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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ADRIANA FERREIRA MARTILIANO DE MIRANDA DETERMINAÇÃO DOS TEORES DE FLAVONAS E FLAVANONAS EM CASCAS DE FRUTAS CÍTRICAS CULTIVADAS NO BRASIL PARA POSTERIOR ISOLAMENTO E APLICAÇÃO NAS INDÚSTRIAS DE ALIMENTOS E FARMACÊUTICA. RIO DE JANEIRO 2013 Adriana Ferreira Martiliano de Miranda DETERMINAÇÃO DOS TEORES DE FLAVONAS E FLAVANONAS EM CASCAS DE FRUTAS CÍTRICAS CULTIVADAS NO BRASIL PARA POSTERIOR ISOLAMENTO E APLICAÇÃO NAS INDÚSTRIAS DE ALIMENTOS E FARMACÊUTICA. Volume 1 Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências de Alimentos, Instituto de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências de Alimentos Orientadores: Prof. Dra. Adriana Farah Dr. Antonio Gomes Soares RIO DE JANEIRO 2013 M672 Miranda, Adriana Ferreira Martiliano de. Determinação dos teores de flavonas e flavanonas em cascas de frutas cítricas cultivadas no Brasil / Adriana Ferreira Martiliano de Miranda. -- Rio de Janeiro: UFRJ/IQ, 2013. 136f.: il. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Química, Programa de Pós-Graduação em Ciência de Alimentos, Rio de Janeiro, 2013. Orientadores: Adriana Farah e Antonio Gomes Soares. . 1. Flavonoides. 2. Frutas citricas. 3. Flavonas. 4. Flavanonas. 5. HPLC. I. Farah, Adriana. (Orient.). II. Soartes, Antonio Gomes. (Orient.). III. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Instituto de Química. Programa de Pós-Graduação em Ciências de Alimentos. III. Título. CDD: CDD: XXXX. AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus minha fonte de inspiração, sabedoria, conhecimento e força. A todos os que estiveram do meu lado desde o início nessa conquista. À Dra Adriana Farah, por suas orientações serei eternamente grata. Ao Dr Antonio Gomes obrigada de coração pela confiança, orientação, incentivo e amizade; faltam-me palavras para expressar tamanha gratidão. Aos meus pais Carlos e Heloisa pela amizade, estímulo, conselhos, orações e todo investimento feito ao longo de toda minha jornada. Em especial à minha mãe a quem gostaria de honrar por ser minha companheira de dias, noites e madrugadas ficando ao meu lado acordada e lembrando-me o quão grandioso é nosso Deus e o quanto Ele pode fazer. Às minhas irmãs Andressa e Simone que nos momentos de dificuldade com palavras e atitudes singelas me fizeram sorrir e ver o lado bom das coisas. Às minhas grandes amigas Juliana, Henriqueta, Jeane, Alexandra, Geyza e Andressa Moreira. Sou grata a Deus por colocar vocês em minha vida e por terem lutado comigo não me deixando desistir e por muitas vezes me emprestarem seus livros, ombros e ouvidos. “Vocês são presentes de Deus, amigas mais chegadas do que irmãs.” Aos amigos, em especial, Augusto César por todo companheirismo, incentivo, dicas, conselhos e auxílio nos estudos. Ao Uelton, Daniel Cruz, Cristian Renê por cederem seus ouvidos nos momento de desabafo quase intermináveis. Aos meus líderes e amigos Pedro Brum, Geyza, Uelton, os Baraldinis (Vânia, Viviane e Wagner) e em especial minha Avó Aldaléia que pagaram o preço de oração por mim para que subisse mais esse degrau. Aos funcionários e estagiários do laboratório de Fisiologia Pós-Colheita da Embrapa por toda ajuda, em especial, Rodrigo Campos, sem vocês esse sonho não teria sido realizado. E os funcionários e estagiários do laboratório Cromatografia líquida da Embrapa por toda ajuda. À Embrapa por ceder gentil e prontamente suas instalações, laboratórios, equipamentos, funcionários e estagiários. A todos os professores, coordenadores e funcionários do Programa de Pós- graduação em Ciência dos Alimentos da Universidade Federal do Rio de Janeiro por toda compreensão e por consentir a oportunidade de obter o título de Mestre. Tem que arriscar. Se não arriscar, não faz novas descobertas”. Adriana Farah "O óleo e o perfume alegram o coração; assim o faz a doçura do amigo pelo conselho cordial". (Provérbios 27 : 9) “Guardemos firme na confissão da esPêrança pois quem fez a promessa é Fiel”. (Hebreus 10 :23) “Grandes guerreiros são forjados de grandes desafios; e ao término de cada desafio não só demonstra sua capacidade em uma área de conhecimento, mas demonstra sua capacidade para metas que excedem o próprio entendimento”. André de Macedo RESUMO MIRANDA, Adriana Ferreira Martiliano. Biblioteca e memória: Determinação dos teores de flavonas e flavanonas em cascas de frutas cítricas cultivadas no Brasil para posterior isolamento e aplicação nas indústrias de alimentos e farmacêutica. Rio de Janeiro, 2013. Dissertação (Mestrado em Ciência de Alimentos) - Instituto de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013. As frutas cítricas, de modo geral, são de grande relevância para a sociedade, por conterem nutrientes e compostos bioativos importantes para a saúde humana, como a vitamina C e flavonoides, que atuam na prevenção de diversos tipos de doenças. Mais de 850 mil toneladas de subprodutos, incluindo as cascas dos frutos ricas em flavonoides, são descartadas por ano pelas indústrias citrícolas, após a obtenção de suco. Este trabalho objetivou a identificação e a quantificação de flavonoides em cascas de frutas cítricas cultivadas no Brasil, para posterior isolamento e utilização na indústria farmaceûtica e alimentícia. Foram analisadas duas amostras de cascas de quatro variedades de Citrus sinensis (laranja Bahia, laranja Seleta, laranja Sanguínea e Laranja Pêra); duas espécies de tangerina, Citrus reticulata e Citrus deliciosa, e quatro espécies de limão, Citrus limon, Citrus limettioides, Citrus latifolia tanaka e Citrus limonia. A desidratação das cascas foi realizada em estufa com aeração forçada a 55ºC. As principais flavonas (diosmina, nobiletina, rutina, sinensetina, escutelareina e tangeritina) e flavanonas (hesperidina, hesperitina, naringenina, naringina e narirutina) cítricas foram extraídas das cascas de acordo com a AOAC (2005), método 2001.10, com modificações, e analisadas por HPLC-DAD-RP (280nm), utilizando-se sistema gradiente, com água acidificada com ácido fórmico a 1% e acetonitrila . Os resultados dos compostos flavonoides foram comparadas por ANOVA, seguida de teste de Fisher – LSD utilizando-se o Software Statistica 7.0., sendo diferenças consideradas a nível de significância de 95%. Os valores foram expressos em base seca. Nove flavonoides foram identificados em todas as cascas de citrus avaliadas, e dois em diferentes frutos. Hesperidina, narirutina e rutina foram os flavonoides mais abundantes em todos os citrus analisados, com teores de hesperidina variando de 153- 287 mg100g-1 nas laranjas; 81-147 mg100g-1 nos limões e 9-164 mg100g-1 nas tangerinas. Os teores de narirutina variaram de 50- 248 mg100g-1 nas laranjas, 10-27 mg100g-1 nos limões e 37-269 mg100g-1 nas tangerinas e, por fim, os teores de rutina variaram de 27-38 mg100g-1 nas laranjas, 7-68 mg100g-1 nos limões e 8-18 mg100g-1 nas tangerinas. Entre as três espécies cítricas analisadas, as laranjas apresentaram os maiores teores de flavonas totais (373,68 ± 2,54 mg100g-¹) e de flavanonas totais (2.999,84 ± 9,86 mg100g-¹). A laranja Pêra foi a maior fonte de hesperidina (287± 3,49 mg100g-1); a tangerina Murcote,de narirutina (269,41 ± 2,89 mg100g-1) e naringenina (20,77 ± 0,35 mg100g-¹); o limão Siciliano, de rutina (68,81± 2,61 mg100g-¹); a tangerina Poncã, de nobiletina (27,71 ± 1,14 mg100g-¹) e de tangeritina (34,17 ± 2,57 mg100g-¹); o limão Tahiti de naringina (6,78 ± 0,15mg100g-1); o limão Cravo, de diosmina (5,44 ± 0,75 mg100g-¹), a laranja Valência de escutelareina (5,95±1,08 mg100g-¹) e sinensetina (3,81 ± 0,11 mg100g-¹), igualmente encontrada na laranja Sanguínea (sinensetina 3,15 ± 0,05 mg100g-¹); e a Lima da Pérsia, de hesperitina (5,46 ± 0,03 mg100g-¹). Os resultados do presente trabalho indicam que as cascas dos citrus avaliados são fontes promissoras para isolamento de hesperitina, narirutina, rutina, e, em menor escala, naringenina, nobiletina e tangeritina, aplicação nas indústrias de alimentos e farmacêutica. Palavra- chave: Frutas cítricas, Flavonoides, Quantificação por HPLC-DAD. ABSTRACT MIRANDA, Adriana Ferreira Martiliano. Biblioteca e memória: Determination of favones and flavanones in peels obtained from citrus fruits cultivated in Brazil for aiming latter isolatin and aplication in pharmaceutical.ou food industries. Rio de Janeiro, 2013. Dissertação (Mestrado em Ciência dos Alimentos) - Instituto de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013. Citrus fruits are greatly relevant for society because they contain important nutrients and bioactive compounds for human health, such as vitamin C and flavonoids, that act preventing various types of diseases. More than 850 tons of byproducts, including flavonoid rich fruit peels, are annually discarded by industries after juice extraction or preparation of other citrus products. In search of a suitable use for citrus byproducts, this study aimed to identify and quantify flavonoids existing in peels of citrus fruits grown in Brazil. Analyses were performed in dried peels of four varietals of Citrus sinensis (Bahia, Valencia, Blood orange and Pêra); two tangerine species, Citrus reticulata; Citrus deliciosa and four lemon species, Citrus limon; Citrus limettioides; Citrus latifolia tanaka and Citrus limonia. Two samples of each fruit were obtained from different sources. Peels were dried in oven with forced aeration, at 55°C. The main flavones (diosmin, nobiletin, rutin, sinensetin, scutelarein and tangeritin) and flavanones (hesperidin, hesperetin, naringenin, naringin and narirutin) were extracted according to AOAC (2005), method 2001.10, and analyzed by HPLC-DAD-RP at 280nm, using a gradient of acidified water (1% formic acid) and acetonitrile. Values were expressed in dry basis. Eleven flavonoids compounds were identified in different evaluated citrus peels, with nine being identified in all of them. Hesperitin, narirutin e rutin were the most abundant flavonoids in all evaluated dried citrus, in agreement with literature. Hesperidin contents varied from 153 to 287 mg100g-1 in oranges; from 81 to 147 mg100g-1 in lemons, and from 9 to 164 mg100g-1 in tangerines. Narirutin contents varied from 50 to 248 mg100g-1 in oranges, from 10 to 27 mg100g-1 in lemons and from 37 to 269 mg100g-1 in tangerines; contents of rutin varied from 27 to 38 mg100g-1 in oranges, from 7 to 68 mg100g-1 in lemons and from 8 to 18mg100g-1 in tangerines. Among the three citrus species evaluated, oranges presented the highest contents of total flavones (373,68 ± 2,54mg100g-¹) and total flavanones (2.999,84 ± 9,86mg100g-¹). Pêra orange was the best source of hesperidin (287± 3,49mg100g-¹); Murcote tangerine, of narirutin (269,41 ± 2,89 mg100g¹) and naringenin (20,77 ± 0,35 mg100g-¹); Sicilian lemon of rutin (68,81± 2,61 mg100g- ¹); Ponkan tangerine, of nobiletin (27,71 ± 1,14 mg100g-¹) and of tangeritin (34,17 ± 2,57 mg100g-¹); Tahiti lemon, of naringina (6,78 ± 0,15 mg100g-1); Rangpur lime, of diosmin (5,44 ± 0,75 mg100g-¹), Valencia, of scutellarein (5,95±1,08 mg100g-¹) and sinensetin (3,81 ± 0,11 mg100g-¹), and finally, Persian lime, of hesperitin (5,46 ± 0,03 mg100g-¹). The citrus analyzed in the present study can be considered as promising sources for isolation of hesperitin, narirutin, rutin, and, lin a lower extent, of naringenin, nobiletin and tangeritin. Keywords: Flavonoids, Citrus fruits, flavones, flavanones, HPLC. LISTA DE ILUSTRAÇÕES QUADROS Quadro 1 - Classificação das espécies cítricas e suas variedades no Brasil e no mundo. .............................................................................................................. 28 Quadro 2- Sazonalidade das frutas cítricas mais cultivadas no Brasil –Melhor período de compra. ........................................................................................... 30 Quadro 3- Composição de frutas cítricas por 100 gramas de parte comestível: centesimal, minerais, vitaminas e colesterol, 2011. .......................................... 39 FIGURAS Figura 1- Algumas espécies cítricas cultivadas no Brasil.....................................27 Figura 2- Morfologia das frutas cítricas.................................................................29 Figura 3- Produção de Citros no mundo...............................................................32 Figura 4- Rotas biossintéticas dos vegetais..........................................................41 Figura 5- Rota biossíntética dos compostos fenólicos nos vegetais.....................43 Figura 6- Estrutura química dos ácidos fenólicos.................................................45 Figura 7- Estrutura dos flavonoides (núcleo flavônico).........................................46 Figura 8- Biossíntese resumida dos flavonoides...................................................47 Figura 9- Estrutura química das subclasses das chalconas.................................48 Figura 10- Diferença entre flavonas e flavanonas.................................................49 Figura 11- Estrutura dos principais flavonoides cítricos........................................51 Figura 12- Principais fontes de hesperidina, hesperitina, nobiletina e tangeritina.52 Figura 13- Principais fontes de narirutina e naringina...........................................53 Figura 14- Principais fontes de rutina....................................................................54 Figura 15- Principais fontes de diosmina, escutelareina e sinensetina................55 Figura 16- Principais fontes da naringenina..........................................................56 Figura 17- Espécies cítricas analisadas................................................................73 Figura 18- Seleção dos frutos para análise de flavonoides (Tangerina Poncã)...76 Figura 19- Desidratação por liofilização................................................................78 Figura 20- Desidratação por secagem em forno a 55ºC.......................................79 Figura 21- Moagem das cascas de citrus.............................................................80 Figura 22- Fluxograma do procedimento experimental- extração de flavonoides das cascas secas de citrus....................................................................................82 Figura 23- Cromatógrafo Líquido de Alta Performace (HPLC) Waters Alliance® 2695........................................................................................................................83 Figura 24- Cromatogramas típicos e espectros de UV dos padrões individuais de flavonas e flavanonas de citrus (280nm)................................................................91 Figura 25- Perfil cromatográfico típico de flavonoides obtidos em análises de cascas de laranja Bahia cultivadas no Brasil (280nm)............................................94 Figura 26- Perfil cromatográfico típico de flavonoides obtidos emanálises de cascas de laranja Pêra cultivadas no Brasil (280nm).............................................94 Figura 27- Perfil cromatográfico típico de flavonoides obtidos em análises de cascas de laranja Sanguínea cultivadas no Brasil (280nm)...................................95 Figura 28- Perfil cromatográfico típico de flavonoides obtidos em análises de cascas de laranja Seleta cultivadas no Brasil (280nm)...........................................95 Figura 29- Perfil cromatográfico típico de flavonoides obtidos em análises de cascas de limão Cravo cultivados no Brasil (280nm).............................................96 Figura 30- Perfil cromatográfico típico de flavonoides obtidos em análises de cascas de limão Tahiti cultivados no Brasil (280nm)..............................................97 Figura 31- Perfil cromatográfico típico de flavonoides obtidos em análises de cascas de limão Siciliano cultivados no Brasil (280nm)..........................................97 Figura 32- Perfil cromatográfico típico de flavonoides obtidos em análises de cascas de lima da Pérsia cultivadas no Brasil (280nm)..........................................98 Figura 33- Perfil cromatográfico típico de flavonoides obtidos em análises de cascas de tangerina Murcote cultivadas no Brasil (280nm)....................................99 Figura 34- Perfil cromatográfico típico de flavonoides obtidos em análises de cascas de tangerina Poncã cultivadas no Brasil (280nm)......................................99 Figura 35- Teores médios de flavonas totais, flavanonas totais e flavonoides totais quantificados nas cascas de espécies e variedades de laranjas, limões e tangerinas cultivadas no Brasil.............................................................................102 Figura 36- Distribuição percentual de flavonoides em cascas de laranjas cultivadas no Brasil...............................................................................................103 Figura 37- Teores médios (n=3) de flavonas e flavanonas em cascas de variedades de laranja cultivadas no Brasil. (A) Compostos majoritários (B) Compostos minoritários........................................................................................108 Figura 38- Distribuição percentual de flavonoides em cascas de limões cultivados no Brasil................................................................................................................110 Figura 39- Teores médios (n=3) de flavonas e flavanonas em cascas de espécies de limão cultivadas no Brasil. (A) Compostos majoritários (B) Compostos minoritários............................................................................................................115 Figura 40- Distribuição percentual de flavonoides em cascas de tangerinas cultivadas no Brasil...............................................................................................116 Figura 41- Teores médios (n=3) de flavonas e flavanonas em cascas de espécies de tangerinas cultivadas no Brasil. (A) Compostos majoritários (B) Compostos minoritários........................................................................................119 LISTA DE TABELAS Tabela 1- Teores de umidade em diferentes espécies e variedades cítricas cultivadas no Brasil. .......................................................................................... 89 Tabela 2- Tempos de retenção (tR) e seus respectivos comprimentos de onda de absorção λreal(nm), por ordem de eluição, obtidos no presente estudo para os padrões de flavonas e flavanonas estudados. .................................................. 92 Tabela 3- Flavonas e flavanonas identificadas em espécies de laranja comumente cultivadas no Brasil. .......................................................................................... 93 Tabela 4- Flavonas e flavanonas identificadas em espécies de limão comumente cultivadas no Brasil e avaliadas no presente estudo. ....................................... 96 Tabela 5- Flavona e flavanonas identificadass em espécies de tangerina comumente cultivadas no Brasil e avaliadas no presente estudo. .................... 98 Tabela 6- Limites de detecção (LD) e quantificação (LQ) e coeficiente de variação, (CV) obtidos em análise de flavonoides em Laranja Seleta por HPLC-DAD (280nm)........................................................................................................... 100 Tabela 7- Teores das flavonas e flavanonas em cascas de espécies de laranjas cultivadas no Brasil. ........................................................................................ 105 Tabela 8- Teores das flavonas e flavanonas em cascas de espécies de laranjas cultivadas no Brasil. ........................................................................................ 105 Tabela 9- Teores das flavonas e flavanonas em cascas de espécies de laranjas cultivadas no Brasil. ........................................................................................ 106 Tabela 10- Teores das flavonas e flavanonas em cascas de espécies de limão cultivados no Brasil. ........................................................................................ 112 Tabela 11- Teores das flavonas e flavanonas em cascas de espécies de limão cultivados no Brasil. ........................................................................................ 112 Tabela 12- Teores das flavonas e flavanonas em cascas de espécies de limão cultivadas no Brasil. ........................................................................................ 113 Tabela 13- Teores das flavonas e flavanonas em cascas de espécies de tangerinas cultivadas no Brasil. ...................................................................... 118 Tabela 14- Teores das flavonas e flavanonas em cascas de espécies de tangerinas cultivadas no Brasil. ...................................................................... 118 Tabela 15- Teores das flavonas e flavanonas analisadas em cascas de espécies de tangerinas cultivadas no Brasil. ................................................................. 118 LISTA DE SIGLAS A ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas ACN – Acetonitrila AcOEt – Acetato de Etila AMPc – Adenosina monofosfato cíclico ANOVA – Análise de variância ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária AOAC – Association of Official Analytical Chemists ASTM – American Society for Testing and Materials B β – beta BHA – Butil-hidroxi-anisol BHT – Butil-hidroxi-tolueno C C – Carbono Ca – Cálcio CG – Cromatografia Gasosa Clae- Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Cu – Cobre D DAD- Detector por Arranjo de Diodos DMAPP – Dimetilalil difosfato DOQ-CGCRE – Definições de termos utilizados nos documentos relacionados à acreditação de laboratórios DMSO - Dimetilsulfoxido DPPH – 1,1-difenil-2-picrilidrazil E ERA – Equivalente Retinol Atividade F FAO – Food and Agriculture Organization FDA – Food and Drug Administration Fe – Ferro G g – Grama H HDL – High Density Lipoprotein HPLC – High Performance Liquid Chromatography I IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBRAF – Instituto Brasileiro de Frutas INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia ISO – International Organization for Standardization K K – Potássio Kcal – Kilocaloria Kg – Kilograma KJ – Kilojoule L L – Litro LD – Limite de Detecção LDi – Limites de Detecção do Instrumento LDL – Low Density Lipoprotein LDM – Limites de Detecção do Método LQ – Limite de Quantificação LQi – Limites de Quantificação do Instrumento LQM – Limites de Quantificação do Método M µg – Micrograma µL – Microlitro Mg – Magnésio mg – Miligrama ml – Mililitro mm – MilímetroMn – Manganês mg 100g-¹ – miligrama por cem grama. N n.d. – Não detectado Na – Sódio nm – Nanomêtros P P – Fósforo PAL – Fenilalanina amônia-liase PG – Propil galato pH – Potencial hidrogeniônico ou Potencial hdrogênio Ionico PKS – Policetídeo sintase PLE – Extração Liquida Pressurizada PMF – Flavonas polimetoxiladas R r – Coeficiente de correlação linear RE – Retinol Rpm – Rotações por min S SCDE – Extração Supercrítica de Dióxido de Carbono SFE – Extração Supercrítica de Fluidos T TACO – Tabela de Composição Química dos Alimentos da Unicamp TBHQ – Terc-butil-hidroquinona t-BOC-L – Laboratório de Química Bio-Orgânica Teórica teste F – Snedecor teste t – Student ton – Tonelada Tr – Traço U US$ – Dólar americano USP – Universidade de São Paulo UHPLC – Ultra High Performance Liquid Chromatography Z Zn – zinco LISTA DE SÍMBOLOS % – Por cento R$ – Real $ – Dólar SUMÁRIO AGRADECIMENTOS ......................................................................................... X EPÍGRAFE ....................................................................................................... VII RESUMO ........................................................................................................ VIII ABSTRACT ........................................................................................................ X LISTA DE ILUSTRAÇÕES(QUADROS, FIGURAS) ......................................... XI LISTA DE TABELAS ........................................................................................ XV LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .......................................................... XVI LISTA DE SIMBOLOS .................................................................................. XVIII SUMÁRIO ....................................................................................................... XXI INTRODUÇÃO ................................................................................................ XXI 1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................ 24 1.1 FRUTAS CÍTRICAS .................................................................................... 24 1.1.1 Origem Botânica .................................................................................... 24 1.1.2 Importância sócioeconômica ................................................................ 30 1.1.3 Composição química e valor nutricional ............................................. 37 1.2 COMPOSTOS FENÓLICOS ....................................................................... 40 1.2.1 Caracterização e estrutura química...................................................... 40 1.2.2 Compostos fenólicos em alimentos ..................................................... 44 1.3 FLAVONOIDES ........................................................................................... 46 1.3.1 Via de produção e estrutura quimica ................................................... 46 1.3.2 Propriedades fisico-químicas dos flavonoides ................................... 48 1.3.3 Flavonoides em frutas cítricas ............................................................. 49 1.3.4 Potencial aplicação dos flavonoides isolados de cascas de citrus na indústria alimentícia ....................................................................................... 56 1.3.5 Potencial aplicação dos flavonoides isolados de cascas de citrus na indústria farmacêutica .................................................................................... 57 1.3.6 Aplicação do HPLC na análise de identificação de flavonas e flavanonas .......................................................................................................................... 67 1.3.7 Extração das flavonas e favanonas...................................................... 69 2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 71 3 OBJETIVO ..................................................................................................... 72 3.1. OBJETIVO GERAL .................................................................................... 72 3.2. OBJETIVO ESPECÍFICO ........................................................................... 72 4 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................. 73 4.1 AMOSTRAS ................................................................................................ 73 4.2 PADRÕES E REAGENTES ....................................................................... 74 4.3 EQUIPAMENTOS ....................................................................................... 75 4.4 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS ...................................................... 75 4.4.1 Seleção de frutos e preparo das cascas para análise ........................ 75 4.4.2 Testes iniciais de secagem ................................................................... 76 4.4.2.1 Secagem das cascas por liofilização .................................................... 77 4.4.2.2 Secagem das cascas por forno a 55° C ................................................ 78 4.4.3 Moagem .................................................................................................. 79 4.4.4 Umidade .................................................................................................. 80 4.4.5 Extração de Flavonoides ....................................................................... 81 4.4.6 Análise por HPLC de flavonas e flavanonas em casca de frutas cítricas .......................................................................................................................... 81 4.4.7 Parâmetros de Validação ...................................................................... 83 4.4.7.1 Recuperação ......................................................................................... 84 4.4.7.2 Linearidade ........................................................................................... 84 4.4.7.3 Seletividade .......................................................................................... 85 4.4.7.3 Determinação de LD e LQ .................................................................... 86 4.5 EstatÍstica .................................................................................................. 86 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 86 5.1 MÉTODO DE SECAGEM – TESTES INICIAIS ........................................... 86 5.2 UMIDADE ................................................................................................... 88 5.3 IDENTIFICAÇÃO DAS FLAVONAS E FLAVANONAS NAS ESPÉCIES CITRICAS ......................................................................................................... 90 5.3.1 Laranjas .................................................................................................. 93 5.3.2 Limões .................................................................................................... 95 5.3.3.Tangerinas .............................................................................................. 98 5.4 VALIDAÇÃO DO METODO PARA AS MATRIZES DE CITRUS ............... 100 5.5 QUANTIFICAÇÃO DAS FLAVONAS E FLAVANONAS NAS ESPÉCIES CITRICAS ....................................................................................................... 101 5.5.1 Laranjas ................................................................................................ 102 5.5.2 Limões .................................................................................................. 109 5.5.3.Tangerinas ............................................................................................115 6 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................. 120 7 ETAPAS FUTURAS .................................................................................... 123 8 REFERENCIAS ........................................................................................... 124 INTRODUÇÃO Necessidade biológica vital ao ser humano, a alimentação recebeu destaque especial desde os primórdios da sociedade. Inovações e melhorias para aumentar a qualidade, valor nutritivo, acessibilidade e aproveitamento integral dos alimentos são constantes e importantes para o desenvolvimento da sociedade como um todo. Estudos recentes têm proporcionado o conhecimento aprofundado dos compostos bioativos produzidos pelas plantas para sua manutenção ou defesa e que para o ser humano apresentam aplicações potencialmente terapêuticas (LÓPEZ, MONDRAGÓN & HERNAÁNDEZ, 2006; SILVA, 2008; ANDRADE, 2010; FILHO, 2010). Dentre os inúmeros compostos bioativos na natureza estão os flavonoides, um grupo pertencente à classe dos compostos fenólicos que são amplamente distribuídos no reino vegetal. Atualmente, estes compostos têm recebido um grande enfoque devido às propriedades medicinais e antioxidantes que exercem (HARBONE & WILLIAMS, 2000; FERREIRA, OLIVEIRA & SANTOS, 2008). Ao longo dos anos, a indústria alimentícia, visando corresponder de maneira efetiva a demanda emergente por produtos com maior durabilidade e que apresentassem potencial nutracêutico deu início à utilização de alguns antioxidantes sintéticos como butil-hidroxi-tolueno (BHT), butil-hidroxi-anisol (BHA), terc-butil-hidroquinona (TBHQ) e propil galato (PG), que com o passar dos anos foram associados ao desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas. Com isso, uma nova proposta foi consolidada, a substituição dos antioxidantes sintéticos pelos antioxidantes naturais. Em conjunto com essa nova proposta teve início a preocupação com a valorização de resíduos agroindústrias que apresentam teores interessantes de compostos naturais com ação antioxidante (BRASIL, 2009). No Brasil, existe uma rica diversidade de plantas exóticas com inúmeros exemplares amplamente difundidos como o gênero Citrus, de grande importância na economia nacional e na fruticultura mundial (FEDERICI, et al. 1998; POLL, et al. 2011). A indústria citrícola produz altas quantidades de resíduos com valor agregado benéfico à saúde. Anualmente, no Brasil, são produzidas cerca de 397 milhões de caixas de laranja. Setenta por cento dessa produção é destinada à produção de suco e gera cerca de 851mil toneladas de subprodutos (casca, polpa e semente). Os resíduos da indústria citrícola são destinados à alimentação de gado de corte na forma de pellets, na suplementação da alimentação de gado leiteiro em forma de silagem, na obtenção de óleos essenciais e no enriquecimento de alimentos além de co-produtos como inseticidas e produtos de limpeza (NEVES, et al. 2011). Estudos relatam que a casca, a polpa e a semente dos citrus apresentam em sua composição flavonoides de grande interesse comercial (NOGATA, et al. 2006). Acredita-se que nestes resíduos existam teores consideráveis de flavonas e flavanonas, específicas de frutas cítricas, muito utilizados pela indústria farmacêutica na formulação de medicamentos para prevenção e tratamento de diversos tipos de doenças, como as doenças crônico-degenerativas, cardiovasculares e de carcinomas (ANDROUTSOPOULOS, et al. 2009). No Brasil, as flavonas e flavanonas cítricas são muito aplicadas na formulação de medicamentos, como por exemplo o medicamento Daflong®, composto por diosmina e hesperidina, de notável ação no tratamento de doenças do sistema circulatório. Os flavonoides utilizados na produção de medicamentos no Brasil são importados dos Estados Unidos e de países da Europa e Ásia, apresentando um alto valor comercial. No entanto, ainda não existem dados sobre o teor desses flavonoides em cascas de frutas cítricas brasileiras, que podem ser boa fontes desses compostos, podendo ser utilizados futuramente na produção de medicamentos brasilieros. O presente trabalho de dissertação aborda este tema. 1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 1.1 FRUTAS CÍTRICAS 1.1.1 Origem Botânica As frutas cítricas surgiram há cerca de vinte a trinta milhões de anos, nas regiões subtropicais e tropicais do continente Asiático e nos Arquipélagos Malaios de onde se expandiram por todo o mundo (NUNES, et al. 2009). De acordo com Swingle (1946) e Tanaka (1977), que estabeleceram os principais sistemas de classificação mais aceitos nos dias de hoje, as frutas cítricas são pertencentes à família Rutaceae, subfamília Aurantioideae (=Citroideae) e Gênero Citrus composto por um número variável de espécies. Segundo Nunes et AL (2009), há apenas 16 espécies de citrus, sendo que os demais são representantes dos Citrus híbridos. Já de acordo com Tanaka (1977) há cerca de 162 espécies de citrus (FEDERICI, et al. 1998; NUNES, et al. 2005). O gênero Citrus é o de maior importância na subfamília Aurantioideae pela sua importância econômica e complexidade taxonômica. Entretanto, apesar da estável posição taxonômica, segundo Nunes, et al. (2005), há muita controvérsia sobre os limites da família, subfamílias e espécies, em decorrência dos diferentes julgamentos de caracteres indicadores de parentesco, tradicionalmente fundamentados na estrutura morfológica, anatômica e bioquímica dos táxons. A nomeclatura dos citros exerce grande influência no reconhecimento de uma espécie e muitas vezes não se encontra um concenso, o que é agravadoquando os nomes populares são considerados. A denominação varia de região para região, devido às diferenças de coloração e sabor existentes em virtude do clima, do solo, da região e do sistema de produção em que são plantadas. No caso da tangerina Poncã (Citrus reticulata), por exemplo, pode-se observar outras sinomínias regionais como Bergamota ou Vergamota na região sul do Brasil, principalmente em Santa Catarina e Rio Grande do Sul; em alguns lugares como em Curitiba é chamada de Mimosa, Mexerica na Região Sudeste e, em especial, no Espírito Santo, e Tanja na região nordeste (Piauí e Maranhão). Já a laranja azeda (Citrus aurantium) ou Laranja Pêra é conhecida em algumas regiões do Brasil como Laranja da Terra ou Laranja Amarga, sendo semelhante, em tudo, à ‘Agro-sevilhana’ da Espanha e ‘Bigarade’ da França, ‘Arancio Amaro’ da Itália e ‘Sour Orange’ dos Estados Unidos, e outro na palestina. A Laranja doce (Citrus Sinensis) échamada no Estado de São Paulo de ‘Laranja Caipira’ e em outra regiões do Brasil de ‘Laranja da China’ e recebe outras denominações na California, Estados Unidos. A laranja Seleta para o Rio de Janeiro é conhecida em São Paulo como Laranja Valência. A laranja Lima também é um tipo de laranja doce muito popular no Brasil conhecida em algumas zonas como ‘Serra d’água’(MOREIRA, 1941). Os limões da mesma forma apresentam variações na maneira como são conhecidos. O limão Cravo (Citrus limonia) é chamando de ‘limão rosa ou francês’ e é internacionalmente conhecido como ‘Rangpur lime’. O limão Tahiti assim conhecido no Brasil e na Florida é diferentemente conhecido na Califórnia, onde é denominado ‘Bears’. No Mexico, é chamado de ‘Limão Persa’ e como ‘Lima ácida de fruto grueso’ na Espanha (STUCHI & CYRILLO, 1998). A Lima da Pérsia é conhecida como ‘Lima Doce’ é bem distribuida por todo território brasileiro e na Palestina (STENZEL & NEVES, 2004). Dentre as espécies de citrus mais cultivadas no Brasil temos Citrus sinensis (Laranja-doce), Citrus aurantium (Laranja-azeda), Citrus reticulata e Citrus deliciosa (Tangerina Poncã e Murcote), Citrus limon (Limão Siciliano), Citrus aurantifolia (Limão Galego), Citrus limettioides(Lima da Pérsia), Citrus latifolia tanaka (Limão Tahiti), Citrus limonia (Limão Cravo) (Figura 1) (SAWAZAKI, et al. 1992; FEDERICI, et al. 1998). De acordo com Zecca & Trevisan, (2004) as variedades das espécies de frutas cítricas podem ser agrupadas por sua similaridade (Quadro1). Este tipo de agrupamento é uma das razões pelas quais várias variedades possuem o mesmo nome popular utilizado para sua comercialização. Figura 1- Algumas das espécies cítricas cultivadas no Brasil de grande importância comercial. Fonte: villalvafrutas.com.br; paodeacucar.com.br; sitemantenopolis.com.br; zonasulatende.com.br; supracitrus.com.br; zonasulatende.com.br; ceasacampinas.com.br; produtomercadolivre.com.br; mdemulher.abril.com; nutrigo.blogspot.com. Com os recentes avanços de métodos fundamentados na análise biomolecular, principalmente de DNA, tem sido possível realizar novos estudos filogenéticos e comparativos, principalmente, nos níveis subfamiliar, genérico e específico da Família Rutacea. O Binpon, por exemplo, um híbrido de tangerina e laranja, é um exemplo dos avanços nesta área. Criado no Japão em (1972), foi introduzido no Brasil em (1993), conhecido como “Tangerina azeda” pouco distribuido devido à sua forte acidez. No ano de (2007) pesquisadores do IBRAF (Instituto Brasileiro de Frutas ) desenvolveram uma fruta menos ácida, com sabor incorpado, sais minerais, fibras e rica em vitamina C característica que auxilia na prevenção da gripe , entre outras enfermidades (NUNES, et al. 2005; IBRAF, 2007). Quadro 1 - Classificação das espécies cítricas e suas variedades no Brasil e no mundo. Espécie Classificação das variedades por grupos Laranja doce C. sinensis Comum ou do mediterrâneo Sem acidez Sanguínea De umbigo Valência, Pêra, Hamlin, Natal, Folha murcha Piralima, Céu, Lima verde Maltesa, Moro Sanguinelli Baia, Bianhinha, Monte Parnaso, Navelina, Navelate e Newhall Laranja Azeda C. aurantium Comum Adocicada Sevila Amarga Bittersweet of florida Tangerina C. reticulata e C. deliciosa Comum ou do mediterrâneo Satsumas Ponkans Clementinas Outras Mexerica do Rio, Cái, Montenegrina, Pareci Owari, Miho, Okitsu, Clauselina Ponkan, Oneco Clemenules, Fina, Marisol, Herdandina Cravo, Dancy, King, Lee, Murcote, Michal Limoeiro C. limon C. limonia Ácidos Doces Siciliano, Eureka, Cravo Feminello Doce, Dorshapp Limeiras C. limettioides C. aurantifolia C. latifolia tanaka Ácidas Doces Semi- ácidas Lima da Pérsia, Palestina Tahiti, Galego, Bears Umbigo Bugre Fonte: Zecca & Trevisan, 2004. De forma geral, as frutas cítricas são caracterizadas por frutos com forma arredondada moderadamente achatada, alta suculência, , de poucas sementes ricas em glândulas ou vesículas de óleos essenciais. Morfologicamente, apresentam na parte interna do fruto a columela e o endocarpo (gomo) formado por vesículas de suco e em direção à parte externa apresentam o mesocarpo (albedo de coloração branca) e o epicarpo (compostos por glândulas de óleo e flavedo). A casca é formada pelo mesocarpo e epicarpo (Figura 2) (FILHO, 2012). Figura 2- Morfologia das frutas cítricas. Fonte: Filho, 2012 adaptada. A coloração do epicarpo das frutas cítricas em geral pode variar de verde, amarelo-claro a alaranjada, e da polpa, de amarelo-claro a vermelho. O aroma e sabor proveniente das cascas e polpas estão diretamente relacionados à intensidade de processos químicos, bioquímicos e fotossintéticos na planta (SARTORI, et al. 2002). Para o desenvolvimento das frutas cítricas, alguns fatores são fundamentais como temperatura e intensidade de luz durante o período de crescimento dos frutos. A temperatura ideal é entre 23 a 32°C. Para algumas frutas cítricas o vigor e a longevidade são favorecidos por climas mais amenos, influenciando na qualidade e quantidade de frutos. A resistência ao frio varia entre as variedades, sendo o índice pluviométrico ideal em torno de 1.200 a 1.400 mm anuais. Algumas espécies são sazonais e outras perenes. Contudo, com o melhoramento genético, algumas espécies produzem fruos ao longo de todo o ano (DETONI, et al. 2009). O ciclo de desenvolvimento das frutas cítricas varia de seis a dezesseis meses entre o florecimento (normalmente na primavera) e a maturação das frutas. Em relação ao grau de maturação, as frutas podem ser consideradas como precoces, de meia estação e tardias. As frutas colhidas durante o período de maturação tendem a ser mais doces e menos ácidas. No Quadro 2 é possivel observar a sazonalidades das frutas cítricas comumente cultivadas no Brasil (ZECCA & TREVISAN, 2004). Quadro 2- Sazonalidade das frutas cítricas mais cultivadas no Brasil –Melhor período de compra. Cultivar MESES J F M A M J J A S O N D Tang. Poncã X X X X X Tang. Murcote X X X Laranj. Lima X X X X Laranj. Baia X X X X Laranj. Seleta X X X Laranj. Pêra X X X X X Laranj. Sang X X X X Lima da Pérsia X X X X X Limão Tahiti X X X X X X Limão Siciliano X X X X X X Limão Cravo X X X X Fonte: Zecca & Trevisan, 2004. 1.1.2 Importância socioeconômica A citricultura é uma atividade que apresenta grande importância socioeconômica no Brasil e no mundo (Figura 3). Estimativas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), juntamente com o Instituto Brasileiro de Frutas (IBRAF) informam que dentre as principais frutas cítricas estão a laranja, a tangerina e o limão, sendo as melhores variedades para comercialização o limão Siciliano e o Eureca no mercado interno e na indústria as variedades Tahiti, Galego, Siciliano e Eureca. As laranjas mais importantes economicamente são: Naval (híbrido das laranjas Natal e Valência), Seleta (Valência) e Pêra. Entre as tangerinas, a Poncã se destaca no consumo in natura, e a Murcote na fabricação de sucos (VIANA, 2010 a; POLL, 2011; SILVA, et al. 2011). Desde 1962, quando começaram as primeiras exportações, a citricultura tem contribuido de forma definitiva para o desenvolvimento do país. No ranking Mundial de produtos agrícolas, o Brasil assumiu a posição de maior produtor de laranjas, exportando 98% do que produz sendo responsável por 85% do mercado mundial seguido dos Estados Unidos. Das laranjas produzidas no Brasil nas safras de 2008 e 2009, 70% destinaram-se ao processamento industrial de suco, 29,8% ao consumo interno in natura e apenas 0,2% à exportação da fruta in natura. Em relação ao volume de suco exportado pelo Brasil, 71% é direcionado para a Europa, 13% para a América do Norte, 12% para Àsia e 4% para outros continentes. O estado de São Paulo é o maior produtor do fruto, sendo responsável sozinho por 53% do total produzido no país (SANTANA, et al. 2009; NEVES, et al. 2011). Os Estados Unidos (EUA) são o segundo maior produtor mundial de laranjas. O estado da Florida é o principal estado produtor nos EUA s. Das safras de 2008 e 2009, 79% das laranjas produzidas foram destinadas para produção de suco, 15% para consumo in natura e 6% para exportação in natura. Como terceiro produtor mundial, o México destinou 23% destinando para suco, 76% para consumo in natura e 1% para exportação in natura. Na China, quarto produtor mundial, 4% foi aplicado a produção de suco sendo 94% para consumo in natura e 2% para exportação in natura. Nas safras de 2008 e 2009, a Espanha foi o país que mais exportou frutos in natura com 52% de sua produção, 30% foi destinado a consumo in natura e 18% à produção de suco (NEVES, et al. 2011). Figura 3- Produção de Citros no mundo. Fonte: Zecca & Trevisan, 2004. No Brasil, o limão também apresenta grande importânciaeconômica. A produção e consumo são predominantes na região Sudeste, que produziu, em 2009, em torno de 88% da fruta (8% no Nordeste e 4% no Centro Oeste). No Sudeste, o estado de São Paulo produziu 78% dos limões e limas, Minas Gerais (5%) e Rio de Janeiro (2%). No Nordeste, a Bahia predominou com 4%. Na America Latina, o México, a Argentina e o Brasil são os principais produtores de lima ácida (limão Tahiti) (BATISTA,2010). Os dois principais mercados mundiais de lima e limão são os EUA e a União Européia (U.E.). Com relação aos principais exportadores mundiais de limão Siciliano (Limão Verdadeiro) e de lima ácida Tahiti (Limão Tahiti), destacam-se respectivamente, a Argentina e o México. O Brasil ganha destaque no passado recente, exportando lima para a U.E. A Índia, em 2009 foi o maior produtor desta fruta com 17,73% da produção mundial e os EUA, o maior consumidor mundial. Na Europa, o principal limão consumido é o Siciliano, seguido do Tahiti, sendo que das 590mil toneladas consumidas, 95% foram de limão Siciliano e 5% do Limão Tahiti (PRIMÍCIA, 2007apudBATISTA,2010). Com relação aos canais de distribuição de lima ácida tahiti, tem-se que 89 % de sua produção é destinada ao mercado interno, 7 % ao processamento e 4 % aàa exportação. Os principais canais de distribuição de lima ácida tahiti são as Centrais de Abastecimento (CEASAs) regionais, com mais destaque a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP) (PINS, 2011). Em relação às tangerinas, a China é o maior produtor mundial seguida por Espanha, Japão e Brasil. A China não é somente o maior produtor como é o maior consumidor de tangerinas no mundo, seguida pelo Japão (BOTEON, 2010). No Brasil em (2010), o estado de São Paulo é o maior produtor de tangerina com 39% da produção, seguido do Paraná (24%), Rio grande do Sul (14%), Minas Gerais (12 %), Espírito Santo e Bahia com (8%) cada e , por último, Rio de Janeiro( 3%) (IBGE, 2010 e EMBRAPA CNPMF, 2012). De toda produção mundial de tangerinas, 90 % são voltados para o consumo in natura (DUTRA,2010). No ranking mundial, os principais países consumidores das tangerinas brasileiras em (2009) foram o Canadá, em primeiro lugar, seguido por Indonésia, Russia, Árabia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Filipinas e Portugal (VIANA, 2010). A produção de suco gera uma grande quantidade de resíduos com alto teor de fibra alimentar (NUNES, 2009). Entre esses resíduos estão a casca, semente e polpa representando 50% do peso de cada fruto com umidade de aproximadamente 82%. Depois da produção de suco, os resíduos sólidos e os restos líquidos de extração de sumo são tratados (CUTRALE,2011). A polpa é submetida às etapas de trituração e secagem, até obter umidade de 12% e ser então peletizada (GILAVERTE,2009). A casca e semente recebem outro tipo de tratamento para obtenção dos óleos essenciais. Esses óleos, com grande número de compostos voláteis, são extraidos da casca durante o processo de extração do sumo em que as bolsas de óleo são rompidas. Todo oléo liberado é removido por meio de jatos de água. Esse material é então centrifugado e arrefecido (CUTRALE, 2011). Os subprodutos dos óleos são obtidos através da remoção de compostos oxidantes como o D-Limoneno, e com a concentração das suas frações aromáticas. O D- Limoneno é usado pelas indústrias farmacêuticas e alimentícias como componente aromático e para dar sabor (flavorizantes), na obtenção de sabores artificiais de menta e na fabricação de doces e chicletes (GILAVERTE, 2009; NUNES, et al. 2009). Atualmente, os subprodutos da indústria de sucos são aplicados no mercado interno e externo. A polpa na forma de pellets é, em sua grande maioria, usada como complemento para ração animal, principalmente na criação de gado, tendo boa aceitação como insumo na ração de rebanhos bovinos (leite e corte) na forma de silagem, devendo ser usada até 60 dias se armazenada adequadamente (CUTRALE, 2011, GILAVERTE, 2009). Outra aplicação da polpa é a produção de alimentos enriquecidos com fibra alimentar realizada pela indústria alimentícia, devido à grande carência deste componente nas dietas (NUNES, 2009; SILVA, et al. 2011 a). Os óleos essencias são utilizados de diversas maneiras, porém, sua maior aplicação é feita pelas indústrias de alimentos, farmacêuticas e cosméticos. Eles podem ser usados para dar sabor a bebidas, sorvetes e alimentos e para aromatização de produtos de perfumaria e limpeza (SILVA, et al. 2011 b). De acordo com Neves et al, 2011, em 2000, foram exportados US$ 85 milhões em óleos essenciais, D- Limoneno, terpenos e farelo de polpa cítrica, sendo eles os subprodutos provenientes de laranja, lima, limão, tangerina e grapefruit. Outros autores relatam que em 2009, o volume financeiro elevou-se para US$ 241 milhões e a participação na receita para 11,3%. Enquanto o preço médio de exportação do suco não concentrado e do suco concentrado foi de, http://pt.wikipedia.org/wiki/Flavorizantes http://pt.wikipedia.org/wiki/Chiclete respectivamente, US$ 337/toneladas (t) e US$ 1.153/t., o do óleo essencial de laranja alcançou U$ 1.966/t., o D-Limoneno /terpeno U$ 1.336/t. e o farelo de polpa cítrica U$ 120/t. (NEVES, et al. 2011). Em 2009, as exportações do complexo de frutas cítricas somaram 2,9 milhões de toneladas, sendo 1,129 milhão de suco concentrado, 939 mil de suco não concentrado e com 851 mil de subprodutos. Na safra 2009/2010, a produção brasileira foi de 397 milhões de caixas de laranja de 40,8 Kg . Entretanto, na última década, o Brasil tem conseguido diversificar os mercados em que atua. Na safra 2009/10, o Brasil exportou o suco para 70 países diferentes, dos quais 12 receberam suco não concentrado. Isso demonstrou a capacidade de inovação da indústria ao reorientar as exportações para mercados não saturados, encontrando novos canais para o escoamento da produção nacional (NEVES, et al. 2011). A citricultura gera, entre empregos diretos e indiretos, um contingente de 230 mil posições, e uma massa salarial anual de R$ 676 milhões. Ao longo do ano- agrícola 2009/10, cerca de 150 mil trabalhadores foram alocados em atividades no campo, sendo que na indústria de suco concentrado de laranja, são cerca de sete mil trabalhadores fixos e quatro mil temporários, totalizando 11 mil ao longo da safra. Em junho de 2010, o saldo de trabalhadores no cultivo de laranja foi de 77 mil e na indústria de suco de laranja foi de cerca de sete mil. Considerando que, na cadeia produtiva da laranja, cada emprego direto no campo gera dois indiretos ao longo da cadeia, estima-se que existam cerca de 230 mil trabalhadores envolvidos na citricultura no país (NEVES, et al. 2011). 1.1.3 Composição química e valor nutricional Segundo a tabela brasileira de composição química dos alimentos TACO, da Universidade de Campinas (Unicamp) ( 2011), , a composição química das principais espécies cítricas de importância no Brasil, a saber, Citrus sinensis (Laranja Pêra, Laranja Baia e Laranja Seleta), Citrus sinensis (L.) Osbeck (Laranja Lima e Laranja Sanguínea), Citrus reticulata Blanco (Tangerina Poncã), Citrus deliciosa (Tangerina Murcote), Citrus limonia (Limão Cravo) e Citrus latifolia tanaka (Limão Tahiti) esta apresentada no Quadro 3. Dados para Citrus limon (Limão Siciliano), Citrus limettioides (Lima da Pérsia) não estão disponíveis (LIMA, et al. 2011). A funcionalidade das frutas na dieta é ampla, devido ao seus teores de vitaminas, minerais, água e fibras. Isso inclueas frutas cítricas, cujos altos teores de vitamina C são bem conhecidos. O consumo de uma unidade de laranja, por exemplo, corresponde à dose diária recomendada de vitamina C, de 75 mg para mulheres e 90 mg para homens (RDA, 2009). A vitamina C é importante por sua propriedade anti-inflamatória, cicatrizante e apresentaum alto poder antioxidante contra radicais livres (COUTO & CANNIATI-BRAZANCA, 2010; ROOWI & CROZIER, 2011). As frutas cítricas (laranja, limão e tangerina) previnem e curam o escorbuto, doença causada pela ausência de vitamina C na alimentação, e também facilitam a função intestinal por causa do alto teor de fibras solúveis, encontradas na polpa e no bagaço. Na parte branca do bagaço, encontra-se também a pectina, que previne o câncer do trato intestinal como do colon e reto (LOPES, DERIVI & MENDEZ, 1984), e promove aumento do colesterol bom HDL (high density lipoprotein) e diminuição do colesterol ruim LDL (low density lipoprotein) no organismo (TAN, 2010; CHANET et al. 2012). O teor de cálcio presente nas frutas cítricas ajuda a manter a estrutura óssea, promovendo uma boa formação muscular e sanguínea. O β-caroteno, o fitonutriente que confere o tom alaranjado à laranja, tangerina e alguns limões, pode previnir o desenvolvimento de câncer e infartos além de outras propriedades (COUTO & CANNIATI-BRAZANCA, 2010). Quadro 3- Composição de frutas cítricas por 100 gramas de parte comestível: centesimal, minerais, vitaminas e colesterol, 2011. mg- Miligrama; g - Grama; µg – Micrograma; Kcal - Kilocaloria; Kj- Kilojoule; NA- Não aplicável; Tr – Traço; RAE- Retinol Actividade equivalente; RE – Retinol. Fonte: Lima, et al. 2011. COMPOSTO Tangerina Poncã Laranja Baía Limão Cravo Galego Tahiti in natura suco in natura suco Suco Suco Suco Umidade (%) 89,2 90,4 87,1 90,2 94,8 91,8 87,4 Ac.Ascórbico(mg) 48,8 41,8 56,9 94,5 34,5 34,5 38,2 Cálcio (mg) 13 4 35 6 10 5 51 Carboidrato(g) 9,6 8,8 11,5 8,7 5,2 7,3 11,1 Cinzas (g) 0,3 0,3 0,4 0,4 0,2 0,3 0,4 Cobre (mg) 0,03 0,02 0,04 0,02 0,03 0,02 0,06 Colesterol (mg) NA NA NA NA NA NA NA Energia (Kcal) 38 36 45 37 14 22 32 Energia (KJ) 158 151 190 153 59 93 133 Ferro (mg) 0,1 Tr 0,1 0,1 0,1 0,1 0,2 Fibra alim. (g) 0,9 Tr 1,1 Tr Tr Tr 1,2 Fósforo (mg) 12 9 24 22 11 13 24 Lipídeos (g) 0,1 Tr 0,1 Tr Tr 0,1 0,1 Magnésio (mg) 8 6 9 8 9 6 10 Manganês (mg) 0,04 0,02 0,04 0,02 0,03 0,01 0,07 Niacina B3 (mg) Tr Tr Tr Tr Tr Tr Tr Piridoxina B6 (mg) 0,02 0,03 Tr 0,02 Tr 0,03 Tr Potássio (mg) 131 119 174 173 120 113 128 Proteína (g) 0,8 0,5 1,0 0,7 0,3 0,6 0,9 RAE (µg) 24 26 2 2 16 RE (µg) 47 51 4 4 31 Retinol Vit A(µg) NA NA NA NA NA NA NA Riboflavina B2 (mg) 0,02 Tr 0,02 Tr Tr Tr 0,04 Sódio (mg) Tr Tr Tr Tr Tr Tr 1 Tiamina B1 (mg) 0,06 0,06 0,06 0,03 Tr Tr 0,30 Zinco (mg) Tr Tr 0,1 Tr 0,1 0,2 1.2 COMPOSTOS FENÓLICOS 1.2.1 Caracterização e estrutura química Os nutrientes e compostos bioatios dos vegetais são sintetizados a partir de várias vias metabólicas e são divididos em dois grupos: os metabolismos primários e os metabólitos secundários. Os metabolitos primários são responsáveis pela produção de substâncias envolvidas nas funções básicas essenciais como fotossíntese, respiração e biossínteses de fundamental importância para crescimento, desenvolvimento e reprodução. Estes metabólitos possuem uma distribuição universal nas plantas, tendo como exemplo os aminoácidos, nucleotídeos, lipídios, carboidratos e a clorofila (FERREIRA, et al. 2008; FILHO, 2010; PERES, 2011). Os metabólitos secundários são substâncias que não possuem distribuição universal, pois alguns só estão presentes em determinadas espécies, sendo assim considerados uma vantagem evolutiva. Atuam como atrativo para polinizadores, pesticidas naturais, nas respostas adaptativas a condições de estresse relacionadas à luz, temperatura e umidade; no reparo de danos teciduais, contra agreção de agentes físicos; participam da formação de hormônios na planta, entre outras funções (Figura 4) (FILHO, 2010; LEE, et al. 2010; MARKHAM & ANDERSEN, 2006 a; FARAH & DONANGELO, 2006). Dentre essas substâncias fisiologicamente sintetizadas, as classes mais importantes são os terpenos (grupo de lipídios); os alcalóides (derivados dos aminoácidos, principais constituintes das proteínas) e os compostos fenólicos (derivados dos carboidratos) (DIXON & STEELE, 1999; TAIZ & ZEIGER, 2004; FILHO, 2010). Aproximadamente 8.000 compostos fenólicos são provenientes das vias biossintéticas da fenilalanina e tirosina. Entre estes, destacam-se os flavonoides, e seus ésteres, os fenóis simples, as cumarinas, taninos, ligninas e tocoferóis (TAKITA, et al. 2007; YILDIZ, 2009 a; PERES, 2011; FARAH & DONANGELO, 2006). Figura 4- Rotas biossintéticas dos vegetais. Fonte: FILHO, 2010, adaptada. Os compostos fenólicos são formados por um anel aromático com um grupamento carboxílico e um ou mais substituintes hidroxílicos e/ou metoxila na molécula, incluindo seus grupos funcionais. São classificados como derivados de estruturas químicas C6-C1 específicas dos ácidos hidroxibenzóico, gálico e elágicos; estruturas C6-C3 específicas dos ácidos cafeico e p-cumárico, hidroxicinamatos e estruturas C6-C2-C6 específicas do trans-resveratrol, cis- resveratrol e trans-resveratrol-glucosídio (TAIZ & ZEIGER, 2004; YILDIZ, 2009 a). Os compostos fenólicos estão presentes nos vegetais na forma livre ou ligada a açúcares (heterosídeos), ácidos e /ou e proteínas(ANGELO & JORGE, 2007). Podem ser divididos em dois grupos: flavonoides e não flavonoides. Os flavonoides (flavonas, flavanonas, isoflavona, antocianinas, flavonóis e seus derivados), apresentam uma estrutura básica em comum, o que não ocorre com os não flavonoides (fenóis simples: as ligninas, lignanas, suberinas, curaminas, estilbenos, taninos hidrolisáveis e os ácidos fenólicos e seus ésteres) sendo esta uma classe muito heterogênea (DEGÁSPARI & WASZCZYNSKYJ, 2004; FARAH & DONANGELO, 2006). A rota biossintética dos compostos fenólicos se dá a partir da fenilalanina e tirosina. A fenilalanina amônia-liase (PAL) é a enzima chave na regulação da via metabólica de fenilpropanóides, conforme ilustra a Figura 4, convertendo a L- fenilalanina em ácido trans-cinâmico e iniciando a biossíntese dos fenilpropanóides (Figura 5). Figura 5- Rota biossíntética dos compostos fenólicos nos vegetais. Fonte: Dutra, 2010. De forma geral, os compostos fenólicos são incluídos na categoria de interruptores de radicais livres, sendo muito eficientes na prevenção da autooxidação. Estes mecanismos de ação dos antioxidantes, presentes em extratos de plantas possui um papel importante na redução da oxidação lipídica em tecidos vegetal e animal e, quando incorporados na alimentação humana, não conservam apenas a qualidade do alimento, mas também reduzem o risco de desenvolvimento de patologias (ANGELO & JORGE, 2007). Um grande número de publicações evidenciam a ação protetora destes compostos contra doenças cardiovasculares, cerebrovasculares, neurológicas, trombóticas, carcinogênicas, inflamatórias, diabetes, arteriosclerose. Também possuem propriedades que atuam na prevenção contra o envelhecimento precoce e as propriedades antimicrobiana, antifúngica dentre outras (HAVSTEEN, 2002; TRIPOLI, et al. 2007; COUTINHO, MUZITANO & COSTA, 2009; SALAS, et al. 2011; TOUNSI, et al. 2011; WANG, et al. 2012). 1.2.2 Compostos fenólicos em alimentos A distribuição de compostos fenólicos nas plantas não é homogênea. São principalmente encontrados na parede celular. Sua distribuição (teores e perfis) depende de diversos fatores supracitados como espécie, variedade, exposição direta aos raios solares, altas temperaturas, umidade, agressões ambientais e fatores genéticos (DEGÁSPARI & WASZCZYNSKYJ, 2004; CRUZ, et al. 2010). Em resposta a essas estresses ambientais, mudanças podem ocorrer na produção de alguns destes compostos resultando no aumento ou na diminuição, fazendo com que sejam produzidos frutos com características diferenciadas, tornandocertos alimentos uma fonte especifica ou abundante de determinados compostos fenólicos (YILDZ, 2009 b). As frutas cítricas estão entre as principais fontes de compostos fenólicos, além de outras frutas como cereja, uva, ameixa, pêra, maçã e mamão, sendo encontrados em maiores teores na polpa do que no suco da fruta. Café, mate, própolis, algumas plantas medicinais e algumas hortaliças também são boas fontes (ANGELO & JORGE, 2006; FARAH & DONANGELO, 2006). Segundo Bocco, et al. (1998) e MA, et al. (2008) na casca de frutas cítricas podem ser encontrados ácidos fenólicos e flavonoides. Dentre os ácidos cinâmicos estão os ácidos caféico, ferúlico, sinápico e p-cumárico que é o mais importante ácido hidroxicinâmico em cítricos. Entre os ácidos benzoicos, os ácidos protocatecuico, p-hidroxibenzóico vanílico e derivados são os principais em cítricos (Figura 6). Em alimentos, os compostos fenólicos são grandes responsáveis pela cor, adstringência, aroma e estabilidade oxidativa das frutas cítricas, contribuindo para o sabor, odor e coloração esendo usados como flavorizantes e corantes (YILDZ, 2009 a). Figura 6- Estrutura química dos ácidos fenólicos. Fonte: Silva, 2011. 1.3 FLAVONOIDES 1.3.1 Via de síntese e estrutura química Os flavonoides pertencem à classe dos compostos fenólicos, também conhecidos como polifenólis. Eles constituem o maior grupo na classe dos fenólicos vegetais. São substâncias de baixo peso molecular constituídas de 15 átomos de carbono, sendo duas fenilas ligadas por uma ponte de três carbonos C6-C3-C6 (difenilpropano), (Figura7) (TAIZ & ZEIGER 2004). Figura 7- Estrutura dos flavonoides (núcleo flavônico). Fonte: Lopez, Mondragon & Hernàndez, 2006. Apresentam como via biossintética uma via do tipo mista Malonato e Chiquimato em que a fenila A é fornecida da via do malonato após a parte da β- policetoester não estabilizada pela enzima PKS (Policetídeo sintase) sofrer distintas ciclizações por enzimas ciclizadoras e a fenila B fornecida da via do chiquimato que metaboliza a fenilalanina no ácido p-cumárico através da PAL (Fenilalanina amonialiase). A condensação das fenilas A e B gera a chalcona que é o precursor dos flavonoides existentes na natureza, (Figura 8) (SIMÕES, et al. 2011; LOPEZ, MONDRAGÓN & HERNAÁNDEZ , 2006; MARKHAM & ANDERSEN, 2006 b). Figura 8- Biossíntese resumida dos flavonoides. Fonte: t-BOC-L, 2007 adaptado. Sua diversidade estrutural pode ser atribuída ao nível de oxidação e às variações no esqueleto carbônico básico, promovidas por reações de alquilação, glicosilação ou oligomerização. As modificações no anel central dessas substâncias levam à diferenciação em subclasses distintas, cada uma com local de atuação e função específicos (Figura 9). Os anéis fenólicos A e B são hidroxilados e podem conter substituintes metoxílicos e ou acilados. Os flavonoides podem ser encontrados nas formas agliconas ou heterosídeos. Os heterosídeos possuem resíduos de açúcar e /ou ácidos ligados à sua molécula, já os agliconas estão na forma livre (MIYASHIRO, 2010). Figura 9- Estrutura química das subclasses das chalconas. Fonte: Lopez, Mondragon & Hernàndez, 2006. 1.3.2 Propriedades físico-químicas dos flavonoides Os flavonoides apresentam propriedades físico-químicas bem variadas devido ao tipo de polaridade que possuem. As flavanonas, as isoflavonas, flavonas metoxiladas e os flavanois possuem baixa polaridade em relação aos demais. Em geral, os flavonoides na forma de agliconas são mais solúveis em solventes apolares do que as glicosiladas e em soluções aquosas alcalinas, enquanto que as glicosiladas são solúveis em água e em álcool diluído. Porém, são insolúveis em solventes orgânicos habituais. Fatores como a posição ocupada pela porção de açúcar, o grau de insaturação e a natureza dos substituintes influenciam na solubilidade da molécula e na sua capacidade de precipitação na presença de metais (MARKHAM & ANDERSEN, 2006 c). ISOFLAVONA O aquecimento, mesmo em soluções diluídas, pode levar à hidrólise dos O- heterosídeos e, muitas vezes, interferir na análise estrutural de flavonoides. As hidrólises alcalinas e ácidas facilitam a identificação dos núcleos flavônicos, enquanto que a hidrólise enzimática rompe pontos específicos das moléculas, facilitando a identificação dos constituintes da porção glicosidica (MARKHAM & ANDERSEN, 2006 c). 1.3.3 Flavonoides em frutas cítricas Segundo Nunes, et al. (2009) os flavonoides são representados nas frutas cítricas por duas classes de compostos: flavonas (polimetoxiladas ou heterosídicas) e flavanonas (heterosídicas ou agliconas). A diferença entre as flavonas e flavanonas é a presença da dupla ligação no anel C entre os carbonos 2 e 3 na flavona (Figura 10) (WANG, et al. 2008; MEDINÁ-REMON, et al. 2011). Comumente, pode-se identificar de cinco a dez diferentes tipos de flavonoides glicosilados que incluem D-glicose, L-ramnose, O-glicosídeos e o C-glicosídeos como os açúcares mais comuns. Estes açúcares aparecem ligados nos carbonos C-7 ou no C-3 em alguns casos, sendo detectados em várias frutas cítricas. Figura 10- Diferença entre flavonas e flavanonas. Fonte: GATTUSO, 2007, adaptado. De acordo com GATTUSO, et al. (2007) os principais flavonoides presentes em cítricos incluem as flavanonas agliconas hesperitina, naringina e narirutina, nas várias partes da fruta, e a hesperidina (rutinósideo) mais abundantes na parte comestível. Além dessas, temos as flavonas glicosiladas rutina, diosmina e escutelareina e as flavonas polimetoxiladas (PMF) como nobiletina, tangeretina e sinensetina na casca (Figura 11). Conforme GATTUSO, et al. (2007), as flavonas agliconas hesperetina, naringenina e escutelareína ocorrem com menor frequência em sucos cítricos devido á sua natureza lipofílica e baixa solubilidade em água. A presença relativamente grande do número de flavonoides em sucos cítricos é um resultado da algumas diferentes combinações possíveis entre polihidroxilas agliconas e um número limitado de mono e dissacarídeos. A naringina é uma flavanona glicosilada presente em algumas frutas cítricas, sendo a principal responsável por seu sabor amargo. Ela, assim como a neohesperidina (neohesperidosídeos), narirutina e hesperidina (rutinósideo), é mais abundantes na parte comestível das frutas (LEE, et al. 2010; NUNES, et al. 2009; MORIN, et al. 2008, YILDIZ, 2009 b). A composição de flavonoides glicosilados na casca, semente e suco é diferente. Essa diferença é dada devido ao alto teor de flavanonas nas partes sólidas (albedo e columelas), comparado com a parte liquida (vesículas de suco). Assim, a fruta inteira pode ter cinco vezes mais flavanonas do que um copo de suco (WANG, et al. 2008; TRIPOLI, et al. 2007; YILDIZ, 2009 b). Os flavonoides cítricos, ou bioflavonoides, podem ser encontrados em outras partes de uma infinidade de vegetais. Atualmente, indústrias especializadas nesse tipo de extração obtêm os flavonoides cítricos de diferentes fontes. Algumas espécies vegetais utilizadas como fontes para isolamento desses compostos flavonoides não são nativas do Brasil. Porém, podem ser encontradas bem adaptadas no em nosso país. Figura 11- Estrutura dos principais flavonoides cítricos. Fonte: Gattuso, 2007, adaptada. Atualmente, as frutas cítricas asiáticas e da América do Norte são as principais fontes de hesperidina, hesperitina, nobiletina e tangeritina, podendo ser encontradas na polpa como na casca, nas quais geralmente são relatados maiores teores. Comercialmente, são extraídas das flores da laranja lima, da bergamia um hibrido citrico (Citrus aurantium L. ssp. Bergamia), uma éspecie de laranjeira comum na Europa (Citrus aurantium L.var. myrtifolia), uma espécie japonesa comumente chamada de japônica ou margarita (Citrus Japonica), das folhas e da parte comestivel do citrus conhecido como mão de buda (Citrus medica L. Var. medica), da tangerina Poncã e das flores e frutas da laranja doce e da parte comestivel do limão Siciliano (Figura 12) (EXTRASYNTHESE, 2013). Figura 12- Principais fontes de hesperidina, hesperitina, nobiletina e tangeritina Fontes: aromaseencantos.com.br; folhadecampolargo.com.br; zufglobus.webt.co.il; citrusvariety.ucr.edu; tradewindsfruit.com; flickr.com/photos Narirutina,é obtida da folha de limão Siciliano (Citrus limon), da tangerina Poncã (Citrus reticulata Blanco), da laranja doce (Citrus sinensis) e da polpa de um híbrido (Citrus X Paradisi macfad. (Figura 13) (EXTRASYNTHESE, 2013). Figura 13- Principais fontes de narirutina e naringina. Fontes: pfaf.org; flickr.com; folhadecampolargo; revistagloborural.globo.com; blog.rpc- commerce.com.br; heavendelhaye.com.br; supermercadosantoantonio.com.br; citrusvariety.ucr.edu. A naringina vem sendo isolada da folha de limão Siciliano, e de outras frutas cítricas européias como mão de buda, tangerina Poncã, laranja doce, da polpa do híbrido (Citrus X Paradisi macfad), Cardo de leite (Silybum marianum), uva comum roxa (Vitis vinifera), laranja lima, e da bergamia, um hibrido citrico (Citrus aurantium L. ssp. Bergamia). (Figura 13) (EXTRASYNTHESE, 2013). A rutina, conhecida como vitamina P, é um dos flavonoides mais abundantes no reino vegetal, podendo ser extraída de aproximadamente 115 espécies de plantas como, por exemplo, maracujá, uva, camélia, frutos da pimenta malageta (Capsicum frutescens), folhas de lúpulo usada para efeitos sedativos (Humulus lupulus), folha da mamona (Ricinus communis L.), Ginkgo (Ginkgo Biloba), Freixo europeu (Fraxinus Excelsior), Urtiga anã (Urtica urens), na chicória (Cichorium intybus) e nos citrus, como laranja azeda, laranja doce e limão Siciliano (Figura 14) (EXTRASYNTHESE, 2013). Figura 14- Algumas fontes de rutina. Fontes: pt.wikipedia.org; pt.wikipedia.org; tribes.tribe.net; camelliasrus.com.au; wildchicken.com; gnc.com.ph; en.wikipedia.org; en.wikipedia.org A diosmina tem como principal fonte a laranja lima (Citrus aurantium), sendo também extraída com metanol e DMSO de diversas plantas como o Conium (Conium maculatum), a Mezereon (Daphne mezereum), a Hortelã-pimenta (Mentha piperita), o Alecrim (Rosmarinus officinalis) e a Parede germander (Teucrium chamaedrys). Com relação aos outros citrus, é obtida das folhas do limão Siciliano, da tangerina Poncã e da flor na laranja doce, (Figura 15) (EXTRASYNTHESE, 2013). A escutelareina assim como a diosmina, também é extraída da laranja Lima ou da polpa de outras laranjas doces. Nas herbáceas ela é extraída da Sálvia (Salvia officinalis), originária do Sul da Europa, uma planta bem difunfidada por todo o mundo, sendo encontrada no Mediterrâneo, África e Américas Central e do Sul (ZIGIOTTO, 2007); ou das folhas de bigode de gato ou chá de Java, (Figura 15) (EXTRASYNTHESE, 2013). A sinensetina também pode ser encontrada nas mesmas espécies que a diosmina e a escutelareina, tem como diferencial sua presença na Ambrosioide chenopodium, conhecida como chá mexicano ou chá dos jesuítas. Geralmente, é extraída da erva de Santa Maria (Chenopodium ambrosioides), nativa da America Tropical, provavelmente oriunda do México (POZZATTI, et.al 2010). (Figura 15) (EXTRASYNTHESE, 2013). Figura 15- Principais fontes de diosmina , escutelareina e sinensetina. Fontes: en.wikipedia.org; commons.wikimedia.org; mundodasfolhas.blogspot.com.br; thepoisongarden.co.uk; finegardening.com; biovip.pt; pt.wikipedia.org; en.wikipedia.org A naringenina é extraida de distisntos vegetais como alcaçuz (Glycyrrhiza glabra), elecampane (Inula helenium), salsa (Petroselinum crispum), nas frutas da cereja selvagem (Prunus cerasus), do sândalo vermelho (Pterocarpus santalinus), da matricária (Tanacetum parthenium), do caju (Anacardium occidentale), do ../../../../Downloads/en.wikipedia.org http://commons.wikimedia.org/ http://mundodasfolhas.blogspot.com.br/ http://www.thepoisongarden.co.uk/ ../../../../Downloads/finegardening.com ../../../../Downloads/biovip.pt http://pt.wikipedia.org/ http://en.wikipedia.org/ estragão (Artemesia dracunculus), da cavalinha do campo (Equisetum arvense), do eucalipto da Tasmânia (Eucalyptus globulus), da folha da soja (Glycine max.) e da Camélia (Camellia sinensis), da laranja azeda, do limão Siciliano, da laranja doce e da polpa de um híbrido (Citrus X Paradisi macfad), (Figura 16) (EXTRASYNTHESE, 2013). Figura 16- Principais fontes da naringenina. Fontes: health-from-nature.net; pfaf.org; biolib.cz; heavendelhaye.com.br; camelliasrus.com.au; gardenworldimages.com; cmpr-avs.com; en.wikipedia.org; commons.wikimedia.org; botanicalgarden.ubc.ca; habitas.org.uk; australianseed.com; herbaleducation.net 1.3.4 Potencial aplicação dos flavonoides isolados de cascas de citrus na indústria alimentícia Há anos a indústria de alimentos comercializa produtos com substâncias bioativas conhecidas como antioxidantes, utilizadas na preservação do alimento pelo retardamento da deterioração, rancidez e descoloração decorrentes da http://health-from-nature.net/ http://pfaf.org/ http://www.biolib.cz/ ../../../../Downloads/heavendelhaye.com.br http://www.camelliasrus.com.au/ http://gardenworldimages.com/ http://cmpr-avs.com/ http://www.en.wikipedia.org/ http://commons.wikimedia.org/ http://www.botanicalgarden.ubc.ca/ autooxidação. Os antioxidantes presentes nos alimentos são encontrados na maioria dos vegetais, o que explica parte das ações saudáveis que as frutas, legumes, hortaliças e cereais integrais excercem sobre o organismo (MORAES & COLLA, 2006). O uso dos antioxidantes na indústria de alimentos e seus mecanismos de ação têm sido amplamente estudados, tendo como base as propriedades que vários desses compostos desempenham na oxidação de gorduras e alimentos gordurosos que podem ser sintéticos ou naturais (FIB 2009; BRASIL, 2009). Muitos alimentos tem sido referidos como nutracêuticos, devido à sua composição de nutrientes como vitaminas, minerais e enzimas que apresentam ação antioxidante, como o caso do ácido ascórbico, vitamina C, tocoferol, β- caroteno e o selênio. Entre os antioxidantes naturais mais utilizados e presentes em extratos de plantas estão os tocoferóis, os ácidos fenólicos (ácido cafeico, ácido elágico e ácido gálico) e os flavonoides, os mais ativos. Muitas espécies vegetais têm sido estudadas e tem-se observado que o caule, as folhas, as flores, os frutos, incluindo das espécies cítricas possuem compostos com forte atividade antioxidante (BRAGA & BARTELA, 2007). 1.3.5 Potencial aplicação dos flavonoides isolados de cascas de citrus na indústria farmacêutica Os flavonoides apresentam ação protetora efetiva contra os processos oxidativos de ocorrência natural no organismo e estão associados à proteção contra diferentes tipos de doenças crônico-degenerativas e doenças do envelhecimento. Também são relacionados a uma ampla gama de potentes efeitos biológicos como anti-inflamatórios, antialérgicos, antitumoral, antimicrobiano devido a diversos aspectos químicos, bioquímicos, farmacêuticos e nutricionais (MORIN, et al. 2008; TRIPOLI, et al. 2007 WANG, 2008). De acordo com Degáspari & Waszczynskyj, (2004), a formação de radicais livres pelo oxigênio é supostamente a chave para o desenvolvimento de câncer e doenças coronárias, aliado à função protetora da membrana celular. Radicais livres podem atacar biomoléculas, dentre as quais destacam-se os lipídios, as proteínas ou DNA propriamente dito, os quais podem ser preservados pela ação dos antioxidantes. Os antioxidantes
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