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Manifestações oculares de doenças infectocontagiosas e parasitárias

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1 Oftalmologia 
Caio Márcio Silva Cruz 
Manifestações oculares de doenças infectocontagiosas e parasitárias 
 
Tuberculose – manifestações oculares 
 
 Tuberculose extrapulmonar ocular 
(TEO). 
 Envolvimento ocular em 1 a 2% dos 
pacientes com TB. 
 Afeta qualquer estrutura do olho. 
 Ceratoconjuntivite flictenular, 
Ceratite intersticial e vasculite 
retiniana: reação de 
hipersensibilidade ao bacilo. 
 Epiesclerite e esclerite. 
 Uveíte anterior: granulomatosa com 
precipitados ceráticos do tipo 
"muttom fat", “flare” e celularidade 
na câmara anterior, nódulos na íris, 
Sinéquias posteriores, celularidade 
no vítreo anterior. 
 
 
Figura 1 – Ceratoconjuntivite flictenular. Hiperemia e 
lesão gelatinosa. 
 
Figura 2 – Epiesclerite, parte superficial da esclera. 
 
Figura 3 – Esclerite. Deve ser tratado com urgência. 
 
 
Figura 4 – Precipitados ceráticos tipo “mutton fat”/ 
“gordura de carneiro’, pontinhos brancos. 
 
Figura 5 – Tyndall proteico: “flare”. Como se fosse uma 
fumaça na câmara posterior. 
 
Figura 6 – Hipópio. Excesso de células na câmara 
posterior, como leucócitos. Fazem um nível líquido. 
 
Figura 7 – Sinéquia posterior. Aderência da íris com o 
cristalino. Existe uma sinéquia anterior. 
 
 
2 Oftalmologia 
Caio Márcio Silva Cruz 
 Uveíte intermediária mais 
raramente. 
 Uveíte posterior: tubérculos (0,5 a 3 
mm) ou tuberculoma de coróide (4 a 
14 mm), abscesso sub-retiniano e 
lesões multifocais uni ou bilaterais. 
Podendo apresentar uveíte difusa. 
São menos comuns. 
 A apresentação mais comum da TEO 
é a uveíte posterior. 
 Complicações: descolamento de 
retina, neovascularização de coróide, 
glaucoma neovascular, cicatrizes 
atróficas => cegueira. 
 
 
Figura 8 – Tubérculos de coróide 
 
Figura 9 – Tuberculoma de coróide. Linhas amarelas são 
exsudatos duros. 
Diagnóstico da uveíte por tuberculose. 
 
• Reação de Mantoux - PPD. 
• Evidência de lesão cicatrizada ou ativa 
(pulmonar ou extrapulmonar). 
• Resposta ao tratamento. 
• Exclusão de outras causas de uveíte, como 
sarcoidose, sífilis, toxoplasmose, 
toxocaríase, tumores etc. 
 
Tratamento 
 
• Específico. 
• Corticóide sistêmico por 4 a 6 semanas 
para reduzir o dano ocular nas Uveítes 
posteriores, intermediárias e difusas. 
• Colírios de corticóide e cicloplégico nas 
Uveítes anteriores e esclerites. Corticóide 
sistêmico se necessário. 
• Ceratoconjuntivite flictenular e Ceratite 
somente corticóide tópico. 
 
Hanseníase: Manifestações oculares 
 
 Alterações secundárias ao 
envolvimento dos nervos facial e 
trigêmeo, causando lagoftalmia, 
hipoestesia corneana, madarose, 
ectrópio de pálpebra inferior, ceratite 
em “pó de giz” e úlceras corneanas 
recidivantes (tanto pela exposição). 
 Olho seco. 
 Esclerite por infiltração direta do 
bacilo ou reacional. 
 Menos frequentemente apresenta 
uveíte. 
 
 
Figura 10 – Lagoftalmia: não consegue fechar o olho. 
 
Figura 11 – Madarose: ausência de cílios. 
 
 
3 Oftalmologia 
Caio Márcio Silva Cruz 
 
Figura 12 – Ectrópico de pálpebra inferior. 
Tratamento 
 
 Específico. 
 Tratamento do olho seco e das 
ceratites de exposição com colírios 
lubrificantes, oclusão do olho ou 
cirurgia. 
 Tratamento da lagoftalmia com 
fisioterapia ou cirurgia. 
 Ectrópio é geralmente cirúrgico. 
 Esclerite: corticóides locais e/ou 
sistêmicos. 
 Iridociclites: corticóides sistêmicos e 
tópicos. 
 Colírios cicloplégicos/midriáticos. 
 
Toxoplasmose 
 
• Toxoplasma gondii. 
• Gato é o hospedeiro definitivo. 
• Transmissão: Ingestão de cistos em carne 
crua ou mal passada. Ingestão de oocistos na 
água, legumes ou frutas contaminadas com 
fezes de gato. Transplacentária (40% dos 
conceptos) e outras (transfusão, 
transplantes, saliva). 
• É a causa mais comum de uveíte posterior 
no Brasil e a mais comum em 
imunossuprimidos. 
 
Coriorretinite por toxoplasmose ocular 
Tipos: 
 Congênita: neonatal ou tardia. 
 Adquirida: concomitante à doença 
sistêmica ou tardia (intervalo 
variável entre a sistêmica e a ocular. 
 
Congênita: Tétrade de Sabin: 
a) Coriorretinite (em 90% dos pacientes). 
b) Calcificações cerebrais (em 69%). 
c) Hidrocefalia ou microcefalia (em 50%). 
d) Retardo mental. 
 
Toxoplasmose: manifestações oculares 
 
• Retinite necrosante com coroidite 
adjacente. 
• Vasculite retiniana, vitreíte (o vítreo fica 
turvo, inflamado e a pessoa ver manchas), 
neurite óptica e Iridociclite. 
• A lesão clássica é lesão em atividade 
(branco-acinzentada) adjacente a uma lesão 
cicatrizada (bem pigmentada). – quase 
Patognomônio. 
• Sintomas e sinais: baixa de visão, moscas 
volantes, fotofobia, dor e hiperemia 
conjuntival. 
• Complicações que podem levar à cegueira: 
cicatriz macular, membranas neovasculares 
de coróide, oclusões vasculares, neurite 
óptica e descolamento de retina. 
 
 
Figura 13 – Cicatriz coriorretiniana macular em “roda de 
carroça”. 
 
Figura 14 – Múltiplas lesões de Coriorretinite 
Diagnóstico 
 
• Pesquisa de IgG e IgM para toxoplasmose. 
• Aspecto clínico da lesão. 
• Por exclusão. 
 
 
 
 
 
4 Oftalmologia 
Caio Márcio Silva Cruz 
Tratamento 
 
 Imunocompetentes: nem todas as 
lesões devem ser tratadas. Avaliar o 
risco x benefício do tratamento. 
 Tratar as lesões maculares, no feixe 
papilomacular e adjacentes ao nervo 
óptico. 
 Tratar quando apresentar vitreíte 
severa. 
 Imunossuprimidos: tratar qualquer 
lesão em atividade. 
 
HIV e o olho 
 
 Fase sintomática: imunossupressão 
com infecções oportunistas e lesão 
tecidual direta do HIV. 
 80% apresentam lesões oculares 
durante o curso da doença. 
 As lesões de Coriorretinite causadas 
pelas infecções oportunistas podem 
causar cegueira. 
 
Manifestações oculares 
 
 Pálpebras: sarcoma de Kaposi, herpes 
zoster. 
 Órbita: celulite orbitária (sinusite 
adjacente). 
 Córnea: ceratites por herpes 
simples/zoster ou outros agentes. 
 Olho seco. 
 Uveíte anterior. 
 Retinopatia do HIV: exsudatos 
algodonosos. Única lesão direta do 
vírus. 
 Retinites: CMV, zoster e 
toxoplasmose. 
 Coroidites: pneumocystis, criptococos 
e tuberculose. 
 
 
Figura 15 – Exsudatos algodonosos do HIV. 
Tratamento 
 
• Específico da AIDS e da etiologia do agente 
oportunista. 
• Nos casos de uveíte anterior usar colírios 
de corticóides e cicloplégicos. 
• Corticóides orais para diminuir a necrose 
Coriorretiniana nas Uveítes posteriores ou 
difusas. 
 
Citomegalovírus (CMV) 
 
 Retinite comum nos pacientes com 
AIDS, principalmente quando a 
contagem de CD4 está entre 50 e 100. 
 Congênita e adquiridas (imunos-
suprimidos) Retinite, Iridociclite, 
atrofia do nervo óptico e catarata 
(congênita). 
 Tratamento sistêmico e local 
(implante intravítreo de ganciclovir –
É injetado dentro do vítreo). 
 Retinite não tratada apresenta 
péssimo prognóstico, geralmente 
evolui para cegueira. 
 
 
Figura 16 - Retinite por CMV 
Herpes simples 
 
• HSV-1: 90% de soropositivos na população. 
• O HSV-2 raramente causa lesão ocular. 
Contaminação com secreção genital ou 
durante o parto. 
• Após a infecção primária o vírus fica 
latente em um gânglio nervoso, podendo 
reativar e recidivar a qualquer momento. 
 
Manifestações oculares 
 
 Infecção ocular primária: crianças de 
6 meses a 5 anos. Vesículas na pele 
das pálpebras e área Periorbital. 
 
 
5 Oftalmologia 
Caio Márcio Silva Cruz 
 Conjuntivite aguda, unilateral e 
linfadenopatia pré-auricular. 
 Após a infecção primária pode 
apresentar ceratite: epitelial (mais 
comum), estromal ou disciforme. 
 
 
Figura 17 – Vesículas na pálpebra superior. 
 
Figura 18 – Ceratite epitelial dendrítica. 
 
Figura 19 – ceratite epitelial geográfica. 
 
Figura 20 – Ceratite estromal necrosante. Muito grave. 
 
Figura 21 – Ceratite disciforme. Córnea espessada, disco 
com edema. Melhoracom o uso de corticóide. 
Herpes simples - Tratamento 
 
 Tratamento sistêmico: aciclovir 
200mg 5x/dia ou valaciclovir 500mg 
2x/dia, por 10 a 14 dias. 
 Ceratite epitelial: aciclovir 3% 
pomada ocular 5 vezes ao dia por 2 
semanas. 
 Nas lesões recorrentes fazer 
tratamento profilático com aciclovir 
200 mg 2 vezes ao dia por 1 ano. 
 Na estromal pode ser associado colírio 
de corticóide para diminuir a necrose 
corneana. 
 Na disciforme usar colírio de 
corticóide. 
 
Herpes zoster ocular 
 
 Vesículas na região periocular 
respeitando a linha média. Sente 
parestesia no olho. 
 Quando atinge a ponta do nariz 
significa que o globo ocular pode 
apresentar lesões (nervo nasociliar 
comprometido). 
 Ceratite epitelial dendrítica, ceratite 
disciforme e conjuntivite. 
 Iridociclite, epiesclerite, esclerite e 
necrose retiniana aguda. (geralmente 
em pacientes imunossuprimidos) 
 Severidade maior em pacientes 
imunossuprimidos 
 
 
 
6 Oftalmologia 
Caio Márcio Silva Cruz 
 
 
Tratamento 
 
• Tratamento sistêmico. 
• Tratamento local da ceratite e iridociclite 
como o do herpes simples. 
 
Rubéola: manifestações oculares 
 
 Adquirida: exantema, febre, mal-
estar, artralgia. No olho pode 
apresentar conjuntivite, irite e 
Retinite em "sal e pimenta” (mais 
raramente). 
 Síndrome da rubéola congênita: 
catarata, surdez, malformação 
cardíaca e retardamento mental. 
 Catarata em 15% e Glaucoma em 10% 
dos casos. 
 Fetos mais vulneráveis no primeiro 
trimestre. 
 
Manifestações oculares 
 
Dengue: 
 Irite, vitreíte. 
 Na retina pode apresentar vasculite, 
epitelite, hemorragias e exsudatos 
algodonosos. 
 
Sarampo: 
 Congênito: catarata, retinite em "sal e 
pimenta”, edema retiniano. 
 Adquirido: conjuntivite mais 
frequentemente. 
 Raramente retinopatia e edema do 
disco óptico. 
 
 
 
Chikungunya: manifestações 
oculares 
 
• Iridociclite, episclerite e Retinite. 
• Retinite semelhante à do HSV. Áreas de 
necrose aguda da retina na periferia com 
múltiplas áreas acometidas. Hemorragias 
retinianas. 
• Tratamento da Retinite igual ao da 
Retinite pelo HSV, mesmo sem suporte para 
esta conduta. 
 
Zika: manifestações oculares 
 
 Hiperemia conjuntival sem secreção. 
 Zika congênita: microcefalia, 
Hipoplasia e palidez do nervo óptico, 
ausência do reflexo foveolar, 
mobilização do epitélio pigmentar na 
mácula e áreas circulares de atrofia 
coriorretiniana.

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