Buscar

UFRRJ NormaJurídica

Prévia do material em texto

UFRRJ - Eng. Agrícola e Ambiental - Legislação Agrária 
Introdução ao Estudo do Direito: 
A Norma Jurídica 
 
1. Norma Autorizante 
 
A norma jurídica Autorizante é aquela que autoriza que se 
aplique uma pena pelo emprego dos meios competentes permitidos 
pela lei, pera exigir dos violadores o cumprimento do que ela manda, 
ou reparação do mal causado pela violação. 
 Em casos específicos em que a violação é ato designado como 
crime, o autorizamento da norma violada se dá numa imposição 
dirigida aos poderes competentes do Estado (Polícia, Ministério 
Público e Poder Judiciário) e os demais Poderes Legitimados. 
 
2. Norma Jurídica: Sempre BILATERAL 
 
Todas as normas são por um lado mandamentos, imposto a 
determinadas pessoas; e por outro lado, um autorizamento, 
instituído em benefício de outras pessoas, sendo somente as 
jurídicas autorizamento. 
O autorizamento constituído da norma jurídica é o que 
distingue das normas não jurídicas. 
Se uma norma violada for jurídica, a pessoa lesada pela 
infringência estará autorizada, pela própria norma violada a exigir 
pela lei, o cumprimento, reparação, reposição dela, ou no caso de 
crime, a cominação da pena ao delinquente. 
Se a norma violada não for jurídica, ninguém terá essa 
autorização. 
Ex: “Praticarás a caridade” 
 Uma pessoa estando em condições de cumprir essa norma, mas 
deliberadamente a viola, não praticando nenhuma caridade, 
prejudica, nesta hipótese, os que a caridade daquela pessoa 
beneficiaria. Mas ninguém estará autorizado a exigir o 
cumprimento da norma infringida. O mendigo de braço estendido, 
de caixinha na mão, não pode exigir a esmola que lhe foi negada. A 
norma violada não lhe concede autorização para exigir o 
cumprimento daquela norma. Não sendo autorizante, tal norma não 
é jurídica. 
Essa outra norma: "Pelo contrato de compra e venda, um dos 
contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o 
outro contratante a pagar-lhe certo preço em dinheiro" (Código 
Civil, art. 481). 
Se o vendedor não transferir o referido domínio, ou o 
comprador não pagar o referido preço, violada estará a norma 
citada. Nessa hipótese, o lesado, que tanto pode ser o 
vendedor como o comprador, ficará autorizado a exigir o 
cumprimento da norma infringida (a transferência do domínio; 
o pagamento do preço). Logo, a citada norma, diferentemente 
da primeira, é autorizante, é um autorizamento, e, portanto, é 
uma norma jurídica. 
São jurídicas as normas escritas ou não, legais ou costumeiras, 
contanto que sejam autorizantes. 
Jurídicas são as normas que autorizam a reação 
correspondente à ação violadora da norma. 
 
É a que se acha devidamente autorizada 
por norma jurídica, e pode ser o ato de 
‘Fazer justiça com as próprias mãos’, 
como um pedido formal, feito em juízo. 
 
Somente são jurídicas as normas que autorizam alguém a 
submeter sua pretensão ao referido Poder. 
 
 
Pode ser o Juiz da Comarca ou 
o Tribunal de Justiça dentro do 
Estado, como também o cacique 
em comunidade indígena. 
 
 No nível do Estado com o Poder Judiciário 
organizado, são jurídicas as normas que autorizam tal 
pedido (autorizam a parte, o autor ou o réu requerer em 
juízo). 
 
 
 
 
3. Autorizamento e Autorização 
 
Designa a autorização enquanto 
aptidão da entidade que a 
recebeu. Designa o direito 
especial, chamado Direito 
Subjetivo. 
A palavra designa 
a autorização enquanto 
qualidade da norma jurídica. 
 
O lesado pode, com autorização jurídica, completar sua 
interação com quem a prejudicar. Após a ação violada da norma, 
a própria norma autoriza a reação correspondente. 
O autorizamento da norma é causa da autorização de que o 
lesado é titular. 
 
OBS: A sociedade é que é autorizante. O termo sociedade 
designa tanto a coletividade toda como, também, os inúmeros 
grupos sociais de que a sociedade global é composta. Numa 
sociedade, certas exigências e certas proibições serão sempre 
permitidas. Isto decorre da função instrumental das sociedades 
humanas. 
Essas exigências e proibições implicam interações necessárias 
ou úteis. Necessárias ou úteis, em verdade, porque constituem a 
condição para que a sociedade seja, efetivamente, uma 
comunidade e, assim, atinja os fins para os quais se constituiu. 
De fato, a coletividade é que é autorizante, porque ela é que 
concede a referida autorização. Mas esta autorização não se 
verifica quando a norma violada não é jurídica. É uma 
autorização de tal maneira associada à norma jurídica, que uma 
não existe sem a outra. Precisamente por ser jurídica, a violação 
da norma acarreta essa autorização. E essa autorização é 
concedida precisamente porque a norma é jurídica.

Continue navegando