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Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento A pena combinada no Caput permite a suspensão condicional do processo desde que não incidentes as causas de aumento do parágrafo 3° e 4°. ❖ Se incidente a qualificadora do parágrafo 2- A, nenhum benefício é permitido. SUJEITO ATIVO Por se tratar de crime comum, pode ser realizado por qualquer pessoa não se exigindo assim, nenhuma qualidade ou condição específica. SUJEITO PASSIVO É qualquer pessoa que sofre a lesão patrimonial ou que seja submetida a uma ação fraudulenta feita pelo agente, no todos e que nem sempre o prejuízo econômico recairá sobre a vítima, sendo assim, é a pessoa que foi enganada. • A vítima deve ser determinada. • Para o STF, o sujeito passivo pode ser tanto a pessoa enganada quanto a prejudicada, ainda que uma seja ente público (RT 839/495) CONDUTA É feita por meio de espertezas, mentira, astúcia... no qual a gente procura despojar a vítima do seu patrimônio fazendo com que ela entregue o voluntariamente, obtendo assim uma vantagem ilícita decorrente do prejuízo alheio. • Para o STF vem sendo decidido ser inaplicável o princípio da insignificância. Fraude: Lesão patrimonial realizada por meios de: A) Artifício: Significa fraude no sentido material e encenação B) Ardil: É fraude no sentido imaterial, intelectualizada, dirigindo-se à inteligência da vítima e objetivando criar nela uma paixão, emoção ou convicção pela criação de uma motivação ilusória. C) Qualquer outro meio fraudulento: Embora compreenda o artifício o ardil (o que torna a distinção sem importância prática, pois que regem os mesmos efeitos), significa outros comportamentos não compreendidos nestes, como o silêncio, a reticência maliciosa etc. Vontade ilícita: Qualquer vantagem é ilegal, sem a correspondente contrapartida. Prejuízo alheio: A vítima deve sofrer um prejuízo patrimonial que corresponda à vantagem indevida obtida pelo agente. VOLUNTARIEDADE Consiste no dolo de induzir ou manter alguém em erro a fim de obter indevida vantagem. para si o para outrem. Não Caracteriza-se estelionato, quando a gente tem a mera finalidade, por exemplo, de prejudicar a vítima, sem visar enriquecimento seu ou de outrem. CONSUMAÇÃO É crime de duplo resultado, no qual só será consumada após efetiva obtenção da vantagem indevida. Estelionato Advirta-se que o dano efetivo que o delito exige não significa o lucro efetivo do agente, pois quem obtém, pela fraude, um cheque com valor declarado, mesmo que não consiga descontá-lo, realiza a figura típica. TENTATIVA Por se tratar de um delito plurissubsistente, a tentativa é admissível. PESSOA INDETERMINADA Se for um número indeterminado de pessoas qualifica o crime contra a economia popular. Exemplo: Uma balança viciada de um açougue. MOMENTOS DO CRIME 1. Do emprego da fraude (alguém se vale de um ardil, de um artifício ou de qualquer meio fraudulento). 2. Do erro (induzir ao manter o outrem em erro). 3. Da vantagem ilícita. 4. Do prejuízo. ➔ Tais momentos podem-se reverter O 1° e o 3° são um momento do sujeito ativo O 2° e o 4° são momentos do sujeito passivo Estelionato e falsidade caso estelionato seja cometido mediante o uso de documento falso. a 4 posições na jurisprudência: 1. o estelionato absorve a falsidade quando esta for o meio fraudulento empregado para a prática do crime-fim que era o estelionato (súmula n° 17 do STJ) 2. a concurso formal, CF, entendimento do STF 3. o crime de falso (aqui a falsidade deve ser de documento público, cuja a pena é superior a do crime de estelionato) prevalece sobre o estelionato. a 4. a concurso material Disposição de coisa alheia como própria ➔ Inciso I • Pune-se o agente que vende, permuta, dá pagamento, faz locação, dá em garantia, coisa alheia como própria. • Qualquer pessoa pode praticar essa forma equiparada do crime de estelionato. • Sujeito passivo: Será tanto o adquirente de boa-fé enquanto o real proprietário da coisa, sendo assim, quem sofre a lesão patrimonial. • Objeto material: Coisa alheia. • Consumação se dá com o recebimento da vantagem. • Para que configure se o crime, o dolo deve abranger a consciência de que não há o poder de disponibilidade sobre o bem, • O verbo “vender” deve ser interpretado restritivamente, não abrangendo o simples compromisso de compra e venda. Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria ➔ Inciso II • A diferença entre os seus anterior, é que neste inciso, o gente vende coisa (móvel ou imóvel) sua, porém onerada, silenciando sobre a existência do gravame. • O crime é próprio, isto posto, só podendo ser praticado pelo dono da coisa que dela dispõem de forma fraudulenta. • O sujeito passivo será o adquirente de boa fé e, se o caso, o promitente comprador. • O sujeito ativo é quem vende, permuta, daí pagamento ou em garantia os objetos materiais relacionados no tipo, coisa própria móvel ou imóvel. • Consuma-se o crime com o recebimento da vantagem, em prejuízo alheio. • Perfeitamente possível a tentativa. Defraudação do penhor ➔ Inciso III • Incide em quem defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado (art. 171, P 2°, III) • Defraudar: significa espoliar com fraude, privar com dono. • Objeto material: É a coisa empenhada pode ficar em poder do devedor, como ocorre no penhor agrícola, pecuário, industrial e mercantil... • Sujeito ativo: É o devedor do contrato de penhor • Sujeito passivo: É o credor pignoratício • Se presente o consentimento, o fato é atípico. • consumação ocorre com a alienação, ocultação, desvio, substituição, consumo, abandono etc. • Admite-se a tentativa • trata-se delito material Fraude na entrega de coisa ➔ Inciso IV • Nas mesmas penas do estelionato incide quem defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar alguém. • Sujeito ativo: É quem tem a obrigação de entregar coisa a alguém • Sujeito passivo: É quem tem o direito de receber a coisa. • A consumação ocorre com a tradição do objeto material, instante em que é entregue ao sujeito passivo. • Pode haver tentativa quando o sujeito passivo descobrindo o engano recusa-se a receber o objeto fraudado. Fraude para recebimento de indenização ou valor do seguro ➔ Inciso V • É quando a gente destrói, total ou parcialmente, ou oculta, coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a própria saúde, ou agrava lesões ou doenças já existentes, com o intuito de haver indenização ou o valor do seguro. • É necessário que o comportamento seja capaz de produzir o dano previsto no contrato de seguro. • Sujeito ativo: É o beneficiário do contrato de seguro. • Sujeito passivo: É o segurador, isto é, o responsável pelo pagamento do seguro. o segurado poderá ser a vítima deste crime quando o terceiro o lesione. • Objeto material: É o preço que será pago pelo seguro • O crime é consumado com a realização da ação física, não sendo necessário que o agente receba a indenização ou o valor do seguro. • Por se tratar de um crime plurissubsistente é possível tentativa. Fraude ao pagamento por meio de cheque ➔ Inciso VI • Quando o sujeito emite um cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou frustrar-lhe o pagamento. • Sujeito ativo: Qualquer pessoa que possa emitir um cheque. • Sujeito passivo: Beneficiário do cheque, podendo ser pessoa física ou jurídica. • É necessárioque o agente tenha consciência de que está emitindo cheque para pronto pagamento sem ter fundos ou os tendo insuficiente, pois caso contrário será impunível. • A consumação se dá no momento em que o estabelecimento sacado nega o pagamento ao cheque, sendo o foro diz o local competente para ação penal (súmula n° 521 do STF) • A tentativa é admissível
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