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Responsabilidade Civil do Estado

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Responsabilidade Civil do Estado 
Brendha Ariadne Cruz – 6º Termo – Toledo Prudente 
14-10-2022 
Introdução 
A França é o maior expoente do conceito de 
Estado que temos hoje. Ademais, também 
podemos citar a Inglaterra, que ocorreu 
muito antes. 
Quando o Estado exerce sua função, este 
passa a ser fornecedor de serviços ou a 
praticar atos que geram a lesão de pessoas. 
Assim, a responsabilidade civil deve ser 
interpretada de moo peculiar, levando em 
consideração a função do Estado. 
O art. 3 do CDC deu ao Estado a qualidade 
de fornecedor de produtos e serviço, 
ensejando a responsabilidade. Além da 
prática de atos que geram lesões. 
 
Evolução histórica da responsabilidade civil do 
Estado 
Existia uma máxima na França que dizia que 
o rei nunca erra (este é um dos fundamentos 
da primeira fase – referente a Idade Média). 
Neste momento, confunde-se a figura do 
Estado e do Rei. 
No modelo soviético o Estado é a única fonte 
geradora de riqueza. 
Este modelo soviético, atrelado ao modelo 
medieval, reestrutura-se a primeira fase da 
responsabilidade civil do Estado: a fase da 
irresponsabilidade do Estado. 
A primeira fase defende que o Estado não 
pode ser responsável por eventuais danos 
sofridos pelos particulares. O Estado não será 
responsabilizado pelos atos praticados por 
ele próprio, mesmo que haja danos causados 
a terceiros. 
A segunda fase traz a responsabilidade 
subjetiva do Estado (teoria civilista – a 
responsabilidade subjetiva á regra do DC). 
Aplica-se ao Estado os mesmos pressupostos 
aplicados a responsabilidade civil tradicional, 
ou seja, para que seja direcionada a 
responsabilidade do Estado é imprescindível 
que haja a comprovação do dolo ou da 
culpa do agente público. Mas, existem 
situações em que ocorre o dano, sem que 
tenha dolo ou culpa, assim gerando a 
irresponsabilidade do Estado em algumas 
situações. 
Imagine um dano ambiental, em que há o 
rompimento de uma barragem pertencente 
ao Estado. Não haveria responsabilização do 
Estado. 
Quanto a terceira fase, trata-se da 
responsabilidade civil objetiva do Estado. 
Nesta fase, passa-se a vislumbrar a 
possibilidade da responsabilidade objetiva, 
como regra. 
Essa responsabilidade é objetiva em regra, 
mas admite-se várias exceções. 
Para a doutrina, a responsabilidade civil 
objetiva do Estado (terceira fase), é divida em 
três grandes teorias, sendo elas: 
a) Teoria da culpa anônima (culpa do 
serviço) 
Nesta teoria, a culpa do agente se difere da 
responsabilidade do Estado, que é objetiva. 
O agente público responde subjetivamente 
em fase do Estado, enquanto o Estado 
responde objetivamente em face do terceiro 
prejudicado. 
Aplica-se aos casos em que há uma má-
prestação de serviço e não há falta de 
servidor. 
Assim, o Estado não poderá ser 
responsabilizado pela falta de servidor, penas 
pela falta de serviço 
Essa teoria é complementada por outra 
teoria: a teoria da culpa administrativa. O 
Estado somente será responsabilizado nas 
hipóteses em que houver falta de serviço, 
desde que: 
1. Particular comprovar que o serviço 
não foi prestado; 
2. A prestação de serviço foi insuficiente; 
3. A prestação de serviço foi com atraso. 
Responsabilidade Civil do Estado 
Brendha Ariadne Cruz – 6º Termo – Toledo Prudente 
Se não houver uma dessas hipóteses, não 
haverá responsabilidade do Estado. 
b) Teoria do risco administrativo 
Toda atividade estatal em si é capaz de gerar 
um risco aos particulares. Mas, esse risco não 
é abstrato e sim, aquele que tem 
potencialidade para gerar dano. 
A responsabilidade é objetiva do Estado, 
salvo a existência de excludentes do nexo de 
causalidade. 
 
c) Teoria da responsabilidade integral 
O Estado responde integralmente pelos 
danos causados. Não haverá a incidência de 
excludentes. 
 
Via de regra, aplica-se a teoria do risco 
administrativo, sendo que há apenas uma 
hipótese que recepciona a teoria da 
responsabilidade integral: 
Art. 21 XXIII - explorar os serviços e instalações 
nucleares de qualquer natureza e exercer 
monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o 
enriquecimento e reprocessamento, a 
industrialização e o comércio de minérios 
nucleares e seus derivados, atendidos os 
seguintes princípios e condições: 
Portanto, a única hipótese trata-se de dano 
ambiental nuclear, pois apenas o Estado tem 
monopólio para a atividade nuclear no Brasil. 
 
Responsabilidade do Estado x Sacrifício de 
direitos 
A doutrina diferencia a responsabilidade civil 
e o sacrifício de direitos. 
O sacrifício é um reflexo do poder de policia 
do Estado (não é polícia judiciária). Este 
poder é dado ao Estado, ou seja a 
possibilidade de fazer restrições a direitos 
individuais para salvaguardar a coletividade. 
Esse sacrifício não gera responsabilidade civil 
do Estado, por ser uma atividade inerente ao 
Estado. 
Exemplo: imagine que poder público caça o 
alvará de determinado comerciante que 
não observa as regras sanitárias, este ato de 
caçar não gera indenização ao 
comerciante. 
 
Conceito de Responsabilidade Civil do Estado 
É uma vertente da responsabilidade civil 
tradicional em que busca-se imputar 
responsabilidade para os atos praticados 
pela administração direta ou indireta. 
Estes atos não podem ser confundidos com 
aqueles inerentes ao Estado (chamados de 
atos de império), como por exemplo, o poder 
de polícia. 
A administração pública direta é a União, 
Estado, Distrito Federal e Municípios - entes 
políticos 
Já a administração indireta trata-se de 
autarquias, empresas públicas, sociedades 
de empresa mista, federações e consórcios. 
18-10-2022 
Matrix constitucional 
Art. 37 § 6º As pessoas jurídicas de direito público 
e as de direito privado prestadoras de serviços 
públicos responderão pelos danos que seus 
agentes, nessa qualidade, causarem a 
terceiros, assegurado o direito de regresso 
contra o responsável nos casos de dolo ou 
culpa 
O dispositivo acima traz a matriz 
constitucional da responsabilidade civil do 
Estado. 
O Estado pode ser responsabilizado na 
hipótese em que ele próprio desempenhou a 
atividade ou quando terceiros agem em 
nome do Estado (ex. concessionárias). 
A parte final do dispositivo traz a expressão 
“agentes públicos”, justamente porque quis 
imputar a responsabilidade civil do Estado 
Responsabilidade Civil do Estado 
Brendha Ariadne Cruz – 6º Termo – Toledo Prudente 
para todos aqueles que agem pelo Estado, 
independentemente do regime jurídico que 
estão vinculados (celetista, estatutário ou 
estagiário). 
Recepciona a responsabilidade objetiva do 
Estado, cabendo direito de regresso para o 
servidor, nos casos em que o agente pratica 
o ato com dolo ou culpa. 
 
Jurisprudência em tese 
1) Bala perdida 
No caso de troca de tiros entre policiais e 
bandidos, caso a bala perdida atinja terceiro, 
existe uma discussão ensejará 
responsabilidade civil do Estado quando não 
se sabe de onde vem o disparo. 
A primeira corrente adota a culpa exclusiva 
da vítima ou caso fortuito. Não há de se falar 
em responsabilidade do estado no caso de 
morte de terceiro por bala perdida. 
Mas essa primeira corrente é muito criticada 
na doutrina. Para a doutrina (segunda 
corrente) não reconhecer a responsabilidade 
do Estado é negar acesso a justiça a vítima. 
Além disso, para a segunda corrente, a 
atividade estatal gera risco. 
Essa segunda corrente vem sendo adotada. 
 
2) Fuga de preso 
 O STJ entende que o simples fato de haver 
fuga de estabelecimento prisional não gera 
responsabilidade civil do Estado pelo 
cometimento de novo crime. 
Somete será possível se houver nexo entre a 
fuga e cometimento do crime. Por exemplo, 
fugiu para cometer o crime. 
 
3) Morte no estabelecimento 
prisional 
O Estado é garantidor da integridade do 
preso. Assim haverá responsabilidade do 
estado. 
Mas, no caso de suicídio, em regra, não gera 
responsabilidadecivil do Estado. Porém, 
temos um precedente que aborda o 
contrario, foi a hipótese em que o preso 
apresentada comportamento suicida e pediu 
a recolocação do preso. 
4) Preso contrai doenças 
No caso de contrair doenças relacionadas ao 
convívio entre os presos não gera 
responsabilidade civil pela quebra de nexo 
de causalidade. 
Apenas haverá responsabilidade naquelas 
doenças causadas com nexo de 
causalidade vinculado ao local. 
 
5) Crimes que ocorreram na 
ditadura militar 
O TJ reconheceu a prescritibilidade da 
reparação civil de danos ocorridos na 
ditatura militar. Mas o STJ reformou. 
A responsabilidade civil oriunda crime na 
ditadura militar não está sujeito ao prazo de 
cinco anos (dec. 20.910 de 32)– sendo 
imprescritível. 
 
6) Denunciação da lide 
Existem duas correntes: 
- É possível a denunciação da lide, porque a 
intervenção de terceiros é uma regra, sendo 
necessária previsão legal. 
- É desnecessário a denunciação a lide em 
processo que envolve responsabilidade da 
lide do Estado. Prevalece. 
 
Responsabilidade civil do Estado pelos atos 
legislativos 
Segundo a doutrina, existem três hipóteses: 
Responsabilidade Civil do Estado 
Brendha Ariadne Cruz – 6º Termo – Toledo Prudente 
a. Leis de efeitos concretos e danos 
desproporcionas: 
O Estado legislador deve fazer lei abstrata, 
que em tese, não deve ser direcionada para 
uma pessoa ou número de pessoas. 
Ao fazer uma lei não abstrata e que prejudica 
terceiros haverá responsabilidade do Estado. 
A regra é que estado legislador deve fazer 
uma lei abstrata, ou seja, uma lei que existe 
em tese, não sendo direcionada a uma 
pessoa ou grupo de pessoas. 
Exemplo: Imagine que o Gian se torna 
prefeito e tem como opositor o João. Assim 
manda um projeto de Lei para desapropriar 
indiretamente a propriedade de João. Essa 
Lei tem efeitos concretos e danos 
desproporcionais, havendo a 
responsabilidade do estado legislador. 
 
 
b. Leis inconstitucionais 
As leis inconstitucionais podem gerar 
responsabilidade do Estado. Via de regra, 
toda lei é constitucional, mas uma lei 
declarada inconstitucional posteriormente 
não gera por si só responsabilidade. 
Necessária que a lei seja inconstitucional e 
haja interesse escuso na vigência dessa lei 
pelo Estado. Nesse caos, haverá 
responsabilidade civil. 
Uma lei declarada inconstitucional por si só 
não enseja a responsabilidade civil. Contudo, 
leis inconstitucionais que existem um interesse 
escuso do Estado Legislador, podem gerar a 
responsabilidade civil do Estado. 
Exemplo: Estado com dívidas e faz por meio 
de uma lei ordinária a criação de um tributo, 
que deveria ser realizado por lei 
complementar na qual precisaria de mais 
pessoas para a aprovação poderá ter sua 
responsabilidade se for declarada 
inconstitucional. 
 
c. Omissão legislativa 
A omissão desproporcional pode gerar 
responsabilidade civil do Estado. 
Por exemplo, ao ser reconhecida a lei de 
greve, recomendou-se a criação de leis para 
o setor público. 
A omissão legislativa que gera um dano 
desproporcional poderá ensejar a 
responsabilidade do Estado. 
Exemplo: motorista de aplicativo não pode 
dirigir, pois não tem uma lei que não 
regulamenta a sua profissão. Se o Estado não 
criar a Lei teremos um dano desproporcional 
tendo sua responsabilidade. 
 
21-10-2022 
Responsabilidade civil do Estado pelos atos do 
Executivo 
O poder executivo é responsável por 
administrar recursos e direcionar estes para 
políticas públicas. Diante desse cenário, o 
executivo não faz lei, apenas decretos. 
A doutrina separa em dois tipos de atos de 
execução do poder executivo: 
a) Atos vinculados: a própria lei manda o 
gestor a empregar determinado esforço 
(comando legal); 
Por exemplo, a CF determina que 21% da 
receita do município deve ser investida em 
educação, mas assim não faz. Neste caso, 
não cabe escolha do Prefeito. 
b) Atos discricionários: baseado em 
conveniência e oportunidade (não é 
baseado em lei como nos atos vinculados). 
Por exemplo, na época de carnaval, numa 
cidade do interior do Ceará, em que o 
prefeito tinha uma verba não vinculada (não 
direcionada a algo). A ideia do Prefeito foi 
abrir uma consulta popular (para decidir 
entre comprar novas ambulâncias ou fazer o 
carnaval). 
Isto posto, em regra a responsabilidade civil 
do Estado pelos atos do executivo é 
direcionada aos atos vinculados, pois há 
Responsabilidade Civil do Estado 
Brendha Ariadne Cruz – 6º Termo – Toledo Prudente 
imposição da lei. Portanto, o 
descumprimento de comando legal gera 
responsabilidade do Estado. 
Mas, quanto aos atos discricionários, deve-se 
salientar que é possível, excepcionalmente, a 
configuração de responsabilidade do Estado. 
Ocorrerá nos casos de abuso da 
discricionariedade ou quando essa escolha 
dada ao Executivo contrariar princípios 
legais. 
Por exemplo, o gestor publico tem verba para 
decidir entre a revitalização de um parque ou 
construção de uma praça. Ele decide fazer 
uma praça, em que há um monumento que 
beneficia imóvel de sua amante e ainda 
usou parte do valor para fazer um 
“puxadinho” no imóvel da amante. Portanto, 
utilizou dinheiro público para a amante. Essa 
escolha gerou abusividade. 
 
Responsabilidade civil do Estado pelos atos do 
Judiciário 
Os Italianos definiam a possibilidade do tomar 
decisões antidemocráticas que visa 
salvaguardar a lei. Portanto, é dada a 
Magistratura um poder de 
contramajoritarismo. 
Apenas haverá responsabilidade quando o 
magistrado age com dolo (vontade livre e 
consciente de prejudicar terceiro) ou fraude 
(usa artifício fraudulento para justificar sua 
decisão. Ex. venda de sentença) na 
produção da sentença. 
O Estado responde cabendo regresso em 
face do Juiz. 
Inclusive, isso está disposto no art. abaixo: 
Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, 
por perdas e danos quando: 
I - no exercício de suas funções, proceder com 
dolo ou fraude; 
II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, 
providência que deva ordenar de ofício ou a 
requerimento da parte. 
No âmbito administrativo, as punições estão 
dispostas na LOMAN (lei orgânica da 
magistratura). Há previsão de advertência, 
censura (ex.retirar conteúdo de sentença), 
remoção compulsória e até mesmo a 
disponibilidade (chamada aposentadoria 
compulsória). 
A reforma de sentença com fundamentação 
pífia e precária não gera a responsabilidade 
do Estado, já que segundo o STJ, o erro do 
judiciário que gera responsabilidade civil do 
Estado é aquele eivado de ilegalidade, abuso 
ou arbitrariedade por parte do agente 
estatal. 
Ademais, questiona-se a questão da 
responsabilidade do Estado quando 
inocente for condenado. Via de regra, sujeito 
inocente preso (condenado de forma 
errônea) enseja responsabilidade do Estado. 
Tema 592 do STF - Responsabilidade civil objetiva 
do Estado por morte de detento: “Em caso de 
inobservância do seu dever específico de proteção 
previsto no art. 5º, inciso XLIX, da Constituição 
Federal, o Estado é responsável pela morte de 
detento.” RE 841.526/RS 
Mas, quanto a prisão preventiva ou 
temporária de inocente (sem condenação), 
temos: 
Quanto a corrente tradicionalista, nas prisões 
processuais, os atos judiciais em sentido estrito 
(aqueles atos que o comando legal impõe 
aquele dever ao juiz) por si só não gera 
responsabilidade do Estado. 
Por exemplo, imagine que o sujeito está sendo 
investigado, ainda não se sabe se ele é autor 
ou não do crime, mas a prisão preventiva é 
necessária para a realização da 
investigação. Se caso descobre-se sua 
inocência, não irá gerar responsabilidade do 
Estado porque existiam indícios de autoria. 
A prisão é inevitável para garantir a verdade 
real. Portanto, nas prisões processuais que 
houver indício de autoria e materialidade, 
poderá o Estado ser isento de 
responsabilidade. 
MAS, TUDODEPENDERÁ DO CASO EM TELA! 
 
http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoPeca.asp?id=5312452&tipoApp=.pdf)
Responsabilidade Civil do Estado 
Brendha Ariadne Cruz – 6º Termo – Toledo Prudente 
Concessão de serviço público (concessionária) e 
a responsabilidade do Estado 
O art. 37, parágrafo sexto, estabelece: 
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de 
direito privado prestadoras de serviços públicos 
responderão pelos danos que seus agentes, nessa 
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o 
direito de regresso contra o responsável nos casos 
de dolo ou culpa. 
Mas, questiona-se a natureza dessa 
responsabilidade (solidária ou subsidiária). O 
STJ define que a responsabilidade civil do 
Estado pelos atos da concessionária é 
subsidiária, ou seja, primeiro respondera a 
concessionária e seu patrimônio, 
posteriormente, o Estado. 
 
Responsabilidade civil do cartório 
 A problemática que envolve os cartórios é 
muito recente. 
A emenda 45 de 2004 criou a regra do 
concurso público para o tabelionato. 
O cartório tem natureza de direito privado 
mas exerce função por delegação do poder 
público. Assim, se o tabelião praticar ato que 
gerou dano, questiona-se: essa 
responsabilidade civil pode ou não ser 
imputada para o Estado. 
Existem três correntes: 
1. A responsabilidade é direta e objetiva 
do Estado, uma vez que os notários e 
registradores são concursados pelo 
Estado, sendo considerados agentes 
públicos a luz do art. 37, parágrafo 
sexto da CF. 
Embora seja um serviço privado, quem 
fiscaliza é o Estado, assim equipara-se 
o funcionário do cartório a agente 
público. 
O STF tende a acatar essa corrente. 
 
2. A responsabilidade é objetiva e 
pessoal do tabelião, sendo o Estado 
responsabilizado subsidiariamente. 
O Estado apenas responde se o 
tabelião não tiver patrimônio para 
tanto. 
O STJ tende a acatar essa corrente. 
O Prof. inclina-se a essa posição. 
 
3. A responsabilidade é solidária e 
objetiva, juntamente com o tabelião. 
Defendida por Youssef Said Cahali. 
Obs.: existe uma quarta corrente que não 
encontra fundamento algum a qual 
determina responsabilidade única do 
tabelião. 
É muito crítica porque isentar o Estado de 
responsabilidade é sinônimo de 
irresponsabilidade, haja vista que o Estado faz 
a fiscalização do cartório. Além de que quem 
contrata é o Estado. 
 
Responsabilidade civil do Estado por danos 
ambientais 
Quando ao Estado poluidor e sua 
responsabilidade quanto a isso, temos 
algumas correntes: 
1. A responsabilidade será objetiva e 
amparada na teoria do risco 
administrativo. 
É possível a existência de excludentes 
de ilicitude e do nexo de causalidade, 
isentado o Estado de 
responsabilidade. 
2. A responsabilidade será objetiva e 
amparada na teoria do dano ou risco 
integral . 
 
Omissão Estatal 
O Estado pode ser responsabilizado por 
condutas ativas e passivas. 
No caso de omissão do Estado, questiona-se 
como será a responsabilização. Assim, o STJ 
fez a diferenciação entre omissão genérica 
(responsabilidade subjetiva) e específica 
(responsabilidade objetiva). 
Responsabilidade Civil do Estado 
Brendha Ariadne Cruz – 6º Termo – Toledo Prudente 
A omissão será específica quando existir 
comando direto da lei imputando dever ao 
Estado. Não precisa provar dolo ou culpa. Ex. 
morte de preso. 
Já na omissão genérica existe um dever geral 
– não específico do Estado. Ex. imagine que 
numa rodovia federal que atravessa o Brasil 
(mantida pela União, não há concessão 
dessa rodovia). Então, um animal entra na 
pista e alguém se choca com este, 
incorrendo em prejuízos. Neste caos, não 
existe lei determinando um dever especifico 
de proteção das estradas que impossibilite 
animais na pista. Neste caos, deverá a vítima 
comprovar o dolo ou culpa do Estado. 
 
Teoria da reserva do possível e a teoria do 
mínimo existencial 
O Estado, em sua defesa, se vale da teoria da 
reserva do possível. 
Nasce no direito alemão, na década de 60, 
em que apreciou-se o caso de Numerus 
Clausius ou do rol taxativo. Analisou a questão 
daqueles que ficaram no cadastro de 
reserva possuem o direito subjetivo de 
cursarem medicina. Decidiu-se que o Estado 
não pode ser condenado por aquilo que não 
tem capacidade econômica de cumprir 
(teoria da reserva do possível). 
Portanto, o Estado não pode ser condenado 
quando tratam-se de questões que 
extrapolam a razoabilidade orçamentária. 
Mas, no Brasil, há um grande problema em 
adotar teorias do exterior. A teoria da reserva 
do possível não faz sentido no Brasil devido a 
alta carga tributária cobrada da população, 
mas presta-se serviços de má-qualidade. 
Ao se tratar de direitos sociais, tem se 
inclinado a aplicação da teoria da reserva do 
possível. 
Para a teoria do mínimo existencial, o Estado 
deve garantir o mínimo para preservar a 
dignidade dos cidadãos (saúde básica, 
habitação, educação básica e 
alimentação).

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