçadas podem esconder placas de sinalização. Por não ver essas placas, os motoristas podem ser induzidos a fazer manobras que tragam perigo de colisão entre veículos ou de atropelamento de pedestres e de ciclistas. Ao notar árvores ou vegetações que possam estar encobrindo a sinalização, redobre sua atenção e reduza a veloci- dade para poder identificar restrições de circulação e evitar acidentes. Em algumas cidades há as ciclovias e ciclofaixas, que são espaços destinados à circulação de bicicletas. A ciclovia é uma pista própria e isolada. A ciclofaixa é uma faixa delimitada sem separação física 2 Avaliação do Programa Internacional de Avaliação de Vias, iRAP MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 1111 Vamos praticar? Com base no conteúdo visto atéaqui, responda à pergunta abaixo. O que é agir preventivamente na direção defensiva? É quando você consegue perceber que um acidente vai acon- tecer e age de forma a evitá-lo. É quando não é possível se antecipar a algum acidente, e o condutor tenta se desviar do perigo. É se atentar às sinalizações da via, como semáforo e placas. Dar preferência aos demais usuários da via, principalmente os pedestres. da via; de uso exclusivo para bicicletas. Quando não houver nenhum desses espaços, a via deve ser compartilhada, e os veículos devem prezar pela segurança dos ciclistas. A circulação de bicicletas deve ser realizada no canto direito da pista, no mesmo sentido dos veículos. O condutor deve manter uma distância lateral mínima de 1,5 metro do ciclista, garantindo, assim, sua segurança. Para fortalecer as políticas de prevenção de acidentes no trânsito, foi criado o Projeto Vida no Trânsito (PVT). O projeto, criado em 2010, é uma iniciativa brasileira direcionada para a vigilância e prevenção de lesões e mortes no trânsito, bem como a promoção da saúde, em resposta aos desafios da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Década de Ação pela Segurança no Trânsito (2011-2020). O foco do projeto consiste em ações que incidam sobre fatores de risco, como a mistura de álcool e a velocidade excessiva e/ou inadequada dos condu- tores, além de outros fatores ou grupos de vítimas identificados local- mente a partir das análises dos dados, especialmente relacionados a acidentes de transporte terrestre envolvendo motociclistas. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 1212 POSICIONAMENTO DA VIA Os veículos, em território brasileiro, devem circular pelo lado direito da via, sendo a mão de direção pela direita, conhecida também como mão francesa. São características dessa forma de circulação: • o tráfego na direção oposta vem da esquerda; • a ultrapassagem é feita pela esquerda; • os pedestres devem, ao atravessar uma rua de mão dupla, olhar primeiro para a esquerda e depois para a direita; • as rotatórias são circundadas no sentido anti-horário; • as placas de trânsito se situam majoritariamente no lado direito da via; • o banco do motorista e volante se localizam do lado esquerdo, e o motorista troca de marcha com a mão direita. Mudar constantemente de faixa, ultrapassar pela direita, circular em velocidades incompatíveis com a segurança, circular entre veículos em movimento e sem guardar distância segura têm resultado num preocupante aumento no número de acidentes envolvendo motoci- cletas em todo o país. Algumas orientações que devem ser seguidas: • dê a preferência de passagem aos veículos que se deslocam sobre trilhos, respeitando as normas de circulação; • sinalize com antecedência todas as manobras que for realizar; • reduza a velocidade quando for ultrapassar um veículo de trans- porte coletivo (ônibus) que esteja parado para embarque ou desembarque de passageiros; • não pare seu veículo nos cruzamentos, bloqueando a passagem de outros veículos. Nem mesmo se você estiver na via preferencial e com o semáforo verde para você. Aguarde, antes do cruzamento, o trânsito fluir e vagar um espaço no trecho de via à frente; • não freie bruscamente o seu veículo, exceto por razões de segurança; • nos locais onde é proibido o estacionamento, pare apenas durante o tempo suficiente para o embarque ou desembarque de passageiros. Não interrompa o fluxo de veículos ou a locomoção de pedestres; • o embarque e o desembarque devem ocorrer sempre do lado da calçada, exceto no caso do condutor; • não abra a porta nem a deixe aberta sem ter a certeza de que isso não vai trazer perigo. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 1313 DISTÂNCIA DE SEGURANÇA Mantenha uma distância segura do veículo da frente, da lateral e do bordo da pista. Além de ser uma obrigação prevista no Código de Trânsito Brasileiro, é uma forma de aumentar a segurança no trânsito. DISTÂNCIA LATERAL DE SEGURANÇA No trânsito, o piloto deve ter mais cuidado que o condutor de veículos de quatro rodas quando se trata de distância lateral de segurança. O Código de Trânsito Brasileiro não proíbe que o motociclista trafegue ao lado dos outros veículos. No entanto, explorar corredores estreitos entre os veículos é um dos maiores perigos a que se expõem os pilotos. Uma fechada, uma freada brusca pode resultar em acidente grave. Por isso: • em pistas de mão dupla, posicione a motocicleta mais ao centro da faixa de trânsito, para evitar que os veículos (tanto os que vão quantos os que vêm) trafeguem muito perto. É mais seguro trafegar atrás de um veículo do que ao lado dele; • ao passar por veículos estacionados, permaneça mais à esquerda da faixa de trânsito, evitando ser surpreendido por uma pessoa que abre a porta ou por um pedestre que sai por detrás de outro veículo para atravessar a rua; • não trafegue ao lado de outro motociclista, pois, se você tiver que desviar de um obstáculo, não haverá espaço para a manobra. Fique atrás e, se possível, desalinhado com a moto da frente, não em fila indiana. DISTÂNCIA FRONTAL DE SEGURANÇA OU DISTÂNCIA SEGURA DE SEGUIMENTO Uma boa distância do veículo à sua frente permite que você tenha tempo de reagir e acionar os freios diante de uma situ- ação de emergência, e aja a tempo de parar o veículo antes de colidir. Essa distância é proporcional à velocidade do seu veículo. Não existe um padrão, ela varia, pois vai depender de uma série de fatores como: condições e características da pista, estado de conservação e tamanho do veículo, estado físico e emocional do condutor, velocidade e outros fatores que cola- boram para retardar a parada. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 1414 Quanto maior for a velocidade, maior deverá ser a distância. Para exemplificar, de modo geral, pode-se dizer que um automóvel que desenvolve uma velocidade de 120 km/h andaria aproximadamente 90 metros até parar por completo. Assim, para evitar que o veículo que vem atrás colida em sua traseira, mantenha-se atento aos espelhos retrovisores e, quando necessário, pise no freio aos poucos. Regra dos dois segundos Para calcular a distância segura, escolha um ponto fixo à margem da via e, assim que o veículo da frente passar por ele, comece a contar dois segundos (uma maneira fácil é inserir palavras na sequência: “cinquenta e um, cinquenta e dois”). Se o seu veículo passar pelo ponto fixo após a contagem de dois segundos, a distância é segura. Caso contrário, reduza a velocidade e faça nova contagem. Repita até estabelecer a distância segura. Atenção: para veículos com mais de 6 metros de comprimento, ou sob chuva, aumente o tempo de contagem: “cinquenta e um, cinquenta e dois, cinquenta e três”. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 1515 RESPEITO NO TRÂNSITO O respeito, a convivência solidária e a cortesia tornam o trân- sito seguro. Lembre-se: é seu dever respeitar os direitos dos outros usuários da via. Ao dirigir um veículo de maior porte, tome todo o cuidado e seja responsável pela segurança dos veículos menores, pelos não motorizados e pela segurança dos pedestres. Lembre-se sempre de que a prioridade de passagem é, em ordem cres- cente, de: pedestres, veículos não motorizados (bicicletas); motocicletas (motonetas e ciclomotores) e, por último, auto- motores, considerando a ordem de menor para o de maior porte. ACIDENTES DE TRÂNSITO O acidente de trânsito é um evento que envolve um ou mais veículos, podendo ser motorizados ou não, que estão em movimento na via terrestre e causam uma colisão, provo- cando ferimentos em pessoas e/ou danos em veículos e/ou outros elementos, como postes, sinalização, prédios etc. CAUSAS DOS ACIDENTES A maioria das mortes e lesões no trânsito é previsível e evitável1. Os acidentes ocorrem por uma somatória de fatores, porém o fator humano é principal. Lembre-se: um acidente de trânsito, normalmente, é precedido por diversas infrações. Portanto, cabe aos condutores e pedestres uma boa dose de responsabilidade. Como vocêviu, as principais causas de acidentes estão nas atitudes humanas, sejam elas de negligência, imprudência ou imperícia. 1 CONFERÊNCIA GLOBAL DE ALTO NÍVEL SOBRE SEGURANÇA NO TRÂNSITO, 2., 2015. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 1616 Negligência A pessoa negligente é descuidada e desatenta. É o condutor que relaxa e é omisso na hora da manutenção básica do veículo ou no uso de equipamento de segurança, como cinto, cadeirinhas para crianças e capacete. Negligência Os acidentes de trânsito resultam em danos aos veículos e suas cargas, e geram lesões em pessoas. O fator humano está presente nas causas da maioria dos acidentes. Diante disso, o condutor tem a responsabilidade de ficar atento a todos os fatores que envolvem sua condução, como as condições do veículo, das vias terrestres, os demais veículos, trânsito de pedestres etc. Você pode ajudar a evitar estas situações e colaborar para diminuir o sofrimento de muitas pessoas. Veja a seguir alguns dados sobre os tipos de acidente: tipos de acidente vítimas fatais % colisão 485 35,3% atropelamento 316 23,0% colisão lateral 163 11,9% choque com objeto fixo 161 11,7% tombamento 110 8,0% capotagem 92 6,7% outro 24 1,7% não informado 21 1,5% total de acidentes de trânsito com vítimas fatais 1.372. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 1717 Imperícia É quando se constata Inaptidão (Falta de capacidade inata ou adquirida para determinada coisa), ignorância ou falta de habilidade técnica ou conhecimento teórico. É o condutor que não possui competência para dirigir, seja por não ser habilitado, por uma falha na formação ou até mesmo por dificuldades específicas. Imprudência É realizar uma ação precipitada sem cautela. Não é uma omissão, o condutor age, mas de forma diferente da esperada. Ele sabe dos riscos que corre e ainda assim conduz de modo irresponsável. Normalmente é infrator reincidente: dirige em alta velocidade, sob efeito de álcool, não respeita a sinalização etc. Imperícia Imprudência CAPOTAMENTO Acidente no qual o veículo gira em torno de si mesmo, colidindo o teto no chão uma vez ou mais, dependendo da gravidade do acidente. O capotamento pode ser causado por excesso de velo- cidade, frenagem brusca em reta ou numa curva, ou após uma colisão. Para evitá-los, respeite os limites de velocidade, fique atento à sinalização e evite frenagens bruscas, especialmente em curvas. ATROPELAMENTO Colisão do veículo com um ou mais pedestres e/ou animais. Os atropelamentos ocorrem pela falta de atenção de pedestres, condutores e pelo desrespeito à sinalização. Pode acontecer na via ou fora dela, como na calçada, acosta- mento etc. Algumas causas de atropelamento são: realizar a curva muito fechada, exceder o limite de velocidade, perder o foco de atenção, como dormir e se distrair com outros fatores externos. Como condutor, você deve ficar alerta e focado nas suas ações, além de respeitar a sinalização. Tente prever a reação do pedestre, seja gentil: facilite a vida dele e dê passagem. Lembre-se também de sempre reduzir a velocidade em áreas com grande circulação de pedestres, como escolas, hospitais etc. Tenha especial atenção com idosos, pessoas com defici- ência e crianças. Evite também colisão com animais: diminua a velocidade ao perceber a presença de um animal na pista e evite buzinar, pois, se você assustá-lo, ele terá uma reação imprevisível. Se estiver pilotando, não chute o animal (além de ser um crime de maus tratos, você pode se desequilibrar e cair). Avise à polícia (ou ao órgão responsável pela via) dando a localização do animal. Como pedestre, você também tem a responsabilidade de garantir a sua segurança e a dos demais usuários da via. Portanto, transite sobre calçadas ou passeios (quando exis- tirem), respeite os direitos do motorista, atravesse nos locais permitidos e sinalizados, garantindo que você seja visto pelo condutor. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 1818 ENGAVETAMENTO Acidente que evolve três ou mais veículos que estão se movimentando na mesma direção. Também acontece com veículos em sentido contrário. O engavetamento pode ser ocasionado por falta de distanciamento seguro entre os veículos, excesso de velocidade, condições da pista e/ ou ambientais, como chuva (ou gelo derretido de granizo), nevoeiro, pista lisa por causa de derramamento de óleo etc. Uma colisão deste tipo pode ocasionar outras múltiplas, que é o que caracteriza um engavetamento. Para evitá-lo, mantenha uma distância segura entre os veículos da frente, principalmente em vias de trânsito rápido como rodovias, fique atento às condições de visibilidade e, sempre que necessário, reduza a velocidade. COLISÃO COM O VEÍCULO DA FRENTE Normalmente, acontece quando o veículo de trás colide com o da frente, no mesmo sentido da via, por falta de atenção, excesso de proximidade com o veículo da frente, frenagens repentinas e falta de sinalização (setas etc.) de mudança de direção. Para evitá-la, mantenha uma distância de segurança com o veículo da frente e esteja sempre atento, olhando o trânsito e evitando distrações (celular, conversas etc.). Avalie as condições adversas e aumente a distância em relação ao outro veículo, se for neces- sário, ou em alta velocidade. Esteja preparado para freadas bruscas. Motociclista: coloque a moto no centro da faixa, de modo que o condutor do veículo da frente possa vê-lo pelo retrovisor. COLISÃO COM O VEÍCULO DE TRÁS Geralmente ocorre pois o condutor não antecipa o seu trajeto, não utiliza o retrovisor, está a uma velocidade alta e/ou freia repentinamente e sem justificativa. Impeça essa situação antecipando o seu trajeto, facilitando a ultrapas- sagem, evitando frenagens bruscas e se livrando de “colas” traseiras. Certifique-se de que as luzes de freio do seu veículo estão funcionando corretamente e sinalize com antecedências as manobras. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 1919 COLISÃO FRENTE A FRENTE (FRONTAL) Ocorre quando o veículo invade a pista na direção contrária ao realizar uma ultrapassagem de forma imprudente ou para desviar de condições adversas. Também acontece por perda do controle da direção por causa de curvas, manobras indevidas em cruzamentos, excesso de velocidade e desrespeito à sinalização, falha no veículo etc. Esse tipo de colisão gera consequências graves. Você pode evitá-la sendo cuidadoso em uma ultrapassagem, respei- tando os limites de velocidade e a faixa contínua, sempre sinalizando com antecedência suas intenções, manobrando cuidadosamente (especialmente em curvas) e se mantendo à direita em vias de mão dupla. COLISÃO NOS CRUZAMENTOS Geralmente ocorrem pela falta de atenção e conhecimento das regras de circulação, além do excesso de velocidade e desrespeito à sinalização. Para evitá-las, respeite as sinaliza- ções e as regras de preferência. Reduza a velocidade, mesmo em cruzamentos semaforizados. A colisão com objetos fixos ocorre por falta de atenção e impru- dência do condutor, pois costuma envolver apenas um veículo. Para evitar essa situação, tire o pé do freio na hora de desviar, tenha o controle da direção e não olhe para o objeto, mas para o espaço para onde quer levar o veículo. COLISÃO COM CICLISTAS Por ser um veículo não motorizado, a bicicleta tem preferência sobre os demais veículos. Além disso, ela pode ser conduzida por menores de idade, que nem sempre conhecem as normas e a conduta do trânsito. Evite situações de perigo: mantenha uma distância lateral de 1,5 metro e a distância segura de segui- mento, atente-se aos pontos cegos, indique sua proximidade com toques leves na buzina, tenha cuidado nas conversões e ao abrir as portas do veículo. Se você é ciclista, equipe a bicicleta com os equipamentos obrigatórios, circule em ciclovias ou ciclofaixas (quando MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 2020 existirem), respeite a sinalização de trânsito, mantenha a distância dos demais veículos, segure o guidom com as duas mãos, não faça malabarismos e circule de modo que você veja e sejavisto. COLISÃO COM MOTOCICLISTAS São de menor porte e, por isso, os motociclistas têm prefe- rência em relação aos veículos de maior porte. Por isso, facilite sua circulação, dando passagem quando perceber que será ultrapassado. Aumente a sua distância da motocicleta e faça a ultrapassagem como se estivesse ultrapassando um veículo igual ao seu. Tenha cuidado especialmente nas conversões (devido aos pontos cegos) e ao abrir as portas do seu veículo (estacionado ou em congestionamento). As motocicletas em movimento são difíceis de ser perce- bidas no trânsito pelos motoristas, por isso não mude brus- camente de faixa sem utilização da seta. COLISÃO COM VEÍCULOS DE GRANDE PORTE Os acidentes envolvendo veículos de grande porte geral- mente são trágicos e com maior índice de acidente fatal. O impacto com veículos de pequeno porte é grave, deixan- do-os destruídos, principalmente se forem motocicletas. Para evitar acidentes desta natureza, redobre sua atenção ao trafegar ao lado dos veículos de grande porte (ônibus, caminhões, veículos articulados). Como eles possuem uma estrutura mais pesada, é mais difícil efetuar manobras. Também em função do peso, estes veículos possuem um tempo de frenagem maior, aumentando a possibilidade de acidentes graves e fatais. Por isso, você deve adotar as seguintes medidas de segurança: • aumente a distância segura de seguimento; • não dispute o espaço com eles na via de trânsito; • use as retas para realizar ultrapassagem, pois, nas curvas, você corre o risco de levar uma fechada se estiver fora da visão do condutor; • sinalize com antecedência, fazendo-se também notar com uso de luzes ou toque breve de buzina. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 2121 Vamos praticar? Com base no conteúdo visto até aqui, responda à pergunta abaixo. O condutor que desrespeita a sinalização e anda acima da velocidade máxima da via comete um ato de: Responsabilidade, pois demonstra que está preparado para conduzir. Esperteza, já que ele chegará mais rápido ao destino. Empatia com os demais condutores, que também andam em alta velocidade. Negligência, já que sabe do risco, porém opta por andar em alta velocidade. O ESTADO FÍSICO E MENTAL DO CONDUTOR Uma das condições adversas mais perigosas na condução de um veículo é o estado físico e/ou mental do condutor. Veja alguns exemplos: • físico: fadiga, dirigir alcoolizado ou sob o efeito de drogas ou medi- camentos, sono, visão ou audição deficiente, dores ou doenças; • mental: estado emocional abalado, desconcentração, preocu- pação, medo, insegurança, inabilidade, entre outros. O estado mental está relacionado ao modo de ser ou de estar do condutor. O condutor, ao ser imprudente, negligente ou agressivo, torna-se um risco para a segurança. Por isso, não reaja diante de uma provocação e evite agressões verbais. Em determinados momentos, a pressa, a ansiedade, a irritabili- dade, o medo e até mesmo a euforia (ou alegria) podem alterar, temporariamente, o estado do condutor. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 2222 O estado físico está relacionado ao cansaço, ao estresse, ao sono, à alimentação (ou falta dela), às drogas, ao álcool ou aos remédios. São condições perigosas para o trânsito. Além disso, há pessoas com deficiência (auditiva, visual, motora, física etc.) que devem utilizar próteses ou lentes corretoras. O veículo dirigido por uma pessoa com deficiência audi- tiva é identificado pelo Símbolo Internacional da Surdez. O símbolo indica a presença de equipamentos, mobiliário e serviços para pessoas com deficiência auditiva, além de melhorar a segurança delas mesmas e dos outros usuários das vias. Se você se sentir incapacitado, evite dirigir um veículo e busque auxílio. Se for alguma situação física, procure atendimento médico ou descanso. Já em caso de situação emocional, utilize o transporte público e busque um local seguro e aconchegante, próximo a amigos. Se, ainda assim, você precisar dirigir em algum desses estados, tenha atenção dobrada, aumente a distância segura do veículo da frente e evite continuar a dirigir por muito tempo. A sua segurança e a dos demais usuários devem vir em primeiro lugar. Somente conduza um veículo se estiver descansado. Em caso de viagens longas, faça paradas para descanso e/ou reveze a direção. Em caso de motocicletas, evite pilotar por mais de 6 horas por dia, pois conduzir uma motocicleta é mais cansativo do que conduzir um veículo: o piloto deve ter o dobro de atenção. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 2323 Vamos praticar? Com base no conteúdo visto até aqui, responda à pergunta abaixo. Podemos definir como “condições adversas”: Situações inadequadas, geradas exclusivamente pelas autori- dades de trânsito e que podem causar acidentes. Situações normais no trânsito que, por distração do condutor, podem gerar risco e até acidentes. Condições pessoais do condutor, ou fora do seu controle, que possam causar acidentes. Condições geradoras de risco e acidentes de trânsito, total- mente fora do controle do condutor. Veja algumas dicas para garantir um trânsito seguro: • não coma ou beba quando estiver dirigindo; • não fume; • não use fones de ouvido e jamais use o celular; • utilize sempre os espelhos retrovisores; • tenha o máximo de atenção e evite preocupações ou ansiedades; • esteja sempre atento para poder agir adequadamente diante de uma situação inesperada; • evite ficar mais de 4 horas sem comer; • use calçados que se firmem nos pés e não comprometam o uso dos pedais; • porte os documentos obrigatórios do carro e condutor conforme a lei. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 2424 APARELHO CELULAR E OUTROS APARELHOS SONOROS Segundo o Conselho Nacional de Segurança dos Estados Unidos (National Safety Council), enviar uma mensagem de texto (SMS) aumenta em 400% o risco de acidentes. Para ler uma mensagem, são necessários no mínimo 5 segundos, o mesmo tempo que um carro a 80km/h leva para percorrer um campo de futebol. Escrever mensagem de texto ao dirigir é extremamente perigoso, pois os olhos, as mãos e a mente estão distraídos da direção. Uma pesquisa do Departamento de Direção Geral de Tráfico da Espanha revelou que 51,7% dos acidentes com ferimentos são causados pelo uso do celular. No mundo, cerca de 1,3 milhão de acidentes são relacionados ao uso de celular ao volante. Quando o condutor usa o celular ao dirigir, ele tende a: • olhar só para a frente, esquecendo dos retrovisores; • reduzir a velocidade e não andar dentro da sua faixa; • desrespeitar as sinalizações; • perder o controle do veículo, pois acaba dirigindo com uma única mão; • perder a atenção aos sinais sonoros no trânsito. Não utilize o celular durante a direção, mesmo utilizando fones de ouvido ou viva-voz. O uso desses equipamentos deixa uma falsa noção de segurança, aumentando o risco de acidentes. Com a alteração no CTB, o artigo 252 estabelece que: O condutor que estiver segurando ou manuseando telefone celular enquanto dirige comete uma infração gravíssima (7 pontos na CNH), sujeita a multa. Além disso, som dos alto-falantes em volume alto, de forma a distraí-lo da condução ou impedir de ouvir o trânsito ou o MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 2525 som de seu veículo, como motor, buzinas e apitos, aumenta o risco de acidente. Um estudo do Centro de Tecnologia da Allianz, na Alemanha, levantou que 72% dos motoristas envolvidos em acidentes de trânsito estavam distraídos com eventos ou sons dentro ou fora dos veículos. Nesse mesmo estudo, 43% dos entrevistados admitiram ter usado o telefone celular. PLANEJAMENTO DO PERCURSO Antes de ir a algum lugar, você deve tomar conhecimento, planejar e só depois agir. Por isso, procure conhecer anteci- padamente o trajeto, planeje seu itinerário, saiba onde estão instaladas as atividades comerciais, bancárias, industriais e residenciais. Em caso de tele-entregas, é importante que o piloto saiba o endereço da entrega e como chegar. Isso economiza tempo e combustível, evitao desgaste físico, facilita o trabalho e aumenta a segurança. AUTOMATISMOS São gestos realizados mecanicamente pelo condutor. Eles podem ser corretos, como: reduzir a velocidade nos cruza- mentos, sinalizar com antecedência, trocar a marcha no tempo certo. E podem ser incorretos, como: não sinalizar a manobra pretendida, segurar o guidom com apenas uma mão, dentre outros. MEDICAMENTOS, ÁLCOOL E DROGAS Drogas, medicamentos ou bebidas alcóolicas são subs- tância psicoativas que alteram a qualidade das atividades do cérebro, podendo influenciar no estado físico e mental do usuário. A presença dessas substâncias é um dos fatores que influenciam na exposição ao risco, no envolvimento e na gravidade de acidentes. MEDICAMENTOS Usar medicamentos, mesmo por recomendação médica, pode modificar o comportamento, além de diminuir a concen- MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 2626 tração, alterando o estado do condutor e prejudicando seu desem- penho ao volante. As reações mais comuns dos medicamentos em nosso organismo são sonolência, perda de atenção ou concentração, alteração na visão ou comportamento, redução ou atraso nos reflexos e irritabi- lidade. Essas situações impactam diretamente no trânsito, por isso é importante que você leia sempre a bula e verifique se há alguma restrição para a condução de veículos. Seja cuidadoso e evite dirigir após o uso. Outros medicamentos que também influenciam na direção são os antigripais, descongestionantes nasais, tranquilizantes, anal- gésicos, xaropes e remédios para pressão arterial. Medicamentos que afastam o sono, chamados de “rebites”, reduzem o estado de sonolência por algumas horas, porém, quando o efeito termina, o cérebro manifesta mais rapidamente a necessidade acumulada de dormir, fazendo com que o motorista adormeça rapidamente, sem nem cochilar. Fique atento aos sinais de alerta dos efeitos de medicamentos: • fadiga, sonolência, cansaço, confusão mental, vertigens, tonturas ou sensação de cabeça vazia; • perturbações da percepção, especialmente da visão; • náuseas ou mal-estar, tremores, alterações da coordenação motora e movimentos involuntários; • dificuldade em pensar claramente ou em se concentrar; • irritação ou agressividade; • excesso de confiança e perda da noção de perigo; • irregularidades na condução, variando entre velocidade lenta e rápida ou incapacidade de manter a trajetória. Percebendo algum desses sintomas, interrompa imediatamente a direção, repouse e ingira bastante líquido, aumentando o processo de eliminação da droga do organismo e busque orientação médica. Mantenha essa conduta até que os sintomas passem totalmente. Insistir na direção é muito perigoso. ÁLCOOL Mesmo em quantidades relativamente pequenas, ingerir bebida alcoólica aumenta o risco de envolvimento em acidentes, tanto para condutores como para pedestres: a alcoolemia inferior a 0,05 g /100ml, MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 2727 além de provocar diminuição das funções nervosas e impactar na visão e nos reflexos, causa diminuição da capacidade de discernimento, perda da inibição e comportamento incoerente ao executar tarefas. Misturar o álcool com a direção de um veículo é bastante perigoso. O consumo de álcool geralmente está associado a outros compor- tamentos de alto risco, como excesso de velocidade e inobservância do uso de cinto de segurança. Em 2012, entrou em vigor a Lei no 12.760, que determina que o condutor que for flagrado dirigindo com qualquer concentração de álcool por litro de sangue ou por litro de ar alveolar, comete infração gravíssima (7 pontos na CNH), sujeito a prisão de 6 meses a 3 anos; a: • penalidade de multa multiplicada por 10: o valor da multa será em dobro caso haja reincidência em até 1 ano; • suspensão do direito de dirigir por 12 meses; • recolhimento do documento de habilitação; • retenção do veículo. Dirigir alcoolizado é um ato irresponsável que deveria ser eliminado, uma vez que temos tantas mortes e acidentes graves resultantes da mistura álcool e direção. Não podemos mais admitir pessoas jovens morrendo vítimas da ignorância ou da irresponsabilidade. Na Índia, o Instituto Nacional de Saúde Mental e Neurociências de Bangalore [NIM-HANS] estimou que 21% das vítimas de lesões cere- brais em acidentes de trânsito estavam alcoolizadas no momento do acidente, e que 90% tinham consumido bebida alcoólica nas três horas que precederam o acidente. Em prol da segurança no trânsito, veja algumas dicas: • se for dirigir, não beba. Se beber, não dirija; • se for beber, utilize táxi, condução pública, peça para alguém ir buscá-lo ou eleja entre seus amigos a pessoa que não irá beber e será o motorista da vez; • não aceite carona de pessoas que beberam e nem permita que elas dirijam; • tome cuidado à noite nos finais de semana, pois infelizmente nem todos respeitam as leis de trânsito, e você pode encontrar um motorista embriagado gerando perigo na via. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 2828 50 30 a 50 15 a 30 5 a 15 2 a 5 até 2 Concentração de álcool (decigrama X litro de sangue) Coma alcoólico e risco de morte Embriaguez profunda. Inconsciência, às vezes coma Euforia, reação lenta, redução da concen- tração e da coordenação motora Menor atenção e concentração, sensação de tranquilidade e reação mais lenta Sem efeitos aparentes Intoxicação, descoordenação geral, confusão mental e visão dupla INFRAÇÃO GRAVÍSSIMA - 7 pontos na CNH Dirigir sob influência de álcool, em qualquer quantidade por litro de sangue, ou de qualquer substância psicoativa que determine dependência física ou psíquica (medicamentos ou drogas) constitui infração gravíssima (7 pontos na CNH) e multa agravada multipli- cada por 10. Desde novembro de 2016, entrou em vigor a Lei noº13.281, publicada em 24 de maio, estabelecendo que o condutor que se recusar a ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que permita certificar influência de álcool ou outra substância psicoativa comete uma infração gravíssima (7 pontos na CNH), com multa multiplicada em 10 vezes, aplicando-se o dobro no caso de reincidência no período de até 12 meses, além de recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 2929 Vamos praticar? Com base no conteúdo visto até aqui, responda à pergunta abaixo. Qual atitude o condutor deve ter para contribuir para um trânsito seguro? Evitar fumar, salvo em situação de trânsito intenso. Não usar fones de ouvido. Comer apenas alimentos sólidos na direção para evitar acidentes. Utilizar o celular apenas no viva-voz. DROGAS As drogas psicoativas são substâncias que alteram o funcionamento do sistema nervoso do usuário temporariamente. Alteram o padrão de percepção e consciência da realidade e de si mesmo, podendo produzir alterações no funcionamento cerebral. O consumo de drogas diminui a capacidade de conduzir veículos, aumenta o tempo de reação, prejudica a noção de tempo e espaço, afeta a coordenação motora e causa a incapacidade em manter linha reta, aumentando o desvio lateral e deprimindo a capacidade de manter vigilância. Além disso, ao acabar o efeito das drogas, a sonolência e a fadiga costumam ser maiores e aumentam os riscos de acidentes. Um estudo realizado em 2012, utilizando testes em simulador de direção, demonstrou que, 3 horas após o consumo de drogas, os voluntários ainda apresentavam direção insegura: violando o limite de velocidade, deixando de sinalizar manobras e mantendo a seta de direção após ingressar na via. É importante valorizar atitudes que aumentem a segurança no trân- sito e garantam o direito de mobilidade a todos os cidadãos. Tanto o governo quanto a população têm sua parcela de contribuição para um trânsito melhor e mais seguro. Faça a sua parte! MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 3030 1. Dirija com braços e pernas ligeiramente dobrados, de maneira relaxada; 2. Apoie bem o corpo no assento e no encosto do banco, o mais próximo possívelde um ângulo de 90 graus; 3. Ajuste o encosto de cabeça de acordo com a altura dos ocupantes do veículo, de preferência na altura dos olhos; 4. Segure o volante com as duas mãos afastadas. Assim você enxerga melhor o painel e os comandos do veículo, além de não atrapalhar o funcionamento do air bag, caso o tenha; 1 2 3 4 ERGONOMIA Mantendo a posição correta ao dirigir ou pilotar, o condutor evita desgaste físico e contribui para prevenir situações de perigo. Você deve se sentir confortável e adotar uma posição que evite esforço desnecessário, provocando cansaço. Siga as orientações: NO CARRO MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 3131 7 8 6 5 5. Procure manter os calcanhares apoiados no assoalho do veículo, e evite apoiar os pés nos pedais quando não os estiver usando; 6. Utilize calçados que fiquem bem fixos aos seus pés, para que você possa acionar os pedais rapidamente e com segurança; 7. Coloque o cinto de segurança, de maneira que ele se ajuste firmemente ao seu corpo. A faixa inferior deve passar pela região do abdômen, e a faixa transversal deve passar sobre o peito e não sobre o pescoço; 8. Para evitar situações de perigo, quanto mais você enxergar o que acontece a sua volta, melhor. Os retrovisores externos, esquerdo e direito devem ser ajustados de maneira que você, sentado na posição de direção, enxergue o limite traseiro do seu veículo. Lembre-se: antes de iniciar uma manobra, movimente a cabeça ou o corpo para encontrar outros ângulos de visão pelos espelhos externos, ou através da visão lateral. Fique atento também aos ruídos dos motores dos outros veículos e só faça a manobra se estiver seguro de que não vai causar acidentes. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 3232 NA MOTO • Ajuste sempre os espelhos; • mantenha a cabeça em posição vertical, a coluna vertebral ereta, os ombros relaxados e os braços levemente flexionados; • coloque sempre as duas mãos no guidom com os punhos leve- mente abaixados; • mantenha as pernas fechadas e os pés paralelos ao chão; • se estiver transportando algum passageiro, peça-o para sentar bem próximo a você e segurar firme a fim de acompanhar os movimentos e as inclinações da moto. EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA Seu veículo possui equipamentos e sistemas importantes para evitar situações de perigo que possam levar a acidentes como: • pneus: têm a função de impulsionar, frear e manter a dirigibili- dade do veículo. Siga sempre as recomendações do fabricante e confira sempre a calibragem, o desgaste e qualquer deformação; • direção: também é responsável pela dirigibilidade, por isso folgas no sistema podem levar o condutor a perder o controle. Devem ser feitas revisões preventivas nos prazos previstos no manual do fabricante; • suspensão: mantém a estabilidade do veículo. Se estiver gasta, pode causar a perda de controle e o capotamento do veículo. Verifique periodicamente sua conservação e funcionamento; • freios: desgastam-se com o uso e sua eficiência é reduzida, podendo causar acidentes. Verifique sempre os componentes em locais especializados. Evite freadas bruscas ou desnecessárias, pois podem desgastar o sistema de freios. Dirija com atenção, observando a sinalização, a legislação e as condições do trânsito; • sistema de iluminação: é importante tanto para você ser visto por outros usuários da via como para enxergar seu trajeto, garan- tindo a segurança de todos. Confira sempre se há faróis quei- mados ou desalinhados, ou que estejam em mau funcionamento. Outros equipamentos são destinados a diminuir os impactos causados em acidentes, como cintos de segurança e air bag. Manter esses equipamentos em boas condições é importante para que eles cumpram suas funções. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 3333 INFRAÇÃO GRAVE - 5 pontos na CNH CINTO DE SEGURANÇA A função do cinto de segurança é limitar a movimentação dos ocupantes dentro do veículo em caso de acidentes ou em uma freada brusca. Assim, facilita que o motorista faça as manobras defensivas necessárias e impede que os ocupantes sejam jogados para fora do veículo. O cinto ainda previne que os passageiros se choquem entre si ou com as partes internas do veículo, como volante, para-brisa e bancos dianteiros. O seu uso pode reduzir o risco de óbitos em até 50% para os passa- geiros do banco da frente e em até 75% para os do banco de trás. Lembre-se sempre de fazer a inspeção no seu equipamento: teste o travamento e verifique se não há cortes ou dobras. Verifique também os cintos dos bancos traseiros. Como usar o cinto: • ajuste-o firmemente ao corpo, sem deixar folgas; • não use presilhas e nem deixe as tiras torcidas; • a faixa superior deve ficar no meio do ombro, sem tocar no pescoço; • a faixa inferior deve ser posicionada abaixo do abdômen, especialmente para gestantes; • não incline o banco em demasia, pois afeta na eficácia do cinto. Segundo a legislação brasileira, o condutor tem a responsa- bilidade sobre os passageiros que ele transporta, devendo garantir que todos usem cinto de segurança no veículo. Em O cinto de segurança é um item de uso obrigatório em todas as vias e para todos os ocupantes do veículo – banco da frente e banco traseiro. Desrespeitar essa regra, além de ser um risco, é infração grave (5 pontos na CNH), sujeita a multa. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 3434 caso de acidente, o condutor responderá civil e criminal- mente pelas lesões ou morte dos ocupantes. Veja os resultados de um acidente em que os ocupantes estejam sem o cinto de segurança e o veículo esteja a uma velocidade de 65 km/h: • primeira colisão: O veículo choca-se contra um obstáculo e, rapidamente, o para-choque, a lataria e o capô ficam amassados. • segunda colisão: Apesar de o carro estar parado, os corpos dos ocupantes continuam em movimento, na velocidade em que o carro estava (65 km/h), e somente param quando colidem com alguma coisa, podendo até ser lançados para fora do veículo. • terceira colisão: Com o carro e as pessoas paradas, é a vez de os órgãos pararem. Na velocidade em que o carro estava, os órgãos somente param ao colidirem entre si ou contra ossos, provocando fraturas, hemorragias, entre outras lesões. AIR BAG O air bag é um adicional ao cinto de segurança. Ele diminui a chance de a cabeça ou a parte superior do corpo se chocar com alguma parte no interior do veículo. Ele também ajuda a reduzir o risco de lesões graves, distribuindo as forças da colisão mais uniformemente ao longo do corpo do indivíduo. O air bag tem prazo de validade e precisa passar por manutenção periódica. O fabricante do automóvel descreve no manual do proprietário o período de durabi- lidade da peça. EQUIPAMENTO DE RETENÇÃO PARA CRIANÇAS Os acidentes no trânsito representam a principal causa de morte de crianças no Brasil: cerca de 4,7 mil crianças morrem e 122 mil são hospitalizadas anualmente, segundo o Minis- tério da Saúde. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 3535 A melhor proteção para a criança no carro é o uso de cadeiras e assentos de segurança. O cinto de segurança é projetado para adultos com no mínimo 1,45 m de altura, e por isso não protege os pequenos dos traumas de um acidente. Nunca transporte crianças no veículo sem usar o sistema de retenção específico. Em 2010, entrou em vigor a Lei da Cadeirinha, tornando obriga- tório o uso dos equipamentos de proteção, de acordo com idade, peso e altura. A World Health Organization publicou em 2015 que o uso dos dispositivos, se corretamente instalados, pode evitar 70% dos casos de morte em bebês e entre 54% e 80% entre crianças. Outra informação relevante é que a probabilidade de um acidente fatal diminui entre 35 e 50% se a criança estiver no banco traseiro do veículo. O uso desses dispositivos é recomendado em qualquer situ- ação de transporte, em pequenas ou longas distâncias. Segundo dados da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET), cerca de 50% dos acidentes graves e/ou fatais ocorrema menos de 50 km de casa, e outros 25% ocorrem a distâncias entre 50 e 200 km. Os erros mais comuns são: MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 3636 Usar dispositivo inapro- priado para a idade e o tamanho da criança. Não instalar o dispo- sitivo bem preso ao banco do carro ou não colocar a criança corre- tamente nele. Colocar uma criança menor de 1 ano de idade ou com menos de 13 kg em uma cadeira de segu- rança de frente para o movimento. No primeiro semestre de 2014, 48% das indenizações pagas pelo DPVAT envolvendo crianças foram em decorrência de acidentes com motocicletas. O número é superior aos acidentes envolvendo carros, que chega a 44%. E de setembro de 2014 até agosto de 2015, foram pagas cerca de 1.200 indenizações referentes a acidentes com morte ou invalidez envolvendo crianças. Lembre-se: crianças menores de 10 anos não podem transitar em motocicleta, motoneta ou ciclomotor. EQUIPAMENTO DE SEGURANÇA DO MOTOCICLISTA A maior parte dos acidentes de trânsito envolve motocicletas. As principais causas de acidente são: condução em alta veloci- dade, imprudências em manobras e a má conservação do veículo. Os equipamentos de segurança obrigatórios por lei para os motociclistas são: capacete com viseira, vestuário protetor e calçado adequado. O ocupante da garupa também deve usar capacete. Capacete Segundo resolução do Contran, o capacete deve ficar firme na cabeça do usuário (piloto ou garupa) e, por isso, deve ser do tamanho adequado, encontrado desde o número 50 até o 64. Ele deve estar afixado por debaixo do maxilar inferior (queixo) com fita jugular e engates. Veja alguns requisitos: • interior do capacete: deve ser de material acolchoado com isopor, espumas e outros tecidos; • exterior (casco): deve ser feito de materiais rígidos e indeformáveis, como plásticos de engenharia e fibra de carbono; • elementos retrorrefletivos (material que reflete grande parte da luz de volta à sua fonte): o capacete deve ser leve e conter elementos retrorrefletivos na parte externa para que o usuário seja visto em todas as direções. Ele ainda deve atender às normas e ser certificado pelo INMETRO, apresentando selo na parte externa ou etiqueta de certi- ficação com a logomarca do INMETRO; • faixa refletiva (reflete a luz de forma difusa e para diversas direções): o capacete do motociclista profissional deve ter faixa refletiva nas cores vermelha e branca. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 3737 A viseira do capacete é destinada a proteger os olhos e as mucosas dos usuários. Geralmente, é feita de policarbonato, que é um material transparente e altamente resistente, mas pode ser feita de plástico de engenharia também. Os padrões são cristal, fumê light e metalizado, sendo que para uso noturno somente o cristal é permitido. Com a moto em movimento, a viseira deve estar sempre abaixada. Nos capacetes com queixeira, é permi- tida uma pequena abertura para passagem de ar. Lembre-se de sempre substituir o capacete caso tenha sofrido algum impacto forte ou quando ele apresentar trincas. Embora não seja obrigatório, usar cores claras no capacete facilita a visualização do condutor e do garupa. Os modelos certificados pelo INMETRO são: • capacete integral (queixeira fixa); • capacete com queixeira móvel; • capacete aberto (sem queixeira). Quando o capacete não tem viseira, é obrigatório o uso de óculos de proteção. Ele pode ter ou não pala (como a de boné). É proibido o uso do capacete tipo coquinho, ciclista ou equipamento de proteção individual de construção civil. Vestuário Não há regulamentação sobre as roupas do motociclista, porém veja algumas dicas e recomendações: • prefira tecidos resistentes que protegem a pele; • use roupas que permitam liberdade de movimento; • jaquetas devem ter punhos justos e zíper; • calças com boca estreita evitam que os pés se enrosquem nos pedais; • as roupas claras e os refletores permitem que os outros condu- tores o vejam a uma distância maior, especialmente à noite. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 3838 As luvas de couro proporcionam melhor aderência ao guidom para manobras e protege suas mãos em caso de quedas. Prefira também luvas com punhos longos, evitando a entrada de ar nas mangas da jaqueta. Prefira calçados que protejam o tornozelo, com sola resis- tente e salto baixo que se encaixe nos pedais. Se houver cordão, certi- fique-se de que eles estão bem amarrados, para não enroscar no pedal. Vamos praticar? Com base no conteúdo visto até aqui, responda à pergunta abaixo. Após certo tempo de direção, é comum o condutor adquirir alguns gestos automaticamente, mas nem todos são ruins. Qual das alternativas abaixo apresenta automatismos CORRETOS? Evitar sinalizar a intenção de manobra, segurar o volante com uma mão e trocar a marcha no tempo certo. Reduzir a velocidade nos cruzamentos, sinalizar as manobras com antecedência e trocar a marcha no tempo certo. Dirigir com o pé apoiado no pedal de embreagem, reduzir a velo- cidade em cruzamentos e evitar utilizar o retrovisor direito. Aumentar a velocidade para ultrapassar veículos de grande porte, sinalizar intenção de manobra e trocar a marcha de forma prolongada. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 3939 Visibilidade é de 15 m. A distância para frenagem na velocidade de 50 km/h é de 10 m. Visibilidade é de 180 m. A distância para frenagem na velocidade acima de 120 km/h é de 180 m. Visibilidade é de 40 m. A distância para frenagem na velocidade de 108 a 120 km/h é de 100 m. Roupa com refletoresRoupa branca Negligência Roupa preta 3 World Road Association, 2013 CONDUZINDO EM CONDIÇÕES ADVERSAS Condições Adversas são tudo aquilo que contribui para aumentar as situações de risco e os conflitos no trânsito. O condutor precisa identificar os riscos e assumir a postura adequada diante de tais situações. O meio ambiente, como condição de luz e clima, e as condições da via contribuem em 34,4% para acidentes fatais. Já os veículos, que podem ter problemas mecânicos, como os freios ou pneus, contribuem em 13%3. São condições adversas: • luz: ofuscamento por excesso ou falta de luz natural ou artificial; • tempo/clima: chuva, granizo, neblina, cerração, aquaplanagem e fumaça; • vias: curvas, desvios, subidas, descidas, largura da pista, tipos de pavimento, trechos escorregadios, buracos e obras na pista; • trânsito: o horário de pico nas cidades e as altas velocidades das rodovias aumentam o risco de acidentes; • veículo: falta de manutenção dos componentes e sistemas; • condutor: condições físicas e mentais. Diante de alguma condição adversa, caso sinta muita dificuldade em continuar trafegando, pare em local seguro, como um posto de abastecimento. Use o acostamento somente em caso extremo e de emergência, sinalize com o triângulo e utilize o pisca-alerta. Dirigir em várias condições adversas ao mesmo tempo (veículo, via, tempo, trânsito) é uma situação perigosa: quanto mais condi- ções adversas, maior é o grau de perigo. Por isso, redobre, triplique, quadruplique a atenção quando as condições adversas se somarem. CONDIÇÕES ADVERSAS DA LUZ A falta ou o excesso de luminosidade pode aumentar os riscos no trânsito. A iluminação do veículo nos permite observar com antece- dência o seu movimento. Ver e ser visto é uma regra básica para a direção segura. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 4040 INFRAÇÃO MÉDIA - 4 pontos na CNH Em 2013, 24% dos pagamentos de seguro DPVAT foram feitos para acidentes ocorridos entre 17h e 19h59, momento do anoitecer quando não está nem tão claro e nem tão escuro, situação chamada de lusco-fusco, na qual a visão dos motoristas é prejudicada. Na entrada e saída de túneis, ocorre uma alteração da visibilidade, exigindo uma adaptação rápida da visão, o que gera momentanea- mente uma situação de risco. Farol A luz baixa do farol deve ser utilizada obrigatoriamente à noite, mesmo em vias com iluminação pública. É imprescindível que as motocicletas, os ciclomotores e o transporte coletivode passa- geiros usem a luz baixa do farol, mesmo durante o dia. Usar o farol alto ou o farol baixo desregulado ao cruzar com outro veículo pode ofuscar a visão do outro motorista. A Lei no 13.290, conhecida como “Lei do Farol Baixo”, publicada em maio de 2016, determina o uso obrigatório de farol baixo durante o dia nos túneis providos de iluminação pública e nas rodovias. O descumprimento da Lei resulta em uma infração média (4 pontos na CNH) e multa. Mantenha os faróis regulados e utilize-os de forma correta. Torne o trânsito seguro em qualquer lugar ou circunstância. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 4141 CONDIÇÕES ADVERSAS DO TEMPO Algumas condições climáticas e naturais afetam as condi- ções de segurança do trânsito, pois dificultam a visão e/ou tornam o pavimento liso. Nessas condições, você deverá adotar atitudes prudentes que garantam a sua segurança e a dos demais usuários da via. Iluminação natural A luz do sol, no início da manhã ou no final da tarde, pode causar ofuscamento devido à sua inclinação, reduzindo a visão do condutor e sendo uma condição adversa de ilumi- nação ambiental. Procure programar sua viagem para evitar estas condições. O ofuscamento pode acontecer também pelo reflexo do sol em alguns objetos polidos, como garrafas, latas, prédios espelhados, ou para-brisas. Cuidado: nos cruzamentos com semáforos, o sol, ao incidir contra os focos luminosos, pode impedir que você identi- fique corretamente a sinalização. Em caso de ofuscamento, reduza a velocidade do veículo, utilize o quebra-sol (pala de proteção interna) ou até mesmo óculos protetores (óculos de sol) e procure observar uma referência do lado direito da pista. Se a luz refletir no retro- visor interno, ajuste-o para desviar o facho de luz. Nessas situações, você deve: • reduzir a velocidade e aumentar a distância segura de seguimento; • manter os faróis limpos e alinhados e usar o sistema de iluminação de forma adequada; • manter a viseira do capacete em boas condições; • evitar viajar à noite; • evitar a “guerra dos faróis”, baixando a luz do seu veículo. Fumaça A fumaça produzida por queimadas prejudica a sua visibili- dade. Tenha especial atenção, reduza a velocidade e evite parar na pista. Feche os vidros do seu veículo e ligue a luz baixa. Evite ligar o pisca alerta. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 4242 Chuva A chuva reduz a visibilidade, deixa a pista molhada e escorregadia, além de poder criar poças de água se o piso da pista for irregular. Os 15 minutos iniciais são os piores, pois a pista está escorregadia devido à mistura da umidade com o pó, o que reduz a aderência do pneu. Estatísticas apontam que, em dias de chuva, os acidentes aumentam em cerca de 20%. Fique alerta desde o início da chuva, acione a luz baixa do farol, ative o limpador de para-brisas, não deixe os vidros embaçarem, aumente a distância do veículo à sua frente e reduza a velocidade até sentir conforto e segurança. Evite pisar no freio de maneira brusca. Se estiver pilotando uma motocicleta, quando iniciar a chuva pare em local seguro e vista a capa de chuva. Se possível, espere a chuva lavar o pó da pista. No caso de chuvas de granizo (chuva de pedra), ou de grande intensidade, o melhor a fazer é parar o veículo em local seguro, como posto rodoviário, área de descanso ou posto de combustível, e aguardar a chuva passar. Inundação Durante uma inundação (enchente, grande volume de água), é preciso ter cuidado com buracos que a água esconde. Dependendo do nível da água, devem ser adotados compor- tamentos seguros para o condutor e os ocupantes do veículo. Em situação de enchente, só saia de casa em caso de extrema necessidade. Neblina ou cerração Costumam acontecer em encostas próximas ao litoral ou em regiões perto de rios ou represas. Sob neblina, nevoeiro ou cerração, acenda a luz baixa do farol (e o farol de neblina, se tiver), redobre a atenção, reduza a velocidade a fim de aumentar a distância do veículo à sua frente, até sentir mais MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 4343 segurança e conforto. O farol alto não deve ser usado, pois reflete na água e reduz ainda mais a visibilidade. Se ainda assim você sentir dificuldade em continuar trafe- gando, pare em local seguro, como um posto de abasteci- mento. Devido à pouca visibilidade, não é seguro parar no acostamento. Use o acostamento somente em caso extremo e de emergência, e utilize o pisca-alerta. Vento Ventos muito fortes, ao atingir o veículo em movimento, podem deslocá-lo, ocasionando a perda de estabilidade e o descontrole (especialmente as motocicletas). Além disso, o vento pode jogar na pista objetos que podem se chocar com os veículos. Há trechos de rodovias onde são frequentes os ventos fortes. Acostume-se a observar o movimento da vegetação às margens da via. Em alguns casos, estes trechos encon- tram-se sinalizados. Os ventos podem também ser gerados pelo deslocamento de outros veículos maiores, ao trafe- garem no mesmo sentido da moto ou em sentido contrário. Reduza a velocidade e adéque a marcha do motor para dimi- nuir a probabilidade de desestabilização do veículo. Calor e frio O calor pode provocar sonolência e indisposição física, prin- cipalmente após o almoço. Evite comer e logo depois dirigir. Já o frio pode entorpecer mãos e pés, dificultando os movi- mentos do condutor. CONDIÇÕES ADVERSAS DA VIA Cada via tem suas características, que devem ser observadas para diminuir os riscos e acidentes. Ao transitar em via com desvios e buracos, mantenha a atenção. A via com presença de buracos e sinalização apagada é potencialmente geradora de risco de acidente de trânsito. Por sua vez, um trecho bem MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 4444 conservado e com boa pavimentação pode também dar causa a acidentes, devido à velocidade excessiva dos condutores. Estradas de terra possuem condições próprias que representam riscos que podem gerar acidentes, pois o seu piso é irregular, há pedras que podem ser lançadas pelos pneus, a poeira levantada reduz a visibili- dade e o barro pode prejudicar a aderência dos pneus. Declives e aclives Se você vir um declive (descida) ou aclive (subida) acentuado à frente, teste os freios e mantenha o câmbio engatado numa marcha reduzida durante a descida. Nunca desça com o veículo desengrenado e nem desligue o motor. Com ele desligado, os freios não funcionam adequadamente e o veículo pode atingir velocidades descontroladas. Além disso, a direção poderá travar. Diminua a velocidade na descida e não ultrapasse. Acostamento É uma parte da via diferenciada da pista de rolamento, destinada à parada e ao estacionamento de veículos em situação de emergência. É proibido trafegar com veículos automotores no acostamento. Ao parar, primeiro reduza a velocidade o mais suavemente possível para não provocar uma colisão traseira, e sinalize com a seta. Após parar o veículo, sinalize com o triângulo de segurança e o pisca-alerta. Vias sem acostamento representam riscos à sua segurança, por isso, numa urgência ao imobilizar o veículo, sinalize o local adequa- damente para evitar uma colisão. Cabeceira de pontes, viadutos e elevados Na entrada ou na saída de pontes, viadutos e elevados, é comum a existência de desníveis que podem comprometer a estabilidade do veículo e, no caso de motociclistas, causar impactos em diversas partes do corpo. Nesses casos, reduza a velocidade para garantir a direção segura. Nas motocicletas, use as pedaleiras como apoio para levan- tar-se levemente do banco. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 4545 Derramamentos Como na aquaplanagem (deslizamento de veículo em pista molhada), quando há derramamentos na pista (óleo, areia, brita), forma-se uma lâmina entre o pneu e o asfalto, fazendo o pneu perder sua aderência (força de contato entre pneus do veículo e o solo). O óleo, por ser mais viscoso, adere por mais tempo nos pneus e, mesmo depois de ter passado a poça, compromete a direção. As dicas e os cuidados são os mesmos do casode aquapla- nagem. Ao avistar um derramamento na pista, tente desviar do local, evite freadas bruscas e, ao passar pela poça, mantenha o volante em linha reta. CONDIÇÕES ADVERSAS DO TRÂNSITO O trânsito também gera situações de risco, pois os demais elementos – outros veículos, pedestres, ciclistas, animais na pista – e os eventos interferem na condução. O trânsito da cidade é mais lento e intenso, com maior número de veículos, pedestres, ciclistas e motociclistas. Tenha especial atenção em locais com maior fluxo de pedestres, como próximo a escolas, hospitais, órgãos públicos e região central. Mantenha a atenção ao dirigir, mesmo em vias com tráfego pesado e com baixa velocidade, observando atentamente o movimento de veículos, pedestres e ciclistas, devido à possibi- lidade da travessia de pedestres fora da faixa e à aproximação excessiva de outros veículos, que podem acarretar acidentes. No horário de pico devido ao excesso de veículos e congestiona- mento, aumentam as chances de se envolver em um acidente de trânsito, uma vez que o estresse gerado nessas circunstân- cias pode levar ao cometimento de infrações e desrespeito ao direito do outro. Mantenha-se calmo e evite aborrecimentos. Para enfrentar essas condições adversas, você deve: • evitar trafegar em horários de pico; • usar caminhos alternativos para fugir de engarrafamentos; • não revidar provocações dos outros usuários; • redobrar a atenção no trânsito; • mesmo parado no congestionamento, manter uma distância segura dos veículos: essa distância deve ser suficiente para visualizar os pneus traseiros do carro à frente. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 4646 O trânsito das rodovias é mais rápido, os limites de velocidade são maiores, e há menos intensidade e fluxo de pedestres, ciclistas ou demais veículos. Fique atento às situações que geram riscos: épocas festivas, feriados e emendas de feriados que aumentam o número de veículos em viagens. Fique atento também aos locais onde há maquinários agrícolas, carroças animais, excursões e caminhões de transporte, e quando há a recuperação das vias com obras ou cons- truções que dificultam o trânsito local. Para dirigir ou pilotar em rodovias: • mantenha o veículo revisado e a documentação em dia; • conheça o caminho e planeje a viagem; • evite viajar à noite ou quando estiver cansado; • ajuste banco e espelhos retrovisores; • faça paradas a cada 2 horas para descanso e/ou alimentação; • reveze a direção em viagens longas; • mantenha a velocidade constante e compatível com o contexto; • obedeça à sinalização; • em caso de emergência, pare no acostamento e ligue o pisca-alerta. Falta de atenção do pedestre ou do ciclista. Reduzir a velocidade antes de entrar numa curva. Frenagem brusca em uma reta ou curva. Não usar o retrovisor nas manobras. Vamos praticar? Com base no conteúdo visto até aqui, responda a pergunta abaixo. Qual é uma das principais causas de capotamento de veículos? MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 4747 CONDIÇÕES ADVERSAS DO VEÍCULO São condições relacionadas à falta de manutenção do veículo, como: freios desregulados, limpadores de para-brisas, faróis, pneus e amortecedores em más condições, luzes, equipamentos inope- rantes, rodas trincadas, falta de buzina, dentre outros. O condutor deve sempre observar o estado de conservação do veículo e de seus sistemas e componentes para aumentar sua segurança. Segundo a legislação, é dever do condutor certificar-se de que o veículo está em condições seguras de trafegar. Por isso, acostu- me-se a inspecionar totalmente o automóvel pelo menos uma vez por mês e a moto diariamente. Faça sempre revisões e mantenha o seu veículo em bom estado. Lâmpadas queimadas aumentam o risco de acidente, especialmente dirigindo à noite, ao frear, estacionando de ré ou transitando na chuva, cerração ou neblina. Os pneus possuem sulcos com profundidade mínima de 1,6 mm, para escoar a água em pista molhada e manter a aderência ao piso, redu- zindo o risco de aquaplanagem. Às vezes, podem aparecer bolhas no pneu (quando a malha metálica interna do pneu se rompe e deforma o pneu). Se isso acontecer, troque imediatamente o pneu, para evitar acidentes. Você pode observar o funcionamento do veículo pelas indicações do painel ou por uma inspeção visual simples: • faróis: verifique visualmente se todos estão acendendo (luzes baixa e alta); • água do radiador: nos veículos refrigerados a água, veja o nível do reservatório de água; • para-brisa: verifique o reservatório de água do sistema e troque as palhetas do limpador que estiverem ressecadas; • desembaçadores dianteiro e traseiro: verifique se estão funcio- nando corretamente; • lanternas dianteiras e traseiras, luzes indicativas de direção, luz de freio e luz de ré: faça a inspeção visual; • freios: verifique se eles estão regulados e se não há presença de água no fluído de freio. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 4848 Verifique também o triângulo de segurança e o extintor de incêndio, que são equipamentos importantes para o socorro em acidentes. O desgaste de um componente pode prejudicar o funcionamento de outros e comprometer a sua segurança. Isso pode ser evitado, observando a vida útil e a durabilidade definida pelos fabricantes para os componentes, dentro de certas condições de uso. Para manter seu veículo em condições seguras, crie o hábito de fazer periodicamente a manutenção preventiva. Ela é fundamental para minimizar o risco de acidentes de trânsito. Evite transitar com excesso de carga, pois isso compromete o seu veículo e sua direção. Acomode adequadamente, distribuindo e imobilizando a carga no veículo, de acordo com sua capacidade. Ver e ser visto Acidentes de trânsito podem ser provocados pela falta de visibili- dade do motorista. Trafegar em segurança depende muito da capa- cidade do condutor de ver o que está à sua volta e também de ser visto pelos demais. Diversos fatores podem interferir na visibilidade do condutor, como luminosidade, cores, condições climáticas, horário, tipo de veículo, objetos que tapem o vidro traseiro e películas ou adesivos nos vidros. Por isso, vias bem iluminadas e veículos com o sistema de iluminação em perfeitas condições trazem mais visibilidade e, portanto, mais segurança ao motorista. Ponto cego dos veículos ou ângulos mortos A visão é responsável por 90% das informações necessárias para uma direção segura, porém a visão do ser humano é reduzida e imperfeita. Os espelhos retrovisores aumentam a área de visão do condutor, mas não totalmente. Pontos cegos do veículo são algumas áreas ao redor do automóvel que não podem ser vistas pelo condutor, mesmo que com ajuda dos espelhos retrovisores. MÓDULO 2 DIREÇÃO DEFENSIVA 4949 3 4 1 2 1. dianteira: as colunas dianteiras encobrem algumas áreas e difi- cultam a visão em manobras ou curvas; 2. laterais (direita e esquerda): veículos e objetos muito próximos podem se esconder nos pontos cegos das laterais do veículo. O espelho retrovisor deve estar ajustado para garantir a visibilidade; 3. traseira: há pontos cegos na traseira do veículo que fazem com que o motorista, ao usar o retrovisor interno, não enxergue objetos pequenos, crianças e alterações na via. 4. No trânsito, considere esses pontos cegos, que variam em tamanho e quantidade, conforme o tamanho do veículo e a posição de espe- lhos retrovisores. Evite transitar nos pontos cegos dos demais veículos. Tenha cuidado especial com pessoas ou veículos que ficam por instantes no ponto cego. São quatro zonas de ponto cego: As áreas sombreadas são pontos cegos do motorista do cami- nhão. Os pontos cegos do lado direito dos veículos de grande porte são maiores, por isso deve-se evitar ultrapassagens deste lado. A manobra, além de arriscada, é considerada uma infração de trânsito. Também não se deve emparelhar com o veículo de grande porte quando este fizer uma conversão, mantenha a distância e respeite o espaço necessário à manobra. Algumas recomendações
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