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ATIVIDADE ADMINISTRATIVO SOBRE PARAESTATAIS

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DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO I 
CURSO: DIREITO 
ANO/SEMESTRE: 2022.1 
PROFESSOR (A): LUNARA FARIAS 
ALUNO (A): TAMIRES SILVA DE ANDRADE 
 
 
 
ATIVIDADE EXTRA SOBRE AS ENTIDADES DO TERCEIRO 
SETOR/PARAESTATATAIS 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
As entidades paraestatais seriam aquelas que estão “ao lado” do Estado, bem como diz 
Cretella Junior (1980:140), apud Maria Silvia Zanella Di Pietro (2021, pág.648) “a paraestatal 
é algo que não se confunde com o Estado, porque caminha lado a lado, paralelamente ao 
Estado”. Marçal Justem Filho (2013:322) entende a entidade paraestatal como sinônimo de 
serviço social autônomo, porque ambas são criadas por lei para atuarem sem submissão à 
Administração Pública atendendo as necessidades assistenciais e educacionais de certas 
atividades ou categorias profissionais que arcam com sua manutenção. 
No entanto, o entendimento de Maria Sylvia (2021, pág. 650) é de que as entidades 
paraestatais são pessoas jurídicas de direito privado que são instituídas por particulares mesmo 
sem a autorização legislativa para desempenhar atividades privadas de interesse público e com 
o fomento e controle pelo Estado. 
Nessa perspectiva, sabendo que o primeiro e o segundo setor são o Estado e o Mercado, 
respectivamente, as entidades paraestatais fazem parte do terceiro setor, porque este é composto 
por entidades da sociedade civil que tem fins públicos e não lucrativos, ou seja, prestam 
atividades de interesse público por iniciativa privada e sem fins lucrativos recebendo proteção 
e fomentos por parte do Estado. 
Assim, podemos concluir que as entidades parestatais compreendem as pessoas privadas 
que colaboram com o Estado e desempenham atividades não lucrativas, exercendo funções 
típicas como as de amparo aos hipossuficientes e de assistência social, podendo ser incluídas 
aqui os Serviços Sociais Autônomos, os Entes de Apoio, as Organizações Sociais, as 
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público e as Organizações da Sociedade 
Civil. 
 
 
 
Desse modo, apresentam vários pontos em comum, dentre eles, não serem criadas pelo 
Estado, mesmo que algumas delas sejam autorizadas por lei; não desempenham serviço público 
delegado pelo Estado, mas atividade privada de interesse público, atuando em colaboração com 
ele; recebem incentivo do Poder Público, como auxílios; têm vínculos jurídicos com o Poder 
Público, por meio de convênio, parceria, etc; o regime jurídico é de direito privado, todavia 
parcialmente derrogado por normas de direito público; e, integram o terceiro setor por não se 
enquadrarem como entidades privadas, nem são da Administração Pública e todas são 
organizações não governamentais. 
Passemos a ver as características de cada entidade paraestatal: 
 
SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS 
 
São aquelas instituídas por lei, com personalidade de Direito Privado, sem fins lucrativos 
para dar assistência ou ensino para certas categorias sociais. Têm administração e patrimônios 
próprios e se revestem da forma de instituições particulares convencionais como por exemplo 
as fundações. São oficializadas pelo Estado e têm cooperação com o poder público. Dentre elas, 
podemos destacar o Senai, Senac, Sesc e Sesi, que prestam atividade de interesse público. 
Por estas entidades administrarem verbas decorrentes de contribuições parafiscais e ainda 
usufruírem de alguns privilégios próprios dos entes públicos, estão sujeitas à normas 
semelhantes às da Administração Pública, como a observância dos princípios da licitação, a 
exigência de processo seletivo para contratação, prestação de contas, dentre outros. 
 
ENTIDADES DE APOIO 
 
São pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos e que são instituídas por 
servidores públicos em nome próprio, sob a forma de fundação, associação ou cooperativa para 
prestação de serviços sociais não exclusivos do Estado e com vínculo com entidades da 
Administração Direta ou Indireta por meio, em regra, de convênio. 
A entidade de apoio presta atividade privada mais comumente em hospitais públicos e 
universidades públicas e tem contratos celebrados sem licitação, os seus empregados são 
celetistas, portanto, não são servidores públicos. 
 
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS 
 
 
 
 
São pessoas jurídicas de direito privado, instituída por iniciativa de particulares, 
recebendo delegação do Poder Público mediante contrato de gestão para que desempenhe 
serviço público de natureza social. Nesse sentido, a entidade é criada pela iniciativa privada 
como associação ou fundação e depois é habilitada perante o Poder Público para que receba 
essa qualificação. Portanto, organização social é um título jurídico outorgado e cancelado pelo 
Poder Público. 
Podemos citar algumas características das organizações sociais: tem natureza de pessoa 
jurídica de direito privado, sem fins lucrativos; é criada por particulares mas deve-se habilitar 
perante a Administração Pública; pode atuar nas áreas de ensino, pesquisa científica, 
desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde; deve 
ser feito o contrato de gestão para atribuições e responsabilidade do Poder Público e da 
organização social, podendo perder a sua qualificação caso descumpra as normas desse 
contrato; dentre outras. 
 
ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO 
 
Semelhante à Organização Social, as Organizações da Sociedade Civil de Interesse 
Público são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por iniciativa 
de particulares para que desempenhem serviços sociais não exclusivas do Estado mediante 
vínculo jurídico por meio de termo de parceria. No entanto, difere-se da OS porque esta recebe 
delegação para a gestão de serviço público mediante contrato de gestão, enquanto a Oscip 
exerce atividade de natureza privada com a ajuda do Estado mediante o termo de parceria. 
Apesar de ambas serem qualificadas pelo Poder Público, a OS somente recebe este título 
caso celebre contrato de gestão, enquanto a qualificação de Oscip é outorgada a qualquer 
entidade que preencha os requisitos determinados na Lei 9.790/00, mesmo que não venha a 
firmar o termo de parceria com o poder público. 
A Organização da Sociedade Civil de Interesse Público deve atuar em pelo menos uma 
das seguintes áreas: assistência social, promoção gratuita da educação ou saúde, promoção do 
voluntariado, promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico, 
dentre outros. O termo de parceria firmado entre ela e o Poder Público tem como objetivo 
regular o fomento pelo Poder Público ou a cooperação entre este e a entidade privada. Para 
 
 
 
perda de sua qualificação é preciso que haja pedido ou seja mediante decisão proferida em 
processo administrativo. 
Por fim, é importante destacar que a atuação da Administração Pública é na função de 
fomento, incentivo à iniciativa privada de interesse público, ajudando, cooperando com 
entidades privadas, assim fazendo parcerias, por se tratar de atividades que mesmo sem natureza 
de serviço público, atendem as necessidades coletivas. 
 
ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL 
 
Basicamente, são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos e que fazem 
parceria com a Administração pública para fins de interesse públicos e recíproco e mediante 
execução de atividades ou de projetos previamente estabelecidos nos termos de fomentos, 
termos de colaboração ou acordos de cooperação. 
Tem como disciplina legal a Lei nº 13.019/14, em seu art. 2º que define as organizações 
da sociedade civil, como por exemplo: as alcançadas por programas e ações de combate à 
pobreza e de geração de trabalho e renda; e as capacitadas para execução de atividades ou de 
projetos de interesse público e de cunho social. 
 O seu instrumento de parceria é o termo de colaboração – proposta de parceria realizada 
pela Administração pública envolvendo transferência de recursosfinanceiros -, termo de 
fomento – proposta de parceria feita pela OSC envolvendo a transferência de recursos 
financeiros-, e acordo de cooperação – parceria não envolve transferência de recursos 
financeiros. 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
PIETRO, Maria Sylvia Zanella D. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. 
9788530993351. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530993351/. Acesso em: 27 março de 
2022.

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