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John Locke

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INSTITUTO EDUCACIONAL SANTA CATARINA – IESC 
FACULDADE GUARAÍ – FAG
	
JOHN LOCKE
Guaraí-TO
SUMÁRIO 
Introdução........................................................................................................................4
Biografia de John Locke.................................................................................................5
Empirismo........................................................................................................................5
A Legitimação Política do Contrato Social...................................................................7
Quanto à lei natural.........................................................................................................9
Quanto à liberdade..........................................................................................................9
Quanto à igualdade perante a lei..................................................................................10
Quanto o Direito à Propriedade...................................................................................11
Quanto a Escravidão.....................................................................................................11
A pedagogia de John Locke..........................................................................................12
As Contribuições de John Locke Para a Educação....................................................13
Bibliografia.....................................................................................................................14
Referências Bibliográficas............................................................................................15
INSTITUTO EDUCACIONAL SANTA CATARINA - IESC
JOHN LOCKE
Trabalho de pesquisa e apresentação sobre o filosofo John Locke, com o intuito de conhecer sua historia, ideias e sua contribuição na sociedade até os dias de hoje. Professora Mayara Galvão
Guaraí-TO
Introdução
John Locke foi um importante filósofo inglês. É considerado um dos líderes da doutrina filosófica conhecida como empirismo e um dos ideólogos do liberalismo e do iluminismo. Nasceu em 29 de agosto de 1632 na cidade inglesa de Wrington. Foi também um importante professor na Universidade de Oxford, onde lecionou grego, filosofia e retórica (arte de argumentar).
Biografia de John Locke
Locke teve uma vida voltada para o pensamento político e desenvolvimento intelectual. Estudou Filosofia, Medicina e Ciências Naturais na Universidade de Oxford, uma das mais conceituadas instituições de ensino superior da Inglaterra. Foi também professor desta Universidade, onde lecionou grego, filosofia e retórica. 
Locke ficou conhecido como o fundador do empirismo, além de defender a liberdade e a tolerância religiosa. Como filósofo, pregou a teoria da tábua rasa, segundo a qual a mente humana era como uma folha em branco, que se preenchia apenas com a experiência. Essa teoria é uma crítica à doutrina das ideias inatas de Platão, segundo a qual princípios e noções são inerentes ao conhecimento humano e existem independentemente da experiência.
No ano de 1683, após a Revolução Gloriosa na Inglaterra, foi morar na Holanda, retornando para a Inglaterra somente em 1688, após o restabelecimento do protestantismo. Com a subida ao poder do rei William III de Orange, Locke foi nomeado ministro do Comércio, em 1696. Ficou neste cargo até 1700, onde precisou sair por motivo de doença. 
Locke faleceu em 28 de outubro de 1704, no condado de Essex (Inglaterra). Nunca se casou ou teve filhos.
Empirismo
A filosofia empírica (do grego empeiria = experiência) ganha formulação paradigmática, sistemática, metodológica e crítica consciente a partir de Locke.
Seguindo a linha tradicional do empirismo, que admite que todo conhecimento vem da experiência, portanto, dos sentidos, Locke busca compreender qual a gênese, a função e os limites do entendimento humano. Para isso, critica a noção cartesiana de sujeito como substância. “A mente é uma tabula rasa”, já diria Aristóteles, que é retomado aqui para evidenciar que nada não existe na mente que não estivesse antes nos sentidos.
De acordo com Locke, a mente é como uma “cera passiva”, desprovida de conteúdo, em que os dados da sensibilidade vão imprimindo ali as ideias que podemos conhecer. Aqui, ideia não tem o mesmo significado que em Descartes (ou se tem, trata-se apenas das adventícias, não das inatas). As ideias inatas existem no espírito humano, são anteriores ao nascimento e coordenam, assim, o modo como o homem conhece. Mas para o filósofo empirista, o saber humano é determinado pelas impressões vindas da sensação, não de um fundamento inteligível inato. Corpo e mente são uma coisa só, não são distintos como em Descartes. Notem que ainda estamos trabalhando com a noção de sujeito como fundamento, mas agora não mais um sujeito universal (razão) e sim um sujeito particular no qual todas as representações (ideias) estão encerradas no modo como cada indivíduo percebe a realidade. Fica então a pergunta: como universalizar os juízos, já que as representações são particulares? Eis a resposta a seguir.
Em primeiro lugar, para Locke a única coisa que pode ser inata no homem é a capacidade de depreender (abstrair) ideias dos fatos singulares (como em Aristóteles) e não que as próprias ideias sejam inatas (como em Descartes). Em seu Ensaio sobre o entendimento humano, Locke faz uma espécie de mapeamento de como em nossa mente se produzem as ideias. As ideias derivam das sensações. Não existe pensamento puro sobre conceitos meramente inteligíveis, mas pensar é sempre pensar em algo recebido pelas sensações impresso em nossa mente. A experiência nada mais é do que a observação tanto dos objetos externos como das operações internas da mente. Pensamento não é formal, mas sim uma síntese entre forma e conteúdo derivados da experiência e limitados a esta. A experiência pode ser de dois tipos:
Externa, da qual derivam as ideias simples de sensação (extensão, figura e movimento, etc.);
Interna, da qual derivam as ideias simples de reflexão (dor, prazer, etc.).
Dessa forma, Locke chama de qualidade o poder que as coisas têm de produzir as ideias em nós e distingue entre:
Qualidades primárias – são as qualidades reais dos corpos das quais as ideias correspondentes são cópias exatas;
Qualidades secundárias – são as possíveis combinações de ideias, sendo em parte subjetiva, de modo que as ideias delas não correspondam exatamente aos objetos (cor, sabor, odor, etc.).
A mente, segundo Locke, tem tanto o poder de operar combinações entre as ideias simples formando ideias complexas, como o de separar as ideias umas das outras formando ideias gerais.
São três os tipos de ideias complexas:
Ideias de modo, que são afecções da substância;
Ideias de substância, nascidas do costume de se supor um substrato em que subsistem algumas ideias simples, e
Ideias de relações, que surgem do confronto que o intelecto institui entre as ideias.
Locke admite também a ideia geral de substância, obtida por abstração e não nega a existência de substâncias, mas sim a capacidade humana de ter ideias claras e distintas. Conforme Locke, a essência real seria a estrutura das coisas, mas nós conhecemos apenas a essência nominal, que consiste no conjunto de qualidades que deve ter para ser chamada com determinado nome. Assim, a abstração (que nos antigos era o meio pelo qual se alcançava a essência do ser) torna-se, em Locke, uma parcialização de outras ideias complexas: o geral e o universal não pertencem à existência das coisas, mas são invenções do próprio intelecto que se referem apenas aos sinais das coisas, sejam palavras ou ideias.
O conhecimento, então, consiste na percepção da conexão ou acordo (ou do desacordo e do contraste) entre nossas ideias.
A Legitimação Política do Contrato Social
Na defesa da liberdade controlada pela lei, através do Estado, em negação ao estado natural de plena liberdade, Locke, no “Segundo Tratado” afirmou:
Se o homem no estado denatureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto da sua própria pessoa e posses, igual ao maior e a ninguém sujeito, porque abrirá ele mão dessa liberdade, porque abandonará o seu império e sujeitar-se-á ao domínio e controle de qualquer poder? Ao que é óbvio responder que, embora no estado de natureza tenha tal direito, a fruição do mesmo é muito incerta e está constantemente exposta à invasão de terceiros porque, sendo todos reis tanto quanto ele, todo homem igual a ele, e na maior parte pouco observadores, da equidade e da justiça, a fruição da propriedade que possuí nesse estado é muito insegura, muito arriscada. Estas circunstâncias obrigam-no a abandonar uma condição que, embora livre, está cheia de temores e perigos constantes; e não é sem razão que procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem unir-se, para mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo ‘propriedade’. (Locke, 1978, p.82)
Como já foi dito, a construção teórica lockeana de liberdade social está justaposta à defesa inexorável da propriedade privada e do Estado. O objetivo principal do Estado é “garantir o direito a plena propriedade privada”, contra quem quer que seja, principalmente o monarca e a aristocracia feudal, mas, também, contra as classes não possuidoras de propriedade, que se manifestavam em movimentos como o dos “levellers, diggers, ranters e quacres”. Isso fez com que Locke afirmasse: “o dano e o crime são iguais, seja cometido por quem traz uma coroa, seja por algum mesquinho vilão.” (Locke, 1978, p.104).
O sistema de governo defendido por Locke é a monarquia parlamentar, o rei continuaria a existir, porém com poderes limitados, sujeito ao Parlamento formado pelos homens de posse, engendradores do progresso social e econômico, agentes de transformação da sociedade, ou seja, a alta burguesia e a nobreza aburguesada. Para ele, os homens capazes de governar são os membros do clero, a alta burguesia fundiária, manufatureira ou comerciante. Estes constituiriam, mutuamente, o contrato social formando o governo civil, sustentáculo do pleno desenvolvimento do capital.
Durante o século XVII, a Inglaterra foi marcada por constantes conflitos entre a monarquia e o Parlamento, os mesmos decorreram da divergência crescente entre as medidas autoritárias dos monarcas stuarts e as necessidades dos setores sociais ingleses ligados a livre produção e a circulação de bens que queriam livrar-se dos rígidos controles mercantilistas, para impulsionar seus negócios.
A ideia de sistematização teórica de uma organização política estatal que correspondesse plenamente aos interesses das novas forças sociais hegemônicas era um dos objetivos políticos de Locke. Seu trabalho, nesta direção, foi pleno de êxito. A ordenação do Estado se consolidou no Parlamento tomado pelos setores revolucionários durante a Revoluçã Gloriosa, encontrando respostas para as questões problemáticas da organização política e social burguesa. Locke ajudou nesta luta que fez da Inglaterra a maior potência capitalista até 1918.
A Revolução Gloriosa pôs fim ao absolutismo na Inglaterra, a monarquia absoluta foi substituída pela monarquia constitucional, na qual o rei se compromete a se submeter à declaração dos direitos (Bill of Righets) que obrigava o monarca a respeitar as decisões das câmaras (lordes e comuns). Locke, antes mesmo desta Revolução, escreveu sobre a necessidade de limitar, na nova sociedade, o poder do rei: “Primeiro, têm de governar por meio de leis estabelecidas e promulgadas que não poderão variar em casos particulares, instituindo a mesma regra para ricos e pobres, para favoritos na corte ou camponeses no arado.” (Locke, 1978, p.90).
Tendo em Locke uma referência teórica de primeira grandeza, a influência da nova ordem social nascida com a Revolução Gloriosa encontrou seguidores e continuadores pelo mundo. Um grande exemplo é a obra “Do Espírito das Leis” do iluminista Montesquieu, na qual, seguindo os passos de Locke e do desenvolvimento social inglês, afirma a divisão tripartida do poder (Executivo, Legislativo e Judiciário). Esta é, ainda, a base organizacional dos estados contemporâneos:
Não haverá também liberdade se o poder de julgar não estiver separado do poder legislativo e do executivo. Se estivesse ligado ao poder legislativo, o poder sobre a vida e a liberdade dos cidadãos seria arbitrário, pois o juiz seria o legislador. Se estivesse ligado ao poder executivo, o juiz poderia ter a força de um opressor. (Montesquieu, 1978, p. 149)
A base legal da instituição do governo em Locke firmou-se na tese de ser este indispensável à preservação da propriedade privada. O Estado passa a ser explicado como o legitimador de leis que deveriam garantir igualdade de direito a todos.
Na defesa do estado de direito Locke (1978, p.68), referindo-se aos governos absolutistas, admite, ainda, a ideia de rebelião contra um governo despótico: “é evidente que a monarquia absoluta, que alguns consideram o único governo do mundo, é, de fato incompatível com a sociedade civil, não podendo por isso, ser uma forma de governo civil.”
O legado de Locke, materializado na sua obra filosófica, ao combate do absolutismo monárquico e em prol do desenvolvimento capitalista foi incorporado pelos iluministas franceses que forneceram as ideias centrais norteadoras da principal tendência condutora da Revolução Francesa (1789-1799). As suas ideias também influenciaram “A Declaração dos Direitos dos Estados Unidos”.
Vale ressaltar que mesmo com as gigantescas transformações ocorridas nos meios de produção da vida em geral, do período vivenciado por Locke até a atualidade, a lógica social defendida por ele continua regendo a sociedade contemporânea. O capitalismo, com suas instituições políticas, permanece hegemônico no mundo voltado para a troca. Muitas de suas premissas traçadas pela filosofia do século XVII ajudam a ordenar a legislação sobre a defesa da Educação no Brasil, traduzida como um direito natural e um dever do Estado.
Quanto à lei natural:
Locke defende os direitos naturais como derivados da lei da natureza e esta é a expressão da vontade da lei divina. Os direitos naturais são, portanto, universais na medida em que extensivos a todos os indivíduos, independentemente de posição social ou talentos. Sendo os seres humanos iguais, é inviável que se cause danos à vida, à propriedade, à saúde e à liberdade de cada indivíduo. Sua concepção de direitos naturais abarca, portanto, o direito à vida, proibindo agressões à vida humana visto ser esta parte da obra de Deus, o direito à liberdade que garante, em princípio, que os indivíduos pautem suas ações sem restrições ou coações e, por último, o direito de propriedade, decorrência do trabalho de cada indivíduo.
Apesar de Hobbes e Locke pensarem que no estado de natureza não existem leis civis, as leis naturais vigem de tal forma que esse próprio estado deriva na própria natureza humana. Hobbes concebe essa natureza como um impedimento para o convívio social, enquanto Locke não parece assumir essa postura. Outro fato é que, se ambos os autores interpretam que a lei natural é um imperativo da razão, os dois filósofos não irão acordar quanto ao conteúdo do que isso possa significar. Ou seja, se Hobbes pensa que a lei natural é a de preservação à vida, fazendo a paz sempre que possível e a guerra sempre que necessário, Locke interpreta a lei natural tratando-a como busca para si daquilo que falta, legitimando a busca por tudo que se entenda como necessário para a própria sobrevivência. Enquanto em Hobbes todos têm direito a tudo, em Locke, todos têm direito na mesma medida, mas não às mesmas coisas.
Quanto à liberdade:
Já para Locke, o direito à liberdade proíbe que alguns homens, por meio de uma hierarquia de poder, ajam sob pressão de outros. Exercer a liberdade é agir de modo plenamente racional. Esta racionalidade imputaria aos homens a capacidade de subsistir no estado de natureza respeitando apenas as leis da natureza. Porém, esta liberdade naturalpermite aos homens fazer justiça sem um governo imparcial que solucione os conflitos eventualmente existentes. Os homens seriam iguais e livres, submetidos ao interesse privado de uns sobre os outros e não a um interesse comum. Reconhecemos que a liberdade é, para Locke, tanto natural quanto social. Esta última significa uma submissão dos indivíduos ao acordado no pacto e uma limitação de parte da liberdade que possuem. A liberdade é irrenunciável e, por estarem os homens no estado de natureza em desarmonia, é instaurado o estado de sociedade com vistas a proteger direitos fundamentais, como a propriedade e a vida. Desta maneira, Locke dirá que existem alguns limites legí- timos para impedir que os homens sejam sempre livres. O poder estatal, fruto da constituição do pacto e da sociedade política, é limitado pelos direitos naturais. Os direitos naturais, correspondentes à lei da natureza, podem, portanto, restringir a liberdade dos homens. A teoria liberal forte de Locke inicia-se aqui.
No que diz respeito ao direito à liberdade, Locke pretende estabelecer uma conexão com o conceito de racionalidade, uma vez que o ser humano é livre na medida em que pode agir racionalmente. Ainda, na origem da ideia de liberdade, a lei natural propõe regras fixas condutoras das relações dos homens. A razão estabelece aqui, uma categoria normativa essencial para o reconhecimento da lei natural. Por isso, os homens se respeitam reciprocamente mediante a criação divina. O que Locke pretende nos dizer é que o respeito à liberdade dos homens também é um desejo divino, uma lei de Deus, e, por isso, é um direito natural do homem.
Quanto à igualdade perante a lei:
Igualdade perante a lei, também conhecida como igualdade aos olhos da lei ou igualdade legal, é o princípio segundo o qual todas as pessoas estão sujeitas às mesmas leis da justiça (devido processo legal). Leis levantam questões importantes e complexas relativas à igualdade, equidade e justiça.
O Artigo 7º da Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma que "Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei". De acordo com as Nações Unidas, este princípio é particularmente importante para as minorias e os pobres. Assim, a lei e os juízes devem tratar a todos igualmente perante a lei, independentemente da sua raça, gênero, identidade de gênero, orientação sexual, nacionalidade, cor da pele, etnia, religião, deficiência ou outras características, sem qualquer tipo de privilégio, discriminação ou preconceito. A igualdade perante a lei é um dos princípios básicos do liberalismo. 
Quanto o Direito à Propriedade:
O limite do direito à liberdade desemboca, justamente, no direito à propriedade que cada homem possui segundo Locke. A liberdade de agir, submetida aos limites da lei da natureza, não é um comprometimento da liberdade. Para o filósofo, é necessário que haja um limite da liberdade do agir para que os homens possam florescer em sociedade. A propriedade é um direito natural e seu fundamento é o próprio homem, ou seja, a capacidade que os homens possuem de reverter, em seu benefício, as externalidades que o mundo oferece. Se Deus criou os homens de forma igual, todos têm as mesmas chances de conquistar terras e cultivá-las. Por isso, a liberdade de agir não pode violar o direito à propriedade de cada indivíduo. Não é lícito que um homem possa tomar de outro aquilo que lhe é de direito. A propriedade privada, portanto, é uma necessidade humana legítima e um direito natural que parte do estado de natureza, sendo um bem necessário para a conservação entre direito à vida e direito à liberdade. Para tal, a capacidade que o homem possui de trabalhar foi dada por Deus. Logo, conquistar bens é uma consequência dessa doação divina. No entanto, Locke reconhece que a lei da natureza é insuficiente para regular as desordens que se podem originar dos interesses, paixões e juízos imparciais dos homens. A sociedade civil é instituída no intuito de compensar a dificuldade de se manter a ordem somente pela lei da natureza. Então, a lei civil passa a ser condição necessária para que o poder de execução da lei da natureza possa ser assentido até o momento em que os homens tornam-se membros de uma “sociedade política”.
Para com o direito à propriedade Locke irá dizer que a capacidade que o homem possui de trabalhar também é, em última instância, uma vontade de Deus. Deus oferece aos homens a capacidade de trabalhar e, por isso, o direito de conquistar propriedades privadas. Neste sentido, a ideia de concessão divina, reforçaria ainda mais o direito à conquista de propriedades e seria para Locke uma justificativa suficiente.
Quanto a Escravidão:
Locke é considerado pelos seus críticos como sendo "o último grande filósofo que procura justificar a escravidão absoluta e perpétua".
Locke sustentava a escravidão pelo contrato de servidão em proveito do vencedor na guerra, no chamado "estado de guerra", no qual alguém que poderia ser morto, assume o ônus de servir em troca de viver. No, Segundo Tratado sobre Governo Civil, Locke diz:
"Ele [o homem] não pode separar-se dela [da liberdade], exceto por aquilo que o faça perder, ao mesmo tempo, sua preservação e sua vida, pois um homem, não tendo poder sobre sua própria vida, não pode, por um tratado ou por seu próprio consentimento, escravizar-se a quem quer que seja, nem sujeitar-se ao domínio arbitrário e absoluto exercido por outra pessoa, ou mesmo dar cabo de sua vida quando tiver vontade. Ninguém pode outorgar mais poder do que a própria pessoa possui; e aquele que não pode dar fim à própria vida, não pode outorgar tal poder a qualquer outra pessoa. Em verdade, se o homem dar fim à própria vida, por algum ato que clame por morte, aquele por quem ele perde a vida (no caso da pessoa tê-lo em seu poder) pode demorar a tirá-la e usá-la em serviço próprio, não o prejudicando por isso; pois, no momento em que considerar que a provação de ser escravo excede o valor de sua vida, ao resistir à vontade de seu amo, irá sentir-se atraído a ocasionar a si mesmo a morte que deseja."
Nessa citação, Locke argumenta que: somente os escravos tomados de uma certa maneira, por certas pessoas podem ser considerados justamente escravos.
Locke contribuiu para a configuração da Constituição da Província da Carolina, em que uma de suas normas constitucionais dizia: "(...) todo homem livre da Carolina deve ter absoluto poder e autoridade sobre os escravos negros seja qual for a opinião e religião." Seus críticos ainda afirmam que ele investiu no tráfico de escravos negros, enquanto acionista da Royal African Company.
A pedagogia de John Locke 
A teoria empirista de Locke (1986) investiga a natureza do entendimento humano para descobrir, por meio da experiência, as capacidades do homem e também as suas limitações. A partir de Bacon, Locke desenvolveu uma teoria do conhecimento destinada a aprimorar o uso do intelecto. Considerou a curiosidade e o desejo de recreação como predisposições inatas que acarretam à cultura da criança. Ele atribui aos sentimentos de vergonha e o desejo de sentir-se honrado como os principais motivadores, ou seja, são os agentes mais eficazes para dominar a conduta das crianças e induzi-las ao estudo. Seus princípios fundamentais era formar homens gentis, que soubessem se comportar na sociedade. O autocontrole era considerado o segredo da integridade moral no seu projeto de educação. O objetivo principal era controlar os desejos e impulsos das crianças. Preocupava-se em transformar a criança em um futuro homem, sendo assim, seu foco não estava na vida atual da criança, e sim em sua vida futura. Seus pensamentos se destinavam aos filhos da nobreza e da burguesia, para educar o homem egoísta, aquele que buscava acúmulo de riquezas para 9 assegurar uma posição de prestígio na sociedade burguesa. Os princípios de Locke asseguravam que a educação pautada no rigor físico e intelectual deveria educar o aluno para o cuidado com as funções orgânicas e mentais. No pensamento lockeano, a mentee o corpo devem ser sadios para garantir o estado de felicidade do homem. Para ele, o espírito saudável é o resultado dos cuidados tomados com o corpo e com as ideias. A felicidade, enquanto estado de satisfação dos desejos físicos e mentais, se realiza com a conquista dos direitos à propriedade e ao trabalho. (LEONEL, 1994). As idéias de Locke (1986) para a educação do futuro cidadão burguês ressaltam que em primeiro lugar vem a saúde do espírito, porque é ela quem sustenta a saúde do corpo. Suas considerações sobre a saúde não serão as mesmas que um médico precisa fazer com uma criança doente ou sensível, mas as que os pais devem fazer, sem a ajuda do médico, para preservar e desenvolver em seus filhos uma constituição saudável ou pelo menos não insalubres. Para esse pensador, a educação deve se voltar para a formação do caráter. Esse é um fator de relevância social para o homem, uma vez que seria por meio de suas ações que seus negócios poderiam prosperar, ou seja, por meio das suas virtudes que a sua vida social favoreceria a sua inserção social. Esta educação do caráter é necessária para o entendimento de que o saber se adquire com o exercício da razão.
As Contribuições de John Locke Para a Educação
As contribuições de John Locke para a educação contemporânea ainda estão presentes no espaço escolar. Em seu contexto histórico do século XVII, esse filósofo elaborou suas teorias fundadas em pensadores de seu tempo, tais como Bacon, do qual utiliza a proposição do saber enquanto ferramenta de poder. Entender o processo de transformação social desse século foi necessário para conhecer melhor a filosofia liberal e a formulação das teorias políticas e educacionais propostas por Locke. A investigação sobre a trajetória de Locke em seu tempo foi motivada pelo receio de formular críticas vulgares sobre uma infundada transposição de idéias do século XVII para o século XXI, sem perceber que o pensamento educacional lockeano remete a uma época em que sequer havia uma idéia de escola pública, lembrando que a implantação da instrução pública ocorreu somente na segunda metade do século XIX. Locke, em suas teorias moralistas e seus pensamentos acerca da educação, remete-nos à uma formação capaz de instruir o cidadão com base no respeito a liberdade e a tolerância. A liberdade, para Locke, é alcançada quando o direito à propriedade é o resultado do trabalho. Suas ideias liberais estavam impregnadas pela filosofia empirista e utilitarista e pelos valores religiosos do protestantismo. A liberdade proposta na educação de Locke, portanto, obedece a uma organização dos interesses da classe burguesa. Uma das grandes contribuições de John Locke para o pensamento liberal, é a sua concepção de libertar o homem para ações de diversas ordens, desde que esse tenha conhecimento, disciplina mental e física para responder às exigências da sociedade burguesa. Encontramos em Locke uma proposta educacional direcionada aos jovens para a formação de homens de negócios e com virtudes morais, aquele que seria respeitado por seus valores nobres sem desvincular de sua formação social enraizada na cultura capitalista burguesa. Nas condutas éticas escolares, condena qualquer ato de violência contra o aluno. Entre as disciplinas obrigatórias, a educação física que tem o objetivo desenvolver as potencialidades físicas e apresentar os benefícios à saúde proporcionados pelo esporte. Em nossa sociedade, o corpo sarado é exposto 17 pela mídia como modelo de beleza. Um padrão de beleza que movimenta uma teia de atividades comerciais desde a venda produtos cosméticos e medicinais aos serviços que promovem o belo corpo, potencializando grandes negócios. Outro aspecto relevante contemplado na proposta de Locke é a construção social do cidadão no espaço escolar, por meio da disseminação de saberes direcionados para a vida e não, somente, para serem cobrados nas avaliações escolares. Concluímos que o ideário liberal de Locke está presente nos diversos segmentos de nossa sociedade que atribuem à educação contemporânea uma possibilidade de alcançar o mérito e a ascensão social.
Bibliografia 	
Em 1689, durante o exilo na Holanda, John Locke escreveu “Cartas Sobre a Tolerância”, na qual defende as ações dos cidadãos, principalmente no campo religioso, que devem ser toleradas pelo Estado, desde que cumpram as funções de defender a vida, a liberdade e a propriedade. Locke afirma que a reivindicação por tolerância tem como pressuposto a separação entre Estado e Igreja, ideia revolucionaria para o cenário político da época.
John Locke teve papel importante na discussão sobre a teoria do Conhecimento. Sobre esse assunto escreveu “Ensaios sobre o Entendimento Humano” (1690), que consistia em saber “qual a essência, qual a origem e qual o alcance do conhecimento humano”. Destacou-se também na política com a obra “Dois Tratados Sobre o Governo Civil” (1690), no qual contesta o absolutismo e a doutrina do direito divino dos reis.
A maior parte de sua obra é caracterizada pela oposição ao autoritarismo, na esfera individual, política e religiosa. Com relação à sociedade política e a sociedade civil, um dos aspectos progressistas do pensamento liberal de Locke é a exigência da origem democrática, parlamentar, do poder político. Locke estabelece uma distinção entre o público e o privado, que devem ser regidos por leis diferentes. Assim, o poder político não deve, em tese, ser determinado pelas condições de nascimento, bem como o Estado não deve intervir, mas sim garantir o livre exercício da propriedade, da palavra e da iniciativa econômica.
Através de seus trabalhos influenciados pelo racionalismo cartesiano, John Locke se opõe à escolástica estudada em Oxford e se tornou o fundador do “empirismo filosófico”. O empirismo define a alma como uma página em branco, uma “tábula rasa”, onde não há inscrição, e que o conhecimento só começa após a experiência sensível. Para Locke, se houvesse ideias inatas, as crianças já as teriam, além disso, a ideia de Deus não se encontra em toda parte, pois há povos sem nenhuma representação de um ser perfeito.
John Locke tornando-se o teórico da revolução liberal inglesa, cujas ideias refletiram por todo o século XVIII, dando fundamento filosófico às revoluções ocorridas não só na Europa como nas Américas.
Referências Bibliográficas: 
John Locke - Biografia, obras, filosofia política. Disponível em: https://www.suapesquisa.com/biografias/john_locke > Acessado em 20/10/2017
O empirismo crítico de John Locke. Disponível em: http://brasilescola.uol.com.br/filosofia/o-empirismo-critico-john-locke > Acessado em 20/10/2017
John Locke – Vida e Filosofia. Disponível em: https://www.coladaweb.com/filosofia/john-locke >Acessado em 20/10/2017
Locke: Entre os direitos naturais e universais. Disponível em: http://www.historiacao.com.br/iluminismo-john-locke-direitos-naturais-e-inalienaveis-do-homem > Acessado em 20/10/2017
O liberalismo de Locke: o cidadão com direitos naturais. Disponível em: br.monografias.com/trabalhos915/liberalismo-locke-direitos/liberalismo-locke-direitos2.shtml > Acessado em 20/10/2017
A questão da escravidão. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/John_Locke > Acessado em 20/10/2017
As contribuições de John Locke no pensamento educacional contemporâneo. Disponível em: http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/jornada9/_files/BDxADftT.pdf > Acessado em 20/10/2017
Biografia de John Locke. Disponível em: https://www.ebiografia.com/john_locke/ > Acessado em 20/10/2017
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