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Resumo elaborado por: Brenda Alves | Passei Direto DIREITO FINANCEIRO Limitações constitucionais ao poder de tributar PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS PRINCÍPIO DA LEGALIDADE • Todavia, referindo-se especificamente à matéria tributária, o art. 150, I, da carta magna proíbe os entes federados “exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.” • Além disso, recorde-se que o tributo, por definição legal(CTN, art. 3°), é prestação “instituída em lei”. • A Constituição Federal de 1988, em seu art. 5°, II estabeleceu que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” • Que tipo de lei? • CTN, Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo; IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; Em suma, a lei deve conter: Fato Gerador, Base de Cálculo, Alíquota e Contribuinte. - Exceções ao princípio da legalidade • São as matérias que NÃO estão sujeitas ao princípio da legalidade, ou seja, podem ser manuseadas por atos infra legais do poder executivo. • Exceções: a) O art.153, VII, §1° da CF/88 prevê a majoração das alíquotas de 4 impostos por meio de ato do executivo. Resumo elaborado por: Brenda Alves | Passei Direto • II, IE, IPI e IOF • Motivo: impostos extras ficais, cujo objetivo é intervenção econômica do governo, pois isso requer certa urgência para os desdobramentos da intervenção por meio do aumento ou redução da alíquota. b) CIDE-combustíveis - Reduzir e restabelecer a alíquota (art. 177, § 4º, I, b) c) ICMS-monofásico: Reduzir e restabelecer a alíquota (art. 155, § 4º) d) Atualização do valor monetário da base de cálculo dos tributos • CTN, art.97, VI, §2° • Ex. atualização da tabela com os valores do metro quadrado dos imóveis em cada bairro, utilizado para cálculo do valor venal dos imóveis, esse por sua vez é a base de cálculo do IPTU. e) Alteração de prazos para o pagamento dos tributos PRINCÍPIO DA ISONOMIA Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; • O que é isonomia? • Ouvindo Rui Barbosa: “A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualdade aos desiguais, na medida em que se desigualam. (...) Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não igualdade real.” Ou seja, tratar de forma igual os iguais e de forma desigual os desiguais, na medida de suas desigualdades. - Isonomia e capacidade contributiva Art. 145, § 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os Resumo elaborado por: Brenda Alves | Passei Direto direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) IV - utilizar tributo com efeito de confisco; • O principio da vedação ao confisco também poderia ser denominado de princípio da razoabilidade ou proporcionalidade da carga tributária. A ideia subjacente é que o legislador, ao se utilizar do poder de tributar que a constituição lhe confere, deve fazê-lo de forma razoável e moderada, sem que a tributação tenha por efeito impedir o exercício de atividades lícitas pelo contribuinte, dificultar o suprimento de suas necessidades vitais básicas ou comprometer seu direito de uma existência digna. - Configuração de confisco • O conceito de tributo com efeito confiscatório é indeterminado. Assim, cabe ao prudente arbítrio do juiz, em cada caso que lhe for submetido, avaliar a existência ou não de efeito confiscatório. • O STF entende que a caracterização do efeito confiscatório deve ser obtida, analisando a totalidade de tributos a que um contribuinte está submetido, dentro de determinado período, em relação a uma mesma pessoa politica. • A aplicação do principio deve ser atenuada quando se trata de tributos extrafiscais. • O STF considerou inconstitucional 2 dispositivos da Constituição do estado do RJ que previa multas tributárias, pois afeta o princípio do não-confisco: • “...que as multas consequentes do não pagamento dos impostos e taxas estaduais aos cofres do estado não poderão ser inferiores a duas vezes o seu valor... ....as multas consequentes da sonegação dos impostos ou taxas estaduais não poderão ser inferiores a cinco vezes o seu valor ” • Voto do ministro do STF, Sepúlveda Pertence: “Também não sei a que altura um tributo ou uma multa se torna confiscatória; mas uma multa de duas vezes o valor de um tributo, por mero retardamento de sua satisfação, ou de cinco vezes, em caso de sonegação, certamente sei que é confiscatório e desproporcional” PRINCÍPIO DA NÃO SURPRESA • A segurança jurídica é, ao lado da justiça, um dos objetivos fundamentais do direito. É fundamento para vários institutos no ordenamento jurídico brasileiro, como o do direito adquirido, o do jurídico perfeito, o da coisa julgada, o da prescrição, o da decadência. • A ideia sempre presente é a da certeza do direito, da certeza de que as situações consolidadas pelo passar do tempo também estarão juridicamente asseguradas. • Em matéria tributária, o princípio ganha colorido especial, pois para o contribuinte, não basta a segurança com relação aos fatos passados (irretroatividade da lei), também se faz necessário um mínimo de previsibilidade quando ao futuro próximo. Resumo elaborado por: Brenda Alves | Passei Direto • Representado na CF/88 pelos princípios: a) Da Irretroatividade Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; • Objetivos: impedir a tributação de fatos que, no momento da sua ocorrência, não estavam sujeitos à incidência tributária; garantir que a tributação já verificada é definitiva, não podendo ser objeto de majoração por legislação posterior. • Não há exceções na CF/88. Contudo, o CTN previu situações em que a norma pode retroagir, desde que seja expressamente interpretativa ou, tratando de infração, seja norma que venha a beneficiar os infratores. b) Da Anterioridade Anual Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; Principais exceções • II, IE, IPI IOF; • IEG e Empréstimo Compulsório, exceto os instituídos com base na hipótese de investimento público de caráter urgente; • Contribuições especiais sociais para o financiamento da seguridade social; • ICMS e CIDEcombustíveis, apenas para reduzir e restabelecer a alíquota. c) Da Anterioridade Nonagesimal ou noventena Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; Exceções • II, IE e IOF • IEG e Empréstimo compulsório exceto os instituídos com base na hipótese de investimento público de caráter urgente.; • IR • Base de cálculo do IPTU • Base de cálculo do IPVA Resumo elaborado por: Brenda Alves | Passei Direto PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público; • A CF proíbe os entes federados de estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público. PRINCÍPIO DA NÃO-DISCRIMINAÇÃO BASEADA EM PROCEDÊNCIA OU DESTINO Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. • Esse princípio é aplicável exclusivamente aos estados, municípios e DF, vedando- os estabelecer diferenças tributárias entre bens e serviços de qualquer natureza em razão de sua procedência. • Assim: é proibido a um estado ou município criar adicionais, redutores ou qualquer outras diferenças de tratamento tomando por base a procedência ou o destino da mercadoria. • Exemplo: o estado de São Paulo cobrar mais caro o ICMS para produtos vendido para o estado de Rio Grande do Sul e/ou cobrar ICMS mais barato para produtos vendido ao estado do Sergipe. Obs.: Aqui se tem uma importante regra de proteção ao pacto federativo, visto que se proíbe que os entes locais se discriminem entre si.
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